ENS - Carta Mensal 1982-8 - Novembro

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1982 Novembro

O Papa fala às Equipes . ...... ... . . . . . . ... . . Remin iscência do Pedro Moncau

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Senhor, dá-me vontade de rezar . ..... .. . . . . •.

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A Carta dos Direitos da Família

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Roma 82 -

Primeiros ecos . ....

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As Equipes de São Carlos comemoram 25 anos

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O diálogo conjugal (dever de sentar-se) parece-lhes útil para a caminhada do casamento?

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Para uma reflexão antes das eleições . . . . . . . .

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Uma vida de amor

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Notícias dos Selares ....

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. O PAPA FALA AS EQUIPES

Quinta-feira, 23 de setembro. Sala de audiências repleta: os 5.000 peregrinos das Equipes de Nossa Senhora que lotam o imenso auditório aguardam o Santo Padre. Alguns estão tão excitados que a equipe da liturgia resolve entrar com um canto, vagaroso e ritmado, destinado a tornar a expectativa mais recolhida. Finalmente chega o grande momento, o momento culminante, pelo qual todos vieram dos quatro cantos do mundo. O coral entoa o canto triunfal, retomado por todos, para saudar o Papa que se aproxima. Os que ainda não enxergam cantam a plenos pulmões - quando João Paulo II chega perto, a emoção toma conta, e são os outros que cantam, exultantes. Ele vai pelo corredor, sem pressa, apertando a.s mãos dos que conseguiram chegar nas primeiras fileiras, dizendo uma palavrinha, afagando um rosto, uma cabeça. Os que estão mais longe subiram nas cadeiras e procuram fotografar o Papa. Para que todos possam vê-lo, o Papa interrompe a caminhada, sobe num pequeno pódio rolante e acena para todos os lados. Quando chega ao palco, o delírio é completo: o canto, as palmas estão no auge, os brasileiros agitam os lenços verde-amarelo, os espanhois enorme bandeira... O Papa, visivelmente emocionado, acena, agradecendo. Louis, Marie e o Pe. Tandonnet aproximam-se e dirigem-lhe uma saudação em nome de todo o Movimento. Agora, novamente, a expectativa é grande: o Papa vai falar ...

Caros Irmãos e Irmãs, Escolhestes como luz, para iluminar a vossa peregrinação a Roma, a palavra do Senhor: "Se conhecesses o dom de Deus!" Fostes bem inspirados. Esta interrogação insistente e alegre penetra toda a Bíblia e atinge-nos a todos: "Se conhecesses o dom de Deus!" Se conhecesses, tu que procuras beber, incitado por uma sede terrestre, se conhecesses a fonte inesgotável! Está perto de ti, mas conseguirás tu reconhecê-la? -1-


Esta pergunta diz respeito também a vós, esposos cristãos. Bem o sabeis, vós que mantendes e desenvolveis o cuidado de voltar à fonte do vosso amor e da vossa graça dentro das vossas Equipes, sob o patrocínio de Nossa Senhora, mãe do belo amor. O

~ST~RIO

DA ALIANÇA

1. Desde as origens, o dom de Deus ao homem é a vida e o amor. E este dom, esta graça, exprime-se na graça de um rosto, de uma mulher, Eva, a mãe dos vivos, imagem bem imperfeita, mas imagem, apesar de tudo, da nova Eva, Maria, cheia de graça. A alegria de Adão, ao ver satisfeita a sua expectativa, explode: "Esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gen. 2, 23). Ambos se extasiam diante do amor e da vida repartidas quando lhes nasce o primeiro filho: "Gerei um homem com o auxílio do Senhor" (Gen. 4, 1). Todavia não suspeitam a extensão nem a profundidade do dom de Deus (cf. Ef. 3, 18-19). Esta graça, este dom do amor e da vida não passa, com efeito, de uma etapa. O Senhor quer ligar-se à humanidade, "harmonizar-se" com ela. Estabelece aliança com o Seu Povo escolhido: "Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair do Egito .. . Não terás outro Deus além de Mim" (Ex. 20, 2-3). Mas esta Aliança não é simples contrato nem aliança política: como o Senhor nela compromete a Sua Palavra e a Sua Vida, ela requer amor e ternura. A aliança exprime-se através do sinal do matrimônio. Os profetas perscrutam este mistério da Aliança através da história tempestuosa da fidelidade de Javé e das infidelidades do Seu Povo, por vezes mesmo através da própria vida conjugal (cf. Os. 2, 21-22) e Jeremias chega até a anunciar uma aliança nova (31. 31). E, na verdade, "quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho nascido de uma mulher ... " (Gal. 4, 4). Cristo desposa a condição humana no seio da Virgem Maria. "O Verbo se fez carne". Aliança indefectível, porque nunca mais coisa alguma poderá separar o homem de Deus, unidos para sempre em Jesus Cristo (cf. Rom. 8, 35-39). É ainda em termos de esponsais que se expressa o mistério: Jesus realiza o Seu primeiro sinal nas bodas de Caná (cf. Jo. 2, 11); depois o Evangelho deixa entender que o verdadeiro esposo é Ele (cf. Jo. 2, 39; Ef. 5, 31-32) . Jesus vai até o extremo do amor (cf. Jo. 15, 13; 13, 1), sela a Aliança no sangue da Sua cruz e "entrega o Seu Espírito" (Jo. 19, 30) à Igreja, Sua Esposa". A Igreja aparece assim como o termo da Aliança: repleta do dom de Deus, ela é a Esposa amada e fecunda que gera novos filhos até o fim dos tempos. "Sacramento universal da salvação" (cf. G. S. 45, 1 e 42, 3; cf. também L. G. 1, 1 e 48), ela conduzirá pouco a pouco a humanidade, pelo anúncio da Palavra e pelos

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sacramentos, a viver plenamente o dom de Deus na Aliança que lhe é oferecida. EUCARISTIA E MATRIMONIO

2. Os sacramentos são assim lugares da celebração e da realização da Aliança. A Eucaristia é-o a título eminente (cf. P. <?· 5), mas o matrimônio, "intimamente ligado" à Eucaristia (Familiaris Consortio, 57), apresenta uma ligação particular com a Aliança. A antiga Alian-ça exprimiu-se no sinal do matrimônio· dos homens; mas a realidade do matri·m.ônio. cristão é como que· habitada e transfigurada pela Nova Aliança. Sublinhei na Exortação apostólica Familiaris Consortio, dededicada à família depois do Sínodo de 1980, a necessidade "de descobrir e aprofundar esta relação" (n.0 57). A vossa peregrinação a Roma dá-me a ocasião de abrir algumas pistas, as quais vos pertence explorar mais adiante. COMUNBA.O

A Eucaristia, com efeito, torna-nos acessível a Alian-ça, ao mesmo tempo o dom e Aquele que se dá: Sacramento por excelência da Aliança, ela é mistério de comunhão, de unidade, no respeito à pessoa de cada um: "Aquele que come a minha carne permanece em Mim e Eu nele" (Jo. 6, 56). "Assim como ... Eu vivo para o Pai, aquele que come a minha carne viverá também por Mim" (Jo. 6, 57). Ela manifesta a comunhão do Pai e do Filho no Espírito, levando para esta comunhão os fiéis, que assim se encontram em comunhão uns com os outros (1 Cor. 10, 17). Pela carne de Cristo ressuscitado opera-se a comunhão no Espírito: "Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só espírito" (1 Cor. 6, 17). O cumprimento da Aliança na Eucaristia repercute-se na aliança conjugal. O sacramento do matrimônio acaso não realiza também ele uma comunhão em que a unidade na carne leva à comunhão do espírito? Como a Aliança de Cristo, a aliança conjugal leva os esposos a viverem a fidelidade na "ternura e na misericórdia" ao mesmo tempo que "na justiça e no direito" (Os. 2, 21). "O matrimônio dos batizados torna-se deste modo o símbolo real da Aliança nova e eterna, selada no sangue de Cristo. O Espírito, derramado pelo Senhor, dá-lhes um coração novo e torna o homem e a mulher capazes de se amarem como Cristo nos amou" (F. C. 13). "É neste sacrifício da nova e eterna Aliança que os esposos cristãos encontram a fonte jorrante que modela interiormente e vivifica constantemente a sua aliança conjugal" (F. C. 57). Junto do Senhor aprendem a amar "até o fim", na doa·ção e no perdão. E como Ele próprio vive uma Aliança indis-

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s·olúvel, com Ele aprenderão a fidelidade sem desfalecimento à palavra e à vida dadas. A Aliança não só inspira a vida do casal, como realiza-se nela ao expandir a sua energia própria na vida dos esposos: "modela" a partir de dentro o seu amor: amam-se não só como Cristo amou, mas já, misteriosamente, com o amor mesmo de Cristo, porque o Seu Espírito é-lhes dado ... na medida em que eles se deixam "modelar" por Ele (cf. Gal. 2, 25; Ef. 4, 23). Na Missa, pelo ministério do sacerdote, o Espírito do Senhor faz do pão e do vinho o corpo e o sangue do Senhor; no e pelo sacramento do matrimônio, o Espírito pode fazer do amor conjugal o amor mesmo do S.enhor; se os esposos se deixarem transformar, poderão amar com "o coração novo" prometido pela Aliança Nova (cf. Jer. 31, 3~; F. C. 20). · ' "Apelo do corpo e do instinto, força do sentimento e da afetividade, aspiração do espírito e da vontade" (F. C. 13), pelo dom do Senhor o amor dos homens pode ser totalmente irradiado pela Fonte do amor e manifestar verdadeiramente a Aliança nova e eterna que nele resplandece. Estamos muito longe aqui, é claro, do simples impulso ins~intivo ou do simples acordo temporário ligado a interesses imediatos ao qual muitos hoje tendem a reduzir este dom do Senhor que é o amor! SACRIFíCIO

3. Disse eu: "Se os esposos se deixarem transformar", porque o dom proposto por Deus não encontra somente consentimento: desde as origens esbarra na recusa e no orgulho. As tentativas, sempre a renascer, de um cristianismo sem sacrifício, estão destinadas ao fracasso: esbarram na realidade do pecado. A missão de Cristo não realiza o homem senão pela Sua morte e Sua rE:>ssureição. A Eucaristia recorda-nos sem cessar que o sangue da Aliança nova e eterna é "derramado para a remissão dos pecados" (Mt. 26, 28) . A Aliança é selada no sangue do Cordeiro. Não é, pois, de estranhar que o sacramento do matrimônio comprometa os esposos a seguirem um caminho em que eles encontrarão a cruz. Cruz no interior do casal, sacrifício do egoísmo de cada um, recusas, fraquezas, decepções que requerem o perdão, rupturas. Cruzes vindas dos filhos , das suas limitações, das suas enfermidades e das suas infidelidades. Cruzes dos casais estéreis. Cruzes daqueles cuja fidelidade à aliança suscita zombarias, ironia ou mesmo perseguições. Não vivemos num mundo inocente! O amor, como qualquer realidade humana, precisa ser salvo, resgatado. Mas a freqüência à Eucaristia permite aos esposos fazerem das suas provas um caminho de comunhão, uma participa-

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ção no sacrifício do Senhor, uma nova maneira de vi-yer a Aliança e, para além da cruz, para além de todas as formas de morte que lhes balisam a existência, chegar à alegria: matrimônio cristão é uma Páscoa.

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AÇAO DE GRAÇAS

4. O sacrifício do Senhor, com efeito, leva-O à ressure1çao e ao dom do Espírito. Vai dar na ação de graças e no louvor do Pai. É bem o sentido original da palavra "Eucaristia", em que tomamos o "cálice de bênção" (1 Cor. 10, 16). A bênção da aliança de Adão e Eva completa-se na bênção do novo Aqão e da nova Eva. Mergulhada na aliança de Cristo e da Igreja (cf. Ef. 5, 25 ss.), a aliança conjugal vai dar também ela na alegria, na gratidão e na ação de graças. Neste sentido igualmente cada família cristã é chamada a tornar-se uma "pequena Igreja", lugar em que ressoa o louvor e a adoração (cf. Ef. 5, 19). Nela os esposos exercem o seu sacerdócio de batizados. Lares das Equipes de Nossa Senhora, vós contribuistes para devolver seu lugar de honra .à oração no lar, e prestastes deste modo um serviço apreciável. ,O "reconhecimento", a ação de graças e a alegria, fundadas não sobre a ilusão mas sobre a verdade da doação e do perdão, têm também um papel a desempenhar no mundo: preocupado com aquilo que obtém, corre o risco de perder o sentido do gratuito. Fecha-se então à gratidão, à ação de graças, fontes da alegria, esquecendo que é não somente "digno e justo" dar graças, mas também "salutar"! FAZER A IGREJA

5. Acabo de evocar o serviço prestado à Igreja pela oração das Equipes. Desejo insistir na dimensão eclesial da vossa vocação conjugal. A Aliança nova e eterna é oferecida à "multidão" (Mt. 26, 27). Por mais pessoal que seja o encontro eucarístico de cada cristão, diz respeito ao Corpo inteiro. "A Igreja faz a Eucaristia, mas a Eucaristia faz a Igreja". Para além das diversidades de raça, de nação, de sexo e de classe, a Eucaristia faz desaparecer as fronteiras, o corpo eucarístico de Cristo constrói o Seu Corpo místico que é a Igreja. A celebra-ção da Aliança nova e eterna dá plena consistência à Assembléia cristã: esta "faz corpo" no corpo de Cristo (cf. Cor. 10, 17). Mas, longe de encerrá-la no intimismo de alguma câmara alta, a Eucaristia a expande pelos quatro cantos do mundo. O Espírito de Cristo ressuscitado assegura ao mesmo tempo a Comunhão e a Missão (cf. At. 1, 13; 2, 4; Mt. 28, 18-20).

"No dom eucarístico da caridade, a família cristã encontra o fundamento e a alma da sua "comunhão" e da sua "missão": o

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pão eucarístico faz dos diferentes membros da comunidade familiar um só corpo ... " e ao mesmo tempo alimenta o "dinamismo missionário e apostólico" (F. C. 57) . Sacramento da Aliança, a Igreja doméstica que é o lar viverá intensamente a comunhão, não uma comunhão fechada no intimismo, mas inteiramente aberta à missão. Célula de Igreja aberta às outras comunidades, a família cristã não é capela fechada, cenáculo. Por isso deveis ter o cuidado de trabalhar em comunhão estreita com os vossos bispos e os pastores da Igreja, a começar pelos vossos párocos. A vossa vocação de "construtores" da Igreja começa por um dom generoso da vida (mesmo na Igreja, muitos casais já não sabem que "os filhos são o dom mais excelente do matrimônio" (G. S. 50). Ela continua nas atividades mútuas que pode exercer cada casal segundo a sua vocação própria, da catequese à animação litúrgica ou à ação apostólica sob todas as suas formas. Cada lar aprenderá a discernir a sua vocação própria confrontando os seus gostos, os seus talentos e as suas possibilidades com as necessidades e os apelos da Igreja e do mundo. Porquanto o serviço missionário mais urgente ultrapassa as fronteiras da Igreja. Este mundo envelhecido (F. C. 6) já não crê na vida, no amor, na fidelidade e no perdão; precisa de sinais da Alianç:a nova e eterna, que lhe revelem não só o amor autêntico mas também a fidelidade até mesmo na cruz, a alegria da vida e a força do perdão; precisa reaprender o preço de uma palavra dada e mantida, numa vida oferecida. Através da fidelidade dos esposos, poderá entrever a fidelidade do Deus vivo. A'If: QUE ELE VENHA

6. A Eucaristia, por fim, anuncia e prepara a volta do Senhor e o cumprimento definitivo da Aliança. A Eucaristia é alimento para o caminho: prepara o tempo em que ela mesma já não será necessária porque "nós O veremos como Ele é" (1 Jo. 3, 2) . Longe de nos conduzir a desprezar o tempo que passa, ela permite-nos transformar em eterno o que é temporal, mas ao mesmo tempo evita que nos atolemos no presente, recordando-nos a nossa condição de nômades nesta terra (Heb. 11, 9-11; Fil. 3, 20; 1 Ped. 2, 11) . Povo da aliança, nós somos o povo da Páscoa, da Passagem. Caminhamos para a Cidade de Deus, para a Jerusalém celeste, em que seremos repletos do dom de Deus. Esta perspectiva escatológica da Eucaristia reflete-se até no matrimônio. Este leva a marca do efêmero: "passa a aparência deste mundo" (1 Cor. 7, 31). Todavia, o corpo é mais que o corpo, é o sinal do espírito que o habita (cf. Discurso na audiência geral de 2· de julho de 1982), o matrimônio cristão é mais que a carne. •·o amor é mais que o amor" (Paulo VI, Discurso às Equipes de

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Nossa Senhora, 4 de maio de 1970, n.0 6). TransfiguradO: p~o Espírito, o amor constrói eternidade porque "o amor não passa nunca" (1 Cor. 13, 8). Mas, ao mesmo tempo, um amor conjugal autêntico, embora repleto de ternura e de fidelidade, impede que ~Se detenha no cônjuge numa adoração indevida: conduz da aliança conjugal à Aliança divina e da imagem à sua Fonte. Por isso reconhece que é inseparável de outro sinal da Aliança: o celibato "para o Reino" (Mt. 19, 12; cf. Discurso na audiência geral de 30 de junho de 1982). Este recorda a todos que o do.m por excelência de Deus não é uma criatura, por mais amada que seja, mas o próprio Senhor: "O teu esposo é o teu Criador" (Is. 54, 5). O verdadeiro Esposo das núpcias definitivas é Cristo, e a Esposa é a Igreja (cf. Mt. 22, 1-14). A virgindade consagrada, sinal do mundo que há-de-vir (cf. F. C. 16), ressoa como um apelo no coração de todos os lares cristãos. Não é nem medo nem recalque, mas o apelo de um maior amor (cf. Discurso na audiência geral de 21 de abril de 1982) . Fiz questão de recordar que, neste sentido, "a Igreja ... sempre defendeu a sua superioridade em relação ao matrimônio" (F. C. 16), mesmo que isto seja mal compreendido hoje. Equivale a mostrar-vos a importância que a Igreja atribui a um certo cl!,ma nas famílias cristãs para que nelas floresça, na liberdade e na alegria, o apelo a deixar tudo por Cristo. f'AMINHAR

7. "Se soubesses o dom de Deus!" Toda a vossa vida conjugal, Irmãos e Irmãs, não bastará para explorardes o incomensurável dom de Deus que vos é feito no vosso sacramento da aliança. A Igreja não terá tempo suficiente no seu caminho terrestre para explorar o dom de Deus, "a a1itura e a profundidade, o comprimento e a largura do amor de Deus, que excede todo o conhecimento" (cf. Ef. 3, 18-19). Razão a mais para se aplicar a isso desde já, no lar, nas Equipes e na Igreja. Contudo, este recordar a ambição de Deus acerca do matrimônio dos seus filhos poderia talvez acabrunpar-vos: como assumir tal missão entre os homens e as mulheres de hoje? Tendes razão de reconhecer as vossas limitações: a humildade é o primeiro passo para a santidade. Mas nem por isso deveis diminuir as ambições de Deus sobre vós; como poderia subsistir o amor se não refletisse a santidade da sua fonte, na fidelidade e na fecundidade? "Se o matrimônio cristão é comparável a uma altíssima montanha que eleva os esposos à vizinhança imediata de Deus, é bem preciso reconhecer que a sua ascensão exige muito tempo e muito sacrifício. Mas seria isso razão para suprimir ou rebaixar esse cume?" (Homilia em Quinxassa, 3 de maio de 1980, n. 0 1).


O desnível que reconheceis entre a expectativa do Pai e: as vossas pobres respostas não vos deve paralizar mas tornar-vos mais dinâmicos ainda. Sabeis por experiência que uma verdadeira mãe não se torna cúmplice das recusas de comer, de trabalhar ou de amar dos seus filhos! Impele-os pelo caminho da vida, sem frouxidão nem rispidez, mas com terna e misericordiosa exigência. Sabeis também por experiência que um pai que ama não atormenta os filhos por demorarem para crescer! Na exortação apostólica falei não da "gradualidade da lei", pois as exigências da criação e da redenção do corpo nos dizem respeito a todos desde já, mas da gradualidade do "caminhar pedagógico do crescimento" (n. 0 9). Não é toda a nossa vida cristã que deve ser pensada em termos de caminhada? Em cada um dos campos em que encontrais obstáculos, no amor e nas suas expressões, nas suas reticências e retomadas, nos difíceis problemas da regulamentação dos nascimentos - para chegar a relações conjugais "dominadas e respeitadoras da natureza e das finalidades do ato matrimonial" (0 meu discurso aos membros do CLER, 3 de novembro de. 1979) e manter sempre um respeito absoluto pela vida humana - e da mesma forma no que diz respeito ao vosso papel na Igreja e no mundo, remeto-vos ao que vos dizia Paulo VI no célebre discurso que vos dirigiu em 1970: "O caminhar dos esposos, como toda a vida humana, conhece muitas etapas, e as fases difíceis e dolorosas ... têm também nele o seu lugar. Mas é preciso dizê-lo bem alto: nunca a angústia nem o temor deveriam encontrar-se nas almas de boa vontade, pois afinal acaso não é o Evangelho uma boa nova também para os lares, e uma mensagem que, embora exigente, nem por isso é menos profundamente libertadora?" (n. 0 15). Os vossos combates espirituais, e mesmo o arrependimento dos vossos pecados, confiados ao Senhor no sacramento da reconciliação (cf. F. C. 58), têm ainda um papel a desempenhai'!: podem tornar-vos mais fraternos para com os vossos irmãos provados pelos revezes de toda espécie, pelo abandono de um cônjuge, a solidão ou os desequilíbrios, e ajudar-vos, sem nada renegardes da vocação dos casais à santidade, a acompanhar esses irmãos e colocá-los novamente a caminho. 8. Estas últimas reflexões não nos afastaram da Eucaristia, pelo contrário, reconduzem-nos a ela: não é a Eucaristia um viático para aqueles que caminham? Não é o encontro com Aquele que é a Verdade e a Vida, e ao mesmo tempo o Caminho (cf. Jo. 14, 6)? Então, Irmãos e Irmãs muito amados, vivei no coração do sacramento da Aliança, estando o vosso matrimônio alimentado com a Eucaristia e estando a Eucaristia iluminada pelo vosso sa-

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cramento do matrimônio; disso depende o futuro do mundo. Apesar das vossas limitações e das vossas fraquezas, humildemente e briosamente ao mesmo tempo brilhe a vossa luz diante dos homens. Os homens do nosso tempo acotovelam-se em torno de tantas fontes poluídas! A vossa vida inteira os conduza ao poço de Jacó, a vossa vida de casal e de família os interrogue: "Se conhecesses c dom de Deus!" Vendo-vos viver, entrevejam eles o "sim" entusiasta do Senhor ao amor autêntico! A vossa vida inteira faça-lhes ouvir o apelo de Cristo: "Quem tem sede, venha a Mim, e beba quem crê em Mim. Como diz a Escritura, do seu seio brotarão rios de água viva" (Jo. 7, 37-38). Nossa Senhora a todos obtenha acolherdes o Dom de Deus e dá-lo aos homens como ela fez! E eu, de todo o coração, a cada um dos vossos lares, a todos os membros das Equipes de Nossa Senhora, sobretudo àqueles que conhecem a provação, e também aos sacerdotes e às religiosas que acompanham a vossa reflexão, dou a minha Bênção Apostólica.

A seguir, o Papa, que falara em francês, dirigiu algumas palavras aos equiplstas dos outros grupos lingUísticos. Dirigiu uma saudação especial aos j(•vens das E.J.N.S. que o ovacionavam entusiasticamente. Ao despedir-se, como que pensando melhor, parou e disse: "Venham de novo ... sempre mais numerosos!. . . E digam aos vossos filhos que o Papa. lhes manda um abraço!" E saiu pelo lado esquerdo do palco, acenando ainda, enquanto o imenso auditório vinha novamente abaixo com o mesmo canto solene e jubilante da entrada: "Eccel Fiatl Magnificat! Amém! Amém! Aleluia!"

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REMINISCI:NCIA DO PEDRO MONCAU

Pe. Oscar A. Melanson, c.s.c.

Martin Buber, o filósofo israelita, ensina que a amizade, o amor, as relações humanas são criações espirituais e portanto indestrutíveis. Nunca cessarão de existir. Destas riquezas nada é perdido, mesmo se, por um tempo, estiverem esquecidas. Este pensamento altamente consolador abre grandes esperanças sobre a maravilha que seremos, uma vez ressuscitados. Teremos máxima comunicabilidade e consciência clara das nossas ramificações na videira que é Cristo. Nesta volta ao Moncau pelos caminhos da memória falível, lembraremos Pedro, mas também o casal Moncau: o Pedro e a Nancy, inseparáveis, simbolizando bem a palavra de Claudel em UEchange: "Você está unido a mim por um sacramento de uma unidade indissolúvel". A unidade do casal Moncau tinha esta profundidade: era humana, mas sacramental e teologal. O início das Equipes "Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento ". (1 Cor. 3, 6) O Centro Dom Gastão Liberal Pinto, através do seu assistente, Mons. Aguinaldo José Gonçalves, convidou o Padre Marcel-M. Desmarais, o.p. , a voltar a São Paulo para uma série de conferências radiofônicas dirigidas a casais no auditório da Gazeta, nos fins dos anos 40. Moncau julgava que deveria haver um movimento que ajudasse a concretizar o ideal matrimonial exposto pelo ilustre conferencista. Padre Desmarais indicou as Equipes cl.e Na. Sra. que conhecera pela sua revista "L'Anneau d'Or". Não demorou Pedro em solicitar os informes e o material disponível no Secretariado da França e logo membros do Centro Dom Gastão começam o estudo dos Estatutos. Em 29 de junho de 1950, na festa dos Apóstolos Pedro e Paulo, Moncau me procurou sob indicação e insistência de Mons. Aguinaldo. Conseguiu o intento, pois, no 1.0 de julho, estava eu na reunião da Equipe, ainda que bastante arredio. De agosto a novembro, estando na Europa, faço uma visita um pouco apressada ao Secretariado das ENS, e na volta, participo da reunião de 9 de dezembro. Em 1951, foi lançada a Equipe n.0 2. No dia 26 de agosto, houve um recolhimento das duas Equipes no Sedes Sapientiae. -10-


Em 1952, tendo havido desistência de alguns casais, as duas Equipes se fundiram, permanecendo os casais Morato, Rocha Mello, Volpi, Ferrão, Marret, Atienza e Moncau, o casal dirigente, e eu, o conselheiro espiritual. Quem poderá avaliar as dúvidas, as angústias e a procura destes primeiros passos cambaleantes? A questão era saber se as ENS convinham para o Brasil. Cada desistência era um abalo. Mas graças a Deus "corremos com paciência a carreira que nos era proposta, os olhos fixos em Jesus, o autor e o consumador da nossa fé". (Hebr. 12, 1-2) O homem providencial

Pedro foi o homem providencial. Entrou na hora certa. Conhecendo o francês, podia corresponder com o Centro. Confiante e paciente, sabia apaziguar os temores de casais de ligação que eu achava às vezes meticulosos. Ardoroso na procura de uma espiritualidade conjugal, ele perseguia esta visão de fé com seriedade e organização. Naquele tempo, morava eu na rua Brigadeiro Tobias, no Secretariado Regional da JOC, não longe da Central de Polícia, onde Pedro fazia plantão de médico. Ele vinha, às vezes, bater um papo, expôr preocupações, consultar-me. Procurava-me como sacerdote. Não há nada que ajude mais um padre a viver a sua santa vocação. Obrigado, Pedro! Era tão aferrado ao trabalho profissional e apostólico que era preciso freiá-lo. Eu obrigava o casal a fazer feriado uma ou duas vezes por mês para passear, jantar fora, ir ao cinema, tomar um ônibus até o fim da linha, fazer algo diferente. O Pedro achava graça. Consciencioso como era, pôs isso na sua regra de vida. Foi nas horas de provações que pude avaliar o espírito sobrenatural do casal. Deus os despojava. É mister deixar-se empobrecer de diversas maneiras. É então que se revela a grandeza da alma. Naturalmente, passaram pelas crises e purificações de pais de adolescentes: "Pe. Melanson, o que faz a gente num caso destes?" - Como se eu soubesse! ... Em nenhuma ocasião vi Pedro perder sua costumeira discreção e delicadeza. Comedido no falar, gostava de clareza, de precisão. Utilizou estes dotes para manter as ENS na autenticidade. Por muitos anos, Pedro e Nancy representaram entre nós o que as Equipes ofereciam de melhor. "Bemaventurados os homens que de ti recebem auxílio, quando decidem empreender viagens santas. Avançarão com vigor sempre crescente, verão o Deus dos deuses em Sião". (Sl. 83, 6, 8} -11-


SENHOR, DA-ME VONTADE DE REZAR

Continuação da adaptação para a Carta Mensal da tradução do livro de André Sêve, último trabalho do Dr. Moncau.

É inegável que um seno obstáculo se apresenta para aquele que assume consigo mesmo o compromisso de uma vida de oração autêntica. Depois de algum tempo, a vida de afogadilho, tão habitual no mundo em que vivemos, retoma o primeiro lugar.

Para uma vida de oração autêntica, não se trata de rezar ou de "rezar melhor", porque "é preciso rezar" ou porque estaríamos resvalando para o ativismo. Trata-se de ser cristão. Levar uma vida cristã é olhar muito para Cristo e procurar viver como Ele. Por que fazemos nós uma distinção naquilo que queremos imitar no Cristo? Olhamos para Ele quando ama. Por que não o olhamos quando reza? Em nome do que posso eu decidir segui-lo nisto e não naquilo? No amor fraterno e não na oração? Para termos vontade de rezar, é este o argumento mais forte: olhar para Jesus. Houve um homem que viveu numa extraordinária união com Deus. Constante, perfeita. Tão estreita que olhar para este homem é ver o próprio Deus. Ao olhar este Filho tão unido ao Pai, percebemos que Jesus tinha necessidade de um tempo especial de oração solitária. Lendo São Lucas, encontraremos coisas como estas: "As multidões acorriam, mas Ele se retirava ·aos lugares solitários para orar" (5, 15-16) . "Jesus subiu à montanha para rezar e passou toda a noite em oração" (6, 12). Dizem alguns: "Para que um tempo de oração solitária? Basta viver unido a Deus e fazer aquilo que devo fazer. Retirar-se para orar .é evadir-se: é preferível servir". Eis um argumento sutil que ouvimos com certa freqüência. -12-


Olhemos novamente para Jesus. Ele vivia constantemente em união com o Pai e no entanto precisava arrancar-se ao anúncio do Reino para, sozinho, rezar. Jesus não se afasta da multidão ou de seus apóstolos para esquecê-los, numa procura de intimidade maior com o Pai. Ele sempre se afasta para melhor servir. Quando precisarmos de razões fortes para rezar, tomemos este caminho mais curto: Jesus precisava rezar. Se deixarmos de meditar sobre a oração de Jesus, corremos o risco de construir uma vida de oração nada "cristã", ou seja, à margem das razões de orar do próprio Cristo. Torna-se então infalivelmente a oração· de nossas pequenas estórias pessoais, de nossos intermináveis exames de consciência, de nossos pedidos mesquinhos e, é forçoso constatar, nunca atendidos. É fácil, nessas condições, perder a vonta-· de de rezar! Mas basta que eu olhe para Jesus e o horizonte se modifica-. até mesmo uma transformação total. Quando quiseres orar, diz-me Ele, pede isto: "Venha a nós o vosso Reino".

É

Entro então em cheio na própria oração de Jesus. Ele vivia o que ensinava. Ele unificou perfeitamente o amor do Pai e· o amor aos seus irmãos. Não como duas coisas juxtapostas, mas como dois amores alimentados um pelo outro. Quando vai sozinho à procura do Pai, é para pensar na sua missão. Para levar a bom termo uma vida tão completamente unificada, é evidente que a oração desempenhou importante papel. É nessa oração, eficaz, poderosa, que eu devo ingressar. E não na oração das teorias e das psicologias. Na oração "cristã", a própria oração de Jesus. Eu sei que devo anunciar, continuar a manifestar, pela minha vida, o amor de Jesus. É preciso que eu venha a adquirir outra convicção ainda: devo também anunciar, continuar, manifestar por minha oração a sua oração.

(Do

livro de André Sêve ''Trinta Minutos para Deus")

• -13-


PALAVRA DO PAPA

A CARTA DOS DIREITOS DA FAMILIA

Familiaris Consortio, n'l 46

Como continuamente denunciou o Sínodo, a situação que numerosas famílias encontram em diversos países é muito problemática, e até decididamente negativa: instituições e leis que desconhecem injustamente os direitos invioláveis da família e da mesma pessoa humana, e a sociedade, longe de se colocar a serviço da família, agride-a com violência nos seus valores e nas suas exigências fundamentais. Assim, a família que, segundo o desígnio de Deus, é a célula base da sociedade, sujeito de direitos e deveres antes do Estado e de qualquer outra comunidade, encontra-se como vítima da sociedade, dos atrasos e da lentidão das suas intervenções e ainda mais das suas patentes injustiças. Por tudo isto, a Igreja defende aberta e fortemente os direitos da família contra as intoleráveis usurpações da sociedade e do Estado. De modo particular, os Padres Sinodais recordam, entre outros, os seguintes direitos da família: - o direito de existir e progredir como família, isto é, o direito de cada homem, mesmo o pobre, a fundar uma família e a ter os meios adequados para a sustentar; - o direito de exercer as suas responsabilidades no âmbito de transmitir a vida e de educar os filhos; - o direito à intimidade da vida conjugal e familiar; - o direito à estabilidade do vínculo e da instituição matrimonial; - o direito de crer e de professar a própria fé, e de a difundir; - o direito de educar os filhos segundo as próprias tradições e valores religiosos e culturais, com os instrumentos, os meios e as instituições necessárias; -14-


- o direito de obter a segurança física, social, política, econômica, especialmente tratando-se de pobres e de enfermos; - o direito de ter uma habitação digna e conveniente à vida familiar; - o direito de expressão e representação diante das autoridades públicas, econômicas, sociais e culturais e outras inferiores, quer diretamente, quer através de associações; - o direito de criar associações com outras famílias e instituições, para um desempenho de modo adequado e solícito do próprio dever; - o direito de proteger os menores de medicamentos prejudiciais, da pornografia, do alcoolismo, etc., mediante instituições e legislações adequadas; - o direito à distração honesta que favoreça também os valores da família; -

o direito das pessoas idosas a viver e morrer dignamente;

- o direito de emigrar como família para encontrar vida melhor.

Ao exercer o seu direito de voto, vote com responsabilidade. Veja o programa dos candidatos no que diz respeito aos direitos da famflla ...

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ROMA 82

PRIMEIROS

ECOS

Escreve um casal, num testemunho. de vida pessoal, enviado diretamente de Roma.

Nossa Peregrinação a Roma começou no Rio: os preparativos da viagem, a solu-ção de problemas, a visita aos enfermos que talvez não encontrássemos mais com vida ao regressar, anotações, recomendações, contas pagas. Isto tudo nos fez pensar. Nossa vida é uma peregrinação à casa do Pai: quais são os nossos preparativos, as nossas preocupações para essa viagem? Será que não nos preparamos melhor para uma peregrinação a Roma do que para a grande viagem de toda a nossa vida? Viemos· a Roma despojados de nossa bagagem. Deixamos as malas guardadas num depósito e viemos com a esperança de encontrar os irmãos do Brasil, de trocar com todos nossa alegria do reencontro. Viemos esperando muito desta Peregrinação: uma conversão plena, uma Fé fortalecida. O primeiro dia, nas Catacumbas, mostrou-nos essa Fé que procuramos: quantos morreram por ela, quantos mereceram ser chamados de "santos" porque souberam fazer a opção maior! Mas no final estávamos exaustos. O sol, o calor, o agrupamento de 5. 000 pessoas, o atraso dos ônibus. . . tudo isso nos confundiu: que. penoso início! A noite, nossa primeira reunião de equipe - e aí sentimos o primeiro "toque": todos estavam felizes, maravilhados ... Notícias de casa chegaram e nos preocuparam. Mas nada podíamos fazer senão rezar. E no Pai Nosso rezado com uma en-16-


trega total à vontade de Deus começamos a encontrar uma tranqüilidade muito grande. Nesse dia, uma frase ficou gravada: "Sacrificar é preferir por amor". Maravilhosa constatação, compreensão do grande dom de Deus. Intui-ção do que teria Maria sentido, que a fez recitar o Magnificat. O que levou Francisco a fazer sua escolha, o que levou Pedro a confessar sua fé até a morte, o que impulsionou Paulo a pregar a Boa Nova aos gentios ... Nada mais nos perturbava - tudo entregue nas mãos de Deus - e aproveitamos plenamente todos os momentos da Peregrinação. Nosso grupo de casais de diversas nacionalidades, com uma grande dificuldade de comunicação verbal, mas muita simpatia, muita fraternidade, que é a linguagem universal. Troca de endereços, promessa de cartas e fotografias. O dia D - o dia do Papa - para nós foi o máximo, o ponto mais alto da Peregrinação. O auditório repleto, as pessoas inquietas, contendo a emo-ção. E ele veio, devagar, parando a cada passo, abençoando, sorrindo, enquanto subíamos nas cadeiras para poder fotografá-lo. No último dia, com o coração alegre, confiando nos frutos desta Peregrinação, no fim da concelebração de encerramento, o canto final: "Ecce! Fiat! Magnificat!". Vai permanecer por longo tempo ecoando em nossos ouvidos, pois agora "conhecemos o dom de Deus". Um casaL peregrino

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AS EQUIPES DE SÃO CARLOS COMEMORAM 25 ANOS

Mensagem Episcopal

Meus amigos e irmãos Equipistas Das mais significativas é a comemoração do Jubileu Argênteo das Equipes de Nossa Senhora em nossa Igreja Particular que está em São Carlos. Apresentando os cumprimentos, desejo externar a minha gratidão a todos vocês que durante estes vinte e cinco anos procuravam dar muito de si pela sadia vivência familiar e sólida cristrianização de nossos lares, dentro de uma perspectiva da Igreja Pós-Conciliar. Gostaria de colocar em relevo nesta mensagem a missão específica da Pastoral Familiar. Para isso, parafraseando palavras do Santo Padre, diria em síntese: É necessário que as famílias, bem formadas na fé e na oração, se tornem cada vez mais os apóstolos de outras famílias, sobretudo das mais carentes espiritual e materialmente. Com minha bênção.

Administrador Apostólico

o

"Minha alma glorifica o Senhor" .. .

Muitos são os motivos, muitos são os acontecimentos, muitas são as pessoas e muitas são as graças que se fazem motivos e oportunidades de agradecimentos. Os Pais. Os Amigos. A Vocação. A Criação. A Vida. Deus .. . O agradecer é próprio do homem. O agradecer a Deus é própr io do homem que se reconhece como resgatado, redimido, salvo, amado ... Na vida de qualquer pessoa há muito o que agradecer. Na minha vida de religioso e padre tenho muito o que agradecer. A minha Família. Os meus Amigos. Os meus co-irmãos. -18-


A minha Vocação. A Congregação. A Igreja ... Deus que é tão bom e misericordioso para comigo. Entretanto, nesta oportunidade quero agradecer o fato acontecimento - de ter conhecido as ENS. O agradecimento é maior pela oportunidade que tive e tenho (quero ter) de ter trabalhado com e para as ENS. Confesso que devo reconhecer que muito aprendi e muito fui ajudado pelas ENS. Não só materialmente. Isto seria pouco. O bastante é: o quanto me ajudaram a amar mais a minha vocação religiosa e sacerdotal. Por tudo isso sou grato a Deus. E o maior agradecimento é pelos 25 anos das ENS, em nossa querida São Carlos. Todo agradecimento é pouco. Mas, para que o meu agradecimento adquira uma dimensão maior, coloco toda a minha vida de religioso e de padre a serviço de Deus no trabalho dos homens e para os homens. De um modo particular, onde estiver, procurarei de coração e com entusiasmo, trabalhar com e para as ENS. Que a bondade de Deus e a solicitude de Maria faça as ENS, em São Carlos, crescer em número e qualidade. Nestes 2·5 anos a alegria é grande. A responsabilidade é maior. Que outros tantos 25 anos possam ser repetidos e comemorados para o bem da Família e enriquecimento da Igreja. Felicidades. Alegremo-nos no Senhor. No coração do Cristo Crucificado e no de Maria, Mãe das Dores, Pe. José Carlos Di Mambro, C.P. Conselheiro Espiritual do Setor

o

Mensagem da ECIR

Quando entramos num templo, impressionamo-nos com o ambiente de recolhimento, os vitrais, a luz, a arquitetura, enfim todo o trabalho dos homens. No livro da Sabedoria, lemos que tudo isso revela Deus. De uma certa forma, adentramos hoje um templo cuja construção foi iniciada há 25 anos, em São Carlos. Antes, nada exis-19-


tia. Então foi plantada a primeira semente, da primeira equipe, como que um primeiro alicerce. Com o passar do tempo, foram surgindo novas equipes e, aos poucos, nosso templo foi adquirindo novas formas até que hoje nos deparamos maravilhados com o que se conseguiu graças aos casais que, quais obreiros, puseram-se a serviço do Senhor. E a obra nos enche de alegria. Ali sente-se a presença de Deus, há luzes abundantes a iluminar toda a comunidade. Ouve-se até música sublime ... Entretanto, caros amigos, a obra não está terminada. Talvez, nunca a terminem. Contudo, não se pode parar e deixar-se ficar admirando o passado. Se, em termos de Igreja e de Movimento, hoje nos regozijamos com a celebração desses 25 anos, porque eles realmente foram pródigos, fizeram muito bem aos casais, quer das equipes como da comunidade, se o presente nos enche de justo orgulho, é preciso ter em conta que isto t.udo são talentos que recebemos de Deus e que, pela sua graça, deverão dar sempre abundantes frutos para a maior glória de Deus. Graças a Deus pudemos chegar até aqui. Diante de nós, um mundo difícil, onde não faltam sofrimentos, desamor, muitas vezes não há lugar para Cristo. Nós somos poucos e as necessidades descomunais. Mas é exatamente aí que ressurge com toda a sua intensidade a graça de Deus, que é capaz de conduzir-nos a novos adornos em nosso templo de tal forma que todos vejam e sintam a grandeza, a profundidade e a altura da graça. Com justa esperança olhamos para o futuro porque sabemos que vocês têm bastante convicção de que somos um Movimento Mariano e é a Maria que recorremos para que nos ajude a fazer tudo o que Ele mandar. Dirce e Rubens de Moraes pela ECIR

o Como escreve o Casal Regional, OlguJnha e Toninha - e com conhecimento de causa, pois deixou há poucos meses a responsabilidade do Setor : "Hoje não se consegue contar mais a qua.ntas famílias se atingiu pelo Curso de Preparação para o Casamento, pelas Semanas da. Família, ~lo apo;;toLldo direto em lares, pelo apostolado dentro das diversaa ati'vidades nas paróquias" e junto aos seminaristas, aos velhos, aos carentes. . . Parabéns, São Carlos, e continuem sendo o exemplo de dinamismo, de disponibilidade e de espiritualidade que são para todos nós.

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O DIALOGO CONJUGAL (DEVER DE SENTAR-SE) PARECE-LHES úTIL PARA A CAMINHADA DO CASAMENTO? POR QUE?

("Reunidos em nome de Cristo", n9 6)

Porque, em primeiro lugar, nesta vida corrida, agitada, repleta de obrigações e horários, o casal realmente não conversa mais em profundidade. Não há mais diálogo, não dá mais tempo. São os filhos que nos solicitam, a família, o trabalho, enfim, os deveres de cada um que nos impulsionam um para cada lado, sempre com pressa, e a conversa que temos fica só na superfície. Aquele diálogo sério que gostaríamos de ter, aquele papo que pretendíamos levar vai sempre sendo adiado. Então, em vista dessas circunstâncias de vida, sem aquela tranqüilidade que seria o ideal, muitas vezes mágoas e ressentimentos vão se somando, por falta de atenção, por falta de uma comunicação mais íntima do casal, e se o casal encontrar um tempinho para conversar, o clima pode estar tenso e pode até ser ocasião de acusações, de queixumes e reclamações mútuas. Com a obrigação do dever de sentar-se, acontece o inverso. Sabemos que precisamos programar esse encontro, que devemos fazê-lo, pois o Movimento nos solicita. Então chega a hora do diálogo! Como somos iniciantes e estamos engatinhando no dever de sentar-se, achamos que o fato de iniciarmos o diálogo com uma oração torna esse diálogo já de início diferente de uma simples conversa. Essa oração, esse clima da presença de Deus nos envolve - sentimos isso já no nosso primeiro dever de sentar-se -, e nos torna humildes e receptivos à palavra do outro. Estamos alí não para nos acusarmos mutuamente, mas para nos desculparmos de nossas próprias negligências e desacertos e tentar encontrar juntos a maneira de nos ajustarmos melhor. -21-


Conseguimos ver o ponto-de-vista do outro, escutar (aprender a escutar!) e, por incrível que pareça, por mais diferentes que sejam as nossas personalidades, conseguimos por vezes firmar a nossa opinião sem que isto crie ressentimentos. Cremos que, nessa hora, o Senhor transforma o nosso coração e vemos o nosso cônjuge com o olhar do amor, do perdão e da misericórdia. Atributos esses que não são nossos, mas nos são concedidos pela graça de Deus! Parece-nos que essa abertura sem medo, esse diálogo em profundidade nos une mais, nos aproxima mais ainda, pois estamos conversando para melhor nos entrosarmos. Não é um papo furado, não é uma conversa mole. É uma conversa muito séria, então, nessa hora, somos um só espírito e não só uma só carne. Então concluímos que o dever de sentar-se não é só útil, como nos questiona a pergunta, mas um meio, um instrumento que vai nos fazer caminhar juntos em união de espírito, solidificar, fortalecer e dar nova amplitude ao nosso casamento.

Carmen e Cícero Equipe 18/A, São Paulo

• SE VOCE.: MORA NUMA CIDADE UNIVERSITARIA

,....

Aproxima-se o fim do ano e, com ele, chegam formaturas e . . . vestibulares. Com a entrada na faculdade, coloca-se para muitas mães o problema : um filho entrou numa faculdade em outra cidade - onde vai morar? Repúblicas ou pensões não satisfazem corações maternos ... Nossa !ndagação então é a seguinte: haveria famílias equipistas morando em cidades universitárias dispostas a receber filhos de outros equipistas como pensionistas? Quem se sentir "vocacionado" escreva para: Lúcia Moreira Machado de Oliveira Rua Catequese, 32 05502 - SAO PAULO.

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PARA UMA REFLEXÃO ANTES DAS ELEIÇOES

Olhando o programa dos diversos partidos, nota-se, em todos eles, propostas e projetos que visam criar uma sociedade onde haja mais participação do povo e melhor distribuição da renda nacional. Por isso a Igreja no Brasil oficialmente não faz restri·ções a nenhum dos partidos existentes. Também ela não favorece a nenhum partido em especial. Por outro lado, Puebla lembra que "Nenhum partido político, por mais inspirado que esteja na doutrina da Igreja, pode arrogar-se a representação de todos os fiéis, já que seu programa concreto nunca poderá ter valor absoluto para todos". Por isso os Bispos brasileiros disseram que "Nenhum modelo é perfeito ou definitivo; todos são discutíveis e precisam ser continuamente aperfeiçoados". Tanto os cristãos que militam nos partidos de apoio ao regime que detém o poder como aqueles que militam nos partidos de oposição têm o dever de refletir criticamente sobre a situação vigente, em confronto com os respectivos programas partidários, cabendo a todos lutar politicamente para que tais programas prevaleçam sobre as decisões casuísticas e deixem de ser relegados a simples intenções. Antes de tudo, é preciso fazer um estudo mais aprofundado de nossa realidade. Em seguida, estudar-se-ão os programas e propostas dos diversos partidos e candidatos. O cristão deve escolher aqueles que estiverem em melhor sintonia com o pensamento da Igreja, que optou preferencialmente pelos pobres e que postula, entre outras coisas: justiça com liberdade, melhor distribuição de terras, participação dos trabalhadores nos lucros das empresas, fim da especulação imobiliária, combate aos "atravessadores" gananciosos e assim por diante. Muitos procuram se eleger para um cargo público meramente por vaidade e ambição pessoal, em busca de autopromoção ou defesa de interesses econômicos. Existem, ainda, os vícios da politicagem, que são: as mordomias, o empreguismo, a compra de votos. Essas e outras tradições de corrupção dos costumes políticos devem acabar. É urgente que surja uma nova geração de políticos que encare seu mandato como um serviço desinteressado prestado à comunidade. "A fé cristã não despreza a atividade política; pelo contrário, a valoriza e a tem em alta estima". Por isso a Igreja exorta os leigos cristãos a se engajarem na atividade política para serem fermento de uma sociedade livre. Somente com homens novos se pode formar uma sociedade nova. (Do

trabalho realizado pela Equipe de Pastoral Politica. da Arquidiocese de Florlanópolls)

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TESTEMUNHO

UM~

VIDA DE AMOR

"O amor de Cristo nos uniu". Foi isto mesmo. Ele com dezessete anos e eu com quinze. Nossos olhares se cruzaram e a sementinha do amor foi lançada. Cresceu tanto que quatro anos depois, diante do altar, juramos amor eterno. Dissemos um "sim" com tamanha convicção que só a morte nos separou. Percorremos juntos, sempre de mãos dadas, estradas floridas e tortuosas. Tivemos momentos de lutas e dissabores. Mas, com o Cristo ao nosso lado, tudo galhardamente vencemos. NEle sempre depositamos nossa confiança. A Nossa Senhora do Sagrado Coração entregamos tudo o que éramos e possuíamos. Tivemos nossas rusgas e desencontros, claro; mas o amor, sempre o amor, vencia. Para coroar e encher de mais alegria nosso lar, Deus nos presenteou com três filhos maravilhosos. Tudo em nossa casa cantava e louvava ao Senhor pela alegria e felicidade que nela existiam. Éramos extremamente felizes. Nosso amor era maravilhoso, lindo e verdadeiro. Um dava a vida pelo outro. Chorávamos e ríamos juntos. Um era a segurança do outro. Mas, meus queridos amigos, o que é bom dura pouco! Depois de doze anos e meio de tamanha ventura, sobreveio com toda a violência um pedido de Deus: de volta para Ele o homem que me havia dado de presente. Sim, par a mim o Maneca foi o maior presente que eu poderia ter ganho na minha vida. Nós nos amávamos verdadeiramente! E em apenas dez minutos ele voltava para a casa do Pai ... Vocês podem imaginar a transformação em nossa vida: separação, dor, desespero e saudade? Hoje olho para nossos filhos ê vejo um pedacinho dele em cada um a razão de continuar. Sinto-me às vezes como que um barco à deriva, ao sabor da correnteza. É difícil e penoso!

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De um futuro risonho que a gente sonhava, de repente um vazio imenso e a incerteza. Meu consolo é minha família, são meus amigos, a equipe, Pe. Agostinho e especialmente nosso Conselheiro, Pe. Orlando, que de vez em quando me dá umas injeções de esperança e fé. Além disso, conto com nosso amigo inseparável, Jesus Cristo. A Ele entrego minha angústia, minha vida e nossos filhos. E ainda peço a Deus que nosso sofrimento seja revertido em benefício de todos os casais, principalmente dos que estão em crise. Gente, vocês que estão vivos se doem, se amem e aproveitem as maravilhas do casamento, porque depois saudades e recordações serão as eternas companheiras. Por favor, façam de suas vidas um hino de louvor a Deus e deixem de tantas exigências. Amem-se sem reservas para que nosso mundo seja um pouco melhor. Amem-se por mim e pelo meu querido Maneca. Rose lei Equipe 16 de Florianópolis

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NOTíCIAS DOS SEIORES

SÃO CARLOS -

Vinte e cinco anos

As equipes de São Carlos estão comemorando este ano seu Jubileu de Prata. "Graças à miseiicórdia de Maria, puderam os pioneiros deste movimento lançar sementes profundas, as quais produziram frutos fecundos dentro da família sancarlense". Foi rezada uma missa em a-ção de graças, com liturgia especial, concelebrada pelos padres José Carlos, Benedito, Bruno e cônego Pêra e abrilhantada pelo coral dos Encontristas. Esteve presente o casal Tarcísio e Ivone, pela ECIR. Foi lida especial mensagem de D. Constantino, bispo de S. Carlos. Após a missa, os equipistas e seus familiares reuniram-se para um churrasco de confraternização, cujo material foi conseguido entre os equipistas e amigos cristãos. Mesmo assim, cada participante contribuiu com Cr$ 500,00, e a soma arrecadada foi entregue integralmente aos noviços passionistas da Paróquia de S. Sebastião - iniciativa essa que faz parte de um plano que visa, entre outros objetivos, um maior apoio às vocações sacerdotais. -Retiro

Em torno do texto base: "Familiaris Consortio" foi realizado o retiro pregado pelo padre José Carlos Di Mambro, conselheiro espiritual do setor, nos dias 13, 14 e 15 de agosto, no Colégio São Carlos. Dele participaram 70 casais, sendo 49 de S. Carlos, 15 de Araraquara, 5 de Catanduva e 1 de Piracicaba. "O retiro foi altamente proveitoso, favorecendo sobremaneira o crescimento espiritual dos equipistas ". PORTO ALEGRE -

19 Encontro de Jovens

Com a participação de 80 jovens, entre filhos de equipistas e seus namorados, na faixa de idade dos 14 aos 21 anos, provindos dos diversos setores e cidades do Rio Grande do Sul, foi realizado no Colégio Dom Bosco o primeiro Encontro de Jovens. As palestras foram proferidas por casais equipistas, pelos próprios jovens, por um jovem seminarista e a palestra sobre sacramentos pelo padre Antônio Possanai. Passaram um dia inteiro entremeando as palestras com grupos de trabalho e refeições. Tiveram assim a oportunidade de -26-


conhecer o nosso ideal - Cristo e Sua Palavra e também um pouco da mística do Movimento. Antes da Missa de encerramento foi lançada a pergunta: "O que mais me fez crescer no dia de hoje?" Pelas respostas constatou-se que gostaram muito da experiência e pediram outro encontro para breve. Inclusive acharam muito pouco 1 dia e querem fazer o próximo em 3, numa casa de retiros ... Segundo escrevem Elza e Enio, coordenadores do Encontro, com esse primeiro Encontro de Jovens, o Setor A de Porto Alegre "realizou um sonho há muito tempo acalentado". LIMEIRA -

Retiro

Nos últimos dias do mês de agosto realizou-se o retiro anual da Coordenação de Limeira. Foi no Lar de S. Joaquim, em Valinhos, com a presen-ça de 30 casais. O Padre José Limeira Sobrinho, do Liceu Coração de Jesus de S. Paulo, desenvolveu, dentro de um clima de silêncio e meditação, os temas: Valor da oração, Nossa Padroeira, Nossa Senhora e VaLores morais que regem nossas vidas. CATANDUVA -

De Coordenação a Setor

Desde o dia 31 de agosto, as equipes de Catanduva estão em festa pela passagem de Coordenação a Setor. O casal responsável pelo mesmo é Rute e Raul, e o conselheiro espiritual Padre Sílvio. Na Capela Na. Senhora do Calvário, com a presença do casal regional, Marisa e Gustavo, e de vários equipistas representando as 6 equipes de José Bonifácio, o novo Setor de Catanduva participou da Santa Missa concelebrada por D. José de Aquino, Bispo de Rio Preto, Pe. Sylvio, Conselheiro Espiritual do Setor, Pe. Valdecir, Conselheiro da equipe 3 e Pe. Chiquinho, Conselheiro de uma equipe em formação em Rio Preto. BELO HORIZONTE -

Curso de Formação Cristã

No Colégio Loyola Gutierrez, foi ministrado um curso de formação cristã para casais. As palestras, pelo Padre Paulo D'Elboux, foram dadas durante 5 ter-ças-feiras à noite e versaram sobre os seguintes temas: 1) Religiosidade e Cristianismo; 2) Igreja, povo de Deus; 3) Igreja, Comunidade de Cristãos; 4) A oração do povo de Deus: Liturgia; 5) As comunidades de vida na Igreja - Os primeiros tempos da Igreja. -27-


NITER61 -

Hora Santa

Começou em maio: os equipistas de Niterói reuniram-se uma vez por semana, à noite, para 1 hora de vigília, na Capela da Igreja da Porciúncula de Santana, para louvar Nossa Senhora e suplicar pela Paz Universal. Gostaram tanto que continuam se reunindo na primeira quarta-feira de cada mês, para a hora santa. Missa Festiva

Para comemorar o dia dos pais, uma santa missa foi concelebrada por 4 sacerdotes no seminário Arquidiocesano de Niterói, com a presença de cerca de 100 equipistas, seus filhos, 20 seminaristas e assistentes espirituais. Em seguida todos se reuniram para um churrasco organizado pela equipe 7. SANTOS -

"Familiaris Consortio"

O Setor realizou, no último domingo de agosto, um dia de estudos sobre a Familiaris Consortio. As palestras estiveram a cargo de D. José Carlos Castanho, Bispo Auxiliar de Santos, que cativou a todos com seus conhecimentos e sua simpatia. Além dos equipistas, participaram senhoras da equipe de viuvas, com sua assistente, Irmã Laura Liberato. -

Com os Conselheiros

Participaram de uma manhã de estudo com o Setor 8 Conselheiros, representando 9 equipes e uma pré-equipe (apenas não compareceram 3 Conselheiros, que estayam fora da cidade na oportunidade). Os Conselheiros têm demonstrado grande interesse pelo Movimento. No final da reunião, foi servido o habitual almoço de confraternização. CAÇAPAVA- Retiro

No mês de agosto realizou-se na Casa de Retiros e Oração Frei Kolbe o retiro anual para casais equipistas e casais convidados. "O tema foi 'Espiritualidade e Oração', conduzido por Frei Vitório Infantino, que, mais do que com palavras, com sua vida, transmitiu aos que lá estiveram um verdadeiro clima de encontro com Deus". -28-


PETRóPOLIS -

Apostolado do S.O.M.

Este trabalho maravilhoso dos equipistas de Petrópolis vem se aperfeiçoando cada vez mais. Além dos plantões (4.as e 5.as à tarde), dos trabalhos de artesanato (3.as), da distribuição de sacolas no Natal e de gêneros de primeira necessidade no decorrer do ano, está sendo realizado um atendimento às famílias objetivando reforçar os laços comunitários. Para que nenhum escolar tivesse problemas no início das aulas, foi distribuído material escolar à garotada das 70 famílias: uniformes, sapatos, cadernos, lápis, borrachas, livros. Foram adquiridos ou obtidos por doação, e distribuídos. Recordamos que o exemplar funcionamento do S.O.M. não depende exclusivamente da generosidade de alguns: é o Movimento equipista como um todo, em Petrópolis, que está engajado nesse trabalho: cada equipe tem um casal destacado junto ao S.O.M., através do qual toelos se acham envolvidos. RIO -

Setor E -

Frei Jamaria de volta

Frei J amaria, o grande incentivador das Equipes da Zona Norte do Rio e que depois, trabalhando na Nunciatura, foi dar uma "ajudazinha" às Equipes de Brasília, está de retorno à terra carioca, meio adoentado, mas sem perder aquele ânimo que sempre o caracterizou. Por ocasião do seu aniversário, recebeu homenagens das Equipes 11, 14 e 64, esta a equipe mais nova da qual é conselheiro, e de casais que moram em Bangu. Modestamente, o nosso capuchinho não revelou publicamente que foi condecorado pelos serviços prestados à Nunciatura, ganhando uma bela cruz com a inscrição "Pela Igreja e pelo Pontífice". LINS -

Retiro

Com o comparecimento de 28 casais de Lins e Cafelândia, a coordenação de Lins realizou nos dias 10, 11 e 12 de setembro o seu Retiro Anual, no Colégio N. Sra. Auxiliadora. As palestras estiveram a cargo do Padre Clarêncio Gusson, que "com sua experiência no trato com as famílias, soube buscar nos Evangelhos palavras de vida eterna e nos conscientizar da nossa vocação de esposos e educadores na fé". -

Comemoração inusitada

A Equipe 2 de Lins assumiu com entusiasmo a idéia de seu conselheiro espiritual, Padre Luigi Favero, vigário da Paróquia -29-


D. Bosco, de comemorar comunitariamente as Bodas de Prata e de Ouro do ano de 82 de seus paroquianos. Assim, no mês de maio, 20 casais felizes e emocionados entraram na Igreja ao som da marcha nupcial para participarem de uma missa festiva em sua homenagem e para a renovação das Promessas e a bênção das alianças. Após a missa houve confraternização geral, com um bem servido coquetel. No mês de junho, igual cerimônia reuniu os aniversariantes de 30, 35, 40 e 45 anos de casamento. Programaram para o segundo semestre mais duas celebrações: uma para casais de 5 e 10 anos de matrimônio e outra para os de 15 e 20 anos. Esta experiência está tendo pleno êxito. Sua finalidade é proclamar o valor do matrimônio e da família dentro da comunidade. SAO PAULO -

Setor D -

Peregrinação Diferente

A Equipe 10/D - N. Sra. de Montserrat realizou uma peregrinação até a capela de N. Sr a. do Monte-Serrat, no morro de S. Jerônimo, em Santos. Foi num domingo de junho, juntamente com seus filhos. A sombra das árvores conversaram sobre o significado e a história àe N. Sra. do Monte-Serrat, sua origem na Espanha e como chegou aqui ao Brasil. Depois participaram da Santa Missa, celebrada pelo padre Paulo, conselheiro espiritual que os acompanhara ao passeio. Após esta, os maridos prepararam um churrasco, após o qual os jovens saíram a passear e os casais ficaram a meditar sobre o tema: Cristo caminha conosco. Houve um aproveitamento excelente. Estes encontros de oração e confraternização unem muito mais os casais da equipe. FLORIANóPOLIS -

Uma vida salva pela Carta Mensal

Acabamos de receber a seguinte mensagem vinda de uma pessoa de Santa Catarina: "Gostaria de cumprimentá-los pela maravilhosa mensagem que li em uma carta mensal (do Movimento), a qual encontrei em um banco. A mensagem salvou uma vida". -30-


No envelope havia como remetente apenas umas iniciais e um endereço de Florianópolis.

VOLTARAM PARA O PAI Tárzio Pimental Campos

Da Equipe 2, Na. Sra. Medianeira, de Belo Horizonte. No dia 20 de agosto, sofreu um aneurisma cerebral em pleno exercício de suas atividades profissionais. Escrevem Olga e Rocha, responsáveis pela Coordenação: "Equipista há 20 anos, proveniente de São José dos Campos, ele e Lúcia engajaram-se imediatamente no Movimento aqui em Belo Horizonte, iniciando pouco depois a pilotagem da pré-equipe B (hoje Equipe 6). Apenas alguns meses o Tárzio conviveu conosco, mas foi o suficiente para que a todos encantasse com a sua disponibilidade, alegria, vibração e amor pelo Movimento, do qual se fez um soldado, na busca da maior glória de Deus, da qual ele agora participa". Teófilo Bortolotto

Da Equipe 3, Na. Sra. do Caravaggio, da cidade de Carlos Barbosa, Setor de Caxias do Sul. No dia 31 de agosto. Numa carta aos seus companheiros de equipe, Naídes, sua esposa, escreve: "Agradeço as orações de vocês, tenho certeza que Deus as ouviu: ele morreu, sim, mas não sofreu - os médicos preferiam que ele tivesse morrido na sala de cirurgia, mas quis Deus que ele voltasse para casa e falecesse em sua cama, rodeado pelos familiares. A recordação que guardarei sempre comigo é a da última vez em que nossos olhares se encontraram: o rosto pálido, a barba po1r fazer, mas em seus lábios aquele sorriso cheio de amor e de paz - era o sorriso do adeus". Miguel Gemma

Da Equipe 9 de Mogi das Cruzes. No dia 12 de setembro. Há mais de 10 anos no Movimento, no momento era responsável da equipe, com Clotilde, sua esposa. Por intermédio de Olga e Dion, "a equipe manifesta a sua gratidão pela sua leal amizade, sempre atenta e pronta para ajudar nas dificuldades dos irmãos. Deixou os melhores exemplos de nobreza de espírito, modéstia e sobriedade". -31-


NOVAS EQUIPES Fortaleza

Equipe 2 - Casal Piloto: Marília e Franzé; Conselheiro Espiritual: Padre Inácio. Equipe 3 - Casal Piloto: Magda e Manuel; Conselheiro Espiritual: Pe. Luiz. Belo Horizonte

Equipe 6, Na. Sra. da Santíssima Trindade - Casal Piloto: Lúcia e Tárzio; Conselheiro Espiritual: Pe. José Cândido. Niterói

Equipe "Nova" 9, Na. Sra. do Sagrado Coração - Casal Piloto: Jujú e Evaldo; Conselheiro Espiritual: Padre Dias.

RETIROS

NoveD;lbro -

Dezembro -

5 a

7-

em São Paulo

26 a 28 -

no Rio de Janeiro

26 a 28 -

em Porto Alegre

3 a 5-

em Porto Alegre

-32-


A VIDA NOVA EM DEUS

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

Ap. 21 , 1-8

Vi então um céu novo e uma nova terra - pois o primeiro céu e a primeira terra se foram , e o mar já não mais existe. Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade santa, uma Jerusalém nova, pronta como uma esposa que se enfeita para seu marido. Nisto ouvi uma voz forte que , do trono, dizia: "Eis a tenda de Deus com os homens, Ele habitará com eles; eles serão o seu povo, e ele, Deus-com-eles, será o seu Deus. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram!" O que está sentado no trono declarou então: "Eis que eu faço novas todas as coisas." E continuou "Escreve, porque estas palavras são fieis e verdadeiras." Disse-me ainda: "Elas se realizaram! Eu sou o Alfa e o ômega, o Princípio e o Fim; e a quem tem sede eu darei gratuitamente da fonte de água viva. O vencedor receberá esta herança, e eu serei seu Deus e ele será meu filho." ORAÇAO -

SI. 88

Senhor, quero cantar eternamente o vosso amor e vossa fidelidade de geração em gera:ção! Pois eu disse : o amor é construído para sempre; nos céus, vossa fidelidade fundastes . Com meu eleito fiz uma aliança, um juramento a meu servo Davi: conservarei tua linhagem para sempre, edifiquei-te um trono por um tempo infindo. Os céus dão-vos graças, Senhor, por vossas maravilhas, por vossa fidelidade na assembléia dos santos: pois quem , nas nuvens, se compara ao Senhor, quem se iguala ao Senhor, entre os deuses? Feliz o povo que conhece irão caminhando à luz da alegrem-se, todos os dias , em vossa justiça, Senhor,

o júbilo: vossa face , em vosso nome, eles se elevam.

Sois o esplendor de seu poder, por vossa graça exaltais a nossa fronte; pois no Senhor está nossa defesa , no Santo de Israel, que é o nosso rei.

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

R evisão, P ublicação e D istribuição pela S ecretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -

R ua J oão Adolfo , 118 - 99 - conj. 90 1 SÃO P AUL O. SP

Te I.: 34-8833


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