ENS - Carta Mensal 1980-7 - Outubro

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1980 Outubro

Força lransformadora . . Que as famílias sigam Cristo! .

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A ECIR conversa com vocês . . . . . . .

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Missão nos Andes

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Prece a Maria . . .

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A inspiração evangélica do Rosário . . . . . . . . . .

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Um pouco da história do povo da Bíblia (li) . . .

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Carta à minha filha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Porque estou nas Equipes de Nossa Senhora? . . .

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Quando se escolhe a vida

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Família e televisão ..... .

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EACRE em Belém do Pará

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As E.N.S. em Fortaleza EACRE em Manaus

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Notí cias dos Setores

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ORAÇÃO PELO SINODO

ó Deus, do qual provém todJ a p3tern!d3de, nos céus como na terra, Vós, Pai, que sois Amor e Vida, pelo Vosso Filho Jesus Cristo, "nascido de uma Mulher", e pelo Espírito Santo, lúnte da caridade divina, f ~zei que, na !erra inteira . csd3 fa mília human; se torne um verdadeiro santuário da vid3 e do amor, para as gerações que incessantemente se reno vam. Fazei que a Vossa graça oriente sempre os pensamentos e as ações dos esposos para o maior bem de suas famíli as, de todas as famílias do mundo. Fazei que as novas gerações encontrem na família um apoio sólido, que as !orne sempre mais humanas e as faça crescer nl verdade e no amor. Faz~ i aue o amor, COI\Solid ado pela graça de sJcramento do matrimônio, seja sempre mais !orle do que todas as fraquez as, mais forte do que tod as as crises que, por vezes, se verif icam nas nossas famílias .

Fazei, enfim - nós vo-lo pedimos, por intercessão da Sagr ad a Família de Nazaré que em todas as nações da terra a Igreja possa realizar com fruto a sua missão, na família e pela fam ília. Vós, ó Pai, que sois a Vid a, a Verdade e o Amor, na unidade do Filho e do Espírito Santo. Amém!

JOÃO PAULO 11


EDITORIAL

FORÇA TRANSFORMADORA

Fala-se muito hoje em dia do Espírito Santo, de sua ação sobre os homens, de suas manifestações e de seus dons. Há por assim dizer uma nova descoberta do Espírito de Deus. Descoberta essa, em alguns casos até, levada a um certo exagero. Se, contudo, seguirmos a história do Povo de Deus, poderemos verificar que o que é realmente importante é a ação do Espírito Santo dentro dos grandes planos de Deus em favor da humanidade. Ele desce sobre as pessoas, torna-se o Deus da nossa vida interior, o artista que nos forma conforme o o modelo do homem perfeito, Jesus. É o dom do Pai e do Filho, que, aceito por nós na fé, se torna uma força de conversão da nossa própria vida, para depois se extrapolar para o serviço da Igreja e do mundo. Ele nos transforma em verdadeiros profetas, que, atendendo ao seu chamado, falam em nome do Senhor. O Espírito Santo está realmente sobre nós como força santificante. Ele hab:ta em nós. Sua presença significa que o Deus-Amor está presente em nós, que a força divina que é o Amor está presente em nós. O cristão deve ser um homem animado pelo Espírito Santo, pois Ele é o princípio de nossa fé (1 Cor. 12, 3), é o princípio de nossa esperança (Rom. 15, 13) e o princípio de nosso amor (Rom. 5, 5). É o princípio do dinamismo evangelizador e missionário, e isto significa at'vidade, força para o trabalho do Reino de Deus e para a missão de testemunhar. "O Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis força, sereis então minhas testemunhas." (At. 1, 8). O Espírito Santo nos conduz a evangelizar, ou seja, a levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade. A transformar a partir de dentro, a levar a uma mudança interior e tornar nova -1-


a própria humanidade. A modificar pela força do Evagelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e seu desígnio de salvação. Em uma palavra, evangelizar, em seu sentido mais abrangente. A disponibilidade ao Espírito Santo supõe, antes de tudo, estarmos atentos para receber, ouvir, ver as coisas com objetividade; estarmos prontos a renunciar a pontos de vista demasiado individuais e posições demasiado subjetivas; estarmos desarmados; desprendidos em relação a nós mesmos, para que o Espírito possa exprimir-se autenticamente através de nós; atentos para discernir o que é de Deus e o que vem do espírito do mundo. É o Espírito Santo que nos dá segurança. É o Espírito Santo que nos dá força para transformar 9 mundo.

Pe. Guilherme Warmenhoven, s.v.d. Conselheiro Espiritual do Setor D , São Paulo

O amor que temos por Deus, o amor que temos por Jesus Cristo deve obrigatoriamente ser acompanhado, seja. da contemplação, seja de uma imensa ternura pelos homens . Não acredito que possamos verdadeiramente penetrar no amor de Jesus além das primeiras etapas da sensibilidade e da afetividade sem sermos guiadGs pelo Espírito Santo, e esta ação do Espírito traduz-se seja por graças de contemplação, seja por graças de ternura, num dom admirável ao próximo. Parece-me que não podemos deixar de seguir um ou outro caminho: saberemos então o que é o amor do Senhor!

René Voillaume

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A PALAVRA DO PAPA

QUE AS FAMíLIAS SIGAM CRISTO!

Veneráveis Irmãos e queridos Filhos, Aproxima-se o Sínodo dos Bispos, que, a partir de 26 de setembro do corrente ano, irá debruçar-se sobre as tarefas da família cristã no mundo contemporâneo. É, pois, um pro-blema de capital importância, este que vai ser estudado pelo Sínodo. O meu Predecessor Paulo VI falou sobre o ministério da Igreja pelo que se refere à família na Encíclica Humanae Vitae (n. 39); e o último Concílio Ecumênico também se havia pronunciado sobre' este tema, recordando que a família é "o fundamento da sociedade" (Const. Gaudium et Spes, n . 52) ; e ainda que, dado ser ela ao mesmo tempo uma "igreja doméstica", garante a existência e o desenvolvimento de toda a Igreja: na família, de fato, "nascem novos cidadãos da sociedade humana, os quais se tornam filhos de Deus pela graça do Espírito Santo no Batismo, para perpetuar através dos tempos o Povo de Deus" (Const. Lumen Gentium, n. 11). Esta imagem divina da família, renovada e santificada por Jesus Cristo, na nossa época acha-se muitas vezes empobrecida, obscurecida e talvez mesmo profanada (cf. Const. Gaudium et Spes, n. 47). É necessário, pois, refletir novamente nas palavras de Jesus Cristo: "Ao princípio não foi assim" (Mt. 19, 8). É necessário que o Sínodo "torne manifesto o que quer dizer seguir Cristo na vida conjugal e familiar", como já tive ocasião de afirmar (cf. Discurso ao Conselho da Secretaria do Sínodo dos Bispos, 23 de fevereiro de 1980). Sim! É preciso que as famílias do nosso tempo recobrem seus valores! É preciso que elas sigam Cristo! O Sínodo deste ano é um acontecimento importante para a vida de toda a Igreja e para a sua missão. Se é certo que esta missão se exprime na evangelização (que constituiu, o tema do

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Sínodo de 1977), estas duas tarefas vitais da Igreja permanecem unidas por um liame fundamental à família. A missão da Igreja orienta-se no sentido da família, com o amor que o próprio Deus nela quis manifestar mediante o seu Filho; ao mesmo tempo, tal m1ssao realiza-se em grande parte na família e mediante a família. Tendo em consideração, portanto, a importância deste problema, é necessário acompanhar com uma solicitude particular e com uma oração universal os trabalhos do Sínodo dos Bispos deste ano. Por isso mesmo, quando daqui a pouco se iniciar o Sínodo dos Bispos, é necessário que a Igreja inteira participe nos seus trabalhos. É necessário que toda a Igreja, em certo sentido, se ache presente neste Sínodo: presente sobretudo com a oração e com o sacrifício. Peço, portanto, a todos os filhos da Igreja que 1'ezem e façam oferendas espirituais em favor do Sínodo, a fim de alcançar a luz e a força de Deus para os Padres Sinodais que irão reunir-se em assembléia. A família é uma célula da qual provém todas as vocações e os diversos estados de vida da Igreja. E estes, cada um segundo a maneira que lhe é própria, estão voltados ao serviço da família, conforme dizia o Sumo Pontífice Paulo VI dirigindo-se aos sacerdotes: "Vós sabeis, por uma longa e rica experiência, que o vosso celibato consagrado vos torna particularmente disponíveis para serdes junto dos lares, na sua caminhada para a santidade, as testemunhas ativas do amor do Senhor na Igreja" (Discurso às Equipes de Nossa. Senhora, 4 de maio de 1970). Na Igreja, efetivamente, conforme ensina o Apóstolo, nós "possuímos dons diferentes, consoante a graça que nos foi conc'e dida (Rom. 12, 6). E isso sucede porque nós "constituímos um só corpo em Cristo" (Rom. 12, 5). Convido-os a todos, por conseguinte, com o maior empenho, a rezar e a oferecer sacrifícios pelo Sínodo. Convido a aplicarem-se à oração e a oferecerem sacrifícios os doentes, de modo particular, uma vez que foram chamados pela Providência a par- · ticipar mais intimamente no sacrifício de Cristo. Quero dirigir idêntico convite também às pessoas das Ordens contemplativas, que Cristo chamou de modo muito especial para assumirem a solicitude pelos problemas da Igreja. Quereria, em seguida, exprimir uma palavra muito cordial de encorajamento às famílias. Importa que as "igrejas domésticas", quais são as famílias cristãs, a partir do dia 26 de setembro próximo, se tornem um lugar de oração fervorosa pelo Sínodo deste ano, tão "familiar" e tão orientado no Espírito Santo para as mesmas famílias, com uma solicitude e um amor particulares.

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Que os vossos filhos e as vossas filhas, tão amados pelo Coração do Senhor, alcancem dEle, para as vossas mesmas famílias e para as famílias do mundo inteiro, a Sua bênção. O dia principal de oração pelo Sínodo deste ano será o domingo que cai a 12 de outubro próximo. É meu desejo que neste dia se façam orações públicas em todas as dioceses, nas paróquias e nas igrejas, segundo as indicações dos respectivos Pastores. Que nesse dia, portanto, toda a Igreja e todas as famílias se unam numa oração comum. E para esse mesmo dia, convido desde já a virem a Roma, na medida das possibilidades, os representantes das famílias de toda a Igreja, a fim de poderem encontrar-se com o Sucessor de São Pedro e com os Padres do Sínodo e tornar assim manifesta a presença espiritual de todas as famílias da Igreja, unidas na fé e no amor. Confio à Sagrada Família de Nazaré todas as famílias; e dou-vos, de todo o coração, veneráveis Irmãos e queridos Filhos, pensando em particular em todos os lares, a minha bênção apostólica.

Rom a, 15 de agosto - Solenidade da Assunção de Nossa Senhora - do ano de 1980

JOAO PAULO, PP U

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A ECIR

CONVERSA COM VOCES

Caros amigos, Um tema monopoliza hoje nossa atenção. É que, ao ir esta Carta para o prelo, nos encontramos às vésperas do início do Sínodo dos Bispos, que irá debruçar-se sobre as tarefas da família cristã no mundo contemporâneo. É um acontecimento que nos diz respeito a tal ponto que João Paulo II, ao receber os casais super-regionais do Movimento, em setembro do ano passado, convidou-nos, não só a dedicar-lhe interesse e atenção, mas a contribuir para a sua preparação, tornando conhecidas, dentro das nossas comunidades diocesanas, as nossas reflexões sobre o assunto em pauta. Embora contingenciados pelo fator tempo, vários casais das Equipes participaram, a pedido da Comissão de Pastoral da C.N.B.B., da reflexão sobre o Documento Preparatório do Sínodo. (Pudemos tomar contato com alguma coisa dessas contribuições através dos extratos publicados na Carta Mensal de setembro). Agora esse interesse deve traduzir-se em oração. É preciso que cada casal equipista assuma o compromisso de, na sua oração diária, incluir uma intenção pelo Sínodo. Mas não podemos parar aí. É preciso que a própria família participe desse acontecimento. Nossas orações familiares deverão refletir o interesse e a atenção do casal, junto com seus filhos, por aqueles que estarão reunidos para tratar da Família. O dia específico para que a Igreja toda se una em oração é 12 de outubro. Entretanto, exortamos todos os nossos setores e coordenações a que promovam, de múltiplas formas, reuniões com o objetivo de se fazerem orações pelo Sínodo. Nós temos uma consciência muito nítida da delicadeza e importância do tema proposto para essa reunião dos Bispos de todo o mundo. A família cristã passa por tempos extremamente di-

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fíceis, sendo atingida das mais variadas maneiras, chegando mesmo alguns a questionar a validade de sua existência! Tudo isto ocasiona terríveis reflexos e as primeiras vítimas são os filhos. Então, se o trabalho é gigantesco, se humanamente é possível duvidar do êxito da empreitada, é hora de confiarmos nAquele que disse "sem mim, nada podeis fazer" (Jo. 15, 5). Encontramo-nos vivendo a 3.a orientação: "É o Espírito de vosso Pai que falará em vós" (Mt. 10, 20). É uma excelente ocasião de nos colocarmos em atitude de escuta e de súplica ao Espírito do Amor para que, com seus dons da sabedoria e do discernimento, inspire a todos aqueles que, representando as Igrejas locais, vão se reunir como Igreja universal, procurando discernir os desígnios de Deus nesses tempos difíceis para a instituição familiar. "O dom do Espírito é, na verdade, sem medida" (Jo. 3, 34). Terminando, e na linha do pensamento de João Paulo II, ousamos dizer: Queira Deus que saibamos participar agora para não nos arrependermos amanhã. A ECIR

• Penso em tudo o que há por fazer no campo da preparação ao casamento ... l'enso no esforço generoso e corajoso a fazer para criar na sociedade um ambiente propício à realização de um ideal familiar cristão ... Penso no atendimento a. dar a casais que, por variadas razões e circunstâncias, passam por momentos de crise ... Penso na contribuição que os cristãos, especialmente os leigos, podem oferecer para suscitar uma. política social sensível aos reclamos e valores familiares ... Penso enfim no incomensurável valor de uma espiritualidade conjugal, a aperfeiçoar constantemente, a promover a difundir ... JOAO PAULO ll (Homilia sobre a Família no Rio de Janeiro)

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MISSÃO NOS ANDES

Toda a Igreja é m1sswnana. A m1ssao faz parte de sua natureza. Uma Igreja que não evangeliza não está na verdade e não cumpre a sua missão. "Ai de mim, dizia São Paulo, se não evangelizar". O mesmo poderíamos dizer da família. A família deve ser evangelizada e evangelizadora. Por ocasião da IIP Conferência Geral dos Bispos Latino-Americanos, várias conferências episcopais insist;ram sobre o papel insubstituível da família como transmissora da fé. É na família que nasce a fé, que a fé se desenvolve, que se vive os seus aspectos mais fundamentais. Os primeiros educadores da fé são os pais. Pelo seu exemplo, suas atitudes, seus conselhos, seus ensinamentos, podem fazer mais que qualquer outra pessoa para educar na fé a criança e o adolescente. Se todo casal tem um papel educador na fé, se todo casal é missionário dentro e fora de seu lar, quanto mais um casal das Equipes de Nossa Senhora, que, pelo fato mesmo de pertencer ao Movimento, manifesta seu interesse pela esp:ritualidade conjugal e afirma que leva a sério seu cristianismo. É verdade que as Equipes de Nossa Senhora não são um movimento que tenha, como tal, uma organização apostólica específica e precisa: o movimento busca antes de mai s nada a formação e a vivência espiritual de seus membros. Mas é também verdade que esta espiritualidade deve conduzir naturalmente a uma ação apostólica no cotidiano da vida e a um compromisso efetivo segundo as circunstâncias da vida de cada casal. Escapar a um compromisso apostól' co, qualquer que seja a sua forma , poderia representar uma traição ao espírito do Movimento. [ É , infelizmente, o que acontece muitas vezes. Certos casais não se engajam no apostolado (organizado ou não) e não percebem que não se engajam. Ao contrário, o fato de pertencerem ao Movimento lhes dá a impressão de serem "bons cristãos", com a sutil tentação de vaidade que esta impressão pode conter e dissimular.

* * * Uma forma de compromisso apostólico, entre tantas, é a missão junto aos que não têm a possibilidade de receber uma formação profunda na fé. É o caso das famílias camponesas dos Andes Orientais. Só dificilmente a Igreja pode proporc' onar a adultos e crianças uma instrução catequética. As famílias separadas da paróquia por longas horas de viagem não podem receber uma educação na fé a não ser através da escola, esta, por sua vez, situada também a vários quilômetros de seu lar.

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Compreendendo sua m1ssao evangelizadora, três casais das Equipes de Nossa Senhora resolveram fazer uma missão com os camponeses de uma região afastada nos Andes Orientais. Escolheram como local uma modesta escola e pediram a colaboração de dois sacerdotes. A preparação espiritual foi séria: várias reuniões de estudo sobre os sacramentos do batismo, da penitência, da eucaristia e do matrimônio. Cada casal se encarregou de preparar uma exposição simples dirigida aos adultos e/ou às crianças. Foram utilizadas projeções como auxiliares pedagógicos. Não se descuidou da preparação material, principalmente nesta região longínqua onde se conta com recursos quase sempre escassos. Com muita generosidade, a equipe toda contribuiu para os gastos da viagem - duas barracas, a alimentação para a equipe missionária, dois almoços para 50 a 70 camponeses, etc. O que d izer da viagem em si? Foi uma aventura, por certo! Estradas bastante ruins, quinze horas de viagem, dois pneus furados, sem falar dos freios, que em determinada hora falharam! Isto pressupôs um mínimo de "espírito de cruz". Acaso se pode fazer uma missão sem sacrifício? Os camponeses receberam a mensagem com uma avidez maravilhosa. Entenderam-na muito bem. Isto se via em suas fisionomias. Os equipistas puderam comunicar o fruto de uma espiritualidade conjugal e familiar adquirida e vivida ao cabo de muitos anos de Movimento. Não foi pura teoria, mas sim vivência sincera; por isso, mais do que tudo, suas palavras foram entendidas e acolhidas. Os conferencistas não só deram, mas também receberam. Por exemplo, souberam que famílias inteiras haviam caminhado durante seis horas, atravessando um rio, para poder assistir à missão. Que um pai de família, que mal sabia ler, havia feito 14 perguntas e respostas e que seus dois filhos que se haviam preparado para a primeira comunhão tinham aprendido tudo de cor. Assim é que se comunica a fé! No encerramento da missão, seis crianças foram batizadas, três fizeram a primeira comunhão, entre elas uma menina de 14 anos, a maioria dos presentes se confessou. A melhor recompensa para os missionários foi ver a alegria dos camponeses e sua gratidão por terem podido receber a mensagem do Evangelho através dos missionários. Conclusão? Todo cristão deve ser missionário. Todo equipista deve ser apóstolo. O somos nós?

Pe. Pierre Primeau -9-


MES DAS MISSõES

PRECE A MARIA "ESTRELA DA EVANGELIZAÇÃO"

- Senhora, Vós dissestes sob o sopro do Espírito que as gerações vos chamariam bem-aventurada. Nós retomamos o canto das gerações passadas para que se não interrompa, e exaltamos em Vós o que de mais luminoso a humanidade ofereceu a Deus, a criatura humana na sua perfeição-, de novo criada em justiça e santidade, na beleza sem par que chamamos a "Imaculada" ou a "cheia de graça". - Mãe, Vós sois "a nova Eva". A Igreja de vosso Filho, consciente de que só com "homens novos" se pode evangelizar, isto é, levar a Boa Nova ao mundo para fazer uma "nova humanidade", vos suplica que, por vosso meio, não falte nela jamais a novidade do Evangelho, germe de santidade e de fecundidade. - Senhora, adoramos o Pai pelas prerrogativas que brilham em Vós, mas o adoramos também porque sois sempre para nós a "ancilla Domini", pequena criatura. Porque fostes capaz de dizer "fiat", Vos tornastes Esposa do Espírito Santo e Mãe do Filho de Deus. - Mãe, que apareceis nas páginas do Evangelho mostrando Cristo aos pastores e aos magos, fazei que cada evangelizador bispo, sacerdote, religioso, religiosa, pai ou mãe de família, jovem ou criança - seja possuído por Cristo para ser capaz de revelá-lo aos outros. - Senhora, escondida na multidão enquanto o vosso Filho realiza os sinais miraculosos do nascimento do Reino de Deus e que só falais para mandar fazer tudo o que Ele disser, ajudai os evangelizadores a pregar sempre, não a si próprios, mas a Jesus Cristo. -10-


- Mãe, envolvida pelo mistério de Vosso Filho, muitas vezes incapaz de entender, mas capaz de recolher tudo e meditar no coração, fazei que nós evangelizadores compreendamos sempre que para além das técnicas e estratégias, da preparação e dos planos, evangelizar é mergulhar no mistério de Cristo e tentar comunicar algo dele aos irmãos. - Senhora da humildade na verdade, que nos ensinastes em cântico profético que "Deus sempre exalta os humildes", ajudai sempre os "simples e os pobres", que vos procuram com sua religiosidade popular; ajudai os pastores a conduzi-los à luz da verdade e a serem fortes e compreensivos ao mesmo tempo, quando devem banir elementos degenerados e purificar manifestações de piedade do povo. - Mãe, pedimos por vossa intercessão, como os discípulos no Cenáculo, uma contínua assistência e um doce acolhimento do Espírito Santo na Igreja: para que os que procuram a verdade de Deus e para os que devem servi-la e vivê-Ia. Que seja sempre Cristo "a luz do mundo"; e que o mundo nos reconheça seus cliscípulos, porque permanecemos na sua Palavra e conhecemos a verdade que nos faz livres, com a liberdade dos filhos de Deus. Assim seja! JOÃO PAULO 11 (Belém do Pará, 8-7-80)

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A INSPIRAÇÃO EVANGÉLICA DO ROSARIO

Quais as raízes históricas do Rosário? Ninguém o sabe ao certo. Uma tradição muito antiga atribui suas origens a São Domingos de Gusmão, o fundador da Ordem dos Frades Pregadores. Com segurança, entretanto, podemos afirmar que o Rosário surgiu da vivência do povo cristão em face dos Santos Evangelhos. Nas longas pregações que fazia em terras dominadas pelos hereges albigenses, São Domingos costumava interromper as prédicas para que o povo rezasse e assim assimilasse o conteúdo da sua palavra. Sabe-se também que, nos primórdios da Idade Média, os humildes, os analfabetos acompanhavam o ofício divino rezado pelos clérigos e monges recitando o que chamavam o "Saltério da Santíssima Virgem", que constava da repetição de 150 Pai Nosso e A v e Maria, número correspondente aos Salmos bíblicos. Enquanto os lábios repetiam como numa ladainha estas orações, inspiradas no Evangelho, o povo tinha o pensamento voltado para os mistérios de Jesus, o Verbo de Deus que, ao inserir-se misericordiosamente na pobreza da condição humana, operou a Redenção. Na estrutura atual, o Rosário apresenta, numa sucessão harmoniosa, os principais acontecimentos salvíficos da Redenção, que se realizaram no Cristo, desde a concepção virginal, passando pela infância, até os momentos culminantes da Páscoa, até aos efeitos sobre a Igreja nascente, no dia de Pentecostes, e sobre a Virgem Maria em seus Mistérios da Assunção e Coroação gloriosa. É uma oração ao mesmo tempo vocal e contemplativa. Como disse Paulo VI, a repetição em forma de ladainha da Ave Maria -12-


"é a urdidura sobre a qual se desenrola a contemplação dos· mistério·s". No Rosário, a contemplação dos mistérios da vida e dos gestos do Senhor Jesus se faz com os olhos e o coração da Virgem, aquela que acompanhou mais de perto o Salvador, repassando seus atos e suas palavras constantemente em seu íntimo. Oração contemplativa, possui o Rosário ainda a característica de uma pedagogia ordenada e gradual, divina na sua inspiração. Assim foram educados os israelitas no deserto; assim foram educados os apóstolos e os primeiros cristãos. Enquanto a mente se ocupa com as coisas do alto num clima de oração, o espírito e a vida se impregnam com o Evangelho. E finalmente, para completar, salientemos que não só o conteúdo mas as próprias orações recitadas no Rosário: o Pai Nosso, a Ave Maria e até mesmo o Glória ao Pai, pertencem às mais cristalinas fontes evangélicas.

Frei Alano Porto de Menezes, o.p .

"Hão de chamar-me bem-aventurada todas as gerações" disse Maria no seu cântico profético . "Bendita sois entre as mulheres e bendito o fruto do vosso ventre" lhe respondem em eco ao longo dos tempos povos de todas as latitudes, raças e línguas .. . JOÃO PAULO 11

(Belém do Pará, 8-7-80)

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UM POUCO DA HISTóRIA DO POVO DA BIBLIA

Continuamos a publicação iniciada em setembro. autora:

Dizia a

Para melhor entendermos a mensagem de Deus através do povo escolhido, podemos dividir a sua história em quatro períodos: época patriarcal; época mosaica; época dos reis; época após o exílio.

Época patriarcal No segundo milênio antes de Cristo, a Mesopotâmia era o centro de uma civilização florescente e, em volta de seus grandes centros urbanos, viviam tribos nômades, que moravam em tendas. Não sendo donos das terras, abandonavam uma reg ião assim que ela deixasse de lhes fornecer bom pasto para os rebanhos e alimentos para sua gente . Cada grupo de famílias era governado por um patriarca, o mais velho e experiente, a quem todos obedeciam. A agitada história da Mesopotâmia, constantemente dominada por povos diversos, alguns dos quais violentos e cruéis, tornava muito tensa a vida daqueles pastores, que não tinham nem mesmo liberdade religiosa: à chegada de novo invasor, eram obrigados a cultuar seus deuses. Eles emigravam freqüentemente: do golfo Pérsico, subiam à Síria e, de lá, desciam para a Palestina e o Egito. É nesse contexto, pelo ano de 1700 A.C., talvez ao tempo de Hamurabi, rei da Babilônia, que Deus se revela a Abraão: "Sai de tua terra, da tua pátria e da casa do teu pai e vai para a região que eu te mostrarei." (Gên. 12, 1). Abraão deixa Ur, com sua mulher Sara, seu sobrinho Lot e todos os seus haveres, e se põe em marcha para a terra de Canaã. De etapa em etapa, de acampamento em acampamento, Abraão chega a Harã, na atual Síria. De lá, vai à Palestina, entra no Egito e volta à Palestina, à cidade de Hebron, onde morreu.

Seu povo passou a ser chamado "hebreu", do termo "ibri": aquele de além: rio - o rio Eufrates. -14-


Abraão foi pai de Isaac e, este, dos gêmeos Esaú e Jacó. Jacó passou a ser chamado Israel, que quer d:zer "homem forte", e seus doze filhos deram origem às doze tribos de Israel. Dentre seus filhos, Jacó tinha predileção por José, o que excitou a inveja dos irmãos, que o venderam a cameleiros a caminho do Egito contando ao pai que o irmão havia sido devorado por uma fera. No Eg.to, José, que interpretava sonhos, conseguiu explicar o do faraó - as 7 vacas gordas seriam 7 anos de fartura e as 7 magras, 7 anos de fome -, caindo assim em suas graças. De escravo que era, o filho de Jacó alcançou o alto cargo de primeiro-ministro. Quando a fome prevista atingiu a região de Canaã, os irmãos de José partiram para o Egito em busca de alimentos e deu-se o comovente reconhecimento dos irmãos por José, que os perdoou e os acolheu. Jacó, o velho pai, foi trazido de Canaã e instalado com todos os seus na região de Gessen, a leste do delta do rio Nilo. Época mosaica

No Egito, os hebreus foram pouco a pouco transformados em escravos e, passados 4 séculos, ao tempo da 19.a dinastia dos faraós, eram utilizados nos árduos trabalhos de construção dos palácios reais no Delta. Um faraó, preocupado com a presença daquele povo estranho à civ:lização egípcia, à sua religião idólatra, e que se tornava cada dia mais numeroso, ordenou que fossem mortos todos os filhos varões dos israelitas. Foi então que surgiu Moisés. Uma mulher da tribo de Levi, perdendo as esperanças de salvar seu filhinho, colocou-o num cesto devidamente calafetado e soltou-o no Nilo, entre os canaviais. Salvo pela filha do faraó , Moisés, embora fosse conhecida sua origem, foi educado na corte. Mesmo crescendo em ambientes egípcios, Moisés não podia deixar de ver a situação crítica de seus irmãos "e notou as opressões a que eram submetidos". Um dia, matou um egípcio que brigava com um israelita e viu-se obrigado a fugir para o deserto. E ali, no silêncio, a fé no Deus de seus antepassados reanimou-se. Deus se manifesta a ele e o encarrega da tarefa de guiar o seu povo de volta à liberdade: "Vi a aflição de meu povo no Egito. . . e de que modo é oprimido. . . agora vai, eu te envio -15-


faraó, para que tires do Egito os filhos de Israel, meu povo." (Ex. 4, 9-10).

élO

Os egípcios relutavam . em permitir a volta dos h ebreus à sua terra de origem, pois nãr,l queriam perder aquela considerável mão-de-obra escrava. Moisés valeu-se das pragas que assolavam o Egito e finalmente o faraó deixou que se fossem, arrependendo-se em seguida e enviando seus soldados para persegui-los. E o livro do ~xodo nos conta como a fé em Deus ajudou os israelitas: "E estendeu Moisés a mão sobre o mar e o Senhor, assoprando toda a noite um vento de leste, forte e ardente, o retirou e secou... E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar, a pé enxuto." (Ex . .14, 21-22). As crônicas bíblicas referiam-se a "jam-suph", que significa "mar de canas" e foi traduzido erroneamente por "Mar Vermelho". O chamado "mar de canas" ou "de palha" ou ainda "dos caniços" é provavelmente o t erreno pantanoso situado entre o golfo de Suez e o Mediterrâneo, cuja passagem tornava-se difícil e até impossível para as caravanas devido a fatores tais como a maré. O vento protegeu a retaguarda do povo de Deus, causando uma tempestade de areia que impediu o exército egípcio, já no encalço dos fugitivos, de alcançá-los. E os soldados que forçaram a passagem pelo "mar" . foram apanhados pela maré, que começou a subir, e afundaram-se nas águas pantanosas. Já estavam os israelitas há um mês no deserto quando acamparam aos pés do Monte Sinai. Moisés subiu ao monte para orar e, lá, Deus lhe revelou a sua Lei. Moisés retornou com as tábuas da lei, contendo os 10 mandamentos, e mandou que fossem guardadas na Arca da Aliança. Sem bússolas e sem meios de transporte, os israelitas passaram 40 anos acampando e caminhando pelo deserto. Quando a fome parecia aniquilá-los, foram providencialmente salvos pelos bandos de codornas provenientes da Europa e que costumam, no outono, sobrevoar o Mar Vermelho para hibernarem na Arábia, e pelo maná, provavelmente a substância adocicada, altamente nutritiva, produzida pela tamargueira em certas regiões do deserto. Estes e outros fatos foram sinais da proteção de Deus. A tentativa de libertação do povo hebreu foi bem sucedida porque Deus esteve constantemente ao seu lado. (continua)

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CARTA A MINHA FILHA

Minha querida. Ontem você completou 17 anos! E eu aproveitei a ocasião para fazer um balanço em nossas vidas durante esse tempo todo. Quando você se moveu pela primeira vez em meu ventre, senti um frêmito percorrer meu corpo e só então acreditei que outra vida vivia em mim. Passei a acalentar você, como se já tivesse nascido, e longas noites cantei murmúrios de amor para que você dormisse. Cobri as paredes de seu quarto com retratos de bebês sorridentes, para que você viesse linda; enchi de fitas e bordados as suas roupas todas; enchi meu coração de esperança. No meio da beleza, sonhei venturas. Imaginei a vida que teríamos; planejei o seu futuro todo. Esperei. E você nasceu. Forte como eu queria. Bela como eu sonhei. . . . e adormecida, como ninguém esperava ... Adormecida, por uns minutos apenas, minutos de desespero, de angústia, de pavor, até seu choro encher de risos a minha vida. Ah! - Poucos minutos de seu sono! Minha vida inteira de vigília. Poucos minutos, traumatismo de parto, simples não? Traumatismo de parto: ninguém tem culpa. Você não sabe o que é isto. Vive apenas o que isto é ... Poucos e preciosos minutos. E toda a esperança de nossas v~das morreu para sempre. Você só ergueu a cabecinha linda e loura quando os outros bebês engatinhavam. E você engatinhou quando todos andavam. E só ~ndou quando os outros iam à escola. E só foi à escola ... Oh! meu bem. Você não foi à escola. Nossa casa foi sua escola. Nossa casa foi seu mundo. Nele eu prendi você. Temerosa por você. Ciumenta por você. E, oh! Deus meu! Com vergonha de você. Longos anos eu errei assim, meu Deus. Isolei você do mundo exterior e fugi da realidade. Acreditava que você era a única em sua deficiência. E eu a única em minha dor. Amarrei você ao carro de minha tristeza, roubei longos anos de sua ventura, um dia me acordaram. -17-


Tarde sim, mas não demais. E me mostraram que você não era a única; que eu não era a única. Que não estávamos sós. Que hav:a no mundo compreensão, afeto e oportunidade para ambas. Que po-deríamos educar-nos; eu, aprendendo a ser forte - você, aprendendo a ser útil. Nosso mundo voltou a ser o mundo de todos. Libertei você de minha prisão, libertamo-nos. Percebi que também era mãe orgulhosa. Dizem-me "minha está em um bom colégio!" Declaro: "a minha filha está no melhor colégio do mundo". Falam-me: "minha filha formou-se este ano!" Retruco: "a minha já aprendeu a pregar botões". Informam-me: "minha garota vai debutar!" Alegro-me: "a minha aprendeu a quadrilha". Ninguém percebe com que vaidade eu falo de você. Ninguém sabe quanto vale cada conquista sua. Como é enorme o avanço entre uma e outra casa de botão; entre um "a" e um "b" mal rabiscados. Há, em outras crianças, alegres vitórias de cada dia. Você aquece meu coração, com retumbantes vitórias de cada ano! Por isso, quando você faz 17 anos, faço um balanço de nossas vidas. Chorei ontem de alegria, enquanto você se lambuzava com glacê do bolo, enquanto apagava suas velinhas. Entre lágrimas senti o que devo a você, filhinha. Devo em amor, que não foi tanto, em paciência que faltou. Na conquista, lenta demais, da humildade. Na vitória muito esperada da resignação. No prêmio final da renúncia, que ainda me falta. Filha, você jamais foi pesada para mim. Jamais por sua causa tive dores, nem decepções Porque sei que você veio a mim como um re.cado de D eus. Demorei um pouco para entender a linguagem dEle. Mas agora ouço nit'damente e sei que Ele disse alguma co ·sa a respeito da gente tornar-se criança para entrar no reino dos Céus. Por isso fez você criança a vida inteira. Obrigada, filha querida, por ser criança. Obrigada a Deus por você ser assim.

De sua mãe, com todo o amor (Da mãe de uma aluna da AP AE de São José do Rio Preto - SP)

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POR QUE ESTOU NAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA?

Lendo a Carta Mensal de junho julho-80, ao nos depararmos com a frase, na pág. 5, "Não temos o direito de guardar para nós as riquezas descobertas: devemos compartilhá-las com outros ca· sais e ajudá-los a sair do nível onde se encontram", ocorreu-nos reler algumas Cartas Mensais de 79 e 80, e procurar descobrir o principal enfoque apostólico que essas Cartas Mensais nos apresentam. Mas, antes, fizemo-nos a pergunta: Será que os equipistas lêem as CM com a atenção que elas merecem? Ou lemos apenas por um desencargo estatutário, com aquela sensação de estarmos cumprindo uma obrigação, para na partilha apormos um "sim"? De qualquer forma, decidimos não escrever, mas apenas copiar alguns tópicos que merecem ser relidos, sobre o apostolado da família. Da Carta Mensal de novembro de 1979 - pág. 2, e Carta Mensal de maio de 1980, pág. 6: "Desejo que façais beneficiar das vossas convicções e da vossa experiência a Pastoral Familiar da Igreja" (João Paulo II). CM de maio 80 - pág. 4: "Que as ENS façam o apostolado da família pela família. Nada mais se lhes pede. E não é pouco. É um campo imenso" (Dom Penido). CM de junho-julho 80 - págs. 4 e 5: "Por terem recebido muito, as Equipes devem tornar-se cada vez mais missionárias . .. " ". . . uma Equipe que vive verdadeiramente não pode deixar de ser missionária" (Marie d'Amonville). CM de junho-julho 79 - pag. 6: "Sereis minhas testemunhas" ... 'Sereis'. 'Quer o queiramos, quer não, somos suas testemunhas, pois, como cristãos, afirmamos que Cristo ve-io ao mundo". CM de outubro 79 - pág. 2: "Os apóstolos souberam cum· prir a ordem do Senhor: - Ide por todo o mundo e anunciai o -19-


Evangelho a toda a criatura (Me. 16, 15). O passado de nossa fé

é, pois, a história de uma grande fidelidade à missão". "De cidade em cidade, de coração a coração, o Evangelho chegou até aqui. Ele continua sendo a promessa de Deus para a cidade. Promessa que vai sendo realidade na medida em que encontrar em nós coração e mãos disponíveis para assumir a herança da, fidelidade missionária que nossos pais e irmãos na fé nos deixaram". E nós reclamamos da falta de padres! E rezamos muito pedindo a Deus que desperte muitas vocações sacerdotais? CM de abril 79 - pág. 16: "Será que rezamos o suficiente? Será que pedimos mesmo, insistentemente, ao Senhor da messe que envie operários e oferecemos, dia após dia, nossos filhos para serem esses operários? ... Demos realmente aos nossos filhos, desde pequenos, o costume de procurarem a Deus e servirem aos irmãos?". CM de abril 80 - pág. 22: "Ficaremos rezando para que seja a· filho do outro?... E rezemos também para que Deus escolha dentro de nossos laTes, dos lares equipistas . . . dentro do nosso próprio lar, elementos que possam ser seus ministros". CM de março 80 - pág. 8: "Caberá às ENS da América Latina aprofundar Puebla. Não só para estudar, mas para se inserirem na caminhada de renovação e atualização da Pastoral da Família". CM de junho-julho de 80 - pág. 33: "Quão engajados estamos na ação pastoral de nossa Diocese ou de nossa Paróquia? Quanto conhecemos dos documentos atuais da Igreja pós-conciliar, que tanto exortam à ação evangelizadora da família?". CM de março 79 - pág. 2: "Então, se daqui a algum tempo nadC1J de extraordinário tiver ocorrido na sua vida, é o caso de se perguntar com sinceridade: "POR QUE ESTOU NAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA?"

W eide e Francisco Equipe 4 de Bauru

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OBJETO NÃO! ...

QUANDO SE ESCOLHE A VIDA

Uma moça de vinte e quatro anos conta a sua experiência.

"Saí de casa muito jovem, por não suportar um ambiente que me parecia muito ríg"do. Encontrei logo trabalho na cidade, em uma casa comercial. Frequentei grupos de jovens que viviam com muita liberdade e sentia-me bem na companhia de algumas garotas de idéias feministas. Éramos to<las a favor do aborto. Sobre este problema eu tinha idéias bem claras. Estava convencida de que, se acontecesse comigo, não teria dificuldade em me desfazer de um filho. Porém, quando de fato "aconteceu", fiquei transtornada. Agora que podia ser coerente com minhas teorias, já não me pareciam ser tão convincentes. "O feto não é um homem ... ". "Os homens se matam aos milhões nas guerras e depois se uma mulher não aceita um filho é condenada severamente ... ". Eram palavras que eu tinha proferido tantas vezes; mas agora que devia aplicá-las a mim, a um filho meu, não tinham mais o mesmo significado. Percebia uma coisa: se queria livrar-me desta "pequena parte de mim", podia fazê-lo, mas não podia enganar a mim mesma. Não era como tirar uma verruga. Na realidade não é daquilo que estava em mim naquele momento que queria me livrar, mas da pessoa que viria depois. E isto era muito diferente. Freqüentemente afirmava que a vida é enfadonha, que não valia a pena ter vindo ao mundo; porém eu tinha vida, estava no mundo, minha mãe tinha escolhido a vida para mim (mesmo sendo a sexta filha), não a morte. Agora era eu que deveria decidir pela criatura que se estava formando em mim.

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Resolvi aceitar o filho. A maior parte das minhas amigas não me entendeu. Algumas até escarneceram de mim, outras disseram simplesmente: "faça como quiser". Mas nenhuma delas foi capaz (ou teve o desejo) de me ajudar. O pai da criança simplesmente sumiu. Voltar para casa era impossível. Sentia-me só. Mas as dificuldades, em vez de me desencorajarem, faziam crescer em mim uma espécie de raiva, uma vontade sempre mais decidida de fazer com que meu filho vivesse, justamente porque ninguém o queria, porque somente eu defendia sua vida, num mundo indiferente e até mesmo hostil. Mas depois tive a sorte de encontrar uma família (amigos de uma prima minha) que me recebeu em casa, que me deu toda a hospitalidade e compreensão. Para eles é natural, lógico, que eu queira o meu filho. Não é um fato estranho, pois são cristãos. Até pouco tempo atrás eu os enquadraria naquela categoria de pessoas consideradas por mim como os mais fechados inimigos de todo progresso e de toda liberdade. Mas são diferentes daquilo que imaginava (e de outros que t inha conhecido). Não fazem sermões, nem me julgam. Aceitam-me e parece até que apreciam certos aspectos do meu caráter e (difícil acreditar) que estão afeiçoados a mim. Durante estes meses de gravidez, começo a entender muitas coisas: todos nós tendemos a uma liberdade maior, a nos realizarmos plenamente. Mas eu tinha caído em um grande equívoco. Eu jamais tinha sido livre; tinha contribuído, isto sim, para que os rapazes fossem livres para se aproveitarem de mim e deixar todas as responsabilidades decorrentes por minha conta... Com isso não me tornara mais mulher, nem eles mais homens. Agora entendo que o amor é uma outra coisa. O casal que me hospeda, eles é que se amam. Não perdem tempo em denguices, sentem-se bem estando juntos, se escutam, se estimam, se respeitam, têm confiança um no qutro. Não me parece que, em seu relacionamento, ela se sinta diminuída. Pelo contrário, é a primeira mulher que vejo ser tratada como pessoa e não como objeto. Sinto que, no final das contas, um amor assim também eu gostaria de ter". (Da Revista "Cidade Nova")

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FAMÍLIA

E

TELEVISÃO

Sou advogado militante. Um dos juízes da Comarca chamou-me em seu gabinete, para conversarmos. Entre os assuntos abordados: a televisão. Disse-me que gostou profundamente da homilia proferida pelo Padre Zacaron (C. Espiritual da Equipe n. 0 13) na missa das 8:30 horas na Catedral. Pe. Zacaron havia solicitado aos fié 's que não ligassem a TV pelo menos um dia na semana para que a família pudesse conversar e rezar, ao mesmo tempo numa forma de protesto cc.ntra a TV pelas novelas e programas altamente prejudiciais à Família. Empolguei-me com o modo de encarar as coisas do ilustríssimo Juiz, pois a Família é nossa preocupação primeira: Somos um movimento de espiritualidade conjugal e familiar! E é certo que a televisão tem ajudado a desintegrar a família. A massificação que a TV nos traz faz com que os mais fracos mudem radicalmente de comportamento, e para pior. . . As novelas, com seu eterno jogo de amor triangular, transmitem ao subconsciente a idéia de que é boa a troca de valores certos, provados, por novidades, modernidades, falsidades. E passa-se a viver na vida real o que outros imaginaram para ser encenado num vídeo, uma vida estllizada, completamente diversa da realidade. Quantos problemas não vivemos em casa por causa da violência vista? Quantos matrimônios não estão em perigo devido ao incentivo do divórcio e ao-s arroubos mais mostrados nos teleteatros como "Malu Mulher" e novelas? Infelizmente, a TV destruiu valores do passado sem criar outros para o presente. Em vez de unir a família, informar, formar, ela desnorteia. Deixou o homem de lado e colocou em seu lugar o dinheiro, o barulho, a libertinagem, o poder. Caríssimos irmãos equipistas, nós nos revoltamos, e justamente, com a violênc;a e liberalização desenfreada dos costumes em nosso meio. Tudo iso se relaciona com a visão materialista, através da corrupção dos costumes, da exaltação de uma existência onde falecem os princípios religiosos. As nossas esposas e filhas um pedido: não percam tempo com as novelas. No horário delas, desliguem suas televisões, reunam todos em casa e redescubram o Terço ...

MargaridClJ e Agostinho Equipe 2 de Juiz de Fora

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EACRE EM BEL~M DO PARA

Estiveram em Belém, de 25 a 30 de julho, Mary-Nize e Sér-

gio, Casal Regional, acompanhados de Maria Luiza e João, Responsáveis pelo Setor C do Rio de Janeiro, e Lour des e Mário, responsáveis pela informação e expansão no mesmo Setor. Participaram do mini-EACRE com os casais de Belém. Tomaram parte no Encontro 12 casais de Belém e 3 Conselheiros Espirituais: Mons. Geraldo Menezes, Conselheiro das Equipes 2 e 5 e da Coordenação - agora Setor - , P e. Luc;ano Brambilla, Conselheiro da Equipe 1, e Pe. Marini, Conselheiro da Equipe 3. Ao lado das orações, das celebrações litúrgicas, as palestras proferidas por Mary-Nize e Sérgio foram altamente motivadoras. Versaram sobre: a terceira orientação (Sérgio), os meios de aperfeiçoamento (Mary-Nize e Sérgio), o papel do Casal Responsável de equipe (Mary-Nize). Os casais que iam assumir como novos responsáveis, falando depois sobre como se sentem face à responsabilidade de conduzir a equipe, disseram que tudo ficou parecendo mais fácil depois dessas palestras. Os outros dois casais do Rio fizeram ótimos painéis: o papel do casal de informação e a responsabilidade do equipist a na di'fusão do Movimento (Lourdes e Mário), constituição e tarefa de um Setor dentro do Movimento (Maria Luiza e João) . O local onde foi realizado o Encontro, o Colégio das Irmãs Angélicas, calmo e tranquilo, propiciou um clima bem favorável aos trabalhos. A presença alegre e fraterna dos irmãos mais velhos no Movimento foi motivo de estímulo para todos. A solenidade de instalação do Setor, na celebração litúrgica de encerramento do EACRE, contribuiu para reforçar ainda mais o entusiasmo e a certeza de que o Movimento em Belém só tende a crescer e a se difundir mais e mais nesse Norte distante, mas nem por isso menos entusiasta, e plenamente cônscio da tarefa que lhe cabe. -24-


AS EQUIPES DE NOSSA SENHORA EM FORTALEZA

Nossa ida este ano a Manaus e a Belém, com a finalidade de levar o EACRE aos nossos irmãos do norte, foi precedida de uma permanência inesquecível na Capital do Ceará: o motivo dessa visita também ao nordeste era o lançamento do nosso Movimento em Fortaleza. Desde que Glória e Alencar sairam de Manaus para residir em Fortaleza, a certeza de que algum dia as E.N.S. por lá chegariam começou a tomar forma. Assim, depois de um ano e meio de contatos, tivemos a oportunidade de concretizar o sonho, por todos acalentado, de levar ao nordeste as E.N.S. Há uma passagem no Evangelho que diz: "O Senhor os enviou dois a dois ... " (Lc. 10, 1). Assim também conosco aconteceu ... Nossos irmãos aqui do Rio, Lourdes e Mário - Casal Responsável pela Expansão do Setor C -, e Maria Luiza e João Casal Responsável pelo Setor C, iriam a Fortaleza gozar as suas férias e se prontificaram a trabalhar conosco, hábito este que já nos une por muito tempo. No início do mês de julho, Lourdes e Mário chegaram a Fortaleza com a missão de informar os casais de lá. Dias depois, foram Maria Luiza e João, levando a informação aos sacerdotes. Nós dois chegamos a seguir, para os acertos finais, reuniões preliminares e lançamento. No dia 15 de julho, foram oficialmente lançadas a Equipe n. 0 1 -Nossa Senhora da Assunção - e a Equipe n. 0 2 - Nossa Senhora Auxiliadora, cujos Conselheiros Espirituais são respectivamente Pe. Manuel Lemos de Amorim e Pe. Luiz Gonzaga Xavier de Lima. Para pilotá-las, Glória e Antonio Demóstenes Alencar de Araújo. -25-


A reumao de lançamento foi uma verdadeira reumao de equipe, muito participada, e contamos, na ocasião, com a presença de Libia e Alfredo e de Isa e Adelino, equipistas do Setor de Niterói que estavam em Fortaleza. Integrando uma das novas equipes estavam Magda e Manoel Antonio da Graça, equipistas em São Paulo, agora residentes em Fortaleza, que corriam a ingressar novamente nas E.N.S. Nosso grupo de equipistas veteranos deu o seu testemunho cheio de amor e entusiasmo pelo Movimento, o que levou os novos casais presentes e os Conselheiros a declararem que já se sentiam contagiados. Depois de 6 dias realmente inesquecíveis, deixamos Fortaleza cheios de esperança, pedindo à Virgem Maria a sua proteção para a consolidação e expansão das E.N.S. naquela linda capital e daí, quem sabe, para todo o nosso nordeste. Por mais esta grande graça, nós Te Louvamos, Senhor!

Mary Nize e Sérgio Casal Responsável Regional -

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Rio de Janeiro


EACRE EM MANAUS

Realizado nos dias 19 e 20 de julho, o EACRE de Manaus contou, como o de Belém, com a participação de Mary-Nize e Sérgio, Maria Luiz a e João e Maria de Lourdes e Mário, vindos especialmente do Rio. Participaram do EACRE 25 casais e 5 Conselheiros Espirituais. Relatam os equipistas de Manaus: "Os trabalhos eram iniciados com orações e encerrados com a Santa Missa, caracterizando a espiritualidade que todos viveram naqueles dias. As palestras proferidas pelos casais visitantes foram de extrema felicidade, tanto pela riqueza dos testemunhos de vivência cristã, como pelo elevado conhecimento dos temas abordados. Causou grande impacto o tema 'O Espírito do vosso Pai falará em vós', tratado com muita profundidade pelo Sérgio. O EACRE atingiu plenamente o objetivo a que se propunha, ou seja, fazer com que cada casal saísse daquele encontro com mais disposição e amor para ouvir o que Deus lhe fala e assim estar aberto e disponível para cumprir sua missão de cristão." Na tarde do dia 20, antes da missa de encerramento, a Coordenação de Manaus foi elevada a Setor. (O Setor conta com dois "casais reportagem", que já entraram em funcionamento, enviando-nos notícias.)

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NOTíCIAS DOS SETORES MANAUS -

Congresso do "Encontro do Diálogo"

Realizou-se em Manaus o Congresso Latino-Americano do "Encontro do D.álogo", reunindo representantes de 10 países da América Central e do Sul. Empenharam-se na preparação do Congresso e na recepção dos casais e sacerdotes os equipistas do Setor. Todos os que colaboraram disseram que foi uma experiência gratificante. E constataram que, dada a dinâmica que emprega, o movimento do "Encontro do diálogo" poderá ajudar bastante os casais de Manaus, inclusive os casais equipistas. -

Em defesa da vida

Unindo-se à campanha da Igreja na defesa pela vida, diversos casais das Equipes de Nossa Senhora estão divulgando, em movimentos e nos bairros, o que é o aborto, utilizando, para melhor ilustração, o audio-visual das Edições Paulinas. Pretende-se com isso despertar as pessoas para uma conscientização cristã e prepará-las para uma atitude de protesto pelo projeto que se pretende apresentar na Câmara Federal. Agradecemos a Maria Nazareth e Leonardo Kaneko a remessa das notícias acima.

BRUSQUE -

Retiro

Recebemos de Cesar Gevaerd um entusiasmado relato, do qual extraimos o seguinte:

"Se parares um pouco e olhares para dentro do teu coração poderás indagar: o que faço no sentido de evangelizar, de levar a pala,vra de Cristo, Suas mensagens e Seus testemunhos? Foi com esta colocação que apenas 15 casais dos 25 inscritos iniciaram o retiro promovido pelo Setor. A facilidade de expressão do Pe. Nicolau Kohler propiciou-nos uma auto-análise dos meses que nos separavam do último retiro - e vimos claramente o pouco que fizemos e o muito que há por fazer ... D:sse o Pe. Nicolau que o retiro é o oxigênio que recebemos para consolidar nossa vida espiritual mas, na verdade, facilmente consumimos o oxigênio recebido e ainda o tragamos sozinho, sem oferecer um pouco a alguém. . . Porque nosso comodismo é maior, não nos sacrificamos pelo outro. O trabalho miss' onário não tem uma conotação na nossa consciência cristã. Afinal, o -28-


que Cristo nos pede é que sejamos profetas e realizemos pelos irmãos o que Ele realizou por nós, até a morte. Sobre a oração, salientou o Pe. Nicolau a necessidade de co· nhecermos Cristo através dela. Cristão algum ora sem sentir que a oração preenche a lacuna existente em sua alma. Quando deixamos de orar, já não sabemos olhar para Cristo, porque a oração, que era a ponte que nos ligava a Ele, ruiu e não temos mais passagem. Esperamos que as orações que fizemos atinjam não só a nós e ao nosso lar, nossa "mini-Igreja", mas o de tantos que de há muito não têm mais Cristo consigo. Para esses voltemos nosso olhar e, abrindo nossos corações, comecemos a evangelizar!" SAO CARLOS -

Estudando o Papa

Excelente a idé'a do Setor: reproduziu em brochura duas homilias do Santo Padre, acrescentando-lhes perguntas, fazendo delas o tema de estudos para as reuniões de agosto e setembro. Em agosto, a catequese, em setembro, a família, como preparação para a Semana da Família. A título de sugestão, transcrevemos as perguntas.

Sobre a catequese: 1. Dessa homilia, quais os pontos que mais lhe chamaram a atenção? 2. Como vocês têm vivenciado a catequese em suas famílias? Como vêem a catequese em família de uma maneira geral? 3. Tem sido dado seu real valor à catequese paroquial? Temos consciência de como se tem procedido esta catequese? Somos portadores, junto às demais pessoas, da necessidade e da valorização desta catequese? 4. Quanto ao ensino religioso nas escolas: vocês têm consciência de como ele se vem desenvolvendo? De quais suas dificuldades e limitações? Têm perspectivas a propor para esse campo tão importante do anúncio da Boa Nova? 5. Que sugestões vocês poderiam dar para que o Setor pudesse atingir mais nossos filhos jovens, dentro de uma perspectiva de catequese? 6. O que vocês acham da contribuição dos meios de comunicação em relação à catequese? Há aqui algo em que poderíamos contribuir? 7. Você conhece o documento "Catechesi Tradendae"?

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Sobre a família: 1. Foi muito persistente a afirmação do Papa quanto à necessidade, à prioridade mesmo de uma Pastoral Familiar. Part indo disto, sentindo a necessidade de colaborarmos com essa Pastoral, pois somos um Movimento Familiar, quais os pontos que deveríamos ressaltar: -

em relação aos problemas, ameaças e dificuldades inerentes às famílias? em relação ao que podemos e devemos fazer, com muita consciência, pelas famílias, assegurando-lhes um futuro cristão e mais feliz?

2 . Qua:s os pontos sobre moral matrimonial que o Papa acentua em sua homilia? 3. Você tem conhecimento de que, em setembro-outubro., realizar-se-á o Sínodo dos Bispos, e que o tema abordado será a Família? -

Organização do Setor

Recebemos um livrinho azul, de capa dura, que contém, além da relação dos casais pertencentes ao Setor e à recém-criada Coordenação de Araraquara, a programação das atividades do Setor para o ano e o organograma do Setor. Organograma este que nos deixou impressionados, não só pelo número de departamentos, como pela subdivisão de tarefas. Do departamento de espiritualidade, por exemplo, constam: retiros, missa mensal, noites de oração, concurso bíblico, peregrinação, novena de Natal, tardes de formação, vigílias de oração, espiritualidade nos lazeres e canto (pensamos que "canto" significa "liturgia", mas o que vem a ser "espi.ritualidade nos lazeres"? estamos curiosos e esperamos que Maria e Carlos, em próxima correspondência, nos contem a respeito). O departamento social compreende: além de festa junina e jantar de fim de ano, encontro de confraternização, festa da primavera, esportes, dia das mães, dia dos pais e dia da criança! Há ainda uma equipe encarregada dos "casais auxiliares". Ainda temos o departamento de apostolado, que tem o curso de preparação para o casamento, a semana da família, equipinhas de 1. 0 grau e equipinhas de 2.0 grau (quanto a isto, também estamos "por fora": fariam o favor de mandar um artigo sobre as equipinhas em São Carlos?). E o depar tamento de divulgação, com: artigos para a Carta Mensal, entrega das Cartas Mensais, jornal e representação do Movimento das E.N.S. -30-


O incrível de tudo isto é que cada item tem um casal responsável e que só dois casais acumulam funções, que são correlatas, embora pertencendo a diferentes departamentos. São ao todo 26 casais envolvidos e três equipes inteiras - sem contar pilotos e ligações, tesoureiro e secretário, que são outros casais! Assim é que um bem organizado Setor consegue produzir tanto: inclusive excelentes artigos de um casal de cada equipe em todos os números do boletim ... ! JAO- Várias Recebemos de Vera e Hedair, Casal Secretário do Setor, com a promessa de nos enviar mensalmente notícias das equipes de lá, as seguintes notícias. Estávamos aguardando a segunda remessa, mas, como não chegou, aqui vai só a primeira!

Manhã de recolhimento - por ocasião da posse dos novos Casais Responsáveis. Compareceram 142 pessoas (64 casais e 14 avulsos). Antes da missa, o Cônego Pedro fez uma palestra: "O Espírito do Senhor está sobre mim". Todas as primeiras quintas-feiras do mês, re.aliza-se a missa do Setor. Também todo mês é realizada a Hora de Oração, com meditação pelo Cônego Pedro. E, nos últimos domingos de cada mês, tem lugar o "Encontro de Noivos". SAO PAULO/SETOR D - Boletim

Edith e João realizaram um sonho de há muito acalentado pelo pessoal do Setor D: nasceu o Boletim do Setor. Os dois primeiros números são muito bons. Diz a Mensagem do Setor do número II, entre outras coisas: "Agora, o Movimento nos sugere um aprimoramento; talvez um estágio mais elevado na evangelização, em que devemos melhor nos preparar para ser o templo do Espírito, abrindo-nos mais para que Ele possa entrar livremente - sem tocar campainha - e atuar em cada um de nós, renovando o Pentecostes que o mundo de hoje exige de todos os cristãos". VOLTOU PARA O PAI Luís Carlos Freire Da Equipe 7 de J aca'l'eí. Casado com Heloisa. No dia 17 de agosto, após curta enfermidade. Escrevem seus companheiros de equipe: "Ficamos chocados diante do fato, que nos pegou de surpresa. (' somente a fé pode nos dar conforto e aceitação. Sempre disposto a cooperar com todas as atividades do Movimento, o Luís.

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Carlos não sabia dizer não. Perdemos um companheiro querido, mas temos certeza que devolvemos a Deus um filho incansável e maravilhoso, um verdadeiro apóstolo". EQUIPES NOVAS Manaus

Equipe 9 - Na. Sra. da Paz - Casal Piloto: Ana Maria e João Bosco; Conselheiro Espiritual: Pe. João Gouger. Porto Alegre

Equipe 36 (Setor C) - Na. Sra. da Divina Providência Casal Piloto: Isabel e Gualter; Conselheiro Esp:ritual: Pe. Rômolo Mariani. Petrópolis

Equipe 20 - Na. Sra. de Nazaré - Casal Piloto: Heloisa e Dirceu; Conselheiro Espiritual: Pe. Antonio Stael. Rio de Janeiro

Equipe "nova" 4 (Setor A) - Casal Piloto: Crucita e ;Renato; Conselheiro Espiritual: Pe. Italo Saran. Equipe 63 (Setor D) - Na. Sra. da União - Casal Piloto: Regina e Cleber; Conselheiro Espiritual: Pe. Raimundo. RETIROS

Outubro- 17 a 19, em Santos, no CEFAS Pregador: Pe. Victor 24 a 26, em São Paulo, no Cenáculo Pregador: Pe. Virgílio Out.-Nov. Novembro -

31 a 2, em São José dos Campos, na Vila Betsaida Pregador: Pe. Ribeiro 7 a 9, em São Paulo, em Barueri Pregador: Pe. Francisco Saez Sandi

Inscrições: Par a Santos, com Eugênia e Aldino - 287-3825, em S .P. Para São Paulo; com Darcy e Geraldo - 67-9063 ou R osa Maria e R enat-o - 284-3178 Para São José, com Graciana e Cavalcanti - 21-9346 (DDD 0123)

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SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

At. 1, 7-9 , At. 4, 31

Disse-lhes Jesus: ''Não vos compete conhecer os tempos e os momentos que o Pai reservou a seu poder. Mas o Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis força. Sereis então minhas testemunhas em Jerusalém , em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra." Enquanto oravam, tremeu o lugar onde se achavam reunidos; todos ficaram repletos do Espírito Santo e puseram-se a anunciar a palavra de Deus com segurança.

Senhor, quero dizer ~empre SIM . quando tua voz me chamar para, mais uma vez, assumir a missão que me está reservada na construção do teu Reino. Quero estar disponível para realizar a tua vontade e não a minha, para seguir o teu caminho e não o meu, docilmente, pelo teu Espírito de Amor. Amém. Pe. Anderson Neder


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão , P ublica ção e D istribuição pela Se cretar ia das EQUIPES DE NOSSA S ENHORA 01050 -

Rua Jo ã o Ado lfo , 118 - 99 - conj. 901 S ÃO PAULO. SP

T e!.: 34-8833


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