ENS - Carta Mensal 1979-7 - Outubro

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1979 Outubro

Oração pela família .... . ...... . . ... .. . . . .... . Miss:onários da cidade .. . . . .. . . . O papel da família na educação ............ . O rosário e a oração em fam ília ........... . Um verdadeiro apóstolo - D. Floriano .. . .. . Oração a São Francisco ............... . .... . A missão do educador .............. . ....... . Diferente dos outros ...... . .......... . . .. ... . A caminho da desintegração do homem .... . As bem-aventuranças de um velh~ .......... . Os menores abandonados ...... . ........ •. . . . Sou criança " Não acreditávamos nos jovens" . . . . . . . . . . . . .

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Como anunciar Cristo no dia-a-dia . . . . • . . . . . .

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A valise preta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . .

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Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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ORAÇÃO PELA FAMlLIA

O Deus, Pai de bondade, ouvi a nossa oração e preservai o que é de lodos na família. - A famllia é o fundamento insubstituí vel de lo das as outras sociedades - preservai-a da desagregação; a família é a mais nobre fonte da vida - preservai-a da esterilidade, das enfermidades e da falta de paternidade responsável; a família é o principal ninho de amor e carinho - preservai-a da incompreensão, da frieza e dos dissabores; a família é o lar, onde pais 8 filhos convivem, se conhecem e dialogam - preservai-a do silêncio que angustia os corações; a lamllia é um reino de alegria, amor e paz - preservai-a de tristezas, de egoísmo e de dissensões internas; a família é a igreja doméstica, da qual depende, em grande parte, a evangelização no futuro - preservai-a da falta de coragem para anunciar a verdade e denunciar o erro; a família é o primeiro centro de comunhão e participação preservai-a do indiferentismo, e fazei que ela encontre caminhos de renovação interna e de maior comunicação com a Igreja 8 o mundo; 6 Deus, a família, convertida pela força libertadora do Evangelho em "escola do mais rico humanismo", está disposta a superar os enganos e as falsidades que desorientam o mundo moderno; concedei que ela, vivendo e atuando sobre a realidade segundo vosso Espirilo, busque maior fidelidade ao Senhor e adore, não as coisas que passam, mas o Deus vivo que permanece. Isto vos pedimos por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

D. Monso Niehues Arcebispo de Florianópolis

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EDITORIAL

MISSIONÁRIOS DA CIDADE Embora não tenham sido escritas para as Equipes de Nossa Senhora, as linhas que seguem correspondem exatamente à mensagem que desejarlamos dirigir-lhes neste mês de outubro, dedicado às missões.

De cidade em cidade, de coração a coração, a Palavra de Deus caminhou e se difundiu pelo mundo. Saltando pelos anos da história chegou até nós. Os apóstolos souberam cumprir a ordem do Senhor Jesus: "Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura" (Me. 16, 15) . Cada um de nós ouviu a mensagem e a escolheu com fé, por isso, hoje, podemos crer. Mas a história de nossa fé é longa, tanto considerando o passado como se olharmos para o futuro. Este é apenas vislumbrado: o Reino de Deus realizado, a fraternidade enfim implantada com a justiça e o amor, "o novo céu e a nova terra". O futuro de nossa fé é uma grande Esperança que movimenta nossos braços na história e nos coloca, enfim, nos braços de Deus. O passado, nosso olhar não alcança vê-lo, a não ser em seus últimos passos. Nossa fé vem de longe... A Agua Viva que, hoje, mata nossa sede, passou por muitos rios, riachos e canais. A luz que nos ilumina foi transmitida, de mão em mão, numa imensa maratona missionária através dos séculos. . . Em nosso caso, quem foi o último elo da corrente? Nossos pais? Um padre? Um amigo? e o penúltimo, e o anterior? Não conseguimos ir mesmo muito longe, mas sabemos que o primeiro elo foi um dos doze apóstolos; um daqueles discípulos que realizaram a ordem do Senhor; e depois deles tantos outros! O passado de nossa fé é, pois, a história de uma grande fidelidade à Missão. Nós cristãos de hoje, somos herdeiros da Fidelidade dos homens à ordem de Deus, e responsáveis pela Promessa de Deus ao anseio dos homens. Temos nas mãos a Agua Viva, água de beber uma vez por todas, de jorrar até a vida eterna. Temos nas mãos a Luz que ilumina e guia os passos no caminho da paz. Para o cristão, ser missionário faz parte de sua própria fé, brota dela com naturalidade. Como a água que só não corre se a aprisionarmos, e a luz que só não ilumina se a abafarmos.

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Na. fé somos chamados a entrar nessa longa história de Fidelidade e de Promessa, de transmissão e acolhida do Dom de Deus. A cidade em que vivemos é o nosso campo de missão. Ela é o vasto mundo que é preciso evangelizar. Dela poderia igualmente dizer Jesus: não conseguireis percorrer todos seus bairros até que venha o Filho do Homem (Mt. 10, 23). Muito menos conseguiremos chegar a todos os corações sedentos da Palavra. É vasto demais o nosso mundo, a nossa cidade. O miss;onário, em nossos dias, continua buscando cada coração, continua sendo em cada bairro o anúncio da fraternidade. Mas o missionário, hoje, tem que ir mais além. É preciso penetrar na cidadela dessa grande aldeia, é preciso falar a seu coração. . . E o coração da cidade está ali onde está o seu tesouro, isto é, os valores que a fazem vibrar, que são o ritmo de seu existir e a qualidade de seu viver. A luz do Evangelho, o misSJOnário descobre e assume os sinais dos tempos na história da cidade. Vibra com sua Igreja voltada para o essencial. . . Contradiz a cidade pretensiosa e fútil que põe sua segurança no acúmulo de bens e sua alegria no consumismo. Revela os valores evangélicos de uma vida mais austera e, por isso mesmo, mais partilhadora com os outros irmãos. Para todos nós, o missionário guarda a imagem do homem que veio de longe, que deixou pátria, família, amigos... Na realidade, assim é. A força do impulso missionário, como flecha no arco, está na proporção do recuo, do que fica para trás. AQl'i primeiros discípulos o Senhor mandou que deixassem bolsa, cajado, roupas e utensílios supérfluos e que fossem depressa, sem voltar o olhar, sem parar para conversar no caminho ... Assumir a missão na cidade supõe também deixar e partir. Deixar seus valores falsos, seus interesses desumanos. Partir de seu coração vazio de amor à pessoa humana. Desenrolar-se do cipoal frio das razões da técnica e das razões de estado, das razões de classe, das razões da empresa, das razões de família. Arriscar-se na construção de um mundo novo de contornos evangélicos, cuja fisionomia não nos é ainda familiar mas, de modo algum parecida com a face da sociedade que vivemos. De cidade em cidade, de coração a coração, o Evangelho chegou até aqui. Ele continua sendo a Promessa de Deus para a cidade. Promessa que vai sendo realidade na medida em que encontrar em nós coração e mãos disponíveis para assumir a herança da Fidelidade missionária que nossos pais e irmãos na fé nos deixaram.

D. Antonio Celso Queiroz ' Bispo da Região Ipiranga, São Paulo <Transcrito de "0 São Paulo")

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A PALAVRA DO PAPA

O PAPEL DA FAMíLIA NA EDUCAÇÃO

Constitui sempre alegria para o Papa encontrar pais e mães de família muito conscientes das suas responsabilidades de educadores cristãos. E é uma graça ver surgirem hoje na Igreja numerosas iniciativas de apoio às famílias. Não é preciso que eu insista no papel primordial da família na educação humana e cristã. O recente Concílio, em vários dos seus textos, pôs felizmente em relevo a missão dos pais, "primeiros e principais educadores", dificilmente substituíveis. É para eles um direito natural, uma vez que deram a vida aos filhos; é também a melhor maneira de assegurar uma educação harmoniosa, por causa do caráter completamente original das relações pais-filhos, e da atmosfera de afeição e segurança que os pais podem criar, na irradiação do amor, próprio do casal. A maior parte das sociedades civis tiveram, elas próprias, de reconhecer o papel particular e necessário dos pais na primeira educação. No plano internacional, a Declaração dos direitos da criança, que é pelo menos sinal de uma vastíssima concordância, admitiu "dever a criança, quanto possível, crescer debaixo da salvaguarda e da responsabilidade dos próprios pais". Façamos votos para que este compromisso se traduza cada vez mais nos fatos, sobretudo durante o Ano Internacional da Criança. Mas não basta afirmar e defender este princípio do direito dos pais. É preciso sobretudo pensar em ajudá-los no bom desempenho deste cargo difícil da educação nos nossos tempos modernos. Neste campo, a boa vontade e até o amor não bastam. Os pais devem adquirir, com a graça de Deus, certa habilidade, primeiro fortificando as suas próprias convicções morais e religiosas, dando exemplo, refletindo também sobre as próprias experiências - entre si, com outros casais, com educadores experimentados e com sacerdotes.

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Trata-se de ajudar as crianças e os adolescentes "a estimar retamente os valores morais e a abraçá-los pessoalmente, bem como a conhecer e a amar a Deus mais pessoalmente". Esta educação do seu discernimento, da sua vontade e da sua fé, é verdadeira arte; a atmosfera familiar deve constar de confiança, diálogo, firmeza e de respeito bem entendido da liberdade nascente: coisas todas, estas, que permitem uma iniciação progressiva para o encontro com o Senhor e para os hábitos que honram já a criança e preparam o homem de amanhã. Oxalá as crianças adquiram nas famílias uma primeira experiência da Igreja e da autêntica vida humana em sociedade. É preciso também instruí-las pouco a pouco em comunidades educativas mais amplas que a família. Esta deve então acompanhar os seus adolescentes com amor paciente, na esperança, e, sem renunciar às suas obrigações, cooperar com os outros educadores. Assim, reforçados na sua identidade cristã para enfrentarem como convém um mundo pluralista - muitas vezes indiferente e hostil mesmo às suas convicções - estes jovens poderão tornar-se fortes na fé, servir a sociedade e tomar parte ativa na vida da Igreja, em comunhão com os seus Pastores e aplicando as orientações do Concílio Vaticano II.

JOÃO PAULO II

NOSSO PRIMEIRO CAMPO DE MISSAO Vocês os conhecem . Eles são seus vizinhos, são sócios do mesmo clube, ou seus colegas de trabalho . Outras vezes, vocês os conhecem do colégio de seus filhos. Ou porque participam da mesma missa . Algumas vezes ainda, vocês os conhecem através do testemunho de amigos, ou mesmo de "ouvir· falar". Pois bem, eles são os casais a quem queremos levar as Equipes de· Nossa Senhora. (Do Boletim de Florianópolis)

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O ROSARIO E A ORAÇÃO EM FAMíLIA (Da Exortação Apostólica, de Paulo VI, sobre "0 culto à Virgem Maria ")

O II Concílio do Vaticano pôs bem em evidência que a família, qual célula primeira e vital da sociedade, "deve mostrar-se, pela mútua piedade dos membros e pela oração dirigida a Deus em comum, como um santuário familiar da Igreja" (A.A. 11). A família cristã, por conseguinte, apresentar-se-á assim como "Igreja doméstica", na medida em que os seus membros, cada qual no seu lugar e dentro das suas atribuições próprias, se dão as mãos no promover a justiça, no praticar as obras de misericórdia, no dedicar-se ao serviço dos irmãos, tomando parte no apostolado da comunidade local mais ampla e inserindo-se no seu culto litúrgico (A.A. 11); e, ainda, se elevarem a Deus orações suplicantes, em comum; se viesse a falhar este elemento no seio da família, então faltar-lhe-ia o próprio caráter de família cristã. Depois da celebração da "Liturgia das Horas" - ponto culminante a que pode chegar a oração doméstica - não há dúvida de que o Rosário da bem aventurada Virgem Maria deve ser considerado uma das mais excelentes e eficazes orações em comum que a família cristã é convidada a recitar. Dá-Nos gosto pensar e auspiciamos vivamente que, quando o encontro familiar se transforma em tempo de oração, seja o Rosário a sua expressão freqüente e preferida. Estamos bem conhecedor de que as mudadas condições da vida dos homens, nos nossos dias, não são favoráveis à possibilidade de momentos de reunião familiar; e de que, mesmo quando isso acontece, não poucas circunstâncias se conjugam para tornar difícil transformar o encontro da família em ocasião de oração. É uma coisa difícil, sem dúvida. No entanto, é também característico do agir cristão não se render aos condicionamentos do

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ambiente, mas superá-los; não sucumbir, mas sim elevar-se. Portanto, aquelas famílias que queiram viver em plenitude a vocação e a espiritualidade própria da família cristã devem envidar todos os esforços para eliminar tudo o que seja obstáculo para os encontros familiares e para a oração em comum .

O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade. Nesta oração repetimos, muitas vezes, as palavras que a Virgem Maria ouviu do Arcanjo e de sua prima Isabel. A estas palavras associa-se a Igreja inteira. Pode-se dizer que o Rosário é, em certo modo, um comentário-prece do último capítulo da Constituição "Lumen Gentium" do Vaticano 11, capítulo que trata da admirável presença da Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja.

João Paulo 11

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UM VERDADEIRO APóSTOLO -

D. FLORIANO

O mundo de hoje não precisa tanto de pregadores como de testemunhas. Ao nosso tempo vale muito mais um testemunho de vida que uma teoria explicitada com eloqüência. A teologia que mais convence não é a que explicita o mistério, mas a que ensina a viver a realidade do cristianismo. Evangelizar hoje não é somente pregar a doutrina, mas viver a pregação. Cristo precisa de profetas que o anunciem, mas também de apóstolos que o testemunhem. Ser profeta e ser apóstolo é mais que ser um instrumento de Cristo, é ser um "homem de Deus". Na velha e longínqua Europa, no ubérrimo vale do Rhur, nasceu Floriano Loewenau, em 1912. Nas suas primeiras experiências de vida, não se impressionou com a prosperidade e a riqueza da terra que lhe serviu de berço. Uma força mais forte dominou seu coração. Uma filosofia de sentido mais profundo impregnou o seu espírito. "Ide, ensinai a todas as criaturas e dai testemunho de mim até os confins da terra." Esta mensagem, bem cedo, calou em seu coração. Esse tema fundamentou a opção de vida que ele viveria autenticamente, até os seus últimos instantes. Feitos os primeiros estudos, tal Abraão dos novos tempos, deixa tudo e parte. Singra os mares, atravessa o Atlântico e chega ao Novo Mundo: missionário da fé. Na América, prossegue os seus estudos em Recife e se ordena padre em Salvador. Conhece as secas e vive a miséria do Nordeste. Mas o seu arrojo, a predisposição ao sacrifício, a humildade do seu espírito falam mais alto. Deseja viver mais autenticamente aquela mensagem que ainda novo ouvira. · Parte para a selva amazônica - quer pregar também aos índios. Lá convive com caboclos e índios, visita choupanas. Em pequenas canoas, desce pelos igapós e igarapés levando o Cristo que carregava em si aos que não O conheciam e tão cedo não

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teriam oportunidade de conhecê-Lo. Põe a mesa eucarística e reparte o pão. Comunga do Cristo vivo com aquela gente. É nomeado Bispo de Santarém. Constrói igrejas, funda colégios. Passa para a Prelazia de óbidos, mais ao interior. Cont!.nua a sua missão. Protege e evangeliza os índios. Viaja pelos grandes rios. Utiliza-se de helicópteros e aviões. Prega o Evangelho nos clarões da floresta e ensina o povo das grandes cidades. Minam-se as suas forças, mas não desfalece a sua fé. Humildemente, sem mágoas nem queixas, renuncia ao Bispado, viaja ao Sul, e procura local onde, com a saúde que lhe resta, possa trabalhar em missão que exija sacrifício e não dê destaque. Assume em Florianópolis a Capelania do Hospital de Caridade. Convive com os doentes e conforta os moribundos. Prega na Igreja do Senhor dos Passos e irradia otimismo e santidade aos que dele se aproximam. Aceita ainda ser Conselheiro Espiritual de duas Equipes de Nossa Senhora. Orienta casais, propaga a devoção à Virgem Mãe de Deus, de quem era devoto em especial. Com a virtude da coragem evangélica, bravura cristã, humildemente, às escondidas como viveu, assim também partiu ao encontro do Pai. Foi um franciscano de ponta a ponta, no dizer de Dom Afonso, ante o seu esquife. Foi um profeta autêntico do nosso tempo, um apóstolo verdadeiro que testemunhou o Cristo entre nós. Fica o exemplo. Do justo e do humilde, sem ninguém falar, as pedras falarão. Um soldado de Cristo tomba no campo da luta, nós nos entristE:cemos, mas no céu os anjos soam as trombetas triunfalmente e entoam hinos de glória em grande alegria porque mais um Justo enriquece a Comunidade dos Santos.

Aldo Souza Pereira (Homenagem da Equipe 21 de Florianópolis)

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ORAÇÃO A SÃO FRANCISCO

Tu, que tanto aproximaste Cristo da tua época, ajuda-nos a aproximar Cristo da nossa época, dos nossos tempos difíceis e críticos. Ajuda-nos! Estes tempos esperam Cristo com grandíssima ansiedade, embora de tal coisa não dêem conta muitas pessoas de nossa época. Aproximamo-nos do ano 2000 depois de Cristo. Não serão, estes, tempos que nos preparam para um renascimento de Cristo, para um novo Advento? Nós, todos os dias, na oração eucarística, exprimimos a nossa expectativa, dirigida a Ele só, nosso Redentor e Salvador, a Ele, que é termo da história do homem e do mundo. Ajuda-nos, São Francisco de Assis, ajuda-nos a aproximar Cristo da Igreja e do mundo de hoje. Tu, que trouxeste no Teu coração os altos e baixos dos teus contemporâneos, ajuda-nos, com o coração vizinho ao Coração do Redentor, a abraçar as alternativas dos homens da nossa época. Os difíceis problemas sociais, econômicos e políticos, os problemas da cultura e da civilização contemporânea, todos os sofrimentos do homem de hoje, as suas dúvidas, as suas negações, HS suas debandadas, as suas tensões, os seus complexos e as suas inquietações ... Ajuda-nos a traduzir tudo isto em simples e frutuosa linguagem do Evangelho. Ajuda-nos a reduzir tudo a categorias evangélicas, de maneira que possa ser Cristo Caminho, Verdade e Vida para o homem nosso contemporâneo. João Paulo 11

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A MISSÃO DO EDUCADOR

(De uma oração de paraninfo)

O coração do moço -penso - é como o mar: embalado de sonho e de poesia, cheio de amor e de grandeza, que sofre, na contingência das horas da vida, momentos de abatimento e surtos de esperança. Inquieto, à procura de algum ideal, amorfo muitas vezes, pode ele tanto alçar-se nas alturas como desgraçadamente despedaçar-se nos abismos da corrupção. Daí o papel preponderante do educador: o homem que forma, que ensina, que observa, que segue, que ajuda, que anima e aconselha, que corrige e estimula. A missão do educador é realizar, dentro da alma, o que o escultor realiza fora, no bloco de mármore, mármore frio e branco, mas cheio de potencialidades, que sob as mãos e a ação do artista toma forma e figura, e como que vive na graça da escultura que surgiu. Esta missão é a mais delicada que existe, porque é fazer que homens inteligentes vejam a Verdade; homens livres queiram o Bem; homens que aspiram pela felicidade total, amem a Beleza.

* Neste mundo angustiado da era atômica, dos satélites artificiais que a ciência atira aos espaços infinitos, nunca houve queixas tantas de falta de educação e nunca teve tantos recursos o mundo para, se quiser, bem educar os seus filhos. A técnica moderna, trazendo confortos mil aos homens, deveria pôr-se a serVIÇO da educação, sobretudo da juventude. E, ao contrário, parece que a ciência e o progresso têm ultimamente concorrido para deseducar a mocidade ...

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Somos um ser complexo, um ser vivo, e mais, um ser elevado ao estado de filhos de Deus pela graça redentora do batismo. E então para formar e não somente ensinar este ser vivo, cujos pés pisam a terra, mas cujas asas se desdobram para alçar vôo para o céu, para formar este homem remido por Deus, é necessário o trabalho e a presença de um santo. Sim, não vos espanteis: o mestre, o educador cristão, só pode merecer tal nome se for um modelo vivo para aqueles em cuja formação deseja ou precisa trabalhar. Porque quando a vida desmente a doutrina, o ensino teórico não só não cala, mas cai em desprestígio aos olhos do educando.

* Se as lições do passado se gravaram em vossa vida, como espero, vós, moços e moças, professores que agora sois, haveis de ser miniatura rica e trabalhada daquele inigualável Mestre e Educador - Cristo Jesus. Ele, que nunca teve necessidade da tribuna alta das sinagogas, mas se assentava na beirada do poço de Siquém ou se balouçava nas barcas de pesca por de sobre as ondas; Ele, que ensinava do pórtico do templo e nas encruzilhadas dos caminhos poeirentos; Ele, que era sempre o Mestre - "Rabbi" - nos tugúrios dos pobres e nos palácios dos ricos, no místico ambiente do Cenáculo e nas alegrias simples das festas do povo; Ele, ideal do educador cristão, será o modelo perfeito do vosso magistério, da vossa profissão, da vossa vida de educadores.

D. Benedito de Ulhoa Vieira (10/ 03 / 1958)

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DIFERENTE

DOS

OUTROS

Ele tem 7 anos. Seus olhos claros - que a irmã mais velha compara com duas estrelas - brilham alternadamente com uma boa dose de malícia ou simulam um aborrecimento mal disfarçado. Vejo-o viver: é todo alegria ...

E, contudo, é mongolóide.

Penso em todas as crianças que um acaso da natureza fez diferentes das outras. É verdade que ele não era aquele com quem contávamos, aquele que esperávamos. De qualquer modo, era nosso filho , nós o tínhamos amado, sem condições, durante nove meses. Ele' é mais que uma vida: é uma pessoa. O nosso sofrimento e nossa decepção não podem suprimir esta realidade.

a

Não foi fácil. Tudo parecia tornar-se impossível. Contávamos demasiado conosco, com as nossas forças limitadas. E pensávamos em nossas esperanças desiludidas: dele, tínhamos nos esquecido ... E aí está ele. Totalmente ele. Diferente do normal. Mas o normal inventado pelos homens não está inscrito na lei do Amor. Foi o amor que ele solicita que no-lo fez aceitar. Teríamos podido "libertar-nos" dele, rejeitando-o. Mas ele é que nos libertou de nós mesmos, ensinando-nos o amor, a doação, a esperança, a alegria. (Da Carta Mensal Internacional)

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A CAMINHO DA DESINTEGRAÇÃO DO HOMEM

Não falo disto como quem mete medo, mas como quem avisa, de amigo que é. Não insisto no perigo maior de hoje, como quem desiste de agir ou mesmo de defender a integridade da pessoa, mas como quem descobre ensejo de a gente ser melhor, hoje em dia. Tanto mais que falo a quem falo: pais, encarregados da pessoa humana, tutelares dos berços, defensores da família, guardas da fonte da vida. Educar sempre foi acertar com os meios também e não apenas com as pessoas. (Muita coisa na pessoa nasce do meio). Quem educa deve estar em dia, a par do dia a dia, ciente do que se passa, cioso do que não deve ser deixado de lado, quando se trata de formar um homem para amanhã. Uma das coisas mais ameaçadas, hoje, é a pessoa humana, sua integridade, seu todo conjunto. Sabem todos quantos lidam com mil coisas, hoje. O mesmo pai de família, quanto se ocupa, quanto se distrai, quanto se reparte - ameaça desintegrar-se. Ele é o que, quando vive no mundo de hoje? É pai em casa, chefe no trabalho, sócio ou presidente no clube, colega no sítio, amigo nas reuniões bancárias, convidado nos simpósios, orador nos comícios, integrante nas deputações que viajam em nome da sua terra ou do seu negócio. Sei lá que mais é o homem! que entra todos os dias, mais morto do que vivo, em sua casa. O pai de hoje ... que pouco sobra para dar aos filhos. Bem que a meninada nota, quando lhe entra casa adentro, "apertamenta" a dentro, aquele homem que todo mundo afirma que é seu pai. Nem se pode falar, que ele já vem "estrilando" com a vida, com o dia, com os negócios do dia, com o trânsito do dia. Que dia! Com o trânsito da tarde do dia em que volta à casa. E os filhos? Ora, os filhos! O que houve com ele? O que está acontecendo com ele faz tempo, desde que passou a viver ou a morrer numa cidade grande? Isto: um "cara" desintegrado,

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uma pessoa desinteressada de quase tudo, de tanto interessar-se pelo imenso "tudo" que lhe compõe a vida, que lhe descompõe o pouco de composição da vida. Sabemos que a educação, longe de ser um sermão em casa, é um filme de casa: a vida dos pais "passada" diante dos olhos arregalados dos filhos. Tratemos de viver bem, que a meninada assiste a este filme diário. O negócio é nosso. Temos de nos fazer gente, diante dos filhos que começaram a estrada. Saibamos transformar em bem quanta coisa há hoje de mal. Integremo-nos, para bem deles. Entreguemo-nos a Deus, sempre em seu favor. Afinal, o primeiro catecismo é editado em casa, quando os pais vivem Deus, diante dos filhos.

Pe. Vasconcellos

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AS BEM-AVENTURANÇAS DE UM VELHO

(Meditação para o Dia do Ancião)

Bem-aventurados os que mostram compreensão por meus pés tropeçantes e por minhas mãos já sem forças. Bem-aventurados os que compreendem que meus ouvidos têm de esforçar-se para captar o que me falam. Bem-aventurados os que parecem saber que meus olhos se tornaram fracos e meu pensamento cansado. Bem-aventurados os que ficam junto de mim, com um sorriso de amigo, para conversar comigo. Bem-aventurados os que nunca me dizem: "Esta estória o senhor hoje já me contou duas vezes". Bem-aventurados os que fazem reviver em mim as recordações do passado. Bem-aventurados os que me deixam perceber que ainda sou amado, respeitado e não deixado de lado. Bem-aventurados os que, por sua bondade, aliviam os dias que ainda me restam, na caminhada para a Pátria eterna.

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OS MENORES ABANDONADOS (De um artigo do Pe. Zezinho, scj)

Nossa moderna e avançada sociedade promove a violência e o erotismo nos meios de comunicação (não em todos, graças a Deus), mas não tem meios de promover a família e o cuidado dos filhos no meio social. Estranha sociedade a nossa, que sabe encher páginas de jornais com notícias de trombadinhas mas não consegue assunto para, em tempo de menor sensacionalismo, levar toda uma população a sentir sua responsabilidade diante das crianças abandonadas na rua e nas praças. Estranha sociedade a nossa, que quase sempre encontra verbas para ocasiões de grande regozijo popular e precisa ver um Juiz de Menores pedir pelos jornais a ajuda do povo em dinheiro para que ele possa servir o seu país, evitando que mais uma turma de trombadinhas conclua o curso de vagabundagem, fartamente ministrado pela indiferença de todos nós. Esses meninos realmente são perigosos. Assaltam gente indefesa, inteligentemente planejam o assalto onde não é possível uma perseguição, espertamente abusam do fato de serem menores, para que não sofram o mesmo tipo de punição que se costuma dar a ladrões adultos e desafiam, com a coragem de quem precisa sobreviver, todo um esquema de repressão que, afinal de contas, acaba sempre desmoralizado, já que eles sempre voltam para as ruas. As casas de caridade estão lotadas, os orfanatos estão lotados, as creches estão lotadas, o Juizado não tem a mínima condição de reeducar todos esses meninos: falta espaço, gente e verba, segundo se depreende de afirmação daqueles que dão sua vida por uma causa inglória.

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Somos uma sociedade suicida: ensinamos em revistas e telas a cultivar a violência, transmitimos em detalhes notícias de um af:salto, promovemos ingenuamente o ator brutamontes, anunciamos em letras garrafais um filme de assalto e agressão, enchemos o ar de manchetes policiais e até glamorizamos, em alguns programas de rádio, crimes passionais e roubos espetaculares, mas quando os meninos começam a fazer o mesmo, nos apavoramos com o que fizeram e gritamos contra as autoridades. Estas já deviam ter tomado providência quando apareceu o primeiro filme de violência na praça. Diminua-se a propaganda irresponsável do sexo, diminua-se o erotismo e a violência nos meios de comunicação, cortem-se da TV os filmes de violência e pontapés e tiros e assaltos, moderem-se os noticiários de jornais sobre assaltos e roubos e assassinatos, omitam-se os detalhes e mentalize-se a população contra isso de maneira inteligente, apliquem-se as verbas para reeducação de menores com a mesma generosidade com que se soltam verbas em tempo de Carnaval ou de catástrofes públicas e teremos dado alguns passos no combate aos trombadinhas que já estavam nus há muito tempo, e nunca aprenderam outra coisa senão que é preciso sobreviver. O desemprego, a desunião no lar, o excesso de filhos, a falta de salário condizente, a falta de um ambiente condigno: tudo isso faz parte dos trombadinhas que já nos incomodam tanto que se constituem hoje num abalroamento e num desastre de grandes proporções. Quantos episódios lamentáveis serão necessários para lembrar aos poderes públicos, às religiões e às sociedades filantrópicas que estamos mostrando sintoma de debilidade e decadência social? Vamos e venhamos: uma sociedade que gasta e distribui prêmios a filmes de violência e erotismo, considerados comédia para o povo, e não sabe o que fazer com os menores jogados pelas suas ruas, não pode mesmo ficar tranquila ao sair de casa. Quem não sabe o que fazer com as crianças e meninos está precisando ouvir o conselho de Jesus Cristo. E este nos incomoda a todos. Inclusive a mim, padre, que escrevo estas linhas e moro encostado a um orfanato ... Somos todos culpados. E seria muito bom que aqueles que agora batem no peito tivessem batido no bolso e na carteira de cheques quando o Juizado de Menores pediu dinheiro para tirar os menores da rua e dar-lhes uma educação a que têm direito. -18-


Somos cidadãos e temos o direito de viver em paz, mas temos também obrigação de cooperar quando as autoridades nos dizem que não está sendo possível proteger nossa tranquilidade porque falta gente, dinheiro e pessoas capazes de se preocupar com nossas crianças e· nossos jovens. Quantos trombadinhas serão necessários até que nos convençamos de que há um desastre e uma catástrofe no coração de nossa cidade?... Não poderiam aqueles que dispõem de dinheiro responder ao Juizado quando este suplica por presença de pessoal e ajuda do público? É muito difícil cuidar dos filhos dos outros, mas a tarefa seria bem mais fácil se todos estivéssemos convencidos de que com menores abandonados não se brinca. Eles costumam crescer e cobrar muito caro o preço de nossa indiferença. "Estava nu e me vestistes ... " "Ai de quem escandalizar um desses pequeninos. Melhor lhe fora ... " Os trombadinhas são café pequeno diante das trombadas morais de certa geração que nunca fez nada para impedir a violência e o desrespeito ao lar e à juventude.

O Pe. zezlnho escreveu este artigo em 1974. Desde então, o número de menores abandonados aumentou numa proporção assustadora. A tal ponto que foi criada em São Paulo uma Pastoral do Menor Abandonado, a cargo de D. Luciano Mendes de Almeida, Bispo da Região Belém, que se tem dedicado, principalmente, a impedir que os menores infratores "voltem sempre às ruas". Se você, que mora em São Paulo, quiser ajudar nesse trabalho, entre em contato com Leila e Schwenck - fone: 65-0195.

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SOU

CRIANÇA ...

Sou um pedacinho de minha mãe. . . Sou fruto de um amor elevado. Sou a criança pensada incessantemente. . . esperada com muito anseio. . . nascida num dia de amor. . . acalentada até hoje. Sou a criança que quer ser gente. E eu peço para ser gente ... eu quero que me ouçam quando falo , que me expliquem quando peço, que me corrij am quando erro. Que me tratem como flor mimosa. Eu sou gente. Sou gente pequena, mas tamanho não é documento. Eu preciso de gente que me trate como gente. . . eu preciso que cuidem de mim. Não como passarinho da gaiola. Não como gatinho de estimação. Carinho para mim, criança, é me ajudar a crescer. . . Eu sou pequeno, mas em mim está toda a força , embora não pareça. Em mim está o futuro . . . Em mim está a alegria. Eu sou como a tE!rra, o que plantarem colherão. Se plantarem em meu coração o bem, colherão felicidade. Se plantarem o mal, colherão infelicidade. Se plantarem o amor, colherão alegria. Se plantarem o ódio, colherão amargura. Se plantarem o amor ao próximo, colherão a paz. Se plantarem a indiferença, o egoísmo, colherão a injustiça. Eu sou muito forte , porque em mim Deus colocou todo o futuro ... (Do Bolet im de Marília)

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"NAO ACREDITAVAMOS NOS JOVENS"

Nosso trabalho na paróquia era outro, mas fomos convidados a dar uma palestra num encontro de jovens. Aceitamos e gostamos do ambiente, como também os jovens parece que gostaram de nós. Voltamos ao nosso trabalho e, alguns meses mais tarde, o vigário, a Irmã encarregada e os próprios jovens nos convidaram a trabalhar com eles. Relutamos em aceitar, pois, na realidade, não acreditávamos que dos jovens se pudesse esperar alguma coisa boa. Depois de muito confete e de muito incentivo, acabamos aceitando. E nossa opinião mudou radicalmente.. Fomos conhecendo de perto esses jovens e hoje sabemos que o que os jovens procuram é um mundo melhor. Um mundo, aliás, do qual não estão excluídos seus pais, por mais antiquados que sejam. Falam-nos dos seus problemas e dificuldades, de seus anseios, contam-nos o que acontece em suas casas. Alguns até choram porque não encontram apoio nos pais, nem jeito de levar Deus para dentro de seus lares. Outros irradiam felicidade e percebe-se que na sua família tudo vai bem. Preocupam-se com os acontecimentos, querem ser responsáveis, querem participar das decisões da família. Querem respostas para muitas coisas que os angustiam. E nem sempre têm em casa as respostas que procuram e que os pais preferem calar, preferem adiar, porque não estão suficientemente preparados ou amadurecidos para enfrentar o diálogo. O fato é que com este convívio fomos crescendo com eles. E isto apenas dando um pouco de nosso tempo d"sponível, voltando para eles a nossa atenção, ouvindo suas queixas e reclamações com o mesmo interesse com que ouvimos as suas proezas e vitó-

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rias; incentivando-os naquilo que de bom estão fazendo, discordando deles ou repreendendo-os nos seus erros. Podem crer: estamos longe de ser o casal ideal, talvez, para esse trabalho, mas isto não exigiu muita sabedoria de nossa parte - apenas atenção e carinho. Com isso eles passaram a confiar na gente. E com isso nos sentimos gratificados. E queremos dizer a vocês, pais: não hesitem em se abrir com seus filhos, nem fiquem preocupados com o que devem dizer. Abram-se com naturalidade ao diálogo, e eles contarão suas angústias, suas tristezas, suas ilusões, vontades e alegrias. Sejam sinceros com eles. Não finjam ser aquilo que vocês não são. Eles os conhecem melhor do que vocês pensam. Procurem ser o exemplo que eles possam imitar, o guia que eles tenham vontade de seguir. <Do testemunho de Graça e Toninho, da Equipe 9 de Londrina)

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DOS JOVENS PARA OS JOVENS

COMO ANUNCIAR CRISTO NO DIA-A-DIA

(Do

Boletim de Juiz de Fora)

Antigamente, quando Cristo viveu na terra como homem, comunicando a sua Boa Nova, muitas pessoas O repeliram. Ainda hoje, em plena era tecnológica, onde o homem não é dono de si mesmo, e onde a sua personalidade vem sendo trocada por máquinas que tudo fazem, apesar do homem estar sabendo muito mais, o mesmo acontece. E quem perde é o homem ... Nós, jovens, temos que lutar para que o mundo se lembre de Cristo. Mas como lutar, se os adultos não confiam na força jovem? Eu acho que isso é viável. Basta sorrir para o irmão que está precisando de um sorriso, basta caminharmos de mãos dadas, transformando em força as nossas fraquezas, transmitindo o Cristo com a nossa presença. E isto é fácil? Claro que não! Antes de tudo, você tem que ser humilde e ter fé. Como iremos pregar a sua palavra nestes dias que se encaminham talvez para um final drástico? Não será preciso saber falar bonito, bastará levar a fé aos que andam nas trevas, luz para os caídos na escuridão, com gestos e palavras simples, que transmitam o Cristo que vive em você. Ajudar-nos mutuamente: visitas a enfermos, a presidiários carentes da palavra de Cristo, levando-lhes a comunhão ou o conforto espiritual. Garanto que assim conseguiremos elevar o mundo diante de Cristo. Entre você também na jogada de Cristo, pois se Ele nos chama é porque nos ama.

Wilson Júnior -23-


A

VALISE

PRETA

(Do

Boletim de Londrina)

Meu marido colhia, já há vanos meses, dados para sua tese de mestrado e cuidadosamente os colocava numa valise preta. Nestas últimas férias saimos a passear de carro, acampando onde podíamos, e levamos nossas duas filhas. Quando saíamos do carro ou quando entrávamos, meu marido, visivelmente preocupado, perguntava: "Minha valise preta está no carro?" Nossa filhinha de três anos começou a soluçar. Quando conseguimos acalmá-la, ela, ainda chorando, disse: - Papai não gosta de mim! Meu marido abraçou-a e disse-lhe: - Queridinha, papai adora você. Ela respondeu, sentida: - Adora não. Nenhuma vez você perguntou: A Claudinha está no carro? A Claudinha está aí? Você gosta mais da sua valise preta do que de "eu". Nós nos entreolhamos. Cobrimos as duas de beijos, pois àquela altura a menorzinha também começara a chorar. Como é importante amarmos nossos filhos como eles querem ser amados, e não da nossa maneira! Se pudermos desde cedo estar atentos à forma como eles nos idealizam, quando crescerem certamente estaremos preparados para ajudá-los a se conhecerem, a atravessar vitoriosos os problemas da adolescência, época de questionamentos, dúvidas e divisões. Se pudermos mostrar-lhes que nós também somos divididos e temos que lutar com muitas coisas, não os estaremos ajudando, deixando uma porta aberta para ouvir seus problemas? E não tenhamos medo de perder a autoridade dizendo-lhes sempre que os amamos, pois onde há amor não há temor.

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NOTíCIAS DOS SETORES

RIO DE JANEIRO -

Instalação do Setor E

Recebemos de Dirce e Rubens a seguinte comunicação:

"As Equipes de Nossa Senhora registrarão como um dia muito importante de sua trajetória no Brasil a data de 11 de agosto de 1979, quando se instalou oficialmente o Setor E do Rio de Janeiro. O que há de especial nisso? É que o novo Setor, colocado sob a responsabilidade de Theresinha e Thiago e contando com o Pe. Alvaro como Conselheiro Espiritual, congrega as equipes das localidades de Padre Miguel, Acari, Realengo e Marechal Hermes, na periferia da cidade do Rio de Janeiro. Naquela noite de sábado, terminamos uma reunião com os Casais Regionais do Rio e da Reg:ão Centro-Leste e levamos uma hora para atingir o local. A pequena igreja de "Maria, Mãe da Igreja", em Padre Miguel, estava virtualmente lotada com os casais equipistas, seus filhos e casais amigos. Tudo era festa, com faixas alusivas, cartazes e até uma decoração feita no chão, com serragem, no melhor estilo das que se fazem por ocasião da Festa de Corpus Christi. Toda a liturgia foi preparada pelos casais locais, merecendo destaque especial o coral. Enfim, em todos os cantos, respirava-se um clima de grande espiritualidade, alegria sadia e, sobretudo, amor imenso ao Movimento. Os dois concelebrantes, Pe. Almeida e Pe. Alvaro, na homilia, tiveram carinhosas palavras de estímulo aos casais ali reunidos, enfatizando a importância do momento que estavam vivendo. Antes do lanche, que marcou o fim das festividades, falaram o Casal Responsável pela ECIR e o novo Responsável pelo Setor E." Dirce e Rubens acrescentam que estavam presentes os 2 Casais Regionais e todos os Responsáveis de Setor das vizinhanças. Entre eles, Daisy e Adolfo, que, apesar das novas responsabilidades, continuam nos enviando notícias - pelo que ficamos muito gratos. Transcrevemos da carta da Daisy: "Pe. Alvaro é o vigário da Paróquia Maria Mãe da Igreja e São Judas Tadeu, quatro paredes caiadas de branco, cobertas -25-


com telhas "Brasilit", ladeadas por um grande pátio. Com seu trabalho e doação, lá estão também as Irmãs da Companhia de Maria, que este ano catequizam 300 crianças para a Primeira Eucaristia e são entusiastas propagadoras das Equipes de Nossa Senhora, pois, dizem elas, "temos algo muito importante em comum: Nossa Senhora!". Tudo começou em 1971, quando um grupo de casais do então Setor B resolveu realizar uns "encontros" com os casais cristãos do lugar. Em 1975, era lançada a primeira equipe. O crescimento continua: recentemente, 15 casais receberam a "informação" e desses, pelo menos 4 se encontravam lá, empolgados pelo entusiasmo, pela simplicidade, pelo amor fraterno que unia a todos. Impressionou muito, como carga poderosa percorrendo a assembléia reunida em torno do altar, a força, a alma inteira colocada nos cânticos da missa. Foi de arrepiar! Emoção que fez vir lágrimas aos olhos. Pela primeira vez, as telhas de Brasilit abrigaram uma catedral!" E Daisy acrescenta ainda: "Foi realmente impressionante! Lamento não conseguir passar para o papel toda a emoção que senti. .. " BRUSQUE em Roma

Conselheiro

O Pe. Nelson Westrupp, até julho Conselheiro Espiritual do Setor e de duas equipes da cidade catarinense, foi chamado a importante missão dentro de sua Congregação, passando a ser um dos três membros componentes do Conselho Superior de sua ordem com sede em Roma. Dado o grande amor que dedica ao Movimento, o Pe. Nelson não podia deixar por menos: já procurou e já encontrou uma Equipe em Roma - notícia essa que muito alegrou os equipistas brusquenses, que recomendam: quem for a Roma, não deixe de procurar o Pe. Nelson, na Via Casale S. Pio V, n. 0 20.

Padre Nelson Westrupp com S.S. o Papa João Paulo 11

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-Retiro (Do Boletim)

Uma vez mais, foi dada aos equipistas a graça de participarem de um retiro espiritual, vivenciando momentos de maior reflexão, recebendo mais luzes, que lhes permitiriam levar a palavra de Deus adiante, dando, assim, testemunho de verdadeiros apóstolos de Cristo. O Pe. Osnildo discorreu com muita propriedade sobre os seguintes pontos: acolhida da Palavra libertadora de Deus; devoção a Nossa Senhora; fidelidade amorosa à Igreja; serviço desinteressado aos irmãos. Mesmo quando se referia à Palavra de Deus como "dura de ser ouvida", tornava-se suave, porque ali colocava a bondade do Pai, que mandou seu Filho para nos salvar. A conclusão que levamos desse retiro é que, se nossa mente deve captar a mensagem do Pai, é necessário que ela flua através dos nossos atos. E nossos atos, na família, na Igreja e na sociedade, devem ser testemunhos do amor de Deus.

CURITIBA -

Acolhida de filhos nas férias

Um filho de equipistas de Belém do Pará e duas filhas de equipistas de São Paulo estiveram em Curitiba em julho, nas férias, acolhidos em casa de equipistas da capital paranaense. Escrevem os Regionais, Regina e Ruy: "Foram dias de alegria, esses de intercâmbio de nossos filhos - uma experiência que vale a pena ser difundida." Quem estiver disposto a acolher filhos de equipistas em sua casa durante as férias ou quem tiver filhos que desejam ser acolhidos em casa de equipistas pode enviar seu nome e endereço, que publicaremos na Carta Mensal.

LONDRINA -

Notícias

Enviaram-nos Doroty e Wanderley, por duas vezes, notícias da Coordenação, das quais extraímos o seguinte: A Coordenação de Londrina compõe-se de 16 equipes - 13 em Londrina, 1 em Pitangueiras e 2 em Astorga -, cujos respectivos Casais Responsáveis estiveram todos no EACRE em Florianópolis, acompanhados de um Conselheiro Espiritual. Frisam Doroty e Wanderley que "o entusiasmo de cada um que lá esteve é contagiante". Contam que eles, por sua vez, estiveram em São -27-


Paulo, assistindo à palestra do domingo de manhã, e depois visitando Dirce e Rubens. Esse encontro com o Casal Responsável da ECIR os deixou profundamente impressionados e escrevem: "Percebemos a unidade que impera dentro do Movimento: os mesmos anseios, as mesmas preocupações, alegrias, dificuldades de norte a sul, de leste a oeste. Naqueles poucos momentos, percebemos o quanto o testemunho de verdadeira fraternidade nos transforma, nos ajuda na caminhada, nos faz crescer na espiritualidade." E concluem: "É verdadeiramente uma dádiva do Pai pertencermos às Equipes de Nossa Senhora." A entrega das pastas em Astorga foi ocasião de um congraçamento, que reuniu os equipistas de Astorga e Pitangueiras, os ex-pilotos e atuais ligações e, é clar o, o Casal Responsável da Coordenação. Concelebraram, além do Pe. Sextílio, da Equipe 2 de Astorga, o Pe. Antonio, das Equipes 1 e 12 de Londrina, e o Pe. Eugênio Bonsobom, de Porto Alegre, de passagem por Astorga naquela ocasião. Após a homilia, muito bonita e expressiva, proferida pelo Pe. Sextílio, procedeu-se à entrega das pastas aos novos Responsáveis. No fim da cerimônia, Doroty e Wanderley convidaram os casais a refletir sobre o verdadeiro motivo que os prende ao Movimento: "Se o motivo que os leva a pertencer às E.N.S. é Cristo, esforcem-se para prová-lo através do cumprimento dos seis pontos concretos de esforço." -

Equipes "do Menino Jesus"

Como o movimento já tem dois anos e meio de existência, Maria Luiza e Ivo, seus idealizadores e coordenadores, reuniram-se com mais dois casais e o Pe. Felipe, que agora irá assistir esse movimento de adolescentes. Foi decidido que o movimento terá seus estatutos, para que jovens e casais orientadores possam seguramente seguir em direção ao obj etivo desejado, ou seja, procurar ser cristão no mundo de hoje. SAO PAULO, SETOR D -

Notícias

Edith e João, ao assumirem o Setor, pediram a Daisy e Fernando, secretários do Setor, que se encarregassem das comunicações à Carta Mensal. O casal já se desincumbiu desta sua missão, contando as atividades da nova Equipe de Setor desde que assumiu. Foi dado início ao semestre com a chamada "Missa do Reencontro", primeira de uma série de encontros mensais de oração ou reflexão a serem realizados na segunda quinzena do mês. Em dias consecutivos, a Equipe de Setor reuniu-se com os Responsáveis das equipes e com os Responsáveis das equipes em anos de -28-


aprofundamento. E em seguida houve uma reumao dos Conselheiros Espirituais, com a presença do Pe. Guilherme Warmenhoven, s.v.d., Conselheiro Espiritual do Setor. TAUBAT~ -

Encontro de Pilotos e Ligações

Compareceram ao Encontro de Casais Pilotos e Casais de Ligação, realizado de 3 a 5 de agosto, 63 casais, provenientes de todo o Vale do Paraíba: Guaratinguetá, Aparecida, Pindamonhangaba, Taubaté, Caçapava, Jacareí, São José dos Campos, Mogi das Cruzes - e também de Pouso Alegre, MG. Representando a ECIR, Glória e Payão apresentaram uma palestra sobre os "anos de aprofundamento". As demais palest.::as estiveram a cargo de Mary-Nize e Sérgio, do Rio de Janeiro, Elfie e Dragan, de Petrópolis, e do Pe. José Carlos, de São Carlos, e versaram, respectivamente, sobre "As etapas da vida de uma equipe", "A nova pedagogia" e "O serviço". Além dessas excelentes palestras, as trocas de idéias e os testemunhos obtidos nos grupos de co-participação foram também de grande valia. A missa de encerramento foi oficiada por D. José Antonio do Couto, Bispo Diocesano, que proferiu magnífica homilia, cuja síntese pretendemos publicar proximamente. Digna de nota a colaboração de um grupo de cursilhistas de Taubaté que, durante toda a duração do Encontro, tomou conta da casa, da limpeza e da cozinha. BAURU -

Retiro

Participaram do retiro anual 65 equipistas (31 casais e 3 cônjuges "avulsos"). O pregador foi o Pe. Fernando, marianista, Conselheiro Espiritual da Equipe 7, que desenvolveu um trabalho muito rico em torno da figura de Maria, enfocando a missão por Ela recebida do Espírito Santo, suas implicações na caminhada do mundo e a poderosa mística que imprime às Equipes de Nossa Senhora. Na liturgia do retiro foi incluída a via-sacra dos casados, com muita participação. -

Equipinhas

Continua a ganhar corpo a idéia das equipinhas, reunindo filhos de casais do Movimento. Depois da Equipe 8, que organizou a primeira equipinha, agora também a Equipe 2 formou a

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"Equipe Jovem de Nossa Senhora Aparecida", integrada por 10 jovens, 9 dos quais filhos de casais da Equipe 2 e um da Equipe 7. Pe. Ivo, que assiste à nova equipinha, os jovens e seus pais estão entusiasmados com o sucesso que a iniciativa está obtendo. JUNDIAí -

Noite de oração

Sob o título "Sentados no chão com Maria numa noite de oração", um casal da Equipe 7 escreve: "Foi assim que nos sentimos na noite de oração preparada pela Equipe 2. Como foi bom sentir a presença de todo aquele pessoal. Quase todas as equipes se fizeram representar. Aos poucos, a sala foi ficando repleta, e fomos nos acomodando nas poltronas, nas almofadas e sobre o carpete no chão, dando início às nossas orações. O roteiro, tão bem preparado, conduziu-nos, através de nosso canto e de nossas orações, a uma meditação profunda sobre a fidelidade de Maria. Foi analisando as quatro dimensões de sua fidelidade (1 ) - busca, aceitação, coerência e constância - que sentíamos pouco a pouco a sua presença junto a nós. Ali, bem pertinho, bem presente, sentada no chão, ao nosso lado, estimulando-nos a procurar viver também hoje as dimensões de sua fidelidade, Maria, nossa Mãe, fez-nos sentir profundamente a importância de naquele momento estarmos todos ali." PORTO ALEGRE -

Nova pedagogia

Mais de 80 casais reuniram-se no começo de agosto, para ouvir, de Nery e João Carlos, orientações práticas de como aplicar concretamente a "nova pedagogia". Concomitantemente, Heima e Pauletti continuam as reuniões de informação a casais que ingressam em equipes já formadas e com poucos casais. Isto torna-se mais oportuno ainda, quando todos, antigos e novos, se preparam a iniciar o estudo dos cadernos da nova pedagogia. -

Novas equipes

O Casal Responsável pelo Setor A de Porto Alegre, Marília e Jorge, lançou mais 4 equipes na Zona Norte da cidade: 2 com casais jovens, que exerceram funções de liderança nos movimentos de jovens; e 2 com casais que fizeram o Encontro de Casais com Cristo. São novas experiências, que muito animam os responsáveis pelo Movimento. (1)

João Paulo II, "A Virgem Fiel", C.M. maio 79.

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REGIAO RIO GRANDE DO SUL -

Idem

Lid!a e Leo, Casal Responsável da Coordenação do Interior do Rio Grande do Sul, lançaram três novas equipes: uma em Tramandaí (a n. 0 3), uma em Terra de Areia e uma em Corvo, distrito de Estrela. O que eleva o total das equipes que compõem a Coordenação a 10, assim distribuídas: 2 em Glorinha, 1 em Gravataí, 3 em Tramandaí, 2 em Osório, 1 em Terra de Areia e 1 em Corvo (Estrela).

DEUS CHAMOU A SI Pe. José Rubens Franco Bonafé

Conselheiro Espiritual das Equipes 1, 17, 18 e 19 de São José dos Campos. No dia 10 de agosto, vítima de acidente de motocicleta numa das ruas da cidade. O "Pe. Bona", como carinhosamente era chamado, tinha apenas 36 anos e 9 de sacerdócio. Conta um casal de uma de suas equipes que, como vigário da Paróquia de São Benedito, no Alto àa Ponte (bairro de São José), desde 1971, sua forma simples de tratar as pessoas e, principalmente, a coerência de sua vida, voltada exclusivamente para o que pregava, conseguiram cativar as quase 40.000 pessoas que formam a paróquia do Alto da Fonte. Além de Conselheiro Espiritual de 4 equipes de São José, foi o Conselheiro Espiritual do EACRE que se realizou em São José em 1977. Escreve, entre outras coisas bonitas, um casal de outra de suas equipes:

"Enxergamos o C1isto na sua transparência, você que foi o Evangelho em forma de gente, a hóstia viva citada na 'Lumen Gentium'. Sua ausência não deixou vazio, porque sentimos a sua presença, ainda mais agora que temos a certeza de podermos contar com você em nossas súplicas ao Pai. Sua vida, neste "balanço" que procuramos fazer depois do seu "sim" de "compromisso", foi rica em escuta e meditação da Palavra, no que você pacientemente nos incentivava. Quantos deveres de sentar-se fizemos os três, você representando o Cristo! Uma coisa podemos lhe prometer: seguir suas pegadas, como regra de vida. Sentimos hoje em nossa carne porque se deve enterrar uma semente para que ela frutifique.'' -31-


Anchises Ferreira Cantanhede

Da Equipe 1 de Limeira. No dia 11 de junho. Após 11 meses de intenso sofrimento, vividos, segundo escrevem Zuleika e Hermes, "na maior conformação cristã. Testemunho esse que· deu, sua família confirma, graças ao seu engajamento nas Equipes. Sempre foi um homem íntegro, mas costumava dizer que só começara a viver 9 anos atrás, quando de sua entrada na equipe, onde conheceu Cristo e aderiu a Ele para valer. Nos meios em que vivia, no Club de serviço a que pertencia, testemunhava o Cristo e a vida de equipe, fazendo com isso grande apostolado."

NOVOS RESPONSAVEIS Coordenação do Grande ABC

.

Assumiram, em junho, a Coordenação Nilza e José Caldeira de Oliveira.

Niterói

"Aposentaram-se" Lourdinha e Waldir, passando a responsabilidade do Setor às mãos de Helena e Paulo Xavier. (0 que significa, para nós, da Carta Mensal, que perdemos o nosso correspondente... Mas, nada de lamúrias: não se esqueceram de nós e nomearam Vera e João Alfredo para ficar no seu lugar. Obrigado!) '

Rio de Janeiro, Setor E

Foi criado um novo Setor no Rio, o Setor E, cujo Casal Responsável é Theresinha e Thiago, antes responsáveis pelo Setor B.

São Paulo, Setor D

Edith e João, deixando a Coordenação do Grande ABC em boas mãos, assumiram o Setor D, substituindo Helmy e Luís.

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O

REI NO É

"'EXTO DE MEDITAÇÃO -

~

DAS CRIANÇAS

Me . 9, 36-37 ; 10, 13-16

Tomou Jesus uma criança, colocou-a n o meio deles e, pegando-a nos braços, disse-lhes : "Aquele que receber uma destas crianças por causa do meu nom e, a mim recebe; e aquele que me recebe não é a mim que r ecebe, I:las sim àquele que me .enviou." Traz:am-lhe crianças para que as tocas!:e, mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus f.cou indignado e disse: "Deixem as crianças virem a mim. Não as impeçam, pois delas é o Reino de Deus. Em verdade eu lhes digo: aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele." Então, abençoou-as, impondo as mãos sobre elas . .SALMO 8

- - Na candura das crianças se revela a tua força. S enhor, nosso Deus , a tua presença irrompe por toda a t erra!

Na candura das crianças se revela a tua força, pois diante d 9las se desarmam até os mais violento-s. Senhor, quando me extasio a olhar o céu estrelado, quando contemplo as noites de luar, e penso que foste Tu seu criador, eu me pergunto: que valor imenso não deve ter o homem para estar sempre na tua lembrança e ser tratado com tanto carinho? Tu o estabeleceste no universo como se fosse um deus, de honra e glória o coroaste. Fizeste dele o senhor da tua criação, tudo colocaste sob seu domínio: os animais do campo, mesmo os mais ferozes , os pássaros do céu e os peixes do mar, tudo, até as forças e mistérios mais profur:dos da natureza, as criaturas todas ! -

Na candura das crianças se revela a tua força.


E QUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

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