ENS - Carta Mensal 1982-1 - Março

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N9 1

1982 Março

"Familiaris consortio" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Os deveres da família cristã . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5

A Ecir conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A oração conjugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Tempo àe educar a consciência . . . . .. o.. o. ...

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O "Sim" de Maria . . .

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Uma carta da Polônia

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Educação para todos . . . . . Educar para os valores essenciais da vida humana . . ... . .. ... .. ... .. .. .. .. . .. .. .. .

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As pequenas coisas difíceis . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Impressões de um retiro . ..... .. .... .

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A semana da família em Jundiaí . . . . . . . . . . . .

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Notícias dos selares ..... .. ....... .. .....•....

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O caminho da vida ......

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EDITORIAL

"FAMILIARIS CONSORTIO"

Desde o início de seu pontificado, o papa João Paulo II cuidou da convocação do Sínodo dos Bispos de 1980 tendo como tema "A Família Cristã no Mundo de hoje". A Exortação Apostólica "Familiaris Consortio" é a síntese elaborada e decantada do que refletiram, sentiram e concluíram os Bispos com o Papa, tesouro que não pode ser sepultado ou esquecido, páginas e orientações que não poderiam ter sido propostas em outro século. A forma é didática, progressiva, por vezes repetitiva. Toda a matéria é dividida, titulada e de fácil acesso, sintética e sobretudo apropriada ao contexto do mundo que é nosso. Há inúmeras interrogações, algumas até angustiosas, que surgem quando participamos do que está acontecendo no seio das famílias. Os meios de comunicação social voltam sempre aos temas familiares: namoro, casamento, conflito de gerações, pais e filhos, infidelidade, divórcio, novas formas de "casamento", regulação de nasc:mentos, marginalização, aborto, menores abandonados etc. As novelas ou as pesquisas de opinião vivem disto. Variam os enredos, a temática não muda. As situações são mais vividas do que pensadas pelos personagens, às vezes tangenciando o absurdo, sempre paradoxais e raramente equacionadas dentro das premissas do Evangelho ou mesmo de um vulgar bom senso. Muitos problemas e poucas soluções, ou o recurso fácil à relativização, que se traduz em frases soltas, de um subjetivismo que se afirma na falta de sensibilidade para os "valores da família": ''ninguém manda em ninguém", "ninguém convence ninguém", "você está na sua, eu estou na minha", "eu penso o que eu quero". Sobre a família não é preciso falar muito, mas é preciso falar com base. As estatísticas, se verdadeiras, retratam um modo de proceder, não fornecem normas de comportamento. A filosofia, ou a sabedoria que vem da fé tocam as questões essenciais. Deus revela o homem ao homem. -1-


Neste contexto se coloca a Exortação Apostólica sobre a Função da Família Cristã no Mundo de Hoje. Não aborda o assunto com visão provinciana, regionalista ou episódica. Mais do que é a família, se ocupa com o que "deve ser" ou, se quisermos, "deve se tornar". Na diversidade de tempos e lugares, há muitos que esvaziam as exigências essenciais da família cristã e põem a perder o que séculos de cristianismo construíram e se constituiu em patrimônio da humanidade. Trata-se hoje de "salvar", promovendo, a família, quando esta entra em órbita não só perigosa mas, a médio e longo prazo, fatal. Nossos Pontífices e Pastores não se omitiram. Há na Igreja um processo acelerado de catequese. Os Sínodos se sucedem. O exemplo vem de cima. Não faltam pronunciamentos, documentos, exortações, encícl;cas. No entanto, este é o primeiro documento maior sobre a Família desde o tempo da fundação das primeiras Equipes de Nossa Senhora na França, há pouco menos de meio século. Aqui encontramos uma catequese estruturada e, nas suas grandes linhas, completa. Certamente mais abrangente que inúmeros outros pronunciamentos pontifícios que, por sua natureza e objetivos, se restringiam a alguns aspectos específicos do universo da família. Não raro notamos nas Equipes, ao lado de uma forte dimensão conjugal, um enfoque menor e desproporcional da dimensão familiar do casamento. ·Além do mais, muitos casais estão inseguros no que crer e esperar. A literatura teológica, pela diversidade de opiniões ou pelo diferente valor de suas proposições, nem sempre ajuda e às vezes confunde. Alguns estão perplexos, outros casais se questionam, outros finalmente admitem e mesmo justificam, hoje, o que ontem de forma alguma aceitariam. É preciso de início saber e reconhecer o que está certo e o que está errado, o que conduz à vida e o que prepara a morte, o que "realiza" e o que engana, ilude, ou mesmo acumula ruínas sobre existências ainda muito jovens. O documento papal não resolve todos os problemas mas, quanto mais ampla é a base da reflexão que estabelece, quanto mais sólidos os pontos de referência que fixa, quanto mais variadas as questões que levanta, tanto melhor nos aproximamos das verdadeiras soluções, que não representam uma cultura determinada, por mais rica que pudesse ser, mas traduzem e veiculam a tradição do Evangelho vivido na comun;dade cristã sob a orientação dos Pastores e dentro das preocupações surgidas nos últimos tempos com as condições concretas em que vive, luta e se desenvolve a família, sobretudo a família cristã.

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Mais que um estudo, nós encontramos aqui delineado um programa de vida e ação familiares, que deverá influenciar as programações das Equipes de Nossa Senhora nos próximos anos. Tivemos experiência semelhante quando da publicação da Exortação Apostólica de Paulo VI, "Evangelii Nuntiandi", que nos trazia os resultados de um Sínodo de Bispos sobre a Evangelização. Cada equipe é uma equipe. A vida, a idade, as condições próprias sugerirão quais os temas a serem abordados em primeirc lugar. Sendo tantos os aspectos e ângulos, é preciso estabelecer prioridades de estudo. Nem sempre a ordem lógica das questões é a mais adaptada para seguir, diante de problemas que pessoal ou familiarmente enfrentam os casais. Há tópicos que dizem mais respeito ao relacionamento entre o.:; cônjuges, há outros que se referem sobretudo aos filhos e ao lar. A família cristã não se encontra ilhada, mas inserida na Igreja e na sociedade e tem aí uma função específica: há temas que se referem à vida que se transmite e se educa, há outros que se referem mais diretamente à fé, à espiritualidade, à evangelização; há, finalmente (4.a parte), questões ligadas à pastoral familiar, onde as Equipes têm uma função própria. Não é possível sintetizar uma Exortação Apostólica. Queria apenas despertar a atenção para uma reflexão pessoal e em grupos sobre as palavras de João Paulo II, que por muito tempo ecoarão em nossos ambientes. Pe. Antonio Aquino, s.j .

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Testemunhar o valor inestimável da indissolubilidade e da fidelidade matrimonial é uma das tarefas mais preciosas e mais urgentes dos casais cristãos do nosso tempo. Por isso, juntamente com todos os Irmãos que participaram no Sínodo dos Bispos, louvo e encorajo os numerosos casais que, embora encontrando não pequenas dificuldades, conservãm e desenvolvem o dom da indissolubilidade: cumprem, desta maneira, de um modo humilde e corajoso, o dever que lhes foi confiado de ser no mundo um "sinal" - pequeno e precioso sinal, submetido também às vezes à tentação, mas sempre renovado - da fidelidade infatigável com que Deus e Jesus Cristo amam a todos os homens e cada homem.

João Paulo 11 (Familiaris Consortio, n9 201

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A PALAVRA DO PAPA

OS DEVERES DA FAMíLIA CRISTA

(Trechos dos capítulos I e III da Terceira Parte da "Exor· tação Apostólica Sobre a Função da Família Cristã no Mundo de Hoje - Familiaris Consortio".)

Família, torna-te aquilo que és! No plano de Deus Criador e Redentor, a família descobre não só a sua "identidade", o que "é", mas também a sua "missão", o que ela pode e deve "fazer". As tarefas que a família é chamada por Deus a desenvolver na história brotam do seu próprio ser e representam o seu desenvolvimento dinâmico e existencial. Cada família descobre e encontra em si mesma o apelo inextinguível, que ao mesmo tempo define a sua dignidade e a sua responsabilidade: família, "torna-te aquilo que és"! Voltar ao "princípio" do gesto criativo de Deus é então uma necessidade para a família, se se quiser conhecer e realizar segundo a verdade interior não só do seu ser mas também do seu agir histórico. E por que, segundo o plano de Deus, é constituída qual "íntima comunidade de vida e de amor" (GS), a família tem a missão de se tornar cada vez mais aquilo que é, ou seja, comunidade de vida e de amor, numa tensão que - como para cada realidade criada e redimida - encontrará a plenitude no Reino de Deus. E numa perspectiva que atinge as próprias raízes da realidade, deve dizer-se que a essência e os deveres da família são, em última análise, definidos pelo amor. Por isto é-lhe confiada a missão de guardar, revelar e comunicar o amor, qual reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, sua esposa. Cada dever particular da família é a expressão e a atuação concreta de tal missão fundamental. . . (17)

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A FORMAÇAO DE UMA COMUNIDADE DE PESSOAS (I)

O amor, princípio e força de comunhão

A família, fundada e vivificada pelo amor, é uma comunidade de pessoas: dos esposos, homem e mulher, dos pais e dos filhos, dos parentes. A sua primeira tarefa é a de viver fielmente a realidade da comunhão num constante empenho por fazer crescer uma autêntica comunidade de pessoas. O princípio interior, a força permanente e a meta última de tal dever é o amor: como, sem o amor, a família não é uma comunidade de pessoas, assim, sem o amor, a família não pode viver, crescer e aperfeiçoar-se como comunidade de pessoas. Tudo que escrevi na Encíclica Redemptor Hominis encontra exatamente na família como tal a sua aplicação originária e privilegiada: "O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa ativamente". O amor entre o homem e a mulher no matrimônio e, de forma derivada e ampla, o amor entre os membros da mesma família - entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs, entre parentes e familiares - é animado e impelido por um dinamismo interior e incessante, que conduz a família a uma comunhão sempre mais profunda e intensa, fundamento e alma da comunidade conjugal e familiar. (18) A PARTICIPAÇAO NO DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE (III)

A vida familiar como experiência de comunhão e de participação A mesma experiência de comunhão e de participação que deve caracterizar a vida quotidiana da família representa o seu primeiro e fundamental contributo à sociedade. As relações entre os membros da comunidade familiar são inspiradas e guiadas pela lei da "gratuidade", que, respeitando e favorecendo em todos e em cada um a dignidade pessoal como único título de valor, se torna acolhimento cordial, encontro e diálogo, disponibilidade desinteressada, serviço generoso, solidariedade profunda. A promoção de uma autêntica e madura comunhão de pessoas na família torna-se a primeira e insubstituível escola de sociabi-

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lidade, exemplo e estímulo para as mais amplas relações comunitárias na mira do respeito, da justiça, do diálogo, do amor. Deste modo, a família, como recordaram os Padres Sinodais, constitui o lugar nativo e o instrumento mais eficaz de humanização e de personalização da sociedade. Colabora de um modo original e profundo na construção do mundo, tornando possível uma vida propriamente humana, guardando e transmitindo em particular as virtudes e "os valores". Como escreve o Concílio Vaticano II, na família "congregam-se as diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar uma sabedoria mais plena e a conciliar os direitos pessoais com as outras exigências da vida social." Assim, d ·ante de uma sociedade que se arrisca a ser cada vez mais despersonalizada e massificada, e, portanto, desumana e desumanizante, com as resultantes negativas de tantas formas de "evasão" - como, por exemplo, o alcoolismo, a droga e o próprio turorismo - a família possui e irradia ainda hoje energias formidáveis capazes de arrancar o homem do anonimato, de o manter consciente da sua dignidade pessoal, de o enriquecer de profunda humanidade e de o inserir ativamente, com a sua unicidade e irrepebbilidade, no tecido da sociedade. ( 43)

Função social e política A função social da família não pode certamente fechar-se na obra procriativa e educativa, ainda que nessa encontre a primeira e insubstituível forma de expressão. As famílias, quer cada uma por si, quer associadas, podem e devem portanto dedicar-se a várias obras de serviço social, especialmente em prol dos pobres, e de qualquer modo de todas aquelas pessoas e s.tuações que a organização previdencial e assistencial das autoridades públicas não consegue atingir. A contribuição social da família tem uma originalidade própria, que pode ser conhecida melhor e mais decisivamente favorec.da, sobretudo à medida que os filhos crescem, empenhando de fato o mais possível todos os membros. Em particular, é de realçar a importância sempre maior que na nossa sociedade assume a hospitalidade, em todas as suas formas, desde o abrir as portas da própria casa e ainda mais do próprio coração aos pedidos dos irmãos, ao empenho concreto de assegurar a cada família a sua casa, como ambiente natural que a conserva e a faz crescer. Sobretudo a família cristã é chamada a escutar a recomendação do apóstolo: "Exercei a hospitalidade com solicitude" e, portanto, a atuar, imitando o exem-

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plo e compartilhando a caridade de Cristo, o acolhimento do irmão necessitado: "Quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em verdade vos digo, não perderá a sua recompensa". O dever social das famílias é chamado ainda a exprimir-se sob forma de intervenção política: as famílias devem com prioridade diligenciar para que as leis e as instituições do Estado não só não ofendam, mas sustentem e defendam positivamente os seus direitos e deveres. Em tal sentido as famílias devem crescer na consciência de serem "protagonistas" da chamada "política familiar" e assumir a responsabilidade de transformar a sociedade; de outra forma as famílias serão as primeiras vítimas daqueles males que se limitaram a observar com indiferença. O apelo do Concílio Vaticano II para que se supere a ética individualista tem também valor para a família como tal. ( 44)

Graça e responsabilidade da família cristã O dever social próprio de cada família diz respeito, por um título novo e original, à família cristã, fundada sobre o sacramento do matrimônio. Assumindo a realidade humana do amor conjugal com todas as suas conseqüências, o sacramento habilita e empenha os cônjuges e os pais cristãos a viver a sua vocação de leigos e, portanto, a "procurar o Reino de Deus tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus" (LG). O dever social e político reentra naquela missão real ou de serviço da qual os esposos cristãos participam pela força do sacramento do matrimônio, recebendo ao mesmo tempo um mandamento ao qual não podem subtrair-se e uma graça que os sustenta e estimula. Em tal modo, a família cristã é chamada a oferecer a todos o testemunho de uma dedicação generosa e desinteressada pelos problemas sociais, mediante a "opção preferencial" pelos pobres e marginalizados. Por isso, progredindo no caminho do Senhor mediante uma predileção especial para com todos os pobres, deve cuidar especialmente dos esfomeados, dos indigentes, dos anciãos, dos doentes, dos drogados, dos sem-família. (47)

Para uma nova ordem internacional Diante da dimensão mundial que hoje caracteriza os vanos problemas sociais, a família vê alargar-se de modo completamente novo o seu dever para com o desenvolvimento da sociedade: trata-se também de uma cooperação para uma nova ordem interna-

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cional, porque só na solidariedade mundial se podem enfrentar e resolver os enormes e dramáticos problemas da justiça no mundo, da liberdade dos povos, da paz da humanidade. A comunhão espiritual das famílias cristãs, radicadas na fé e esperança comuns e vivificadas pela caridade, constitui uma energia interior que dá origem, difunde e desenvolve justiça, reconciliação, fraternidade e paz entre os homens. Como "pequena Igreja", a família cristã é chamada, à semelhança da "grande Igreja", a ser sinal de unidade pára o mundo e a exercer deste modo o seu papel profético, testemunhando o Reino e a paz de Cristo, para os quais o mundo inteiro caminha. As famílias cristãs poderão fazê-lo quer através da sua obra educativa, oferecendo aos filhos um modelo de vida fundada sobre os valores da verdade, da liberdade, da justiça e do amor, quer com um empenho ativo e responsável no crescimento autenticamente humano da sociedade e das suas instituições, quer mantendo de vários modos associações que especificamente se dedicam aos problemas de ordem internacional. (48)

(~

seguir: IV -

A participação na vida e na missão da Igreja)

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Creio que a oração não é tudo, mas que tudo deve começar pela oração: porque a inteligência humana é limitada e a vontade humana por demais fraca; porque o homem que trabalha sem Deus jamais dá o que tem de melhor. Creio que Jesus Cristo, dando-nos o "Pai-Nosso", quis ensinar-nos que a oração é amor. Creio que se pode rezar calando, sofrendo, trabalhando; mas o silêncio é oração só quando se ama, o sofrimento é oração só quando se ama, o trabalho é oração só quando se ama. Creio que nunca saberemos com exatidão se a nossa oração é ou não é oração. Mas há um teste infalível da oração: se crescermos no amor, se crescermos no horror ao mal, se crescermos na fidelidade à vontade de Deus. Creio que aprende a rezar só quem aprende a calar diante de Deus. Creio que aprende a rezar só quem aprende a resistir ao silêncio de Deus. Creio que devemos todos os dias pedir a Nosso Senhor o dom da oração, pois quem aprende a rezar, aprende a viver.

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A ECIR CONVERSA COM

VOC~S

Caros amigos, Apenas seis meses nos separam do grande acontecimento que envolverá, de perto ou de longe, todos aqueles que, um dia, foram vocacionados para viver as Equipes de Nossa Senhora: a Peregrinação a Roma. A fria lógica humana não consegue explicar a mística que é capaz de impulsionar toda uma coletividade que, à custa de sacrifícios vários, desinstala-se e põe-se em marcha. Recordando 1976, lembramo-nos da perplexidade que tomou conta da gente ao ouvir o relato dos irmãos da índia, do Líbano, da Polônia ... contando suas aventuras para chegar a Roma. Ouvimos impressionantes testemunhos de desapego. Talvez por causa de toda essa demonstração de fé é que os frutos são incontáveis e o Espírito Santo é capaz de fazer, da diversidade de procedência, a unidade de convergência em Cristo, formando um só corpo para ver e sentir as maravilhas de Deus. É um novo Pentecostes. Quando a Equipe Responsável Internacional, acolhendo a manifestação de seus responsáveis espalhados pelo mundo, resolveu realizar esta peregrinação, não a movia apenas o desejo de proporcionar ao maior número possível de equipistas uma experiência espiritual excepcional ou a oportunidade de viver a internacionalidade do Movimento no próprio coração da Igreja. Era também sua intenção marcar a presença do casal cristão junto ao Papa polonês, então no início do seu pontificado, e que, na audiência particular concedida aos casais equipistas, (1) tinha externado sua firme confiança no Movimento. Assim como por ocasião das peregrinações anteriormente realizadas à Sé de Pedro, havia o desejo de dar um profundo sentido eclesial a esse congraçamento de equipistas do mundo inteiro. (1)

A 17 de setembro de 1979 -

cf . CM de novembro 79.

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Entre aquela decisão e a sua realização, dois anos se passaram. Preparamo-nos para nos colocar em marcha exatamente no momento em que vem à luz a Exortação de João Paulo II "Sobre a Função da Família Cristã no Mundo de Hoje", que conclui o Vl Sínodo dos Bispos. Revestir-se-á, pois, de profundo significado o instante em que nós, uma parte dos destinatários dessa Exortação, nos reuniremos junto a Sua Santidade, como que a provar, com a nossa presença, nossa fé nos desígnios da Igreja, nossa fidelidade ao Plano de Deus, nossa disposição de levarmos a Boa Nova a todos os lugares e a certeza de estarmos unidos ao sucessor de Pedro na oração. Quando dizemos "a nossa presença", referimo-nos ao Movimento como um todo: os que viajarão serão como que embaixadores, representantes daquela multidão que, em espírito, também estará em marcha, sustentando-os com a retaguarda de suas orações. Como fio condutor dessa preparação, o Movimento propõe à reflexão dos seus casais um conjunto de temas, cuidadosamente elaborados, baseados no episódio dos discípulos de Emaús. Cremos que o que aconteceu a caminho da aldeia de Emaús nos toca a todos. Aí estão retratadas nossas ignorâncias, nossas dúvidas, mas também os nossos desejos e as nossas certezas. Senhor, fica conosco, para caminharmos contigo! Caros amigos, João Paulo II, na Exortação que doravante tem que ser o nosso ponto de referência fundamental, enfatiza que o bem da sociedade, como o da Igreja, está profundamente ligado ao bem da família e que o sentido sobrenatural da fé não consiste somente no consenso da maioria. Por isso, mais do que os séculos passados, o nosso tempo prec:sa de uma verdadeira Sabedoria, capaz de suscitar uma conversão da mente e do coração. Relatando, na carta mensal portuguesa, o encontro que teve com a Equipe Responsável, o casal supra-regional de Portugal assim se expressa: "Ao participar da reunião, ganhamos consciência de que a Igreja cresce à medida dos seus alicerces na oração." E este é o apelo que dirigimos a vocês: as Equipes de> Nossa Senhora querem ser "escolas de oração". Saibamos então preparar na oração nossa participação - quer física, quer apenas espiritual - na caminhada para Roma e, com a mente e o coração convertidos e fixos nAquele que caminha conosco, acolhamos e vivamos toda a riqueza contida no documento que o Papa acabou de dirigir-nos. A ECIR

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A ORAÇÃO CONJUGAL

Eis um meio de aperfeiçoamento simples, mas pleno de sig· nificação e do mais profundo valor. Realizado em momento tranqüilo, quando o casal mergulha no aconchego da intimidade do lar, quando cada um se desliga das preocupações, se despe das vaidades e, na simplicidade, na autenticidade de seu "eu", encontra-se com o outro, e os dois buscam a Deus. Nesse instante, transformam-se de tal maneira que já não são dois, mas um, num só pulsar do coração, numa só vontade, num êxtase do espírito, a reconhecer, a louvar e agradecer ao Pai. Cada casal, na bênção de Cristo, cada lar cristão é um santuário do Senhor. Cada cônjuge é para o outro um mensageiro de Deus. Na oração conjugal cessam os ressentimentos, a paz se torna perfeita. . . Cristo se faz presente. Abrem-se os corações, unem-se as mãos, cada um se doa totalmente ao outro, ambos se elevam e se entregam a Deus. Ao final do dia, após as asperezas da jornada, o casal unido diante de Deus, meditando as Suas maravilhas, vive um momento máximo de sublimidade. A caminhada a dois é certamente penosa, mas pressupõe ajuda mútua, e esse é o momento em que os cônjuges lavam os pés um do outro, se purificam e se realimentam para viver a felicidade plena da vida de casal. Que Deus nos abençoe e nos inspire para vivermos em plenitude esse instante tão sublime do nosso dia-a-dia.

Aldo e Maria Equipe 21 de Florianópolls

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TEMPO DE EDUCAR A

CONSCI~NCIA

No tempo da Quaresma, todos devemos com especial atenção olhar para a Cruz a fim de compreender de novo a sua eloqüência. Não podemos ver nela só a recordação dos acontecimentos que se deram há perto de 2.000 anos. Devemos compreender a lição da Cruz, assim como ela fala aos nossos tempos, a0 homem de hoje: Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Na Cruz de Jesus Cristo exprime-se um vivo apelo à meta"Convertei-vos e crede no Evangelho". E, este apelo, devemos acolhê-lo como dirigido a cada um de nós e a todos, de maneira particular no período da Quaresma. Viver a Quaresma significa converter-se a Deus por meio de Jesus Cristo.

noia, à conversão:

O próprio Cristo indica-nos no Evangelho o rico programa da conversão. Cristo - e, depois dEle, a Igreja - propõe-nos também, no tempo da Quaresma, os meios que servem para esta conversão. Trata-se, primeiramente, da oração; depois, da esmola e do jejum. É preciso aceitar estes meios e introduzi-los na vida em proporção com as necessidade e as possibilidades do homem e do cristão dos nossos tempos. A oração é sempre a primeira e fundamental condição para nos aproximarmos de Deus. Durante a Quaresma devemos orar, devemos esforçar-nos por orar mais; devemos procurar o tempo e o lugar para orar. É a oração que em primeiro lugar nos faz sair da indiferença e nos torna sensíveis às coisas de Deus e da alma. A oração educa também as nossas consciências e a Quaresma é um tempo especialmente apto para despertar e educar a consciência. A Igreja recorda-nos, precisamente neste período, a inderrogável necessidade da confissão sacramental, a fim de todos podermos viver a ressurreição de Cristo não só na liturgia mas também nas nossas próprias almas. A esmola e o jejum, como meios de conversão e de penitência cristã, estão intimamente ligados entre si. O jejum significa

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domínio sobre nós mesmos; significa sermos exigentes no que diz respeito a nós próprios; significa estarmos prontos a renunciar às coisas - e não só aos alimentos - mas também aos gozos e aos vários prazeres. E a esmola - na acepção mais vasta e essencial - significa a prontidão em dividir com os outros alegrias e tristezas, e em dar ao próximo, ao necessitado em especial; em dividir não só os bens materiais mas também os dons do espírito. E é exatamente por este motivo que nos devemos abrir aos outros, sentir as suas diversas carências, os sofrimentos e os infortímios, e procurar - não só com nossos recursos, mas sobretudo com nossos corações, com nosso modo de nos comportar e proceder - os meios para prevenir as suas necessidades ou aliviar-lhes sofrimentos e desventuras. Assim, portanto, dirigir-se alguém a Deus por meio da oração leva a que, ao mesmo tempo, se dirija aos homens. Se formos exigentes conosco mesmos e generosos com os outros, exprimiremos de maneira concreta e ao mesmo tempo social a nossa conversão. Através de uma solidariedade mais plena com os homens, com os que sofrem e especialmente com os necessitados, unir-nos-emos com Cristo que sofreu e foi crucificado. (28-02-79)

• Convido, com todas as minhas forças, todos os que possuem meios e se sentem cristãos, a se renovarem na mente e no coração para que, promovendo uma justiça maior e, ainda mesmo dando do que possuem, a ninguém falte o conveniente alimento, o que vestir, habitação, cultura e trabalho; tudo aquilo que dá dignidade à pessoa humana. A imagem de Cristo na Cruz, preço do resgate da humanidade, é um chamamento premente para consngrarmos a vida ao serviço dos necessitados, em sintonia com a caridade, que é desprendida e que não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. (Em Guadalajara, 30-1-79)

• João Paulo 11

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O "SIM" DE MARIA

Letra e música de Hermógenes de Oliveira

25 de março - Festa da Anunciação de Nossa Senhora: celebramos o Sim de Maria, instrumento abençoado da nossa Redenção. Sim este que inspirou ao Hermógenes, da Equipe 10 de Bauru, singela música que aqui transcrevemos. Alguns de nós já a conhecem, pois vem sendo cantada em encontros do Movimento na Região SP/G, por ocasião do ofertório da Santa Missa.

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A Nossa Senhora ao ser consultada respondeu ao anjo, eis-me aqui Senhor! Faça de sua serva o que for preciso P'ra nascer o Cristo com glória e esplendor O SIM de Maria revelou ao mundo a grande mensagem do meu Salvador Nós acreditamos nesta profecia E trazemos para o altar (bis) todo o nosso amor O SIM de Maria, humilde e profundo mostra que podemos seu gesto imitar eis aí o vinho, a água e a hóstia O corpo de Cristo a nos renovar refrão: "O Sim de Maria ...

DOM

MIELE

D. Bernardo José Bueno Mi ele, Arcebispo de Ribeirão Preto, voltou ao Pai no dia 22 de dezembro de 1981, sucumbindo à doença a qual vinha resistindo sem permitir que perturbasse seu trabalho. Na sua mensagem de fim de ano, que seus diocesano consideram como uma carta-testamento. D. Miele agradecia a Deus por havê-lo feito sacerdote e bispo: "Sempre senti-me perfeitamente feliz na vocação sacerdotal, que considero a maior graça de Deus em minha vida, após o meu Batismo." Escrevem Heloisa e Ary, responsáveis pelo Setor de Ribeirão: "D. Miele foi para nós, das Equipes, um Conselheiro dedicado, entusiasmado com o nosso trabalho, e sempre procurou, com a simplicidade e humildade que lhe eram peculiares, incentivar a todos a uma ação evangelizadora ativa, vivendo as metas da Igreja do Brasil e principalmente em sintonia com os momentos fortes da Igreja da diocese. D. Miele deixa para nós um exemplo de muito respeito à iniciativa e individualidade de cada um, sempre estimulando sem entretanto impor suas idéias." D. Miele era Conselheiro Espiritual da Equipe 15. -17-


O MOVIMENTO NO MUNDO

UMA CARTA DA POLONIA

Esta carta foi escrita há um ano, portanto antes do golpe militar na Polónia. Certas afirmações se revestem de amargo sabor à luz dos acontecimentos atuais.

Caros amigos, Eis que chega a Quaresma, e cada dia nos aproxima da noite da Ressurreição do Senhor. Este é um tempo favorável para partilharmos nossos votos e nos fortalecermos na fé que nos une na fraternidade, como filhos do mesmo Pai. Queremos agradecer-lhes vivamente pelo seu interesse. Ficamos especialmente comovidos com a sua ligação, na qual Marie nos falava da amizade de todos por nós. Agradecemos também as duas remessas que nos enviaram. Fizeram uma longa viagem, de quase dois meses, mas chegaram. As roupinhas para o nosso filho são uma graça. A maior parte já ficou pequena para ele, mas têm grande valor para nós e as mandamos para o nosso sobrinho, que nasceu em janeiro. É verdade que há algum tempo temos tido problemas para conseguir os artigos de primeira necessidade, mas podem ficar certos de que nos arranjamos muito bem. A maioria dos poloneses enfrenta atualmente as mesmas dificuldades e precisamos nos conformar. Apesar de todos esses inconvenientes de nossa vida diária, acontecem aqui muitas coisas importantes e novas, tanto no nível social como no da vida religiosa. Paralelamente ao movimento de espiritualidade, podemos observar o crescimento do movimento pela sobriedade (anti-alcóolico) e as atividades visando a proteção da vida no seio materno. Procuramos participar, na medida de nossas possibilidades. Em meio às nossas atividades nos

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círculos familiares, pensamos sempre em vocês: as suas experiências nos são de grande valia. A leitura de Henri Caffarel é muito útil para nós: ela nos ajuda a formar nossa espiritualidade conjugal. Experimentamos atualmente uma certa crise na oração. A permanente falta de tempo, as dificuldades para se comprar as mínimas coisas, o cansaço. . . Pudemos observar que vocês rezam bem. Pedimos a sua ajuda: rezem por nós, para que tenhamos a coragem e a força de sobrepujar essa crise. Temos muito que agradecer a Deus, tanto no plano geral, quanto em nossa vida familiar. Nosso filho fará nove meses em breve e se desenvolve muito bem. Estamos felizes porque, a semana que vem, esperamos em casa a Irmã que vocês conhecem e que virá em visita às nossas famílias. Ficará pouco tempo, mas aproveitamos sempre muito com sua passagem entre nós. É pena que a barreira das línguas nos separe, colocando um problema de comunicação. Seria muito difícil para nós escrevermos esta carta em francês. Servimo-nos da ajuda da amiga que vocês conheceram quando estiveram conosco. Mas o carteiro mais poderoso nos une: a mesma fé e o desejo de viver o evangelho. Lembrem-se de nós em suas orações: de nós dois, das nossas equipes e de toda nossa pátria. E desejamos que as festas da Ressurreição lhes tragam toda a plenitude e a riqueza da graça do Senhor. ~arta

e

~ateus

o Ontem e hoje . ..

São 400 equipes na Polônia, que passaram a ter uma vida relativamente tranqüila depois da eleição de João Paulo II. Antes, e durante muitos anos, ninguém se atrevia a mencionar abertamente a sua existência, com medo de suscitar perseguições. Com a lei marcial, é certo que recomeçaram os tempos difíceis para cs equipistas poloneses. Algumas notícias do ano passado assumem aspecto trágico: "Fomos eleitos para a direção do Sindicato Solidariedade. Louvado seja Deus!" escrevia um responsável. .. que será feito hoje desse equipista? Outro escrevia: "Ainda não passamos fome, mas

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os alimentos são cada vez mais escassos." Agora, todos os poloneses passam fome. Com a notícia da escassez de gêneros de primeira necessidade e das filas intermináveis, já no ano passado os equipistas da Europa procuravam solidarizar-se com seus companheiros poloneses. Um Regional belga levou para a Polônia, numa pequena camioneta, 800 kg de alimentos ofertados pelos equipistas da Bélgica e conseguiu entregá-los a um casal polonês. Na França, iniciava-se um movimento de solidariedade, em que uma equipe tomava a seu cargo um casal polonês dos mais necessitados e, toda semana, enviava uma remessa de alimentos, até 15 kg. Até então as encomendas tinham chegado ao destino. Mas isto hoje acabou. Mesmo que tivesse uma chance de chegar, seria inconcebível pensar sequer em remeter algo do exterior, pois comprometeria o destinatário. Como nem só de pão vive o homem, e isto os poloneses sabem melhor do que nós, o mais doloroso é a decepção, o desencanto de todo um povo que vislumbrava dias melhores, com pelo menos um pouco mais de liberdade. Só resta a Marta e Mateus e seus compatriotas agradecer o impossível sonho que por uns meses viveram. E a nós resta juntarmos nossas orações às suas para que o amanhã da Polônia não volte a ser como o de antes de ontem.

As esperanças de todo ser vivo nesta terra só podem ser de ordem interior: fortificar o seu espirito, exaltar os verdadeiros valores da vida . ALEXANDRE SOLJENITSYN (22-1-82 - A tragédia da Polônia)

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CAMPANHA DA FRATERNIDADE

EDUCAÇÃO PARA TODOS

A Igreja está consciente do subdesenvolvimento cultural que existe em muitas zonas do Continente Latino-americano e do vosso país. O meu predecessor, Paulo VI, na sua Encíclica "Populorum Progressio", afirmava: "A educação de base é o primeiro objetivo de um plano de desenvolvimento". Na dinâmica acelerada de mudança, característica da sociedade atual, é necessário, e ao mesmo tempo urgente, que saibamos criar um ambiente de solidariedade humana e cristã em torno do preocupante problema da escolarização. Já o recordava o Concílio no seu Documento sobre a educação: "Todos os homens, de qualquer raça, condição e idade, enquanto participantes da dignidade da pessoa, têm o direito inalienável a uma educação ... " Não é possível permanecer indiferente perante o grave problema do analfabetismo ou semi-analfabetismo. Num dos momentos decisivos para o futurá da América Latina, lanço um premente apelo, em nome de Cristo, a todos os homens, e de modo particular a vós, jovens, para que presteis, hoje e amanhã, a vossa ajuda, serviço e colaboração nesta tarefa de escolarização. A minha voz, a minha súplica de pai, dirige-se também aos educadores cristãos, para que, com o seu contributo, favoreçam a alfabetização e "culturização" com uma visão integral do homem. Não esqueçamos que um analfabeto é também um espírito subalimentado. Confio na colaboração de todos para ajudar a resolver este problema, que diz respeito a um direito tão essencial do ser humano. João Paulo 11 (No Méx.l.oo, 30-1-1979)

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EDUCAR PARA OS VALORES ESSENCIAIS DA VIDA HUMANA

Embora no meio das dificuldades da obra educativa, hoje muitas vezes agravada, os pais devem, com c'onfiança e coragem, formar os filhos para os valores essenciais da vida humana. Os filhos devem crescer numa justa liberdade diante dos bens mat eriais, adotando um estilo de vida simples e austero, convencidos de que ''o homem vale mais pelo que é do que pelo que tem". Numa sociedade agitada e desagregada por tensões e conflitos em razão do violento choque entre os diversos individualismos e egoísmos, os filhos devem enriquecer-se não só do sentido da verdadeira justiça, que por si só conduz ao respeito pela dignidade pessoal de cada um, mas também e, ainda mais, do sentido do verdadeiro amor, com solicitude sincera e serviço desinteressado para com os outros, em particular os mais pobres e necessitados. A família é a primeira e fundamental escola de sociabilidade: enquanto comunidade de amor, ela encontra no dom de si a lei que a guia e a faz crescer. O dom de si, que inspira o amor mútuo dos cônjuges, deve pôr-se como modelo e norma daquele que deve ser atuado nas relações entre irmãos e irmãs e entre as diversas gerações que convivem na família. E a comunhão e a participação quotidianamente vividas na casa, nos momentos de alegria e de dificuldade, representam a mais concreta e eficaz pedagogia para a inserção ativa, responsável e fecunda dos filhos no mai s amplo horizonte da sociedade.

(Familiaris Consortio, n. 37)

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AS PEQUENAS COISAS DIFíCEIS

(Do

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Boletim de São Carlos)

Não vou à missa. Não gosto.

Braços cruzados, cabeça baixa, tranças penduradas, a pequena menina decidira que, com sete anos, já era suficientemente crescida para pensar por si mesma e tomar suas próprias decisões. A rebeldia era ousada, já que as missas aos domingos eram sagradas e, sem elas, nada de troca de gibis na matinée. Mas valia a pena o castigo. Afinal, já bastava a imposição de usar aquelas horrendas botas, que os adultos achavam necessárias e a faziam sentir-se diferente de todas as outras meninas. Mas, para falar a verdade, ela era mesmo um pouco diferente. Tentava achar graça na boneca bonita, pegava-a nas mãos, procurando entender o que aqueles olhos azuis e esbugalhados queriam dizer, mas ela era dura e não tinha reações. Era muito mais viva aquela pitanga madura, lá no alto da pitangueira, que parecia lhe dizer: "Venha me pegar, se for capaz ... " E, entre a boneca e a pitanga, ela jogava a primeira de lado e partia para a aventura. Sem dúvida o carrinho de rolemã, que despencava pela descida louca do corredor e parava bem na beiradinha da escada, trazia mais emoção do que a boneca de olhos azuis esbugalhados. Mas, voltando à missa, parecia que um problema surgira, pois os meninos, parados no meio da sala, com roupa de domingo, esperavam o resultado do impasse. A tia, então, calmamente, chamou a menina de lado e disse-lhe algo que ela jamais esqueceria: - Olhe, nem sempre devemos apenas fazer o que gostamos. São as pequenas coisas difíceis que realizamos as que têm maior valor perante Deus. As pequenas coisas difíceis têm mais valor ... -23-


Naquele ex ato momento, a missa passou a representar para a garota algo muito especial, e o vencer-se a si mesmo um desafio. Jogou as tranças para trás, ergueu a cabeça e, certa de que iria realizar algo muito difícil, foi para a igreja, orgulhosa, convicta de que a "sua missa" tinha mais valor. E assim foi durante muito tempo, até quando a maturidade e o entendimento fizeram com que ela compreendesse a missa e, compreendendo-a, fizesse da participação nela não um sacrifício, mas um privilégio. E a volta-me pequena daquelas -

pequena menina de tranças, traços de minha infância, sempre a memória, toda vez que me deparo com uma coisa difícil que não desejo fazer. E, com ela, o eco sábias palavras:

As pequenas coisas difíceis têm mais valor ...

Se fôssemos analisar nosso comportamento, veríamos que procuramos sempre evitar contrariar-nos. Fugimos de tudo aquilo que nos aborrece, que não desejamos fazer no momento, mesmo sabendo que aquilo poderia construir-nos mais. Aceito meu horário de tal forma que o tempo dedicado a mim mesma seja sagrado. Nenhum compromisso que surja poderá alterá-lo. A seqüência para o uso de meu tempo é: trabalho, lazer e o pouco que sobra (se sobra) dedico a Deus, quando o inverso deveria ser feito. Nada, nem ninguém, modificará este esquema, esta ordem: trabalho - lazer - Deus. Afinal, eu trabalho tanto. Mereço uma boa quota de descanso. Entre uma atividade equipista e o ficar em casa, faço o segundo e arranjo mil justificativas para que eu possa me sentir bem comigo mesma. Rezar o terço? Ora, isto não faz o meu gênero, não está de acordo com o meu temperamento alegre e inventivo. Não gosto de oração formal. E esqueço-me de que Nossa Senhora não abandona nunca quem diz (ainda que sem gostar) cinqüenta vezes por dia "Agora e na hora de nossa morte. Amém." Deixar de falar o que me vem na cabeça? Jamais. Abro a boca e d 'go tudo o que penso, simplesmente porque eu preciso dar vazão aos belos conceitos que tenho, sem auto-censura, sem cuidados com o tom de voz ou dureza de expressão, que certamente irão magoar pessoas que me rodeiam e que me são queridas. Afinal, minhas idéias são formidáveis, são as melhores do mundo. Deixar de comer tanto? Também não. Uma vezinha só que eu abra a geladeira não fará mal nenhum. Afinal, eu mereço. Do mundo não se leva nada. E as gorduras vão se acumulando, -24-


colocando mais um na lista dos maridos de mulher gorda. Gorduras físicas. Gorduras espirituais. Ensino meus filhos a comerem de tudo; cenoura faz bem prá vista, verduras têm vitaminas, mas encosto no canto do prato a primeira chicórea refogada que me cai às mãos. E assim, de concessão em concessão, eu vou fazendo todas as minhas vontades, vou me mimando, vou me minando, sem perceber, e me torno uma criança. Uma pobre criança mimada. As pessoas fortes, as pessoas que marcam, são aquelas que sabem dizer não a si mesmas. Será que os nossos amigos que freqüentam as noites de oração preferem sair pelo frio úmido das noites porque gostam de rezar, de estar numa capela? Muitos, sim, já alcançaram as maravilhas de um crescimento interior. Outros, não, são simplesmente pessoas que buscam encontrar o caminho certo, ainda que seja o mais difícil. Será que João Paulo II, o João de Deus, no final de sua peregrinação pelo Brasil, desejava erguer os braços, sorrir e abençoar durante horas milhares de pessoas que gritavam sem parar? Será que (lembrando Madre Teresa) visitou leprosos apenas para satisfação interior? Será que Cristo deixou-se sacrificar por prazer? Serão todos masoquistas? Não. . . por certo que não. . . Estas pessoas são pessoas fortes, com auto-análise, pessoas de fibra, que não se mimam, não se justificam a si mesmas, que sabem o que querem, exemplos de força interior, auto-superação, cientes de que cada vez que dizem não a si mesmas estão falando sim a Deus. São como a menina de tranças, que aprendeu a valorizar o difícil e, no passado, deu exemplos à adulta que é hoje, às vezes tão mimada por si mesma.

Maria Luiza Equipe 2 de São Carlos

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IMPRESSõES DE UM RETIRO

A idéia de um retiro "em silêncio" me atraía muito. Vivendo numa cidade agitada e poluída como São Paulo, achei que um retiro assim seria maravilhoso. Meu marido, entretanto, estava resistente. Só concordou depois de muita insistência do nosso casal responsável. Assim, na 6.a-feira, voltei do trabalho cansada mas feliz com a perspectiva de dois dias diferentes e tranqüilos. Cheguei a pôr uns livros na mala, na ilusão de que teria t empo de sobra para ler. Na realidade, não tínhamos a menor idéia do que seria um retiro em silêncio. Assim, meio desconfiados, chegamos ao Cenáculo já em meio à palestra preparatória de Frei Jean. Muito firme e objetivo, apresentou o programa e deixou bem claro: "o silêncio seria pra valer": nada de conversas nos corredores, no pátio, nas refeições nem nos cafezinhos. Seriamos acordados com música suave pela manhã e com fundo musical tomaríamos as refeições. No início não foi fácil , nada fácil mesmo; todos calados, sérios, tão próximos e tão d 'stantes. Tantos casais convivendo com a gente, sentados à mesma mesa e se comunicando apenas com os olhos. As palestras eram diretas, simples, claras, profundas e ... curtas. Não iam além de 30 a 40 minutos. Entre uma e outra, espaços para "ouvir" o silêncio, em contato com a natureza tranqüila do lugar, lendo trechos do Evangelho sugeridos por Frei Jean e intercalados de muita meditação e oração. A med:da que as horas passavam, íamos gostando mais e mais de Frei Jean, tão autêntico e tão simples. Das suas palavras, que nos sacudiam nas bases, com suas pausas "eloqüentes". Das suas colocações preciosas, ricas em verdade sabedoria. Das Irmãs solícitas, amáveis e silenciosas, dos momentos de oração e cânticos na capela. Do verde e dos pássaros envolvendo tudo. E muito especialmente do "silêncio". Do silêncio que nos fez voltar para o nosso interior, cutucar todos os cantinhos, reformular nossa es-

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cala de valores. Esse silêncio que nos fez ouvir Deus e ter bons papos com Ele. Foram dois dias riquíssimos em espiritualidade e interiorização. Dois dias preciosos, que nos revigoraram o espírito, a mente e o corpo. No encerramento, foi pedido que déssemos nosso parecer sobre um "retiro em total silêncio". E todos sem exceção, inclusive os mais jovens, foram unânimes em afirmar: realmente, foi uma experiência maravilhosa e bastante válida. Como se Deus tivesse tocado em todos nós. De nossa parte, podemos dizer que ainda agora, tantos dias passados, continuamos usufruindo dos seus benefícios. Estamos vivendo com mais paz no nosso dia-a-dia, mais compreensão em nosso relacionamento, com mais espiritualidade em nossas orações, que são agora mais freqüentes. Ao Frei Jean, às Irmãs do Cenáculo e a Jesus e Maria que estiveram e continuam conosco, todo o nosso carinho e o nosso maior "muito obrigado". I va e Geraldo Equipe 15-A

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APOSTOLADO

A SEMANA DA FAMfLIA EM JUNDIAf

Com um programa que incluiu palestras, artigos em todos os jornais da cidade, testemunhos e participação de leigos e membros das comunidades paroquiais, vigários e padres das capelas dos bairros, leitura e discussão dos temas relacionados com o assunto, inclusive nas missas (sábados e domingos) de todas as igrejas da diocese, Jundiaí viveu a sua Semana da Família-81. Se houve uma promoção que entusiasmou as Equipes de Nossa Senhora na "terra da uva", foi essa Semana, levada a cabo num clima de intensa alegria e cooperação geral, trazendo, ao término, surpresas inesperadas pelo êxito da promoção, que foi além do suspeitado. A Semana transcorreu em duas etapas: a primeira, de 5 a 11 de outubro; a segunda, de 19 a 21. Na primeira etapa, tivemos a part'cipação de todas as Equipes, para as quais foram distribuídas tarefas diversas, principalmente o compromisso de falarem nas comunidades cristãs, igrejas, paróquias e escolas, na cidade e nos bairros, reafirmando a filosofia da educação católica em relação à família. A segunda etapa trouxe a Jundiaí os casais Elvira e Artur Cavazzoni e Maria Helena e Nicolau Zarif, assim como o Cônego Dario Bevilacqua, vigário da Igreja da Consolação, em São Paulo, e assessor do Cardeal Arns. Os temas não poderiam ser mais oportunos: "Relacionamento Familiar através do Diálogo" (Elvira e Artur Cavazzoni); "Família - Pais e Filhos" (Maria Helena e Nicolau); "A Família Cristã no Mundo de Hoje" (Pe. Dario). O auditório do Palácio da Cultura abrigou aproximadamente 300 pessoas por noite durante três noites consecutivas. Mas a promoção não se restringiu a essas datas, porque, bem antes da Semana e bem depois, após o seu encerramento oficial, a comissão encarregada de planejar o programa e dar a necessária publicidade ao evento já se desdobrara em notícias e comentários, através das duas rádio-emissoras locais e dos diários da cidade. É de justiça sublinhar a cooperação recebida dos alunos e da direção do Colégio Divino Salvador, que se dispuseram a elaborar cartazes, espalhados por lugares estratégicos da cidade, anunciando a Semana e convidando o povo para as palestras. Empresas locais também colaboraram, financiando cartazes impressos. -28-


Merece registro ainda a participação ativa da Escola de Pais de Jundiaí. Evidentemente, o êxito alcançado, cujos resultados se prolongarão por muito tempo, numa área bem maior do que Jundiaí, estamos certos, não foi o fruto tanto dos esforços pessoais dos equipistas quanto da assistência do Espírito Santo, cujas luzes foram invocadas desde as reuniões preparatórias, quando tudo parecia nebuloso e indefinido. Ainda mais porque, no ano passado, não tivemos promoção da Semana da Família em Jundiaí e, este ano, nosso Bispo, D. Gabriel, deixou a responsabilidade por conta das Equipes, aprovando, de antemão, nossos planos, numa demonstração de confiança comovente e cativante, que nos levou a trabalhar com ainda mais fé e mais amor! Tanto assim que, mal terminada a Semana e nem concluída a avaliação, já estamos pensando na do próximo ano, quando, com a ajuda de Deus e de Nossa Senhora, haveremos de perseguir melhor nosso objetivo, aperfeiçoando o que funcionou este ano, eliminando o que não funcionou e engajando na promoção outros grupos interessados na luta em defesa da Família cristã. Deo gratias. Pela Comissão Responsável, N elsy e Ade li no Brandão Equipe 8 de Jundiai

o O relato acima não chegou a tempo para Carta Mensal de dezembro, mas nunca é tarde para dar a conhecer um belo e profícuo trabalho! Com o artigo, veio cópia de tcdo o material da Semana: convite impresso, com o programa das três noites, circular aos vigários, acompanhado da apresentação da Semana e dos subsídios para as mensagens dos casais durante as celebrações - subsídio-s esses preparados com base nas idéias desenvolvidas, a partir de Puebla, por D. Bernardo Miele, Arcebispo de Ribeirão Preto, num editorial do Boletim transcrito na Carta Mensal (março-80). Vieram também sugestões de mensagens e slogans, vários deles palavras do Papa Jo-ão Paulo II. A Semana foi definida como "um momento forte de conscientização sobre os valores da Família, suas dificuldades, seus envolvimentos" e "uma reflexão pedagógica em torno do papel da família urbana de nossos dias, sob a pressão do neo-paganismo e ateísmo contemporâneo e do sistema social anti-cristão". -29-


NOTíCIAS DOS SETORES

BEL~M DO PARA -

Mais duas equipes

Com alegria recebemos notícias das Equipes de Belém, através de carta de Terezinha e Artemio a Dirce e Rubens: "O Movimento em Belém vai se afirmando. Demos uma parada bastante consciente, com medo de crescer inchando. Agora partimos para o desafio de lançar novas equipes, e isso foi conseguido. Talvez tenhamos oportunidade de seguir até a 12. E talvez lançar a Castanhal 2. E aí pensamos em dar outra parada, para sentir o andamento. Se Deus quiser, com as bênçãos de Maria, poderemos ir, devagar, mas sempre em frente." As equipes lançadas são a 9 e a 10. "A Equipe 10, escrevem, é composta de casais de uma comunidade de bairro, bem pobre, em uma região de baixada (semi-alagado) na paróquia de Santo Antonio de Lisboa, dos franciscanos. É um grupo paroquial, morando todos próximos uns dos outros." PETR6POLIS -

Jornal das equipes de jovens

Em agosto, comunicávamos a fundação das equipes de jovens em Petrópolis: haviam sido formados quatro grupos, cada um sob a orientação de um casal do Setor e acompanhados por dois seminaristas franciscanos. Agora as equipes de jovens têm o seu jornal, cujo primeiro número, ainda sem nome, saiu como encarte do Equipetrópolis. Maria Angélica e João Carlos, da Equipe 18, fazem a introdução do jornal, que "será veículo para a expressão de idéias e comunicações dos jovens equipistas, que vão atualmente dos 10 aos 18 anos" e acrescentam: "Esperamos que o exercício democrático da opinião seja possível, dentro da lei e da ordem, sendo assim vamos exercitá-lo desde já, abrindo com a possibilidade de escolha do próprio nome do jornal. A escolha do nome será feita através de voto direto, sem casuísmos, ou "cartas marcadas". Os jovens não aceitam engodos de qualquer espécie. Eles são francos, puros e bons por natureza, e, na ânsia de querer moldar o mundo com suas próprias mãos, muitas ve-30-


zes 'esbarram' na incompreensão dos que se chocam com sua frcmqueza, pureza e bondade. Não pretendemos usar mais o espaço deles, mas é nessária esta introdução, e justificar o nosso trabalho na Igreja, tomando como base a palavra do Papa aos jovens em Belo Horizonte: "Creio que entendi melhor também porque os Bispos em Puebla falam de opção preferencial - não exclusiva, por certo, mas prioritária - pelos jovens. Esta opção significa que a Igreja assume o compromisso de anunciar, sem cessar, aos jovens uma mensagem de libertação plena. É a mensagem de salvação que ela ouve da boca do próprio Salvador e deve transmitir com total fidelidade. É a mensagem que se deve transmitir especialmente na terra brasileira, na Terra de Santa Cruz, porque a Santa Cruz é a nossa libertação". Agora os jovens estão com a palavra." -

Em benefício do SOM

Com o objetivo de angariar fundos para o Natal dos pobres assistidos pelo SOM (Serviço de Obras de Misericórdia, Departamento do Setor de Petrópolis - cf. CM dez-fev. 79/80), os equipistas organizaram uma "Festa de São Francisco", nos dias 3 e 4 de outubro. Escrevem Regina e Ruy, Casal Repórter do Setor: "A cidade ficou tomada pelos cartazes que anunciavam e convidavam a população para a festa ao redor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, com barraquinhas, quitutes, jogos, música e bênção dos animais. Também uma barraca vend'a animais abençoados: gatos, cachorros, pintos, pássaros, aves, porco-espinhos e até corujas! Nas barracas, os equipistas com seus filhos procuravam atender a todos com um sorriso amigo. Cada casal ou jovem trabalhou naquilo que mais gosta: assim tivemos nas barracas as equipes bem 'misturadas' e foi também uma grande confraternização equipista. A comunidade franciscana apoiou de pronto o Setor nesta realização e tudo foi um sucesso. Até o tempo esteve ótimo (geralmente, em Petrópolis, chove). E o resultado também muito surpreendente em termos de ajuda para o SOM: o N atai dos pobres está garantido." -

Ainda Rio do Ouro

O Centro Social (cf. CM de setembro 81, págs. 27 e 28) para a construção do qual os equip'stas de Petrópolis colaboraram, como haviam feito para a igreja (cf. CM junho-julho 80, págs. 36-39), e que num abrir e fechar de olhos estava com a cobertura, transformou-se num completo Centro Comunitário, inaugurado no início de novembro. "Frei Antonio Moser cada vez mais

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entusiasmado com seu apostolado, escrevem Regina e Ruy. Uma verdadeira comunidade lá existe. E nós, equipistas, muito felizes ao vermos muito feliz o Frei Antonio. Toda a programação da inauguração é um trabalho da comunidade do Rio do Ouro. Que Deus continue abençoando Frei Antonio, as Eq~ipes 10 e 14 e todos aqueles que atenderam ao Seu chamado em Rio do Ouro." BAURU -

19 Encontro de jovens

No fim de novembro, realizaram os equipistas o primeiro Encontro de jovens das Equipes de Bauru. "Foram 36 jovens, de 11 a 19 anos, que viveram horas de oração, estudo e música, acompanhados por Frei Walter Hugo, do Seminário de Agudos, e por uma equipe de palestrantes da mesma cidade, que gentilmente se propuseram a colaborar. O almoço congregou a todos num lanche comunitário, incluindo os seminaristas do Seminário Santo Estanislau, onde foi realizado o encontro. Antes da missa de encerramento, Frei Walter fez uma palestra para os pais, c0m excelentes colocações, dando destaque à delicadeza que deve ser praticada por todos, pais, filhos, irmãos, em todo tempo e lugar. Durante a missa, entre grande emoção, os pais receberam os santos evangelhos para dar a seus filhos, com um grande abraço da paz." -

Semana da Família

Escrevem Weide e Francisco, no Boletim: "Foi muito bom mesmo o número de equipistas que trabalharam na Semana da Família, dando palestras nas escolas, nas igrejas, dirigindo grupos de estudos, projetando slides, orientando os alunos em trabalhos alusivos ao tema, etc. Os equipistas de Bauru estão de parabéns porque, com seu esforço, sua parcela de sacrifício, sua boa vont ade e verdadeiro espírito cristão, viveram ("Deixaram Viver") a Semana da Família em Bauru." E acrescentam (com conhecimento de causa, pois são membros da Comissão de Pastoral Familiar do Regional Sul I) : "Em muitas outras cidades do Estado de São Paulo, as Equipes de Nossa Senhora assumiram integralmente a Semana da Família, por se tratar de uma celebração específica para cristãos que dedicam a vida a um aperfeiçoamento espiritual, conjugal e familiar. Ao deixar transbordar a sua espiritualidade, o equipista anima os outros cristãos, entusiasma as outras famílias, revigora e fortalece a própria Igreja de Cristo." -32-


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Ajudando a Casa do Garoto

Com cânticos a cargo de vários corais, iniciou-se a confraternização de fim de ano com a missa concelebrada por D. Cândido Padin, Bispo Diocesano, e o Pe. José Jonas da Silva, Conselheiro Espiritual da Equipe 2 e do Setor. Em seguida, no salão de festas da igreja, foram sorteados brindes e entregue à Casa do Garoto o produto financeiro da campanha promovida por ocasião da confraternização. CATANDUVA- Semana da Família

As Equipes tiveram a responsabilidade da Semana da Família na cidade e transcrevemos do Boletim: "Realizamos, graças a Deus, mais uma Semana da Família! A Coordenação toda, as equipes, com a maioria de seus membros, juntas realizaram trabalho de fôlego, de testemunho e de confraternização. De fôlego, pela duração e pelo número de atividades. Em suas paróquias, conforme a solicitação dos Srs. Vigários, as ENS apresentaram palestras, organizaram noites de oração, participação na Novena de Nossa Senhora Aparecida, e outras atividades. De testemunho, porque casais se revezaram aos microfones das paróquias, levando suas vidas e expondo-as ao julgamento de seus irmãos, na certeza de que, Cristo estando com eles, o Espírito Santo falaria por eles e Deus abençoaria seus esforços de filhos imperfeitos, mas lutadores. De confraternização, porque encerramos a Semana da Família na Fazenda Santa Helena, com uma missa com ofertório vivo, a cargo de nossos filhos, que levaram ao altar 100 pacotes de macarrão e 75 latas de óleo por eles arrecadados para serem entregues ao Asilo dos Velhos, ao Clube de Mães e ao Educandário São José. Este registro é a alegria da Coordenação que espera, ano após ano, repetir a dose, sempre crescendo na realização cristã de nossos ideais." -

Avaliando a preparação para o casamento

Sendo também das Equipes a responsabilidade pelo Curso de Noivos, os equipistas, ao final do ano, resolveram "sentar e avaliar" o trabalho realizado, ver "o que manter, as modificações a introduzir e, principalmente, nos colocarmos sempre mais à disposição da Igreja para a realização plena da vontade de Deus, da qual esperamos ser instrumentos." -33-


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Equipe 4 em movimento

A Equipe 4 conta com 4 Ministros da Eucaristia, que foram a São José do Rio Preto para participar de um Curso de Aprofundamento. Um casal da equipe esteve em Batatais, part;cipando do Curso de Pilotos e Ligações, e voltou muito entusiasmado. Outro casal preparou a Noite de Oração de dezembro, muito concorrida pois compareceu a quase totalidade dos equipistas da Coordenação. MOGI DAS CRUZES -

Na Semana da Família

Durante toda a Semana da Família, os equipistas de Mogi

se incumbiram da publicação de um artigo sobre a Família no jt~rnal

"O Diário de Mogi". Gustavo, da Equipe 8, escreveu sobre Direito à Vida, Zé Maria e Maria dos Anjos (Equipe 2), sobre Família e sociedade, Emílio (Equipe 4), sobre As funções da família cristã no mundo atual, Nemézio (Equipe 6), sobre A espiritualidade do casamento e da família, e Olga, da Equipe 9, que assinou apenas "Uma professora", sobre A família na sociedade atual. Estão de parabéns as Equipes de Mo·gi por esse belíssimo apostolado através dos meios de comunicação.

BRASfLIA -

Encontro de Jovens

Nada menos de onze equipes estiveram envolvidas na organização do 1.0 Encontro de Jovens realizado pelos Setores de Brasília. "Foi um dia bastante alegre e de muito entrosamento entre os equipistas e os jovens." Houve palestras, grupos divididos de acordo com as idades, torneio esportivo, com jogos de futebol de salão, vôlei e queimada, nos quais os equipistas atuaram como juízes e cronometristas. Depois do almoço, ensaio de cânticos e a palestra de dois jovens pertencentes ao movimento Escalada. A seguir, dramatização baseada em textos do Evangelho, quando os participantes usaram de toda a sua criatividade, tirando mensagens muito proveitosas. Foi o ponto culminante do dia, que se encerrou com a missa explicada pelo Pe. Sefrin, responsável pela Pastoral da Juventude em Brasília. -

Apostolado nos MCS

Alguns casais da Equipe 23 estão colaborando no apostolado através dos MCS, participando das missas celebradas aos domin-34-


gos nos estúdios da TV-Globo. O editorial lido após a celebração da missa, nas duas emissoras de TV, também é da responsabilidade de um membro da equipe. Isto sem prejuízo dos outros trabalhos: casais da 23 dão sua colaboração a outros movimentos de Igreja, como ECC, Eureka e Escalada. -

E

o terço "pegou"

Agora são as equipes 16, 19 e 20 que se reunem uma vez por semana para rezar o terço e, na 15, o terço é quinzenal. A 19, inclusive, programou um estudo sobre Nossa Senhora para depois à.o terço, uma semana em duas. Na 12, dedicaram a reunião de meditação ao terço. Se a 6 e a 8 continuam com seu terço semanal (cf. CM junho/julho 81), temos pelo menos 6 equipes firmes aos pés de Nossa Senhora - já pensaram no que isto representa de graças para todos nós? A 3 e a 10 parece que partiram para outra: na 3, Círculos Bíblicos, "para aprofundar e escutar a palavra de Deus nos acontecimentos de nossa vida. São momentos preciosos porque nos oferecem singular oportunidade de reflexão sobre a Sagrada Escritura", através da apresentação magistral de Frei Carlos Mesters. Quanto à 10, programou um "dia de estudos" quinzenal para aprofundamento espiritual da equipe.

NOVAS EQUIPES Belém do Pará

Equipe 9 -Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Casal Piloto: Joana d'Arc e Reynaldo; Conselheiro Espiritual: Pe. Raimundo Leite. Equipe 10 -Nossa Senhora de Belém - Casal Piloto: Julia e Capelloni; Conselheiro Espiritual: Fr. Pedro Amén, ofm. Manaus

Equipe 13 - Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos - Casal Piloto: Maria de Nazareth e Leonardo; Conselheiro Espiritual: Pe. Albino Ambrozi. Bauru

Equipe unova" 3 - Nossa Senhora Auxiliadora - Casal Piloto: Anisia e José Fernando; Conselho Espiritual: Pe. João Batista Aoki. -35-


Curitiba

Equipe 36, Setor A - Nossa Senhora do Bom Caminho Casal Piloto: Cidinha e Afonso; Conselheiro Espiritual: Frei Mariano Foralosso, o.p. Jacareí

Equipe "nova" 9 - Nossa Senhora da Paz - Casal Piloto: Conceição e Geraldo; Conselheiro Espiritual: Cônego Gouvêa.

NOVOS RESPONSAVEIS Mogi das Cruzes

Durante a reunião dos RS e RC das Regiões SP I A e E, em novembro, foram empossados Edna e Jair Puddo como responsáveis pelo Setor. Petrópolis A e B

Foi desdobrado o Setor de Petrópolis e assumiram a responsab;lidade: do Setor A, Jacira e Fernando Bastos Ribeiro de Castro, e do Setor B, Marylena e Mario Ferraro. São Carlos

Substituindo Olguinha e Toninho, assumiram o Setor Marta e José Fernando Martins.

VOLTARAM AO PAI Carlos Celso dos Santos

Da Equ;pe 17, Setor B, de Curitiba. Casado com Maria Geni. No dia 6 de outubro, depois de prolongada doença. Escrevem Luiza Maria e Edevino, responsáveis pelo Setor: "Durante seus 12 anos nas Equipes, onde trabalhou como responsável pela expansão e como ligação das Equipes de Londrina, deu ainda sua colaboração na comunidade, principalmente com trabalhos na paróquia, nas Missões, partic:pando como palestrista da Semana da Família - enfim, dividia seu tempo entre a vivência da equipe, a comunidade e a Igreja no sentido mais amplo. Não bastasse isso, durante a longa doença que o obrigou a inúmeras interna-

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ções hospitalares e longas convalescenças, sempre demonstrou aquela fortaleza cristã que comoveu a todos os que mais de perto acompanharam sua longa luta. Seu testemunho de fé e conformação foi o maior presente que receberam os que privaram de sua convivência e amizade." Carlos Dirceu dos Santos

Da Equipe 14 de São Carlos. Casado com Neide. No dia 1 de novembro. Da concelebração de corpo presente participaram to<ios os movimentos religiosos da cidade, pois Carlos Dirceu, além das ENS, pertencia ao ECC e participava ativamente dos movimentos de jovens (PLC), era Ministro da Eucaristia e pai de um seminarista. O Pe. José Carlos, Conselheiro Espiritual do Setor, enalteceu suas qual:dades de verdadeiro cristão, "desapegado das coisas e riquezas materiais e intensamente devotado à Igreja, à família e, particularmente, aos pobres." Dagmar de Arnaldo Silva Vellutini

Da Equipe 2 (1-A) de São Paulo. Casada com Darcy. No 0 dia 2 de dezembro. Dizia o texto lido na missa de 7. dia, entre outras coisas lindas, todas pura verdade: "Ela foi em vida um sacramento, um sinal vivo da presença de Deus e do Amor". De fato, Dag era uma presença ao mesmo tempo tão serena e tão irradiante que tornava a vida melhor para todos os que com ela conviviam. Ela e Darcy deram muito de si nos seus 30 anos de movimento, principalmente como casal piloto e na primeira equipe do Curso de preparação ao casamento. Escritora inspirada, Dag compunha textos de missas e outros textos litúrgicos para sua paróquia e também para as Equipes: foi ela quem escreveu a missa comemorativa dos 25 anos do Movimento no Brasil. Professora, aposentou-se para dedicar-se melhor ao apostolado da visitação, no qual, com seu sorriso, sua fé tranqüila - dizia sempre que "Deus nos fala pelas circunstâncias" - era a presença que trazia conforto e esperança. Sua vida espiritual, muito profunda, iluminava a todos, e sua solicitude em ajudar os outros não tinha limites. Escreve Magda, sua ex-aluna, filha espiritual nas Equipes, comadre e amiga: "Quando a conheci, no início da sua carreira, irradiava uma harmonia espiritual tão grande já naquele tempo que fascinava a todos. Seu sorriso luminoso permanece em nossa lembrança e, apesar da tristeza que a saudade nos traz, a marca de sua alegria contagiante e de sua beleza sobrenatural continuarão sempre conosco. Dagmar = Dar - Amar e Gamar ... " -37-


ENCONTRO EM BLUMENAU

Presentes, todos os Responsáveis Regionais, Responsáveis de Sctor e Coordenação das Reg:ões do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, mais cinco Conselheiros Espirituais, para o Encontro com a ECIR nos dias 10 e 11 de outubro, em Blumenau. Intenso programa foi cumprido, destacando-se as palestras do Pe. Antonio Lorenzatto sobre Catequese e do Rubens sobre a Missão do Casal Responsável de Setor e de Coordenação. Grupos de co-participação, reunião das Regiões, liturgia constando de dois momentos fortes de reflexão e duas santas missas completaram o programa, que teve ativa participação de todos. O Encontro demonstrou, mais uma vez, que o Sul do Brasil, nas suas três Regiões, dispõe de uma vibrante, atuante e engajada equipe de Responsáveis, em todos os níveis. Registre-se, de passagem, que essas Regiões, principalmente Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, são aquelas que ultimamente tiveram o maior crescimento em número de equipes.

ENCONTRO INTER-REGIONAL EM NITERól

Teve lugar, na Casa de Formação Cristã do Atalaia, de 20 a 22 de novembro, o Encontro Inter-Regional das Regiões Rio e Centro-Leste, do qual participaram os casais responsáveis por Setores ou Coordenações de Manaus, Belém, Brasília, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Pirapora, Varginha, Valença, Petrópolis, Nova Friburgo, Niterói e Rio de Janeiro (Setores A, B, C, D, E e Ilha do Governador), além dos casais responsáveis pelas duas Regiões, representantes da ECIR e Conselheiros Espirituais, alguns dos quais permaneceram em tempo integral. No sábado, a grata presença de D. José Gonçalves da Costa, Arcebispo de Niterói, que celebrou a Santa Missa, faz endo uma homilia, muito apreciada, sobre as Bodas de Caná, e participou ào jantar com os equipistas. As palestras estiveram a cargo de Maria Alice e Adelson, Igar, da Cidinha, Irene e Augusto (Equipe 2 do· Rio) e Pe. Djalma, Diretor do Seminário Arquidiocesano do Rio. Antecedendo as reuniões por Regiões, houve um plenário em que foram abordados vários assuntos de extremo interesse para -38-


os participantes. Celebrada a missa de encerramento, seguiu-se um almoço de confraternização, muito alegre e com um toque especial de emoção quando a equipe que trabalhou na cozinha se apresentou. Todo o Encontro foi uma demonstração de objetividade, revestida de alegria e espiritualidade, demonstrando forte espírito ele união entre os Setores e Coordenações das duas Regiões.

SESSAO DE FORMAÇAO EM CAXIAS DO SUL

A Casa de Retiros São Paulo da Cruz, em Caxias do Sul, serviu de cenário para um novo Pentecostes: o Espírito se fez presente através de Pe. Walter Carrijo, Dirce e Rubens, Edi e Aderbal, Teresinha e Thiago, que, em total disponibilidade, lá estiveram para uma Sessão de Formação. Durante quatro dias, de 30 de outubro a 2 de novembro, 18 casais da reg:ão sul, abrangendo Curitiba (PR), Mafra, Brusque, Blumenau, Gaspar, Itajaí e Lages (SC) Osório, Porto Alegre e Caxias do Sul (RS), estiveram reunidos para conhecer mais profundamente as linhas do Movimento, em busca de um verdadeiro cristianismo. As palestras, a reflexão, os grupos de cc-participação, a liturgia, tudo contribuiu para que, num clima de alegria serena e de amor fraterno, todos pudessem sentir a presença de Cristo e conhecer Sua vontade. Se os resultados foram bons? Só Deus poderá dizê-lo. No entanto, temos certeza que os frutos se farão sentir; sob a forma de entusiasmo, de dinamismo, junto às equipes dos que participaram; sob a fo-rma de uma maior atuação junto àqueles que não pertencem às equipes; sob a forma de uma vivência cristã mais consciente, na busca da imitação de Cristo. Temos certeza que esta sessão não terminou com a comovida despedida dos casais após a missa de encerramento, com a renovação do compromisso matrimonial. A Sagrada Bíblia, fechada simbolicamente ao final do encontro, para iniciarmos a nossa missão de bíblias vivas, reflete muito bem a decisão de cada equipista e de cada casal de atuar mais intensamente no sentido de levar a Palavra do Amor a um mundo dela tão carente. Gelça e José Recy Equipe 10 de Caxias do Sul

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O CAMINHO DA VIDA

TEXTO DE MEDITAÇAO -

Me. 8, 34-38

Chamando a multidão, juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas o que perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la. Com efeito, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua vida? Po:s o que daria o homem em troca da sua vida? De fato, aquele que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos." ORAÇÃO -

81. 102

Do fundo do meu coração • quero bendizer o Nome do Senhor! Reconheço que devo tudo a Ele. Quero louvá-lo por tudo que realizou em mim, jamais me esquecerei dos seus benefícios: Ele que perdoa todos os meus pecados, e me cura de todas as enfermidades. É Ele que me mantém longe da morte, cercando-me de amor e de bondade. É Ele que, ano após ano, me cumula de benefícios, fazendo reviver a minha juventude. É

O Senhor que realiza a justiça e defende o direito dos oprimidos, fez conhecer seus caminhos a Moisés, e ao seu povo revelou as suas obras. Compassivo e bondoso é o Senhor, lento para a cólera, mas rico em bondade. Não mantém sua queixa contra nós indefinidamente e sua indignação não dura até o fim. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos castiga em proporção às nossas faltas. -40-


SESSõES DE FORMAÇÃO

Brasília -

7 a 10 de abril (Semana Santa )

Brusque -

20 a 23 de maio

Jund iaí -

20 a 23 de maio


• EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, P ublicação e D istribuiç ão pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -

R ua J oão Adolfo, 11 8 - 9° - conj. 901 SAO PAULO, SP

T e l. : 34-8833


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