ENS - Carta Mensal 1982-4 - Junho e Julho

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NC? 4

1982

Junho-Julho

:E: tempo de compromisso

O dever de santificação da família - Eucaristia e Penitência ..... . .

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A novidade de Pentecostes .... . ......... . .. .

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Nossa fé na Eucaristia

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Método e conteúdo ... Conviver e compartilhar

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O Padre Horta e a Pastoral do casamento

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Para c~nstruir uma sociedade justa, é preciso austeridade ............... . . . .

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O retiro do silêncio

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Orar O que

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uma Sessão de Formação ...

Equipes de língua Unidos . ..

portuguesa

nos

Estados

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Um livrinho fundamental

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Outros livros . .

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O " tio Wilson"

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A desintegração familiar na América Latina ..

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Notícias dos Setores

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Sede Igreja!


EACREs

26 e 27 de j unho

-

em Londrina -

-

no Rio de Janeiro -

para as Regiões Paraná e São Paulo / H para a Região Rio (menos Belém Manaus) , Petrópolis, Juiz de Fora , Valen ça e São Paulo/ E

e

24 e 25 de j ulho

em Blumenau -

para a Região Santa Catarina

em Porto Alegre em Jaú -

para a Região Rio Grande do Sul

para as Regiões São Paulo / F e São Paulo / G

31 de j ulho e 1<? de agosto

-

em Brasília -

-

em São Paulo -

para Belo Horizonte, Brasília, Belém e Manaus para as Regiões São P aulo / A, C e D


EDITORIAL

É

TEMPO DE COMPROMISSO

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora é um movimento de espiritualidade conjugal que tem como objetivo primeiro a ajuda efetiva aos cristãos casados, na sua v ·da de cristãos. Sabemos como é hoje difícil viver, até as últ'mas conseqüências, a dimensão cristã da vida conjugal e familiar. As famílias cristãs sofrem a agressão do meio amb ·ente, hedonista e permissivo, suportam com dificuldade os desequilíbrios culturais e o conflito de gerações, são invadidas pelos bens da sociedade de consumo e desperdício que, através dos meio-s de comunicação social, lhes alteram o quadro de valores. Têm d ficuldade em assimilar, sem prejuízo, a mudança do estatuto da mulher e as dificuldades inerentes à transformação da sociedade. Por tudo isso, hoje mais do que nunca se justifica e se reclama um movimento de auxílio mútuo espiritual para as famílias cr:stãs. Com a responsabilidade que um cristão consciente e adulto deve assumir, há coordenadas de que o casal cristão não pode prescindir: O crescimento a dois. Um crescimento homogêneo, que alimenta constantemente o amor celebrado entre o homem e a mulher.

A integração dos filhos no projeto de vida dos pais, desde a mais tenra idade, projeto que contempla, além dos aspectos da vida econômica, social e cultural, também o dinamismo da vida espiritual e religiosa, na espiritualidade e oração famil 'ares. O diálogo permanente da família, conseguindo através dele um dar e receber que pertence a todos os seus membros, ao homem e à mulher, aos pais e aos filhos, num certo grau de igualdade indispensável. A abertura da família cristã ao dinamismo evangelizador, na medida em que se não pode ser cristão a sério sem aceitar o -1-


mandato de Cristo: "Ide e fazei discípulos" (Mt. 28, 19) e "sede minhas testemunhas" (At. 1, 8). Este compromisso apostólico é da família e não apenas de cada um dos seus membros. Considerando estas coordenadas tão claras, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora e cada um dos casais que a ele pertencem têm de estar polarizados para algumas atitudes fundamentais que exigem uma conversão permanente e, do movimento, uma renovação profunda. No limiar de mais um ano equipista, sentindo-nos corresponsáveis pela vida do Mc·v imento das Equipes de Nossa Senhora, temos de fazer um esforço novo para que cada casal de cada equipe responda às exigências de conversão pessoal e renovação comunitária que se tornam urgentes:

Um esforço, em casal, de renovação humana e cristã, a partir da espiritualidade proposta pelo Movimento. Os pontos dessa proposta podem não nos aparecer simpáticos, porque os aplicamos mal, mas a experiência do movimento, e até a frustração de alguns que os recusaram, acabam por nos revelar a sua importância e eficácia. A preocupação pela vida familiar, por um relacionamento novo entre as pessoas, suscitando mesmo tempos de oração em família que integrem todos os seus membros. Sem deixar de respeitar a liberdade das pessoas, há possibilidade de ensaiar uma vida de família na qual Deus esteja presente por palavras e gestos que o chamam. Com uma certa criatividade, até os filhos espiritualmente mais distantes poderão reencontrar-se em família para a celebração da fé. O renascer para um diálogo novo, em família. O clássico conflito de gerações não é obstáculo ao encontro das pessoas. "Não se pode apagar o candeeiro que fumega , nem se deve partir a cana já fendida." (Isaías). O d ' álogo em família vai reacender a chama e consolidar a relação, impedindo as rupturas. O cônjuge quer ouvir o seu par e falar com ele; embora esteja "amuado" ou "ocupado", um tem de dar o primeiro passo. Os jovens esperam a presença e a palavra dos adultos, embora não tenham a coragem de os procurar. Nunca repararam nos filhos a andar à roda dos pais sem dizerem nada? Procuram o outro. É urgente começar o diálogo total, sem fronteiras. A ação evangelizadora em que toda a família se compromete. Anunciar o Evangelho é um imperativo de qualquer cristão, que alimenta a caminhada que qualquer grupo deseja fazer. Nada há de melhor para fazer crescer na fé do que sentir a responsabilidade de transmitir a fé aos outros. Se querem ajudar os filhos -2-


a vencer as normais crises da fé, se desejam apoiá-los no seu aprofundamento cristão, se sentem a necessidade de se afirmar mais, como cristãos, na sua vida conjugal, saiam da atitude "consumista" de quem só recebe e vão para uma atitude de "produção", levar aos outros a liberdade e a alegria da Boa Nova que os salvou. A este ritmo de conversão pessoal e de renovação comunitária, este ano - ano de encontro internacional em Roma - será para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora um ano diferente. É tempo de compromisso.

Pe. Vítor Feytor Pinto (Transcrito da Carta portuguesa)

Nos nossos tempos, o conceito cristão do lar talvez seja um dos testemunhos de que a nossa sociedade mais precise. REN}t VOILLAUME

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A PALAVRA DO PAPA

O DEVER DE SANTIFICAÇÃO DA FAMlLIA - EUCARISTIA E PENIT~NCIA -

Continuação do item 2, "A Família cristã, comunidade em diálogo com Deus", do capítulo IV - "A participação na vida e na missão da Igreja" - , da Terceira Parte da Familiaris Consortio.

M atrimônio e Eucaristia O dever de santificação da família tem a sua primeira raiz no batismo e a sua expressão máxima na Eucaristia, à qual está intimamente ligado o matrimôn' o cristão. O Concílio Vaticano II quis chamar a atenção para a relação especial que existe entre a Eucaristia e o matrimônio, pedindo que "o matrimônio se celebre usualmente dentro da Missa". (1) Redescobrir e aprofundar tal relação é absolutamente necessár:o, se se quiser compreender e viver com uma maior intensidade as graças e as responsabilid ades do matrimônio e da família cristã. A Eucaristia é a fonte própria do matrimônio cristão. O sacr"fício eucarístico, de fato, representa a aliança de amor de Cristo com a Igreja, enquanto marcada com o sangue da sua Cruz. Neste sacrifício da Nova e Eterna Aliança é que os cônjuges cristãos encontram a raiz da qual brota, interiormente plasmada e continuamente vivificada, a sua aliança conjugal. Como representação do sacrifício de amor de Cristo pela Igreja, a Eucar'stia é fonte de caridade. E no dom eucarístico da caridade, a família cristã encontra o fundamento e a alma da sua "comunhão" e da sua "missão": o Pão Eucarístico faz dos diversos mem(1)

Constituição sobre a Sagrada Liturgia,

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n'~

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bro·s da comunidade familiar um único corpo, revelação e participação na mais ampla unidade da Igreja; a participação pois ao Corpo "dado" e ao Sangue "derramado" de Cr:sto torna-se fonte inesgotável do dinamismo missionário e apo-stólico da família cristã. O sacramento da conversão e da reconciliação

Uma parte essencial e permanente do dever de santificação da família cristã é o acolh;mento do apelo evangélica. da conversão dirigido a todos os cristãos, que nem sempre permanecem fiéis à "no·v idade" daquele batismo que os constituiu "santos". A família cristã também nem sempre é coerente ca.m a lei da graça e da santidade bat:smal, proclamada de novo pelo sacramento do matrimônio. O arrependimento e o mútuo perdão no seio da família cristã, que se revestem de tanta importância na vida cotidiana, encontram o seu momento sacramental específico na penitência cristã. Ao·s cônjuges, escrevia assim Paulo VI, na Encíclica "Humanae Vitae": "Se o pecado os atingir, não desanimem, mas reco-rram com humilde perseverança à misericórdia de Deus, que com prodigalidade é generosamente dada no sacramento da Penitência." A celebração deste sacramento dá à vida familiar um significado particular: ao descobrirem pela fé como o pecado contradiz não só a aliança com Deus, mas também a aliança dos cônjuges e a comunhão da família, os espo-sos e todos os membros da família são conduzidos ao encontro com Deus "rico em misericórd"a", o qual, alargando o seu amor que é mais forte do que o pecado, reconstrói e aperfeiçoa a aliança conjugal e a comunhão familiar.

(a seguir : A oração familiar)

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A NOVIDADE DE PENTECOSTES

A grande novidade para nós, cristãos do século XX, é a mesma novidade que irrompeu abrupta e alegremente sala adentro onde se encontravam os discípulos reunidos após os eventos da Morte e Ressurreição de Jesus (At. 2, 1-12): o Espírito Santo de Deus, enviado pelo Pai e pelo Filho para fazer derreter do cc.r ação dos discípulos o iceberg de medo que os dominava e paralisava e para acender a chama forte e crepitante da Paz Messiânica que doravante iria aquecê-los com um amor inquebrantável e com uma esperança sem limites. Na sua Páscoa, Jesus completou a sua peregrinação-missão neste mundo e, tendo subido aos céus, enviou, com o Pai, o Espirita Santo do Pai e do Filho·. O Espírito Santo veio, num repente esfusiante e cheio de vida, para inaugurar uma nova human:dade: a humanidade nascida de Jesus Ressuscitado, a Igreja. Igreja que iria prolongar pelos séculos afora a obra redentora de. Jesus, mediante o anúncio de sua Palavra e a Fração do seu Corpo e Sangue. E o Espírito ensinou a Igreja a falar a linguagem de Deus: linguagem de amor, pois Deus é amor, (I Jo. 4, 7-21), linguagem de paz (Jo. 14, 26-27). O Espírito Santo inaugurou em Pentecostes uma nova era para a humanidade: era onde as pessoas deixam de viver para si mesmas, em meio a seus conflitos existenciais, e descobrem o novo relacionamento do Amor; nova era onde os conflitos pessoais desvanecem e se abrem em novos e amplos horizontes, e a vida humana começa a deixar transparecer o "Paraíso" - Paraíso perdido quando o homem antigo inventou o desamor. O Evangelista São João nos mostra no cap. 20, v. 19-23, a aparição de Cristo aos mesmos apóstolos e comunicando a eles o Espírito Santo: aí acontece já o novo evento da human;dade, a Igreja. Naquela comunidade reunida, dá-se a manifestação ('epifania') e a penetração ('diafania') da presença, da palavra, da vida e do Espírito de Cristo Ressuscitado. Então, essa comunidade

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se torna uma nova Comunidade: o medo é substituído pela coragem da fé, o derrotismo dos d:scípulos sem o Mestre pela esperança da glorificação da humanidade, a passividade daqueles que não tinham armas para lutar é trocada pelo testemunho vigoroso e decididamente forte da Ressurreição. Tão grande transformação interior operou uma igualmente grande transformação do ambiente: a paz e a alegria brotaram no Cenáculo; a missão da Igreja se tornou clara - anunciar ao mundo a salvação trazida por Jesus, pois haviam chegado os tempos definitivos - tempos de perdão ou de condenação - e a Igreja seria o lugar da reconciliação dos homens com Deus e do gênero humano entre si (LG 4). Eis a grande novidade trazida em Pentecostes.

Pe. Carlos Antonio Jorge Conselhe.l.ro Espiritual da Equipe 7 de São Carlos

O Espírito Santo, infuso na celebração sacramental, oferece aos esposos cristãos o dom de uma comunidade nova, de amor, que é a imagem viva e real daquela unidade singularíssima que torna a Igreja o indivisível Corpo Místico do Senhor. O dom do Espírito é um mandamento de vida para os esposos cristãos e, ao mesmo tempo, impulso estimulante a que progridam continuamente numa união cada vez mais rica a todos os níveis - dos corpos, dos caracteres, dos corações, das inteligências e das vontades, das almas - revelando deste modo à Igreja e ao mundo a nova comunhão de amor, doada pela graça de Cristo. (Familiarls Consortlo, 19)

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NOSSA

F~

NA EUCARISTIA

"Centro da vida da Igreja", "fonte própria do matrimônio cristão" (cf. pág. 4), nunca recordaremos suficientemente que a Eucaristia é um compromisso com os irmãos e com à missão da Igreja.

O mistério da Eucaristia

Quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia, festejamos a alegr· a da salvação, a libertação que Cristo nos oferece. Nesse momento, recebemos de verdade os frutos de sua vitória sobre a Morte e todo Mal. Então, no-ssa fé se renova, nosso coração se enche de gratidão e entregamos nossa vida a Deus, prometendo servi-lo através do amor aos irmãos. Acreditamos que o Espírito Santo está agindo em nós, fazendo a Igreja crescer, isto é, aumentando a fraternidade e a vontade de trabalhar para dilatar o Reino de Deus. Participando do Corpo e do Sangue do Senhor, mostramos que somos membros do Co·rpo de Cristo, a Igreja. Ass·m, a Eucaristia é o centro da vida da Igreja, porque é o sinal e a manifestação de sua existência. O Senhor Crucificado e Ressuscitado está presente de forma sacramental no pão e no vínha.. Conforme tinha prometido, Ele se dá ao seu povo como alimento durante toda a celebração eucarística, porém de modo especial através desses sinais. Na Eucaristia, anunciamos a morte do Senhor até que Ele venha. Saboreando antecipadamente as riquezas e os bens do Reino futuro, recordamo·s tudo o que Cristo fez por nós, cheios de gratidão. Acolhemos sua pessoa, presente entre nós. Demonstramo·s que estamos esperando a sua volta, quando terminarmos a construção do seu Reino, no dia em que Ele mesmo vai se submeter ao Pai, que colocou todos os seus 1mmigos debaixo de seus pés, para que Deus seja tudo em todos (I Cor. 15, 28).

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Toda vez que aceitamos o convite do nosso único Senhor, reunindo-nos em torno da mesma mesa para participar do mesmo pão, o nosso compromisso nos une. É um compromisso com Cristo e com os irmãos, mas também um compromisso com a missão da Igreja dentro do mundo. A Eucaristia e o sacrifício de Cristo

A morte e a Ressurreição de Cristo realizaram a redenção apenas uma vez em toda a História. A Morte de Cristo na cruz, o momento mais alto de sua v:da de obediência, foi o Sacrifício único, perfeito e suficiente, para pagar os pecados dos homens. Esse sacrifício não pode ser repetido, como também nada pode ser acrescentado àquilo que Cristo realizou de uma vez por todas. Este fato fundamental da fé cristã não pode ser esquecido, sempre que se fizer a ligação entre o sacrifíc:o de Cristo e a Eucaristia. Portanto, quando a Igreja recebeu de Deus a Eucaristia, foi para que os cristãos pudessem anunciar através dela a libertação que Cristo oferece na Cruz. Este anúncio leva a atitudes concretas, ajudando na libertação de todos os tipos de morte e de destruição da dignidade humana. Tudo o que Cristo fez para que o homem se tornasse novamente amigo de Deus está presente na Eucaristia. Para que nunca nos esquecêssemos disso, Ele mandou que a Eucaristia fosse sempre celebrada por nós. Na oração eucarística, a Igreja torna presente, através dos tempos, a Morte de Cristo. Unidos a Deus e entre si, os membros da Comunidade agradecem a Deus todas as suas maravilhas e pedem, em nome de toda a Igreja, que lhes sejam concedidos os benefícios da paixão de Cristo. Eles repartem entre si esses mesmos benefícios e se unem ao gesto de oferta que Cristo faz a Deus, oferecendo-se também a si mesmos a Deus. A presença de Cristo

A Comunhão com Cristo na Eucaristia supõe que Ele esteja verdadeiramente presente. O pão e o vinho significam realmente essa Presença. Durante a celebração do mistério eucarístico, eles se tornam o seu Corpo e o seu Sangue. A presença real do Corpo e do Sangue de Cristo significa que Ele está se entregando a nós de verdade; significa que, ao se entregar a nós, Ele está nos libertando, está nos dando vida, paz e amizade com Deus. Jesus nos dá a Eucaristia no momento em

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que vai passar da morte para a Ressurreição, realizando assim a vontade que Deus tem de salvar os homens. Isso já aconteceu no passado. E a Eucaristia que nós celebramos hoje vem daquela primeira que Jesus celebrou. A finalidade da Eucaristia é fazer com que a Igreja receba a vida do Cristo Crucificado e Ressuscitado. Desta maneira, seus membros estão aumentando a união entre si. Cristo está presente e está agindo de muitas maneiras em toda a celebração eucarística. É Ele mesmo que convida o seu povo para a Ceia, na hora em que estamos proclamando a sua palavra. É Ele que está presidindo a Ceia, na pessoa do seu ministro. É Ele que se entrega a nós de modo sacramental em seu Corpo e Sangue, sacrifício de sua Páscoa. É o mesmo Senhor que está à direita do Pai e, portanto, muito além do nosso mundo material. Mas que, por meio de sinais materiais - a Eucaristia -, se entrega especialmente a nós, sua Igreja. As palavras do Senhor na última Ceia - Tomai e comei., pois, isto é o meu corpo - nos obrigam a associar sempre o fato de sua presença no ato da refe!ção sacramental. Os elementos do pão e do vinho não são apenas sinais simbólicos: o Corpo e o Sangue de Cristo se tornam realmente presentes e são realmente dados. Mas eles estão presentes e são dados para que os fiéis, quando os recebem, estejam unidos em comunhão com o Cristo nosso Senhor. É o Senhor glorificado que vem dessa maneira se encontrar com seu povo, graças ao poder do Espírito Santo. Na celebração eucarística, nós experimentamos antecipadamente as alegrias do mundo que há de vir. Pela ação transformadora do Espírito de Deus, o pão e o vinho da terra se tornam o maná celeste e o vinho novo, o banquete do Reino futuro para o homem novo. Os elementos da primeira criação tornam-se garantia da vida eterna, os primeiros frutos da nova terra e do novo céu.

<Da Declaração de Acordo sobre a Eucaristia da ComisSão Intemad.onal Anglicano-Católica Romana, set. de 1971)

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MÉTODO E CONTEÚDO

O objetivo das ENS é a espiritualidade do casal, por isso todos os meios de aperfeiçoamento são para ajudar os casais neste sentido. Precisamos refletir para entender bem o que signif!ca essa E.'Spiritualidade. O primeiro erro que podemos cometer é tentar elaborar uma ~spiritualidade cristã apenas com um método. Neste caso, a equipe seria o lugar de treinamento para atingir uma perfeição espiritual. Se assim fosse, não haveria diferença entre os cristãos e os budistas, por exemplo. Mas não é bem assim, pois toda espiritualidade genuinamente cristã decorre da prática cristã. Se isolarmos a espiritualidade do engajamento, não vamos conseguir nada nunca. O conteúdo espiritual será fornecido pela vida, comprometida até as raízes, do casal equipista. Assim: escutar a Palavra de Deus, meditação, oração familiar, dever de sentar-se, regra de vida, retiro, são propostas para nortear a vida do casal, mas tudo isso só vai adquirir sentido se o casal fornecer o conte·údo. Tenho ouvido que em muitas equipes não são vivenciados esses pontos, e até mesmo são considerados odiosos no momento da partilha. Pelo que posso perceber, o erro está na separação entre método e conteúdo. Método = caminho. Conteúdo = vida. O método, as ENS fornecem. O conteúdo é com o casal. Exigi-lo da equipe seria um tremendo equívoco. Caminho sem vida não tem sentido. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida", disse Ele (Jo. 14, 6) . Caro equipista: a. Qual é o seu caminho? b. Qual é a verdade pela qual você é capaz de morrer? c. Qual é a vida que você defende? Nossa espiritualidade cristã depende da resposta que dermos a estas questões. A resposta será dada na prática transformadora que cada equipista assumir no seu ambiente vital.

Pe. Cícero Barbosa do Nascimento Conselheiro Espiritual da Equipe 8 de Ribeirão Preto

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CONVIVER E COMPARTILHAR

" ... e, tendo Ele mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões. Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios." (Mt. 15, 19-20)

Analisar a posição de um casal na equipe sempre equivale a um profundo exame de consciência, porque o parâmetro da análise nem sempre é, como deveria ser, o melhor casal equipista, n:as nós mesmos. Ouvimos alguém dizer, ao falar de equipes em crise: "Quem acha que sua equipe está em crise deve examinar-se bem para concluir se não é ele mesmo o responsável pela crise". De fato quando pertencemos a um movimento comunitário, mesmo que ele reuna um número restrito de pessoas, como é o caso de uma Equipe de Nossa Senhora, e começamos a encontrar muitos defeitos nesse Movimento, devemos mergulhar bem no fundo de nós mesmos e, lá, possivelmente, acharemos as razões dos defe:tos que apontamos. Tudo, mas tudo mesmo, em equipe, resume-se em conviver e compartilhar. Convivemos com outras pessoas, com outros casais, de uma forma que só existe em equipe. Perseguimos esse modo de viver que o mundo e a sociedade nos negam e, quando o encontramos, agarramo-nos a ele e nele podemos permanecer sempre, a não ser que o nosso egoísmo nos obrigue a querer viver, e não conviver. O casal que chega a este ponto fatalmente concluirá que conviver em equipe está atrapalhando o seu viver. E começa a se afas-

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tar. Muitas vezes, o que ocorre não é o afastamento físico. O casal permanece na equipe, iludindo-se e iludindo a todos. No entanto, embora esteja ali, está mais distante do que se tivesse abando-nado a equipe. Sua presença só se dá para medir a sua importância para o Movimento e não a importância do Movimento em sua vida. Quando o casal deixa de conviver, deixa também de compartilhar. Não nos referimos ao prato para a reunião (embora este também possa tornar-se um sacrifício) ou à contribuição financeira mensal. Isto o casal continua oferecendo. O que já não compartilha mais é a si mesmo, sua riqueza ou pobreza interior, sua espiritualidade. Quando a situação chega a este ponto, a reumao mensal começa a tornar-se um sacrifício. Perde a espontaneidade. As palav.r as passam a ser escolhidas entre aquelas que se deve ou não dizer. Os assuntos começam a sofrer uma triagem mental. O casal só participa daqueles que não o comprometem. Fica super-sensível, procurando em cada palavra dita pelos outros uma segunda intenção, que só existe na sua própria mente. É um des~stre que só pode ser salvo por um milagre. E, falando em milagre, estamos pra.pensos a pensar que, no episódio da multiplicação dos pães, Jesus deve ter tido uma v1são completamente diferente da nossa visão humana sobre o fato.. Para nós, o acontecimento foi mais um milagre de Jesus. Para Ele, talvez o milagre resida no fato de, ex stindo ali na multidão alguém que possuía o suficiente para saciar a própria fr.me, dispôs-se a compartilhar o que possuía com os demais, que nada tinham. Em equipe, esse milagre pode acontecer sempre que resolvemos nc·s desinstalar, sair do nosso ega.ísmo, e nos dispomos a compartilhar. Jesus multiplica tudo o que oferecemos. Todos ficam saciados e, no final da reunião, podemos reca.lher, talvez, doze cestos de alegria, a sobra do que compartilhamos, e que poderá ser distribuída entre os que não têm a mesma felicidade que temos, a de pertencer às Equipes de Nossa Senhora!

Therezinha e Arnaldo Equipe 4 de São Carlos

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O PADRE HORTA E A PASTORAL DO CASAMENTO

Na Igreja de Nossa Senhora das Graças, mais conhecida como Santuário da Medalha Milagrosa, na zona norte do Ri(!J de Janeiro, há um sacerdote que se dedica, em tempo integral, à pastoral do matrimônio. Trata-se do Padre Joaquim Horta, Lazarista. Há sete anos, o Padre Horta vem desenvolvendo um trabalho de acompanhamento completo dos casais que o procuram para celebrar seu casamento. Esse trabalho começa com a conscientização ·dos noivos para o matrimônio, passa pela celebração do sacramento e continua com a ass~ stência prestada durante a vida conjugal. A primeira vista, parece não haver nada de extraordinário nisto, mas acontece que o Padre Horta praticamente se "especializou" neste campo: dedica-se inteira e exclusivamente ao acompanhamento dos casais. Quando se sabe que já realizou, nos agora sete anos em que está na Medalha Milagrosa, mais de 1.500 casamentos, pode-se avaliar o tempo que requer este atendimento. Na fase anterior ao casamento, o Padre Horta mantém diversos encontros com o futuro casal. Não sendo possível, por falta de tempo e de pessoal adequapo, tnini~trar-lhes o cu,r~o <;}e noivos - o que pretende fazer oportunamente -, encaminha os :coivos a um dos cursos que considera realmente bons. O seu empenho é no sentido de os noivos adquirirem total consciência de· que significa o passo que vão dar. Não abre mão, em hipótese alguma, de um encontro com os pais, pois atribui a eles grande Ie&ponsabilidade no êxito da união dos filhos. Diz ele: "Os pais -14-


devem oferecer a Deus o fruto do seu amor - seus filhos, que agora se unem pelo sacramento do matrimônio - no sentido amplo de ação de graças, oferenda e oração, com responsabilidade." Quanto à cerimônia do casamento, o Padre Horta preocupa-se com todos os pormenores, embora não se envolva na decoração da igreja, flores, etc. Considera fundamental a pontualidade da noiva, e, para recompensar as que chegam bem no horário, faz repicar os sinos no momento em que entram na igreja. Não permite que ninguém fique no altar a não ser os noivos, para que sua atenção seja total no Sacramento. Os pais e padrinhos se aproximam somente na hora da bênção e orações. A participação do público na celebração do Sacramento é total e edificante. Sua homil;a é baseada no amplo conhecimento que ele passa a ter do casal e das famílias. É comum, assegura ele, a comunhão dos noivos, e mesmo dos pais, logo após o casamento. Isto é devido à orientação que dá sobre o Sacramento da Eucaristia, embora considere relativamente pouco o que pode fazer neste sentido. A cerimônia é gravada em fita-cassete, com o objetivo àe manter na lembrança dos casais os comprom!ssos assumidos diante do altar e "perpetuar neles, como ele mesmo gosta de dizer, a alegria e a responsabilidade daquele momento feliz." A partir daí, começa o trabalho de acompanhamento do novo casal. O Padre Horta procura manter contato telefônico com os casais. Sabe dos nascimentos, do crescimento dos filhos, está a par de todas as ocorrências da vida familiar. Vem sendo cada vez mais procurado para realizar o batizado dos filhos dos seus casais. Sem prescindir da sua assistência pessoal, pais e padrinhos são encaminhados aos cursos na própria paróquia. Também C·S batizados são gravados, "para estímulo dos pais e alegria da criança mais tarde." Todo ano, no aniversário de seu casamento, os casais recebem um telefonema do Padre Horta, felicitando-os, interessando-se pela sua situação, os filhos nascidos, e conv' dando-os para a missa de ação de graças pelo aniversário, no último domingo daquele mês. Num período de doze meses (de fevereiro de 1981 até fevereiro deste ano), o Padre Horta falou com 570 casais. Entre os 1.540 casamentos por ele realizados nesses sete anos, de 1975 a 1981, encontrou felizes 757 casais, a maioria com fJhos, e apenas 13 separados, ou seja, menos de 2% do total. "Graças a Deus, diz ele, e às bênçãos especiais da Virgem da Medalha Milagrosa - Nossa Senhora das Graças!" Os casais ainda comparecem a um outro encontro, que já se tornou tradicional (a Missa Mensal dos Casais Aniversariantes é -15-


iniciativa mais recente): a "Missa dos Casais", que se realiza todos os anos no domingo que precede a festa da Medalha Milagrosa (27 de novembro). O comparecimento aumenta a cada ano (500 casa' s no ano passado-), "com grande alegria e intensa emoção, manifestada com abraços e lágrimas", conta o Padre Horta. Fica-se pensando como uma só pessoa pode dar conta de um trabalho dessa envergadura! O Padre Hoda procura encaminhar seus casais para as Equipes de Nossa Senhora, os Encontros de Casais com Cristo, os Cursilhos. Disse-se grande admirador do nosso Mnvimento e expressou ainda o desejo de receber a Carta Mensal, pois gostaria de manter contato mais estreito com as Equipes. (1) (Baseado em artigo do BIP - Boletim da Arquidiocese do Rio de Janeiro, e nos dados adiciona.ls enviados por Mary-Nize e Sérgio.)

Esse contato hoje não poderia ser mais estreito: o Padre Horta é Conselheiro E.spiritual de uma equipe no Rio! (a Equipe 7 do Setor C). A coisa foi assim: quando estiveram com ele, Mary-Nize e Sérgio convidaram o Padre Horta a visitar o EACRE. Ele foi, e ficou tão entusiasmado que resolveu ficar com uma equipe! (1)

Não sabíamos, e qual não foi no.Esa surpresa ao depararmos, em !talei, com o Padre Horta entre os Conselheiros Espirituais! Agora, uma coisa é escrever sobre o trabalho do Padre Horta, outra é escrever sobre a pessoa do Padre Horta, o que vamos fazer agora. Vocês não podem .Imaginar que figura maravilhosa de sacerdote! A foto não diz a vivacidade do pensamento, a ternura do olhar.. . Acreditamos que o sucesso do seu traballi.o se explica em parte pela sua personalidade tão cativante. E "o mais jovem dos Conselheiros", como ele diz de si mesmo, tem uma disposição fora do comum para seus 75 anos. Declarou, no plenário de encerramento de Itaici: "Embarquei nessa canoa de vocês porque vejo nas Equipes de Nossa Senhora a salvação da Igreja - pois a salvação da Igreja está na familia. . . E a família está passando pela maJ.or crise da sua história! " A seguir, contou que costuma dizer aos seus casais: "Entrei na vida de vocês para não sair mais, como vocês entraram para sempre na vida um do outro". Eis que o sr., Padre Horta, entrou na nossa vida também, no no.<;.so coração, para não sair nunca mais! M. e G.

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HA DOIS ANOS, O PAPA NO BRASIL

PARA CONSTRUIR UMA SOCIEDADE JUSTA,

1: PRECISO AUSTERIDADE

Palavras aos jovens -

e a nós também

Abertos para as dimensões sociais do homem, vocês não escondem sua vontade de transformar radicalmente as estruturas que se lhes apresentam injustas na sociedade. Vocês dizem, com razão, que é impossível ser feliz vendo uma multidão de irmãos carentes das mínimas oportunidades de uma existência humana. Vocês dizem, também, que é indecente que alguns esbanjem o que falta à mesa dos demais. Vocês estão resolvidos a construir uma sociedade justa, livre e próspera, onde todos e cada um possam gozar dos benefícios do progresso. Rece'o que muitos bons desejos de construir uma sociedade justa naufraguem na inautenticidade e se esvaziem como bolha de sabão por faltar-lhes o sustento de um sério empenho de austeridade e frugalidade. Em outras palavras, é indispensável saber vencer a tentação da chamada "sociedade de consumo", da ambição de ter sempre mais, em vez de procurar ser sempre mais, da ambição de ter sempre mais enquanto outros têm sempre menos. Penso que aqui, na vida de cada jovem, ganha sentido e força concretas e atuais a bem-aventurança da pobreza em e!'pírito: no jovem rico, para que aprenda que o seu supérfluo é quase sempre o que falta a outros e para que não se retire triste quando perceber no fundo da consciência um apelo do Senhor a um desapego pleno; no jovem que vive a dura contingência da incerteza quanto ao dia de amanhã, talvez até a fome, para que, buscando a legítima melhoria de cond"ções para si e para os seus, seja atraído pela dignidade humana mas não pela ambição da ganância, pelo fascínio do supérfluo.

(Homilia em Belo Horizonte, 1-7-81)

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O

RETIRO DO Sfl~NCIO

Há muito tempo eu estava fascinada pela idéia de participar de um retiro em silêncio total. Quando, em novembro, Esther e Marcello estiveram entre nós dando-nos uma proveit osa palestra na qual sua rica vivência internacional do Movimento das ENS deu ensejo a muita reflexão, coloquei esse desejo antigo. De imediato, Esther e Marcello se prontificaram a vir realizar este retiro entre nós.

Os contatos foram feitos por telefone e os dias marcados (12, 13 e 14/03). Conforme solic:tação de Marcello, os banquinhos foram feitos sob medida, para facilitar a posição oriental, durante todo o tempo de reflexão e oração. Éramos 8 casais, incluindo Esther e Marcello, Weide e Francisco, Anísia e José Fernando, Alba e Brás, Claudina e Gisbert, Sophia e Manuel, Ilda e Dio-18-


r.ísio e Neusa e Orlando; para as missas contamos com Pe. Jacques e Pe. Aoki. O local que havíamoo reservado era ideal: às margens do Tietê, isolado, com a beleza da natureza a nos entrar por todos os poros. A providência divina se encarregou de nos dar o clima ideal: após uma semana de chuvas, não fazia nem calor nem frio, nem chuva, nem sol, soprava aquela brisa que nos mostrava a presença de Deus, como em tudo o mais que nos rodeava. Esther e Marcello completaram, com as palestras calcadas em testemunhos de sua larga vivência de cristãos e equipistas, e com as reflexões que nos proporcionaram experiências de oração ainda não vividas por nós. O silêncio observado por todos envolveu-nos de tal forma que ninguém sentiu dificuldade em observá-l9, nem vontade de rompê-lo. Foi, a cada reflexão, mais espontaneamente vivido e mesmo desejado. Ouvíamos o silêncio, e, como São Francisco, o louvor dos animais e da natureza a Deus: galos, patos, pássaros, grilos, coaxar dos sapos, ... a brisa, suave, ou batendo um pouco mais nas árvores, provocando seu farfalhar mais ou menos forte. Ouvíamos até nossa respiração, e o encontro com Deus se fez de mane·ra total e amena, conduzido pelas palavras compassadas de Marcello. Em nosso lugar sagrado, a capela montada na varanda aberta para a natureza, só penetrávamos descalços, como Moisés ao pisar o solo sagrado. Sentimo-nos como no Tabor, com vontade de ficar lá, naquele santuário. No domingo, o silêncio foi rompido por um dever de sentar-se que todos realizaram ao ar livre e cheios de amor. Este retiro marcou, para todos os que tivemos a felicidade de participar, uma nova etapa em oração. Bendizemos ao Senhor, que nos deu mais esta oportunidade de reconhecê-lo ao encontrar-nos com Ele neste retiro, e por termos Esther e Marcello entre nós.

Neusa

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ORAR

As distrações se tornam oração quando se pensa nelas com Deus. Lutar contra as distrações é muitas vezes distrair-se mais ainda. Fala com Deus, em vez de falar contigo mesmo: terás pelo menos este tempo para orar. Não olha teus irmãos para julgá-los, mas olha-os para orar por eles. Orar não é ser inteligente, é estar presente. Para quem busca a Deus como Moisés, uma escada pode ser o Sinai. Se crês que o Senhor vive contigo, em todos os lugares onde podes viver, podes orar. Se fores até o fim do mundo, encontrarás as pegadas de Deus; se fores até o fundo de ti mesmo, encontrarás o próprio Deus.

Madeleine Delbrel

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O QUE ~ UMA SESSÃO DE FORMAÇÃO

Durante a Semana Santa, estivemos em Brasília, onde 50 casais viveram, durante 4 dias, um encontro que, certamente, marcará suas v·das. Dificilmente algum de nós viveu em tal intensidade espiritual uma Semana Santa. Foi mais uma Sessão de Formação. De vez em quando, nossa Carta Mensal traz notícias sobre Sessões. Em muitos dos nossos Setores, nossos Responsáveis terão tido a oportunidade de referir-se a esses encontros, quer para pedir orações, quer para not'ciar que um ou outro casal foi escolhido para participar de uma Sessão. Só no ano passado, foram realizadas 5 Sessões, delas participando 150 casais, alguns Conselheiros Espirituais e uns 50 casais trabalhando nas equipes de serviço. Muitos casais não puderam participar por falta de vagas. Revendo as fichas de avaliação que cada participante é convidado a preencher após a Sessão, impressionam as referências entusiasticamente favoráveis. Esgotam todo o nosso estoque de adjet:vos qualificativos! Pouquíssimas são as críticas. Mas, afinal, o que é uma Sessão de Formação? Não é retiro, é um tipo especial de encontro, bem característico das Equipes de Nossa Senhora, onde, durante 4 dias, os casais são chamados a viver intensamente uma experiência de vida cristã comunitária. A Sessão destina-se a quem já tenha alguma vivência do Movimento - pelo menos dois anos. É necessária a presença do casal durante o tempo todo, não sendo permitidos atrasos nem saídas durante a Sessão. É indispensável dormir-se no local. Nós dois já temos vivido mais de 30 sessões, e não existem 2 iguais. Há muitas palestras sobre temas relacionais com a fé e -21-


o Movimento, muitos grupos de co-participação, liturgias, missas. O somatório disso tudo é uma explosão da alegria cristã, de felicidade incontida, que nos contamina a todos e que vai conosco quando, findos esses dias de verdadeiro Pentecostes, com a voz embargada pela emoção, nos despedimos ao retornar cada um ao seu ponto de partida. Não há a menor dúvida de que o casal, o Movimento e a Igreja muito lucram com essas fortes experiências. Hoje, todos os nossos Responsáveis - Regionais, Responsáveis de Setor ou Coordenação - são casais que, no devido tempo, frequentaram uma Sessão. Agora basta, não queremos adiantar mais nada. Se quiserem saber mais, só fazendo uma Sessão! Um conselho damos: se você, casal amigo, vier a ser convidado para uma Sessão de Formação, faça de tudo para participar. O tempo, os compromissos, o dinheiro, com quem deixar as crianças, tudo pode ser contornado. É uma experiência que justifica mesmo reservar-se a ela 2 ou 3 dias de férias. Depois você dirá se temos razão ou não.

Dirce e Rubens

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EQUIPES DE UNGUA PORTUGUESA NOS ESTADOS UNIDOS

Turlock, pequena cidade da Califórnia. Ao lado das paróquias "americanas", há uma paróquia de umas duzentas famílias de língua portuguesa, assistidas por um padre português, o Pe. I v o Rocha. É a paróquia de Nossa Senhora da Assunção. O dia 15 de agosto é festejado com um fervor especial, não só pelos paroquianos habituais, mas por todos os portugueses dos arredores, cujo número chega por vezes a 5.000 pessoas. Para preparar esta festa, o Pe. Rocha organiza todos os anos uma novena que, em 1981, foi animada por um padre vindo da mãe-pátria, o Pe. Vítor Feytor Pinto. Grande amigo das Equipes de Nossa Senhora em Portugal, ele quis fazer do casamento e da família o tema principal dessa novena e, com esse objetivo, fez-se acompanhar pelo casal Alberto e Maria Almira Ramalheira, Responsáveis Regionais de Lisboa. Na primeira noite, por ocasião do início da novena, houve uma tomada de contato com o conjunto da comunidade reunida, ma!s precisamente com uma dúzia de casais entre os mais ativos da paróquia. Na noite seguinte, foi feita uma primeira reunião de informação, com a presença de 55 casais. Numa segunda reunião, foi possível ir mais longe na descoberta do Movimento, nos seus aspectos de espiritualidade conjugal e familiar e de testemunho apostólico. Aos 30 casais presentes foi proposta uma mini-sessão de formação, no sábado e domingo seguintes. A mini-sessão reuniu em torno do Pe. Vítor e dos Ramalheira os 15 casais que iriam formar o conjunto das 4 equipes efetivamente constituídas. Foi uma oportunidade para rezar, para partilhar, para descobrir os objet:vos e os meios das Equipes de Nossa Senhora. Foram designados os casais responsáveis e um deles aceitou o importante encargo de ser o "coordenador" dessas equipes entre si e com Lisboa. De volta a Portugal, os Ramalheira recebem com regularidade os relatórios dessas 4 equ:pes de Turlock, que testemunham a fidelidade desses novos equipistas. Continuam a descobrir o Movimento através dos cadernos "Reunidos em nome de Cristo" e os seus responsáveis reunem-se para as necessárias trocas de idéias. Cheios de admiração pelo trabalho realizado pelos Ramalheira e pelo Pe. Vítor, como não nos unirmos às suas ações de graças ao Senhor, que realiza tais maravilhas?

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UM LIVRINHO FUNDAMENTAL

Como o Movimento das Equipes de Nossa Senhora se insere na ação pastoral da Igreja no Brasil, é do interesse de todos os casais terem um conhecimento das DIRETRIZES GERAIS DA AÇAO PASTORAL DA IGREJA NO BRASIL (Documentos da CNBB N9 15, Edições Paulinas)

Reformuladas de quatro em quatro anos, as Diretrizes marcam as etapas no processo de planejamento pastoral que contam com a part" cipação corresponsável do laica to, a nível não apenas de execução mas também de decisão (Diretrizes N. 0 72). Esta participação, da parte das ENS, se exprime pela sua representação no Conselho Nacional dos Leigos. Em geral, as Diretrizes "Desejam expressar os grandes rumos que hoje deve tomar a Igreja, cumprindo sua missão de anunciar o Reino a serviço do Povo de Deus. Daí a fidel' da de que pretendem guardar à realidade mesma da Igreja e do povo a que esta serve. Reúnem, sob a forma de um objetivo geral, os principais elementos que, como exigência de nossa missão, hão de orientar todas as atividades pastorais." (Apresentação, Diretr' zes N. 0 s 3. e 4). Após a formulação do objetivo geral, segue-se sua concretização através das v~rias Linhas Pastorais: Objetivo Geral: Evanqelizar A sociedade brasileira em transformação A partir da opção pelos pobres Pela libertação integral do homem Numa crescente participação e comunhão Visando à construção de uma sociedade fraterna Anunciando assim o reino definitivo. (N<?s 6 e 7) O Setor Família pertence à Linha 1: "Estruturas Eclesiais de . Participação e Comunhão". Após a "Ident:ficação" da Pastoral da Família, seguem "Algumas Diretrizes":

6. Família 6. 1. Identificação A Pastoral da Família "procura caminhos para que os casais e as famílias possam progredir na sua vocação ao amor e em sua -24-

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missão de formar pessoas, educar na fé e contribuir para o desenvolvimento" (P 594) Esta pastoral "está intimamente relacionada com a Pastoral Social: no trabalho pela criação de estruturas e ambientes que tornem possível a vida em família ... " (P 598). Diante da situação de pobreza em que vive a maioria das famílias brasileiras devido às estruturas injustas que condicionam a sua vida, a Pastoral da Família procura atingir estas causas, bem como preocupar-se prioritariamente com as famílias das classes mais pobres, em vez de localizar-se quase exclusivamente na classe média, explicitando assim a opção preferencial pe.los pobres.

6. 2. Algumas Diretrizes 1. "Em toda pastoral familiar deverá considerar-se a família como sujeito e agente insubstituível de evangelização e como base da comunhão na sociedade" (P 602). 2. Para evitar o fechamento das famílias sobre si, sobretudo nos movimentos familiares, a pastoral da família seja inserida na pastoral orgânica, que visa à libertação integral do homem. 3. A ação pastoral leve as famílias a se conscientizarem das causas de seus males, as quais muitas vezes estão fora da família, no contexto socia.l injusto e opressor. 4. As famílias sejam encorajadas a viver o diálogo, a igualdade entre homem e mulher, a paternidade responsável, a simplicidade no relacionamento entre pais e filhos; valores estes tão estimados pelo homem de hoje. 5. Procure-se conhecer melhor e fortalecer a influência que têm sobre a família as comunidades eclesiais de base e os grupos dP. reflexão, uma vez que as famílias pobres, que são a maioria no Brasil, são pouco atingidas pelas formas existentes de pastoral familiar. 6. É necessário buscar caminhos pastorais para acolher e acompanhar evangelicamente as famílias incompletas." Como as Diretrizes atuais visam o período 1979/1982, devem ser revistas o ano que vem. O processo de avaliação e reformulação exigirá a participação das bases através das dioceses e regionais e dos organismos de consulta e planejamento. O exercício da nossa corresponsabil' dade pede a todos o seu interesse, as suas sugestões e as suas orações. Afinal, somos Igreja ou não somos? Pe. David Regan Asse.ssor da CNBB para a Pastoral da Famflia

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OUTROS LIVROS

O HOMEM A PROCURA DE DEUS - P.-E . Cha.rbonnea.u gógica e Universitária, São Paulo, 1981.

Editora Peda-

É de grande importância filosófica e muita profundidade o novo livro do Pe. Charbonneau. Numa abordagem bastante orig!nal, faz um paralelo entre a evolução da noção de Deus no homem-indivíduo, da primeira infância até a maturidade, com a descoberta de Deus pelo homem-grupo social, desde os primórdios da humanidade até o término de seu desenvolvimento, quando se completará o pleno conhecimento de Deus. O livro inclui uma interpretação muito interessante da história das religiões, inclusive dos movimentos anti-cristãos, ateístas e agnósticos, apresentados como etapas do conhecimento de Deus.

c;:;

G.D .

OS FANTOCHES DE DEUS 1981.

Morris West -

Editora Record, São Paulo,

Não é nosso costume recomendar romances, mas este é um romance diferente. Um romance cristão, centrado num tema muito sério: o final dos tempos, a Parusia. Em forma de romance, um alerta - "Quando virdes estas coisas acontecerem, sabei que ele está próximo, às portas." (Me. 13, 29) Uma história empolgante e, para nós, cristãos, que faz pensar, e muito. M.D.

NOSSA SENHORA NO MEU CAMINHO - Meditações do Pe. José Belder Câmara - Edições Paulinas, 1981.

D.

Coletânea de poemas dedicados a Nossa Senhora, escritos pelo Arcebispo de Olinda e Recife entre 1945 e 1974. Através

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destes versos, D. Helder nos revela seu amor, ao mesmo tempCl tão sobrenatural e tão humano: aqui é apenas o filho que conversa, desabafa, suplica, se aconselha com sua Mãe celestial. M.S.

MôNICA, UMA MULHER FORTE 1981.

Hylton M. Rocha -

Edições Paul.lnas,

Vida de Santa Mônica narrada para o homem de hoje. São alguns pormenores marcantes da vida da grande santa retirados principalmente do Livro IX das Conr ssões de Santo Agostinho. Num estilo muito agradável, o autor se serve desses pequenos trechos para analisar e confrontar com os problemas de hoje os que Santa Mônica enfrentou no seu tempo: desajustamento conjugal, conflito de gerações, amor livre, licenciosidade, opressão da mulher, violência ... M.S.

ENCONTROS - REENCONTROS - DESENCONTROS Desiderlo - Edições Paulinas, 1982 .

Florângela Maria

O livro nos fornece elementos para uma reflexão muito séria sobre o nosso lugar no mundo, na nossa família, a nossa atuação dentro dela, na sociedade e na época em que vivem~. Na atual crise atravessada pela Família, este livro nos ajudará a analisar as causas da problemática familiar para, juntos, bus· carmos novas soluções. M.S.

l

.. r

VIVE TUA VIDA!

COMO? -

Livraria Agir Editora, 6\' edição, 1980

Coletânea de pensamentos de vários autores, muitos nossos conhecidos, ordenados de acordo com os temas: amar, trabalhar, esperar e rezar. É um livro para cabeceira, especialmente para os que têm pouco tempo ou tranqüilidade para leituras mais prolongadas: pode-se interromper a leitura a qualquer momento e retomá-la sem perder a conexão. "Para aqueles que sabem compreendê-los e utilizá-los, há pensamentos que são fonte de vida e de paz." D.P.S .

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O DESPERTAR RELIGIOSO DA CRIANÇA Paulinas, 1982.

Maurice Laurente -

Ediç~

Mais do que um guia de instrução religiosa, é uma contribu' ção valiosa para o diálogo entre pais e filhos sobre assuntos da nossa fé. Além de orientação para os pais, a obra inclui 24 livretos para a criança, amplamente ilustrados. Entr e os temas abordados: "Quem é Jesus", "Por que vovó morreu", "Por que rezar".

PARTILHANDO A VIDA -

Alfonso Pastore -

Edições Paulinas, 1981.

Estórias vividas pelo Pe. Alfonso Pastore, fundador dos Encontros de Casais com Cristo, no campo da Pastoral familiar f' àa Pastoral da saúde. "Deus nos criou para o céu. A morte é o momento ma' s importante da vida. Nesse instante em que nem a ciência, nem o dinheiro, nem a beleza valem para nada, a oração de fé pode salvar o irmão, um ente querido, um amigo ou um estranho, mas sempre um irmão em Cristo." M.S .

POEMAS EM TORNO DO LAGO E DE JERUSALÉM dão Cavalcanti - Rua Set~ de Setembro, 14 neiro.

Mons. Vital Bran20 . 050, Rio de Ja-

Como o nome indica, impressões em verso de uma peregrinação à Terra Santa. "Visitar loca:s prenhes de história sagra:.. da, ou revisitá-los, através dos olhos e dos sentimentos do autor, pode ser um convite para o leitor, mesmo sem sair do seu lugar, peregrinar em espírito", escreve D. Carlos Alberto Navarro, ao apresentar a publicação. Mons. Cavalcanti é atualmente Conselheiro Espiritual do Setor D do Rio de Janeiro.

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O "TIO WILSON"

O Wilson não era uma pessoa cujas virtudes haviam sido adquiridas através da instrução. Seu amor pelos que o cercavam, seu carinho pelas crianças, seu devotamento para com a Palavra do Senhor, sua sinceridade para com os deveres de equip' stas, tudo isto foi brotando à medida que seu espírito se enchia de Deus. Qual a criança de Benfica que não conhecia o "Tio Wilson"? Na Pastoral dos Enfermos, era sempre esperado com ansiedade pelos doentes e velhinhos aos quais ass'stia. Para todos os que frequentavam o seu bar, tinha sempre um gesto de carinho. Era comum entrarmos no estabelecimento e encontrá-lo lendo ora o Novo Testamento, ora o Lar Católico, ora a Carta Mensal das Equipes. Para muitos, essa atitude era motivo de crítica, de zombarias. Mas Wilson não se abalava, ele estava convicto da sua fé. Tinha seus repentes; às vezes se tornava um pouco rude, porém era autêntico, sem máscaras, com aquela hum'ldade tão comum aos seres mais simples. Era aquele irmão mais experiente que nos transmitia sua vivência, quando nos reuníamos em equipe ou mesmo em outras ocasiões. Domingo, 28 de março de 1982. Um dia de alegria em que todos nós, seus irmãos de equipe, parentes, amigos, fomos, à noite, à sua casa para abraçá-lo pelo seu 50. 0 aniversário. Wilson gostava dessas reuniões, que eram preparadas com muito carinho. Presentes, conosco, na mesma alegria, o Conselheiro Espiritual, Pe. Edmundo, o Pároco, Pe. Magalhães. Orações sinceras foram feitas e Wilson recebeu muitos abraços. Foi uma noite inesquecível. Segunda-feira, pela manhã, recebe-se urna notícia inacreditável: "Wilson morreu!" Parecia que se estava vivendo um pe-29-


sadelo ... A lembrança do dia anterior, toda aquela alegria transformou-se em tristeza, enchendo de dor os corações. Nas escolas, a notícia abalou profundamente crianças e professores; no comércio, em todos os setores, sentiu-se profunda comoção. Uma pequena multidão acompanhou a família de Wilson em seu sofrimento. Durante todo o tempo em que o corpo permaneceu em sua casa, não se conseguia transitar por ela, dada a quantidade de pessoas que lhe vieram trazer seu último adeus. A noite, o Pe. Edmundo celebrou uma missa de corpo presente; em sua homilia, nos fez refletir sobre uma grande lição que estaríamos r.ecebendo de nosso irmão: ''Ninguém sabe a hora em que será chamado ... ", "Se fôssemos chamados, hoje, agora, estaríamos preparados?", "Ontem, a alegria, hoje a dor ... , mistério ... " Na manhã seguinte, outra missa foi celebrada pelo Pe. Magalhães, concelebrada pelos Pes. Edmundo e José Gaio, com a presença de grande multidão que foi se despedir do amigo que partia. Descansa em paz, querido irmão. E um dia por certo nos reuniremos todos em equipe na eternidade, na presença de Deus e sob o olhar de Maria Santíssima. Até lá. "Felizes os que morrem no Senhor!"

Cida e Fernando Equipe 8 de Juiz de Fora

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A DESINTEGRAÇAO FAMILIAR NA AMmiCA LATINA -III> CONCURSO LATINO-AMERICANO PROMOVIDO PELO CENPAFAL

O Centro de Pastoral Familiar para a América Latina, CENPAFAL, com o propósito de fomentar o estudo e a análise da realidade famil.tar, e.~tá organizando o II Concurso Latino-americano, sobre o tema "A desintegração familiar na América latina". O concurso tem duas formas de participação: monografias e eru:;aios, e em duas categorias: uma, formada por instituições, depe.rtamentos de .tnvesgações e profissionais; a outra, integrada por estudantes e alunos formados. que não tenham ainda, no momento da apresentação do trabalho, recebido seu diploma . Os prêmios se distribuem assim: Para a melhor monografia na categoria A - US$ 1. 200,00 na categoria B - US$ 1. 000,00 Para o melhor ensa.to na categoria A - US$ 1. 000,00 na categoria B - US$ 800,00 O jdri estará integrado pela equipe inter-disciplinar do CENPAFAL e um Comitê assessor formado por sociólogos, advogados, antropólogos, psicólogos, economistas e teólogos. Os trabalhos poderão ser enviados pelo correio e entregues até o dia 31 de agosto de 1982, nos escritórios do CENPAFAL: Calle 65, n~> 13-50, Mezzanine. Telefones: 255-7334 e 255-7434. De onde também se poderão solicitar informações adicionais. Os resultados do concurso serão dados a conhecer no dia 2 de novembro, através dos meios de comunicação mais importantes do pais e por comunicação verbal ou escrita aos vencedores, cujos trabalhos serão publicados.

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Os trabalhos podem ser a n!vel latino-americano, ou de um pais em particular.

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Podem ser realizados a partir de qualquer perspectiva cient!f.t.ca.

-As monografias não deverão exceder 150 páginas e os ensaios, 30 páginas.

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Devem ser enviados um original e duas cópias, tamanho carta, à máquina. espe.ço duplo.

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A particlpe.ção pode ser individual ou coletlva.

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Deve se especificar a categoria e a disciplina cientifica da qual se pe.rtlcipa.

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Os trabafuos devem ser assinados com um pseudOnimo, e, mandados num envelope às parte, lacrado, nome, endeço e telefone do(s) participante(s). - O CENPAFAL se reserva os direitos autorais-. -

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Os trabalhos devem ser inéditos.

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Os prêmios poderão não ser atribuídos.

- Os trabalhos vencedores serão publicados, total ou parcialmente, com crédito para o(s) autor{es).

o Sub-temas: -Desintegração fam1.11.ar e machismo. - Planejamento familiar e sua relação com a integração familiar. - Situação económica da família e sua incidência na desintegração familiar. - Repercussão da situação politica na organização familiar. - A migração e sua .Influência na desintegração familiar. - O problema da habitação e sua incidência na desintegração da família. - Tóxicos e alcoolismo relacionados com a desintegração fam!l1ar. A violência e sua relação com a desintegração da familia. - O trabalho infantil e a unidade fam!l1ar. - A desintegração familiar e a delinqUência . - Desintegração familiar por classe social. - A incidência dos meios de comunJ.cação na desintegração familiar. - Os niveis educativos nos fenômenos de desintegração familiar. - Integração familiar e práticas religiooas. - Participação da mulher na produção e sua incidência na desintegração familiar . - O desemprego e a unidade da família. - Unidade fanilliar e autoritarismo.

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NOTíCIAS DOS SETORES

CURITIBA -

Vinte e cinco anos de Equipe

Edy e Adherbal estiveram em Curitiba, representando a ECIR nas comemorações dos vinte e cinco anos de vida das Equ' pes do Paraná. Os três casais p' oneiros e o Pe. Rafael, Passionista, escrevem eles, "tinham razões suficientes para estarem emocionados, na noite de 17 de abril, quando da missa celebrada pelo atual Conselheiro Espiritual, Pe. Júlio Pereda, e concelebrada por mais nove Conselheiros, por ocasião do Jub'leu de Prata da Equipe de Nossa Senhora da Luz, a primeira equipe do Paraná, fundada em 4 de abril de 1957. A emoção dos pioneiros era perfeitamente compreensível: daquela primeira reunião e do esforço e persistência de todos, t inha-se presente à celebração a quase totalidade dos casais hoje integrantes do Movimento no Paraná, movimento vibrante, entusiasta e engajado naquela porção da Igreja de Deus. Por motivos plenamente justos, os srs. b ~ spos de Curitiba não estavam presentes, mas enviaram emocionadas e agradecidas mensagens aos jubilares e a todo o Movimento, que se faz muito presente nas ativ·dades apostólicas da diocese." E acrescentam: "Foi tudo muito comovente e bonito: realmente, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora vive atualmente no Paraná momentos fortes e de muita presença na Igreja." O jornal Voz do Paraná dedicou três colunas, ilustradas com a reprodução de um ícone, a uma apresentação das Equipes de Nossa Senhora, fruto de entrevista com Zilda e Bleggi, primeiro Casal Responsável da Equipe 1, e com Regina e Ruy, atual Casal Regional. INTERIOR DO RGS -

Foi a Setor

A Coordenação do Interior do Rio Grande do Sul passou a constituir o Setor Leste de Porto Alegre, com sede em Osório, em cerimônia realizada durante a Santa Missa, no dia 14 de março. Presentes o Casal Regional, Helma e Luís Pauletti, os Casais Responsáveis e equipistas dos três Setores de Porto Alegre, bem -33-


como do novo Setor, e, como não poderia deixar de ser, o Pe. Antonio Lorenzatto, Conselheiro Espiritual da Região. Maria Olívia e Luiz Carlos, Responsáveis pela Coordenação, continuam como Responsáve:s pelo novo Setor, assessorados pelo Pe. Amadeu Canellas, Conselheiro Espiritual. O Setor compreende as equipes de Osório (3), Tramandaí (3), Glorinha (2), Santo Antonio da Patrulha (2), Gravataí (2) , Terra de Areia (2), Maquiné (1) e Corvo (1), num total de 16 equipes. PORTO ALEGRE -

Mutirão 82

"Já que os casais vinham de uma longa parada de férias, onde muitos tiram férias até do Cr:sto, o Setor A resolveu abrir o ano com um Mutirão de um dia inteiro, com palestras lembrando aos casais a mística das Equipes. O que ela é, o que significa para o nosso crescimento espiritual, os pontos concretos de esforço e a vivência da equipe foram assuntos muito bem colocados e debatidos pelos palestrantes: Pe. Antonio Lorenzatto, Neri e João Pezzi, Helma e Pauletti. Presentes 50 casais, representando 70% dos casais ativos do Setor. O êxito do Encontro deveu-se em grande parte aos palestrantes, que muito contribuíram com seus testemunhos e conhecimentos do Movimento. Outro ponto forte foi a parte espiritual. No início, foi entronizada a Bíblia e lido um trecho para meditação. Em seguida, os casais foram colocados frente a frente com o Cristo, procurando meditar: "Alô, meu Deus, há quanto tempo não Te encontrávamos!" O ato de perdão - "Cristo que perdoa" - que se seguiu, foi um momento de grande emoção." FLORIANOPOLIS -

Divulgação da "Familiaris Consortio"

Numa promoção conjunta dos Setores A e B, as Equipes de Florianópolis realizaram uma noite de estudos sobre a Familiaris Consortio, aberta a todos os casais da cidade. Escrevem Maria e Carlos, responsáveis pelo Setor A: "De início, foi feita ampla divulgação junto aos casais equipistas e pedido que convidassem outros casais, e também junto a outros movimentos, como Emaús, Curs'lho e Movimento de Irmãos. Foi preciosa a ajuda dos vigários de diversas paróquias próximas a Florianópolis, de onde ~ompareceram muitos casais: os vigários divulgaram o acontecimento nos avisos durante as missas do fim de semana que antecedeu o evento. Também foi sol'citado à direção de alguns educandários católicos que enviassem uma carta-convite aos pais dos alunos. Também a televisão - onde temos um companheiro -34-


equipista - e o Jornal da cidade foram meios eficazes para a promoção do encontro. Houve uma participação muito boa, registrando-se a presença de cerca de 200 pessoas. O assunto foi desenvolvido sob a forma de painel, com duração de duas horas e vinte minutos, no auditório do Centro Arquidiocesano de Pastoral. Como resultado concreto, um dos colégios está promovendo uma palestra a cada semana sobre a Exortação Apostólica." Eis um fruto importante da atuação das Equipes de Nossa Senhora! BELO HORIZONTE -

Noticias

Recebemos, agradecidos, de Marilda e Waldon, da Equipe 4, algumas notíc:as da Coordenação. Após viverem, em abril, a Inter-Equipes, sobre o tema "Compromisso", estavam se preparando para o retiro que o Frei Neylor iria pregar no fim de maio. Escrevem: "Será um retiro em silêncio, pois, sempre fazendo retiro aberto, nunca vivemos essa experiência. Do's casais trabalharão na equipe de serviço e, no segundo semestre, farão o retiro ~m Juiz de Fora. Lilian e Quadra farão conosco essa parada e trarão notícias da Região para nós. Estamos felizes na coordenação desse Retiro." Marilda e Waldon estiveram em Brasília, participando da Sessão de Formação e enviaram um gráfico resumindo sua impressão: hospitalidade, comunicação, atenção, carinho, doação, desprendi-mento, visando a formação em Cristo ... Acrescentam: "Sempre desejosos do entrosamento de nossos filhos na grande família equipista, levamos nossa filha de 13 anos ( ... ) . Já na segunda-feira, em Belo Horizonte, sentimos os efeitos positivos da acolhida calorosa que ela teve, podendo sentir de perto porque amamos tanto o Movimento!"

RIO DE JANEIRO -

Missa do Reencontro

Organizada pelas Equipes 36 e 44, do Setor B, foi muito concorrida: calculou-se em mais de 250 pessoas os equipistas e seus familiares que participaram da Missa do Reencontro, que já tradicionalmente marca o início das atividades do ano. Celebrada pelo Pe. Luciano Penido, Conselheiro Espiritual da Equipe 11, e participada por todos em clima de profundo recolhimento, foi a ocasião de louvar a Deus e agradecer-Lhe as graças receb'das. Os cânticos marianas serviram para a homilia, que desenvolveu o tema "ts, Maria, a Virgem que sabe ouvir". Após a Comunhão, a Equipe 14, do Setor D, agradeceu a Deus seus 15 anos de caminhada no Movimento. -35-


SANTOS -

Encontro de filhos

Realizou-se no CEFAS (Centro de Formação para o Apostolado de Santos), o !.0 Encontro de filhos das Equipes, sob a coordenação da Equipe 8, Na. Sra. do Sagrado Coração. Participaram 84 jovens, sendo 23 filhos de equipistas, 18 filhos de casais de outros movimentos e ainda 43 jovens filhos de casais de várias paróquias. O Encontro obedeceu à dinâmica de um retiro aberto, sendo pregador o Frei Mar:ano Folaronsso, O.P ., da Casa de Formação São João Macias, de Curitiba, e Conselheiro Espiritual de equipe naquela cidade. Frei Mariano foi auxiliado pelos seminaristas José Roberto Bat:sta de Oliveira e Raimundo Eliàs Filho. No dia 19, exposição com slides sobre o tema Por que viver, seguida de reflexão. No dia 20, palestra sobre O mistério da e:ristência humana; reflexão individual: O que penso da minha ?.. 'ida. Segunda palestra: A vida é um chamado. Pro1eção de slides: O plano de Deus. No último dia, palestra sobre A vida como resposta ao chamado de Deus, com reflexão individual sobre O que gostaria de fazer na m inha v ida. O plenário realizou~se cem a presença dos pais e encerrou-se o Encontro com a Santa Missa. Balanço do Setor

Cerca de 45 casais participaram,no início de março, no CEFAS, da reunião co-nvocada por Vânia e Walter, Responsáveis pelo Setor, para apreciar o balanço das atividades do Setor durante o ano de 1981. A reunião, pres 'dida, por D. David Picão, estiveram presentes, além do Conselhero Espiritual do Setor, Mo-ns. Ary de Aguiar, vários Conselheiros. Depois de apresentados os relatór ios dos departamentos administrativos e pastora ·s do Setor, acentuou-se, além da fidelidade aos métodos, a necessidade de o-s equipistas intensificarem sua espiritualidade numa linha de leigcs, numa inspiração mariana mais autêntica, e num compr omisso com a realidade ecles'al e social. Foi sugerido que as Equipes procurassem sintonizar com o tema e o lema da Campanha da Fraternidade de cada ano, a fim de evitar-se dispersão na reflexão temática e nas ações apostólicas. SÃO CARLOS -

Campanha da Fraternidade

As equipes do Setor desenvolveram excelente trabalho no sentido de concretizar em obras o ideal da Campanha da Fraternidade. Atendendo ao ped'do formulado pelo Setor, as equi-

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pes angariaram amplo material escolar, que foi recolhido por ocasião da noite de oração e posterio-rmente distribuído. A Equipe de Nossa Senhora do Rosário (14) organizou a "Campanha das fraldas", que foram entregues à pediatria da Santa Casa, e angar·ou também material escolar para ser entregue às meninas da Betânia. Quanto à Equipe de Na. Sra. do· Carmo (5), procedeu à arrecadação de livros e revistas para serem ofertados aos detentos do presídio local. Outras equipes programaram iniciativas com a mesma finalidade, realizando assim o primeiro ponto concreto da Campanha. -

Semana Santa

A programação do Setor para a Semana Santa incluiu Hora Santa na quinta-feira, peregrinação na sexta-feira e, no sábado, Veneração das Dores de Na. Sra. Quanto à peregrinação, já tradicional no Setor, co-ntou, como todos os anos, com a participação de um grande número de equipistas. Associando-se aos sofrimentus de Jesus e da Virgem Maria, na Via Cru eis, os equipistas, Sl'US familiares e seminaristas da Igreja de São Sebastião desceram, a partir das 8 horas, até a Capela de N assa Senhora Aparecida, na Babilônia, onde foi realizada a Via Sacra. MOGI DAS CRUZES -

Continua o apostolado nos MCS

A exemplo- do que foi fe:to durante a Semana da Família/81, as Equipes de Mogi fizeram publicar no jornal "Diário de Mogi" uma série de artigos sobre a Campanha da Fraternidade, com os seguintes temas:

Vocabulário da Campanha da Fraternidade, pelo Pe. Vicente, Conselheiro Esp'ritual do Setor; Cooperação, por Leila e Paulo, da Equipe 2; Comunidade Eclesial de Base, por Maria do Carmo e Paulo, também da Equipe 2; Educar para a Justiça, por Mariinha e Gustavo, da Equipe 8; Família, a Primeira Escola, por Olga e D 'on, da Equipe 9. Prestigiando o belo trabalho apostólico dos irmãos de Mogi, pretendemos reproduzir na Carta Mensal pelo menos alguns dos artigos, todos muito bons. Aguardem! -

Jubileu sacerdotal do Pastor

No dia 24 deste mês, D. Emílio Pignoli, Bispo diocesano de Mogi das Cruzes e Conselheiro Espir'tual das Equipes 3 e 9, celebrará o 6.0 aniversário de sua sagração episcopal. A maior co-

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r:1emoração, no entanto, está prevista para o dia 29, festa de São Pedro e São Paulo, quando o estimado Pastor completará 25 anos de sacerdócio. Parabéns, Dom Emílio, e que Nossa Senhora abençoe sempre mais o seu ministério. SAO

JOS~

DOS CAMPOS -

A função da família cristã

Com a presença de vários casais equipistas e de outros movimentos, foi realizada no dia 20 de março uma tarde de reflexão sobre "A função da família cristã no mundo de hoje". A tarde foi de muito proveito para todos os casais participantes. Orientados pela palavra do Pe. Antonio, refletiram sobre a nossa missão como casa's cristãos frente às necessidades da família no mundo de hoje.

ITU -

Compromisso com a Igreja e com o Movimento

Numa parada muito oportuna para que todos pensassem nos compromissos com o Movimento e com a Igreja, realizou-se uma excelente tarde de estudos na Casa de Oração Nossa Senhora de Nazaré. Sobre A Igreja, falou Frei Domingos Dam, e sobre O Compromisso, Marisa e Fleury. Muito apreciados, souberam entusiasmar a todos os que os ouviram. Presentes casais de Itu, Sorocaba e Salto, num total de 52 casais. A missa de encerramento foi celebrada por Frei Agostinho. -

Como é o Setor

O Setor de Itu conta com 11 equipes, sendo 3 em pilotagem , uma delas na cidade de Salto. Os casais equipistas, na sua maioria, participam de muitas atividades na comunidade: falando nas igrejas, por ocas·ão da Campanha da Fraternidade, Semana da Família, etc., trabalhando em curso de catequese, equipes de liturgia, etc. Quanto ao curso de noivos, há 16 anos é orientado pelas Equipes de Nossa Senhora. Há também equipistas fazendo palestras em encontros de Casais. BAURU -

Encontro de pais e filhos

Muito bem "bolado" o Encontro de uma tarde sobre Relacionamento entre pais e filhos. Os partidpantes, divididos em três grupos - os pais, os filhos de 14 a 18 anos e os filhos de -38-


12 a 13 -, inicialmente responderam a três perguntas, na base das quais o palestrante desenvolvia a sua palestra. As perguntas: 1) Como você gostaria que seus pais (ou filhos) fossem? 2) 3)

O que mais desgosta a você nos seus pais (ou filhos)? O que você mais admira em seus pais (ou filhos)?

O grupo dos pais (integrados por 13 casais e 4 mães) esteve a cargo do Pe. José Jonas da Silva, Conselheiro Espiritual do Setor. Orientando os jovens (26) de 14 a 18 anos, esteve o Pe. Pedro Bauer, Conselheiro Espiritual da Equipe 10, e com os jovens de 12 e 13 anos, esteve a Irmã Heloisa Cecone, professora do Colégio São José. Após um intervalo com café, bolachas e um bate-bola entre os menores, todos foram para o anfiteatro para um plenário, onde a riqueza dos momentos vividos serviu para meditar sobre os novos posicionamentos a serem adotados como pais e como filhos. Todos aderiram à sugestão do "dever de sentar-se" entre pais e filhos. O Encontro encerrou-se com a Santa Missa, às 19 hs, celebrada pelo Pe. Jonas, e organizada pela Equipe 10. Vários jovens que participavam do Encontro formaram um pequeno coral, que se encarregou dc-s cânticos.

GUARATINGUETA- Reuniões mistas

Formadas com casais de Guaratinguetá e Aparecida, reuniram-se 8 equipes mistas, que med'taram, oraram e debateram em torno do tema da Campanha da Fraternidade, Educação e Fraternidade. Assim, além do maior entrosamento entre os casais das diversas equipes, todos puderam conscientizar-se melhor da importância do tema da Campanha da Fraternidade, ocorrendo ainda proveitosa troca de idéias sobre os problemas atuais da família, a educação e o relacionamento pais e filhos. DOIS CóRREGOS/BROTAS -

"Cristo caminha conosco"

Com o tema Cristo caminha conosco, realizou-se a 1.a Manhã de recolhimento do ano de 82, organizada pela Equipe de Nossa Senhora das Dores, de Brotas, sob a batuta do Casal Responsável, Geny e Dionísio, e do Conselheiro Espiritual, Pe. Jaime Sória. Entre os pensamentos que foram transmitidos, destacamos este: "Nós daremos testemunho do Cristo na partilha de nossa vida e de nossos dons." Escrevem Jane e Gilberto, Responsáveis pela Coordenação: "Quem participou renovou-se na fé, na esperança e no amor, para, sem esmorecer, caminhar com Cristo e com os irmãos em direção ao Pai." -39-


VOLTARAM PARA O PAI Tercília Fiore Figueiredo

Da Equipe 1 de Batatais. Casada com João Batista. No dia 8 de março. Após longo período de doença, "durante o qual demonstrou o vigor da sua fé. Pela vida de santidade que viveu, pela demonstração da fé viva que nos deu, temos certeza absoluta que podemos contar com mais uma intercessora perante o nosso Pai", escrevem Carmen e José Roberto, responsáveis pela Coordenação. Wilson Ferreira Pereira

Da Equipe 8 de Juiz de Fora. Casado com Maria. No dia 29 de março. Um dia depois de comemorar seus 50 anos de vida. Sobre ele, já leram o que seus companheiros de equipe escreveram, no intuito de dar "um testemunho fiel daquele que procurou v1ver a sua fé e aperfeiçoar-se como cristão, deixando-nos muitos ensinamentos". Ayrton Lambert

Da Equipe 16, Setor B, São Paulo. Casado com Ther esinha. No dia 8 de abril, Quinta-Feira Santa. Escrevem Magda e Felício: "Não foi uma simples coincidência. Temos certeza que Cristo escolheu este dia maravilhoso para libertar sua alma e levá-la direto para o Céu. Nós, que o conhecemos como nosso irmão equ·pista, sabemos que a Eucaristia era o grande 'segredo' da força e da coragem que ele tinha para continuar normalmente, apesar da longa do-ença, todas as suas atividades, seja como membro da Ordem Terceira de São Francisco, seja na paróquia, no Amparo Maternal, no Movimento. Nossa última conversa foi sobre o tema Cristo caminha Conosco e ele nos dizia: 'Este tema é maravilhoso'. Ayrton cam;nhou com Ele e O reconheceu aqui na terra. E nós tivemos o privilégio de caminharmos um trecho juntos." Alice Maciel

Da Equipe 4, Na. Sra. da Imaculada Conceição, de Londrina. Casada com Fidel. No dia 12 de abril. Acometida de grave doença pulmonar. Na missa de corpo presente, muitos jovens, pois, além do trabalho no Movimento (era Responsável da sua equipe), trabalhava muito com os jovens da sua paróquia. "A fé, a simplicidade e a humildade estavam presentes no olhar e nos gestos de Alice, escrevem Doroty e Wanderley, Responsáveis pelo Seter. Ela partiu, mas soube deixar para os seus o melhor: o carinho, a amizade fraterna de toda a comunidade a que pertencia." -40-


EQUIPES NOVAS Aparecida do Norte

Equipe 5 - Casal Piloto: Carmélia e Benedito; Conselheiro Espiritual: Pe. Menezes. Brasília

Equipe 31, Setor A - Casal Piloto: Rita e Mattos; Conselheiro Espiritual: Pe. Jorge Davanzo. Curitiba

Equipe 20, Setor C - Casal Piloto: Nair e Amaury; Conselheiro Espiritual: Frei Mario Marini. ltajaí

Equipe 6 - Casal Piloto: !vete e Marcos; Conselheiro Espiritual: Pe. Nildo Dubiela. Itu

Equipe 9, Na. Sra. de Lourdes - Casal Piloto: Terezlnha e José; Conselheiro Espiritual: Frei Domingos Dam. Equipe 10, Na. Sra. de Nazaré - Casal Piloto: Nenita e João; Conselheiro Espiritual: Frei Agostinho. Equipe 11, Na. Sra. Auxiliadora - Casal P"loto: Marina e Adhemar; Co.nselheiro Espiritual: Frei Estanislau. Manaus

Equipe 14, Na. Sra. das Famílias - Casal Piloto: Janeide e Carlos Henrique; Conselheiro Espir:tual: Frei Gerson Priante. Equipe 15, Na. Sra. do Carmo - Casal Piloto:Terezinha e Francisco; Conselheiro Espiritual: Pe. Jaime Michael Coleman. Mogi das Cruzes

Equipe "nova" 7, Na. Sra. das Graças - Casal Piloto: Maria dos Anjos e José Maria; Conselheiro Espiritual: Pe. Caetano Chi barro. -41-


Pindamonhangaba

Equipe 6, Na. Sra. de Fátima - Casal Pilo·to: Heloisa e José Roberto; Conselheiro Espiritual: Frei Reynaldo. Equipe 7, Na. Sra. da Conceição - Casal Piloto: Berenice e Zeferino; Conselheiro Espiritual: Diácono José Bonifácio. Porto Alegre

Equipe 41, Setor A, Na. Sra. do Rosário de Fátima - Casal Piloto: Helga e Jaime; Conselheiro Espiritual: Pe. Gregório de Nadai. Equipe 42, Setor A, Na. Sra. da Conceição - Casal Piloto: Lúcia e Renato; Conselheiro Espiritual: Pe. Osmar Sulzbach. Equipe 43, Setor A, Na. Sra. da Natividade - Casal Piloto: Elza e Enio; Conselheiro Espiritual: Pe. Valdevino Pertille. Equipe 44, Setor A - Casal Piloto: Vilma e Alfeu; Conselheiro Espiritual: Pe. José Luiz Froelich. Rio de Janeiro

Equipe 36, Setor B - Casal Piloto: Aparecida e Peneda; Conselheiro Espiritual: Pe. Spencer Custódio Filho. Equipe 37, Setor A, Na. Sra. do Monte Claro - Casal Responsável: Diva e Raul Sant'Anna; Conselheiro Espiritual: Pe. Paulo Plotrowski (Casal Piloto: Malvina e Edgard). Equipe 70, Setor B - Casal Piloto: Meza e Demerval; Conselheiro Espiritual: Pe. Florêncio Fernandes. Equipe 71, Setor A - Casal Piloto: Lydia e Gilberto; Conselheiro Espiritual: Frei Vicente Maria da Cruz. Sorocaba

Equipe 10 - Casal Piloto: Vera e Bayard; Conselheiro Espiritual: Pe. Emile Lhermite. Valinhos

Equipe 8 - Casal Piloto: Neusa e Ademir; Conselheiro Espiritual: Pe. Gilberto Schneider.

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RESPONSAVEIS EM ITAICI

Realizou-se em Itaici, de 2 a 4 de abril, o Encontro Nacional de Responsáveis Regionais do Setor e de Coordenação, com a part'cipação de 95 casais e 19 Conselheiros Espirituais. Era, mais uma vez, aquela pequena parcela da Igreja- as Equipes de Nossa Senhora - reunida para buscar subsídios a fim de que o Movimento como um todo possa servir melhor a Deus e a esta mesma Igreja. E Deus esteve presente o tempo todo, provendo tudo, conforme a sua vontade. Foram seus instrumentos os dedicados casais da equipe de serviço, composta de casais dos Setores de São Carlos e de Sorocaba, este último encarregado da liturgia.

Na primeira palestra, sobre a Exortação Apostólica Familia,·is Consortio, o Pe. Aquino, Conselheiro Espiritual da ECIR, deu particular enfoque à expressão "Família, torna-te aquilo que és". Foi uma reflexão que reafirmou nos participantes a consciência da importância do nosso testemunho e do nosso serviço em favor da família. Rubens, por sua vez, demonstrou a necessidade de sermos cristãos verdadeiramente e nos compromissarmos dia a dia com o nosso Batismo; e se, para isto, foram escolhidas as Equipes de Nossa Senhora como um caminho, imprescindível se torna ser ele

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vivido intensa e efetivamente por cada um dos casais das nossas equipes. A ·nda no sábado, realizou-se um Painel, no qual fo·r am apresentados três testemunhos: sobre a organização de um Setor, por Carlos Martendal, do Setor A de Florianópolis; sobre os anos de aprofundamento, por Glória e Payão; e sobre o relacionamento de um Responsável do Movimento com a Hieratquia eclesiástica, por Mary-Nize e Sérgio, do Rio de Janeiro. Mais uma vez, foi uma partilha dos dotes de cada um para ajudar todos a caminhar. No domingo, através da palestra do Pe. José Carlos di Mambro, Conselheiro Espiritual do Setor de São Carlos, sobre "O Conselheiro Espiritual e as Equ'pes de Nossa Senhora", Cristo revelou a todos a comunhão dos sacramentos da Ordem e do Matrimônio viVida pelo movimento das Equipes de No·ssa Senhora. A liturgia, preparada pelo Setor de Sorocaba, sob a orientação de Mons. Castanho - hoje D. Castanho -, proporcia.nou momentos de encontro pessoal e comunitário com Deus presente. Teve início na sexta-feira, com um rito penitencial, seguido de confissão auricular, e foi coroada, no domingo, com a comemoração de Ramos, iniciada por uma procissão· dos ramos, da entrada principal da Casa de retiros até a capela. Todos puderam viver nesse Encontro a certeza de que Cristo caminha conosco para nos ensinar a cam'nhar com o no·sso próximo. São bem eloqüentes os dois testemunhos que publ;camos a segu·r, o primeiro encaminhado pelos Coordenadores do Encontro, o outro endereçado diretamente à Carta Mensal:

"É com muita alegria que pudemos participar desse Encontro, como Casal Responsável de Setor, logo após termos assumido. Foi ótimo, principalmente pela oportunidade, pela ocasião, pelas circunstâncias. Estamos realmente acreditando que Deus está nos chamando para, dentro das ENS, servirmos de alguma maneira para o seu Reino.

Acreditamos que as EN S são um caminho de conversão para o qual muitos são os chamados. Acreditamos que as ENS são um movimento de Igreja, somos Igreja. E essa Igreja, para nós, é como uma mãe que está nos gerando na fé, está nos ensinando a dar os primeiros passos neste caminho. Não passamos de embriões, que um dia renascerão pelo Espírit o Santo. Um dia, poderemos, transformados, dar a resposta que Deus espera de nós. -44-


Louvamos a Deus pela Igreja, nas pessoas de muitos irmãos nossos, que vão à nossa frente, anunciando o Cristo, chamando-nos para o único caminho capaz de nos levar ao Pai: Cristo."

o

"Retornando do Encontro de RR e RS em Ita' ci, no dia em que completávamos 18 anos de casados, encontramos nossa casa florida, a mesa posta com carinho e uma mensagem de nossas filhas. Para quem ouvira a inspirada reflexão do Pe. Aquino sobre a família cristã, a leitura dessas palavras revestiu-se de profunda emoção, pois sentimos estar no caminho certo e que vale a pena dedicar o melhor dos nossos esforços em pro-l do crescimento daqueles que Deus nos confiou. Se hoje pudemos sentir esta alegria, agradecemos a Nossa Senhora, que no-s convidou a participar deste seu Movimento e que foi a causa da transformação de nossas vidas.

Papai e Mamãe, Hoje é um dia muito especial, não só para vocês, que têm a oportunidade de parar e refletir sobre estes 18 anos de caminhada lado a lado, mas também para nós, frutos do grande amor de vocês, que está sempre crescendo rumo à plenitude. Hoje, mesmo sem estarmos na idade da maturidade, já percebemos o quanto esta convivência de renúncias e doações mú· tuas é a base de nossa formação e por isso mesmo estamos aqui não só para dizer o quanto esperamos que este amor alcance a plenitude mas também agradecer à Nossa Senhora, que temos certeza ser o elo maior entre vocês. · Papai e Mamãe, muito obrigada por estarem cumprindo tão bem a missão de pais, por aquecerem nosso lar com tanta ternura e carinho, e desculpem-nos se às vezes não os recompensamos pelo tanto amor que nos é dedicado. Que este 4 de abril seja, antes de tudo, um dia muito feliz por estarem juntos, mais juntos que em abril de 64, pois nestes 18 anos um grande passo na estrada do amor foi dado. Beijos cheios de carinho e amor." -45-


SESSÃO DE FORMAÇÃO EM BRASlLIA

Responderam "sim" ao chamado de Cristo para melhor conhecer os princípios básicos do movimento, atendendo à sua vocação cristã e equipista, 22 casais de Brasília, 3 de Belo Horizonte, 2 de Juiz de Fora, 2 de Petrópolis e 1 de Belém, todos visando um melhor preparo para a missão que lhe está reservada no Plano de Deus. Iniciadas as atividades na Quinta-feira Santa, dia 8 de abril, com uma meditação na Capela, tivemos a palestra - uma autêntica homilia - proferida pelo Pe. Chiquinho, "Seguir a Cristo". As palestras foram se sucedendo, todas muito ricas em ensinamentos necessários ao prosseguimento da nossa caminhada como servos de Deus.

Os atos litúrgicos, perfeitamente adequados às cerimomas próprias da Semana Santa, foram igualmente da maior importância para o êxito da Sessão, culminando com uma peregrinação à Capela, percorrendo caminhos difíceis, com sub:d.as e desci-

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das, trechos com obstáculos a serem transpostos e estreitas passagens. Restou a certeza de que, embora tortuosos os caminhos do "Seguir a Cristo", a perseverança, a fé em Deus e a prática das coisas agradáveis ao Senhor, realizadas com amor aos irmãos, funcionam como molas propulsoras, tornando-nos capazes de vencer todas as barreiras. Depois de três dias maravilhosos passados no seio da grande família das Equipes de Nossa Senhora, foi chegando a hora do encerramento da 1.a Sessão de Formação de Brasília, num misto de alegrias e tristezas. Alegrias por nos acharmos mais robustecidos das graças do Senhor para um melhor desempenho do nosso agir cristão, e tristezas por termos que nos despedir dos irmãos. Damos graças a Deus por nos ter permitido a ventura de participarmos desses dias de espiritualidade e oração.

AraceZi e OswaZdo Equ.l.pe 18, Setor A, Brasilia

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SEDE

IGREJA!

Texto de meditação

Sede corresponsáveis pelo futuro da nossa Igreja. Sede precisamente vós mesmos Igreja. Testemunhai nas vossas associações as características fundamentais da Igreja, da Igreja una, santa, catól'ca e apostólica. Sede uma só co·sa entre vós; sede as colunas e os esteins da unidade entre o rebanhn de Cristo e os seus pastores, enviados por Cristo. Não vos ocupeis com o prestígio, O· egoísmo e o orgulho, mas sede "um só coração e uma só alma". Promovei com vigor a unidade da cristandade dividida! Sede santos! Sim, santif'cai as vossas vidas e tende sempre presente somente o que é santo. Só quando fizerdes das características imutáveis do Evangelho o vosso estilo de vida é que conseguireis causar admiração aos homens e atraí-los. E, no vosso testemunho ao mundo, ajudai à santificação. do mundo. Sede católicos, un;versais, abertos e cosmopolitas. Não vos fecheis nas vossas preocupações e nos vossos problemas. O vosso contributo é exigido por toda a humanidade, a fim de que o novo início se realize. Finalmente, sede apóstolos, testemunhas da fé, ao. mesmo tempo corajnsos no vosso compromisso insubstituível e imprescindível.

João Paulo 11

(Aos católicos alemães, na festa de São Bonifácio, d·ez. de 1980)

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I


Oração

Nosso Deus e nosso Pai, Quereis que todos os povos formem o único povo dos vossos filhos. Quereis que todas as raças sejam reconhecidas como sendo da vossa raça. Quereis que todas as línguas aproximem cs homens e proclamem o vosso amor Enviastes o vosso Filho Jesus para revelar o vosso Rosto , fazer a vossa vo-ntade de salvação, tornar mais humano este mundo e dar a vida para que venha o vosso Reino. Escutai agora a nossa prece: enviai o vosso Espírito Santo sobre nós e sobre todos os que reunis na fé . Guardando a vossa palavra, a exemplo de Maria , que a vossa Igreja progrida num amor universal. Partilhando o Pão da Eucaristia, que nos tornemos o Corpo de Cristo, Pão partido para um mundo novo. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor, Amém .

(Oração do Congresso Eucarístico de Lourdes, junho de 1981)


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e fam iliar

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