ENS - Carta Mensal 1981-6 - Setembro

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N9 6

1981

Setembro

Unidos em Deus A oração é essencial para o amor e para a unidade Uma nova dimensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Palavra de Deus, oração dos que crêem .. . ..... . .. . ... .... .

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A Mãe da misericórdia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . lO A ECIR conversa com vocês 11 Um encontro do casal em Deus 13 J uhileu sacerdotal de Frei Estevão . . . . . . . . . . . . 15

Ainda os EACREs São Carlos -

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Duas cartas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

O 18° Congresso Nacional da Escola de Pais . . 23 Em defesa da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Nolícias dos Selares . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 A Palavra do Senhor

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RETI R O S

SETEMBRO -

OUT UB3.0 -

11 a 13 -

em F lorianópolis

18 a 20 -

cm São Paulo

25 a 27 -

em Porto Alegre

2 a

4 - em Florianóp olis e em

9 a 11 -

e m P etrópolis

16 a 18 -

em Santos

23

a

25 -

.em Porto Alegre

·8

ão Carlos

em São Paulo

SESSÃO DE FORMA .L,O

CAXI AS D O SUL -

30 de Ou tu bro a 2 de no~·em bro


EDITORIAL

UNIDOS EM DEUS

Não obstante a diversidade que os caracteriza, os casais cristãos de diferentes países e épocas têm uma coisa em comum: viver em sua plenitude e manifestar aos outros a realidade espiritual do matrimônio cristão. Viver plenamente a realidade espiritual de seu casamento não é somente um dever: é também uma graça ... Quis Deus que dependesse dEle e de sua bondade que vocês recebessem o sacramento do matrimônio, embora dependa de vocês que a graça desse sacramento aja com eficácia. Por mais necessário que seja seu esforço pessoal, a iniciativa amorosa de Deus se manifestou primeiro. Acolher e reconhecer essa iniciativa que quis uní-los, responder-lhe dedicando-se a tornar sempre mais perfeita essa uníão, é pois o primeiríssimo dever que lhes compete. E o primeiro papel das Equipes de Nossa Senhora é ajudá-los nessa tarefa.

o _ Reportar sempre sua sociedade conjugal Aquele que é sua fonte e seu autor implica em fazer uso da memória e da contemplação. A memória dos benefícios recebidos - à semelhança dAquela que engrandece o Senhor por ter nela posto os olhos. A contemplação do desígnio de Deus - à semelhança dAquela que conservava e contemplava em seu coração todas as manifestações desse desígnio, mesmo sem perceber sua total significação. Ao convidá-los à oração cotidiana, que é essencialmente encontro com Alguém e ao ajudá-los a ser-lhe fiéis, as Equipes de Nossa Senhora garantem nas suas vidas, ao longo dos dias, este olhar para trás vivificante e lhes proporcionam um duplo benefício: por um lado, a percepção de uma continuidade dentro de uma história conjugal que tem um sentido próprio; por outro lado, a consciência permanente de que a finalidade dessa união ultrapassa os resultados limitados que se podem registrar. -1-


Para cumprir o seu papel, o Movimento deve constantemente zelar para que vocês não falhem na sua fidelidade Aquele em nome de quem estão unidos e reunidos. Deve preveni-los contra as tentações do esquecimento e da superficialidade; deve protegêlos contra as ilusões de um sucesso puramente material ou a procura de um conforto egoísta.

o Aperfeiçoar sempre mais sua umao pressupõe que não considerem nunca terem atingido o ponto ótimo. Não seria possível viver sem progredir. E não se progride sem atenção, sem escuta, sem esforço e sem sacrifício. Um casal não progride sem aperfeiçoar-se na arte de dar e receber. É essa a pedra de toque de toda caridade autêntica e, em primeiro lugar, da caridade conjugal. Ao estimulá-los a viver seu amor mútuo animados pela cari~ dade do próprio Cristo e ao propor -lhes toda uma gama de meios, as Equipes de Nossa Senhora contribuem ao mesmo tempo para o aprofundamento e para a santificação deste amor. Irmãos e irmãs que procuram sua força no exemplo e na presença dAquele que soube amar até o dom supremo desejam ajudá-los a amar, vocês também, desta maneira. Para prestar este serviço, o Movimento precisa despertar em vocês o desejo de colocar regularmente sob o olhar de Deus o seu díálogo conjugal, para que seja o mais verdadeiro e mais completo possível e, destarte, o mais unificante e mais fecundo possível. Deve lembrar-lhes que o perdão é a forma perfeita do dom. Deve fazer-lhes tomar consciência, cada dia mais, de que Deus não uniu somente seus destinos temporais, suas capacidades, suas carreiras, mas que Ele uniu - por um vínculo que evoca e reflete a relação do Cristo e da Igreja- seus dois seres por inteiro, com sua fé, sua esperança, sua caridade e seu destino eterno.

o O fato de lembrar essas perspectivas, que são fundamentais são perspectivas primeiras e últimas - não deve, evidentemente, levar a negligenciar as perspectivas mais imediatas, mais relativas, com as quais nos defrontamos diariamente. É papel da equipe acolher essas interpelações que nos provêm de determinado acontecimento, de determinado problema, de determinada corrente de opinião, discernindo nelas um convite a traduzir de m aneira concreta (e por vezes diferente) uma só e mesma fidelidade.

Roger Tandonnet, s.j.

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A PALAVRA DO PAPA

A ORAÇÃO É ESSENCIAL PARA O AMOR E PARA A UNIDADE

D.a alocução aoo particJ.pantes do Encontro sobre "A família e o amor " organizado pelo ramo Famílias Novas do Movimento dos Focolari. Presentes cerca de 20.000 pessoas, provenientes de 50 países, e também casais de diversas confissões cristãs e mesmo muçulmanos, budistas e hinduistas.

Por obra do Espírito Santo, tornastes-vos uma unidade a dois. A força que vos une é o amor. Este vosso amor humano, que maturou nos corações e nas decisões, manifestou-se diante do altar quando, às palavras do sacerdote que vos convidava a exprimir o vosso consentimento, generoso e definitivo, respondestes com o vosso "sim" recíproco e vos destes o anel bento, símbolo da vossa perene fidelidade no amor. · O amor forma-se na pessoa humana, abarca o corpo e a alma, matura no coração e na vontade; o amor, para ser "humano" deve compreender a pessoa na sua totalidade, física, psiquíca e espiritual. Contemporaneamente, "o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi concedido" (Rom. 5, 5) . Desde o dia do vosso matrimônio, perdura a recíproca compenetração do amor divino e do amor humano. De fato, o amor divino penetra no humano, dando-lhe uma dimensão nova: torna-o profundo, puro e generoso; desenvolve-o no sentido da plenitude, nobilita-o, espiritualiza-o, torna-o pronto também para os sacrifícios e as renúncias, e ao mesmo tempo dá-lhe modo de produzir como fruto a paz e a alegria.

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Por meio deste amor vós constituís a unidade em Deus: a comunhão de pessoas. Constituís a unidade dos dois reunidos no Seu nome e Ele está no meio de vós (cf. Mt. 18,20). Esta unidade em Cristo procura, em certo sentido, expressarse espontaneamente na oração. Com efeito, o amor é dom e é mandamento: é dom de Deus, porque Ele foi o primeiro que nos amou (cf. 1 Jo. 4, 10) e é também o mandamento fundamental de toda a ordenação moral. Como disse na Homilia na Missa para as Famílias, a 12 de outubro do ano passado: "Cumprir o mandamento do amor quer dizer praticar todos os deveres da família cristã; a fidelidade e a honestidade conjugal, a paternidade responsável e a educação. A 'pequena Igreja'- a Igreja doméstica - significa a família a viver, no espírito do mandamento do amor, a sua verdade interior, a sua fadiga quotidiana, a sua beleza espiritual e a sua força". Mas, para viver de tal modo este poema de amor e de unidade, tendes necessidade absoluta de orar. Neste sentido, a oração torna-se verdadeiramente essencial para o amor e para a unidade: de fato, a oração reforça, alivia, purifica, sublima, ajuda a encontrar a luz e o conselho, aprofunda o respeito que em particular os esposos devem alimentar reciprocamente entre os corações, as consciências e os corpos; mediante estes últimos estão os esposos bem perto um do outro. Justamente a este propósito, o Concílio Vaticano II escreve: "Para cumprir com perseverança os deveres desta vocação cristã, requer-se uma virtude notável; por este motivo, hão de os esposos, fortalecidos pela graÇa para levarem uma vida de santidade, cultivar assiduamente e impetrar com a oração a fortaleza do própri() amor, a magnanimidade e o espírito de sacrifício" (G.S., 49) Desejo-vos hoje que se repita constantemente na nossa vida o fato de Emaús: que reconheçais a Cristo no partir do pão e O reencontreis sempre presente no meio de vós, nos vossos corações, depois deste "partir do pão". E a vós todos, cada casal, recomendo eu a Cristo; Ele deseja acompanhar-vos no vosso caminho, assim como acompanhou os discípulos na estrada de Emaús. Confio-vos todos a Cristo, conhecedor dos corações humanos.

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UMA NOVA DIMENSÃO

O Espírito Santo com seus dons e suas luzes propõe uma valoração da realidade e do próprio homem (de seus ideais e aspirações mais genuínas) que perfaz as exigências do homem autêntico. Por isso Ele age na Igreja, intensamente, em cada um dos seus membros- do maior ao menor (I Cor 13, 1-13) - mas atua igualmente fora do contexto estritamente eclesial, pois "o vento sopra onde quer ... " (Jo 3, 8a.) É Ele quem suscita a atuação salvífica da sua Igreja; é Ele quem anima o espírito profético da comunidade eclesial universal, que interpela as situações estruturais de pecado que amordaçam e oprimem a humanidade; é Ele quem fomenta os bons valores e a paz messiânica no íntimo de tanta gente de boa vontade ("os cristãos anônimos"). O Espírito pervade tudo e tudo transforma, no seu "fogo abrasador", no seu ímpeto purificador e vivificador. E todo homem que se abre à sua ação experimenta uma nova dimensão de vida, de amor e de paz (II Cor 5,17). Todavia, o Espírito Santo respeita o homem: dá-lhe tempo, dá-lhe variedade de chamamentos, dá-lhe valor pelo pouco que acerta. Por isso vemos que muitas vezes os humildes acham primeiro os caminhos do Evangelho (Puebla, 1145-1147). O Espírito sabe conduzir o homem para a sua auto-realização, que é a grande meta da educação humana, sem violências contínuas, sem imposições, mas sim num lento processo pedagógico evolutivo. E, quando o homem que se deixa conduzir pelo Espírito percebe, ele já é alguém muito evoluído no seu processo de autorealização, pois "o reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber. Pois a terra produz por si mesma, e produz primeiro a planta, depois a espiga e, por último, o grão abundante na espiga. Quando o fruto amadurece, ele lançalhe a foice, porque é chegada a colheita" (Me 4, 26-29). Essa maravilhosa pedagogia do Espírito Santo do Pai e do Filho é bem mais humana do que todas as propostas didáticopedagógicas do próprio homem, pois ela respeita muito mais a liberdade e o caráter progressivo do amadurecimento humano. Por isso Pentecostes é sempre hoje; a ação do Espírito é sempre nova; é eternamente transformadora. Por isso tudo há sempre entre nós um Novo Pentecostes: é preciso estarmos atentos a Ele; é preciso termos o coração aberto ao Espírito, como pessoas e como família.

Pe. Carlos Antonio Jorge Conselheiro Espiritual da Equipe 7 de São Carlos

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A PALAVRA DE DEUS, ORAÇÃO DOS QUE CRtEM

(Da Carta colombiana)

Nós, os católicos destes tempos pós-conciliares, dispomos de uma riqueza que talvez não saibamos apreciar nem aproveitar devidamente. A liturgia em língua vernácula e a sábia distribuição das leituras põem ao nosso alcance um panorama muito completo da Bíblia, de tal forma que quem as seguir assiduamente encontrará nelas não só diretrizes para conhecer e entender a pedagogia com que Deus nos tem falado, mas também verdadeira inspiração para revitalizar a oração pessoal e para descobrir o valor da oração comunitária.

A Bíblia, fonte de conhecimento Muitas vezes, quando ouvimos ou lemos uma passagem da Bíblia, sentimo-nos como estranhos diante de uma linguagem que não é a nossa, de uma mentalidade alheia à nossa forma de pensar: talvez cheguemos a entender a intenção genérica do texto sagrado, mas o sentido de uma quantidade de palavras ou de frases nos escapa, não conseguimos captá-lo completamente. Normalmente, é ao sacerdote que compete fazer entender a Palavra de Deus. Este papel lhe é próprio, tanto na homilia da missa como na r eunião da equipe. Nenhuma dessas ocasiões deve se converter numa aula de Sagrada Escritura, mas o "pão da Palavra" não pode ser entregue cru, mas sim de forma assimilável - o que pressupõe que haja um mínimo de explicação para entendermos o estilo no qual Deus nos fala. Quanto mais familiarizados com a Bíblia, mais cristãos seremos - daí a importância máxima que se há de dar à leitura, explicação e compreensão da Palavra de Deus, tanto na reunião da equipe como fora dela, nos momentos que o Movimento nos convida a dedicar-lhe. A meditação da Bíblia, quando feita em comum, é um elemento unificador. Ao contrário dos nossos irmãos protestantes, não pensamos que Deus entrega a sua Palavra a cada cristão para que cada um a entenda à sua maneira. Para nós, é a Igreja que nos comunica a Bíblia, para que conheçamos a norma funda-

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mental da nossa fé e a fonte na qual se inspirou a Igreja para transmitir-nos e tornar explícitas as verdades e preceitos da sal· vação. O fato de nos voltarmos constantemente para a Palavra inspirada nos impede de cair em formas desviadas de religiosidade ou de inventar uma idéia de Deus à nossa moda, e nos dá o único conhecimento certo que podemos ter a seu respeito, pois all O encontramos tal como Ele se nos revela.

A Bíblia, texto de oração Nosso contato com a Palavra de Deus deve ter um caráter de conversação, de diálogo: na Bíblia, Deus nos fala; e, por meio dela, nós Lhe respondemos. Este exercício de oração baseada na Escritura é algo bem mais novo para os católicos e não isento de certas dificuldades, que temos de nos esforçar por superar. Certamente, nossas orações tradicionais - o recitar das fórmulas habituais. Pai Nosso, Ave Maria - têm uma origem bíblica e sempre devemos recitá-las como palavras que não são de origem humana, pois é o próprio Deus que as coloca em nossa boca. No entanto, nossa oração pode ter um horizonte muito mais amplo, tal como a Igreja no-lo propõe, por exemplo, nas riquíssimas fór· mulas da missa e dos demais sacramentos. A primeira parte das funções litúrgicas, sempre constituída por leituras bíblicas, não é somente instrução ou esclarecimento a respeito do que se vai realizar a seguir no sacramento. É verdadeira oração: é o clima espiritual que Deus cria por meio de sua Palavra para que nos comuniquemos com Ele e para que a ação da qual participamos por meio do sacramento seja um gesto verdadeiramente racional e religioso, e não uma rotina ou tenha um aspecto mecânico, como acontece tantas vezes. O cristão que realmente quiser progredir e aprofundar-se na sua fé não pode fazê-lo independentemente da Palavra de Deus. A oração é a expressão normal daquele que crê. E, ao mesmo tempo, é o ato mais elevado que pode realizar o ser humano. É mais excelente que pensar e amar, pois nela o homem apela para suas faculdades mais nobres e mais peculiares - a mente, o coração, a afetividade - e as dirige para o objeto supremo e absoluto, que é Deus. Para falar com Deus, porém, é preciso fazê-lo com a linguagem de Deus, e é essa que a Bíblia põe em nossos lábios. Desta forma, nossa oração é uma ação que Deus realiza em nós. Por isso São Paulo nos diz que, quando nos dirigimos a Deus chamando-O de Pai, é o Espírito de Deus que fala em nós. Neste sentido, a Bíblia é ainda e em boa parte um tesouro oculto. A Igreja, e com ela os mestres da vida espiritual, desde os

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tempos mais remotos, entendeu que a Palavra de Deus é a oração mais perfeita, e por isso estabeleceu que sua oração oficial - o Breviário, ou Liturgia das Horas - deveria estar essencialmente construída sobre a recitação dos salmos. Esta imensa riqueza, assim como muitíssimas outras passagens da oração que encontramos na Bíblia, deve vir a ser o pão cotidiano que alimenta a vida de oração dos fiéis. Movimentos de espiritualidade como as Equipes de Nossa Senhora têm um grande papel a cumprir nesta sagrada tarefa.

Pe. Hernán Jiménez A. . Conselheiro Esp,l.ritual da Equipe 22 de Bogotá

• SAIU A BfBLIA DE

JERUSAL~M

Está nas livrarias desde maio a edição completa da Bíblia, a partir da tradução francesa elaborada sob a direção da Escola Bíblica de Jerusalém. As Edições Paulinas já nos deram o Novo Testamento nessa tradução da Bíblia de Jerusalém, texto que vem sendo de grande valia para os leigos, não só pelas referências como também pelas notas explicativas. Aguardava-se ansiosamente a edição do Antigo Testamento. Só que a editora publicou o Livro por inteiro, num só volume. Preço: Cr$ 2. 500,00. Até o fim do ano, deve sair a tradução da Liga de Estudos Bíblicos (Edições Loyola) , diretamente do original grego. Também a Editora Vozes está com uma tradução em preparação, sob a direção do Frei Ludovico Garmus, que espera fique pr onta no início de 1982.

• A BfBLIA ATRAI OS JOVENS

Segundo notícia publicada no "Osservatore Romano", desde o mês de novembro, a catedral de Milão acolhe, nas primeiras quintas-feiras de cada mês, cerca de três mil (3.000) jovens, dos

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16 aos 27 anos, que ali se reúnem com o Arcebispo, D. Carlos Maria Martini, que lhes explica a Sagrada Escritura. Esses encontros, em que participam não só estudantes, embora sejam maioria, mas também jovens trabalhadores, iniciam-se cem um cântico, seguido da recitação de um salmo e da leitura de um texto do Evangelho (este ano, o de São Lucas), comentado a seguir pelo Arcebispo. Após um tempo de silêncio e interiorização de cerca de quarenta minutos ( 40 minutos), os participantes entoam um cântico final e fazem a oração de conclusão. Cada encontro, iniciado às 21 horas, tem a duração aproximada de uma hora e meia. Os testemunhos dos jovens, bem como o seu número crescente, demonstram quanto a juventude está sedenta da Palavra de Deus.

Este empenho pessoal e comunitário por alimentar com maior abundância a vida espiritual com um tempo mai~ prolongado consagrado à oração mental adquirirá eficácia e atualidade inclusive apostólica se a Palavra for acolhida não somente na sua riqueza objetiva mas também na história concreta que vivemos à luz do Magistério da Igreja.

(Documento da Sagrada Congregação para os Religiosos e Institutos Seculares)

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A MÃE DA MISERICóRDIA

Maria é também a pessoa que, de modo particular e excepcional, como ninguém mais, experimentou a misericórdia e, ao mesmo tempo e ainda de modo excepcional, tornou possível; com o sacrifício do coração, a própria participação na revelação da misericórdia divina. Este seu sacrifício está intimamente ligado à cruz do seu Filho, aos pés da qual ela haveria de encontrar-se no Calvário. Tal sacrifício de Maria é uma singular participação no revelar-se da misericórdia, isto é, da fidelidade absoluta de Deus ao próprio amor, à Aliança que ele quis desde toda a eternidade e que realizou, no tempo, com o homem, com o Povo e com a humanidade. É a participação naquela revelação que se realizou definitivamente mediante a Cruz.

Ninguém jamais experimentou, com a Mãe do Crucificado, o mistério da Cruz, o impressionante encontr o de transcendente justiça divina com o amor, aquele "ósculo" dado pela misericórdia à justiça. Ninguém como Maria acolheu alguma vez tão profundamente no coração tal mistério, no qual se verifica a dimensão -verdadeiramente divina da Redenção, que se realizou no Calvário mediante a morte do Seu Filho, juntamente com o sacrifício do seu coração de mãe, com o seu definitivo "Fiat". Maria, portanto, é aquela pessoa que conhece mais a fundo o mistério da misericórdia divina. Conhece o seu preço e sabe quanto ele é elevado. Neste sentido, nós lhe chamamos também Mãe da misericórdia, Nossa Senhora da Misericórdia, ou Mãe da divina misericórdia.

João Paulo 11 ("Dives in Misericordia", 9)

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.A ECIR CONVERSA COM

VOC~S

Na segunda quinzena de setembro de 1982, ou seja, dentro de um ano, as Equipes de Nossa Senhora irão a Roma em pere· grinação internacional. Somos esperados por João Paulo II, ele mesmo marcou o encontro! Aqueles que um dia tiveram a ventura de participar de uma peregrinação internacional sabem que seus frutos não são contabilizáveis. Trata-se de um vendaval de graças, cuja explicação só pode ser encontrada na misericórdia de Deus. Na realidade, existe uma mística cercando tudo isto. Há um forte relacionamento, baseado exclusivamente na caridade, e no qual, apesar da diversidade de línguas, se manifesta o Espírito. Inegavelmente, a concentração sensível de um grande número de casais, das mais variadas procedências, exterioriza de forma palpável toda a pujança do Movimento. Em 1976, foi comovente ouvir dos libaneses como vivem o seu cristianismo num país tão marcado pela violência. As peripécias vividas pelos casais indianos - bem numerosos, por sinal - para chegar a Roma e a impressionante história de como as Equipes de Nossa Senhora chegaram à Polônia - tudo isto nos dá uma visão melhor do que seja "evangelizar até os confíns da terra". O motivo principal, no entanto, para se ir a Roma é manifestar nossa adesão à Igreja, é dizer ao Santo Padre que estamos com ele, incondicionalmente, procurando viver em sintonia com suas preocupações, com seus anseios, assumindo na oração os problemas dificílimos que a cada passo enfrenta. Em recente pronunciamento, assim se expressava João Paulo II a propósito do valor das peregrinações: "A vossa felicidade é, enfim, a de experimentardes que a peregrinação constitui um avanço ou uma redescoberta da missão que incumbe a todo cristão . . . Peregrinação é momento original de catequese eclesial".

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Aqueles que puderem participar da celebração dos 30 anos do Movimento no Brasil, em maio de 1980, hão de recordar-se com saudades dos fortes momentos vividos aos pés da Virgem Aparecida. o

Antes e acima de tudo, pede-se aos casais que vivam um cllma de peregrinação, caracterizado por um espírito de despojamento, onde as comodidades habituais passam para um segundo plano, clima esse preparado no estudo e na oração. O importante é o espírito com que daremos nossa adesão. Realmente, esse acontecimento, tanto para os que irão como para aqueles que aqui permanecerão, deve situar-se dentro da mais legítima manifestação de fé. Vamos caminhar com Cristo, pois Ele caminha conosco.

o Na prática, como se fará isso? Vocês sabem que, juntos, temos condições de usufruir de inúmeras regalias oferecidas pelas empresas de transporte. Assim é que iniciamos com o primeiro grupo dos que aderiram - 650 pessoas - um plano de poupança reaplicável que possibilitar á sensível redução de custo, assim como atenuar os efeitos da inflação. Esse número dos que aderiram possibilitará que cada Região, na proporção das suas adesões, possa contemplar casais de baixa renda sem condições de arcar com os custos da viagem, para que também participem, sem ânus para eles, ou com um ônus insignificante. Isto é auxílio mútuo. De outra parte, e gai os fardos uns dos rão a fim de custear peregrinação. É, sem esses irmãos assumem

numa manifestação da mística do "carreoutros", os equipistas europeus se cotizaas nossas despesas de estadia durante a dúvida, uma atitude que diz bem como a internacionalidade do Movimento.

Existem incertezas? É claro que ma de testar em quem pomos nossa o apelo: confiemos no Pai, peçamos que Ele ilumine nossa inteligência mos aquilo que deve ser feito.

sim. Não são elas uma forconfiança? Fica aqui então a graça do discernimento e para, com fortaleza, fazerA ECIR

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UM ENCONTRO DO CASAL EM DEUS

Deus foi muito generoso ao criar este mundo e colocá-lo gratuitamente à nossa disposição! Infelizmente, porém, não sabemos valorizar todas as belezas que nos rodeiam. Acostumamonos a elas, que entram a fazer parte de nossa rotina, e não nos apercebemos de quão ricas são essas belezas. Surpreendemo-nos, quantas vezes, encantados, quando alguém mais sensível nos mostra as maravilhas ao nosso derredor. Creio, vale a ilação com o movimento das Equipes de Nossa Senhora. Entramos no movimento, entusiasmamo-nos com sua meta, seu conteúdo, seus métodos, e comumente a rotina nos contagia e não aproveitamos quanto poderíamos e deveríamos de tanta riqueza. Quero recordar hoje a oração conjugal, um dos meios valiosos de aperfeiçoamento. Quem a pratica sempre, com convicção e profundidade? O casal não se limita apenas a recitar junto uma Salve Rainha ou o Magnificat, quando o faz, ou a uma prece antes das refeições? Será isso oração conjugal, ou só uma oração feita ao mesmo tempo por duas pessoas? A oração conjugal deve ser um encontro do casal em Deus. Isso implica que o casal esteja ligado não apenas material mas também espiritualmente. É importante estar consciente de que uma aliança de sangue, ratüicada por Deus no sacramento do matrimônio, une marido e mulher para sempre e deve levá-los a formar um só coração e uma só alma. Além disso, é necessário estar seguro de que Cristo está no meio dos dois. A partir desses pressupostos, é preciso que cada um, voltado para Deus, deposite nEle suas alegrias, tristezas, derrotas, vitórias, seus anseios, arrependimentos, enfim, a própria vida. Isso, feito em voz alta, deverá chegar ao cônjuge filtrado em Deus. Fica-se convencido então da sinceridade da abertura, pois nosso interlocutor primeiro é o Pai - Deus. É mais fácil assimilar o extra-13-


vasamento do parceiro e também, em Deus, em voz alta, comprometer-se em condividir tudo, num compromisso existencial. Uma oração feita com esse espírito levará o casal a um conhecimento recíproco e íntimo e a ajuda mútua surgirá naturalmente. Algum condicionamento faz-se necessário. Escolher um lugar sereno, tranquilo, onde não sejam .importunados. O tempo de duração pode ser prefixado, para não ser feito às pressas. Um preparo psicológico e um relaxamento também ajudam. Tudo deve ser feito num clima de fé; ela dá o sentido criador e santificador da oração. Estou convencido de que a oração conjugal assim vivida dará frutos abundantes.

Pe. José Geraldo do V alle Conselheiro Espir.l.tual do Setor de Ribeirão Preto

(Da palestra "0 casal responsável se deixa conduzir pelo Espírito", no E.ACRE de São Carlos)

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JUBILEU SACERDOTAL DE FREI ESTEVÃO

"A grande Eucaristia de vinte e cinco anos de disponibilidade para os irmãos se perfaz hoje nesta assembléia, esta Igreja da qual você é parte. Queremos celebrar o testemunho de sua vida como ela é: luta, história, conflitos, certezas, esperanças". Era a assembléia paroquial da Igreja da Sagrada Família, em São Paulo, acrescida de muitos casais equipistas, a dar início à celebração de ação de graças pelos vinte e cinco anos de sacerdócio de Frei Estevão Nunes, o.p., vindo especialmente de Santa Cruz do Rio Pardo, onde atualmente é vigário. Entre outras passagens da significativa liturgia, transcrevemos um trecho da Profissão de Fé: FREI ESTEVAO: Jesus. Creio que Senhor.

po~

"Creio no amor, comportamento constante do Senhor

construir a fraternidade, característica dos discípulos do

Creio no meu !>!acerdócio, como serviço aos meus irmãos, caminho que eu escolhi, respondendo ao Senhor . . . Creio na esperança. Na bondade de nosso Pai comum. Na ação salvadora do Senhor Jesus entre nós. TODOS: Creio na Igreja, mãos de Deus que sentimos operar na terra através da fé e dos trabalhos de pessoas como Frei Estevão. FREJ: ESTEVAO: Creio no homem novo, no reino final, criado por Deus e libertado através de Cristo. Por is!>'o sou seu sacerdote e de meus irmãos". ·

Nós, das Equipes de Nossa Senhora, que nos acostumamos a ter sempre no Frei Estevão um amigo, um grande colaborador, em tantas Sessões de Formação, nos retiros e também na Carta Mensal, queremos nos unir ao júbilo do querido sacerdote, pedindo a Deus que continue por muitos anos a servir-se dele para abençoar, para consagrar, para perdoar, para unir, para confortar, para estimular, para proclamar a Boa Nova do Amor. Parabéns, Frei Estevão! Também nós dizemos "Glória ao Senho1' pela sacramentalidade da vida de Frei Estevão! Amém! Aleluia!" -15-


AINDA OS EACRES

Taubaté

"Garantir aos seus companheiros de equipe, que querem seguir a Cristo mas se julgam fracos, um movimento que seja realmente -um meio de auxílio eficaz" foi o enfoque principal da missão do casal responsável, abordada no EACRE de Taubaté. Nos dias 4 e 5 de julho, na Escola do SENAC, estiveram reunidos 6 Conselheiros Espirituais e 128 casais do ABC, de Aparecida, Caçapava, Guaratinguetá, Guarujá, Jacareí, Mogl das Cruzes, Pindamonhangaba, Pouso Alegre, Santos, São José dos Campos, São Paulo e Taubaté. Os temas abordados possibilitaram uma revisão de vida espiritual individual e de vida em equipe, a liturgia favoreceu um recolhimento profundo e o ambiente acolhedor levou os casais a u.ma integração maior. D. Geraldo Penido, Arcebispo de Aparecida, com base na Encíclica Dives in Misericordia, despertou a todos para os imperativos da misericórdia, tão importantes quanto os da justiça. Os paineis, cujos assuntos versaram sobre dever de sentar-se, retiro e partilha, embora sendo temas já grandemente explorados, possibilitaram, pela maneira clara e objetiva como foram colocados, Uma tomada de posição dos casais responsáveis frente às suas equipes, já no decorrer do EACRE, nos grupos de copartici pação.

Maria Alice e Adelson, com aquele calor e aquela simpatia que lhes são próprios, discorreram com muita objetividade e segurança sobre a missão do casal responsável. A palestra de Frei Hugo Baggio foi o ponto marcante do EACRE. Enfatizando a missão que cada um recebe de Deus, juntamente com as graças correspondentes, ressaltou a confiança que Deus deposita em nós. O Espírito Santo será portanto uma grande força impulsionadora da equipe como um todo.

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Manaus

Nesta época do ano, em Manaus, faz muito calor e, por conseguinte, o local escolhido para o Encontro foi o salão aberto do Centro de Estudos do Comportamento Humano - CENESC. Após um preparo muito intenso, onde se buscou atingir e sensibilizar a alma de cada um pela oração, recebemos nosso Casal Regional, Mary-Nize e Sérgio.

Como verdadeiros apóstolos de Cristo e com a segurança de quem conhece o movimento, deram início aos trabalhos do EACRE. Presentes apenas alguns Conselheiros Espirituais, o que nos lembra a deficiência do número de sacerdotes e serve para nos alertar que muito devemos pedir pelas vocações. A liturgia nos permitiu ver e sentir a unidade do movimento, pois, preparada especialmente para o evento, foi a mesma em todos os EACRES realizados no Brasil. Os trechos propostos nos colocaram frente à misericórdia de Deus e à nossa função dentro da multiplicidade dos membros da Igreja. O que ela nos deixou, a rotina não poderá sufocar. As palestras foram nos conscientizando da importância do Casal Responsável, tanto para a harmonia da equipe, quanto para seu crescimento. Espiritualidade conjugal, mística das Equipes, foram focalizadas com muita propriedade por Mary-Nize e Sérgio, que frisaram a necessidade do constante esforço que cada cônjuge tem que realizar para que a sua fidelidade ao Espírito seja "o amor em marcha". -17-


O painel apresentou o Movimento vivido através dos depoimentos de três casais Neuza e Antônio, Ita e José e Auxilium e JÓ.lio- testemunhos comoventes e que entusiasmam os que se empEmham e levam a sério o que nos propõem as Equipes de Nossa Senhora. A reflexão do Pe. Daniel, Conselheiro das Equipes 1 e 8, abordou a encíclica de S.S. João Paulo II, Dives in misericordia. Foi a exposição muito tranquila, bastante profunda e clara, de um tema antigo mas bem atual. Recebemos grande subsídio para compreender o que o Papa nos diz.

A reunião de equipe, além de seus objetivos normais, permitiu-nos conhecer melhor nossos irmãos. O EACRE deixou-nos ensinamentos preciosos e importantíssimos para nossa vida de equipe e para nossa vida pessoal, deixou centelhas de reflexão e lucidez que, por certo, contribuirão para a conscientização de nossa missão no mundo de hoje. Ita e José -

Equipe 1

Belém

Mais uma vez, os bons ventos do Espírito sopraram e, junto com um avião a jato, trouxeram do Rio de Janeiro até Belém o Casal Regional, Mary-Nize e Sérgio, para nos darem o EACRE 1981. Chegaram na madrugada do dia 3 e, à noite, reuniram-se com a equipe encarregada de organizar o Encontro.

No dia 4, às 8h da manhã, já estavam no Colégio Santo Antonio 22 casais, 4 meio-casais e 6 sacerdotes, · sendo que cinco · - ·18-


Conselheiros e um convidado para dar a palestra do domingo, Pe. Pedro Gerosa, Salesiano. Mary-Nize e Sérgio, cuja presença entre nós é sempre motivo de alegria para todos, sentiram-se bem à vontade para nos transmitir o valor extraordinário das Equipes de Nossa Senhora, com grande simplicidade e testemunhos de vida ligados a Maria, nossa Mãe. O painel, apresentado por três casais de Belém e o Casal Regional, agradou a todos. Muito bem explicada e comunicativa, agradando muitíssimo &os presentes, foi a palestra "A misericórdia divina", sobre a Encíclica de João Paulo II. Pe. Pedro Gerosa deu o seu recado e impressionou a todos. Esperamos que ele tenha gostado do Movimento como os equipistas gostaram dele e se ofereça para cuidar de uma futura equipe ... quem sabe? As Equipes de Belém estão, na verdade, crescendo em ritmo um pouco lento devido aos poucos sacerdotes disponíveis . Estamos com 8 equipes funcionando, em preparo da nona, e Castanhal já se preparando para a segunda. O EACRE foi de grande valia para os que dele participaram. Entusiasmou verdadeiramente os casais responsáveis recémeleitos. Tudo correu em ordem. Pouquíssimas falhas não chegaram a dar problemas, mas foram anotadas para as providências a serem tomadas no próximo encontro. Foi um EACRE de esclarecimentos, boa participação nos grupos, espiritualidade, entusiasmo e alegria. Evandro e Mizar -

Equipe 3

ltaici

Um Movimento de Igreja tem a finalidade de despertar e levar seus participantes à santidade, com metodologia própria, sendo meio e não fim, para colocar seus membros em sintonia com Deus e com o próximo. Dentro da metodologia das Equipes de Nossa Senhora, o EACRE é um dos meios utilizados para animar, para robustecer na fé os elementos que terão a responsabilidade de fazer das equipes a eles confiadas verdadeiras comunidades cristãs de casais. Num clima cristãmente fraternal, transcorreu o EACRE de Itaici. Lá estavam os interessados em prosseguir no bom combate, fiéis às orientações do Movimento. Lá, os ativos, de coração aberto, recebendo os nutrientes eficazes para o avigoramento de suas vontades, a iluminação de suas inteligências. Casais de Americana, -19-


Brasília, Campinas, Itu, Jundiaí, Limeira, Lins, Louveira, Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo, Sorocaba, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. D. Gabriel Paulino Couto, Bispo de Jundiaí, aparece como primeiro palestrista, figura humana impressionante pela espiritualidade pr ofunda que deixa transparecer. Em sua inspirada palestra, "Sintonia com Deus", ilumina a todos com a imagem concreta e tangível de espiritualidade que soube transmitir. Em seguida, a palestra do Peter sobre "A missão do casal responsável de equipe", na qual enfatizou a oração, a humildade, o estudo, a prática, a disponibilidade, o serviço, e também o Conselheiro Espiritual, as preparatórias, o Manual. Na terceira e última palestra, o Frei Almir Ribeiro Guimarães discorreu acerca da orientação atual do Movimento, "O Espírito do Senhor falará em vós", salientando a responsabilidade de ser cristão maduro, consciente do seu trabalho num mundo repleto de necessidades, onde a Igreja desempenha sua missão evangelizadora, no Espírito do Senhor, e pelo próximo, sem fechar os olhos às realidades atuais que nos cercam. Um brado de alerta, um questionamento . . . Tudo isso entremeado por uma liturgia rica, plena de temas para meditação, para orações de louvor, agradecimento e súplica associada a cânticos/orações emocionantes, muito bem acompanhaàos por violões tocados por equipistas, filhos e genros de equipistas. Não bastassem as palestras, os grupos de co-participação, como sempre enriquecedores, os momentos forte:; de oração, restariam ainda, para nos edificar, o zelo, a delicadeza, a humildade dos organizadores, sem falar na convivência fraterna e alegre, no trabalho espontâneo de todos e de cada um pelo bem comum. Muito bom que haja rodízio anual de casal responsável nas Equipes. Assim todos poderemos, mais dia, menos dia, participar de um EACRE e, partilhando com os membros de nossas equipes as orientações que recebemos, colaborar para a unidade do Movimento e prosseguir no caminhar para o Pai. Nayde e Elysio -

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Equipe 8 de Bras111a


SAO CARLOS- DUAS CARTAS

Do mosteiro É costume, sempre que há um Encontro de importância para o Movimento, recorrer-se à oração de contemplativas. Foi o que ocorreu em São Carlos: o Setor confiou a intenção do EACRE às orações das monjas passionistas. Recebeu, na véspera do Encontro, a seguinte carta:

Aos Casais Responsáveis das Equipes de Nossa Senhora Ao escrever-lhes, tomamos antes conhecimento daquilo que vocês são, lendo o documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora". Ficamos profundamente edificadas: "viver tempos fortes de oração"; a ajuda recíproca, a oração conjugal e em família, a meditação, o dever do diálogo; a regra de vida (visando a ascese, que é combate aos defeitos e aquisição das virtudes), o retiro de quarenta e oito hora:s, etc. Tudo isso é maravilhoso, é "contemplação" - contemplar a ação, meditar a ação, para encontrarmos o equilíbrio em nossas vidas. Caminhamos lado a lado, num mesmo esforço e idea.l, embora em estados diferentes, o conjugal e o monástico. Viveremos melhor esta unidade, rezando bastante por vocês, a fim de que a Mãe do Divino Amor, Nossa Senhora, os seduza sempre mais, e suas vidas sejam uma irradiação luminosa e perene dEla mesma, a guiar as fecundantes Equipes, das quais vocês são os responsáveis. Que o Bom Deus lhes dê sempre a Sua Graça, para poderem incrementar maJis e melhor, em toda parte, a Soberania da Mãe, Maria Santíssima. Contem sempre conosco, pois queremos contar sempre com vocês, caros amigos. Saudações. Preces. Monjas Passionistas, pela sua Superiora (a) Ir. Angela Teresa Petrucelli -21-


De um casal participante No dia seguinte ao EACRE, um casal responsável de Bauru resolveu escrever para São Carlos, agradecendo a acolhida e as graças recebidas no Encontro: Caríssimos Olguinha e Toninha Ainda com o coração cheio de alegria pentecosta!, fruto dp EACRE/81 que vivemos aí em São Carlos, queremos manifestar a vocês toda nossa gratidão pela dedicação, pelo carinho, pelo amor que colocaram na organização e no desenrolar do Encontro. Vivemos com vocês momentos de profunda emoção e voltamos enriquecidos de graças, que nos permitirão bem executarmos a nossa missão. O clima de oração que caracterizou todo o Encontro nos proporcionou ocasião de um encontro mais íntimo conosco mesmo, um encontro fraterno com outros nossos irmãos e, sobretudo, um encontro mais aconchegante com o Cristo! O trabalho realizado pelos nossos irmãos equipistas de São Carlos nos mostrou o quanto o Movimento é Igreja nessa cidade. O testemunho público das autoridades eclesiásticas nos most1'ou o quanto os equipistas vivem o verdadeiro cristianismo. A participação da comunidade sãocarlense, vivendo o "clima" do EACRE, nos mostrou o quanto vocês estão abertos a essa comunidade, o quanto vocês estão engajados, realmente, no cristianismo de hoje. A nossa participação no EACRE nos permitiu conviver, por dois dias, com uma comunidade- a de vocês- que nos fez lembrar da comunidade dos primeiros cristãos: "V ede como eles se amam!" Quanta riqueza de doação e de amor pudemos vivenciar com as Equipes de São Carlos! Mais este exemplo de vida ficamos devendo aos nossos irmãos equipistas de sua cidade, tão bem representados por vocês. Digam a eles que perseverem nesse trabalho e que nós, que os conhecemos mais de perto, estaremos rezando por eles e que pTocuraremos seguir o seu exemplo de vivência evangélica, com a simplicidade dos primeiros cristãos! Vivemos com vocês momentos de indescritível emoção e mo·mentos de profunda espiritualidade! Deus os abençoe por tudo isso! (a) Alba e Braz Equipe Nossa Senhora da Paz- n. 0 8 -22-


O 18Q CONGRESSO NACIONAL DA ESCOLA DE PAIS

Foi um accntecimento, como sempre. Marisa e Fleury pediram ao casal presidente da Escola de Pais de Jundiaí, Aparecida e Antonio Lulz Gomes, o resumo que, agradecidos, publicamos a seguir.

"ó xente, que frio faz aqui! ... Mas, o que não falta é calor humano ... " Este comentário saiu espontâneo, quando o casal de Recife adentrou o gélido ginásio de esportes do Colégio Santa Cruz, em São Paulo, na manhã de 18 de junho, uma das mais frias que a capital paulistana já conheceu. O calor humano, porém, compensava; ali se reuniam casais de 61 diferentes municípios do Brasil, desde Parintins, no Amazonas, Macapá, Recife, Salvador, Brasília, Goiânia, Campo Grande . . . até os gaúchos da região missioneira e a numerosa representação da Bolívia, dentre outros visitantes latino-americanos. Começava, na quinta-feira de Corpus-Christi, o chamado "pré-congresso" da Escola de Pais do Brasil, quando os casais líderes efetuam uma revisão auto-crítica de sua atuação e do próprio movimento. Um dia cheio, com muito trabalho, muita alegria e confraternização, e os momentos curiosos, como a entrada do grupo atrasado, de Santa Catarina, com quase cem representantes, interrompendo por dez minutos os trabalhos da manhã . . . Ah, os aeroportos fechados . . . Ao terminar esse dia de "pré-congresso", a Santa Missa concelebrada, sob a batuta do Padre Corbeil, participante do movimento desde suas origens. O dia 19, sexta-feira, foi propriamente o da abertura. Uma vibrante palestra do Padre Edênio Valle, no mesmo local, para uma platéia de duas mil pessoas, entre casais, educadores e público interessado. Os problemas da sexualidade contemporânea,

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com as incríveis conclusões do Relatório Hite, são colocados e crivados pelo ilustre vice-reitor da PUC de São Paulo. No dia 20, a proveitosa realização de Círculos, nas diversas dependências do Colégio Santa Cruz, onde os temas que a Escola de Pais vive e debate em suas reuniões rotineiras são retomados e aprofundados. No caso, a temática central é a da educação do sexo e do amor. Assim, após o almoço, efetua-se um painel onde são ouvidos o Padre Antonio Aquino, o Dr. Haim Grunspun e o Dr. Ernesto Lima Gonçalves, coordenados pelo Prof. Oswaldo de Barros Santos, com introdução e conclusão elaboradas pelo Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira. A expansão da pornografia, os aspectos patológicos da sexualidade doentia de hoje, as implicações sociais da atitude pedagógica relativa ao sexo, e a questão do ensino, da educação ou instrução sexual nas escolas - tudo isso é magistralmente abordado nessa oportunidade. Evidentemente, foram númeras as questões propostas, que ficam para o amadurecimento crítico e para as futuras oportunidades de encontro. Ao final do dia, um ponto alto de congraçamento: o jantar em que as delegações de todo o Brasil apresentam um show de suas atrações regionais, seus costumes e peculiaridades; e o comando artístico do casal Vera e Antonio Carlos Martinelli, capaz de fazer inveja ao Sílvio Santos! .. . Para o domingo, um encerramento capaz de permanecer gravado por muito tempo, na memória dos participantes. A eloqência e a verve do Padre Charbonneau, abordando a temática da juventude e da sexualidade, contrapondo os conceitos de uma sexualidade reprimida e maniqueísta, que nega o próprio corpo, de uma sexualidade selvagem, desenfreada, que nega todos os valores, e finalmente de uma busca da sexualidade cultivada, aquela que se constitui como base e cerne da família cristã. Com os aplausos ao Padre Charbonneau, a despedida e a esperança de um próximo reencontro, ou no próximo ano, com o 19.° Congresso Nacional, ou até mesmo logo, com a perspectiva do 2.° Congresso Interamericano das "Escuelas de Padres", que se realizaria em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, a 31 de julho, 1.0 e 2 de agosto.

Antonio Luiz Gomes

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EM DEFESA DA VIDA

A Comissão de Emergência "Em defesa da vida" realizou, em 23 de maio, seu 1.0 Encontro Interdiocesano, em São Paulo. Embora 15 dioceses - Manaus e Tefé (AM), Cametá (PA) , Carolina (MA), Picos (PI), Rio de Janeiro, Diamantino (MT) Cascavel e Ponta Grossa (PR), Bagé (RS), Assis, Bragança Paulista, Franca, Mogi das Cruzes e Santos (SP) já tenham sua Comissão diocesana (ou organismo semelhante), participaram do Encontro apenas os representantes das Comissões do Rio de Janeiro, de Ponta Grossa, de Santos e de São Paulo. D. Claudio Hummes, responsável na CNBB pelo setor Família, presidiu os trabalhos e lembrou que cerca de 80 dioceses já têm seu interesse despertado pelo problema do aborto. Os 20 participantes, após um intercâmbio de experiências, elaboraram um roteiro mínimo para a formação de um organismo local em defesa da vida. Esses "passos" são os seguintes: 1)

assumir o trabalho, encarando a sua urgência

2) 3)

formar grupo específico de agentes de pastoral dar a este grupo formação teológica, científica, pedagógica e pastoral dar impacto publicitário inicial, criando um desafio aos responsáveis conscientizar, primeiro dentro da Igreja, clero e leigos promover palestras em ambientes que a Igreja local entender prioritários.

4) 5) 6)

A Comissão Nacional de Emergência permanece à disposção para atender às solicitações das dioceses que estão formando grupos Em defesa da vida, prontificando-se a fazer visitas de animação e troca de experiências, como também para fornecer subsídios de formação, de acordo com os "passos" acima sugeridos. -25-


Duas das experiências citadas:

Ponta Grossa - Há cerca de um ano, as Irmãs Filhas do Imaculado Coração de Maria iniciaram um trabalho de conscientização nas paróquias e dioceses, com apresentação de slides e palestras. A seguir, a Irmã Maria José Torres deu um curso de dois dias, do qual nasceu o Centro Diocesano de Planejamento Familiar, constituido de cinco casais e um sacerdote, que por enquanto estão recebendo noções de doutrina da Igreja a respeito do importante assunto, bem como de psicologia do casal. Pretende-se formar núcleos em todas as paróquias. A preocupação dominante não é tanto divulgar métodos, mas conscientizar sobre a paternidade responsável, na vivência do amor; para isso, procura-se atingir os pequenos núcleos irradiadores. Rio de Janeiro- O Movimento nasceu, no Rio, para contestar a campanha abortista trazida por alguns movimentos feministas. O problema do aborto atinge também as solteiras. O trabalho tem sido desenvolvido através de palestras em colégos, igrejas, templos protestantes, sinagogas, centros espíritas. São utilizados slides das Ed!ções Paulinas, acompanhados de textos do expositor. O público é bastante heterogêneo, de todas as classes e idades. Além disso, têm sido realizadas noites formativas de oração e de estudo, abertas a todos os interessados. Há também contatos com o rádio e a TV. O Movimento é pequeno, constituindo-se de 10 pessoas fixas e de um quadro de colaboradores eventuais, com cerca de 30 componentes. Não tem estrutura rígida, e muitas pessoas adotam a mensagem e a divulgam por outros meios, sem vincular-se ao Movimento, como fazem os espíritas, por exemplo. Existe também um pronto socorro para atender mulheres em vias de praticar o aborto. A preocupação fundamental do grupo não é o planejamento familiar, mas, como resultado das palestras, surge necessariamente a preocupação com esse planejamento, e também com outros assuntos correlatas, como a violência e a injustiça, e também a conscientização sobre a sexualidade e a família.

o AUDIO-VISUAIS sobre métodos naturais de planejamento Além da coleção já existente das Edições Paulinas, a Sono Viso do Brasil está preparando uma série de 80 slides acompanhados de comentário gravado, sobre planejamento natural da família. As fitas, num lado, trazem comentários de nível médico e para-méd:co, e no outro um comentário de nível popular. Foram elaborados pelo Pe. Dr. Guilherme Gibbons e pelo ginecologista Dr. Arthur Altenfelder da Silva Wolff- aliás Tusa, nosso companheiro de equipe. -26-


NOTíCIAS DOS SETORES

MANAUS -

Novos pilotos e ligações

Depois do EACRE, Mary-Nize e Sérgio ministraram um curso de pilotos e ligações. O Setor agora dispõe de 20 casais devidamente preparados para assumir essas funções, abrindo assim um futuro promissor para o Movimento em Manaus. A dinâmica desenvolvida pelo casal tornou o curso bastante agradável e movimentado. Os temas escolhidos foram abordados com tanta clareza que deixaram os participantes realmente conscientes do que sejam as responsabilidades de um casal piloto ou de um casal de ligação. Através de uma reunião preparatória simulada, foram mostrados os principais pontos positivos e negativos de uma reunião de equipe. As figuras do cronometrista, do repórter pitoresco e do avaliador, que eram escolhidos todas as noites, também contribuíram, ao darem seus "recados", para que o ambiente fosse alegre e descontraído. PETRóPOLIS- Rio do Ouro

Frei Antônio Moser ("vigário da roça aos domingos, po-r incentivo das equipes 10 e 14" - lembram-se?) (1) resolveu apelar novamente para o espírito de doação dos equipistas. E is o teor da circular que enviou aos "irmãos equipistas e equipestinhas":

Cumprindo uma promessa minha no último contato, já faz quase um ano que os deixei em paz. Alguns pensarão que, uma vez construída a igreja, Rio do Ouro parou. Puro engano. Continuamos em plena atividade. O número dos fiéis aumenta cada dia e, com o crescimento da comunidade, crescem também as necessidades. É assim que agora estamos novamente em efervescência com a construção de um Centro Social, necessário para reuniões, para a promoção humana - alfabetização de adultos, profissionalização - e atendimento na área da saúde. Por sua vez, os equipistas também estão começando a fazer uma virada. . . Observem bem as Cartas Mensais, particularmente a de maio. Aí existe um artigo muito significativo "A trans(1)

Carta Mensal de junho-julho de 1980, págs. 36-39 "Par.a ser missionário, basta descer a serra"

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formação da sociedade, tarefa dos cristãos". O Movimento está sintonizando com as grandes opções da Igreja na América Latina . .. "Não basta recordar os princípios, afirmar as intenções, fazer notar as injustiças gritantes e proferir denúncias proféticas; estas palavras ficarão sem efeito real se elas não forem acompanhadas, para cada um em particular, de uma tomada de consciência mais viva da sua própria responsabilidade e de uma ação efetiva ... " (Paulo VI, Oct. Adv.) Rio do Ouro está oferecendo mais uma oportunidade para os equipistas darem mais uma- amostra de que não querem só reuniões gostosas. Querem sentir as bases e trabalhar com elas. Marque sua presença! A estrada está um brinco, com apenas leves balanços ... Mande prendas, mesas, cadeiras, copos, roupas . . . tudo que estiver fora de moda. Lá será o último grito.

Para chegar ao Rio do Ouro é muito fácil. Basta descer a Serra Velha, procurar Biabetá e perguntar para qualquer negrão "Onde fica a igreja que os equipistas de Petrópolis ajudaram a construir?" Todo mundo sabe indicar o caminho, e isto com um sorriso quente da baixada. Com a circular, sem maiores explicações, veio apenas um volante: ((Quatro dias de festa - Rio do Ouro inaugura Centro Social (cobertura)". Na parte de baixo do volante, a chave: "Em Rio do Ouro os milagres se multiplicam: em um ano foi erguida a igreja, em dois meses foi construído o maior centro social da baixada fluminense". Sem comentários ... RIO DE JANEIRO -

Retrato de um Conselheiro

Mais um Conselheiro Espiritual transferido, mais uma equipe sentindo órfã - a 28, do Setor B. Escrevem Daisy e Elmano: "Durante quatro anos partilhamos com D. Paulo Rocha o pão da fé, do amor e da fraternidade. Nessa convivência entre Conselheiro Espiritual e equipe, criaram-se laços de amizade que permanecerão para sempre. Sua paciência com nossas limitações, a modéstia do verdadeiro sábio, a fidelidade aos ensinamentos do Evangelho nos fizeram ver nele sempre a presença de Cristo no meio de nós. Mostrou-nos a alegria de ser cristão no mundo de hoje, o prazer de servir com caridade e paciência e a vontade de conhecer e seguir cada vez mais o Cristo. Participou de nossa vida familiar, tornando-se um amigo importante para nossos filhos. Em nossa equipe, haverá sempre um "antes" e um "depois" de D. Paulo". D. Paulo Rocha, o.s.b., foi para Salvador, para lá assumir o Mosteiro de São Bento. s~

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Retiro dos anos de aprofundamento

Aberto a alguns casais de outras equipes, realizou-se de 5 a 7 de junho, na Casa de Retiros Pe. Anchieta, na Gávea. Retiro em silêncio, pregado pelo Pe. Javier, jesuíta, e pela Irmã Conceição, Cônega de Santo Agostinho, ambos se alternando nas palestras, cujo tema foi "O Espírito do vosso Pai falará em vós". Através da meditação renovada de trechos há muito conhecidos, novas perspectivas da realidade misteriosa do Espírito Criador foram abertas para os participantes. Na missa do sábado, houve uma homilia diferente: três jovens se apresentaram e deram seu testemunho, mostrando como Deus entrou e agiu em suas vidas.

SAO CARLOS -

Alavancas

Como se comentava na última C.M., o que foi conseguido em São Carlos em termos de oração e sacrifícios para preparar o EACRE foi algo fora do comum. Veio a impressionante relação das alavancas, por cidade. Em algumas, os equipistas foram bastante inventivas, como, por exemplo, em Aguaí, onde, além de uma semana de intenções especiais pelo EACRE, finalizada com a Santa Missa e comunhão de todos os equipistas da cidade, de orações diárias e de um terço comunitário na festa junina, consta que esta festa foi "realizada sem bebidas alcóolicas, em espírito de sacrifício, pelo EACRE". Birigui realizou uma corrente de orações, diariamente, durante 16 dias. J aú, que relacionou 580 missas com co· munhão e um número impressionante de terços- 741- destacouse também pela penitência: constam dias de jejum e, em particular, uma semana de jejum de doce ... fora uma novena de terços rezada às 3 horas da manhã! A penitência não foi privilégio de J aú, a maioria das cidades relacionou "sacrifícios" em meio ao oferecimento de missas, comunhões, orações diversas. Vieram relacionados Pai-Nossos, Ave-Marias, Salve Rainhas e até Credos sem contar jaculatórias. Além dos terços individuais (os 741 de Jaú, 212 em São Carlos, 157 em Dois Córregos e 111 em Batatais - fora todos os que vieram relacionados apenas com a menção "diversos"), houve muitos terços em equipe: 22 em Rinópolis, 14 em Araçatuba e em Batatais, "diversos" em Bauru e Dois Córregos; e também alguns em família: Brotas, Penápolis, São Carlos. Quanto à vigília, tudo muito bem organizado - escala, horário, texto para a vigília e texto para a recitação em comum do terço na vigília. Deste texto, constava, para cada mistério: apresen-29-


tr.ção, leitura de um trecho da escritura, orações, preces comunitárias e canto. Com tanto esforço, Deus ouviu as orações e nisto certamente residiu o segredo do sucesso do EACRE! Hospitalidade

Eis o que encontramos no Boletim de Bauru, ainda a respeito do EACRE de São Carlos: "Contactar e acolher com o coração fraterno, quando se lhes oferecer oportunidq,de, os casais de outras equipes. (Estatutos ou Carta das Equipes de Nossa Senhora). A hospitalidade é uma forma da missão apostólica do lar muito recomendada pelo nosso Movimento e que nos cabe realizar generosamente. Tivemos a oportunidade de experimentar este apostolado levado a extremos pelos nossos irmãos de São Carlos, por ocasião do EACRE. O carinho e a atenção que dispensaram aos casais que lá estiveram foi fora do comum. O contato já começou vários dias antes, por correspondência, e também, um pouco mais próximo, por telefonemas nos quais, não só mostravam a alegria da expectativa, como também a disponibilidade para resolver qualquer problema, caso precisássemos. E ao chegarmos lá, então? Parecia que abraçávamos irmãos queridos, ligados por um amor antigo, vivendo a alegria de um reencontro. Em suas casas, nos ofereceram o melhor: seus próprios aposentos, e com a felicidade de servir estampada em seus rostos. Na cama, esperava-nos uma cartinha comovente de boas vindas e um botão de rosa. Foram magníficos. Pensaram em tudo e realizaram mais ainda. Pudemos sentir na íntegra o que São João nos diz: "Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor atinge em nós a sua plenitude". (1 Jo. 4, 12 b) Além de tudo de bom que tivemos no EACRE, com o acolhimento tão cheio de amor que nos proporcionaram, vivemos o amor de Deus em toda a sua plenitude, através dos irmãos queridos de São Carlos. Foram dois dias que nos mostraram que podemos começar o paraiso aqui na terra. Obrigado, Senhor, por esses maravilhosos irmãos sancarlenses!" -30-


JAO -

Saída e chegada do EACRE

Na partida dos novos Casais Responsáveis para São Carlos, às 5h30 de uma manhã gelada, estava um casal de cada equipe escalado para acompanhar seu novo responsável até o ônibus. Na hora da saída do ônibus, os casais cantaram a Valsa da despedida. Na volta, a praça da Matriz ficou lotada de equipistas com seus fiihos, aguardando a chegada do ônibus. Com palmas e cantos, cantando "A barca", cada casal era recebido com um botão de rosa e uma mensagem. Durante o desembarque, um coro de jovens, dirigido por 2 casais equipistas, cantavam cânticos religiosos ao som do violão. A programação toda correu por conta das equipes 12 e 17. MARILIA -

Vigílias

O Setor realiza todo mês uma vigília de orações, a cargo de uma das equipes. O tema da de julho foi "O desemprego e a família". A equipe 14, encarregada da vigília, justifica a escolha: "Levando-se em conta a atual situação econômica do país e o problema do desemprego, que só no setor de auto peças, no primeiro semestre, atingiu 30 mil empregados, a equipe 14 achou por bem unir nossas orações para que haja mais justiça na resolução dos problemas sócio-econômicos e para que as milhares de famílias desempregadas não sejam tomadas pelo desespero". DRACENA -

Retiro

As três equipes de Dracena recolheram-se em retiro com o Frei José Leonel Vieira, vindo especialmente de São Paulo para apresentar aos casais o tema "Os novos valores do matrimónio". Cada casal equipista levou como convidado um casal engajado em outro movimento. GRANDE ABC -

Festa junlna

Com o propósito de arrecadar fundos para fazer frente às suas despesas e cooperar com os irmãos equipistas em caso de doença, desemprego, etc., o Setor resolveu promover uma festa junina. Cada equipe ficou encarregada de uma barraca, o convite foi redigido à maneira caipira, o traje devia ser obrigatoriamente a caráter, etc. -31-


A PALAVRA DO SENHOR

TEXTO DE MEDITAÇAO- Deut. 30, 10-14

O Senhor se comprazerá de novo em fazer-te feliz, como se comprazia no tempo dos teus pais; contanto que obedeças à voz do Senhor, teu Deus, observando seus mandamentos e seus preceitos, escritos neste livro da lei, e que voltes para o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma. A palavra que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora do teu alcance. Ela não está nos céus, para que digas: Quem subirá ao céu para no-la buscar e no-la fazer ouvir, para que a observemos? Não está tampouco do outro lado do mar, para que digas: Quem atravessará o mar para no-la buscar e no-la fazer ouvir, para que a observemos? Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração e tu a podes cumprir. ORAÇAO -

-

Salmo 118,

Senhor, Vós sois minha esperança desde a juventude.

eterna, Senhor, vossa palavra, imutável no céu.

É

Vossa fidelidade se estende de geração em geração, perdura como a terra que fundastes. Por vossos decretos tudo agora existe, porque todas as coisas vos servem. Não fora vossa lei minhas delícias, já teria perecido na miséria. Jamais esquecerei vossos preceitos, porque por eles Vós me dais a vida. Sou vosso, salvai-me! Eu busco vossos preceitos. Espreitam-me os pecadores para .me perder, mas eu compreendo a vossa aliança. Vi que há um termo em toda perfeição: vossas ordens, porém, são infinitas! Senhor, Vós sois minha esperança desde a juventude. -32-



EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

R e visão , Publlcação e Distribuiçã o pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA ul050 -

Rua Joá o Adolfo , 118 - 99 - conj. 901 SAO PAULO, SP

Tel.: 34-8833


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