ENS - Carta Mensal 1980-5 - Agosto

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N9 5

1980

Agosto

t: o Espírito que fal ará em vós A pastoral familiar, importante prioridade . . . .

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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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O Papa no Brasil: Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Vida de oração, sinal do primado de Deus . . . 12 Encontro transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 O sacerdote, um sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 A opção pelos pobres Apelos à solidariedade e à justiça . . . . . . 18 O jovem é atraído para o alto . . . . . . . . . . . . 22 A catequese na família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Servir num âmbito mais amplo . . . . . . . . . . . . . . . . 21 O EACRE do Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 O início d1s Eq'lipes de Jovens de Nossa Senhora em São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . 28 O EACRE em Marília C1tequese E.\CRE 80 -

. . . . . . . . . . . . . . . . 3) . . . . . . . . . . . . . 33

Taubaté

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Notícias dos Setores

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Texto de meditação e Oração

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Fazer com que a família na América Latina, tornada coesa pelo Sacramento do matrimônio, seja verdadeira igreja doméstica é uma tarefa urgente. A civilização do amor deve ser construída sobre a base insubstituível do lar .

• Certamente não é pouco o caminho que falta para percorrer na construção do Reino de Deus neste continente. Muitos são os obstáculos que se interpõem. Mas não há razão para a desesperança. Como prometeu, Cristo está conosco até o fim dos tempos, com sua graça, sua ajuda, seu poder infinito. A Igreja pela qual lutamos e sofremos é a sua Igreja, em que o Espírito Santo continua vivendo e derramando as maravilhas de seu amor. Fiéis às suas ·inspirações, sigamos adiante com renovado entusiasmo na tarefa de evangelizar todos os povos.

João Paulo 11 (Ao CELAM, no Rio de Jane iro, 2-7-80)

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EDITORIAL

É

O ESPíRITO QUE FALARA EM V6S

"Se o Espírito é a nossa vida, que o Espírito nos faça também agir" (Gal. 5, 25). Numa frase extremamente concisa (que muitas traduções apresentam mal, ou mesmo deformam), S. Paulo indica o papel do Espírito Santo na existência do cristão. Esse papel apresenta um duplo aspecto: é o Espírit o que faz viver, é o Espírito que faz agir. Durante longos meses refletimos sobre o desprendimento que de nós exige a tarefa evangélica para a qual Deus nos chama. Agora temos de ir mais longe e mais fundo. "É o Espírito do Vosso Pai que falará em Vós", dizia Jesus aos seus discípulos. Se não tomarmos consciência desta presença atuante, arriscamo-nos a ser apenas, na melhor das hipóteses, propagandistas zelosos. Para anunciar autenticamente a Boa Nova, é preciso deixar falar o Espírito: só Deus fala bem de Deus.

-o"O Espírito de Deus habita em vós", declara Paulo aos Romanos (Rom. 8, 9) num capítulo que é preciso ler por inteiro. Já tinha dito a mesma coisa aos Coríntios (1 Cor. 3, 16). Trata-se de uma presença interio1· e permanente. Na antiga economia da salvação, via-se o Espírito "cair" sobre um homem escolhido e · torná-lo assim capaz de profetizar, de falar em nome de Deus. Na nova economia, a promessa feita pela boca de Joel acha-se cumprida; é sobre toda carne, sobre todo homem e toda mulher que Deus derrama o seu Espírito: "Os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão" (J oel 3, 1-2).

Presença permanente do Espírito. É a todo instante, e não apenas nesta ou naquela circunstância, que estamos habilitados a falar em nome de Deus, aptos para proclamar a sua palavra. Desde o momento em que, pelo batismo e pela confirmação, o

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Espírito Santo entrou em nós com a plenitude dos seus dons, qualquer coisa de definitivo interveio nas nossas vidas. Marca-nos um sinal inapagável, é-nos conferida uma qualidade nova: tornamo-nos filhos, no Filho. Presença interior do Espírito. Reconhecemo-lo como "vivificador". Assim como a alma anima o ser, como a seiva irriga a planta, é de dentro e não de fora que ele nos santifica. Se nos vivifica, é dando-nos a familiaridade interior com Jesus, unindo-nos interiormente a esse Jesus que disse: Eu sou a Vida. Temos demasiada tendência a considerar o Espírito como um simples recurso ocasional nos momentos difíceis, como uma simples referência externa que supre a nossa natural incapacidade. Mas, na realidade, ele é em nós uma fonte ininterrupta, uma luz sem eclipses, uma força sempre disponível. Não temos que recear que o Espírito nos falte jamais. O que é de recear, em compensação, é que, pela nossa indiferença ou peJa nossa desatenção, pelo nosso capricho ou pelos nossos preconceitos, nos tornemos incapazes de nos apercebermos dessa presença, de ouvir essa voz e de deixá-la ressoar.

-o"O Espírito que está em vós e que vos vem de Deus" (1 Cor. 6, 19) . . . Paulo sublinha que é uma presença oferecida de graça. O Espírito não poderá ser considerado independentemente do Pai que no-lo dá, nem independentemente do Filho que no-lo envia. Como é o Espírito do Pai e do Filho, é também dom do Pai e do Filho. É o amor de um Deus criador e redentor que, no dom do seu Espírito, nos faz saborear as primícias da união eterna para a qual nos destina. O Espírito nos é dado para que vivamos dele em cada instante. Cada um de nós é, deste modo, beneficiário de um dom único. E, no entanto, é "o mesmo Espírito" que é dado a todos. Ele é, ao mesmo tempo, o princípio e o agente da nossa união pessoal a Deus e da nossa comunhão interpessoal. Opera em cada um diferentemente: é a varidade dos carismas; e liga a comunidade: é o vínculo da caridade. É preciso vivermos, ao mesmo tempo, a singularidade do dom pessoal e a convergência dos diversos carismas. É aí que está toda a vida espiritual: eminentemente pessoal e necessariamente comunitária. Se o Espírito opera a unidade do corpo na diversidade dos membros - é a base da espiritualidade eclesial -, também opera unidade do casal através da singularidade dos cônjuges - é

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a base da espiritualidade conjugal. Num e noutro no caso, solicita a nossa cooperação, e não poderemos ficar passivos. Oxal\i venhamos a compreender melhor, no decurso dos próximos meses, através da oração, da reflexão, da troca de pontos de vista,. as condições necessárias para que de maneira ainda mais real, mais fiel e mais fecunda, o Espírito seja verdadeiramente "a nossa vida": a vida de cada um, a vida de cada casal, a vida de cada equipe, a vida de toda a comunidade eclesial.

-oPor esta presença do Espírito em nós, escapamos radicalmen~. te a um mundo que estará fechado sobre si, a um mundo exclusivamente profano. O Espírito não nos isola do mundo: faz-nos levar a esse mundo, e para esse mundo, uma presença que o transcende e que, no entanto, deseja encarnar-se nele para o atrair a si, Roger Tandonnet, s.j .

Diante da fome de Deus que hoje se adivinha em muitos homens, mas t a mbém diante ·do secularismo que, às ·vezes imperceptivelmente como o orvalho, · outras vezes violento como o ciclone, arrasta a tantos, somos chamados a construir a lgl'eja.

JOÃO PAULO 11

(Em Aparecida, 4-7-1980).. . í

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O PAPA NO BRASIL

A PASTORAL FAMILIAR, IMPORTANTE PRIORIDADE

Em homilia dedicada à família, o Santo Padre fala da importância da Pastoral Familiar e aponta os seus campos prioritários.

·. Como fechar os olhos para as graves situações em que concretamente se encontram numerosíssimas famílias entre vós e para as sérias ameaças que pesam sobre a família em geral? Algumas dessas ameaças são de ordem social e prendem-se às condições subumanas de habitação, higiene, saúde, educação em que se encontram milhões de famílias no interior do País e em periferias das grandes cidades, por força do desemprego ou dos salários insuficientes. Outras são de ordem moral e referem-se à generalizada desagregação da família, por desconhecimento, desestima ou desrespeito das normas humanas e cristãs relativas à família, nos vários estratos da população. Outras ainda são de ordem civil, ligadas à legislação referente à família. No mundo inteiro, essa legislação é cada vez mais permissiva, portanto menos encorajante para os que se esforçam por seguir os princípios de uma ética mais elevada em matéria de família. Queira Deus que assim não seja em vosso país e que, coerentes com os princípios cristãos que inspiram a vossa cultura, aqueles que têm a responsabilidade de elaborar e promulgar as leis o façam no respeito aos valores insubstítuíveis de uma ética cristã, entre os quais avulta o valor da vida humana e o direito indeclinável dos pais a transmitir a vida. Outras ameaças, enfim, são de ordem religiosa e derivam de um escasso conhecimento das dimensões sacramentais do matrimônio no plano de Deus.

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As considerações que venho fazendo parecem-me evidenciar bastante a importância e a necessidade de uma inteligente, corajosa, perseverante pastoral familiar. Falando ao povo da cidade àe Puebla, na homilia da inolvidável missa que ali celebrei, recordei que numerosos bispos latino-americanos não hesitam em reconhecer que a Igreja tem ainda muito a fazer neste campo. Por isso mesmo, abrindo a Conferência de Puebla, eu quis recomendar a pastoral familiar como importante prioridade em todos os vossos países. O documento de Puebla consagrou um importante capítulo à família: Deus queira que a atenção a outros temas e afirmações, sem dúvida importantes mas não exclusivos, desse documento, não signifique, por um erro do qual teríamos motivos de arrepender-nos no futuro, uma atenção menor à pastoral da família. São muitos os campos e complexas as exigências desta pastoral familiar. Vossos pastores estão conscientes disso. Muitos leigos empenhados em diversos, valiosos e meritórios movimentos familiares se mostram atentos a esses campos e exigências. Não esperais certamente que o Papa os aborde aqui: não é o momento para fazê-lo. Como, porém, não recordar, ao menos para citá-los, alguns pontos entre os mais importantes dessa pastoral? Penso em tudo o que se há de fazer no campo da preparação ao casamento, certamente no período que antecede a sua celebração mas, porque não desde os anos da adolescência - na família, na Igreja, na escola- sob a forma de uma séria, ampla, profunda educação para o verdadeim amor, algo mais exigente do que uma propalada educação sexual. Penso no esforço generoso e corajoso a fazer para criar na sociedade um ambiente propício à realização de um ideal familim· c1·istão, baseado nos valores de unidade, fidelidade, indissolubilidade, fecundidade responsável. Penso no atendimento a dar a casais que, por variadas razões e circunstâncias, passam por momentos de crise, que poderão superar se forem ajudados, mas talvez naufragarão se faltar essa ajuda. Penso na contribuição que os cristãos, especialmente os leigos, podem oferecer para suscitar uma política social sensível aos reclamos e aos valores familiares e para evitar uma legislação nociva à estabilidade e ao equilíbrio da família. Penso, enfim, no incomensurável valor de uma espiritualidade familiar, a aperfeiçoar constantemente, a promover, a difundir - e não posso silenciar, aqui de novo, uma palavra de esti-

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mulo e encorajamento aos movimentos familiares que se dedicam a essa obra particularmente importante. Não faltam na vivência e no magistério da Igreja elementos validíssimos para lúcida, abrangente, intrépida atenção pastoral às famílias. Meus predecessores nos legaram valiosos documentos. Muitos pastores e teólogos nos ofereceram o fruto de sua experiência ou de suas reflexões. Proximamente, o Sínodo dos Bispos, estudando "as funções da família cristã" no mundo contemporâneo, deixarão certamente pistas para a orientação, nesta matéria delicada. Nesta fonte - e não à margem ou longe dela, menos ainda em contraste com ela - deverá beber uma verdadeira pastoral familiar. Inúmeras famílias, sobretudo casais cristãos, desejam e pedem critérios seguros que os ajudem a viver, mesmo entre dificuldades não comuns e com esforço às vezes heróico, seu ideal cristão em matéria de fidelidade, de fecundidade, de educação dos filhos. Ninguém tem o direito de trair esta expectativa ou decepcionar este reclamo, disfarçando, por timidez, insegurança ou falso respeito, os verdadeiros critérios ou oferecendo critérios duvidosos, quando não abertamente desviados do ensinamento de Jesus Cristo, transmitido pela Igreja. O desejo mais íntimo e mais vivo do Papa nesta hora seria o de poder, por algum milagre, penetrar em cada lar do Brasil, ser hóspede de cada família brasileira. Partilhar a felicidade das famílias felizes e com elas render graças ao Senhor. Estar junto das famílias que choram, por algum sofrimento escondido ou visível, para dar, se possível, algum conforto. Falar às famílias onde nada falta, para convidá-la a distribuir o que lhes sobra e que pertence a quem não tem. Sentar-se à mesa das famílias pobres, onde o pão é escasso, para ajudá-las, não a tornar-se ricas, no sentido em que o Evangelho condena a riqueza, mas a conquistar aquilo que é necessário para uma vida digna. Se este é um desejo impossível, quero ao menos, tomando em minhas mãos daqui a pouco o Corpo de Jesus e seu Sangue precioso, fazer um voto e uma oração: que esta Eucaristia celebrada neste templo sem fronteiras, sob a cúpula deste céu do Rio de Janeiro, bem mais vasta e grandiosa do que a de Miguel Ângelo, se torne fonte de verdadeira vida para o povo brasileiro, para que ele seja uma verdadeira família, e para cada família brasileira, para que seja célula formadora deste povo. (Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, 19 de julho de 1980)

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A · ECIR CONVERSA COM VOCI!S

Caros amigos, Começamos um novo ano equipista. Na maioria das equipes, novos casais responsáveis receberam orientação e ajuda mútua nos EACREs. Acabamos de viver acontecimentos que marcaram profundamente a eada um de nós e, sem dúvida, influirão na vida das nossas equipes. Primeiro, tivemos a celebração dos 3Ó anos do Movimento no Brasil e, em seguida, este momento de graça que foi a peregrinação por terras brasileiras do Santo Padre João Paulo II. Sentimos que esses dois fatos devem servir de . ponto de reDe um lado, são 30 anos de exisquase 800 equipes - . 5.000 casais que, sensíveis ao apelo de Cristo, procuraram o Movimento para que os ajudasse a responder a esse chamado. ·

fer~ncia .para nossa caminhada. tênçia nq Brasil, já agora com

De outro lado, são as mensagens proféticas que o Papa foi semeando durante sua permanência entre nós, preciosas lições de fé .e de amor, cada uma delas a merecer aprofundada meditação. Palavras e gestos do nosso Pastor, evangelho vivo, farol a iluminar por muito tempo o caminho para todos os cristãos.

o Isto tudo acontece no instante em que o Movimento, sensível às necessidades dos seus casais, nos oferece a · terceira "orientação": "É o Espírito de vosso Pai que falará em vós" (Mt. 10, 20). De tempos em tempos, a Equipe Responsável lnternacional, após ouvir os quadros responsáveis no mundo, recomenda determinadas orientações. No caso presente, quer convidar os casais de maneira particular a abrir-se mais e mais, nos próximos anos, à ação do Espírito Santo.

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Ora, para que isto seja possível, precisamos abrir espaço em nós, a fim de que o Espírito do Senhor possa preenchê-lo com suas luzes, com sua graça, com seu amor, Ele que é o próprio Amor. Abrir espaço, em última análise, é nada mais nada menos do que o desprendimento, o desapego de tudo aquilo que possa concorrer com a mensagem de Deus. Atitude essa à qual vimos sendo convidados com insistência nos últimos anos. Atitude básica, condição primeira para que o Espírito de Deus possa apossar-se de nós e fazer de nós seus instrumentos no seu plano de salvação, para que o Amor de Deus possa passar por nós e atingir nossos irmãos. Aos representantes de movimentos leigos de espiritualidade recebidos em audiência em abril, o Santo Padre dizia: "Permanecer unidos a Deus no cumprimento das tarefas que vos dizem respeito é uma necessidade vital para testemunhar o seu Amor. E só uma vida sacramental e uma vida de oração poderão fazer crescer esta intimidade com o Senhor. Esta unidade profunda entre oração e ação é a base de toda a renovação espiritual, especialmente entre os leigos. É ela a base dos grandes empreendimentos de evangelização e de construção do mundo segundo o plano de Deus." Terminamos valendo-nos novamente das palavras do Papa João Paulo li, numa das luminosas mensagens que nos dirigiu um mês atrás - mais precisamente na homilia da missa do dia 1.0 de julho, no Rio de Janeiro, dedicada à família. Disse Sua Santidade: "Penso enfim no incomensurável valor da espiritualidade familiar, a aperfeiçoar constantemente, a promover, a difundir e não posso silenciar, aqui de novo, uma palavra de estímulo e encorajamento aos movimentos familiares que se dedicam a essa obra particularmente importante." Que Deus nos ajude a corresponder às expectativas do Papa e às esperanças do nosso tempo, vivendo uma vida de casal e de

equipe que testemunhe nosso amor a Deus e ao próximo. A ECIR

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O PAPA NO BRASIL

MARIA

A devoção a Maria é fonte de vida cristã p1·ofunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história humana, em plena adesão à ininterrupta tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos por um íntimo imperativo de fé, de esperança e de caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos. Conservai zelosamente este terno e confiante amor à Virgem que vos caracteriza. Não os deixeis nunca arrefecer! Não seja um amor abstrato, mas encarnado. Sede fiéis àqueles exercícios de piedade mariana · tradicionais na Igreja: a oração do Angelus, o mês de Maria e, de maneira toda especial, o Rosário. Quem dera renascesse o belo costume - outrora tão difundido, hoje ainda presente em algumas famílias brasileiras da reza do terço em família. O verdadei1·o filho de Maria é um cristão que Teza. <Em Aparecida, 4-7-80)

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Maria! Eu vos saúdo e vos digo "ave" neste santuário onde a Igreja do Brasil vos ama, vos venera e vos invoca como Aparecida, como revelada e dada particularmente a ele! como sua Mãe e Padroeira! Como medianeira e advogada junto ao Filho de quem sois Mãe! Como modelo de todas as almas possuidoras da verdadeira sabedoria e, ao mesmo tempo, da simplicidade da criança e daquela entranhada confiança que supera toda fraqueza e sofrimento! (Em

Aparecida, 4-7-80)

Venho até aqui, até o maior mistério de Cristo - o Emanuel: Deus conosco, de Cristo - Eucaristia, através do santuár:o da mãe do Verbo encarnado. O caminho da Eucaristia, que é para todos nós o Corpo sacramental do Senhor, passa por Aquela que lhe deu o corpo humano: Maria. Com viva gratidão, hoje, vindo de Maria, do seu santuário de Aparecida, estou diante desta Eucaristia que é o vértice da Igreja, o vértice de toda vida humana sobre a terra. Quanto agradeço a Deus que enraizou tão profundamente no coração do povo de Deus, neste país, a Cruz, a Eucaristia e a "Aparecida". Eis a Mãe que vos foi "revalada" para revelar incessantemente o Filho e todo o seu mistério divino e humano. Para mostrar os 'Caminhos que levam a Ele e, por Ele, à casa do Pai, ao sacrário da Santíssima Trindade. (Em Fortaleza, 9-7-80) •

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O PAPA NO BRASIL

VIDA DE ORAÇÃO, SINAL DO PRIMADO DE DEUS

Em São Paulo, o Santo Padre dirigiu mensagem especial às religiosas, na qual deu grande destaque à importância da oração. Ouçamos também nós e meditemos estas palavras.

As religiosas em geral Pela vossa vida de oração, sois sinal do absoluto de Deus e da importância da contemplação; pela vossa disponibilidade sempre pronta, sois uma ponta de lança para as urgências missionárias; e pela vossa vida em fraternidade, sois afirmação de comunhão e participação, um apelo para se viver a dimensão comunitária da Igreja. Sem a oração, a vida religiosa perde o seu significado e não alcança os seus objetivos. Importa orar sempre para vivificar o dom de Deus. Nós sabemos que o melhor de nós mesmos, o gosto de Deus, que devemos difundir na suavidade do testemunho da caridade, passa por Cristo e é discreta e continuamente revigorado em nós pela presença e ação do Espírito Santo, solicitada e secundada conscientemente na oração sem desfalecimentos, sob todas as suas formas: individual, comunitária e litúrgica. Isto é muito importante para sermos eficaz "sinal" de Deus.

Às contemplativas A vossa vida contemplativa é absolutamente vital para a Igreja e para a humanidade, não obstante a incompreensão ou mesmo oposição que às vezes transparece no pensamento moder-12-


no, na op1mao pública e, quem sabe, em certas franjas mal esclarecidas do cristianismo. Nesta certeza, vivei na alegria a radicalidade da vossa condição absolutamente original: o amor exclusivo do Senhor e, nEle, o amor de todos os vossos irmãos em humanidade. Aplicando vossa capacidade de amar na doação e na prece, a vossa própria existência · grita silenciosamente o primado de Deus, atesta a dimensão transcendental da pessoa humana e leva os homens, as mulheres e os jovens a pensar e interrogar-se sobre o sentido da vida. Que os vossos mosteiros permaneçam lugares de paz e de interioridade, sem deixardes que pressões do exterior venham demolir as vossas sadias tradições e anular os vo-ssos meios de cúltivar e promover o recolhimento. E orai, orai muito pelos que também rezam, pelos que não podem rezar, pelos que não sabem rezar e pelc·s que não querem rezar. (3-7-80)

Se o testemunho que se espera do leigo é o da secularidade, da ação nas realidades temporais, o testemunho conatural à vida religiosa em geral e a cada religioso em particular é o das bem-aventuranças vividas no quotidiano, o do absoluto de Deus, diante do qual tudo o mais, mesmo os mais importantes empenhos temporais, se tornam visceralmente relativos; é por conseguinte o testemunho do invisível, e finalmente o da Parusia, a ser vivida em esperança já nesta vida.

(Aos religiosos)

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O PAPA NO BRASIL

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ENCONTRO TRANSFORMADOR (1 )

Todo encontro com Cristo deixa marcas profundas. . . Mas o encontro mais íntimo e transformador, para o qual se ordenam todos os outros encontros, é o encontro à mesa do "mistério eucarístico", isto é, à mesa do pão do Senhor. Aqui é Cristo em pessoa quem acolhe o homem, maltratado pelas asperezas do caminho, e o conforta com o calor de sua compreensão e do seu amor. É na Eucaristia que encontram sua plena atuação as dulcíssimas palavras: "Vinde a mim todos os que estais fatigados e oprimidos e eu vos aliviarei". Aquele alívio pessoal e profundo, que constitui a razão última de toda a nossa canseira pelas estradas do mundo, nós o podemos encontrar - ao menos como antecipação e perseguição - naquele pão divino que Cristo nos oferece na mesa eucarística. Uma mesa. Não foi por acaso que desejando dar-se todo a nós, o Senhor escolheu a forma da comida em família. O encontro ao redor de uma mesa diz relacionamento interpessoal e possibilidade de conhecimento recíproco, de trocas mútuas, de diálogo enriquecedor. O convite eucarístico se torna assim sinal expressivo de comunhão, de perdão e de amor. Não são estas as realidades das quais o nosso coração peregrino se sente necessitado? É impensável a felicidade humana autêntica fora deste contexto de conciliação e de amizade sincera. Pois bem, a Eucaristia não só significa esta realidade, mas a promove eficazmente. A comunhão eucarística constitui, pois, o sinal da reunião de todos os fiéis. Sinal verdadeiramente sugestivo, porque à Sagrada Mesa desaparece toda diferença de raça ou de classe social, permanecendo somente a participação de todos no mesmo alimento sagrado. Esta participação, idêntica em todos, significa e realiza a supressão de tudo o que divide os homens e efetua o (1)

São apenas alguns trechos da homilia do Santo Padre em Fortaleza. próximas Cartas, publicaremos o texto integral.

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Em


encontro de todos a um nível superior, onde toda oposição fica eliminada. A Eucaristia torna-se, assim, o grande instrumento de aproximação dos homens entre si. Toda vez que os fiéis dela participarem com coração sincero, não podem deixar de receber um novo impulso para um melhor relacionamento entre si, com o reconhecimento recíproco dos próprios direitos e também dos correspondentes deveres. Desta forma, facilita-se o cumprimento das exigências pedidas pela justiça, devido precisamente ao clima particular de relações interpessoais que a caridade fraterna vai criando dentro da própria comunidade . . . . "somos todos peregrinos". É uma verificação plenamente ligada à realidade. Sim, somos todos peregrinos: perseguidos pelo tempo que passa, errantes pelas estradas da terra, caminhamos nas sombras do provisório à procura daquela paz verdadeira, daquela alegria segura, da qual tanto precisa nosso coração cansado. No banquete eucarístico, Cristo vem ao nosso encontro para oferecer-nos, sob as humildes aparências de pão e de vinho, o penhor daqueles bens supremos para os quais tendemos na esperança. (Na abertura do Congr-esso Eucarf.stico, Fortaleza, 9-7-80)

• H cmens de corações novos, transformados pelo amor: disto precisa o Brasil para caminhar confiante ao encontro de seu futuro. Desapareçam ou se reduzam gradativamente ao mínimo, no seu interior, as düerenças entre regiões dotadas de particular bem-estar material e regiões menos afortunadas. Desapareçam a pobreza, materiaJ, moral e espiritual, a marginalização, e que todos os cidadãos se reconheçam e se abracem como autênticos irmãos em Cristo. Tudo isso será certamente possível se uma nova era de vida eucarística tornar a animar a vida da Igreja no Brasil. O amor c a adoração a Jesus Sacramentado sejam, pois, o sinal mais luminoso de vossa fé, da fé do povo brasileiro .

Da Eucaristia brota, como atitude cristã fundamental, a partilha fraterna.

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O PAPA NO BRASIL

O SACERDOTE, UM SINAL

Na realidade, a vocação ao sacerdócio é um sinal de predileção da parte dAquele que, escolhendo-vos entre tantos irmãos, vos chamou a participar, de um modo todo especial, de sua amizade. O nosso chamamento ao sacerdócio, assinalando o momento mais alto no uso da nossa liberdade, provou a grande e irrevogável opção da nossa vida e, portanto, a página mais bela na história da nossa experiência humana. N assa felicidade consiste em não depreciá-la jamais. A expressão "sacerdos alter Christus", "o sacerdote é outro Cristo", criada pela intuição do povo cristão, não é um simples modo de dizer, uma metáfora, mas sim uma maravilhosa, surpreendente e consoladora realidade. Este dom do sacerdócio, lembrai-vos sempre disto, é um prodíg lo que foi realizado em vós, mas não para vós. Ele o foi para a Igreja, o que quer dizer, para o mundo a ser salvo. É necessário que torneis consciência, amados sacerdotes, de que o vosso ministério se desenvolve hoje no ambiente de uma sociedade secularizada, cuja característica é o eclipse progressivo do sagrado e a eliminação sistemática dos valores religiosos. Sois chamados a realizar nela a salvação como "sinais e instrumentos do mundo invisível". Prudentes, mas confiantes, vivereis entre os homens para partilhar suas angústias e esperanças, para confortar-lhes os esforços de libertação e de justiça. Não vos deixeis, porém, possuir pelo mundo, e nem pelo seu príncipe, o maligno. Não vos ajusteis às opiniões e aos gostos deste mundo, como ex orta São Paulo. Inseri, antes, a vossa personalidade, com as suas aspirações, na linha da vontade de Deus.

A força do sinal não está no conformismo, mas n a distinção. A luz é diversa das trevas para poder iluminar o caminho de -16-


quem anda no escuro. O sal é diverso da comida para dar-lhe o sabor. O fogo é diverso do gelo para aquecer os membros enrijecidos pelo frio. Cristo nos chama luz o sal da terra. Num mundo dissipado e confuso como o nosso, a força do sinal está exatamente em ser diferente. Ele deve destacar-se tanto mais quanto a ação apostólica exige maior inserção na massa humana. "Homem para os outros" o sacerdote o é. . . em virtude da sua peculiar maneira de ser "homem para Deus". O serviço de Deus é o alicerce sobre o qual construir o genuíno serviço dos homens, aquele que consiste em libertar as almas da escravidão do pecado e em reconduzir o homem ao necessário serviço de Deus. Deus, com efeito, quer fazer da humanidade um povo que o adora em espírito e verdade. (Aos ordenandos, no Rio, 2-7-80)

• A vocação de cada um se funde, até certo ponto, com seu próprio ser . Pode-se dizer que a vocação e a pessoa tomam-se uma coisa só.

o Meu pensamento e minha exortação dirigem-se também às famílias cristãs, que o Concílio Vaticano 11 indicou como "primeiro seminário da vocação". Compete a vós criar no próprio meio aquele clima de fé, de caridade e de oração que oriente os filhos para se confrontarem, numa atitude de generosa disponibilidade, com a iniciativa de Deus e com seu plano sobre o mundo. JOAO PAULO 11

(Aos seminaristas, em. Porto . Alegre)

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O PAPA NO BRASIL

A OPÇÃO PELOS POBRES APELOS A SOLIDARIEDADE E A JUSTIÇA (1)

Em São Paulo (aos operários, 3-7-80)

Esta mensagem de salvação que a Igreja, em virtude de sua missão, faz chegar a cada homem e igualmente à família, aos diferentes âmbitos sociais, às nações e à humanidade inteira, é mensagem de amor e de fraternidade, mensagem de justiça e de solidariedade, em primeiro lugar para os mais necessitados. Numa palavra: é uma mensagem de paz e de justa ordem social. A Igreja, quando proclama o Evangelho, procura também obter, sem por isso abandonar o seu papel específico de evangelização, que todos os aspectos da vida social onde se manifesta a injustiça sofram uma transformação para a justiça. O bem comum da sociedade requer, como exigência fundamental, que a sociedade seja justa! A sociedade inteira deve ser solidária com todos os homens e, em primeiro lugar, com o homem que tem mais necessidade de auxílio, o pobre. A opção pelos pobres é uma opção cristã: é também a opção da sociedade que se preocupa com o verdadeiro bem comum. Vinte séculos não tiraram nada da importância premente, da . gravidade e da esperança contida nestas palavras do Senhor: "Bem-aventurados os que têm o espírito de pobre!" Estas palavras são válidas para cada um de nós. Este convite grita dentro de cada um de nós. Adquirir o espírito de pobre: é isto o que Cristo pede a todos. Aqueles que têm posses devem adquirir o espírito de pobre, devem abrir o próprio coração aos pobres, pois se não o fizerem (1)

Apresentamos apenas alguns trechos avul.sos. Estes importantes pronunciamentos devem ser lidos, estudados e meditados na integra.

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as situações injustas não mudarão; poder-se-á mudar a estrutura política ou o sistema social, mas sem mudança no coração e na consciência, a ordem social justa e estável não será alcançada. Os que não têm posses, os que se encontram em necessidade devem também adquirir o "espírito de pobre", não permitindo que a pobreza material lhes tir~ a própria dignidade humana, porque esta dignidade é mais importante que todos os bens. Todas as comunidades de cristãos, tanto as comunidades de base como as paroquiais, as diocesanas ou toda a comunidade nacional da Igreja devem dar a sua contribuição específica para a construção da sociedade. Todas as preocupações do homem devem ser tomadas em consideração, pois a evangelização, razão de ser de qualquer comunidade eclesial, não seria completa se não se levasse em conta as relações que existem entre a mensagem do Evangelho e a v~ da pessoal e social do homem, entre o mandamento do amor ao próximo que sofre e passa necessidade e as situações concretas de injustiça a combater e de justiça e de paz a instaurar. Em Recife (aos trabalhadores rurais, 7-7-80)

O próprio direito de propriedade, em si mesmo legítimo, deve, numa visão cristã do mundo, cumprir a sua função e observar a sua finalidade social. Assim, no uso dos bens possuídos, a destinação geral que Deus lhes deu e as exigências do bem comum prevalecem sobre vantagens, comodidades e, por vezes, mesmo necessidades não primárias de origem privada. Não é admissível que no desenvolvimento geral de uma sociedade fiquem excluídos do verdadeiro progresso digno do homem precisamente o-s homens e as mulheres que vivem em zona rural, aqueles que estão prontos a tornar a terra produtiva, graças ao trabalho de suas mãos. E que têm necessidade da terra para alimentar a família. No pensamento da Igreja, considerar que a organização social está a serviço do homem, e não ao contrário, é um princípio fundamental. Este princípio vale para todos e sempre. E:m Salvador (aos favelados dos Alagados, 7-7-80)

Assim, deste lugar e neste momento, em nome de vocês como seu irmão em humanidade, só com o poder do amor e a força do Evangelho de Jesus Cristo, eu peço a todos aqueles que podem ou devem ajudar que deixem entrar no próprio co·ração o eco das angústias dos corações de vocês, vendo faltar o alimento, a roupa, -19-


a casa, a instrução, o trabalho, os remédios, enfim, tudo aquilo que é necessário para alguém viver como pessoa humana. E que esse meu clamor suscite um diálogo, mesmo que seja silencioso, um diálogo de amor, que se exprima com atos de ajuda e de partilha entre irmãos. No Rio (aos moradores da favela do Vidigal, 2-7-80)

Aqueles que têm em superabundância evitem o fechar-se em si mesmos, o apego à própria riqueza, a cegueira espiritual. Evitem tudo isto com todas as forças. Não cesse de acompanhá-los toda a verdade do Evangelho e sobretudo a verdade contida nestas palavras: "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus ... ". Que esta verdade os inquiete. Seja para eles uma admoestação contínua e um desafio. Não lhes permita nem ao menos por um minuto tornem-se cegos pelo egoísmo e pela satisfação dos próprios desejos. Se tens muito, se tens tanto, recorda-te que deves dar muito, que há tanto que dar. E deves pensar como dar - como organizar toda a vida sócio-econômica e cada um dos seus setores, a fim de que esta vida tenda à igualdade entre os homens e não a um abismo entre eles. Se conheces muito e estás colocado no alto da hierarquia social, não te deves esquecer, nem sequer por um segundo, de que, quanto mais alto alguém está, mais deve servir! Servir aos outros. Em Fortaleza (na abertura do Congresso Eucarístico, 9-9-80)

A Igreja não se cansou nem se cansará jamais de proclamar os direitos fundamentais do homem. Por este motivo, a Igreja não pode dispensar-se da denúncia das situações que constrangem muitos à emigração. O quadro da mobilidade humana, neste vosso país, é amplo e complexo. Amplo, porque envolve milhões de pessoas de todas as categorias. Complexo, pelas causas que supõe, pelas conseqüências que provoca, pelas decisões que exige. Na situação atual do vosso país e da sociedade, fazei a vós mesmos a pergunta: "Para onde devemos ir?" Pergunta que se refere a problemas sócio-econômicos fundamentais, a questões de justiça e de paz, a problemas de vida e do pão quotidiano, a problemas da família e da juventude, a problemas da imigração. Tudo isso precisa ser meditado diante de Cristo, à luz do seu Evangelho e da sua Eucaristia. Que as respostas encontradas se ~20-


mostrem justas e úteis. à paz de todos.

Que sirvam ao bem de cada homem e

Em Salvador (aos construtores da sociedade pluralista, 6-7-80)

Construir a sociedade é comprometer-se, tomar o partido da consciência, dos princípios da justiça, da fraternidade, do amor, contra os intentos do egoísmo, que mata a solidariedade, e do ódio, que destrói uma consciência formada à luz da dignidade de cada pessoa humana, tal como foi revelada e confirmada por Jesus Cristo. É abrir o coração e o espírito para que a justiça, o amor e o respeito à dignidade e aos destinos do homem penetrem no pensamento e inspirem a atuação. Creio que é chegada a hora de todo homem e toda mulher deste imenso País tomar uma resolução e empenhar decididamente as riquezas do próprio talento e da própria consciência para dar à vida da nação uma base que há de garantir um desenvolvimento das realidades e estruturas sociais na justiça. Um mundo novo deve surgir, em nome de Deus e do homem. Não recueis. A Igreja espera muito de vós .

Sede, em nome do Evangelho, promotores dos grandes valores humanos . E, antes de tudo, da verdadeira dignidade do homem, filho e imagem de Deus, irmão e herdeiro de Jesus Cristo . A pastoral social . . . deve ter · cs olhos abertos ·para todas as injustiças e

todas as violações dos direitos humanos, seja onde . for, no domínio dos bens mate dais como dos ·b ens espirituais. (Aos bispos, em Fortaleza, 10-7-80)

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O PAPA NO BRASIL

O JOVEM ~ ATRAíDO PARA O ALTO

O problema das vocações é um problema importante entre todos. Dele depende a certeza do futuro religioso da vossa Pátria. Poderão talvez desanimar-vos as dificuldades reais em fazer chegar ao mundo jovem o convite da Igreja. Mas tende confiança: também a juventude de nosso tempo sente poderosamente a atração para as alturas, para as coisas árduas, para os grandes ideais. Não vos iludais que a perspectiva de um sacerdócio menos austero nas suas exigências de sacrifício e de renúncia - como, por exemplo, na disciplina do celibato eclesiástico - possa aumentar o número daqueles que pretendem comprometer-se no seguimento de Cristo. Pelo contrário. É antes uma mentalidade de fé vigorosa e consciente que falta e se faz necessário criar em nossas comunidades. Ali onde o sacrifício cotidiano mantém desperto o ideal evangélico e eleva a alto nível o amor de Deus, as vocações continuam a ser numerosas. Confirma-o a situação religiosa do mundo. Os países onde a Igreja é perseguida são, paradoxalmente, aqueles em que as vocações florescem mais, algumas vezes até em abundância. (Aos ordenandos, no Rio, 2-7-80)

Aos vocações para. o sacerdócio devem ser sinal da. maturidade das comuni~ dades e devem ma.nifestar~e também .como conseqüência da. floração dos ministérios confiados aos leigos e de uma. oportuna. pastoral familiar, que prepare para. escutar a voz de Deus. (Ao CELAM)

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O PAPA NO BRASIL

A CATEQUESE NA FAM!LIA

Nos primeiros anos de vida da criança, lançam-se a base e o fundamento do seu futuro. Por isso mesmo devem os pais compreender a importância de sua missão a este respeito. Em virtude do batismo e do matrimônio, são eles os primeiros catequistas de seus filhos: de fato, educar é continuar o ato da geração. Nesta idade, Deus passa de modo particular "através da intervenção da família". As crianças têm necessidade de aprender e de ver os pais que se amam, que respeitam a Deus, que sabem explicar as primeiras verdades da fé, que sabem apresentar o "conteúdo cristão" no testemunho e na perseverança "de uma vida de todos os dias vivida segundo o Evangelho". (1) O testemunho é fundamental. A palavra de Deus é eficaz em si mesma, mas adquire sentido concreto quando se torna realidade na pessoa que anuncia. Isto vale de modo particular para as crianças que ainda não têm condições para distinguir entre a verdade anunciada e a vida daquele que a anuncia. Para a criança, não há distinção entre a mãe que reza e a oração; mais ainda, a oração tem especial valor porque é a reza da mãe. Não aconteça, diletíssimos pais que me ouvis, que vossos filhos cheguem à maturidade humana, civil e profissional, ficando crianças em assuntos de religião. Não é exato dizer que a fé é uma opção a fazer-se em idade adulta. A verdadeira opção supõe o conhecimento; e nunca poderá haver escolha entre coisas que não foram sábia e adequadamente propostas. Pais catequistas, a Igreja tem confiança em vós, ela espera muito de vós. (Homilia em Porto Alegre, 5-7-80) (1)

"Catechesi Tradendae", n9s 36 e 68 .

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~S

DAS VOCAÇOES

"SERVIR NUM AMBITO MAIS AMPLO"

Palavras de Dragan Se!jan, da Equipe 3 de Petrópolis, após sua investidura como Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística. (Entrevista de Jorge Machado, no Equipetrópolis)

- Como você se sente? O que a investidura representa para você? Como chegou lá?

Dragan -

Para mim, esta investidura vem como uma conseqüência e a resposta a um desejo que tinha dentro de mim. Os quase quinze anos de vida de equipe me prepararam e trouxeram-me ao ponto de me colocar mais a serviço de Deus e do próximo. Eu devo isto às Equipes de Nossa Senhora. Senti, cúmo realmente sinto, que elas são uma escola para mim. Elas me prepararam de tal maneira que me impulsionaram a servir num âmbito mais amplo. Cinco meses antes da investidura, comecei a auxiliar o Mons. Paulo Daher nos trabalhos no Morro do Serrano. Monsenhor, devido aos seus múltiplos misteres, responsável por uma ampla pa.: róquia, não podia ir lá celebrar a missa todos os domingos, só podendo ali comparecer um domingo sim, outro não. Nos domingos em que ele não podia ir celebrar, eu dirigia o culto doml.nical. Esse culto ia bem, mas sentíamos todos que faltava alguém que pudesse distribuir a Comunhão, ficando aquele povo privado do Banquete Eucarístico. Daí surgiu a necessidade .de t:ne preparar para esse cargo. Como, no momento, não havia possibilidade, d.e .um curso regular, o Mons. Paulo, com a licença do sr. Bispo Diocesáno, me preparou para o Ministério e, quando me julgou apto, entrou em contato com D. Manoel Pedro para que fosse autorizada a minha investidura.

a

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Sinto-me imensamente feliz, pois acho que dei um grande passo, aproximando-me, deste modo, ainda mais de Deus. No primeiro domingo em que atuei como Ministro, a Elfie foi comigo; e foi muito emocionante para nós dois o momento em que lhe dei a Comunhão. Foi esse um momento inesquecível! Quais são as suas atividades regulares?

Dragan -

O trabalho do Ministro é muito amplo. Ele é basicamente auxiliar do vigário. Não só dirige o culto na comunidade para a qual foi destacado, como participa de todas as atividades que se desenrolam dentro da comunidade: catequese, preparação para a Primeira Eucaristia, encontros com crianças, adolescentes, adultos, casais, etc. No meu setor, tudo isso ainda está em fase de organização. E eu vou precisar muito da colaboração das Equipes. Não só precisar, como mesmo solicitar essa colaboração! Comenta o Machado: "No decorrer da pequena entrevista, sentimos a felicidade do Dragan e dela participamos, nós que já conhecemos o seu espírito de servir, a sua extraordinária disponibilidade. Que o Senhor o recompense, concedendo-lhe Suas bênçãos e muitas graças, tornando frutuoso o seu ministério e abençoando a sua família." Votos que fazemos nossos!

Todos os agentes de apostolado devem secundar, generosa e responsavelmente, as diretrizes assinaladas pela hierarquia, tanto no campo doutrinai como no restante das atividades ecleslais. JOA.O 'PAULO 11

<Ao CELAM>

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O EACRE DO RIO

Falar de EACRE é o mesmo que falar de tempos pentecostais. Pessoas que nunca se viram, que vêm de longe, se encontram e se unem numa alegria incontida, numa ânsia de comunicar fraternidade; todos se entendem, falam uma mesma língua, têm um mesmo ideal de receber e de doar. São corações que transbordam amor cristão. É o Espírito Santo que se manifesta em sua plenitude de amor, como que renovando os tempos dos primeiros cristãos. E o EACRE do Rio foi exatamente tudo isso!

Cerca de 400 pessoas viveram esses momentos ímpares na vida dos equipistas. Foi nos dias 28 e 29 de junho, no colégio São Bento, em pleno centro da cidade, local maravilhoso pelo -26-


isolamento que propiCia, ao mesmo tempo que deixa entrever pedaços da Cidade Maravilhosa - como que simbolizando que a vida cristã deve ser vivida lá fora, no mundo, com o mundo, para levar a Boa Nova a todos os irmãos. Lá estavam 124 casais e 2 viúvas, representando equipes do Rio, Petrópolis, Niterói, São Gonçalo, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Valença, Pirapora, Friburgo e Manaus. Junto com eles, permaneceram durante o Encontro 9 Conselheiros Espirituais. Duas palestras para os casais e uma para os Conselheiros Esrituais, um painel (apresentado por 3 casais do Rio), além de reuniões por Região e de grupos de debates - mais, evidentemente, as liturgias, constituíram o EACRE. Cada um desses momentos foi vivido intensamente pelos participantes que, ao final, em suas avaliações, não pouparam palavras de entusiasmo e louvor. Nas manhãs de sábado e domingo, os trabalhos foram abertos com orações; nos encerramentos, houve missas. A de sábado foi concelebrada por Dom Afonso Gregori, Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, e 9 sacerdotes. A missa de encerramento, às 16 horas de domingo, teve a concelebração de Dom José Gonçalves da Costa, Arcebispo de Niterói, e outros tantos sacerdotes. Após a missa de encerramento, houve uma encenação alegórica sobre o Magnificat, em belo espetáculo de expressão corporal a cargo de equipistas e um grupo jovem. Na equipe de serviço, 60 casais deram conta do recado. Ao final, na hora das despedidas, os abraços efusivos, aquele desejo, lá no fundo do coração, de que o EACRE durasse pelo menos um pouquinho mais para que se pudesse continuar vivendo aqueles momentos tão gratificantes.

Helena e Paulo Xavier Setor de Niterói

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OPÇAO PELOS JOVENS

O INíCIO DAS EQUIPES DE JOVENS DE NOSSA SENHORA EM SÃO PAULO

"Muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" (Mt 22, 14). No dia 14 de junho de 1980, houve uma reunião de ção para o lançamento das Equipes de Jovens de Nossa em São Paulo. Na medida do possível, todos os filhos pistas foram convidados, cerca de 350 jovens. Apenas pareceram ... um bom número para um começo sólido!

informaS enhora, de equi35 com-

A reunião foi dada por casais de São José dos Campos e por jovens que lá já formam as EJNS. A reunião começou com o Falcão (Maria Helena e Falcão) falando sobre comunidade, que é um ponto muito importante, já que nas equipes vivemos em comunidades. Logo após, Maria Helena falou-nos um pouco do histórico das EJNS, que começaram em São José com a peregrinação a Roma: Christian Nadas, um jovem que foi a Roma voltou entusiasmado, e assim nasceu o m.ovimento em São José. Nossa história é bem parecida, pois aqui' em São Paulo as Equipinhas de Jovens de Nossa Senhora também estão nascendo de uma peregrinação, a peregrinação a Aparecida do Norte. Depois disso tivemos uma reunião em grupo, nele nos foi perguntado o que esperávamos das EJNS. Pelo que pude observar, ~ maioria está à procura de amigos e de um ambiente onde possa discutir temas atuais, que em sua grande maioria dizem muito respeito aos jovens. Em seguida, a melhor parte para alguns : o lanche com bolachas e cafezinho. Assim que acabaram os biscoitos de chocolate, voltamos às palestras - agora foi a vez dos jovens mandarem o seu recado, e muito bem mandado! -28-


Quem começou foi a Márcia e a Ana Cláudia, nos explicando o que são as Equipes de Jovens de Nossa Senhora. Em segundo lugar, falaram a Maria Helena (Nena) e o Marcos sobre a mística das Equipes; depois a Denise- e o Luís Fernando sobre a reunião das Equipes e, por final, a Teresa Cristina (Tininha) e o João Augusto falaram-nos sobre os Meios de Aperfeiçoamento. Para finalizar toda a reunião, tivemos uma missa, celebrada no próprio Colégio São Luís, no qual se realizou a informação. Mais ou menos por volta de 19:30, os 15 jovens e os 4 casais que vieram de São José tomaram, em frente ao colégio, o ônibus fretado especialmente para tal e regressaram, deixando-nos apenas com palavras de muito obrigado.

Isabella Giardulli

Nós to-dos conhecemos este momento no qual já não basta falar de Jesus repetindo o que outros disseram, é forçoso dizer o que você pensa, já não basta recitar uma opinião, é preciso dar um testemunho, sentir-se comprometido pelo testemunho dado e depois ir até os extremos das exigências desse compromisso. Os melhores amigos, seguidores, apóstolos de Cristo foram sempre aqueles que perceberam um dia dentro de si a pergunta definitiva, incontornável, diante da qual todas as outras se tomam secundárias e derivativas: "Para você, quem sou eu?" A vida, o destino, a história presente e futura de um jovem depende da resposta nítida e sincera, sem retórica nem subterfúgios, que ele puder dar a esta pergunta. Ela já transformou a vida de muitos jovens. JOÃO PAULO 11 (Homilia em Belo Horizonte, ·1-7-80)

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O EACRE EM MARíLIA

Dentro de um clima de intensa espiritualidade e grande fraternidade, realizou-se o EACRE em Marília com a presença de 132 casais responsáveis pertencentes às Regiões São Paulo G e H e às Co·ordenações de Catanduva e de Londrina, 19 Conselheiros Espirituais, 3 Casais Regionais e o casal HélEme e Peter, da ECIR. Salientamos a alegria de todos pelo desmembramento dos EACREs, pois, com menor número de casais, o aprove:tamento se tornou melhor e há mais condições de atender às características regionais.

Com palavras de boas vindas, abriram o EACRE Diva e Venício, Casal Regional, e em seguida Hélene e Peter, em nome da ECIR, falaram sobre os seus objetivos. Mostraram ser ele um

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encontro de formação, fundamental para que as ENS possam continuar seu caminho em direção à santidade, e também um encontro de informação, sendo transmitida a terceira orientação do Movimento: "O Espírito do Senhor falará em vós"; e ainda um encontro de convivência e confraternização. Disseram que iríamos rezar muito, todos juntos, procurar ouvir e abrir-nos ao Espírito Santo, para que Ele pudesse orientar a todos nesta nova tarefa de Casais Responsáveis. Salientando que as ENS representam para a Igreja e para o mundo uma esperança, mostraram a importância de todos saírem do EACRE com novo dinamismo e novas forças para levar o Cristo aos irmãos. Em seguida, Diva e Venício leram uma carta especialmente enviada pelo Pe. Alberto Boissinot, ex-Conselheiro Espiritual do Setor de Marília, que se encontra em Roma, na qual ele afirma estar unido a todos e rezando por todos, tendo ainda pedido uma bênção apostólica para o EACRE. Teve então início a liturgia, preparada com muito amor e dedicação pelo Setor de Bauru, notando-se a profundidade e a oportunidade dos textos elaborados. Merece destaque ainda a colaboração dos equipistas de Garça na confecção das capas para o texto litúrgico, como também para o Encontro. Antecedendo a oração da manhã, foi feita a entronização da Bíblia, levada pelo Conselheiro Espiritual do EACRE, Pe. Ivo Martinelli, ladeado por um casal levando o círio aceso. O tema da oração da manhã era a lição de vida que a vela nos dá: "Consumir-se iluminando custa uma vida, mas vale uma eternidade". A seguir, depois de lida a mensagem do Bispo coadjutor de Lins, D. Luís Bonucci, Marisa e Gustavo Fleury nos falaram sobre A reunião de equipe. Marisa enfocou muito bem que Cristo nos chama, nos escolhe, nos forma e nos transforma. Dentro deste contexto, colocou as orientações de vida, os pontos concretos de esforço e a vida de equipe. Mostrou a reunião como um ponto alto da vida de equipe, focalizando a importância do seu preparo, no qual três pontos devem ser seguidos: a revisão, a previsão e a programação. Seguiu-se uma reflexão a dois e o almoço, carinhosamente preparado pelos equipistas de Marília. Depois do almoço, tivemos os grupos de co-participação, enquanto estava havendo uma reunião especial com os Conselheiros Espirituais. Em palestra bastante profunda, Esther e Marcello falaram do Papel do Casal Responsável, mostrando a necessidade de o -31-


Casal Responsável procurar ver além das aparências e destacando que o Casal Responsável é instrumento do Espírito Santo. A missa concelebrada, cujo tema foi Nossa Senhora, foi o ponto alto do dia, sendo muito bonita e muito participada. Depois do jantar, tivemos os grupos de co-participação para reflexão sobre a palestra de Esther e Marcello, após a qual foi feita a oração da noite, nos próprios grupos, onde os participantes permaneceram para facilitar a sua localização pelos casais hospedeiros. No domingo, o dia iniciou-se com a oração da manhã, maravilhosa, por sinal, versando sobre o Salmo 132 e Nossa Senhora. Seguiu-se a palestra do Cônego Pedro, Conselheiro Espiritual do Setor de Jaú, sobre a terceira orientação O Espírito do Senhor falará em vós. Foi uma palestra muito profunda, que elucidou muito bem o tema. Côn. Pedro falou da comunicação do Espírito Santo, da presença do Espírito em nós, da nossa atitude diante do Espírito. Grupos de co-participação, almoço, e reunião em grupos por Região. Missa de encerramento, concelebrada pelos Conselheiros Espirituais. Finalmente, um lanche e cada casal retornou à sua cidade com o coração e a alma nutridos de amor e da vontade de partilhar este amor com os irmãos.

Olguinha e Toninha Setor de São Carlos

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APOSTOLADO

CATEQUESE

A música bonita encheu a sala da escolinha primana. Na parede, o último "slide", a figura graciosa de Maria, nossa Mãe. Nos olhos das crianças, o encantamento das cores, o sorriso de esperança que as palavras do filme (às vezes um pouco difíceis) haviam deixado. No coração, a alegria de alguns momentos de entretenimento suave. A professora abriu as cortinas. Tinha acabado de projetar os "slides" sobre Nossa Senhora, que seriam uma preparação para a Festa da Padroeira. Depois, vieram as despedidas. . . Era a última aula de ensino religioso do semestre. As crianças iriam entrar em férias. No fim de tudo, a professora falou: - E não se esqueçam de, durante as férias, escrever alguma coisa sobre Deus; alguma coisa que vocês leram, ouviram ou pensaram. Mês de agosto, as crianças de volta. Nas mãos de uma delas, um trabalhinho simples, mas de grande valor. De grande valor porque dá para perceber que alguma coisa ficou; de grande valor porque nos faz pensar até que ponto os "slides" que as Equipes de Nossa Senhora mostraram, em quase todas as paróquias, podem ter influenciado no coração das pessoas. Eis o que escreveu uma aluna da 4.a série da escola do bairro do Rio Acima: "O AMOR

Maria amou ao próximo. E também amou seu filho. O amor é viver em Deus; con fiar em Deus; acreditar em Deus; amar a Deus e aos outros irmãos. -33-


ACEITAÇÃO Maria aceitou a missão de Jesus. Maria acreditava em seu filho. A gente também tem a nossa missão. Os pais têm que entender que nós, depois de gmndes, temos a nossa missão a cumprir. A gente tem que aceitar a vida como ela é e não como a gente quer. DEDICAÇÃO AOS OUTROS Maria com tantos problemas, ela se dedicou a sua prima que estava precisando de ajuda. Maria não só se dedicava aos out1·os como os ajudava. Maria sempre acreditava em Deus como confiava no SenhoT. Maria sempre foi uma mulher humi.lde, obediente a Deus. SER ABERTO AO AMOR DE DEUS Nós não só devemos nos pTeocupar com nossos problemas. Devemos ser abertos ao amor de Deus. Deus nos deu tantas maravilhas no mundo! Quando vemos tudo isso devemos dizer-lhe: muito obrigado. Fim." Wilma Equipe 2 d·e Jundiaf

• A catequese permanece sempre tarefa principal da evangelização. JOAO PAULO 11 (Aos Bispos, em Fortaleza)

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EACRE 80 -

TAUBATÉ

A ECIR programou para este ano maior descentralização do EACRE, a fim de facilitar a participação dos Casais Responsáveis, conferindo, ao mesmo tempo, às Regiões maior autonomia, com oportunidade de desenvolver equipes de planejamento para esses encontros. Assim, a experiência em Taubaté, nos dias 28 e 29 de junho, abrangeu São Paulo, ABC, Santos, Mogi das Cruzes, J acareí, São José dos Campos, Pouso Alegre, Caçapava, Pindamonhangaba, Aparecida, Guaratinguetá e Taubaté. Preparado com muito amor, tudo transcorreu dentro de um clima de grande acolhimento e muita espiritualidad.e, com a presença de 222 equipistas e 14 Conselheiros Espirituais. Conquistando mais uma vez a todos, Maria Helena e Zarif, com seu humor peculiar, conseguiram transmitir, de maneira bastante feliz, sua riquíssima experiência de vida de casal equipista, frente à "Missão Profética do Casal Responsável". Contamos ainda com a presença marcante de nossos amigos do Sul, Neri e João Carlos, já de todos conhecidos, que tão bem abordaram o tema "Missão do Casal Responsável", enfatizando sua responsabilidade, disponibilidade, acolhimento e simplicidade. O EACRE teve seu ponto alto na palestra de encerramento, proferida pelo Padre Guilherme Warmenhoven, que, orientando os casais dentro de um contexto evangelizador, ressaltou a importância de se colocar, realmente, o Espírito Santo dentro dos grandes planos de Deus em favor da humanidade, e sua presença na equipe, como uma força impulsionadora para o engajamento do casal no plano evangelizador. Como não poderia deixar de ser, tivemos a participação espontânea dos que iniciaram o Movimento em Taubaté. Assim, a equipe 1 acolheu os participantes com um jogral, que relembrou -35-


espirituosamente o nascimento da primeira equipe, pilotada por Gérard e Monique. Bastante significativa foi a presença de Sua Excelência Reverendíssima Dom Antonio José Couto, DD. Bispo Diocesano de Taubaté, que, embora em convalescença, fez grande empenho em vir pessoalmente trazer carinhosas palavras de apoio, incentivo e amor paternos. Num clima de grande espiritualidade, o EACRE foi encerrado com missa concelebrada por 7 sacerdotes, sob a presidência de Sua Excelência Reverendíssima Dom Geraldo M. Penido, Arcebispo Coadjutor de Aparecida. Podemos afirmar que os objetivos do EACRE foram atingidos, considerando-se que o tema "O Espírito do Senhor fa lará em vós" produziu realmente seus frutos, o que foi sentido já no decorrer dos trabalhos, não só nos grupos, mas pelo clima de espiritualidade que norteou a todos. Irene e Dionísio Casal Responsável Regional

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NOTíCIAS DOS SETOR.ES

RIO DE JANEIRO -Visita dos d'Amonville e Pe. Tandonnet Escrevem Mary-Nize e Sérgio, Casal Regional:

A recente visita de Marie e Louis d' Amonville com o Pe. Tandonnet foi para todos nós, equipistas do Rio de Janeiro, uma seqüência de emoções, entusiasmo, alegria e saudade. Com a simpatia e a simplicidade que os caracterizam, nossos amigos e irmãos da França conquistaram logo aqueles que ainda não 03 conheciam. Um programa que incluía almoços informais e passeios não conseguiu desviar os nossos visitantes de sua principal meta, que era "trabalhar", pois desejavam entrar em contato direto com casais equipistas e Conselheiros, saber das suas aspirações, enfim, conhecer as características próprias do Movimento local. Para tanto, uma bela missa, seguida de uma eloqüente reunião e de um gostoso lanche, foram especialmente preparados em Padre Miguel, marcando um ponto alto na programação, pois Marie, Louis e o Pe. Tandonnet satisfizeram o seu desejo de conhecer bem de perto nosso Setor caçula, o Setor E. Outra reunião expressiva foi realizada em Niterói, onde nossos visitantes foram calorosamente acolhidos com uma missa especial, um jantar e a apresentação informal de muitos casa!s equipistas do Setor de Niterói. No último dia de sua estada entre nós, tivemos uma reunião da Região Rio de Janeiro, da qual participaram os Responsáveis dos 5 Setores do Rio, os Responsáveis do Setor de Niterói e da Coordenação da Ilha do Governador, assim como os Conselheiros dos Setores A e C e os dois Casais Regionais - proporcionando assim magnífica ocasião para que pudessem nossos visitantes ter uma visão global do Movimento em nossa área. Depois da missa partic.ipada num clima de recolhimento e emoção, seguiu-se um alegre jantar e a co-participação geral, num ambiente descontraído e muito fraterno. -37-


No dia seguinte, nossos visitantes foram conhecer de perto algumas cidades da Região Centro-Leste e nos despedimos. Pe. Tandonnet levou consigo nossa admiração, nosso respeito e muita amizade, e quando Marie e Louis nos deixaram, já ficamos com saudades deste casal maravilhoso que aqui passou apenas alguns dias, mas que conosco conviveu intensamente integrado, num clima carinhoso de fraternidade verdadeiramente cristã.

SAO PAULO -

Jubileu do "Padre Chiquinho"

No dia 5 de junho, a igreja de Sto. Agostinho esteve repleta: era a ação de graças pelas bodas de ouro sacerdotais do Pe. Mariano de La Mata, que foi Conselheiro Espiritual de equipe, e pelas bodas de prata do Pe. Francisco Saez Sandi, mais conhecido como Padre Chiquinho, Conselheiro do Setor B, de várias Sessões de Formação, inclusive das duas realizadas em Bogotá. Ao final da missa, concelebrada por cerca de 30 sacerdotes, o Pe. Chiquinho foi convidado a dar um testemunho de seus 25 anos de sacerdócio. Iniciou com os primórdios de sua vocação, sua vida no seminário, a ordenação, sua vinda parà o Brasil. E revelou que, nos últimos anos, vinha sentindo um vazio em sua vida sacerdotal; uma forte sensação de que lhe faltava algo para o desenvolvimento pleno de sua vocação. Até que, um dia, foi chamado para ser Conselheiro de uma Equipe de Nossa Senhora. Aí, dia após dia, foi "descobrindo esse mundo maravilhoso de espiritualidade conjugal", e hoje, ele podia testemunhar, "sem sombra de dúvida, à sua comunidade ali reunida, que vale a pena dedicar-se a essas equipes de casais que buscam viver em comunidade as exigências do Evangelho, dando assim testemunho ao mundo de que Cristo veio santificar o amor". Disse ainda que, de público, queria agradecer àqueles que se lembraram de convidá-lo para Conselheiro de sua equipe, missão na qual se sente r ealizado como sacerdote. Escrevem Dirce e Rubens, que nos comunicaram a notícia : "Foi um momento muito forte e comovente esse que tivemos a ventura de viver."

MARíLIA -

Visita do Padre Tandonnet

Recebemos de Inês e Ricieri, Responsáveis do Setor, o relato da visita que o Pe. Tandonnet fez à cidade de Marília:

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A Região São Paulo/H foi contemplada com a visita do Pe. Roger Tandonnet, que foi a Marília acompanhado de Marisa e Fleury, Responsáveis pela Região São Paulo/F. A noite daquele dia 6 de maio, no Centro Comunitário da Paróquia de Santa Isabel, às 20 h, deu-se o início de um encontro com os casais equipistas da Região. A eficiência da gestão do Casal Regional, Diva e Venício, se evidenciou nesse acontecimento. Expediram convites, insistiram via Telesp e foram recompensados com a presença de aproximadamente 230 pessoas, procedentes de quase todas as localidades da Região onde existem as ENS. Vieram casais equipistas de Araçatuba, Cafelândia, Lins, Garça, Rinópolis, Assis e Marília. O Encontro foi aberto com uma vigília preparada pela Equipe 12 de Marília, orientada pelo seu Conselheiro Espiritual, Pe. Aquiles Pacheli Pinheiro. Foram 30 minutos de exaltação a Nossa Senhora, que ao mesmo tempo se transformavam num profundo agradecimento pelos 30 anos em que Ela nos vem conduzindo a seu Filho, através deste caminho, desta forma organizada de vida que são as Equipes de Nossa Senhora. Padre Roger Tandonnet, com o dom que recebeu de Deus, se fez entender perfeitamente em nossa língua, respondendo e comentando de forma muito clara e objetiva a todas as indagações dos presentes. Ao expressar-se, não só removeu as dúvidas como também ofereceu subsídios para vivenciar os métodos do Movimento, especialmente em seu objetivo primordial, a espiritualidade conjugal e familiar. Esse encontro com os casais de toda a Região encerrou-se com uma confraternização, na qual notava-se a transbordante alegria de todos, principalmente daqueles que não se haviam deixado abater pela distância e agora regressavam muito felizes por ter vivido essa rara oportunidade. No dia 7, com almoço que se iniciou às 12 hs. e oferecido por todas as equipes de Marília, Pe. Tandonnet reuniu-se com 17 Conselheiros Espirituais da Região. Novamente, com as graças de estado de que é cumulado por Deus, dialogou com eles, animando-os na sua dedicação às Equipes de Nossa Senhora. Tomando por base a palavra dos Papas Paulo VI e João Paulo II, incentivou-os a perseverar no seu ministério junto aos nosso-s pequenos grupos de casais, pois, na med;da em que levarem suas equipes a vivenciar a espiritualidade conjugal e familiar, os casais irão transbordar cada vez mais em frutos multiplicadores para toda a comunidade paroquial e para toda a Igreja. A chegada dos visitantes dera-se com uma hora de atraso e o retorno foi pior: o avião atrasou-se cinco horas. . . Tudo isso constava, certamente, dos planos de Deus, pois até no aeroporto, enquanto aguardavam a ordem de embarque, Pe. Tandonnet e -39-


Marisa e Gustavo continuaram proporcionando-nos aquele auxílio mútuo, enriquecendo-nos com suas orientações. Dessa forma, o seu sofrimento transformou-se num bem para nós, pelo que Deus os haverá de recompensar!

SAO JOSÉ DOS CAMPOS -

Ainda o I Encontro de Jovens

Enviando-nos duas fotos , Anna Luiza e Alvaro, da Equipe 12, dão-nos mais alguns detalhes sobre o Encontro de Jovens realizado em São José por ocasião da Peregrinação a Aparecida. A avaliação feita entre os 149 jovens (provenientes de 24 cidades, localizadas em 6 diferentes Estados - Rio de Janeiro, Minas Ger ais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e . Rio Grande do Sul) revelou que apenas 7% se declararam insatisfeitos com o Encontro; 55 % consideraram-no muito bom e 38 % acharam-no bom. Lembra-se que as palestras, em número de quatro, versaram sobre: Maria (a cargo de Márcia, de Taubaté), A necessidade de o jovem indagar (Pe. Zézinho), Amizade (Pe. Cláudio) e Comunidade (!na, de J acareí). Após as palestras, os jovens eram distribuídos em grupos, coordenados por um jovem das Equipes de Jovens de São José. No dia 3, cinco ônibus transportaram os jovens de São José para Aparecida, onde, após ouvirem mensagem dos d'Amonville e darem "aquela" emoção aos pais, ao en-

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trarem cantando e abençoando, participaram de todo o encerramento da Peregrinação.

FLORIANóPOLIS -

Com os irmãos separados

Contam Albio e Mafalda, da Equipe 6:

"Foi uma linda noite de fraternidade. Reunidos católicos e metodistas em casa do Pastor Schisler, rezou-se pela unidade dos cristãos. Além da família Schisler e de vários membros da comunidade metodista de Florianópolis, estiveram presentes à reunião de oração nosso arcebispo, Dom Afonso, o Pe. Pedro Koelher, Irmão Pedro, várias religiosas de diferentes casas e católicos engajados em Cursilhos de Cristandade, Renovação carismática e Equipes de Nossa Senhora. Num ambiente de amor e fraternidade, rezamos, entoamos cânticos de letras muito sugestivas e fizemos leitura e reflexão partilhada sobre a Bíblia: "O fim de todas as coisas está próximo. Sede, portanto, prudentes e vigiai em oração. Antes de tudo, mantendo entre vós mútua e constante caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados. Exercei a hospitalidade uns para com os outros sem murmuração." (I Ped. 4, 7-9). Seguiram-se orações espontâneas em pequenos grupos e em conjunto. Dom Afonso então se dirigiu a todos com a Evangelii Nuntiandi e a sua grande mensagem de esperança pela unidade do mundo cristão tal como a deseja Cristo. -41-


A seguir, em profunda umao, demo-nos a mãos e, todos os presentes, rezamos o Pai Nosso. Mais um ~anta e estava encerrada a reunião de oração pela unidade dos cristãos. Difícil descrevê-la, foi uma noite de momentos de grande emoção e profunda unidade em Cristo!" PETRóPOLIS -

Retiro ou novo Pentecostes?

Sobre o retiro de Frei Clarêncio, escrevem J acira e Fernando, da Equipe 2:

"Quem foi viu, quem não foi jamais saberá o que se passou ali, por mais que se multipliquem as palavras. Talvez daqui a alguns anos os registros contem o que aconteceu a um pequeno grupo de casais que, na vigília e na Festa de Pentecostes, enquanto estavam reunidos em oração, sentiram um vento forte sopmr, batendo com as portas do Convento Madre Regina. Viram depois como que labaredas de fogo junto ao altar onde se reuniram para celebrar a Eucaristia. Ouviram também por quatro vezes durante os dois dias de retiro uma voz que dizia: "Ide testemunhar pelo vosso amor gratuito que Deus é Amor" e, de 1·epente, todos sentiram grande paz e alegria e uma vontade incont1·olável de contar a todo mundo o que ali se passara." Shirley e Wolney, da Equipe 5:

". . . Mas o que nós queríamos dizer mesmo é como foi formidável, como foi estupenda e manífica a Santa Missa do Espírito Santo. Foi o ponto máximo do retiro... Obtivemos, nós todos, a consagração do Espírito Santo, num desses breves momentos que marcam para sempre a vida. Desse momento, vamos nos lembrar enquanto existirmos, tal a magnitude de beleza religiosa que vivemos. Se não tivéssemos a Fé, se não fôssemos convertidos, se não acreditássemos, ali, então, poderíamos dizer com toda a convicção: Eu vi, eu acredito! . .. " -

Rio do Ouro: inaguração

Um ano exatamente depois daqueles "dois dias de festa em comemoração ao padroeiro, Santo Antonio", que se constituíram no ponto de partida de mais uma forma de doação por parte dos equipistas de Petrópolis, a igreja de Rio de Ouro foi inaugurada. "A nossa alegria é total, de todos os equipistas deste Setor. E muito maior, muito maior mesmo é a alegria do Frei Antonio", escrevem Regina e Ruy, repórteres da Carta Mensal, ao enviar-nos o convite de Frei Antonio, que diz, entre outras coisas: "Venha ver mais um milagre de Santo Antonio: a construção de uma igreja em um ano! Veja o milagre da colaboração de todos!" -42-


PORTO ALEGRE -

Romaria

Comemorando os 30 anos, os Setores A, B, C de Porto Alegre e a Coordenação do Interior do Rio Grande do Sul realizaram, no dia 3 de maio, às 15 h, uma romaria à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, no Bairro da Glória, em Porto Alegre. A esquerda, na foto, gentilmente enviada por Dulce e Hugo, da Equipe 8, Setor C, o Pe. Antonio Lorenzatto, Conselheiro Espiritual da Região e grande incentivador do Movimento no Rio Grande do Sul.

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Carta Mensal apreciada

Recebemos de Vilma e Julio de Souza, da Equipe n9 14, Setor A, uma carinho.sa carta contando do proveito que têm tirado de nossas Cartas Mensais:

Nestes dez anos de Movimento em que eu e o Julinho participamos, muito nos enriquecemos com as Cartas Mensais. Por isso resolvi escrever-lhes para dar um testemunho disto. Trabalhamos com um movimento de perseverança de Primeira Eucaristia na paróquia e fomos pegos de surpresa para dar uma palestra a estes jovens sobre a família. O tempo era escasso e eu muito mais preocupada e nervosa do que meu marido sobre o que iríamos dizer (Dar testemunho não era difícil, po' s contar como vivemos em casa, com os filhos não tem muita novidade). -43-


No meio do trabalho de coordenação de 8 jovens, perguntando a toda hora o que fariam, eu abri a Carta de abril, e encontrei um artigo que encaixou bem certinho na minha palestra. E isto me deu um ânimo muito grande, pois mais uma vez nossa Mãe celeste não nos deixou desamparados! (O artigo foi "Uma nova maneira de família".) Agradecemos de coração o trabalho de vocês e pedimos à Virgem Nossa Mãe que continue dando forças e condições para continuarem neste belo trabalho." · Nós é que agradecemos a carta! Saber que nosso trabalho r.stá sendo ú til é a maior recompensa que a gente poderia desejar!

BELO HORIZONTE -

Coordenação

Na presença de Louis e Marie d'Amonville e do Pe. Tandonnet, deu-se a instalação da Coordenação de Belo Horizonte, cujo Casal Responsável é Olga e J osé Rocha Filho. A Coordenação consta de 4 equipes - por enquanto. Com o Pe. Almeida por lá ... JUIZ DE FORA -

Lançamento em Varginha

Como decorrência da ida àquela cidade de Geraldo Fonseca, da Equipe 6, para exercício de atividades profissionais (é advog::tdo da Fazenda Pública do Estado de Minas Gerais) , nasceu a primeira equipe de Varginha. Pilotada, é claro, por Geraldo e !rene e tendo como Conselheiro Espiritual o Pe. Aloisio Hellmarins. P adroeira: Na. Sra. do Amor. O lançamento obedeceu ao que é praxe em Juiz de Fora: primeiro, forma-se um grupo cham ado "Diálogo Conjugal", que se reúne durante vários meses. Já há inclusive um segundo grupo a partir do qual, no devido tempo, ! rene e Geraldo pensarão em lançar a equipe 2. PINDAMONHANGABA -

Coordenação

No dia 4 de junho, foi criada a Coordenação de primeiro grau. Durante a missa, celebrada pelo Pe. Luís Vilela, na igreja do Instituto dos Sagrados Corações, !rene e Dionísio, Casal Regional, deram posse a Regina e Darcy Agostinho Castro Coelho como Responsáveis pela Coordenação. A Coordenação compõe-se de 6 e_quipes que, além dos apostolados paroquiais habituais (ca-· tequese, liturgia, promoção humana) , estão engajadas na pastoral familiar, tendo assumido especificamente os Cursos de Batismo e os Cursos de Noivos de toda a cidade. - 44 -


CATANDUVA -

Primeiro retiro

Eram muitas as dificuldades para a realização deste primeiro retiro. "Muito maior que as dificuldades", escrevem Marlene e Antonio Carlos, Responsáveis pela Coordenação, foi a disponibilidade dos equipistas, que tudo fizeram para que o resultado fosse: muito bom! As quatro equipes totalizam 33 casais, dos quais 25 participaram. E ainda 2 casais da Equipe 5, que estava em fase de informação, e mais 5 casais não equipistas. O pregador foi Frei Jorge, dominicano de São Paulo, e o tema por ele desenvolvido, "Aliança". Frei Jorge deu verdadeiro "5how" de Velho Testamento e veio vindo, de aliança em aliança, até chegar à do casal, no dia de hoje. A novidade maior deste retiro talvez resida no local. . . O retiro foi feito no Grande Hotel Termas de Ibirá, uma estância balneária a 30 km de Catanduva. O hotel foi o local escolhido pelo fato de Catanduva não contar com uma casa própria para retiros e também porque, com apenas 4 equipes, seria impossível criar a equipe de serviço. Tudo saiu bem, pois praticamente lotamos o hotel: dos poucos hóspedes que lá havia recebemos total apoio, a ponto de eles part;ciparem das missas celebradas na capela próxima ao hotel e "entrarem. na nossa", nos momentos de oração às refeições! Convém ressaltar o apoio que tivemos dos nossos Conselheiros Espirituais. O Pe. Vicente, Conselheiro da Coordenação, participou praticamente de todo o retiro, e os demais, Pe. S;nval, Pe. Valdecir, Pe. Sílvio e Pe. José, bem como o vigário de Ibirá, e~>tiveram conosco participando da refeição de domingo, Catanduva está de parabéns! A realização do retiro era um desafio. As dificuldades encontradas têm uma ressonância especial - quiçá um certo sabor de saudade - para os equipistas mais antigos: trinta anos atrás, nos anos 50, era preciso também tenacidade, criatividade - e bastante espírito esportivo - para realizar um retiro de casais!

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Dia das Mães

Compareceram mais de 300 pessoas à comemoração ·o rganizada pelas Equipes de Nossa Senhora, sob a responsabilidade de Cida e Wander, da Equipe 4, que formaram, com casais das 6 equipes, uma excelente equipe de trabalho. Celebrou a missa o Pe. Vicente, e os jovens, filhos de equipistas e seus amigos, se -45-


encarregaram dos cânticos. Com 15 violões, deram seu recado, saindo-se otimamente bem. A comemoração terminou com a apresentação de uma peça de teatro: "As mais importantes", onde o ponto culminante foi uma homenagem à Mãe de Jesus. JUNDIAí -

Construindo creche

O Setor como um todo resolveu ajudar Wilma e Orlando na construção de uma creche no Bairro do Rio Acima. Decidiu-se, na r eunião dos Casais Responsáveis, formar um grupo de trabalho, para o qual foram sorteadas 4 equipes. Estas, por sua vez, reuniram-se para pensar e resolveram promover três "festividades", das quais participariam todos os equipistas "sendo convidados, como dizia Frei Antonio Moser, de Petrópolis (cf. CM Junho), a ali deixar um pouco de suas economias". Novamente foram sorteadas as equipes, desta vez todas elas, para determinar quais ficariam com cada uma das programações. Além disso, os equipistas do Setor, que tão maravilhosamente trabalharam para o bazar na Vila Hortolândia no penúltimo Natal, estão novamente convidados a um gesto de desapego, enviando objetos e roupas para o bazar organizado pela Equipe 2, que se dedica há muito tempo ao atendimento às famílias carentes do mesmo Bairro do Rio Acima. JACAREí -

Retiro

Recebemos de Alcides e Pia, Secretários do Setor, a seguinte notícia :

Sempre que se propõe a dizer alguma coisa sobre alguém ou algo do que já se disse tudo, corre-se o risco de cair mais uma vez num lugar comum. É essa agora nossa tarefa, a de dizer em poucas palavras o que foi o retiro pregado pelo carismático Frei Vittório Infantino. A simplicidade deste homem, a disponibilidade demonstrada, o poder de penetração de suas palavras, a profundidade de suas mensagens contagiaram os 43 casais - a quase totalidade dos equipistas deste Setor - participantes deste maravilhoso (maravilhoso, sim!) retiro espiritual.

A oração foi o tema do retiro, que teve realmente as bênçãos do Senhor, quer pela beleza dos dias, quer pelo ambiente de espiritualidade reinante, quer pela escolha tão acertada desse pastor, que mostrou a oração sob seus múltiplos aspectos, dando ênfase muito especial à "oração contemplativa", um diálogo puro de amor da criatura com seu Criador. -46-


A música foi uma carga de emoções novas neste retiro, através da voz empolgante de nosso companheiro J. Domingues, e também do Frei Vittório, que, além da eficácia de suas palavras, mostrou seu talento inegável como cantor. SAO PAULO- Preparação para o casamento

Reuniram-se no dia 24 de maio, Vigília de Pentecostes, no Colégio Santa Cruz, equipistas que trabalham nos Encontros de Noivos em São Paulo e no ABC, para refletir sobre a necessidade de atualização da preparação para o casamento. Para que o Encontro partisse de dados concretos, ou seja, as críticas e anseios dos interessados, foram levantadas opiniões de noivos, pelas fichas de avaliação ou em contatos com coordenadores de cursos, e de recém-casados, através de entrevistas individuais, efetuadas por jovens casais. No dia, Luciana e Benê (cf. C.M. de maio) apresentaram os resultados da amostragem obtida, depois que Monique e Gérard focalizaram a posição da Igreja, segundo as "Orientações Pastorais sobre o Matrimônio", e as opiniões e sugestões dos equipistas, segundo pesquisa realizada dois anos atrás no Estado de São Paulo. Os grupos, na parte da manhã, dedicaram-se ao estudo dos problemas de formação (formação religiosa nos cursos ou Encontros, formação dos casais palestristas, inclusive formação em matéria de paternidade responsável). A tarde, foram examinados problemas de dinâmica (maior tempo para debate, duração dos cursos, preparação em grupos ou equipes de noivos). Não houve tempo para debate em plenário das conclusões apresentadas pelos grupos e haverá novo encontro para se chegar a um consenso e aprofundar os assuntos, com o objetivo de, em seguida, estudar-se toda a problemática em conjunto com movimentos irmãos que se dedicam a este apostolado. Uma conclusão que já se destacou, sendo consenso geral: há necessidade premente de escolas de palestristas, seja a nível de movimentos, seja a nível de paróquia, setor ou região episcopal. E desde já um resultado: a sugestão apresentada a D. Décio Pereira, Bispo da Região Centro (à qual pertence a maioria dos equipistas) e plenamente endossada por ele, de que o método Billings fosse apresentado a todos os que dão a palestra do médico nos Encontros de Noivos. D. Décio pedirá aos vigários, através dos Coordenadores de Setor, que convoquem os palestristas, médicos ou afins, para ouvir (no dia 23 de outubro) a Irmã Maria José Torres, assessora da CNBB para o planejamento familiar, e esclarecer as dúvidas que possam ter. -47-


TEXTO DE MEDITAÇÃO

BEMAVENTURADOS OS POBRES

Cristo não condena a simples posse de bens materiais. Mas as suas palavras mais duras dirigem-se para aqueles que usam sua riqueza de maneira egoísta, sem se preocupar com o próximo, a quem falta o necessário. Com estas palavras, Cristo coloca-se do lado da dignidade humana, do lado daqueles cuja d ignidade não é respeitada, do lado dos pobres: "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus". · Sim , bemaventurados os pobres de bens materiais que conservam, no entanto, sua dignidade de homens. Bem-aventurados os pobres, aqueles que por causa de Cristo têm uma especial sensibilidade por seu irmão ou sua irmã que padece necessidade, po·r seu próximo que é vítima de injustiças, por seu vizinho que sofre tantas privações, inclusive a fome, a falta de emprego ou a impossibilidade de educar dignamente seus filhos. Bem-aventurados os pobres, os que sabem se desapegar de suas posses e de seu poder, para colocá-los a serviço dos necessitados, para se comprometer na busca de uma ordem social justa, para promover as mudanças de atitudes necessárias a fim de que os marginalizados possam encontrar lugar à mesa da família humana.

JOÃO PAULO 11 (Em Recife, 7-7-80)

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ORAÇAO

ó Mãe! Fazei que a Igreja seja para todos sacramento de salvação e sinal de unidade de todos homens, irmãos e irmãs de adoção do Vosso Filho e filhos do Pai do Céu. 6 Mãe! Fazei que esta Igreja, a exemplo de Cristo, servindo constantemente o homem, seja a defensora de todos , em particular dos pobres e necessitados, dos socialmente rn.prginalizados e espoliados. Fazei que a Ig:t;eja do Brasil esteja sempre a serviço da justiça entre os homens e contribua ao mesmo tempo para o bem comum de todos e para a paz social. 6 Mãe! Abri os corações dos homens e dai a todos a compreensão de que somente no espírito do [Evangelho e seguindo o mandamento do amor e as bem-aventuranças do Sermão da Montanha será possível construir um mundo mais [humano, no qual será valorizada verdadeiramente a dignidade de todos os homens.

ó Mãe! Dai à Igreja, que nesta terra brasileira realizou no passado uma grande obra de evangelização e cuja história é rica de experiências, que, com novo zelo e amor pela missão recebida de Cristo, realize as suas tarefas de hoje. Concedei-lhe para este fim numero-sas vocações sacerdotais e religiosas, para que todo povo de Deus possa beneficiar-se do ministério dos dispensadores da Eucaristia e das testemunhas do Evangelho.

JOAO PAULO 11 <Em Apare cida do Norte, 4-7-1980)


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