ENS - Carta Mensal 1983-8 - Novembro

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1983

NC? 8 Novembro

Coerência cristã ...... .. . . .... . .............. . . A porta estreita das bem-aventuranças . . . . . . . . Advento, tempo de esperança . . . . . . . . . . . . . . . . . As exigências do Reino . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . Fala um Responsável de Setor . .............. . Por que celebrar o Ano Santo .. . . . ... ... .... . O que resultará do Ano Vocacional? . . . . • . . . . . . A ascese - uma reflexão oportuna . . . . . . . . . . Por que dar graças a Deus? . . . . . . . . . . . . . . . . . Obrigar-se ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Divulgando o método Billings . . . . . . . . . . . . . . . . . O casal Billings no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Jovens apontam esfacelamento da família . . . . . . Curso de noivos na origem de livro . . . . . . . . . . As Equipes " aqui de casa" . . . . . . . . . . . . . . . . . . O terço na dor traz paz e alegria . . . . . . . . . . . . Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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RETIRO S

Petrópolis

4 a

6 de novembro

(Itaipava)

Rio de Janeiro

(Sumaré)

São P a ulo

(Barueri)

Juiz de Fora

11 a 13 "

(Seminário da Floresta)

Rio de Janeiro

18 a 20

( !Ih :~.

Porto Alegre

"

do Governador)

(Vila Manrese)


E.DITORIAL

COERÊNCIA CRISTÃ

O cristão é o "homem novo", o homem do "sim", dito a Deus, apoiado na sua fé em Jesus Cristo, Rei e Senhor. Ora, nós assistimos por aí continuamente às escandalosas alianças do "sim" e do "não". "Sou cristão, mas defendo o aborto ... " "Sou cristão, mas aceito o divórcio, como solução para as dificuldades do casal." "Sou cristão, mas não abdico dos meus interesses, ainda que tenha de passar por cima dos interesses dos outros ... " "Sou cristão, mas não admito as intromissões da Igreja na minha vida familiar, profissional ou social ... " E estas alianças, todos o sabemos, não são fruto das inevitáveis düiculdades e falhas de quem luta e sofre para conformar a sua vida com o ideal evangélico, mas sim de quem conscientemente espezinha a verdade, para fabricar a verdade que lhe interessa em cada circunstância. "Se nasci, se vim a este mundo, foi para dar testemunho da verdade", assim disse Jesus Cristo a Pilatos. Igual palavra é chamada a dizer cada cristão aos muitos Filatos da nossa sociedade, que lavam hipocritamente as mãos, em descomprometida neutralidade, perante problemas e situações nas quais a neutralidade não tem nem nunca poderá ter lugar. Não construímos nem podemos ser tentados a construir, desde aqui e desde agora, um reino de vitórias fáceis e passageiras, mas somos convocados a trabalhar sob o senhorio de um Rei, que é de ontem, de hoje e de sempre, e cujo reinado não passará jamais. Nunca como agora foi perigosa a tentação do imediato e do equilíbrio por soluções de compromisso. "Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz." - escuta a minha Palavra, que não envelhece e que nem o tempo nem a sagacidade dos homens pode desvirtuar. -1-


Proclamou João Paulo II na Encíclica "Redemptor Hominis" (n. 7) que "a única orientação do espírito, a única direção da inteligência, da vontade e do coração para nós é esta: na direção de Cristo, Redentor do homem, de Cristo, Redentor do mundo." Trata-se, pois, de uma atitude profunda e permanente, que tem que ver com uma autêntica conversão evangélica ... Precisamos é de uma procura constante de identidade com Cristo no que somos e no que fazemos.

D. Antonio Marcellino Bispo Coadjutor de Aveiro, Portugal

Não se pode seguir a Cristo, que é o Reino vivo de Deus, só pela metade, a.os bocejos, mais ou menos. O verdadeiro amor não gosta de percentagens,

crediários em suaves prestações; ele não regateia, nem brinca de esconde-esconde. Frey Neylor Tonin

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A PALAVRA DO PAPA

A PORTA ESTREITA DAS BEM-AVENTURANÇAS

Alguns são tentados a pedir à Igreja para mitigar as suas exigências, seja por exemplo quanto ao matrimônio cristão ou ao sacerdócio. Na realidade, todos vós o vedes, a Igreja deixaria então de ser o sal e o fermento de que falava Jesus; seria ainda menos crível, a sua mensagem tornar-se-ia insípida e ambígua, e o seu testemunho ainda menos vigoroso. Cristo não propôs o caminho fácil, mas o caminho alcantilado, a porta estreita das bem-aventuranças, que é loucura aos olhos de alguns homens, mas é sabedoria de Deus e força de Deus: o espírito de pobreza, a pureza, a sede de justiça, a doçura, a misericórdia, a busca da paz, a paciência na prova, a perseverança na perseguição por causa de Jesus, e mais ainda, a alegria, sim, a alegria mais profunda: "Bem-aventurados!" Eis o que é capaz de renovar o mundo atual, doente das suas incertezas ou das suas substituições de felicidade. Não é portanto com o dinheiTo, com o poder e com a sedução da facilidade que a Igreja pode verdadeiramente contar para resolver os seus problemas, mas com a prática dos meios espirituais correspondentes às bem-aventuranças. E quando ela tem a audácia de nisso acreditar e de nisso arriscar o seu compromisso, então abre-se diante dela um novo horizonte, um novo Pentecostes. (Em

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Libreville, Gabão, fev. 82)


ADVENTO, TEMPO DE ESPERANÇA

D. Francisco Manuel Vieira Bispo de Q.sasco, São PaUlo

Viver a esperança significa confiar no bem futuro. O ·bem futuro é garantido por Deus e construído, hoje e agora, aos poucos mas decididamer..te, pelo homem que o deseja alcançar. Assim enraizada na fé e colocada em comum pela solidariedade, a esperança pode abrir-se para o futuro e realizar com todo o seu dinamismo a vida de quem confia. A esperan~a, portanto, é um dom de Deus. Vinda de Deus e concretizada no homem, a esperança se torna muitas vezes paradoxal. São Paulo escreve aos Romanos sobre Abraão: "Ele, contra toda a esperança, acreditou na esperança de tornar-se pai de muitos povos" (Rom. 4, 18). Aqui se depreende como a esperança está ligada à fé. Uma não existe sem a outra. Ligada à fé, a esperança também leva à justiça, à fraternidade. A esperança não é egoísta. O que se espera para si também se espera para os outros. São contrários à esperança: - Os que não crêem num plano de Deus de redenção dos homens. - Os que não depositam confiança na fidelidade de Deus ao homem; os que não acreditam nas promessas de Jesus Cristo feitas aos que se tornam filhos de Deus. - Os que desprezam a participação dos homens na construção da história da humanidade.

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Alimentam a esperança: - Os que crêem no amor de Deus. Se não cremos, vã é a nossa esperança. - Os que constroem a paz, a justiça e a fraternidade. - Os que acreditam em todos os irmãos, fazendo-os co-participantes da constru~ão da história e da própria esperança. - Os que denunciam a injustiça, o poder, a violência e a mentira.

O Advento nos leva a considerar que Jesus Cristo é a síntese da esperança: - Em Jesus Cristo a esperança é confiante. A fidelidade de Deus é sempre a mesma: ontem, hoje e eternamente. "Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel, o que traduzindo significa: Deus conosco." (Mt. 1, 23). - Em Jesus Cristo a esperança é viva. A vida de Deus manifestou-se aos pastores pelo anúncio dos anjos e pela vida recém-nascida, arrumadinha numa manjedoura. "O Anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor envolveu-os de luz ... O Anjo disse-lhes: Não tenhais medo! Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo povo: Nasceu-vos hoje um Salvador." (Lc. 2, 9). - Em Jesus Cristo a esperan~a é futura, com semente e realidade muito presentes. "Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. . . Ele estava no mundo e o mundo foi feito por meio dele. . . E a todos os que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós." (Jo. 1, 4). (Transcrito de "O São Paulo")

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AS

EXIG~NCIAS

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DO REINO

As parábolas do Reino nos revelam uma das exigências. mais profundas _do Re~no.

O Reino não é algo que possa ser simplesmente acrescentado à nossa vida pessoal, -mesmo que ocupe muito lugar em nosso pensamento e em nossa atividade. Só se tem verdadeiramente a preocupação com o Reino quando essa preocupação domina tudo. ·. O Reino é absoluto: não admite "mais" nem "menos". Não é algo que se possui pela metade ou algo a que se reserva um 'lugar.

Só se possui o Reino quando tudo o mais foi abandonado por sua causa. ,O homem que encontrou o tesouro vai e vende tudo que tem; o homem que quer comprar a pérola única vai e vende tudo que tem. Em outras palavras, a vida cristã, no seu princípio, não conhece divisão: só é real quando açambarca tudo. É ca:racterística sua, ao contrário de todos os outros modos de vida. Para a vida intelectual, a vida estética, a vida social, há uma dosagem a estabelecer; não par'a a vida espiritual. Esta não exclui as outras, mas é de outra ordem; não pode ser justaposta a elas; é preciso que, tomando conta do homem todo, penetre nos seus outros modos de vida.

Só há vida espiritual autêntica quando esta vida tende a tudo invadir. E quando invadiu tudo, por hipótese, é a perfeição. Bem sabemos que a perfeição, na terra, nunca é alcançada. Estejamos, pois, felizes, com o mínimo passo dado. Contudo, na tendência, na orientação de base da nossa vida, saibamos que não há compromisso possível. . . O Reino é algo que só se alcança renunciando a tudo o mais.

Yves de Montcheuil ("O Reino e suas Exigências")

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FALA UM RESPONSAVEL DE SETOR

Acreditamos que todos tenham lido com muita ~ atenção o excelente número de agosto da Carta Mensal, todo dedicado ao tema "Vocação". Ali nos foram dadas mensagens sobre as diferentes formas de manifestação do chamado de Deus, e artigos como os da: ordenação sacerdotal de ·Frei Francisco Orofino e do Dr. Vicente Mellilo encheram np!)SOS corações de emoção e nossos olhos de lágrimas. Mas a Carta quis ir mais além: repetidamente nos questionou, algumas vezes incisivamente, sobre de que modo estamos vivendo nossa missão de educadores para a fé e para a vida cristã. A família, a família de cada um de nós, foi levada a um confronto com a imagem do que é verdadeiramente uma farr!Ília cristã. · Podemos nos emocionar com depoimentos tão lindos, mas não temos o direito de deixar sem resposta tantas perguntas que nos foram lançadas. Documentos, encíclicas, exortações, textos evangélicos foram citados como pano de fundo deste questionamento: J'esus, Seu Vigário na terra e homens comprometidos com a Ver:dade teceram em torno de nós uma rede de amor, procurando não nos deixar escapar ·por entre as malhas do comodismo e da preguiça. No nosso Movimento, temos uma inventiva permanente para encontrar novas formas de viver a realidade cristã. Há grande vitalidade em cada equipe e o partilhar desse dinamismo consolida nosso entusiasmo, suscita o interesse dos outros e nos leva a__q_uerer ir mais longe ainda. Citemos apenas as recentes publicações que o Movimento nos tem apresentado: "Cristo Caminha Conosco", "O dever de sentar-se", "O Dom de Deus", sem esquecer-nos do riquíssimo ,mate:r,ial que constituem as Cartas "Reunidos em Nome de Cristo''. Será que deixamos as verdades ali contidas penetrar verdadeiramente em nós, transformar-se em vida e, cohseqüeritemente, .e m atos?

Leda e Edson

·, . .... ... Casal Responsável d,o Setor ,d~ ~u~ de Fora. ~

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POR QUE CELEBRAR O ANO SANTO

De tema para reuniões mistas (inter-equipes) em Petrópolls.

Origens Bíblicas do Ano Santo

A idéia do Ano Santo é bíblica. Cada período de sete anos terminava com um ano sabático, no qual se deviam libertar os escravos, perdoar os devedores e deixar descansar a terra: "Ao comprares um escravo hebreu, ele te servirá durante seis anos, mas no sétimo sairá livre, sem pagar nada" (Ex 21, 2) ; "Durante seis anos semearás a terra e recolherás os produtos. Mas no sétimo a deixarás repousar" (Ex 23, 10-11) , E de 50 em 50 anos previa-se um ano jubilar (a palavra "jubileu" vem da trombeta que anunciava o começo do ·50.0 ano) : "Declarareis santo o qüinqüagésimo ano e proclamareis o perdão das dívidas para todos os habitantes do país. Será para vós um jubileu. Cada um retornará à sua propriedade. . . Ninguém prejudique o próximo ... Todos respeitem a Deus" (Lv. 25, 8 ss). Por estes textos, as idéias-chave do ano jubilar seriam: a)

Deus é o único proprietário de tudo {já que todas as compras perdiam a força. de 50 em 50 an'os).

b)

as coisas da ter ra não devem apagar o respeito (temor) que o homem deve a Deus.

c)

Ninguém nasceu para ser escravo para sempre.

d)

Há necessidade de mútuo perdão e !retorno à liberdade total .

. e)

Como conseqüência, o ano jubilar traz consigo a idéia de descanso (paz) e fraternidade.

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Origens Próximas do Ano Santo

Na Igreja Católica. o costume do Ano Santo começa em 1300, por decreto do Papa Bonüácio VIII, que estatui sua celebração de cem em cem anos. Mas já em 1345 o Ano Santo passa a ser celebrado de .50 em 50. E em 1470, o Papa Paulo 11 estabeleceu que fosse celebrado de 25 em 25 anos. Normalmente, o Ano Santo pressupunha a peregrinação a Roma, como símbolo do coração da Igreja e "retorno à casa paterna". Em 1500 instituiu-se o costume de "abrir a porta santa", que era uma porta a mais nas basílicas a serem visitadas. E isto com dois sentidos: um prático (melhor acesso e movimento), outro simbólico ("recorda este grande acontecimento: o céu abriu-se para a terra, o homem encontrou a porta através da qual pode entrar, em Cristo e com Cristo, no reino dos céus, isto é, na amizade e na paz de Deus" - João Paulo 11, 16-2-83). Por que 1983 é Ano Santo, se não é passagem nem metade nem um quarto de século? O Papa Pio XI, para comemorar 1900 anos da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo proclamou santo o ano de 1933. João Paulo 11 proclamou 1983 ano santo para celebrar 1950 anos daquele mesmo fato histórico, origem e razão de ser do Cristianismo. Por que Celebrar o Ano Santo?

Celebrar não é apenas recordar, repassar na memória. Isto nós fazemos com os fatos da história nacional ou com fatos de nossa vida pessoal ou familiar. Celebrar quer dizer tornar presente, fazer reviver, tornar atual. Assim, quando celebramos a Missa, tornamos presente o mesmo Cristo da última Ceia e da Cruz. De forma misteriosa, sem dúvida, mas verdadeira. E isto diferencia a celebração da Missa de outras comemorações religiosas e cívicas. "Celebrar o Ano Santo" é reviver, tomar presentes, trazer para dentro de nosso ambiente e encarnar em nossa vida determinados frutos da Redenção que Jesus nos trouxe por sua Morte e Ressurreição. Sobretudo: a)

Um novo relacionamento entre o homem e Deus (relacionamento de filiação, uma das maiores revelações do Evangelho) , baseado no amor.

b)

Uma r econciliação entre o homem e Deus, fruto necessário do amor, para que o novo relacionamento seja possível.

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E como consequencia: UID' novo' reia~ionâmento dos homens entre si ("Eu vos dou um novo mandamento: que · vos "ameis· uns ·aos outros assim como eu ·vos amei" .L J o l. 13, 34), '' · Em outras palavras, o Ano Santo nos ~ leva a viver as três di~ mensões que equilibram e tornam feliz o homem: a dimen'sã6 para Deus, a dimensão para o próximo,· a dimensão para dentrô de si mesmo (a própria consciência) . . c)

I

A Conversão •

'

I~

'..·, Essas três dimensões se exigem . simultanéamente, sem; qu~ tenha precedência. Não é. possíve~ ·amar a Deus serri amar o próximo. :N'em amar o próximo sem am~r..:se a si Ipesmq: Q~alquer hipertrofia de uma dessas . dimens9es desequilibra ., q homem. Santo é exatamente quem consegue o just.o ~qu'ilíbd~! Reconciliar-se com Deus exige a reconciliação com o próximó. Re:. conciliar-se com Deus exige a pacificação da própria consciência. Respeitar os direitos de Deus nos leva necessariamente a respeitar os.. direitos do próximo. No equilíbrio dessP,s três dimensões ; es~á todo o drama da existência humana. E proo~ar conscientemente es,s e equilíbrio é converter-se. Ainda ~m janeiro deste ano, . em carta aos bispos de todo o mundo, escrevia o Papa João Paul~: "Toda a vida humana apresenta-se como uma luta, muitas vezes dramática, entre o bem e o mal. Somente com o extirpar a raiz é que se pode alcançar uma eficaz reconciliação. Por isso a conversão pessoal a Deus constitui ao mesmo tempo o melhor camiJ;l-ÀO para se chegar ·a uma duradoura renovação da sociedade, dado que em todo ato de verdadeira reconciliação com Deus, m~­ diap.te a penitência, está intrinsecamente presente, com a dimen:. são pessoal, também a dimensão social" (25-1-83). . . A conversão é, pois, um passo normal de todo o cristão cons,. cierite. Nunca nos converteremos o suficiente. Estamos sempre caminhando para dentro de nós mesmos, para fora de nós em direção do próximo, e para o alto, para Deus. Esse caminhar consciente na busca do equilíbrio se chama conversão. É possível que algUém, para converter-se, deva r eforçar a dimensão para Deus.; ê possível também que, para converter-se, alguém tenha de rer forçar ou refazer a dimensão para o próximo; é possível que alguém, para converter-se, tenha de rever sua escala pessoal de valores. Isso no sentido do equilíbrio das três dimensões. O Ano Santo é um tempo privilegiado de conversão, o que traz consigo espírito de arrependimento e reparação. Isso produz reconciliação. E a reconciliação trará rna:ior comunhão. Esse caminho, para o cristão, é possível, porque deriva dos ensinamentos práticos de Jesus e, sobretudo, de seu exemplo. rie~uma

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A Graça Jubilar

No Ano Santo, a Igreja não só leva os cristãos à conversão, mas lhes concede também, em nome de Deus, a indulgência. Que é isso? Quando o homem peca, quebra alguma coisa do relacionamento com Deus. Quando o homem se arrepende e confessa o pecado, Deus perdoa. Mas fica sobrando o preço da coisa quebrada. Use preço a Igreja chama de pena. A indulgência perdoa essa pena. Logicamente, a indulgência pressupõe o arrependimento e o perdão do pecado. Por isso, a Igreja, antes de conceder a indulgência, pede a confissão. No Ano Santo, a Igreja concede, sob algtimas condições (con• fissão, comunhão, visita a d€terminada Igreja, recitação do Credo, oração pelo Papa e pela Igreja) uma indulgência plenária (chamada no Ano Santo de Graça Jubilar}, isto é, o perdão das penas que ficaram depois do perdão dos pecados. · E isso · para que o cristão, sentin,do a alegria do alívio de tudo quanto deve, cami-:nhe mais disposto e livre na procura do equilíbrio das três dimensões. Observe-se como isso retoma, embora já em outro nível, as razões do jubileu no Antigo Testamento. ' Maria, a Criatura Perfeita

Compreende-se porque o Santo Padre, nos seus discursos e documentos, desde que anunciou o Ano Santo, o associa sempre à pessoa de Maria, ·Mãe de Deus e Mãe da Igreja, pr'o tótipo do equilíbrio humano. As três dimensoes estão claramente. presen: tes no Magnificat, uma oração narrativa que conta o que se passou. com ela e como ela respondeu ao fato , e o que continua acontecendo em cada povo, no campo espiritual e social; abrangendo o passa:. do, o presente e o futuro, o Magnificat é um resumo da caminhada do homem dentro da história da salvação. Quando o equipista reza diariamente o Magnificat, não está rezando apenas a oraçãQ de Nossa Senhora, mas está rezando sua própria história, sua ca;minhada de conversão, seu esforço de equilíbrio · para Deus, para o próximo e para si mesmo. E está contemplando · (I'! celebrando) a Virgem de Nazar~ como um exemplo de equilíbrio humapo e do que é capaz de produzir a Redenção que o Cristo trouxe, quando a pessoa tem uma abertura consciente e receptiv!'l para Deus e para o próximo. · Frei Clarêncio N eotti, ofm. Conselheiro Espl.ritual do Setor A de Petrópolis

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O QUE RESULTARA DO ANO VOCACIONAL?

Mais dois meses e chegará ao fim este ano dedicado pela Igreja do Brasil às vocações. Antes que esta página seja virada, valeria a pena cada um refletir no que resultou disto tudo. Este grito de alerta de toda a Igreja obteve ressonância? Estamos hoje mais convencidos de que precisamos cuidar melhor de nossa vida cristã, porque a "vida gera a vida" e se tantos se mostram surdos ao chamado de Deus é porque a vida cristã de muitos deixa a desejar? Há um lugar nos projetos voe acionais dos nossos filhos para a vida religiosa ou esse item não consta das conjecturas deles e :r.ossas? Afinal, nosso lar pode ser considerado o "primeiro e melhor seminário"? Vamos encarar com responsabilidade a reflexão que propomos e considerar também o que concretamente temos feito ou poderemos fazer para a manutenção dos seminaristas, não só materialmente como também possibilitando que alguns deles visitem nosso lar, beneficiando-se, na sua formação, desse convívio familiar. Finalmente, participemos conscientemente no sustento dos nossos sacerdotes e religiosos pela oração - mas também por ações concretas, a fim de que aqueles que dedicaram sua vida inteiramente a Deus sintam, através das atitudes dos que são objeto de seu ministério, a validade de seus esforços. Ecoem sempre em nossos corações as palavras de Frei Francisco, filho de Dilma e Miguel Orofino, ordenado em Julho último (cf. C. M. de agosto): ''A espiritualidade conjugal cultivada pelas Equipes fez desabrochar a minha vontade de servir a Igreja como o pai e a mãe serviram."

Dirce e Rubens -12-


A ASCESE UMA REFLEXÃO OPORTUNA

Embora seja uma das nossas orientações de vida, a ascese não é muito praticada em nossas equipes, principalmente porque mal entendida. São poucos os que atentam para a estreita relação que existe entre ascese e regra de vida, por exemplo. A. fase preparatória do Sínodo veio lançar nova luz sobre esse aspecto da asce&e na vida do cristão. Entre as "formas cotidianas de penitência", cujo objetivo é "reparar as conseqüências do pecado e cooperar na renovação do mundo inteiro", constavam do Documento preparatório não apenas o jejum e a esmola, a oração pessoal, mas também: a renúncia a si mesmo e a humildade, o domínio de si e o controle das paixões, o exercício da paciência - tudo isso é ascese. . . a livre aceitação das provas e dificuldades da vida dos sofrimentos e das enfermidades - também é ascese ... - o desempenho, "com fidelidade e diligência", das própTias tarefas - ainda é ascese ... Lembrando que o lar é "o lugar do perdão cotidiano", onde "as pequeninas iniciativas de reconciliação nos pormenores da vida cotidiana" nos preparam para as grandes tarefas da família no mundo de hoje, o Documento apontava outro campo para a ascese na vida familiar: "educar para um estilo de vida· simples, com o qual se exprimam as bem-aventuranças da pobreza, da misericórdia e da benignidade". A fidelidade à oração conjugal e familiar também é uma forma de ascese: "Em suas fórmulas singelas, a oração em comum e a fervorosa liturgia doméstica parecem muito úteis para celebrar na vida familiar o Evangelho da reconciliação, para fomentá-lo pelo perdão mútuo e exercitá-lo nas práticas cotidianas de penitência, como ainda no verdadeiro diálogo entre as gerações" - diálogo esse que constitui em si uma forma de ascese, pelas di .. ficuldades que comporta e a importância de que se reveste. -13· -


POR QUE DAR GRAÇAS A DEUS?

Jesus, em seu evangelho, nos ensina a sermos gratos. Aliás, se houve queixa em seus lábios foi a respeito da ingratidão dos homens: "Não eram dez os que ficaram purificados? Onde estão os outros nove?" (Lc. 17, 17). E aquele único que voltou para agradecer era um samaritano: rejeitado pela sociedade. Então eu me pergunto duas coisas: - Por que dar graças a Deus? - Por que um dia especial para agradecer? E reflito. Agradecer é uma questão de hábito; é uma atitude qne devagar vai sendo incorporada à pessoa, atitude esta que brota de dentro para fora e aos poucos se vai tornando uma necessidade. Há pessoas que só costumam agradecer grandes favores, grandes graças recebidas. Nós temos, todos os dias, o dia todo, mil cnisas a agradecer a Deus. Desde de manhã, ao nos levantarmos, agradecer por mais um dia. Agradecer pela natureza, plantas, animais: aquele passarinho cantando, o sol que brilha, a chuva que cai. . . Agradecer o café da manhã, as refei~ões que nos alimentam o corpo. Agradecer a ocupação que temos, os amigos, as pessoas com que convivemos. Será que nos lembramos de agradecer o dom da vida? Agradecemos os outros dons que recebemos da bondade de Deus? E são tantos ... Será que nos lembramos de agradecer a Eucaristia, esse dom gratuito de Deus que nos alimenta o espírito, nos fOTtalece e nos torna irmãos? Agradecemos a sua Palavra de Verdade, os l':acramP.ntos, os sinais de salvação que Ele nos dá gratuitamente? E as nossas provações, os nossos revezes, temos a coragem de agradecer? Se Deus nos dá provações, é pOTque nos ama e quer a nossa santificação. Para nós é dificílimo entender isto; talvez seja até impossível. Mas Deus caminha conosco também nas provações e devemos agradecer por isso.

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E a misericórdia de Deus? Louvemos e agradeçamos a misericórdia divina, fruto do Seu infinito amor! Feliz de quem já <'xperimentou a misericórdia de Deus e sentiu o seu alento. Agradecer, agradecer, agradecer. É preciso nos abrirmos à contemplação do amor gratuito de Deus. O homem de hoje precisa descobrir o sentido do receber para abrir-se ao agradecimento. A ação de graças não é um simples reconhecimento humano, mas um ato de fé.

Que o "Dia Nacional de Ação de Graças" não seja apenas um dia para que a gente se lembre de agradecer, mas sim um momento forte de agradecimento dentro de toda uma atitude diária neste sentido. "Por tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus" (1 Tess. 5, 18). "Demos graças a Deus porque Ele é bom! Sim, para sempre é seu amor!" (SI. 117)

Diana Cury Equipe 10 de São Carlos

o

Senhor, Vós que tanto já nos destes, dai-nos uma coisa mais: um coração agradeddo.

George Herbert

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OBRIGAR-SE, ..

(Da

Carta francesa)

Há dois anos tenho a alegria de partilhar .a vida de uma Equipe de Nossa Senhora: Çonvidado . a dar as minhas impressões de recém-chegado no movimento, tenho perfeita consciência das suas limitações, mas dou-as de boa vontade, pois esta experiência fez-me descobrir as riquezas de um movimento demasiado ignorado. Através das reuniões mensais, que eu vejo chegar com prazer, foi-me necessário descobrir o espírito deste movimento, familiarizar-me com a "giria" interna e digerir a noção de "meios de aperfeiçoamento" ... (1 ) em suma, todos os meios propostos para permitir ao amor humano assumir-se como "caminho de santidade". Interessado e ao mesmo tempo surpreso, vivi as reuniões num ambiente de amizade e de simplicidade que faz qualquer recém-chegado sentir-se à vontade. Depois da refeição, é o moment o do por-em-comum e da Palavra de Deus: preparada por cada um, esta coparticipação é um momento privilegiado para o encontro pessoal com Cristo: também aí todos se sentem a vontade. Vem a seguir a partilha dos meios de aperfeiçoamento. Sente então como que uma ligeira flutuação ... ai! Incomoda constatar que, mais uma vez vai ser preciso repensar seriamente nossos compromissos para o próximo mês! Estamos sendo fiéis a essas pequenas coisas; não estamos sendo? Será isso o essencial? Rapidamente a partilha desemboca no tema de estudo - e agora respira-se mais descontraído ... Contudo, eis que, observador atento, eu me interrogo: dever de sentar-se, de rezar, de se alimentar com a Palavra de Deus - isto não é algo específico das Equipes de Nossa Senhora! São coisas minhas, de todo cristão! Tentem fazer voar um avião sem escala técnica; fazer ·um carro andar sem, de tempos em tem(1) Os atuais "pontos concretos de esforço".

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pos, o levarem à oficina para uma reVIsao, verificar seu estado, calibrar os pneus, que puxam para a esquerda ou para a direita. Tentem construir a sua casa sem verificar os alicerces, sem cavar até a pedra! Fiéis a estas pequenas coisas? "Bom e fiel servo, foste fiel em poucas coisas, confiar-te-ei muitas". Trata-se de sermos o nosso próprio mecânico, o que vela pela sua máquina, o que tem tempo de fazer o diagnóstico! Mas falta sempre um instrumento, o conhecimento desta ou daquela peça, a ajuda de alguém ... O movimento das Equipes de Nossa Senhora oferece, parece-me, este apoio para conservar-se na boa direção - ajudar-se mutuamente para progredir no amor de Deus, do cônjuge e dos outros. O espírito que o anima pretende ser reflexo do EspÍTito que santifica. Não serão os meios de aperfeiçoamento essas etapas na viagem que nos obrigam a meter o nariz na nossa própria vida? Meios, sem dúvida, mas "sinais tangíveis" que permitem verificar a nossa fidelidade ao movimento - melhor, ao próprio Deus -, evitando que se criem ilusões. O movimento não se confunde, por certo, com os meios de aperfeiçoamento. Mas, para amar como Ele nos amou, haverá outro caminho que não o de dar a vida pelos amigos?

Pe. Bernard Boussaud

o

J\ santidade não é uma. virtude, nem são as tuas virtudes. A santidade não são as tuas mais excelentes qualidades, teus mais heróicos sacrifícios, tua perfeição . . . A santidade sou eu, Deus, presente em ti, homem.

MARIE-NOEL

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DIVULGANDO O M~TODO BILLINGS Já ouvíramos falar do trabalho do casai de médicos equipistas de Manaus. MMi.a Auxillum e Júlio Torres, na divulgação do método Billings. Quando soubemos que Maria Auxüium estava em São PaUlo, participando de um simpósio no Hospital das Clínicas, Maria Enid procurou entrevistá-la. Maria Auxílium é jovem ainda, alegre e profundamente religiosa. Foi cursilhista. e perten,ce, há oito anos, à Equipe 2 de Manaus. Tem quatro filhos, de 14 a. 9 anos. l!: médica pediatra e seu marido é ortopedista.

. !C.M. - Maria, como foi que você começou a se interessar pelo método Billings? M.A. - Eu já o conhecia através de um livro quando, em 1979, fui a Itaici fazer um curso com a Irmã Maria José Torres so'bre os diversos métodos de planejamento familiar. Já me preocupava com isso por causa do nosso Curso de Noivos. Achava que, se não se desse aos noivos uma boa base neste assunto, eles teriam n1ais dificuldade em aprender mais tarde um método natural, recomendado pela Igreja.

Em 1980, levamos Madre Torres para Manaus, num Congresso de Leigos, e daí formamos uma equipe especial para os Cursos de Noivos. C.M. -

Vocês só trabalham com o curso de noivos?

·' M.A. -Não. Fazemos palestras também em comunidades, colégios e paróquias. Todas as quintas-feiras à noite, recebemos em nossa casa todos aqueles que desejam aprender o método. Entre eles vêm muitos casais protestantes, casais com alguns anos de casados, médicos, e também casais recém-casados saídos do curso de noivos e que porventura ainda tenham algumas dúvidas. É mais fácil trabalhar com noivos, que estão cheios de amor e de boa vontade em cooperar para o bem-estar da esposa, eviJ tando os métodos que vão prejudicar a sua saúde. Começam então a vida matrimonial buscando a harmonia sexual por meio do método natural. Com a vivência da abstinência periódica, valorizam a união espiritual e afetiva do casal e a própria vida sexual, que se torna mais profunda e santificante. A responsabilidade a dois no método Billings leva à saúde física e psíquica. Para uns é fácil, para outros, difícil, mas é sempre possível para aqueles que querem algo mais no amor!

!C.M. - O que vocês respondem quando alguém objeta que a abstinência da mulher nos dias férteis, em que a naturE'za a preparou para a relação, pode deixá-la frustrada? _._ 18-


M.A. - É o contrário que acontece: elevando-se da posição de objeto, a mulher se valoriza! A abstinência sexual nos dias férteis faz o casal descobrir a grandeza do próprio amor. Só experimentando para sentir a alegria que traz! Aliás foi o que fizemos ... embora não precisássemos, uma vez que tive de ser operada alguns anos atrás. Vivendo o método, estaríamos mais aptos a falar dele com convicção, baseados na própria experiência! E podemos testemunhar que muita coisa melhorou entre nós: o diálogo, a sexualidade atingiram pontos mais altos. Hoje, após dois anos, reconhecemos o quanto está sendo bom para nós e também para orientar nossos filhos e outros jovens. C.M. Billings?

Qual tem sido, na prática, o resultado do método

M.A. - Com ele é possível planejar naturalmente a família, com eficiência de 98% -quando bem aprendido antes de ser posto em prática. E sem necessidade de outros meios que tendem a diminuir a beleza da sexualidade humana. É um método que ainda tem a vantagem de estar ao alcance de todos: até pessoas simples, sem nenhuma instrução, o aprendem rapidamente e o praticam com êxito. C.M. -Muitos jovens questionam a validade de a Igreja intervir em assuntos de métodos de planejamento familiar ... M.A. - É que o exemplo começa em casa! Qual a idéia que nossos filhos têm da nossa vivência sexual? Como poderemos esperar que sejam bons sacerdotes, bons maridos, boas esposas, filhas e filhos castos, se nós, pais, não sugerirmos a eles as orientações da Igreja sobre a sexualidade? Ou será que somente neste ponto não nos convém seguir a Igreja? Veiamos nos documentos "Humanae Vitae" e "Familiaris Consortio" qual a orientação da Igreja e, antes de nos revoltarmos, procuremos compreendê-la e tentemos vivê-la! -

Não é possível rezar com a Igreja, pela Igreja, e não crer na Igreja! Não podemos acreditar nas graças do sacramento do matrimônio e achar impossível viver a castidade conjugal e o planejamento natural da família! A sexualidade humana é bela, é nobre, é santificante. Aproxima-nos muitíssimo de Deus quando vivida em toda a sua dimensão. O esforço do casal em viver o método natural o torna apto, leve, maduro, para gozar de uma entrega total e profundamente gratificante para o corpo e para a alma. Para mim, isto faz parte do anúncio do Reino de Deus pela Igreja e deve ser propagado! 19

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O CASAL BILLINGS NO BRASIL

Por coincidência, a ent revista com Maria Auxílium foi feita algumas sema.nas a.ntes da chegada do casal Billings ao BrasiL Durante a sua visita a São Paulo, a Carta Mensal ouviu as exposições dessa dupla extraordinária de médicos e cristãos. A disposição Invejável para a sua idade (enfrentaram uma verdadeira maratona) , a simplicidade dos dois (a.final, são figuras mundialmente conhecidas), a sua clarividêiiiCfa (têm uma visão quase que profétka do problema, a sua fé (Deus sempre aparece de alguD)a forma nas suas colocações - aliás soubemos que são de comunhão diária) - aliadas à impresr.ionante segurança com a qual enfrent am qualquer pergunta, fazem do Dr. •Tohn Billings e da Dra. Evelyn 11IDl casal verdadeiramente carismático. Magda, que assistiu a duas das palestras públicas e conversou com o casal depois, conta:

Apesar de já conhecer o método, fiquei impressionadissima com suas explicações. A tranqüilidade e segurança que transmitem é incrível. Sente-se que não é somente baseada em dados cientificamente comprovados, mas também na convicção de estarem prestando um inestimável serviço à saúde e ao amor. A segunda palestra (a primeira foi para instrutores de periferia) era para médicos e enfermeiras, na Escola Paulista de Medicina. A propaganda fora mínima, o local bastante escondido: um pequeno anfiteatro atrás da biblioteca, no 8.0 andar. Só mesmo quem estivesse m uitíssimo interessado conseguiria chegar lá. . . Pois fiquei em pé o tempo todo, e assim como eu muita gente - prova de que, ao contrário do que se poderia pensar, há um interesse muito grande por parte de médicos e enfermeiras, principalmente jovens. "É comum ouvir que o método não é seguro, disse o Dr. J ohn Billings. Há inclusive todo um trabalho por parte de organizações internacionais visando desacreditá-lo, por entrarem em jogo interesses econômicos das empresas que fabricam anticoncepcionais. Quando um médico que não conhece o método nos diz que ele não é seguro, temos que responder: "O sr. me desculpe, mas não

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está bem informado, porque o método é -muito seguro! Se o casal seguir à risca as regras, a taxa de sucesso é pelo menos igual à da pílula ou da laqueadura!" Foram feitas perguntas muito importantes. Por exemplo: "É possível seguir o método quando uma mulher tem problemas crônicos de corrimento?" - "Naturalmente, devemos tratá-la, mas ela consegue assim mesmo distinguir o muco fértil do corrimento patológico, assegurou a Dra. Evelyn. A maioria das mulheres que participaram do teste da O.M.S. tinham um corrimento constante e mesmo assim conseguiram detectar o seu período fértil." E o Dr. John acrescentou: "As mulheres são muito mais inteligentes do que nós, médicos, imaginamos ... " "A mulher de um alcoólatra poderá convencer o marido a se controlaT?" foi outra pergunta. - "Aí reside realmente um problema, mas com amor tudo é possível. Aliás, muitas vezes o ma· rido bebe porque a mulher o repele ... No momento em que ela perder o medo de engravidar e mudar sua atitude para um acolhimento carinhoso, ele poderá até mesmo se curar do vício da bebida. O método faz um apelo ao que há de melhor em cada um, e temos visto muitos casos em que a mulher chega a transformar o marido!" O Dr. Billings mostrou-nos uma fotografia extraordinária: o momento exato da ovulação! Ele acompanhou passo a passo as observações de uma paciente e, pelo processo de ultra-som, conseguiu fotografar toda a evolução dentro do seu organismo; no dia em que ela disse sentir que o muco estava mais escorregadio, ele foi fotografando, até que precisamente às 19 horas e 10 minutos ocorreu a ovulação. . . Assim ficou comprovada cientificamente a relação entre o padrão do muco e a ovulação, que constitui a base do próprio método. "Quem tiver olhos, veja!"

No fim da palestra, perguntei à Dra. Evelyn: "O que a senhora me diz da objeção que alguns psiquiatras fazem aos métodos naturais quando dizem que eles são anti-naturais uma vez que a libido da mulher aumenta na época fértil e diminui na época infértil? O fato de ela seguir o método Billings não poderá ser causa de uma futura frigidez?"- "Esta idéia é altamente falsa. As mulheres não são como coelhos! Existe uma enorme variedade de reações, inclusive há mulheres que se sentem muito mal na época da ovulação (enjoam, têm enxaqueca, cólicas) e portanto não sentem um aumento de desejo sexual nesta fase. Logo, não se deve associar um aumento da libido com a ovulação: ela depende tanto de fatores psíquicos quanto físicos. O que deve realmente existir é um esforço conjunto por parte do casal para enriquecer seu relacionamento e buscar nos dias de abstinência outras formas para manifestar o seu amor."

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Impressionaram-me também as palavras de um instrutor, no fim da palestra anterior. Ele contou estar praticando o método há 6 anos e afirmou ter comprovado seus efeitos sobre a própria união conjugal, trazendo mais harmonia, e ser inclusive esta uma das razões pelas quais "desfraldamos esta bandeira". Disse que desejava ((agradecer pela alegria que sentimos quando um casal nos procura para resolver um problema de controle da natalidade e, por trás, encontramos uma série de problemas de desajustamento conjugal, sabendo que, depois, todos os problemas vão se encaixar e o casal não só vai encontrar a solução que veio buscar, rr~as também a harmonia conjugal." Não há dúvida que John e Evelyn Billings foram abençoados e designados por Deus para abrir um novo caminho de luz e amor na vida dos casados. Uma afirmação que ouvimos deles traz muita esperança: em todas as partes do mundo onde eles estiverem, descobriram que existe muito mais amor verdadeiro entre homens e mulheres do que se pensa.

Acabam de sair dois livros sobre o Método Billings, pe:.as Edições Paulinas. Um é bastante técnico - "Controle da natalidade pelo método da ovulitção", de Meroedes Arzú Wilson -, recomendável mais para médicos; tem muitos gráficos e magníficas ilustrações sobre as diversas fas es do muco. O ·o utro é da Dra. Evelyn Billings em colaboração com Ann Westmore: "O métollo Billings - Controle da. fertilidade sem drogas e sem dispositivos artificiais". Este é de fácil J.eiturn e muito esclarecedor: responde a todas as perguntas que se possa querer fazer. ~ uma obra completíssima, em apresentaçãK:> muito a;cessível. Com capítulos sobre amamentação, menopausa, dificuldades para conceber, é útil em todas as faixas e em todos os casos.

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JOVENS APONTAM ESFACELAMENTO DA FAMILIA

Aproveitando os tempos fortes da IgreJa, os equiplstas do Setor de Mogi das Cruzes vêm desenvolvendo, há vários anos já, um apostolado sistemático pela imprensa escrita. O artigo que segue é um dos vários publicados por ocasião da Semana da Familia 82. Foi escrito pela Olg·a, da Equipe 9, sob o titulo "A familia na sociedade atual".

Trabalhos realizados com um determinado grupo de jovens estudantes do curso noturno, na faixa etária de 17 a 2{) anos, vêm confirmando os grandes problemas vividos pela família de hoje, ressaltando suas desastrosas conseqüências. Citam eles, e alguns por experiência própria, o esfacelamento da família, célula-mater da sociedade. Muitos escrevem em autênticos desabafos pessoais. Outros, da convivência com amigos, colegas, vizinhos, que com eles partilham suas dores. Percebe-se que alguns dos problemas começam quando aquelas coisinhas pequeninas que andavam traquinando pela casa alcançam a idade de 15 a 16 anos. Iniciam-se aqui os reclamos contra a mesada que é pouca, contra a falta de roupa para estrear nos fins de semana, quando há em casa a menina-moça; quanto aos rapazes, a exigência de sair guiando o carro embora não se tenha habilitação é uma constante. Por outro lado, sentem falta da comunicação familiar, do diálogo, que se vem tornando cada vez mais raro em casa. Eles próprios apontam as causas. Ora atribuídas à ausência total dos pais, motivada pela necessidade do trabalho fora do lar, ora ao

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fechamento e resistência a uma abertura franca e de interesse relativo a cada idade. O que se conversa é apenas o trivial, aquilo que está ligado somente à sobrevivência material e nada mais. Muitos já se consideram estranhos na própria casa, pois alegam que os pais não os conhecem. Há entre eles alguns que anseiam pela liberdade total, embora admitam que isto possa levá-los à própria morte. O que também os aflige é o fantasma atual do desemprego, pois sabem que há famílias passando dificuldades e até fome. Entl·e aqueles que trabalham, percebe-se a expectativa dolorosa de uma possível dispensa a cada dia que passa. Os que ainda não têm emprego sentem-se desanimados, não podendo demonstrar, como eles próprios dizem, o seu valor, as suas possibilidades. Começam a questionar se valerá a pena continuar lutando, se haverá solução para esse caos. A par desses problemas, há outros que ferem a sensibilidade de qualquer cristão. É a revolta, a tristeza daqueles cujos pais e:::tão em constante desarmonia, e muitas vezes por motivos tolos, porém suficientes para acabar com a paz familiar ou ainda irem ~e destruindo lentamente. Há aqueles que procuram disfarçar a dor que sentem, mesclada ora ao ódio, ora ao amor que "curtem" por um pai ausente ou pela mãe que os abandonou. Frente a esses depoimentos verdadeiros, que faremos nós, os adultos, responsáveis diretos por esta geração que aí está, pronta para se atirar à droga, ao jogo, ao abuso sexual, aos seqüestros e até à própria morte?

Uma professora

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CURSO DE NOIVOS NA ORIGEM DE LIVRO

Acabamos de tomar conhecimento do último livro de Frei Hugo Baggio: "Para que o amor permaneça", publicado pela Editora Santuário (Aparecida do Norte). No seu livro anterior, "Família, diálogo a três", o querido Conselheiro (em Petrópolis, Guaratinguetá e agora Niterói) se inspirava muito no dever de sentar-se. Na origem deste seu último livro está um pedido dos equipistas e outros casais responsáveis pelos Cursos de Noivos de Aparecida e Guaratinguetá para que desse corpo ao esquema novo que haviam elaborado. Explica Frei Hugo: "Dando um rápido olhar para o esquema, sentimos um apelo e uma tentação de aceitar o desctfio e transformar o esquema em forma de livro, para que houvesse assunto bastante para que os que deveriam dar as palestras. A medida que fomos trabalhando, fomos dando o resultado aos encarregados que, lendo e estudando, aprovaram e nos animaram a prosseguir." Na primeira pagma, o livro traz o seguinte crédito: "O roteiro básico deste texto é fruto de um ano e meio de encontro dos casais que, na Arquidiocese de Aparecida, orientam os cursos de preparação para o casamento." O próprio D. Penido, Arcebispo de Aparecida, escreve na apresentação: "Espero que a todos seja útil, mas para os cursos de noivos da Arquidiocese de Aparecida será texto obrigatório (grifo nosso). O assunto foi amplamente estudado em memoráveis encontros dos que dão os cursos de noivos com nossos párocos e sacerdotes, notadamente os conselheiros espirituais das Equipes de Nossa Senhora." Além do objetivo próprio- servir de roteiro para os que dão os cursos -, Frei Hugo lembra que será útil também aos noivos, "que poderão ler, depois, e juntos assimilar melhor" aquilo que ouviram e talvez não chegaram a gravar. Serve também para casados, "sempre sujeitos a desgastes e precisados de reformulações e encorajamentos". O livro não tem a pretensão de ser completo: para não tornar a obra volumosa (o que iria encarecê-la) , foi deixado de fora tudo quanto se relaciona com fisiologia sexual, paternidade responsável, etc. Todos já conhecem o estilo de li'rei Hugo: uma linguagem simples, que torna seus livros acessíveis a qualquer público. Parabéns, Frei Hugo. E muito obrigado por esse instrumento de trabalho que acaba de colocar nas mãos de quantos se dedicam ao apostolado junto a noivos, e também junto a casais. -25-


APOSTOLADO

AS EQUIPES "AQUI DE CASA"

A história de um núcleo fraterno e dinâmico, equipes profunda.mente engajadas na vida. paroquial, num bairro do Rio de Janeiro.

Éramos equipistas da 46/D quando foi realizado, em 1978, o 1.0 Encontro de Casais da Igreja de Santo Antonio de Agua Santa. Vislumbramos então a possibilidade de expandir o Movimento na comunidade em que moramos. Desse Encontro surgiu uma equipe, a 60/D, que fomos convidados a pilotar. Acreditando que a proximidade geográfica seja um fator importante na integração de núcleos em formação, terminado o período de pilotagem pedimos para nos desligarmos da nossa equipe de base (não no carinho, logicamente) para nos dedicarmos melhor à expansão do Movimento aqui na nossa comunidade da Agua Santa. Com o sim de Aparecida e Silvério, então nossos Responsáveis de Setor, pudemos pilotar também a 63/D e, depois, a 68/D. A graça de Deus atuou nessas sementes lançadas e hoje temos cinco equipes, com casais que vibram com o Movimento e realmente se sentem vocacionados para o que ele nos propõe. São equipes que se caracterizaram por uma vivência fraterna muito grande e pelo engajamento nos diversos trabalhos paroquiais. Os nossos Conselheiros Espirituais, Padre Raimundo e Padre Camilo, são aqueles irmãos mais velhos que nos acolhem com o amor dos que abraçaram por inteiro seu sacerdócio. Não são padres que vêm à nossa reunião uma vez por mês simplesmente para acompanhá-la: pertencem mesmo à nossa família e são responsáveis pelo nosso ·crescimento no amor. Muito nos têm ensinado, não só através de suas palavras, mas principalmente com suas atitudes e sua presença constante entre nós. No nosso entender, o Conselheiro Espiritual deve se sentir parte integrante da vida de uma equipe e também poder partilhar com ela suas preocupações, alegrias, doenças, enfim, sua própria vida. Com casais saídos dos Encontros, lançamos ainda várias pré-equipes. Já estamos na terceira. Pré-equipe é um ano de catequese para valer: estudamos "O evangelho de São Mateus expli-26-


cado" (Ed. Paulinas) e "A construção do matrimônio", do Frei Almir, e como meios de aperfeiçoamento damos a participação na missa dominical e a leitura de um capítulo do Evangelho durante o mês. Surgiu a idéia de uma equipinha para nossos filhos e Padre Raimundo muito nos incentivou. Dois jovens, filhos de casais da 60, se propuseram, com sua assistência, a conduzi-la. Esses jovens ugora vão casar-se em fevereiro, e foram substituídos por um casal da 63. A terceira equipe também sentiu a necessidade de uma equipinha e esta ficou a cargo de um dos casais da 68. Não damos detalhes sobre o funcionamento dessas equipinhas, pois a Carta Mensal já publicou um artigo sobre elas (1). Como resultado do artigo, aliás, Ana Maria e Sérgio foram procurados por um casal de Santos, ao qual já mandaram o complemento de in· formação e material solicitados. Nossas noites de oração surgiram da dificuldade encontrada pelos casais quanto à oração conjugal e familiar. Cada equipe programa uma noite de oração por semana, em: rodízio de casas, com os filhos. O casal anfitrião prepara os cânticos e o tema, fazemos orações espontâneas, rezamos juntos pelas intenções da comunidade e, ao final, um simples cafezinho. Na 2.a quarta-feira de cada mês, uma das equipes prepara, junto com seu Conselheiro, uma noite de oração a ser realizada na paróquia e para a qual são convidadas todas as equipes e a própria comunidade paroquial. Encontramo-nos sempre, é claro, nas missas de domingo na paróquia. No terceiro domingo de cada mês, os casais equipistas coordenam a missa destinada a todos os casais da paróquia, missa essa seguida de ammada confraternização. Dois dos nossos casais fazem parte do Conselho Paroquial, um casal coordena os Cursos de Batismo, outros estão nas equipes de catequese, de liturgia. Outros ainda trabalham no Encontro de Casais, com os vicentinos, etc. A grande novidade é o Curso de Noivos- ou melhor, a preparação dos noivos para o casamento, pois, entusiasmados com a experiência realizada em Araraquara (cf. Carta Mensal de maio), entramos em contato com Lenice e Luiz, que nos enviaram todo o material, inclusive bibliografia de apoio. Aliás, desejamos consignar aqui, de público, nossos agradecimentos!

Cl)

"O futuro hoje na Agua. Santa - Uma experiência diferente de catequese" - C. M de agosto de 1983.

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O Padre Camilo, nosso vigário e Conselheiro das Equipes 73 e 75, achou a idéia maravilhosa - "se vocês estão dispostos, vamos em frente!" - e ele mesmo encarregou-se de explicar aos noivos o novo sistema. Por enquanto somos cinco casais, das cinco equipes, acompanhando cada um um par de noivos. A primeira reunião é na paróquia, e também a última, quando, com o auxílio de uma enfermeira formada, é apresentado o método Billings e são passados os slides ''Em defesa da vida". Depois o padre dá a doutrina sobre o sacramento. Embora não tenhamos traquejo neste trabalho, achamos que os noivos lucram muito, principalmente com a nossa convivência familiar. E já estamos pensando na perseverança ... Por falar em perseverança, estamos organizando um Re-encontro, com o objetivo de "re-pescar" os casais de Encontro que não perseveraram. Seis casais equipistas formaram um núcleo, com o Pe. Camilo, e teremos em março um domingo inteiro, com palestras e grupos de coparticipação. Nas férias, costumamos realizar reuniões informais e até passamos, as equipes 60, 63, 68 e 73, junto com os filhos, os quatro dias de um feriado prolongado no Seminário São José, em Itaipava. Foram conosco nossos Conselheiros, um bebê de 10 meses e um jovem noivo- ao todo, 104 pessoas! Além da parte recreativa, tivemos muita oração e uma palestra seguida de debate em grupos. Realizamos, também em Itaipava, uma festa junina, da qual participaram, além das cinco equipes e seus filhos, os colonos de lá. No último Natal, fizemos uma festa para as meninas do orfanato "Educandário São Pedro de Alcântara". Juntamos as equipes e pudemos dar às meninas uma mesa de pingue-pongue completa e objetos de uso pessoal, numa sacolinha de pano feita por nós, com o nome de <:ada criança pintado. Pela manhã, tivemos uma palestra sobre o Na tal, enquanto nossas crianças e as do Educandário brincavam sob o olhar das bondosas Irmãs. Em seguida, Padre Raimundo celebrou a confissão comunitária e a Santa Missa. Depois de uma deliciosa lazanha preparada com carinho pelas Irmãs, houve um teatro infantil, muito apreciado por todos, crianças e adultos. Foi realmente um domingo maravilhoso, em que tivemos a oportunidade de fazer de tudo um pouco, sentindo a alegria de servir. Como vocês podem perceber, apesar de o nosso mundo ser tão complicado, nossa vida tão atribulada, é possível desfrutar de um relacionamento comunitário baseado na fraternidade e na entre-ajuda. Só é preciso um certo despojamento da parte de cada um de nós. E se conseguimos realizar alguma coisa, é porque -28-


nossos Conselheiros são formidáveis. "Topam" todas as programações que propomos. São sacerdotes que realmente acreditam nos leigos! Assim, quando ouvimos algum pessimista dizer que a família está morrendo, podemos testemunhar que o Cristo deixou em nossas mãos a missão de renovar, a missão de evangelizar, e é isto que Ele espera de cada um de nós. Somos equipistas de Nossa Senhora, graças a Deus, e em nossas orações jamais esquecemos de louvar e agradecer por termos sido chamados, e por essa vibração, esse entusiasmo, serem continuamente realimentados!

Regina Lúcia e Cleber Equipe 60/D, Nossa. Senhora. da. Agua Santa, do Rio de Janeiro

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Depols disto, vocês talvez pensem que esse casal já está aposentado - ou que a esposa não trabalha ... Pols eles têm apenas 11 anos de casados, ele é engenheiro ·da. marinha, ela professora. de ensino médio e superior, fazendo mestrado de educação. Não têm filhos então? Têm, sim, três meninas ... Acontece que são desses casais que se preocupam com a qua.lidade do tempo passado em casa. a atenção, o diálogo. Fazem muita catequese com as filhas, oração e meditação. "Onde as meninas vão, diz a Regina, e:.a.s espontaneamente levam seu evangelho - inclusive convidam a todos para rezar com elas!" E acrescenta: "As pastorais da Igreja surgiram para suprir as deficiências da familia. Se esta cumprisse o seu papel, não haveria necessidade delas!"

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O. TERÇO ·r\JA . DOR TRAZ PAZ E ALEGRIA

O testemUnho que segue comprova. a. tese de João Moha.na. ("Descubra. o valor do terço") · sobre os efeitos do terço nas ho~as de . grande aflição (cf. C. M. de novembro de 1981> .

Mesmo com o coração sofrendo pela volta, tão inesperada, de nossa irmã Maria à casa do Pai, conseguimos nos reunir com seus familiares e outros irmãos equipistas para rezar o terço diariamente, até a missa de 7.0 dia. Pensávamos que não fôssemos conseguir rezar em voz alta, que nossa voz seria embargada pela saudade que já começara a ~e fazer presente em nosso coração. Mas a oração tem a força de transformar a dor em alegria e paz! Ronaldo. com seu terço nas mãos, demonstrava a certeza de que Maria estava na glória de Deus e também nos transmitia uma paz interior e uma alegria, feita de esperança e fé, através da cruz dolorosa que com ele carregávamos. Desde o início, foi grande o número de amigos presentes, e aumentava a cada dia, a tal ponto que no último dia a casa já estava pequena para acomodar a todos os que, mesmo sofrendo a dor da separação física, rezavam e cantavam, louvando a Deus e a Maria Santíssima, por acreditarem na Ressurreição. O ambiente não era de luto, mas de paz e alegria, porque o testemunho de vida que Maria nos deixou foi todo baseado no evangelho: uma vida ·dedicada a Deus, à família e aos pobres. Seu espírito de humildade e otimismo continuará sendo para nós uma fOTça e um estímulo na caminhada para o Pai. Salete e Guerino Equipe 4, de Jaoare1

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NOTíCIAS DOS SETORES fORTALEZA -

Curso de. pilotos · e ligações

Durante: sua visita .ao Norte e Nordeste, Mary-Nize e Sérgio, além de instalarem a Coordenação (cf. C. M. de outubro), deram um curso para casais pilotos e de ligação. . Escrevem Maria e Sérgio, da Equipe 2: "Participaram casais das Equipes 1, 2 e 3, além dos futuros equipistas das equipes 4 e 5, e o Pe. Luiz Gonzaga, Conselheiro da 1 e da 3 e pároco da Igreja de Santo Afonso, mais conhecida como "igreja redonda", pelas suas linhas arquitetônicas. Os conhecimentos trazidos pelo nosso Responsável Regional deram-nos a real dimensão das E.N.S. Com simplicidade, alegria, amor, aliaram à doutrina testemunhos preciosos, no que foram auxiliados por Olga e Luiz, seus companheiros de equipe no Rio." O curso culminou com a celebração da Missa das Equipes, dedicada à comemoração do Dia dos Pais e, em especial, à solenidade de instalação da Coordenação, com a investidura de Marília e Franzé como Tesponsáveis. O ato litúrgico foi presidido pelo Cardeal Lorscheider, Arcebispo de Fortaleza. PORTO ALEGRE

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Idem

A pedido dos Responsáveis de Setor e com o objetivo de proJnover uma unidade de pensamento e ação por parte de todos aqueles que têm alguma responsabilidade na Região, Neri e João Carlos, Casal Regional, organizaram um curso para casais pilotos e de liga~ão. Dada em cinco terças-feiras consecutivas, teve a participação de 30 casais, pertencentes aos Setores A, B, C e D de Porto Alegre, mais 2 casais da Coordenação de Gravataí. Escrevem Maria Olívia e Luiz Carlos: "Estão de parabéns Neri e João Carlos, pela organização e pelo êxito deste curso, que foi de grande valia para o Movimento no Rio Grande do Sul." GRAVATAf- Mutirão

Realizou-se em Glorinha, mumc1p10 de Gravataí. no dia 25 de setembro, iniciando-se com a Santa Missa, presidida pelo Pe. Aluizio, Conselheiro Espiritual das duas equipes daquela comunidade. Escrevem Maria Judith e Hélio, a quem agradecemos a r.otícia: "Após a missa fomos recebidos no salão paroquial com um lanche preparado pelas equipes anfitriãs e em seguida demos início aos trabalhos, com uma oração e a palestra de João Carlos Pezzi, nosso Regional. João Carlos colocou brilhantemente as ri· quezas e a beleza dos meios de aperfeiçoamento, sem deixar de -31-


frisar a responsabilidade que temos diante de Deus por termos o privilégio de sermos equipistas. Seguiu-se o almoço comunitário, que transcorreu em ambiente alegre típico dos equipistas. Logo após o almoço, cada casal foi dialogar sobre a sua vida como casal à luz da palestra. Depois reuniram-se os casais por equipe, para refletir sobre como é feita a partilha na equipe, qual a maior dificuldade que a equipe encontra nos meios de aperfeiçoamento e o que de concreto irão fazer para se ajudarem. Finalmente, reunimo-nos em plenário para compartilharmos as conclusões das equipes. Na avaliação, os casais foram unânimes em dizer que deveríamos fazer mais mutirões de esdarecimentos como este, pois oferecem oportunidade de crescimento espiritual." SANTO ANTONIO DA PATRULHA- Trabalho com presidiários

As três equipes da cidade colaboram no apostolado iniciado pela Equipe 1 junto ao presídio local. Além de visitar os presos, levando-lhes um pouco de carinho e de amizade, organizam uma missa mensal. Fruto deste trabalho é a carta de um presidiârio que nos foi comunicada por Maria Olívia e Luiz Carlos, responsáveis pelo Setor Leste do Rio Grande do Sul: · "Queria, nesse 'momento, aproveitar a oportunidade, para tra zer essa pequena mensagem, a todos aqui presente. Eu quero apenas agradecer a todas aquelas pessoas que me czóudaram e continuam me ajudando e também em especial a um pessoa que não está aqui presente, Jesus, trouxe a mim esta humilde pessoa para preparar o mew caminho da salvação, por isso hoje estou muito feliz. Até a pouco eu era uma pessoa que não acreditava em nada, andava perturbado, só pensava em fazer loucuras, que só iam me trazer sofrimentos e tristezas, mas Jesus me salvou, porque a pouco tempo eu ganhei a coisa que eu mais esperava nesse mundo: "a minha liberdade". Quero nesse momento agradecer também a vocês e ao Padre que sempre tem nos ajudado, porque todos os meses tem rezado uma missa para nós e isso é muito importante, muito obrigado pelo carinho de vocês. as.) Camilo . Presídio Municipal de Santo Antonio da Patrulha, 29 6-83." JUIZ DE FORA -

Ano Vocacion.al

No sábado 15 de outubro os equipistas congregaram-se para participar da missa pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias organizada pelo Setor. Nos Encontros de Jovens programados este ano, está sendo abordado o tema "vocaÇjâes". As equi-32-


pes foram convidadas a fazerem uma vigília vocacional, de pre. ferência com os filhos. Quanto ao Boletim, vem enfocando o tema através de artigos e entrevistas "com pessoas que receberam di· ferentes chamados de Deus e a Ele deram o seu sim incondicio· nal". Só não foram reproduzidos nesta Carta um excelente artigo e a entrevista com um seminarista por absoluta falta de espaço: aguardem! -

Noites de oração

Vêm se generalizando nas equipes as noites de oração reali· zadas semanalmente. Em geral reza·se o terço, nas intenções de cada um, da comunidade e da Igreja. As Equipes 3 e 6 participam juntas, com o Pe. Fernando, da Hora Santa pelas vocações, todas as primeiras quintas-feiras. -

Equipinhas

Visando "servir de estímulo para que outras equipes programem um trabalho neste sentido, com o objetivo de inserir os fi· lhos na vida do Movimento", a Equipe 5 Tesolveu dar a conhecer, pelo Boletim, a experiência de uma primeira reunião de crianças. O roteiro que segue foi enviado previamente a todas as crianças: "Atividades: 1 -Surpresa; 2- Quem é Nossa Senhora; 3 Coroação de Nossa Senhora; 4- OrCZ~Ção espontânea; 5 - Pai Nos· .so; 6 - Canto: Oração de São Francisco; 7 - Lanche; 8 - Recreação. Esperamos que vocês se preparem bem para a reunião, cada um cumprindo a tarefa marcada. Esperamos vocês com mui· to carinho. As.) Tia Zezé e Tia Carolina." Para as crianças menores, a taTefa era trazer flores, coroa, véu, um retrato de Nossa Senhora, terço, e uma das crianças ficou encarregada de arrumar o altar para a coroação. Outra ainda ficou de copiar a oração de São Francisco e tirar xerox. Quanto à Equipe 9, deu início à "Equipe Mirim" que teve origem no "Encontro com Maria" (cf. C. M. de agosto) na granja de Astrid e Ribeiro. Foram convidadas 20 crianças, tendo como responsáveis uma menina filha de um casal da Equipe 12 e um menino filho de um casal da 8, sendo Conselheiro Espiritual o Pe. José Gaio. VALENÇA -

Notícias

(Do Boletim de Juiz de Fora) "Estamos empenhados na ex· pansão do Movimento aqui. Novos casais estão sendo informados, mas lutamos com dificuldades para conseguiT Conselheiros Espirituais, pois são poucos os padres em Valença. Somos atualmente 40 casais em 6 equipes.


• - • Os casais estão mt1ito- ~ngajados em atiyidad~s .-pl:l-storais. -~~ tamos trabalhando em Cursos de Noivos, c~~ encontros mensaj~ e dando o treinamento do l'l1étodo Billings. Erp. julho, estivemp,s em "missão de férias": trabalhando na -periferia, atendendo a, Je~ mas prioritários como paternidade responsável, diálogo conj).:lga;t. tóxicos, homoss~}!:ualismo, etc." Além do retiro, pregado por Frei Luiz Gonzaga da Costa, -tiveram um cursinho para casais pilotos e de ligação dado por Margarida e Agostinho e Teresinha e Jodalby, de Juiz de Fora. O curso constou de três .palestras seguidas de. reuniões de grupo para debates. NOVA FRIBURGO- Dia ~e aprofundamento .

Com a participação de Mary-Nize e Sérgio (Rio de Janeiro)', Lilian e Quadra e Marília e Mauro (Petrópolis), realizou-se um Dia de Aprofundamento, no qual foram abordados os seguintes assuntos: "Vocação", "Um caminho: as E.N.S." e "Vida de equipe". Os 22 casais presentes receberam uma mensagem de fé e esperança através da experiência dos casais visitantes e de seu entusiasmo pelas Equipes de Nossa Senhora. -

Com os noivos

Grande parte dos casais equipistas de Friburgo estão hoje par.;. ticipando dos vários movimentos da pastoral da cidade. No entanto, tem havido maior participação nos Encontros de Noivos, trabalho em que os casais se sentem à vontade para dar o seu testestemunho de fé, transmitindo aos futuros casais a experiência adquirida nos anos de convivência a dois. A participação no Movimento proporciona ao casal um treinamento especial para este tipo de apostolado. O Bispo diocesano. D. Clemente lsnard, tem incentivado os casais das Equipes de N assa Senhora a darem cada vez mais seu testemunho junto aos noivos. GUARATINGUETA- Vinte anos

No dia 25 de setembro, no Seminário Frei Galvão, os equfpistas de Guaratinguetá comemoraram os vinte anos da fundação do Movimento naquela cidade. Tiveram um dia de confraternização; que se iniciou com a missa em ação de graças, no final da qual foram homenageados os pioneiros, na pessoa de Ruth Arantes, hoje viúva, que com Walter foi· dos que iniciaram o Movimento, e de Regina e Eduardo, outro casal pioneiro, que muito batalhou pela expansão do Movimento, pilotando as cinco primeiras eq~i7 pes. · Após a Santa Missa, houve "vibrante" partida de futebol~ E.N.S. (pais e filhos) x Semináric;> (seminaristas .e sp.cerdotes) ,~

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34. =-·


Depois do almoço de confraternização, equipistas e seminaristas cantaram e brincaram, num clima de alegria e fraternidade, até o final da tarde MOGJ · DAS CRUZES ...- Convivência de jovens

Maria do Carmo e Paulo, da Equipe 2, escrevem: "Com o sol que retornou, generosamente, depois de 24 dias ininterruptos de chuvas, tivemos, no Sítio Betânia, nossa 1.a Convivência de Jovens, que participaram em número de ·34. Graças ao Cristo, pudemos irradiar para eles a alegria de vivermos juntos. Iniciamos com ensaios de cantos e fomos à capela para uns momentos de oração, o que nos preparou para receber o Sr. Nowak, da Escola de Pais, que, com visível entusiasmo e conhecimento de causa nos propôs o tema "O que é o amor". A seguir os jovens formaram cinco grupos para responder às perguntas: "O que é o amor?", ''O que é sexo e sexualidade?", "Qual o sentido do sexo?", ''Qual o objetivo do namoro?", "Porque namoramos?", "Porque os pais impõem limitações no namoro?" Após o tempo de lazer, os jovens foram convidados a fazer uma reflexão individual, tendo como texto de apôio "A família já era?" do Padre Aquino (cf. C. M. de dezembro-fevereiro 82/3} . No período da tarde, pudemos contar com a presença doPe. Claudionir, que, por ser jovem também, comunicou-se muito facilmente com os jovens sobre os temas: "O jovem na sociedade", "O jovem e a Igreja" e "O jovem na Igreja". Em seguida celebrou missa na capela. Como sugestão, os jovens apresentaram propostas de temas para a próxima convivência: "O jovem e sua participação na comumidade" e "Tóxicos". Este dia com os jovens nos trouxe muita esperança e a certeza de que nem tudo está perdido!" BAURU -

Terço no Seminário

Durante o mês das vocações, a equipe 10 reuniu-se, mais uma vez, com seu Conselheiro Espiritual, Pe. Pedro, para rezar o ter1;0 com os meninos do Seminário. "Foi uma alegria enorme, escrevem no Boletim, pois os seminaristas nos receberam tocando violão e batendo um papo amigo. Rezamos o terço, a ladainha de Nossa Senhora, entremeando com lindas músicas vocacionais. A emoção mais forte foi quando um dos seminaristas, talvez o mais novo, &gradeceu a nossa participação, dizendo: 'Vocês nos dão muita alegria pois, longe como estamos de nossa família, temos o conforto de ver em vocês aqui presentes os nossos pais tão distantes.' Após muitas músicas, entre elas a última composição do Hermó~enes, que foi muito elogiada, nos despedimos, com a promessa de um breve re-encontro.'' -35-


JUNDIAf -

Aprofundamento da fé e inserção na Igreja

O Setor pretende trabalhar durante o ano equipista em duas linhas: o aprofundamento da fé através da escuta da Palavra, celebrações e catequese- nas reuniões em todos os níveis; a inser~ ção na Igrerja, através da participação efetiva dos casais equipistas na Pastoral da Família da Diocese, da divulgação e estudo dos documentos da Igreja universal, nacional e local, e da participação dos casais na vida das paróquias. -

Organizando a Semana da Família (e outras)

O Setor designou Marisa e Fleury para representarem o Movimento na Comissão organizadora da Semana da Família, que contou ainda com mais dois casais equipistas. Devido à sua larga experiência na Pastoral Familiar, Marisa e Fleury foram também convocados para integrarem o grupo formado por D. Roberto para preparar uma campanha de esclarecimento sobre o aborto. Ainda participam de outro grupo, que estuda a problemática do namoro nos dias de hoje. Eis sem dúvida, um casal que assume integralmente a sua vocação apostólica. -

Equipes paroquiais e missa dos casais

A Equipe 14 vem trabalhando com o Pe. José Carlos na formação de equipes paroquiais dos Encontros de Casais. Já foram formadas seis equipes. Todo primeiro sábado do mês organiza a Missa dos Casais. -

Reuniões de oração (dos pais e dos filhos)

A Equipe 7 vem realizando reuniões de oração semanais, aos domingos. Sabedora de que a família é o primeiro lugar de catequese, a equipe programou com o Pe. Toninha reuniões mensais com as crianças. A Equipe 10, preocupada com o mesmo problema, está tentando reunir seus adolescentes para uma experiência mensal de oração preparada por eles mesmos, e está pensando nalguma coisa parecida para os filhos com menos de 11 anos. A Equipe 12, que realiza suas noites de oração mensalmente, dedicou a de agosto às vocações. "Aproveitou-se a riqueza da Carta Mensal de agosto para a preparação e meditamos os assuntos colocados e as palavras de João Paulo 11, analisando amplamente a nossa vida e a nossa vocação. Refletiu-se também a respeito de possíveis voca:ções dos filhos e fizemos um exame de consciência sobre o nosso posicionamento. frente à vocação sacerdotal e religiosa."

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LOUVEIRA- Mais inseridos, impossível

Além de serem responsáveis pela preparação para o casamento, as Equipes 1, 2 e 3 de Louverra também organizam, há um ano já, a Missa dos Casais, que se realiza no segundo sábado de cada mês. A participação das quatro equipes nos trabalhos paroquiais é muito grande, de forma que os equipistas vivem profundamente sua inserção na Igreja. Em maio (a notícia é um pouco Yelha, mas veio agora, com as demais), assumiram a coordenação do Mês de Maria nas igrejas de São Sebastião e do Sagrado Cbração de Jesus. Diariamente um casal se responsabilizava pela recitação do terço, precedida de entrada solene da imagem de Nossa Senhorn. Diariamente também, na hora da Ave-Maria, um (a) equipista transmitia uma mensagem através dos alto-falantes da Igreja de São Sebastião. Quanto ao mês vocacional, foi igualmente assumido pelas três primeiras equipes, que visitaram as capelas dos bairros e das fazendas, passando filmes vocacionais e dialogando com as pessoas. ARAÇATUBA- Retiro

Contou com a participação de 34 casais, sendo dois deles de Penápolis. "Foram dois dias de grande interiorização, escrevem Mariazinha e Duílio, face à profundidade com que o Pe. Clarêncio Gusson equacionou problemas de fé, problemas relacionados com o sacramento do matrimônio e com a educação dos filhos. Pe. Gusson mostrou que a fé é uma força criadora originada de Deus para que todas as criaturas possam gerar, "guardar, revelar e comunicar" Deus. Dois dias de total aproveitamento, num ambiente de verdadeira espiritualidade." SANTOS -

Dia de estudos

Participaram do Dia de Estudos organizado pelo Setor 32 casais. Escrevem Mailú e Oswaldo: "Na parte da manhã, Vania e Walter, responsáveis pelo Setor, fizeram excelente palestra sobre o casal equipista, sua participação nas E.N.S. e seu engajamento na Igreja. Depois os casais formaram grupos para debater sobre três perguntas: 1 - Entendemos o nosso movimento e os benefícios que nos oferece para melhoria de nossa vida de casal e familiar? 2 - O que impede nossa realização como casal equipista? 3 -0 que impede nossa realização dentro da Igreja como cristãos? Após o almoço, para o qual cada um trouxe o seu prato já pronto para ser posto em comum, houve um plenário muito proveitoso, com grande participação dos casais. A missa de encerramento foi celebrada pelo Conselheiro Espiritual do Setor, Mons. Ary Aguiar, que teve participação ativa em todos os trabalhos do -37-


dia. A parte litúrgica foi carinhosamente preparada por Renée e Flávio Zambon, da Equipe 8, que se utilizaram do livreto da celebração do Ano Santo (Ed. Paulinas) ." DOIS CóRREGOS -

Jovens servindo no retiro

Quarenta (40) casais participaram do retiro pregado pelo Cônego Pedro, de Jaú, sobre o tema "Motivação - O por que das coisas", tema esse que proporcionou, segundo escrevem Eva e Roberto, momentos de muito aprofundamento espiritual e de encontro entre os cônjuges. Merece destaque a atuação da equipe juvenil, "que fez a cozinha completa, com mensagens, cantos e testemunhos, com tanta alegria no servir que contagiou a todos. Dois Córregos já colhe os frutos das E.N.S.!" SAO CARLOS -

Concurso bíblico

No mês da Bíblia, a exemplo dos anos anteriores, os equipistas participaram com entusiasmo do Concurso bíblico organizado pelo Setor. A Equipe 3, responsável pela organização, juntamente com seu Conselheiro Espiritual, o Pe. Antonio Desan, introduziu modificações que serviram de motivação permanente durante o concurso e agradaram a todos, pois até o final nenhuma equipe podia considerar-se vencedora ou vencida. Pelo novo sistema, além do troféu, a equipe vencedora receberia uma Bíblia ofertada pela Equipe 3, desde que pelo menos 50 % dos seus componentes estivessem presentes - caso isto não acontecesse, ganharia a Bíblia a equipe que estivesse mais completa, independentemente dos pontos obtidos . . . As 14 horas, depois da intronização solene da Bíblia, iniciou-se o concurso, com perguntas versando sobre o Evangelho de São Lucas. O Pe. José Antonio To si Marques. Conselheiro Espiritual da Equipe 1, dirigiu com muita segurança e eficiência o animado e proveitoso evento. A Equipe 5 venceu, pela terceira vez, o certame e, depois da celebração da Missa Mensal das Equipes, às 17 horas, recebeu a Bíblia e o tr oféu, desta vez conquistado definitivamente. -

Retiro

Participaram do retiro pregado pelo Pe. Benedito do Carmo Ayres, Conselheiro Espiritual do Setor, 31 casais: 23 de São Car1c.s, 6 de Piracicaba e 2 de Araraquar a. O tema central foi a Oração. Iniciado com meditação sobre o Sacramento da Penitên-cia, o retiro decorreu num clima de silêncio e meditações dirigi<las na Capela, com utilização de textos da Bíblia e de Puebla. -38-


S.AO PAULO/E -

Marchando com a Igreja

Com a presença maciça dos casais do Setor, Maria Angélica" H.ittes Garcia, da Equipe de Coordenação de Pastoral da Região · Centro, expôs as linhas de ação pastoral da Igreja e o mecanismo de elaboração do Plano de Pastoral da Região Sé, como passo para . o planejamento a nível de Arquidiocese. Da mesma forma que as . equipes paroquiais, os conselhos paroquiais e setoriais, os Movimentos foram chamados a participar, planejando aquilo que pretendem realizar, oferecendo ou pedindo ajuda, pois o planejamento, desta vez estava sendo feito a paxtir da base. Respondendo ao apelo, o Setor E fez o seu planejamento, assim como cada uma das equipes. -

Trabalhos pastorais dos equipistas

Impressiona a atividade dos equipistas, principalmente das três equipes mais antigas do Setor. Na 1, todos trabalham no curso de noivos e na creche, sem contar uma equipista no Amparo Maternal. Na 2, quase todos trabalham no SAN (Serviço de Auxílío aos Necessitados, do Colégio Santa Cruz - trabalho com favelados), e uma equipista na Fundação para o Livro do Cego. Na 3: Casa da Mãe Solteira, creche, Amparo Maternal, grupo de jovens e, é claro, ECC. As mais novas não ficam muito atrás. Exemplo: na 10, ECC, Curso de Batismo e Crisma, trabalho com domésticas. REGIAO SAO PAULO -

Peregrinação

Para que os equipistas tivessem a oportunidade de receber os benefícios espiTituais do Ano Santo da Redenção, a Região São Paulo Sul I promoveu uma peregrinação à Igreja do Calvário, em São Paulo. Encarregou-se da organização o Setor B. Escrevem Rosa Maria e Renato: "A peregrinação contou com cerca de 400 pessoas, entre equipistas dos quatro Setores da capital, do ABCD, de Mogi das Cruzes, além de familiares e amigos da comunidade equipista. Foi uma bonita cerimônia, que constou de três partes: uma procissão ao redor da igreja, uma parte penitenciai onde todos tiveram oportunidade de se confessar, e a missa. Toda a liturgia, especialmente escolhida para a ocasião, propiciou um clima de recolhimento, união, arrependimento e reconhecimento pela grande misericórdia de Deus para com o Seu povo. Maria esteve presente conosco nesta celebr ação, pois, acolhendo em seu seio o Redentor dos homens, Ela nos abriu as portas da Redenção." -39-


VOLTARAM PARA O PAI PADRE GERALDO MIRANDA - Conselheiro Espiritual das Equipes 4 e 19 de Santos. No dia 11 de setembro, dias antes de completar 78 anos de idade, dos quais 55 dedicados ao serviço de Cristo. No momento, era capelão do Educandário Bom Pastor. Esteve em Santa Rita do Passa Quatro e em São José dos Campos, como vigário e diretor do Sanatório São José durante muitos anos. A tudo quanto fazia dedicava muito amor e carinho. D eixa muita saudade. ANTONIETA TERCIOTTI MAZIERO - Equipe 5 de Dois Córregos. Casada com João. No dia 22 de agosto. " Apesar de sua dolorosa enfermidade, nem por um momento deixou de praticar a caridade e buscava forças em Cristo Eucalistico, no qual punha toda a sua segurança. Foi fiel a Deus em vida e morreu em Seus braços, deixando esposo, filhos, noras e netos estribados no viver crist ão." IVONE ARMELINA SOARES - Equipe 3 do Grande ABO. Casada com Roberto. No dia 23 de agosto. Pertencia à equipe desde seu surgimento, em 1975. De uma espiritualidade fora de série, queria participar de todas as pastorais da paróquia, mas a doença não permitia. Mesmo assim, nunca faltou a nenhum evento do Movimento.

NOVAS EQUIPES ARAÇOIABA DA SERRA (Setor Soroca.ba.) - Equipe 1 Regina e Milton; Conselheiro Espiritual: Pe. Daniel Jansen. BAURU - Equipe 12 Frei L. Antoniami.

Casal Piloto :

Casal Piloto : Alba e Brás ; Conselheiro Espiritual :

BRASíLIA - Equipe 38 (Setor B) selheiro Espiritual : Pe. !talo Guerrer a.

Casal Piloto: !rene e Mário; Con-

PETRóPOLIS ---. Equipe 21 (Setor B ) - Casal Piloto : Miriam e Nelson; Conselheiro Espiritual: Frei Antonio Alexandre Nader. - Equipe 22 (Setor B) piritual: Frei José Aussens.

Casal Piloto : Helena e Amaury ; Conselheiro Es-

PIRACICABA -Equipe 3 - Casal Piloto: Maria Regina e Carlos Eduardo ; Conselhe~To Espiritual : Pe. Orestes.

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O

TEXTO DE MEDITAÇAO -

C~NTUPLO

Me. 10 28-30

Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos." Jesus declarou : "Em verdade vos digo que não há quem tenha deixado casa, irmãos, irmãs , mãe, pai, filhos ou terras por minha causa ou por causa do Evangelho, sem que receba cem vezes mais: agora, neste tempo, casas, irmãos e irmãs, mãe e filhos e terras, com perseguições ; e, no mundo futuro , a vida eterna."

ORAÇAO (Canto)

Senhor, nc silêncio da noite , na brisa que passa, na voz dos que sofrem, na minha oração, eu ouço a tua voz que me diz sem cessar, deixa tudo e vem, vem .. . Sim , Senhor, te respondo com minha vida e o meu amor. Quero ser para os homens teu instrumento de libertação. Senhor, é difícil deixar tudo aquilo que temos, a casa, a família , e te acompanhar. Mas com a tua amizade terei a coragem de sempre dizer : sim , sim ...


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espirituali dade conjugal e familiar

R evisão, Publicação e Distribuição pela S ecretaria da3 EQUIPES DE NOSSA SENHORA .()1050 -

Rua João Adolfo, 118 - 99 - conj. 901 SAO PAULO, SP

Te!. : 34-8833


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