ENS - Carta Mensal 1983-1 - Março

Page 1

N9 1

1983 Março

A ECIR conversa com vocês A Cruz de Cristo

3

"Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" . . .

4

O Ano Santo da Redenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

6

"Fraternidade, sim, violência, não!" . . . . . . . . . .

8

Vale a pena. .. . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1983: Ano Vocacional . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . 12

Oração da manhã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . 14 Carta da Equipe Responsável

15

"Aos poucos, vocês vão conseguir" . . . . . . . . . . . . 18 Frei Jamaria volta para o Pai .. .. .. . .. .. .. . . . 19 Casal brasileiro das E.N.S. no Conselho Pontifício para a Família . . . . . . 21 Na Terra Santa .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . .. . .. .. . . . . 24 A "Aliança Fraterna" .. .. .. .. . .. . . . .. . . .. . .. . . 26 Planejamento natural da família . . . . . . . . . . . . . . . 28 Notícias dos Setores .. . .. .. .. .. .. .. .. . . . . . . . . . . 29 Encontro Inter-Regional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Não à violência . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40


Ti:DITORIAL

A ECIR CONVERSA COM VOCf:S

Caríssimos, Ao iniciarmos este ano de 1983, trazemos em nossa bagagem dois fatos extremamente significativos, acontecidos no ano passado: - O após-Peregrinação. Um grande acontecimento ocorreu na vida das Equipes de Nossa Senhora, foram lançadas as bases dos anos vindouros. Cumpre-nos agora, sob as luzes do Espírito Santo, empreender a tarefa de aprofundar nosso conhecimento do Dom de Deus, que foi a luz escolhida para iluminar nossa Peregrinação. - Pela primeira vez desde o surgimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, não temos ao nosso lado Pedro Moncau. É certo que acreditamos na sua intercessão junto ao Pai, contudo, o vazio da sua ausência nos deixa de certa forma órfãos - de pai, pois ele deixou-nos Da. N ancy como conselheira. Que todos nós estejamos unidos pela oração, pedindo a Nossa Senhora que nos permita continuar trilhando o caminho, fiéis à nossa vocação. Todo fim de ano fazemos um levantamento a fim de apurarmos a situação geral das Equipes. Constatamos que, no final de 1982, éramos 4.995 casais, 111 viúvas ou viúvos, 590 conselheiros espirituais e 853 equipes. Em face desta realidade, todos nós deveríamos louvar ao Pai por nos ter concedido esses dons, por nos ter vocacionado para esse movimento de Igreja, permitindo que, a pouco e pouco, mais casais cristãos possam se beneficiar das suas graças e, sobretudo, pela riqueza que representam para nós esses 590 conselheiros espirituais. Chega-nos hoje a notícia de que mais um filho de casal equipista "deixa tudo para seguir o Cristo" através da vocação religiosa. Que Dom de Deus para a Igreja; para as Equipes em geral e para esse casal irmão de Blumenau, em Santa Catarina! -1 -


Todas essas considerações conduzem-nos ao nosso ponto- c.en: tral: a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil declarou 1983 Ano Vocacional. O ano inteiro será dedicado à promoção de todas as vocações, em particular as vocações de especial consagração. O tema comportará, certamente, uma revisão de como temos r espondido à nossa vocação matrimonial. O lema do Ano Vocacional é o convite de Cristo, "Vem e segue-me", exatamente a expressão que inicia o documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora". É precisamente para poder corresponder a esse chamado que um dia entramos no Movimento. Continuamos fiéis a essa vocação? Ao ensejo do Ano Vocacional, parece-nos apropriado introduzir dois questionamentos, que pedimos a cada um que faça a si mesmo: 1.0 Deus nos deu a graça de um conselheiro espiritual, de 590 conselheiros espirituais! O que temos feito para preservar-lhes a vocação? Pessoalmente, concretamente? Preocupamo-nos em ajudá-los, em sustentá-los com nossas orações e também com nossos serviços? 2.0 Enquanto afirma que o lar é "o primeiro seminário", João Paulo II insiste que "toda a comunidade deve se preocupar com a falta de vocações". O que temos nós feito? O falecido bispo de Jundiaí, Dom Gabriel, falando aos responsáveis regionais, de setor e coordenação reunidos em Itaici, há dois anos, dizia que muitos católicos pedem a Deus em suas orações que suscite vocações nos filhos dos outros. Estamos nós, de fato, prontos a amparar com amor qualquer semente de vocação sacerdotal ou religiosa que comece a brotar em nossa casa? o

o

o

Caríssimos, de 25 de março de 1983 a 22 de abril de 1984, toda a Igreja celebrará o Ano Santo da Redenção. Pelo que podemos notar, motivações de sobra temos nós para que esse tempo seja um tempo de conversão e que possamos utilizar esses sinais para crescer em nossa vivência cristã, tornando Cristo mais presente em nosso lar e também em todos os ambientes onde possamos atuar, em total disponibilidade aos nossos bispos e aos nossos vigários. A exemplo de Maria, saibamos contemplar todas essas manifestações do Dom de Deus, conservando a lembrança desses fatos em nosso coração.

Dirce e Rubens


A PALAVRA DO PAPA

A CRUZ DE CRISTO

Símbolo da fé, a cruz é também o símbolo do sofrimento que leva à glória, da paixão que conduz à ressurreição. "Per crucem ad lucem" - pela cruz chegar à luz: este ditado profundamente evangélico nos diz que, vivida na sua verdadeira significação, a cruz do cristão é sempre uma cruz pascal. Neste sentido, cada vez que celebramos o mistério da cruz, cresce em nós, à luz da fé, a certeza de que o tempo do sacrifício e da renúncia pode bem ser princípio de tempos novos de realização e de plenitude. Isto vale para as pessoas. Vale também para as coletividades. Pode valer -para todo um povo, para um País. Diante da cruz, duas atitudes revelam-se possíveis, ambas perigosas. A primeira consiste em procurar na cruz o que nela é opriménte e penoso a ponto de deleitar-se na dor e no sofrimento como se estes tivessem valor em si mesmos. A segunda atitude é a de quem, talvez por reação à precedente, recusa a cruz e sucumbe à mística do hedonismo ou da glória, do prazer ou do poder. Um grande autor espiritual, Fulton Sheen, falava, a este propósito, daqueles que aderem a uma cruz sem Cristo, em oposição aos que parecem querer um Cristo sem cruz. Ora, o cristão sabe que o Redentor do homem é um Cristo na cruz e portanto só é redentora a cruz com Cristo! Assim sendo, a cruz se torna também símbolo de esperança. De instrumento de castigo ela se faz imagem de vida nova, de um mundo novo. E desejo dizer-vos que a Cruz é o sinal da esperança para o homem ·de todos os tempos. Nela Deus revelou ao homem qual é a dignidade que .. ele traz em si, depois que foi assinalado com a missão · de Seu Filho. Por isso, olhai para a Cruz! Nela sois chamados a uma só esperança- da vossa vocação (cf. Ef. 4, 4). Olhai para a Cruz! Ela é o sinal do novo princípio que o homem, sempre e em toda parte, encontra em Deus. (Homilia em Brasilia, em 30-6-80)

-

3 ·-


"EIS A ESCRAVA DO SENHOR, FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA" (Lc. 1, 18) Chiara Lubich É, também esta, uma palavra da Escritura que és chamado a viver. Penso que saberás em que extraordinária ocasião foi pronunciada, e quem a disse. Um anjo, ao visitarMaria, uma jovem de Nazaré, prenuncia-lhe .que ela · será a Mãe do Messias. Maria, decidida a permanecer virgem, adverte a dificuldade insuperável de realizar o que lhe é pedido e exige um sinal. O anjo rev~la-lhe que também Isabel, sua prima; considerada estéril, . concebeu um filho. "Porque ~ conclui o mensageiro nada é impossível a Deus". É nesta altura que Maria exclama: "Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra".

Maria, perante Deus que a escolhe como Mãe do Messias e faz dela protagonista no seu desígnio de salvação, manifesta uma confiança incondicional e a ela se abandona. Mas com toda a simplicidade e com a liberdade do amor, pede luz para compreender. Não é uma escrava que se submete cegamente, é uma filha que se comporta como tal perante Deus, seu Pai. Uma vez iluminada, porém, empe_n ha-se com todo o seu ser. "Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra". Maria, depois de conhecer o seu destino, de ter a certeza do sinal que lhe foi dado; e convicta da onipotência de Deus, expri-: me o seu ato de obediência e de fé. · · · · · Desde o princípio até ao fim, os mandamentos · de Deus em ordem à salvação exigem obediência. Com o ato de obediência de Abraão, teve início a história da salvação. Maria adere ao plano de Deus na plenitude dos tempos com um ato de fé e de obediência. Com um ato de obediência Cristo entrou no mundo e . também com um ato de obediência o deixou. "Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra". " ... A escrava do Senhor . .. ". Para realizar os seus desígnios Deus tem necessidade só de pessoas que se entreguem a Ele com toda a humildade e a disponibilidade de uma escrava. Maria - verdadeira representan-

4 '-


te da humanidade, da qual assume o destino - com esta atitude deixa a Deus todo o espaço para a sua atividade criadora. Mas, como a expressão "servo do Senhor", além de ser uma expressão de humildade, era também um título de nobreza atribuído aos grandes servidores da história da salvação, como Abraão, Moisés, David e os Profetas, Maria, com estas palavras, afirma toda a sua grandeza. "Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua

palavra". As palavras de Maria ensinam-te como tu, crente, deves viver a tua realidade de cristão. De fato, elas foram sempre consideradas como o apogeu de todo o comportamento religioso perante Deus, porque, sendo ao mesmo tempo expressão de disponibilidade passiva e de prontidão ativa, são vácuo abissal e total ple· ' nitude.

"Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra". O destino de Maria é excelso e grandioso. Mas não é só a Virgem que Deus chama a gerar Cristo em si. Embora de outro modo, todos os cristãos, e por conseguinte tu também, têm missão semelhante. Também tu deves encarnar Cristo na tua pessoa até repetires como São Paulo: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim". E qual é o modo de realizar isto? Acolhendo em ti, com as disposições de Maria, a Palavra de Deus; aquela que te é anunciada durante a Santa Missa festiva ou vens a conhecer pela leitura do Santo Evangelho, ou também esta, que te chega, comentada. Acolhe-a com disponibilidade total, sabendo que não é palavra humana. Sendo Palavra de Deus, contém em si uma presença de Cristo. Acolhe, pois, Cristo em ti na sua Palavra. E com prontidão diligentíssima põe-na em prática, a todo momento. Se assim fizeres, o mundo tornará a ver Cristo passar pelas ruas das nosssas modernas cidades. Cristo em ti, vestido como todos, que trabalha nos escritórios, nas escolas, nos mais variados ambientes, no meio de todos. E, mais ainda, verá partir d'Ele, que vive em ti, a centelha da revolução evangélica que tudo transforma: homens e sociedade, para um mundo mais humano, melhor, mais unido. Coragem! Magnífica é a aventura divina que te espera. Não deixes passar esta ocasião. ("Palavra de Vida")

-5-


O ANO SANTO DA REDENÇAO

Repetidas vezes, o Papa João Paulo II manifestou a preocupação de preparar o mundo para entrar no próximo milênio da era cristã. Assim, segundo sua expressão, o Ano Santo será um jubileu de transição, "como uma ponte lançada para o futuro". Ao frisar a expectativa "do início do terceiro milênio de nossa história", o Papa comparou o Ano Santo com o Advento, ou a espera da Redenção. E nesse tempo de espera ele quer que a Igreja se prepare "para o grande acontecimento". As constantes exortações do Papa neste sentido assumem quase o tom de um anúncio profético, que vislumbra o terceiro milênio como uma era de grande transformação espiritual para toda a humanidade. Objetivos do Ano Santo

Em seu discurso de boas festas aos cardeais e membros da Cúria, o Papa descreveu os objetivos e as características do "Ano Santo da Redenção", proclamado para comemorar os 1950 anos da morte e ressurreição de Cristo. 1. O Papa frisou que o Ano Santo se concentrará na meditação da Redenção, dando um destaque especial à reconciliação entre o homem e Deus e a renovação do Sacramento da Penitência. São suas palavras: "O sacramento da confissão é reproposto através do Jubileu: - como testemunho da fé na santidade dinâmica da Igreja, da qual, apesar de constituída por homens pecadores, nascem os santos; - como exigência da comunidade eclesial, que é sempre atingida na sua totalidade por cada pecado, mesmo cometido individualmente; - como purificação e preparação para a Eucaristia; - e como sinal consolador daquela economia sacramental pela qual o homem entra em contato direto e pessoal com Cristo, que por ele morreu e ressuscitou." 2. Um outro objetivo do Jubileu, ainda segundo o Papa, deverá ser o de desenvolver o sentido da misericórdia cristã e da solidariedade com todos os que sofrem, seja física, seja moralmente.

-6-


3. O Papa ainda deseja que o Ano Santo seja um tempo forte para o ecumenismo. Dirigiu um apelo aos dirigentes e membros de Igrejas e comunidades não-católicas, para que acompanhem as celebrações do Ano Santo com suas orações e sua fé no Redentor. 4. Finalmente, João Paulo li quer que o Ano Santo seja uma ocasião para se promover "uma catequese geral e capilar, em todas as dioceses do mundo, acerca da realidade da Redenção, contribuindo para consolidar uma mentalidade de paz no mundo." Dimensão mariana

O Jubileu, que coincide com o VI centenário da Virgem de Jasna Gora, padroeira da Polônia, deverá também ser profundamente mariano, contribuindo para destacar o papel da Maria na obra da Redenção. Terá início no dia 25 de março - festa da Anunciação - e terminará na Páscoa de 1984, dia 22 de abril, a fim de percorrer o "caminho da Redenção", desde que Cristo foi concebido e se encarnou no seio de Maria, até a consumação de sua obra salvífica através da Ressurreição. Universalidade da Igreja

Ao contrário dos Anos Santos anteriores, que eram celebrados primeiramente em Roma e estendidos no ano seguinte a todo o mundo católico, o próximo será celebrado "contemporaneamente em toda a Igreja, tanto em Roma como nas Igrejas locais, durante o mesmo ano". O objetivo desta mudança é "promover nos crentes o sentido da universalidade da Igreja, da sua dimensão católica e convidar todos a viverem mais intensamente a mensagem da Redenção, bem como o empenho de conversão e renovação espiritual exigido, o que será fortemente sublinhado pelo Jubileu." (Condensado da coluna "Movimento Religioso" de "0 Estado de São Paulo" - J .S., Cf. "Osservatore Romano", ed. em português, 2-1-83, pp. 6-7, 10) O convite do papa está aí, claro e exigente, feito a você, a mim, a cada um de nós. Vamos aceitá-lo . Vamos refletir sobre ele, com muito realismo, individualmente, como casal, em equipe. Refletir com profundidade e coragem. E vamos pedir a Deus a graça da generosidade e da força para realizar esse "empenho de conversão e de renovação espiritual" que nos é pedido.

-7-


"FRATERNIDADE, SIM, VIOL~NCIA, NÃO!"

Uma pergunta que se renova a cada ano: como participar mais efetivamente, como família, como equipe, da Campanha da Fraternidade? Alguns, diante do tema deste ano, da não-violência, podem ser levados a pensar: o que tem isto a ver conosco? Pois tem, e de várias maneiras. Começando pelo dia a dia da nossa vida familiar. . . Não são tão raras - principalmente quando se mora em cidades grandes, com todos os seus problemas - as ocasiões em que um dos cônjuges agride o outro com palavras azedas e mau humor, em que os pais agridem os filhos, repreendendo-os duramente ou castigando-os às vezes sein motivo ... No escritório, na oficina, na fábrica, acontece o mesmo entre chefe e subordinado, entre colegas de trabalho... No trânsito, então, nem se fala. . . A agressividade - mormente nestes tempos de dureza de vida - anda à solta ... Depreende-se disto que temos um esforço pessoal a fazer, nesta Quaresma, para controlar nossos impulsos agressivos, principalmente em casa, que é para onde normalmente levamos as tensões que reprimimos durante o dia ... Dizia Paulo VI que a Paz se difunde a partir de dentro. Da mesma forma a violência - que é o oposto da Paz - se vai espalhando a partir dos círculos menores do eu e do nós. . . Se a família não é capaz de viver a Paz e a fraternidade, como se admirar que haja tanta violência e tantas guerras? Aproveitemos este mês para um dever de sentar-se a dois e depois em família sobre este tema da não-violência no âmbito da vida de cada um e principalmente do próprio lar.

o

-8-


E na nossa equipe, no nosso Setor, temos vivido realmente a fraternidade? Não tem sido violência da nossa parte a maneira de discordar do irmão? De aplicar-lhe a correção fraterna? A pouca atenção que damos aos seus problemas? O impor-lhe os nossos? Pensemos nisto também por ocasião desta C.F.!

o A C.F. tem muito a ver conosco também no plano estrutural. Puebla lembrou em termos contundentes que vivemos, aqui na América Latina, uma situação de desigualdade intolerável, em que "o luxo de uma minoria constitui um insulto à miséria das grandes massas" (p. 28) e "o notório e provocante contraste entre os que nada possuem e os que ostentam opulência é obstáculo insuperável para se estabelecer a paz" (p. 138). Cada um de nós é chamado - nisto insistiu o Papa quando esteve no Brasil -, por dever de justiça e porque a Igreja na América Latina e no Brasil fez uma clara opção pelos pobres, a diminuir, na medida de suas possibilidades, esta desigualdade. O abuso dos bens materiais e o desperdício são uma violência para com os que passam necessidade. Devemos perguntar-nos se o estilo de vida que levamos é evangélico, se não acumulamos bens materiais desnecessários, que poderíamos partilhar com os irmãos mais desprovidos. Há pouco, o Movimento nos pedia que procurássemos viver o desapego e o Papa, na Favela do Vidigal, exortou os cristãos à partilha: "Em nome das palavras de Cristo, em nome da fraternidade humana e da solidariedade social, não vos fecheis em vós mesmos! Pensai nos mais pobres! Pensai' naqueles que não têm o suficiente, que vivem na miséria crônica, que sofrem fome! E partilhai com eles! Partilhai de modo programático e sistemático."

"Olhai um pouco ao vosso redor, dizia ainda o Papa: não vos dói o coração?" E o que vemos? As sucessivas secas do Nordeste levando o povo ao desespero. . . A inflação tornando impossível aos desempregados alimentarem a sua família. . . Diante disto, não seria o caso de revisarmos a nossa maneira de alimentar-nos? Não estaremos comendo demais, ou desperdiçando alimentos, quando tantos passam fome? Não basta não cometer a violência do exagero ou do desperdício: é preciso ainda colocar a fraternidade em ação. Alguns anos atrás, os católicos americanos foram convidados pelos seus bispos a jejuarem dois dias por semana, entregando a quantia economizada às instituições que se dedicam à ajuda aos que passam fome. . . Não poderíamos nós alimentar-nos mais sobriamente, um dia que fosse por semana, utilizando o que for economi-

-9-


zado para comprar gêneros alimentícios, ou colocá-lo à disposição da paróquia, para ajudar as famílias carentes? Poderíamos fazer isto também por ocasião da reunião da equipe, simplificando ao máximo a refeição. Os equipistas da Europa custearam todas as despesas de estada em Roma dos equipistas de outros continentes, inclusive a nossa. Os Setores usaram de muita criatividade para angariar fundos e chamou-nos a atenção principalmente a medida imaginada por um deles: na reunião da equipe, os casais comeriam um só prato, e o dinheiro economizado seria entregue ao Setor para ajudar a pagar as despesas dos equipistas de além-mar. Não temos nós uma motivação muito mais forte, a de socorrer famílias desprovidas do mínimo necessário para sobreviver? o

Na Quaresma, a Igreja nos pede um esforço em três planos: sacrifício (ascese) , oração e gestos concretos de caridade. Quanto à oração, devemos incluir mais sistematicamente, nesta CF, em nossa oração conjugal e familiar todos os que são atingidos pela violência, gratuita ou estrutural: os "perseguidos por causa da justiça" - padres, religiosos e leigos que defendem exatamente os que são violentados nos seus direitos mais elementares; os posseiros, os índios, os bóias-frias; os subempregados e os desempregados ... A oração nos deve levar a assumir gestos concretos de fraternidade, principalmente - nós, que somos famílias - em favor dos que padecem a violência de não ter uma família: os menores abandonados, vítimas de uma sociedade que não lhes permite ter um lar; as mães solteiras, que não encontram nem teto nem emprego; - e isto nos lembra as mães, solteiras ou não, que se querem livrar do filho cometendo a violência-crime do aborto .. . ; os velhos esquecidos nos asilos, os doentes abandonados num leito de hospital, tantas vezes vítimas da violência de quem lida com eles; os presos que sofrem maus tratos e as famílias de presos que passam necessidade; os jovens que vagam ao léu porque seus pais se foram cada um para um lado, e são presa fácil de todas as formas de violência ... São apenas pistas. Cada um de nós há de encontrar a própria resposta, generosa e realista a um tempo, de como se encaixar nesta CF em que a Igreja nos quer mobilizados contra a violência e vivendo mais profundamente a fraternidade.

-10-


TESTEMUNHO

VALE A PENA ... Antigamente, nossa preocupação pelas coisas materiais era uma constante. Lutávamos avidamente para conquistar coisas e saboreá-las na plenitude. Nossa preocupação era o que poderiam dizer da gente, e, por isso, até exagerávamos no luxo e nos prazeres mundanos. O objetivo primacial nosso era ter mais e sempre mais. A religião para nós não passava de simples manifestações de cunho social: algumas missas de sétimo dia, batizados, crismas, casamentos. . . Por influência de parentes, iniciamos algumas novenas, mas desistíamos no segundo ou terceiro dia. Há cerca de quinze anos, despertamos para as coisas de Deus, ao fazer o Cursilho de Cristandade. Foi uma mudança radical na nossa vida matrimonial, para espanto de muita gente. Passamos a trabalhar com afinco no Movimento e à medida que se desenvolvia o tripé - Piedade, Estudo e Ação - fomos constatando que muitas coisas supérfluas deveriam ser banidas da nossa vida e que seria preciso fazer uma radical revisão de vida. Fizemos. Passamos a viver com mais simplicidade, deixando de lado uma série de inutilidades. Correram mais dez anos. Estávamos nas Equipes de Nossa Senhora havia quatro anos quando se estudou o tema do Desapego. Foi então que fizemos uma opção definitiva. Erradicar de nossa vida tudo, mas tudo mesmo que fosse desnecessário e supérfluo. Chegamos ao ponto de transferir a nossa residência para uma chacrinha, a fim de vivermos a pobreza cristã. É difícil. É penoso. Para sermos sinceros, perturba muito, porque somos incompreendidos. Deixar um apartamento com todo o conforto e luxo para morar numa casinha velha, reformada, quartos pequenos, chão de cimento, na base do "verdão", portas, pias e torneiras do tipo "caipira", não é lá muito normal! Em compensação, nossa casa está sempre repleta de amigos e parentes participando conosco da alegria simples, num simples lar regado de orações, com a presença de Nossa Senhora e presidido por Cristo. Não é fácil viver o Desapego, mas que vale a pena, vale: ah, vale mesmo ...

Adelaide e Timo Equipe 2 de Catanduva

-11-


1983: ANO

VOCACIONAL

Família e vocação são realidades intimamente ligadas. Bem por isso afirma o Papa João Paulo li que "a família é o primeiro seminário" (F.C., 53) : é na família que nascem e se educam os que Deus irá chamar para o Seu serviço. Repousa portanto sobre a família enorme responsabilidade. Responsabilidade essa que se manifesta em vários planos: no da formação, no da oração e no do apoio. Formação

Um lar onde Deus é uma Presença, onde se reza, onde se dialoga e se ensina a dialogar com uma Pessoa Viva, é um lar que prepara os filhos para ouvir o chamado de Deus. Um lar onde se vive para servir, onde se pratica a generosidade, onde se tem os olhos e as mãos abertos para o sofrimento alheio, é um lar que prepara os filhos para responder ao chamado de Deus. Oração É preciso rezar. Oferecer a Deus os filhos, pedir-Lhe que sejam capazes de ouvir o chamado e generosos em responder-lhe. E fazer isto todos os dias. É preciso orar com os filhos, desde pequenos, ensinando-os a se oferecerem eles mesmos caso o Senhor deseje chamá-los.

Apoio Bem antes da hora das opções vocacionais, nossos filhos devem sentir que valorizamos o sacerdócio e a vida religiosa como opções de vida.

-12-


Na hora em que o filho se sente vocacionado, deve sentir o nosso apoio, o nosso incentivo, a alegria e a gratidão que invadem o nosso coração. o

Isto, no âmbito do lar. Mas a m1ssao da família no tocante às vocações não se limita ao lar. Devemos também dar a nossa colaboração à Pastoral da Juventude, ajudando na formação de outros jovens. Precisamós orar em úníssono com a Igreja, pedindo vocações. E há muitas maneiras de apoiarmos as vocações existentes: acolhendo seminaristas em casa aos domingos, ajudando financeiramente as obras dedicadas às vocações, etc. São todos temas que iremos desenvolver durante o ano. A nós, casais cristãos, diz respeito, e de perto, o esforço que a Igreja do Brasil quer fazer neste ano de 1983 .em prol das vocações. Vamos ajudar, de todas as formas possíveis. Vamos dar largas à criatividade, no lar, em equipe e a nível de Setor! O Ano Vocacional inicia-se no dia 24 de abril, Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Publicaremos, pois, na Carta de abril a oração oficial da CNBB. Mas nada impede .que comecemos a rt>.zar desde já - por exemplo, assim:

"ó Deus, nós vos rogamos: fazei de cada ·um dos nossos lares o terreno propício, a terra fértil onde possa desabrochar a semente da vocação que quiserdes colocar no co_ração dos nossos fil.hos! Amém!"

• Du Boletim de Juiz de Fora: Está muito feliz a Equipe 11, pois Sérgio, filho de Gilda e José, continua estudando no Centro Vocacional dos Padres Redentoristas e está firme em sua decisão de ser padre.

Possamos publicar mais destas notícias durante o ano que começa!

-13 ...-


ORAÇÃO DA MANHÃ

Senhor, meu primeiro pensamento nesta manhã que começa se dirige a ti, que velaste meu sono e assististe este meu despertar. Tu moras nas alturas e habitas bem no íntimo de minha vida e todo este dia é Teu. Consagro-te agora a jornada que começa. - Que meu trabalho seja fecundo com o orvalho do Teu amor e a força de Tua bênção. Em vão trabalham os homens se Tu não os amparas. - Permite que eu possa responder claramente a todos a respeito da esperança que existe em mim. - Que todos ~queles que eu encontrar possam receber uma palavra amiga de meus lábios, um gesto acolhedor de minhas mãos, e uma oração sincera de meu coração. - Olha a mesa dos homens pobres e que possam se alimentar para recuperar as forças e continuar a caminhada da vida. - Que hoje à noite eu possa estar novamente contigo na intimidade, como alguém que reencontra um amigo, para poder dar graças pelo dia que me deste. Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

-14-


CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL

Caros amigos, Durante todo o ano que passou, caminhamos com Cristo em direção a Roma. Até que, de 20 a 24 de setembro, nos encontramos, 5.000 dentre nós, em Roma para agradecer a Deus e pedir-lhe sua luz e sua força para continuarmos a caminhada. Em que ponto estamos hoje? Como continuar essa caminhada? Colocamo-nos essas perguntas em Roma. Retomamos com vocês a nossa reflexão. o

Ao deixar-nos, em 1973, o Pe. Caffarel nos convidava, na sua mensagem de despedida, "a fazer um grande esforço de oração, de reflexão e de transformação, com a vontade férrea de descobrir a vontade de Deus sobre o Movimento e a sua missão, na fidelidade à graça das origens e na compreensão das necessidades dos nossos tempos." Há nove anos, a Equipe Responsável vem se esforçando por caminhar neste sentido, com a ajuda de todos os responsáveis do Movimento em todos os países. Em que ponto nos encontramos hoje? Como prosseguir?

Em que ponto nos encontramos O movimento, nos últimos dez anos, desenvolveu-se muito e, ao mesmo tempo, diversificou-se.

Desenvolveu-se Somava, em 1972, 3.400 equipes; soma hoje aproximadamente 4.600, sem contar as quase 500 equipes dos países do leste europeu. Este crescimento, no entanto, não se processou de maneira homogênea. Relativamente fraco nos países onde o movimento começou primeiro, e muito rápido em outros, como a Itália, os Estados Unidos e, principalmente, o Brasil. Isto veio modificar profundamente o equilíbrio geral. Alguns algarismos: as equipes de língua francesa representavam 54% em 1972; hoje, representam apenas 45%; por outro lado, as equipes de língua portuguesa passaram de 16 a 24%, as equipes da América, de 13 a 24%. -15-


Diversificou-se

,

.. ..

•.·

Devido ao crescimento rápido nos países de língua não-francesa, em particular nos países anglo-saxões, mas também devido ao lançamento de equipes em países novos, na Africa e na Asia em particular, e também em meios sócio-culturais npvos . .. . I.sto vem representando p8;ra p.ó,s _ime:qsa a~egria, embora nos tehha colocado alguns problemas.· de ada~tação 'em · vista do ~aT , ni?nhar proposto. · . · ··. · · - . · :·, Diante dessa evolução rápida; . nós 'rios · perguntamos: como adaptar as nossas "estruturas". para que c'ada grupo possa encontútr-se plenamente · naquilo que 'lhe é "proposto pelo movimento é · também trazer a ·sua contribuição pessoal" à' construção do con.!.' junto, na linha traçada pelo Pe. Caffarel? · ·· Por etapas, fomos passando •de uma situação onde tudo estava centrado na França, onde tudo partia de Paris, para uma situação onde os responsáveis dos 'paÍses nos qüais o número de equipes é bastànte elevado estão diretamente :associados à reflexão e animação gerais do movimento. .Foram assim criados · 5 Super-Regiões de' língua não-francesa (3 na Europa, 2 na Aniériói) ; os responsáveis se reúnem todos os anos conosco - e com os 5 de língua francesa - para elaborar a "política geral" do ' Movimento, sem por isso de,ixar de agir · corri um;1 grande autonomia nas suas respectivas ·super-regiões. · ·A própria Equipe Responsável ampliou~se. De início, vie-· ram integrá-la um casal belga e um casal suíço, já lá vão cinco anos; e acabamos de acolher um casal espanhol e um casal italiano; a próxima etapa será um ou· dois casais das Américas, contudo isto coloca sérios problemas de ordem financeira. É bom · frisar , para 'encerrai· este capítulo, que a diversificação e a abertura que se processaram não prejudicaram em nada a unidade do movimento, muito pelo contrário: um clima de grande confiança reina entre todos nós; trabalhamos em estreita liga"' ção ..uns COIJ.l os outros e COII1 Q. 9en~10J;, ..

Àiualização · · Enquanto isto, o mundo · evoluiu, a Igreja evoluiu, as necessidades dos casais que confiam nas Equipes de Nossa Senhora para ajudá-los a caminhar evoluem . . Vimos, pois, nos esforçando, há dez anos, para dar ao movi.o. mento uma fisionomia nova; · sem afastar-nos da Unha especificamente traçada na origem. · Tivemos, primeiro, em 197.6; a atualização dos Estatutos, com o.' documento "O que k -.uma Equipe de Nossa Senhora", que apre ... senta o movimento numa perspectiva mais evangélica, correspori-. -16-


dendo melhor à sensibilidade de nosso tempo. E refundimos, nesta nova perspectiva, todos os documentos do Movimento. Paralelamente, tivemos a série de orientações gerais dadas em Roma em 1970 e 1976: - O casal, testemunha · do beus 'vivo - "Enviou-os a proclamar o reino de Deus", com seus dois corolários: "Nada leveis para o caminho" e "É o Espírito do vosso Pai que falará em vós". Essas orientações nos ajudaram a aprofundar a nossa reflexão sobre a espiritualidade ·conjugal e a repertsar os nossos métodos. Por outro lado, permitiram-nos: vivificar a alma comum do movimento, pois serviam de pano de fundo à reflexão e animação de nossas equipes em todo o mundo.

Adaptação Ao mesmo tempo, um imenso esforço para adaptar a apresentação do movimento ao contexto local era realizado em cada país. Enquanto o movimento permanece unido, apresenta-se com uma fisionomia sensivelmente diferente segundo os países. Vocês ficariam surpresos ao tomar conhecimento das diversas Cartas das Equipes, dos diversos documentos, publicados hoje em 12 versÕes diferentes.

_Com a Igreja Ao desenvolver-se, ao evoluir, o movimento tomou consciên· cia de sua responsabilidade crescente na Igreja. Em cada diocese, em cada país, e também ao nosso nível, os laços com a hierarquia se estreitH_·am, relações de grande confiança se estabe'leceram.

o Alguns poderão censurar-nos por apresentarmos um quadro por demais idílico. É certo que, ao lado desses aspectos positivos, não faltaram dificuldades. A evolução que se processou parece ainda muito lenta aos olhos de alguns. O movimento ainda não se abriu suficientemente: permanece por demais ligado ao meio sócio-profissional no qual nasceu. São grandes as dificuldades para acolher, hoje, alguns casais jovens "à procura de Deus" ou que só receberam uma formação cristã muito sumária. Temos consciência disto tudo. E temos consciência também das nossas limitações pessoais. Desejávamos, porém, fazê-los cientes de que nossa grande comunidade caminha com seu tempo, se transforma, se adapta.

Louis e Marie d'Amonville

-17-


"AOS POUCOS, VOC~S V AO CONSEGUIR"

Recebemos de Rosalina e Ta<iross, Casal responsável pelas Relações Públicas do Setor do Grande ABC, a seguinte comu-

nicação:

"Enviamos em anexo a carinhosa cartinha de agradecimento que recebemos de Dom Cláudio Hummes, Bispo da Diocese de Santo André, a respeito do 'presente' que nós lhe mandamos, em nome do Setor, na ocasião do aniversário de sua ordenação episcopal: o texto Cristo Caminha Conosco. A carta de D. Cláudio trouxe uma importante observação sobre a imagem das ENS formada na mente de uma parte de nossa sociedade leiga e eclesiástica. Este comentário nos obrigou a pensar, a meditar. . . Como fazemos parte da grande Equipe de Nossa Senhora, enviamos a carta para pensarmos e meditarmos juntos, como equipistas unidos no mesmo ideal de procurar c melhor caminho para servir ao Cristo com a ajuda da Virgem Maria." Eis, pois, a carta de D. Cláudio: Prezados Rosalina e Tadross. Recebi o exemplar "Cristo Caminha Conosco", junto com os cumprimentos pelo aniversário da minha ordenação episcopal. Muito obrigado. Dei uma passada no texto de "Cristo Caminha Conosco". Creio que ele poderá ajudar muito os casais. ~ um texto bom. Muitas vezes se diz que as Equipes de Na. Sra. têm dificuldade de acompanhar a Igreja da América Latina em sua pastoral social e de opção preferencial pelos pobres. Mas creio que aos poucos vocês vão conseguir. Este texto dá esperança. Mais uma vez, obrigado.

E que Deus os abençoe muito.

t -18-

Cláudio Hummes


FREI JAMARIA VOLTA PARA O PAI Na madrugada de 24 de janeiro, Frei Jamaria, conselheiro espiritual de equipes no Rio de Janeiro e fundador das Equipes de Brasilia, foi para junto do Pal, "dAquele que foi sua exclusiva razão de viver". Maria Alice e Adelson nos falam dessa figura exemplar de sacerdote.

Nesse mesmo dia, precedendo seu sepultamento, participamos da Missa com seu corpo presente. Apesar do tempo de férias (muitos amigos fora do Rio) a igreja dos Capuchinhos estava lotada. Lotada por tantos e tantos que ele amparou, que ele doutrinou, que ele exortou - que ele amou. Entre esses, a grande maioria eram equipistas que, irmanados na dor e na esperança, rendiam homenagem àquele que soube ser sacerdote digno e conselheiro espiritual exemplar. No final da missa, ecoava em toda a igreja o "Magnificat", agradecendo a Deus e a Nossa Senhora a presença santificadora do Frei entre nós, dizendo a ele, ao nosso Frei Jamaria: muito obrigado ... O que sabemos de sua vida? Frei J amaria (Vincenzo La Pila), capuchinho, italiano, nasceu em 1918. Ordenado sacerdote, veio para o Brasil não por designação, mas oferecendo-se como missionário. Aqui foi pároco, diretor de seminário, colaborador da Nunciatura Apostólica, etc. Sua grande vocação, no entanto, estava junto às famílias. Em 1966, foi convidado a participar do nosso movimento, e à medida que mais o conhecia- e como o conhecia! -mais o amava, mais a ele se dedicava. Assim sendo, ajudou a formar as várias primeiras equipes na zona norte do Rio de Janeiro, entre as quais a nossa Equipe 14, Na. Sra. do Perpétuo Socorro, para a qual ele foi, n.esses 16 anos. . . perdoem-nos, mas as palavras trairiam o que ele representou para cada um de nós, de nossos filhos, de nossos familiares ... Em março de 1972 foi transferido, junto com a Nunciatura Apostólica, para Brasília. A distância não impediu que ele continuasse como conselheiro espiritual da nossa equipe e, durante os 10 anos em que permaneceu na Capital Federal, jamais deixou de comparecer às nossas reuniões mensais aqui no Rio, onde costumava permanecer uma semana à disposição de seu pequeno -19-


rebanho. Quando voltava a Brasília, compensava a ausência fí~ sica com o terço que diariamente rezava pela nossa equipe, como grande devoto que era de Nossa Senhora. · Seu amor pelas Equipes de Nossa Senhora evidentemente não se. podia limitar às equipes do Rio de Janeiro: assim, 7 meses após sua chegada a Brasília, foram lançadas as duas primeiras equipes na Capital. Hoje, são 36. . . O que ele representou para as Equipes de Brasília, os equipistas de lá vão querer dizer com as próprias palavras. . . ·, No início do ano passado, já meio adoentado, sem o vigor de outrora, volta definitivamente para o Rio de Janeiro. Imediatamente é convidado a ser conselheiro de equipes numa região distante aproximadamente uma hora de carro do centro da cidade. Mesmo cansado pelos problemas de saúde, não declina o convite. Assim como também aceita com muita alegria voltar a Brasília em outubro para participar da comemoração dos 10 anos do movimento no D.F. Aliás, jamais pudemos presenciar um "não" dado às Equipes de Nossa Senhora ... Apesar do pouco que relatamos sobre o muito que Frei Janiaria deu de colaboração ao movimento, vocês já podem avaliar que nosso "Freja", como carinhosamente nossos filhos o chamavam, acreditava para valer nas Equipes de Nossa Senhora como meio de santificação da família. Jamais foi tentado a pensar que estava "perdendo tempo" com meia dúzia de casais: tinha a certeza de sua força multiplicadora. Mesmo com o coração dolorido pela sua ausência física, resta-nos o consolo de saber que ele está na companhia dAquele por quem viveu, assim como a certeza de que mais do que nunca, lá do alto, o Frei continua a colaborar com o nosso movimento. Sua passagem entre nós, no entanto, só terá sido válida na medida do nosso esforço para vivenciarmos o que nos ensinou da parte de Jesus Cristo com seu exemplo e zelo de pastor. Vamos dar-lhe essa alegria?

-20-


CASAL BRASILEIRO DAS E.N.S. NO CONSELHO PONTIFíCIO PARA A FAMILIA

Uma carta do Núncio Apostólico chega à casa de Esther e Marcello num dia de dezembro: o Núncio transmite ao casal, com suas felicitações, a nomeação, assinada pelo Secretário de Estado do Vaticano, para membros do Conselho Pontifício para a Família, criado em agosto de 1981 pelo Santo Padre. Incredulidade, emoção, preocupação. . . É mais um "Fiat" exigido desse generoso casal! Dos 37 membros do Conselho - todos leigos e, a não ser 3, todos casais -, 9 são latino-americanos: 1 casal m·exicano, 1 casal colombiano, 1 casal chileno, 1 médico argentino e o nosso casal do Brasil; 10 são europeus, 6 da América do Norte, .4 da Africa; há ainda 1 casal indiano, 1 casal filipino, 1 casal da Nova-Zelândia e 1 casal australiano. Nomeados na mesma ocasião, os 26 consultores, em compensação, são quase todos cl~rigos: 3 bispos, entre os quais o nosso D. Lucas Moreira Neves, 16 sacerdotes, entre eles o Pe. Richards, fundador do M.F.C., e 1 religiosa; apenas 6 são leigos - 4 deles italiano'> (entre esses, um casal) , 1 polonês e 1 americano. A carta de nomeação (cf. fac-símile) veio acompanhada de uma circular assinada pelo Presidente do Conselho Pontifício para a Família, Cardeal Knox, e pelo Secretário, D. Francisco Cox Huneeus, da qual destacamos os trechos principais:

"Va. Sa. compreende o que significa (essa nomeação), dada notável importância que o Santo Padre tem dado, desde o início do seu Pontificado, à Pastoral Familiar. Sem dúvida, um dos aspectos mais marcantes de seu Pontificado está no destaque dado a esta célula fundamental tanto da sociedade como da Igreja. e na qual ele vê o instrumento maior para uma renovação p1·ofunda da sociedade e para uma ampla e fecunda transmissão da fé às gerações futuras. Da minha parte, felicito-o cordialmente por esta escolha que o Santo Padre fez da sua pessoa e -21-


SECRETARIA

STATUS

Summus Pontlfex

IOANNES PAULUS

n

Membris · Pontlficli Consllll pro Famllla ad qulnquennlum ascripslt Olustriss imos Domlnos

MARCELLUM et ESTHER MOREIRA DE AZEVEOO

ld In notltiam ipsorum lllustrissimorum Domlnorum Moreira de Azevedo pez·fertur, ut ea de r e oppor tune certiores fiant ad e!usdemque normam se gerant.

Ex Aedibus Vatlcanls, die XV mensls Octobrls, anno MCMLXXXII.

-22-


da sua famíli-a para ajudá-lo de forma tão estreita no seu apostolado em favor da família. O Conselho Pontifício para a Família foi a primeira criação de Sua Santidade. Devia ser anunciado justamente no dia 13 de maio, dia em que sofreu seu atentado. É filho também da dot do Papa. Como poderá ver pelo Documento que o criou - o Motu Proprio "Família instituída por Deus", que vai em anexo a esta -, o Conselho Pontifício é composto principalmente de leigos casados, que constituem a Assembléia Plenária do Conselho Pontifício. Esta deverá reunir-se pelo menos uma vez por ano para discutir sobre a marcha do Conselho Pontifício e as grandes linhas que irá realizando." Quanto às atribuições do Conselho, resumimos o que publicamos na Carta Mensal de dezembro de 1981 (pp. 24-25): -

-

difundir a doutrina da Igreja acerca dos problemas familiares estimular estudos relativos à espiritualidade conjugal e familiar promover e coordenar esforços quanto à paternidade responsável e em defesa da vida preparar os leigos dedicados ao apostolado familiar inspirar e sustentar a atividade das organizações católicas e grupos de apostolado leigo no tocante a problemas da família recolher notícias sobre a situação humana, social e pastoral das famílias no mundo.

O objetivo do Conselho é "a promoção do cuidado pastoral das famílias e do apostolado próprio no campo familiar, de maneira que as famílias cristãs possam exercer a função educativa, evangelizwdora e apostólica a que são chamadas." Esther e Marcello que, em 1979, participaram, em Bogotá, de uma reunião para preparar a contribuição do CELAM ao Sínodo dos Bispos, estão prestes a assumir o novo encargo que lhes é confiado pela Igreja: dentro de algumas semanas, estarão indo para Roma, a fim de participar da primeira Assembléia Plenária do Conselho. As Equipes, que se podem justamente orgulhar da presença de um seu casal num cargo tão importante para a Igreja e a Família, não podem deixar de assumir na oração os trabalhos do Conselho e a contribuição que Esther e Marcello irão levar ao organismo criado pelo Papa João Paulo II em benefício da Família. -23-


_·,

NA

TERRA SANTA

Nossa peregrinação a Roma terminava. ·.. Despedida dos nossos amigos franceses; espanhóis, portugue-' ses com quem partilhamos a morada nestes dias, o carinho dos companheiros de equipe, a emoção do adeus. . ;:- :~ Pa!'samos a viver a expectativa da outra peregrinação, a da Terra Santa, pátria de Cristo: ver os lugares que Ele viu, percorrer seus caminhos, conviver alguns dias com seus costumes, rezar bastante ... Formamos um grupo de uns 50 casais, alguns "avulsos" e 11 sacerdotes. Após termos ouvido e meditado sobre o "Dom de Deus", num clima de reflexão e oração, ansiávamos por pisar o solo onde Cristo passou sua vida terrena. Como foi compensador! Nossa vida mudou realmente. Realizamos o oitavo sacramento, como se expressou uma freira americana, meio brasileira, num encontro que tivemos em Tiberíades, sob o luar magnífico da Galiléia. Aquele mesmo luar que viu o Cristo caminhar sobre as águas do lago de Genesaré, Tiberíades ou Mar da Galiléia! Quantas vezes a emoção nos levou às lágrimas, não tem conta! Não poderíamos descrever tudo que foi visto e menos ainda o que sentimos, o que vivemos, mas, podemos tentar transmitir os momentos mais tocantes: -

Participar da missa na Igreja da Visitação, que abriga a Gruta onde Maria, encontrando Isabel, cantou o "Magnificat" foi um encontro para nós, como casal, que por si só justificaria toda a peregrinação: "O Senhor fez em nós maravilhas"! - Em Belém, a visita ao local do nascimento de Cristo e a; missa na rústica Gruta dos Pastores nos fizeram viver momentos inefáveis. -

O Muro das Lamentações, com os judeus em oração, agarrados àquelas pedras de um templo que não existe há sé~ culos, nos faz lembrar todo o sofrimento desse povo que rejeitou a pedra principal. É triste e nos faz pedir: "Shalom pa:r;a Israel".

-24-


-

A Via Dolorosa, os locais tão tumultuados, com gente indiferente às nossas orações, fez-nos reviver a indiferença de tantos naquele dia em que o Cristo carregava a sua cruz rumo ao Calvário, e onde, além dos indiferentes, havia também os agressivos, que O maltratavam e humilhavam. Depois, colocar a mão na Pedra do Gólgota e, finalmente, ajoelhar diante do Sepulcro vazio, tocá-lo e sentir toda a maravilha que dá sentido à nossa fé: "Ele nãp !e,s tá aqui, ressusc,itou . .. ". : -

O Getsémani, com suas oliveira milenares - 8 delas são do tempo de Cristo - que viram a agonia do Senhor, ajoelhar-se na rocha onde Ele suou sangue, ver o cenário onde Judas o traiu com um beijo, sentir a Paz daquele local onde Cristo se retirava para orar ... -

A travessia do deserto da Judéia, tão árido, nos lembra Maria indo "apressadamente" para se doar a Isabel. Depois, no caminho de Belém, quantas dessas grutas encontradas pelo caminho não terão abrigado Maria e José durante o penoso trajeto? - Após o deserto da visita de J ericó, oásis maravilhoso e fértil, o J ordão, onde Cristo foi batizado, o Monte onde jêjuou 40 dias ·e foi tentado pelo Demônio. Subir a Nazareth e na Basílica da Anunciação participar da Missa diante da Gruta onde Maria disse: - "Faça-se em mim, segundo a sua palavra_.", nos compromete com nosso "Sim" a esse Deus de Amor e Misericórdia. Vimos aquelas ruas onde Jesus brincou e cresceu em Sabedoria, Graça e Estatura diante de Deus e dos homens. -

-

Que emoção ao vermos o maravilhoso Mar da Galiléia! Sua paisagem nos tira a fala! Quantas vezes Cristo pousou Seu olhar nestas águas! O Monte do Tabor, dominando a paisagem. O Monte das Bem-Aventuranças, com sua beleza e quietude, evocando Cristo, nos dando as orientações para chegarmos ao Seu Reino (Mt. ·5, 11-12). A Missa que lá tivemos ao ar livre. O amanhecer no lago, o pôr do sol, o luar prateando as águas. Quantas coisas . mais, que não temos condições de contar toda.s de uma vez. Apenas gostaríamos de dizer que vale a pena qualquer sacrifício para se viver este peregrinar à Jerusalém terrestre, que nos ajuda muito, mesmo, para o nosso peregrinar à Jerusalém celeste, definitiva pátria na plenitude de Deus.

Neusa e Orlando Equipe 2 de Bauru

i.' ' '

-25-


APOSTOLADO

A "ALI ANCA FRATERNA"

<De Florianópolis, para a Carta Mensal)

A "Aliança Fraterna" é um movimento que não tem sede, pois reside no coração de cada um. Não tem estatutos nem personalidade jurídica. Funciona em pequenos grupos, cada grupo trabalhando com seus próprios recursos, sem dar contas a ninguém - só a Deus. Está crescendo rapidamente, porque seu ingrediente principal é o fermento do amor. Como nasceu esse trabalho? Aqui em Florianópolis, por ocasião das missas dos Setores A e B, pediu-se que, durante o ofertório, a coleta fosse mais generosa, pois seu produto seria mensalmente destinado à promoção de famílias carentes. Ainda, nos Boletins mensais foi proposto que cada equipista praticasse esse apostolado, dando testemunho e conquistando novos adeptos em seu ambiente de trabalho ou onde quer que tivesse influência, formando novos grupos de auxílio aos necessitados. Deus está olhando por este apostolado, pois a cada dia cresce mais o número de famílias atendidas. Como funciona? Vamos às favelas, a bairros pobres onde temos notícias de que existem famílias em necessidade. Rezamos com elas, conversamos e procuramos ajudá-las em todos os sentidos possíveis, seja encaminhando para escolas, conseguindo empregos ou encaminhando a órgãos competentes, seja com alimentos, remédios, roupas. Agimos sempre com a preocupação de evitar a atitude paternalista de dar, conscientizando as famílias para a necessidade de trabalharem a fim de se tornarem independentes e conseguirem o seu lugar ao sol. Outros grupos uniram-se a nós na cidade, como a Associação de Senhoras de Rotarianos, que também se dispôs a trabalhar neste apostolado, de forma autônoma, e constantemente fazem -26-


promoções, nas quais as equipistas colaboram, conseguindo assim maiores recursos para atender às famílias necessitadas. Sabemos que vivemos num mundo cheio de ódios e incompreensões. Basta abrir os jornais ou ligar nossos aparelhos de TV para lermos e vermos a onda de assaltos, crimes e violências geradas pela miséria, fome e falta de tudo o que um ser humano precisa para se desenvolver e crescer com dignidade. É preciso que haja uma transformação no mundo, mas que esta transformação não se faça através de derramamento de sangue e sim através de compreensão e amor.

A "Aliança Fraterna" poderá ser este humilde começo, cada um com seu pequeno grupo, como faziam os primeiros cristãos, que não permitiam que houvesse miséria entre eles. Ninguém precisa ter grandes posses: basta que seja um bom cristão, que se aflija com o sofrimento do próximo. Se cada um atender à sua comunidade formando uma "Aliança Fraterna", aos poucos a humanidade tornar-se-á melhor. A única guerra que teremos que enfrentar será contra o nosso egoísmo e o nosso comodismo. É tão fácil alistar-se na "Aliança Fraterna": seu quartel é o amor... Seja mais um soldado a lutar com as armas do amor. Façamos do bem uma bandeira de paz!

Jurema e Remado Equipe 4 de Florianópolis

-27-


PLANEJAMENTO NATURAL DA FAMíLIA

Estiveram no Brasil, no final do ano, visitando Centros de Pastoral Familiar e "Em Defesa da Vida", em Brasília, São Paul() e Rio de Janeiro, o Presidente e Vice-Presidente da Federação Internacionai de Ação Familiar - respectivamente Claude Lanctôt e Armando Cifuentes, ambos médicos e empenhados na divulgação dos métodos naturais de planejamento familiar e, em particular, do método da ovulação, mais conhecido entre nós como método Billings. As origens da Associação, fundada em 1974, e que teve sua primeira Assembléia Ger~l em 1977, reunindo 60 grupos de vários países do mundo, remontam ao ano de . 1970, na França. Claude, canadense e equipista, e Armando, colombiano e mefecista, formam uma dupla dedicadíssima: essa viagem que acabam de realizar, por vários países da América Latina, os manteve um mês e meio ~ora de casa. Aqui no Brasil, tiveram contatos com a hierarquia, com sacerdotes, religiosas e leigos engajados na Pastoral Familiar, e também com estudantes de medicina e enfermagem. Fizeram ainda palestras em universidades. A filosofia do seu trabalho é empolgante exatamente pelas experiências gratificantes que vêm tendo. Não só do ponto de vista técnico-científico- confirmaram que o êxito do método tem sido de 97,8 % nos casos computados em que os casais seguiram à risca as instruções, pesquisas em curso já podem determinar com exatidão o período da ovulação, etc. - mas também do ponto de vista humano e religioso: constataram, como conseqüência do método, o fortalecimento da união do casal, com reflexos decisivos no plano espiritual. Outro aspecto muito importante de sua atuação, principalmente aqui na América Latina, é que representa muitas vezes um verdadeiro trabalho de promoção humana. Sem falar na capacidade que o povo humilde tem demonstrado para entender e aplicar o método, há um acréscimo do senso de responsabilidade e da unidade do casal. -28-


NOTíCIAS DOS SETORES

VALINHOS/VINHEDO -

Fraternidade em ação

Vem bem a propósito, nesta Campanha da Fraternidade, a notícia que recebemos de Adalgisa e Fabri, responsáveis pelo Setor: "A Equipe 4 de Valinhos tem adotado de uns tempos para cá como apostolado, num domingo do mês, a visita de toda a equipe, com os filhos, a uma instituição - asilo de velhos, creche, cadeia, etc. Essa visita não tem um caráter paternalista, pois atuam da seguinte maneira: passam o dia com os internados, cada família com um, passeando pelos jardins, trocando idéias, procurando animá-los; e também levam seus presentinhos, sob a forma de revistas educativas, doces, etc. Estiveram em novembro na Fazenda do Senhor Jesus, um local para reabilitação de drogados e viciados em geral, perto de J aguariúna, uma instituição dirigida pelo Pe. Haroldo Rahm, s.j. Acompanhados por um casal da Equipe 5, lá passaram o dia inteiro, num trabalho formidável. Já visitaram assim diversas instituições, num objetivo de promoção humana, e fazendo com que seus filhos conheçam a realidade dura da vida e, desde cedo, aprendam a levar atenção, carinho e esperança a pessoa infelizes." RIO DE JANEIRO -

Novos pilotos e ligações

Escrevem Lucy e Jefferson: "Do curso de formação e reciclagem para casais pilotos e de ligação organizado pela Região Rio de Janeiro na Ilha do Governador, sob a coordenação de Mary-Nize e Sérgio, participaram 32 (trinta e dois) casais, dos Setores A, B, C, D, E e Ilha. Em recolhimento e trabalho intenso, ouviram as lições de fraternidade e experiência de casais amadurecidos no movimento e se edificaram diante de testemunhos de vida dos mais novos. Maria Thereza e Luiz Sérgio, como sempre, brilharam, falando com ardor, corações à mostra, sobre "As E.N.S., movimento de espiritualidade - escola ativa de espiritualidade conjugal". Lydia e Gilberto, transparentes de fé e transbordantes de simpatia, discorrendo sobre "A missão do casal piloto e do casal de ligação", apresentaram um quadro atualizado, fruto de estudos -29-

r


e vivência de mais de vinte anos de movimento. Theresinha e Thiago, com aquela sua simplicidade, fizeram uma comovente exposição sobre "A mística das E.N.S." Grande é a experiência do casal no apostolado e na expansão do Movimento. Com Maria Thereza e Luiz Sérgio, falaram também sobre "Os meios de aperfeiçoamento", numa dinâmica interessante, em que os casais presentes se revezavam, dando testemunhos sobre a vivência dos meios de aperfeiçoamento. Mary-Nize e Sérgio, discorrendo sobre a organização do Movimento, acentuaram a importância da disciplina das Equipes e da participação nos eventos para um progressivo aperfeiçoamento. Falaram também sobre os anos de aprofundamento, a nova pedagogia e o compromisso. O curso foi encerrado com a missa celebrada pelo Padre Deum, um dos Conselheiros Espirituais da Ilha, mergulhado no espírito do Movimento, exemplo de paciência, bondade e interesse fraterno pelos equipistas. Foram dois dias de intenso calor. Mas a temperatura de 40° graus à sombra era muito mais baixa do que o calor do entusiasmo dos participantes e da equipe de serviço, que tudo organizou com carinho e silenciosa eficiência, num edificante trabalho da Coordenação da Ilha. Muito vivemos e muito aprendemos nesses dois dias." -

Compromisso

Estando todos os Setores representados, mesmo os mais distantes, como o Setor E, que compareceu numeroso, vários casais equipistas se reuniram, no dia 11 de dezembro, para fazerem ou renovarem - o seu Compromisso, assumindo com as E.N.S. a responsabilidade de servir a Deus através do matrimônio e da família. Após a missa, confraternização (com chopp, salgadinhos, dança, brincadeiras e sorteio de brindes), que se estendeu até quase meia-noite. -

Oração e silêncio

Na Fazenda do Seminário São José, em ltaipava, realizou-se o retiro coordenado pela Ilha do Governador. Os 25 casais participantes foram conduzidos pelo Pe. Mario Maestri ao encontro vivo, íntimo e pessoal com Cristo. Tendo como tema "Oração e silêncio", o local aprazível, acolhedor, silencioso da Fazenda, os serviços magistralmente conduzidos pelas Irmãs, Pe. Mário foi transportando os equipistas a um clima de acolhimento da palavra, não só durante suas explanações como principalmente durante as escutas nos sucessivos desertos que foram propostos aos participantes. -30-


-Os idosos

"Nós e os idosos" foi o tema da Inter-Equipe realizada pela Região no final de outubro. Entre as perguntas formuladas para orientar a discussão do tema: "Como, à luz dos Evangelhos, podemos orientar nossa vida para uma velhice útil?" No Setor E, a Inter-Equipes realizou-se no domingo e foram formados 13 grupos, com comparecimento de 90%.

NITERói -

Mutirãozinho

Desde 1978, Niterói realiza seu Mutirãozinho, com crianças e adolescentes entre 8 e 14 anos. Passam um domingo inteiro dedicado a palestras, brincadeiras, jogos, teatro, finalizando com a celebração eucarística. A promoção tornou-se ocasião de verdadeiro apostolado, pois é cada vez maior a procura por parte dos não-equipistas, sócios do clube onde se realizam tais encontros, que desejam inscrever seus filhos.

BRASlLIA -

Ainda os dez anos

Por ocas1ao da comemoração dos dez anos da fundação das Equipes de Brasília, quando o auditório do Centro Cultural Missionário foi pequeno para abrigar o grande numero de casais equipistas e seus familiares, foram muitas as emoções. A presença do Frei J amaria, fundador das Equipes de Brasília, vindo especialmente do Rio, para onde tinha voltado em meados de 1982, presidindo a concelebração de Frei Jamaria recebendo a placa ação de graças. O momento comemorativa. em que Lícia e Arthur, em nome do Movimento, entregaram ao querido capuchinho uma placa comemorativa e de agradecimento. A hora em que

-31-


70 casais fizeram seu Compromisso com o Movimento. As recordações, para as Equipes 1 e 2, dos primeiros passos na vida em equipe e a ação de graças por dez anos de caminhada, sem contar a alegria de contemplar a "descendência": as outras 34 equipes que ora compõem o Movimento em Brasília. Havia mesmo muito que agradecer: a ação e a oração de mãos dadas (quantos terços e quanto apostolado!). Na mensagem enviada de Petrópolis, Lilian e Quadra, Responsáveis Regionais, agradecem a Deus "pelas maravilhas que tem feito através dos casais e conselheiros espirituais que constituem uma coesa e grande Equipe de perseverança e amor, revelando à comunidade de Brasília a riqueza do engajamento nas Equipes de Nossa Senhora". Finalizam lembrando "a grande responsabilidade do nosso Movimento nos dias de hoje, qual seja a de transmitir ao mundo o Amor de Deus para com os homens através do nosso amor conjugal e familiar". -

Tempo de criança

Mais uma vez repetiu-se a promoção - só que desta vez veio documentada com muitas fotos no Boletim! Num domingo de muito sol, as duas equipes encarregadas da organização foram recompensadas com a alegria das crianças ("de hoje e de ontem"). Foram muitos os jogos - corrida de saco, de ovo na colher, maçã no barbante; e também muitas as opções para os que apreciam atividades mais sossegadas ou mais artísticas: murais para pintura, painel com burrinho, argila, tudo distribuído estrategicamente pelo local. Não faltou o teatrinho de fantoches e o teatro de bichinhos (encenado pelos jovens do grupo Escalada, também eles filhos de equipistas). Também o "lanchão" - almoço comunitário - foi um sucesso.

BELO HORIZONTE -

Transmitindo a luz do Natal

Convocados pelo casal responsável pela espiritualidade na Coordenação, movimentaram-se os equipistas, convidando parentes e amigos para fazer a Novena de Natal. "Natal é Luz", escreviam Wanda e Varella na circular. "Cada equipista ajudando a semear a palavra de Deus, poderemos sentir o Cristo presente e transmiti-lO aos outros. Que cada casal, abrindo-se um pouco mais para o mundo à sua volta, procure ser o sal , a luz, o fermento na massa." -32-


NOVA FRIBURGO -

Missa das crianças

Durante a celebração eucarística, muito participada pelos filhos dos equipistas, as crianças fizeram o ofertório com brinquedos destinados às crianças pobres assistidas pelo Serviço de Obras Sociais Nossa Senhora da Assunção, local onde se realizou o ato religioso. Depois da missa, celebrada pelo Pe. Aloisio N eno, Conselheiro Espiritual da Equipe 3, houve distribuição de balas e doces, num clima de muita animação. LAGES -

Novo responsável da Coordenação

Estava em festa, no dia 5 de dezembro, a Coordenação de Lages: quase todos os casais das seis equipes lageanas estavam reunidas para a posse de Nilza e Vitor Hugo corno casal responsável pela Coordenação. Durante a celebração eucarística, presidida por Frei José Antonio, o Casal Regional deu posse ao novo casal responsável e agradeceu todo o trabalho dedicado ao Movimento por Zilda e Leônidas, que durante quatro anos solidificaram as E.N.S. em Lages, rezando, zelando e animando cada equipe. Era dia de festa, pois era também a confraternização de Na tal das Equipes. Depois do Evangelho, os filhos dos equipistas encenaram o Natal de Jesus. Estávamos numa típica fazenda de Lages e não faltaram churrasco, futebol, voleibol, bate-papo e alegria, num encontro de irmãos. JUNDIAf -

Semana da Família

Wilma e Orlando, membros do grupo de coordenação da Semana de Família em Jundiaí, escrevem, no Boletim: "O nosso Bispo, D. Roberto, que compreende a importância do grupo familiar na formação da sociedade, convocou todos os movimentos para, unidos, organizarem, uma semana de orações, palestras, entrevistas e, acima de tudo, muito diálogo sobre a Família. Aos casais equipistas coube a tarefa de realizar um trabalho de palestras na periferia. Vários casais foram convocados e iniciou-se um trabalho a longo prazo junto às comunidades desassistidas, em colaboração estreita com os casais atuantes dos outros movimentos que pertencem a essas comunidades. Os equipistas, gente de coração aberto e caridoso, que colaboraram com entusiasmo e disponibilidade, divulgando a Semana, comparecendo às palestras, refletindo em grupo e dando papos na periferia, podem ter certeza de que grandes coisas serão conseguidas. Sem falar na esperança que sentimos ante a perspectiva desse trabalho a longo prazo ... " -33-


-

Equipes reunidas em estudos

As equipes 7, 11 e 12, que se haviam reunido para a novena do mês vocacional, gostaram tanto da experiência que agora resolveram continuar se reunindo, desta vez para estudar a Familiaris Consortio. "É tão bom reunir-se entre irmãos!" comentou um entusiasmado participante do "equipão". TAUBAT~-

Retiro

Por ocasião do retiro pregado pelo Pe. Armindo Kunz, os equipistas do Setor de Taubaté viveram as alegrias que um retiro pode oferecer aos que estão disponíveis ao Espírito Santo. Pe. Armindo falou sobre "A vida de Maria~', conduzindo todos os participantes a um encontro com o Filho e o Pai através de Maria. Escrevem Anete e Mário, responsáveis pelo Setor: "Contamos com a presença do Pe. Silvino Kunz e também dos nossos Bispos, D. Antonio Afonso de Miranda e D. José Antonio do Couto, que nos enriqueceram com seus ensinamentos sobre Maria. Todos puderam sentir e viver, intensamente, a humildade e sabedoria de Maria. As Equipes de Taubaté querem agradecer a colaboração de todos e render graças a Deus pelo sucesso do retiro." LINS -

Estudando a "Familiaris Consortio"

Iracema e Martinho nos dão conta do sucesso da Inter-Equipes que organizaram, a pedido de Teresinha e Octacílio, responsáveis pela Coordenação. O tema de estudos foi os n. 0 s 63 e 64 da Familiaris Consortio. Na partilha, indagou-se sobre o aproveitamento dos cadernos "Reunidos em nome de Cristo" e se os outros temas estudados ajudaram no crescimento espiritual. Foram organizadas 8 equipes de 7 casais: 6 em Lins e 2 em Cafelândia, sendo que casais de Lins foram participar das reuniões em Cafelândia e vice-versa. Para alegria dos organizadores, "o comparecimento foi de 100%", sendo que o ponto negativo foi o de "não dispor de Conselheiros Espirituais em número suficiente para todas as equipes." GRANDE ABC -

Equipe de relações públicas

O casal Rosalinda e Tadross, nomeado "Relações Públicas" pelo Setor, pediu para ser assessorado por mais dois casais, constituindo uma "Equipe de Relações Públicas", cujo objetivo prin-34-


cipal é estreitar os laços de amizade e expenencia com todos os movimentos paroquiais e diocesanos. Para maior integração, a equipe espera contar com os casais equipistas ligados a tais movimentos, não só para notícias e comunicações, mas também visando promover um intercâmbio de serviços. -

Engajamento na comunidade

É muito importante o incentivo do Conselheiro espiritual para que os equipistas se abram às necessidades da comunidade. Frei Luiz, Conselheiro da Equipe 1, não só pediu que os equipistas trouxessem para a co-participação algo de concreto realizado durante o mês envolvendo a comunidade, vizinhos, etc., como também sugeriu, em outubro, que os equipistas desenvolvessem um trabalho com os vizinhos, rezando o terço e fazendo com eles uma pequena reunião abordando o tema da Família. Em novembro, ainda quase, todos os casais realizaram algum trabalho, considerado inteiramente válido pelo dedicado Conselheiro.

Com os deficientes

Na Equipe 3, o "casal novidade" do mês organizou uma visita ao Asilo para deficientes físicos e mentais de todas as idades. O casal conseguiu um ônibus gratuito para levar os equipistas, familiares e amigos. Contam: "A ajuda material que levamos não foi o mais importante, o que valeu mesmo foi o calor humano que levamos a eles. Entramos nos pavilhões - que exalavam mau cheiro - tocando violão, cantando e distribuindo balas. As crianças riam e pediam-nos para cantar "Fuscão Preto". As que estavam em melhores condições tentavam acompanhar com os lábios, pois nem voz elas têm. Tivemos a oportunidade de ver as crianças do isolamento tomando sol e as palavras não dão para descrever esse quadro. . . Para surpresa nossa, no pavilhão dos velhinhos, foi preciso cantar duas vezes "Fuscão Preto". Foi uma experiência gratificante e recomendamos àqueles que ainda não tiveram a oportunidade de fazer uma experiência deste tipo que procurem fazê-la para poder sentir o quanto Deus é generoso conosco e como nem sempre damos o devido valor." -

Colaboração dos filhos

Foi uma coisa que deduzimos, ao recebermos o boletim "O Equipista": a capa da edição de Natal veio colorida e percebe-se que o foi com lápis de cor. Que boa idéia: é sempre bom associarmos os filhos aos nossos trabalhos. -35-


VOLTARAM PARA O PAI

Pe. Fernando Godat

Conselheiro Espiritual da Equipe 5 do ABC. No dia 20 de novembro. Escrevem Rosalina e Caja, da Equipe 2, à qual deu assistência em várias ocasiões: "Sentíamos nele o verdadeiro conselheiro espiritual de equipe. Apesar de sê-lo da 5, estava sempre pronto para socorrer qualquer equipe e atendia com aquela serenidade, mansidão, e palavras que transmitiam fortalecimento ao espírito de todos os que dele se acercavam." Enésio Fernandes Leal

Da Equipe 50, Na. Sra. das Dores, do Rio de Janeiro. No dia 27 de novembro. "Especialmente feliz ele se sentia, escrevem Mary-Nize e Sérgio, pois sua única filha estava se formando em medicina e ele estava entregando os convites quando um mal súbito o levou. Havia sofrido um derrame anos atrás, mas conseguira recuperar-se graças à dedicação de Maria Yvonne, a fé de ambos e ao amor que os unia. Enésio e Maria Yvonne tinham acabado de fazer o seu retiro: Enésio estava bem preparado para ir ao encontro de Deus." Ol·ga Miranda Rocha

Da Equipe 1, Na. Sra. da Conceição, de Belo Horizonte. No dia 9 de janeiro, aos 43 anos. Ela e Rocha eram o casal responsável pela Coordenação de Belo Horizonte e iniciadores do Movimento naquela cidade, para onde se haviam transferido, vindos de Juiz de Fora, em 1976. Escreve Vital, companheiro de equipe: "Olga, alegre, expansiva, amava a vida. Apesar de sua natureza agitada e um tanto impaciente, teve na doença - um câncer violento - um comportamento tranquilo, paciente e sempre confiante: presenciamos mesmo um palpável milagre da graça de Deus. Olga tinha planos para o crescimento das E.N.S. em Belo Horizonte: plantou a esperança e nós a veremos crescendo. Quem vive perto de Deus morre em seus braços. Assim aconteceu com a Olga. Através da doença da Olga, Deus premiou muita gente. Obrigado, Olga! Obrigado, ó Deus, por ter afinado tão bem um instrumento tão delicado, a pequenina, mas de alma grande, Olga!"

-36-


EQUIPES NOVAS

Belém do Pará

Equipe 11, Na. Sra. do Rosário - Casal Piloto: Thérese e Raimundo Valente; Conselheiro Espiritual: Frei Dionísio. Brasília

Equipe 36, Na. Sra. Rainha dos Apóstolos, Setor A - Casal Piloto: Geraldine e Horácio; Conselheiro Espiritual: Pe. Salvatore Sotille. Juiz de Fora

Equipe 7, Na. Sra. do Carmo - Casal Piloto: Maria Cleusa e Agildo; Conselheiro Espiritual: Pe. Paulo Ruffier. Pré-equipe A - Casal Piloto: Astrid e Ribeiro; Conselheiro Espiritual: Pe. João de Bona. Pré-equipe B - Casal Piloto: Nila e José Flávio; Conselheiro Espiritual: Pe. Paulo Ruffier. Lins

Equipe 8, Na. Sra. das Dores - Casal Piloto: Iracema e Martinha; Conselheiro Espiritual: Pe. Luigi Favero. Rio de Janeiro

Equipe 73, Setor D - Casal Piloto: Juçara e Henrique; Conselheiro Espiritual: Pe. Camilo de Albuquerque. Equipe 74, Setor E - Casal Piloto: Pina e Ferdinando; Conselheiro Espiritual: Pe. Geraldo. São José do Rio Preto

Equipe 1 - Casal Piloto: Neusa e Luiz, do Setor de Catanduva; Conselheiro Espiritual: Pe. Chiquinho. Taubaté

Equipe «nova" 2, Na. Sra. do Carmo - Casal Piloto: Leonir e Carlos; Conselheiro Espiritual: Pe. Armindo A. Kunz, scj. Equipe «nova" 3, Na. Sra. Aparecida - Casal Piloto: Celina e Rubens; Conselheiro Espiritual: Pe. João Faria. -37-


Equipe "nov a" 4, Na. S1·a. Imaculada - Casal Piloto: Leonir e Carlos; Conselheiro Espiritual: Pe. Libânio Sicuto. Equipe "nova" 9, Na. Sra. da Imaculada Conceição - Casal Piloto : Dirce e Walter ; Conselheiro Espiritual: Pe. Armindo ~· K11nz, scj.' . NOVOS RESPONSAVEIS Lages .

Substituindo Gilda e Leônidas, assumiram a Coordenação Nilza e Vitor Hugo Dall'Asta. Gravataí

Desdobrada do Setor Leste de Porto Alegre, foi criada a Coordenação de Gravataí - agrupando as cidades de Gravataí, Canoas, Glorinha e Corvo - cuja responsabilidade foi cónfiada a Vilma e Julio Socrates de Souza. Porto Alegre, .Setor A

Deixaram a responsabilidade Marília e Jorge, sendo substituídos por Helga e Jayme Albella. Porto Alegre, Setor C

Dulce e Hugo Zani substituem Eunice e João à frente do Setor. Porto Alegre, Setor D

Foi criado o Setor D de Porto Alegre, cuja responsabilidade foi entregue a Dionéia e Hermes da Rosa .

• SESSõES DE FORMAÇÃO

Em Juiz de Fora Em Londrina -

de 30 de março a 2 de abril

de 19 a 22 de maio - - 38 : ~


ENCONTRO INTER-REGIONAL DE RR, RS COM A ECIR EM CATANDUVA

e RC

"Que possamos escutá-lO, Senhor!" Com esta frase inicial de um cartaz de refeitório, acreditamos poder retratar o clima de espiritualidade que marcou o Encontro Inter-Regional de Casais Responsáveis Regionais, de Setor e Coordenação com a ECIR realizado em Catanduva nos dias 20 e 21 de novembro de 1982. A presença de Ivone e Tharcísio e Cidinha e Igar, pela ECIR; dos casais responsáveis das Regiões São Paulo Norte, São Paulo Centro e São Paulo Oeste, e da maioria dos casais responsáveis de Setores e Coordenações destas Regiões; dos Conselheiros Espirituais Padre Benedito (São Carlos), Padre Clarêncio (Lins) e Cônego Pedro (Jaú), testemunhou, a nós do Setor de Catanduva, que valeu a pena aceitar o encargo da montagem do Encontro. Foram destaques do primeiro dia, que teve como .tema central Reconciliação-Oração: Ibi, com sua meditação inicial; Padre José Valsânia e o Coral de Catanduva por ele regido; a palestra de Cidinha sobre "A missão do Casal Responsável", os trabalhos de grupo; o plenário da ECIR. O segundo dia, com o tema Esperança, nos trouxe Nelcy, de Maurílio (Equipe 3 de Catanduva) e a beleza de meditação sobre a esperança; testemunhos sobre a Peregrinação a Roma, coordenados por Olguinha e Toninho, com projeção de slides; e a Missa de encerramento, com nosso querido Padre Synval e a mensagem, por mímica, "Encontro de Cristo no outro", pelos jovens da sua paróquia. A Equipe de serviço, liderada por Ruth e Raul, colocou sua esperança no fazer a vontade do Pai, na oração, no trabalho e na união de todos. Destaque especial merece a posse do novo Casal Responsável da Região Norte, Heloisa e Ary, de Ribeirão Preto, ocorrida durante a celebração eucarística das 18 hs., concelebrada por Cônego Pedro, Pe. Benedito e Pe. Clarêncio. Cônego Pedro convidou para irem à frente Ivone e Tharcísio, Marisa e Gustavo, que deixavam o encargo e o novo Casal Responsável da Região Norte; com simplicidade, após o compromisso de Heloisa e Ary, os presentes, com a imposição das mãos, participaram da Invocação do Espírito Santo e suas bênçãos sobre o casal. Foram momentos plenos da escuta da Palavra do Pai e, por suas obras, nós vos damos graças, Senhor!

Ineida e Rubens Equipe 5 de Catanduva

-

39 -


NÃO A VIOL~NCIA TEXTO DE MEDITAÇÃO -

Mt. 26, 47-52

Enquanto ainda falava, eis que veio Judas, um dos Doze, com grande multidão com espadas e paus, da parte dos sumos sacerdotes e dos anciãos do povo. O seu traidor dera-lhes um sinal, dizendo: "É aquele que eu beijar: prendei-o." E logo, aproximando-se de Jesus, disse: "Salve, Rabi!" e o beijou. Jesus respondeu-lhe: "Amigo, para que estás aqui?" Então, avançando, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, desembainhou a espada e, ferindo o servo do Sumo Sacerdote, decepou-lhe a orelha. Mas Jesus lhe disse: "guarda a tua espada no seu lugar, pois todos os que pegam a espada pela espada perecerão." ORAÇÃO -

SI. 26-b

Ouve, Senhor, sou eu que estou chamando! Tem piedade de mim e me responde. Dentro de mim uma voz me dizia : "Continua procurando a presença de Deus". Por isso, estou à tua procura, Senhor, não te escondas de mim. Por favor, não te irrites, nem me rejeites, Tu és o meu auxílio. Não me abandones, deixando-me entregue às próprias forças, Tu és o meu Salvador! Ainda que meus pais me desamparem, sei que o Senhor sempre me acolherá. Ensina-me, Senhor, as tuas veredas, faze-me andar pelos bons caminhos, por causa dos meus inimigos. Não me deixes cair nas suas mãos, pois estão levantando falsos testemunhos e tramando a violência contra mim. Ah, se não tivesse a certeza absoluta de poder experimentar um dia a bondade do Senhor na terra dos vivos ... Confia no Senhor. Sê forte e corajoso, confia no Senhor! -

40 -


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -

Rua João Adolfo, 118 - 99 - conj. 901 SAO PAULO. SP

Te!.: 34-8833


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.