ENS - Carta Mensal 1978-4 - Junho e Julho

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1978

Junho-Julho

Editorial : Parasitas? ............ .. .......... . O desprendimento do cristão

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A Palavra trabalha em nós . . . . .

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A EClR conversa com vocês . . . . . . . .

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Novas perspectivas no aniversário da "Humanae Vitae" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Oração para ser feliz no casamento . . . . . . . . . .

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Am or exigente ... . ... .. ....... . ....... . . . ... .

São Thomas Morus . . .

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Sobre a correção fraterna . . . . . . . . . .

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Vejo o Cristo passando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Diálogo, único caminho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Em tempo de balanço, pistas para reflexão . . . .

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As Equipes em 1977 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Livros para suas férias . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Você conhece equipistas essim? . .

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Notícias dos Setores . . . . . . . . . .

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ENCONTRO ANUAL DE CASAIS RESPONSAVEIS DE EQUIPE E CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

1 e 2 de julho -

no Rio de Janeiro

8 e 9 de julho -

em Curitiba

29 e 30 de julho -

em São Paulo


JIDITORIAL

PARASITAS?

Assim como um indivíduo pode viver como parasita da equipe, uma equipe pode viver como parasita do Movimento. Seria este o caso se, absorvida pelos seus problemas e suas preocupações temporais, uma equipe permanecesse cega ou inativa em relação aos grandes objetivos que o Movimento procura atingir. O Movimento não pretende apenas ajudar os seus membros a viver santamente a sua vida como casal. Quer, também, que eles, pelo seu estilo de vida e sua forma de busca, dêem ao mundo um testemunho e prestem ao mundo um serviço. Assim, é mais do que evidente: a fidelidade ao Movimento não consiste exclusivamente, nem mesmo principalmente, em seguir instruções e em aplicar métodos, mas, antes, em contribuir para que se atinjam estes fins de âmbito universal. Quem se recusa a encarar tal amplitude de desígnios não entrou no jogo. Se procurarmos determinar o motivo que, mais freqüentemente, nos impede de entrar no jogo, encontraremos certamente em primeiro lugar a falta de atenção e a pusilanimidade. Estamos desatentos aos apelos do próximo, às grandes orientações do Movimento, da Igreja e do mundo, às intervenções de Deus na nossa vida pessoal ou comunitária. . . ~ preciso restaurar e manter esta vigilância indispensável. Temos medo de enfrentar o outro, de ser levados longe demais, de abandonar a nossa segurança, de nos arriscarmos na grande aventura da salvação da humanidade. . . ~ preciso exorcisar esse temor! Roger Tandonnet, s.j.

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O DESPRENDIMENTO DO CRISTAO

Os discípulos de Cristo só adquirem alma de pobres se rent.mcüÚn efetivamente à riqueza. A condição é necessária. "Qualquer de vós, diz Jesus, que não renuncia a tudo que possui, não pode ser meu discípulo" (Lc. 14, 3). Entendamos o pensamento do Salvador. Devemos estar prontos a renunciar a tudo que possuímos sermos seus discípulos. O fim a atingir é dizer sempre "sim" àquilo que Deus nos ordena. O meio de lá chegar será saber dizer "não" ao que se opõe à execução dessa vontade. Dizer não é o sentido óbvio da palavra renunciar. É preciso libertar verdadeiramente o nosso coração das cadeias que o prendem; precisamos alargá-lo, deixá-lo livre para que possa entrar nele o amor que vem do céu e nos aproxima dos nossos semelhantes, para depois regressar a Deus. Na doutrina das Bem-Aventuranças, o amor é a umca medida. Por isso, devemos esperar que a renúncia às riquezas varie, nas suas modalidades, com os apelos que o Espírito dirige a cada um de nós e a intensidade de amor com que cada qual a eles corresponde. ~ara

Mas antes de falar nas renúncias voluntárias, inspiradas pelo Evangelho à generosidade dos cristãos, é indispensável lembrar que o ato de amor que elas pressupõem não ultrapassa aquele do cristão que é pobre sem o ter querido e que aceita a sua sorte, feliz por ser semelhante a Jesus Cristo. A pobreza involuntária, aquela que se não escolheu, não supõe menor desprendimento que a renúncia à riqueza de que nos despojamos. Como a ordem do Salvador se dirige a todos os seus discípulos sem exceção, a maioria dos cristãos, obrigada a possuir e administrar bens, por pequenos que sejam, cumpre a pobreza evangélica se dá provas de um desapego real com respeito a

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esses bens. A verdade é que este desapego não é coisa fácil, porque temos de repelir as inúmeras instigações do interesse particular. É preciso, principalmente, reagir contra a mentalidade do mundo contemporâneo, para o qual o dinheiro é a chave que abre todas as portas. Além disso, os cristãos só serão pobres segundo o Evangelho quando ninguém à sua volta suspeitar dos sacrifícios ue imyuseram a si próprios.

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supérfluo, em proveito dos que não têm ~ i a exceder essa medida obrigatória por.,..... , ca a virtude da caridade quando socorre 01 ~ ~ ~ :t amar os seus semelhantes a partir do . . var a si próprio em favor deles. n~ o da fortuna modera as suas necessida~ na vid~ material_ muito simples. Evita, d ue o s1rvam. N ao esquece que deve o t o ' CP.. ho muitas vezes penoso dos seus semes I -.._) seja o que for de um trabalho insuficientemente remunerado. Iremos, como pretendem alguns, para a supressão das classes sociais? Mesmo na hipótese de uma classe única, a vida em sociedade comportaria uma hierarquia e, por conseguinte, a desigualdade de condições. A justiça exige, pelo menos, que esta hierarquia se assente nos valores do homem e não do dinheiro. Que os cristãos libertos das riquezas, graças à simplicidade e dignidade das suas vidas, destruam agora e já as muralhas artificiais que separam os homens! O desapego está na base de uma sociedade fraternal. à!

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Nunca será excessivo louvar os benefícios da educação cristã, desde que não seja uma fachada. Ora, se ela não for uma educação para a pobreza, de cristã apenas terá o nome. É preciso dar aos jovens uma instrução sólida e, se for possível, uma vasta cultura, mas também desenvolver ·neles a nobreza de sentimentos, habituando-os a reduzir os seus desejos. E, como é óbvio, não se lhes pode permitir que esbanjem um dinheiro que não ganharam. "Que é o dinheiro e de onde vem? escrevia Gratry. O dinheiro é trabalho acumulado; é tempo; é vida humana; é sangue, suor e lágrimas . .. O Evangelho

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chama rico, rico amaldiçoado, aquele que, na posse deste sangue, deste suor, que geralmente não é seu, o avilta e o esbanja para gozar. O Evangelho chama pobre, pobre de espírito, aquele que, sabendo o que possui, respeita estes bens sagrados, e só os gasta para a salvação dos homens e o progresso do mundo." É preciso repetir constantemente aos jovens que não devem contar com as economias dos pais, mas com o trabalho pessoal. Não se lhes deve conceder ao acaso tudo o que pedem: tornar-se-iam insaciáveis. É na escola das privações que se formam os caracteres, e só apreciaremos verdadeiramente o bem-estar da vida depois de termos sentido mais ou menos o toque da pobreza.

Se fosse necessário resumir em uma frase o comportamento dos cristãos em face da riqueza, iria buscá-la em São Paulo, que, pelos fins da sua extraordinária carreira, escrevia: "Sei viver na miséria e sei viver na abundância." (Fil. 4, 12) . E comentava assim essa frase: "Aprendi a adaptar-me a todas as situações; a estar saciado e a ter fome; à fartura e à necessidade : tudo posso n'Aquele que me conforta." O Apóstolo aceita os dias como eles vêm, e tira partido de uns e outros. Se tem o suficiente, não desdenha os bens da fortuna; usa-os com moderação e reparte-os alegremente com os seus irmãos. Se está na miséria, não se lamenta ; aceita a privação enquanto Deus a julgar útil para o seu progresso e para o seu apostolado. Vai buscar essa identidade de alma na sua confiança em Jesus Cristo. Jesus Cristo tem de ser a nossa força e a nossa riqueza mais preciosa. Devemos usar sem excessos e sem escrúpulos dos bens que Ele nos confia, para cumprirmos o melhor po-ssível todas as obrigações da nossa vida. Devemos saber renunciar a eles para socorrer as misérias que Deus colocar no nosso caminho. "Não o levaremos conosco", dizemos, rindo, do dinheiro que gastamos. É verdade, mas levaremos conosco tudo aquilo que dermos. Certamente a nossa generosidade empobrecer-nos-á; mas o Senhor Jesus, por causa de quem nos privamos, será a nossa força e há de ser, mais adiante, a nossa recompensa.

George Chevrot ("0 Sermão da Montanha", Edições Quadrante, 1971)

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A PALAVRA TRABALHA EM NóS

Não é necessano que, em nossa meditação, nos esforcemos para pensar e rezar com palavras. É às vezes preferível uma reflexão e oração silenciosas, decorrentes de uma atitude receptiva. Não é necessário que descubramos, durante o recolhimento, pensamentos inéditos que não poderão senão nos desviar do caminho e insuflar nossa vaidade. Maria "guardava em seu coração as palavras dos pastores". Como ela, acontece também sermos, às vezes, durante muito tempo, perseguidos, trabalhados, preocupados, atormentados ou alegrados, sem que nada possamos fazer, por alguma palavra pronunciada por alguém. Do mesmo modo, a Palavra de Deus quer entrar em nós, aí ficar para trabalhar dentro de nós, agir em nós e em nosso coração, de tal modo que, durante todo o dia, não nos possamos libertar. É assim que a Palavra cumpre a sua obra, sem que nós nos apercebamos. Acontecerá muitas vezes, e não apenas no começo, que sintamos uma grande secura interior, uma indiferença, uma falta de alegria, um sentimento de incapacidade de nos recolhermos. Não devemos permitir que esses sentimentos desencoragem nossa paciência e nossa fidelidade. Nosso velho orgulho e o desejo inconsciente de pôr Deus a nosso serviço, volta e meia, vêm à tona, nos convencendo de que temos o direito de exigir experiências religiosas sempre gratificantes e que a pobreza espiritual é indigna de nós. Isto é uma armadilha para nos levar à introspecção. Só a Palavra é que importa. É possível que Deus permita horas de vazio e secura espiritual para que aprendamos a esperar tudo de sua Palavra. "Procure Deus, e não a alegria gratificante". Eis a Palavra-promessa que nos é feita: é procurando somente Deus que encontramos a alegria.

Dietrich Bonhoeffer ("Da vida comunitária")

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

Estamos no final do semestre, no final do ano equipista. Não lhes vamos falar da reunião de balanço que deve ser realizada neste mês de junho e para a qual o Pe. Tandonnet nos dá al~ gumas pistas no Editorial. Vamos, sim, referir-nos mais particularmente a uma visão de futuro, já que em agosto próximo terá início um novo ano. As Equipes de Nossa Senhora são um Movimento constituído de pequenas comunidades de casais cristãos. Ora, como lemos no tema publicado há alguns anos, O Espírito e as Grandes Linhas do Movimento: um "movimento opõe-se à inércia, implica progressão, caminhar constante, supõe também força, energia, dinan1ismo". Na realidade, as estatísticas recentes (vejam o artigo, à pág. 23, "As E.N.S. em 1977") mostram que o nosso Movimento está em franca progressão, o que indica dinamismo, força, energia. O importante, porém, é que esta progressão, além de numérica, seja também e principalmente qualitativa. E quando se fala em progressão das equipes, é preciso pensar que ela se faz obedecendo, em regra, a um determinado ritmo. A princípio, a equipe tem a impressão de bastar-se a si mesma; com o correr do tempo, tem ela a percepção nítida de que não pode fechar-se sobre si, mas deve inserir-se num círculo mais amplo de auxílio mútuo. Descobre então o Setor, a Região e, mais tarde, toma consciência de que pertence a um Movimento de âmbito supra-nacional. Mais ainda, desde cedo, os casais conscientizam-se de que as E.N.S. são um Movimento de Igreja. E que cada um dos casais componentes, como membros, antes de tudo, do Povo de Deus, deve dar ouvidos ao convite de Cristo: "Vem e segue-me", atento aos carismas que lhe são inerentes, para colocá-los a serviço da Igreja. Como, aliás, vêm fazendo em toda parte, ao se engajarem

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decididamente nos trabalhos de Pastoral em suas dioceses, particularmente nos de Pastoral Familiar. Tudo isto deve o novo Casal Responsável levar em conta nessa "visão de futuro" de que falávamos no início. Nesta altura, numa associação de idéias intuitiva, vêm-nos à mente palavras chave como Evangelização, Catequese . .. , temas estes objetos da preocupação de Paulo VI e de estudos nos últimos Sínodos. Objetos também da preocupação de nossos Bispos que, do Brasil todo, reuniram-se recentemente em preparação da grande Assembléia dos Bispos Latino-Americanos, em outubro próximo, em Puebla, pondo em evidência as grandes e urgentes necessidades da Igreja, perante as quais não podemos deixar de nos sensibilizar. Inserindo-se nas preocupações da Igreja, é que as E.N.S. fizeram da Evangelização o objeto de seus estudos durante um ano, como vão fazer agora em relação à Catequese. Será preciso relembrar as palavras de Paulo VI na peregrinação das Equipes a Roma, quando dizia na sua alocução:

"Convidamos as famílias cristãs a pensarem que a força da Boa Nova de Jesus Cristo, anúncio da Salvação, pregação da lei do amor e das exigências evangélicas, chamamento para entrar na comunidade dos crentes, está presente no interior de cada família cristã, na corrente de afeto, de confiança e de intimidade que une os seus membros. Mas, acrescentávamos, esta força deve igualmente irradiar-se das famílias cristãs para outras famílias". Com fraternal amizade, A ECIR

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NOVAS PERSPECTIVAS NO ANIVERSÁRIO DA HUMANAE VITAE

Por ocasião dos dez anos da publicação da Encíclica Humanae Vitae, um ginecologista, nosso companheiro de equipe, Arthur Wolff, mais conhecido como "Tusa", nos fala da Encíclica, da paternidade responsável e de um método novo, ainda pouco conhecido, de regulação da natalidade.

No dia 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI ofereceu ao povo de Deus e, em especial, a todo casal cristão, o posicionamento da Igreja Católica em relação à anti-concepção, apresentando um documento muito sério, de uma beleza sem par e de uma mensagem profunda em relação à Paternidade Responsável. Este documento é a Humanae Vitae. O mundo católico, ao invés de aproveitar, meditar e refletir sobre as grandezas da Espiritualidade Conjugal ali contidas, preferiu discutir o posicionamento da Encíclica, tendo em vista aspectos puramente formais, rotulando-a como um documento meramente proibitivo, esquecendo-se das importantes mensagens que lhe conferem toda a sabedoria e toda a inspiração do Espírito Santo. Dez anos são passados, dez anos de muita reflexão, dez anos de muita discussão, principalmente por aqueles que não conseguiram enxergar as belezas inerentes ao Documento. "0 amor conjugal requer dos esposos uma consc1encia da sua missão de " paternidade responsável", sobre a qual hoje tanto se insiste, e justificadamente, e que deve também ela ser compreendida com exatidão. De fato, ela deve ser considerada sob diversos aspectos legítimos e ligados entre si. Em relação aos processos biológicos, paternidade responsável significa conhecimento e respeito pelas suas funções: a inteligência descobre, no poder de dar a vida, leis biológicas que fazem parte da pessoa humana.

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Em relação às tendências do instinto e das paixões, a paternidade responsável significa o necessário domínio que a razão e a vontade devem exercer sobre elas. Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento. Paternidade responsável comporta aínda, e principalmente, uma relação mais profunda com a ordem moral objetiva, estabelecida por Deus, de que a consciência reta é intérprete fiel. O exercício responsável da paternidade implica, portanto, que os cônjuges reconheçam plenamente os próprios deveres, para com Deus, para consigo próprios, para com a família e para com a sociedade, numa justa hierarquia de valores. Na missão de transmitir a vida, eles não são, portanto, livres para procederem a seu próprio bel-prazer, como se pudessem determínar, de maneira absolutamente autônoma., as vias honestas a. seguir; mas devem, sim, conformar o seu agir, com a. intenção criadora de Deus, expressa na própria natureza do matrimônio e dos seus atos e manifestada pelo ensino constante da Igreja". (HV, n'l 10)

Hoje, já bem mais amadurecidos, podemos perceber a sabedoria divina que a Encíclica portava. Já não se defende a pílula anti-concepcional como outrora, já não se opta pelo dispositivo intra-uterino como se queria há dez anos atrás. Já se fala em soluções naturais, quando antigamente seria total quadradismo.

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Nunca foi tão real a Humanae Vitae como no momento presente. Novas perspectivas se abrem. O médico católico australiano, Dr. John Billings, vem estudando, desde 1957, e está chegando rapidamente a surpreendentes descobertas. Já em 1972, comunicou à opinião médica mundial o seu "Método da Ovulação". Este método baseia-se na presença de secreção muco-cervical branca e espessa e de fácil percepção no período da ovulação. Descoberta que, se bem orientada pelo médico e bem compreendida pelo casal, poderá se tornar um marco na solução natural da anti-concepção. Resta ao Dr. Billings simplesmente tornar o seu método mais operacional e de mais fácil entendimento, pois seria ignorância crassa não lhe dar crédito científico. Pode-se dizer que em nossos dias quase todo cristão espera a unidade da Igreja e reza para que ela se realize. Alguns poderiam achar que a atitude da Igreja católica com relação à

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contracepção coloca uma dificuldade insuperável. O trabalho do Dr. Billings demonstra que as dificuldades em relação ao controle da natalidade podem ser superadas. Gradualmente, a segurança do método da ovulação se estendeu a todas as situações nas quais se poderiam esperar dificuldades. A experiência no tratamento destes problemas enfatizou a utilidade do sintoma que a pr ópria natureza fornece; o sintoma do muco-cervical é um acompanhamento regular de uma ovulação fértil, e a informação que oferece pode ser utilizada com um pouco de instrução e esforço. O planejamento natural se tornará o método preferido no futuro. Será que nós, casais cristãos, engajados que somos nas Equipes de Nossa Senhora, estamos refletindo sobre os ensinamentos contidos na Humanae Vitae? Será que nós, casais cristãos, que participamos da Pastoral da Família, estamos levando aos Encontros de noivos ou de casais as belezas encarnadas na Encíclica Papal? Será que nós, casais cristãos, estamos em profunda meditação, orando constantemente para que Deus ilumine as inteligências dos cientistas para que descubram, conforme apelo do Santo Padre na Humanae Vitae (n.0 24) , métodos de aferir sintomas naturais para se concretizar a Paternidade Consciente? Ficam estas três pistas para as nossas reflexões, no momento em que a Igreja comemora os dez anos da Humanae Vitae. Arthur (Tusa) Altenfelder Si lva Wolff Equipe 32, São Paulo

Dentro das comemorações do aniversário da "Humanae Vitae", o Centro Intemacional de Estudos da Famflia. em Milão, promoveu um Congresso Internacional, sobre o tema "Amor, Fecundo e Responsável", com a participação de especialistas de mais de 15 países. professores universitários, organismos Internacionais, movimentos familiares, Igrejas, casais e pessoas que trabalham com famfllas. Começando com a avaliação desse período de dez anos depois da H.V., desenvolveu-se o Congresso seguindo o próprio tema: "0 amor humano" (aspectos psicológicos, sociológicos, teológicos) , "Fecundo" (abrangendo as questões da esterilidade e do aborto), "Responsável" (abordando métodos e estudos cientificas de controle da natalidade), com seminários sobre preparação para o casamento, educação sexual e controle da natalidade. Como conclusão dos trabalhos, propostas de pistas para educadores, médicos, psicólogos, conselheiros fam1Uares, assistentes sociais, etc., ,·tsando a uma educação dos casais para o Amor Fecundo e Responsável.

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ORAÇÃO PARA

SER

FELIZ NO CASAMENTO

Senhor, concedei-me o verdadeiro amor. Concedei-me o verdadeiro amor, porque o verdadeiro amor é perene e meu coração pede um amor perene. Tornai-me digno da graça de um casamento cristão, porque o casamento cristão é indissolúvel e a indissolubilidade é a expressão concreta de um amor perene. Concedei-me o verdadeiro amor, porque o verdadeiro amor é exclusivo, e meu coração pede um amor exclusivo. Armai-me de heroísmo para eu ser fiel, porque a fidelidade é a expressão concreta de um amor exclusivo. Concedei-me o verdadeiro amor, porque o verdadeiro amor quer se multiplicar, e meu coração pede um amor multiplicado. Ajudai-me, Senhor, a tomar os meios de me realizar como pai (mãe), porque prolongar-se nos filhos é a expressão concreta do amor multiplicado. Concedei-me o verdadeiro amor, para que eu possa amar a Bondade, a Verdade e a Beleza, em companhia daquele (daquela) que desde toda a eternidade destinastes para usufruir comigo a felicidade do verdadeiro amor. ó Senhor, que o verdadeiro amor nos faça realizar, eu e ela (ele), o vosso plano a nosso respeito nesta vida, Amém. João Mohana (Oração que muitos distribuem no encerramento do Curso de Noivos)

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SÃO THOMAS MORUS

Transcorreu em fevereiro passado o quinto centenário do nascimento de São Thomas Morus, um dos rarlssimos santos casados. Embora não tenha sido canonizado como casado, mas como mártir da fé, nem por isso vamos deixar de nos edificar com sua vida .

Jurista, humanista, escritor, político e filósofo , autor da "Utopia", Thomas Morus viveu na Inglaterra, no século XVI. Disse dele o seu contemporâneo, Erasmo de Roterdam: "Sua alma era mais pura que a neve mais limpa. Um gênio tão grande que a Inglaterra jamais abrigará outro, apesar de ser pátria-mãe de grandes homens." Advogado já aos 19 anos, foi eleito membro do Parlamento com apenas 26 anos. Nessa qualidade, impediu que se votasse um imposto injusto, o que provocou a ira do rei mas fez dele o homem mais popular da Inglaterra. Henrique VIII, quando subiu ao trono, convocou-o novamente para cargos públicos, dos quais desincumbiu-se com grande habilidade. Fez dele seu Lord Chanceler, inclusive com o intuito de aliciar para a sua causa a maior autoridade moral do país. Era conhecer mal o caráter do seu súdito: Thomas Morus demitiu-se do cargo tão logo surgiu o conflito entre a lealdade ao rei e a fidelidade à Igreja. Se a figura de São Thomas Morus é pouco conhecida, o mesmo não se diz da crise que ele viveu. Foi ela que mudou a h istória da Inglaterra, e também a história da Igreja, provocando a ruptura com Roma e dando início à Igreja da Inglaterra, cujos seguidores são os nossos irmãos "separados" anglicanos. Não tendo conseguido que o Vaticano concordasse em anular seu casamento com a espanhola Catarina de Aragão, com quem estava casado há 24 anos, Henrique VIII entrega a decisão a um tribunal eclesiástico -12-


inglês de sua confiança e casa-se com a amante, Ana Bolena. O Papa Clemente VII excomunga o rei e declara nulo o novo matrimônio. Embora consumado o cisma entre Roma e a Inglaterra, Henrique VIII sente a necessidade de consolidar a sua Igreja. Exige então de todos os cidadãos um juramento de fidelidade à sua filha, Ana, de oito meses, como legítima descendente e herdeira do trono, ao mesmo tempo que a abjuração da autoridade papal na Inglaterra. São Thomas Morus nega-se a pronunciar o duplo juramento. Num tempo em que a primazia do sucessor de Pedro era um ponto controvertido e opondo-se à atitude da maioria dos seus compatriotas, recusa-se a reconhecer o rei da Inglaterra como "chefe supremo da Igreja". É encarcerado na Torre de Londres. Ao rei, que deseja uma retratação, explica, com toda a reverência, mas também com toda a franqueza, os seus motivos. Henrique VIII fica furioso e manda condená-lo à morte, por "alta traição". Bem sabia Thomas Morus que a decisão de permanecer fiel à própria consciência iria levá-lo até à forca, e já preparara sua família para esse desfecho, transmitindo à mulher e aos filhos sua fé na vida e na felicidade eternas. Durante os 15 meses que passou na prisão, confortava a esposa e os filhos, encorajando-os a ter coração tão firme quanto o dele, e, embora tendo sido tentado de todas as formas a fraquejar, escrevia à filha: "Em todas as angústias mortais que atravessei, nunca pensei, graças à misericórdia e ao poder de Deus, em consentir ao que quer que fosse contra a minha consciência." No dia da execução, coerente com um dos seus aforismos "quem possui a consciência tranqüila ri até na forca" -, encontrou forças para gracejar: "Meu amigo, disse ele ao verdugo, ajude-me a subir; quanto à descida, fica por minha conta." Era o dia 6 de julho de 1535. Enfrentou a morte mais do que com serenidade, com verdadeira alegria, tornando ele mesmo realidade as próprias palavras, segundo as quais um homem podia ser executado sem nada sofrer e sê-lo em vista de sua salvação e da felicidade eterna. Ao preferir a morte à abdicação das suas convicções, São Thomas Morus personificou a eterna luta entre a afirmação dos princípios e a arbitrariedade. Já em si mesma figura humana digna de admiração e imitação, principalmente em nossos dias, quando assistimos, em todo o mundo, a tanta covardia e negação dos valores essenciais, proclamou-o santo a Igreja, para que os cristãos de todos os tempos pudessem haurir força e coragem do seu exemplo. -13-


AMOR

EXIGENTE

Bastante apropriadas, neste mês de balanço, nos parecem as seguintes reflexões, tiradas da "nova pedagogia", "Reunidos em nome de Cristo", em curso de tradução e adaptação.

"Na sua opinião, em sua equipe, vocês são bastante exigentes uns para com os outros?" Esta pergunta foi feita por ocasião de um inquérito lançado, entre os equipistas de uma determinada Região, sobre a partilha e a co-participação na reunião de equipe. A resposta foi quase unânime: NÃO! Este "não" vinha temperado, às vezes, por breves comentários que vamos também comentar aqui. Um casal pergunta: "De que exigência se trata?" O problema é fundamental. Tratar-se-ia de uma exigência tirânica? Deveria então ser vigorosamente proscrita. A exigência que é pedida só pode ser suscitada pelo amor e penetrada de amor. Não um pálido impulso sentimental disposto a tudo desculpar; mas sim um amor autêntico, um amor que quer o bem do outro tanto quanto o bem próprio. "Só podemos ser exigentes para com aqueles que desejamos ver progredir", diz uma das respostas. Estamos nós realmente empenhados em levar os casais de nossa equipe a progredirem espiritualmente? Um amor assim concebido não fica vagueando entre as nuvens: destina-se a seres concretos, a pessoas. Leva em conta os dons particulares do outro, como também as suas deficiências. Respeita profundamente a vocação do outro. "O que é bom para uns, não o é necessariamente para outros", observa um casal. Assim, a exigência suscitada pelo amor é paciente, diligente, desinteressada, como diz São Paulo, referindo-se à caridade (1 Col. 13, 4-5). "Nenhum casal pode julgar as falhas dos outros casais".

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Na realidade, não se trata de julgar, no sentido evangélico- e por demais humano - de condenar. "Não julgueis", diz o Cristo (Mat. 7, 1). O amor nunca condena. Será preciso então calar-se? Ao que parece, esta é uma solução adotada com freqüência. São múltiplas as respostas sobre este ponto: "A gente não tem coragem de falar ... " "Mantemo-nos à margem, para não piorar a situação." E a expectativa de uma "ocasião favorável" leva ao hábito de não mais reagir: "Conhecendo-nos bem, sob muitos aspectos e já há muito tempo, pensamos que os problemas de cada um morrerão com ele. No fundo, estamos "habituados" aos tais problemas ... " Habituados, no sentido dado por aquelas pessoas que perderam toda esperança. Ora, um amor autêntico conserva a esperança. Não satisfeito em querer o bem do outro, procura todos os meios que possam favorecê-lo. A exigência fraterna não saberia ficar inativa. Do sentimento confuso desta necessidade nasce o mal-estar que se adivinha através das respostas. Percebemos que não somos exiger.tes e reconhecemos que não é normal. Mas não sabemos como agir. Nisto consiste, o mais das vezes, a verdadeira dificuldade da partilha. Como conciliar o respeito devido ao outro e o auxílio que desejaríamos prestar? Um casal reconhece: "Esta atitude é delicada". Somente o amor poderá sugerir a maneira de intervir. É certo que não será como que ordenando ou impondo, mas, antes, colocando-nos no lugar do outro, o que supõe uma grande atenção. Depois, sugerindo tal iniciativa, tal providência de que já fizemos nós mesmos a experiência. Por vezes, propondo uma ajuda mais direta, como aquele casal que convida outro para um "dever de sentar-se" em comum, a fim de facilitar uma penosa troca de idéias.

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O auxílio a ser prestado na partilha ou na co-participação, não pode ser substituído "pela ora-ção, pela amizade, pelo auxílio mútuo cotidiano", como pensa o casal. Ele pressupõe tudo isto, nisto se apoia, mas é mais do que isto. Será preciso aduzir que esta exigência fraterna que desejamos ter para com os outros casais de nossa equipe, nós a esperamos também para nós? Não poderíamos resumir melhor estas considerações do que lembrando a fórmula que o Pe. Caffarel gostava de lembrar: "Teu amor sem exigência me diminui; tua exigência sem amor me desencoraja; teu. amor exigente me engrandece." É verdade, como o destaca uma resposta, que "o amor exigente é algo muito difícil de ser vivido".

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SOBRE A CORREÇAO FRATERNA

Enquanto não se chegar a ela, ainda não haverá uma verdadeira comunidade.

A correção far-se-á, evidentemente, sempre dentro da caridade e da cordialidade. Ela não é fácil, mas será talvez a pedra de toque de nossa vida na equipe e a maior prova de maturidade humana e cristã daquele que tem a coragem de exercê-la e daquele que tiver a humildade de aceitá-la. Amar o outro até o ponto de chamar-lhe a atenção é prova de uma caridade que vai além dos critérios apenas humanos e sociais.

Aí, já mergulhamos no mundo da fé e de Deus.

Os Conselheiros Espirituais do Setor de Petrópolis

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VEJO O CRISTO PASSANDO

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Um testemunho é uma prova, nada convence mais que um testemunho. Felizmente estamos vivendo tempos de autenticidade. Não impressionam mais os discursos, os falatórios, as intimidações - valem os exemplos. Trabalhando num movimento de recristianização, um C.V.C., tive oportunidade de conhecer alguém, uma mulher por volta dos quarenta anos; em pouco tempo de conversa percebia-se a angústia que ia em sua alma: o casamento desfeito de sua única filha. Este fato, sem dúvida penoso e tão lamentavelmente freqüente, tornava-se muito mais grave porque esta senhora, cujo grande e talvez único consolo era uma netinha, desconhecia aquele sábio conselho evangélico, aquela palavrinha mágica - o sim, que torna a cruz mais leve e o jugo mais suave; e também aquele outro que, nos ensinando a perdoar, nos confere paz ao coração, uma paz tão serena que pode ser facilmente confundida com felicidade. Mas era justamente isto que esta pessoa iria aprender ali, ela que tivera o bom senso, a sorte mesmo de atender a um v.pelo do Senhor. Foi nesta hora que eu a conheci, antes do milagre, antes da transformação - ela ainda era revolta, tristeza, aflição, indignação, lágrimas mesmo. Perdi contato com ela então. Apenas soube que um Pentecostes acontecera em sua vida; transformação, coragem, alegria. Tempos depois, tornei a encontrá-la em nossa paróquia: lá estava ela, mas tão diferente: serena, remoçada, até mais bonita. Agora eu a vejo sempre, praticamente todas as semanas, mas ela nem se lembra mais de mim, eu sim, observa-a bem, fico encantada de vê-la transformada pela graça. A vida continua a lhe oferecer provas; soube que ela perdeu o único filho homem,

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brutalmente levado desta vida num acidente de trânsito, mas ela e o marido resistem com a paz, porque têm Deus com eles. Quando ela passa apressadamente, nas calçadas do bairro, eu simplesmente vejo o Cristo passando. Ela nem percebe que está sendo testemunho, na certa vai ao supermercado comprar batatas e frutas, ou sabão em pó para a máquina, mas não importa, para mim, é o Cristo que passa. curioso, ela me ensina tanto, e de mim nem sabe o nome ... Assim são os testemunhos que damos na vida, a maioria deles sem perceber, sem premeditar, apenas passando pela vida, comprando quem sabe batatas, frutas, sabão em pó ... Ah, o Juízo Final. .. quantas surpresas! É

Dirce P. da Silva

E.T. -

Uma noite, casualmente, fico sabendo do falecimento de uma paroquiana. Depois de mais esclarecimentos, tenho a triste certeza de que Deus havia chamado o "meu testemunho", o "meu Cristo", com quem me encontrava por acaso nas ruas do bairro. Esther Vitali partira para junto de Deus. Constato, edificada, que sua força continua viva no marido, cujas provações têm se transformado em coragem, em total dedicação ao movimento de jovens no qual os dois já militavam. Superando a ausência, as lágrimas, também ele está sendo um testemunho, está sendo o Cristo que passa.

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NOSSOS FILHOS

DIALOGO, úNICO CAMINHO

O que fazer para que os jovens se conscientizem da importância da família em suas vidas? Como induzi-los a aceitar suas limitações e aproveitar as experiências vividas no planejamento de sua existência? O que fazer para que os pais sejam verdadeiros amigos de seus filhos e proporcionem a eles todo o apoio e orientação de que precisam para fazerem escolhas dignas e justas? Só existe um caminho para isso: o diálogo, e é aí que entra a importância da palavra, porque ela é o instrumento do diálo·go. Muita gente pensa que dialogar é ouvir o que uma pessoa tem a dizer e depois emitir a sua opinião, concordando ou discordando, impondo ou não o que pensa. Nesse sent:do, muitas famílias se queixam que usam do diálogo e que nada conseguem. É evidente que quem dialoga dialoga com alguém, sobre alguma coisa, mas o verdadeiro diálogo é um encontro entre homens, onde não há conquistadores nem conquistados, mas um compromisso recíproco em relação a uma causa comum.

O verdadeiro diálogo não admite a dicotomia pais ':! filhos, isto é, de um lado os que sabem tudo e do outro os que nada sabem, porque, se é encontro entre iguais, ambos estão numa mesma posição. No verdadeiro diálogo, não há seres educados e não educados. Muito pelo contrário, todos estão se educando, porque a educação tem caráter permanente, isto é, qualquer que seja a nossa idade ou experiência de vida, temos sempre algo a aprender. No verdadeiro diálogo, portanto, há sempre troca de colthecimentos. Bem se vê que não é fácil dialogar. O diálogo exige amor. humildade, fé, confiança, esperança e pensamento crítico. -19-


Se não amo, não me submeto; se não sou humilde, não me igualo; se não tenho fé, não me esforço; se não confio, não me comprometo; se não tenho esperança, não luto, e se não penso criticamente sobre o assunto, não assumo. O diálogo é uma exigência existencial porque é meio de educação. Ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, mas os homens se educam em comunhão. Se pais e filhos, fundamentados no amor, se unissem em prol de uma causa comum, refletindo criticamente sobre ela, seriam mais conscientes de seus papéis e, no auxílio mútuo, se sentiriam mais livres. A liberdade tão almejada pelos jovens é uma conquista e não uma doação e essa conquista exige uma busca permanente, que só existe no ato responsável de quem a realiza. Quem se conscientiza se torna responsável e se liberta, mas esse processo não pode ser imposto, realiza-se de dentro para fora. Por outro lado, o respeito exigido pelos pais também é uma conquista e não uma doação ou o resultado de imposição. Tudo o que é imposto sem conscientização é frustrante e passageiro. É falar por falar, é usar da palavra sem assumi-la. Cristo nos ensina, através do Evangelho, todas as normas de bem viver e de alcançarmos a felicidade. Viver o evangelho em nosso próprio lar é partir para o diálogo, para o auxílio mútuo.

Maria Helena Marturano (Equipe 1 de Ribeirão Preto)

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EM TEMPO DE BALANÇO, PISTAS PARA REFLEXÃO . ..

Uma comunidade cristã Amigos, parentes e vizinhos formam conosco pequenas comunidades de grande entrosamento, onde uns dedicam-se aos outros por afinidade, por hábito e, muitas vezes, por amizade. Há um relacionamento muito rico e cada um tem sua nota característica, sua qualidade própria. Mas o relacionamento entre casais de equipe vai muito além, pois o que lhe dá qualidade excepcional é "o valor do que é posto em comum: não apenas pensamentos, gostos, sentimentos humanos, mas a vida espiritual". Os casais têm os mesmos objetivos, e à medida que, juntos, vão se conscientizando da promessa do Cristo de que "quando dois ou mais estiverem reunidos em seu nome Ele estará no meio deles", o relacionamento vai se tornando cada vez mais profundo. Uma reunião de equipe não é apenas um encontro de amigos, mas o ponto máximo da vida da equipe, onde os casais colocam tudo em comum, num momento pleno de amor e confiança. Não assumimos apenas os problemas do nosso irmão, mas o irmão, para que, amparados pela graça, cresçamos em espírito. Muitas vezes a forma, a aparência de uma reunião é a mesma, mas perdemos o nosso tempo e o dos outros quando impedimos a passagem da graça pelo egoísmo, pelo ponto de vista que nunca temos a humildade de mudar, pela imagem preestabelecida que fazemos do outro, pela falta do olhar benevolente e corajoso de quem assumiu o irmão e pelos ressentimentos e barreiras que impedem que o outro nos conheça. Procuremos ter um real interesse pelo nosso companheiro, para que ele se sinta aceito pelo grupo e com vontade de se

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esforçar. Só o amor nos ajuda a crescer. Saber amar é uma virtude que precisa ser exercitada na equipe. O Cristo está conosco

Por que não aproveitamos estes momentos? É um bem tão precioso. Uma presença tão querida. Procuremos usufrui-la ao máximo e não inventemos desculpas. Que a correção fraterna não seja imposição do nosso temperamento, mas uma visão de vida de acordo com o Evangelho. Tanto as equipes novas como as antigas, e estas nem se fale, ouvem as mesmas coisas há anos. Pois é, meus amigos, são coisas muito velhas, mas não basta conhecê-las, é preciso vivê-las ... Enquanto todas estas coisas, em cada um de nós, não transformarem toda a nossa vida, elas serão coisas tão repetidas que vão nos cansar de tanto ouvir. Façamos um esforço para dar um passo à frente! (Do Boletim de Ribeirão Preto)

• Quantú à presença física, não há dúvida: você está lá. Mas. . . você participa, conscientemente, da reunião, da meditação, da discussão do tema? Qual a sua contribuição? Vai, mesmo, viver os conhecimentos recebidos? Deu de si, da mesma forma como recebeu? Não se deteve em simples reclamações? Percebeu a trave em seus olhos, ou somente divisou o cisco no olho de seu irmão? Foi sal purüicador? Foi luz no .candelabro? (do Boletim de Thube.té)

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AS EQUIPES EM

1977

Afinal, quanto somos? Eis a pergunta que freqüentemente é dirigida aos quadros do Movimento. Um levantamento realizado junto às Regiões nos oferece um resultado que passamos a comentar rapidamente. Em 31 de dezembro de 1977, éramos 633 equipes em todo o Brasil, com 3.944 casais. Essas equipes se achavam distribuídas no Distrito Federal e em mais 8 Estados: Amazonas, Pará, Minas Gerais, onde a concentração é relativamente pequena, e Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que possuem equipes em maior número. Esses quase 4.000 casais estão distribuídos por 44 cidades, sendo 25 delas paulistas. Mas o que nos chama particularmente a atenção é que, das 633 equipes existentes no Brasil, 76 são equipes em pilotagem, o que revela uma vitalidade, uma força de expansão que, se, por um lado, nos alegra, por outro, aumenta a nossa responsabilidade em relação aos casais que confiam no Movimento para ajudá-los na sua vivência cristã e apoiá-los na colaboração ativa e generosa que desejam prestar à Igreja. Não se admirem de que os números acima já estejam ultrapassados quando vocês lerem estas notas. É que o levantamento já tem 6 meses e nosso Movimento, como tudo que tem vida, cresce e se afirma a cada dia. Contamos com as orações de todos vocês para agradecer a Deus tudo o que Ele tem dado aos equipistas através do Movimento e para pedir-lhe sua graça, a fim de que possamos, todos, por meio de uma catequese cada vez mais aceita e vivida, levar aos casais que nos cercam a riqueza dessa espiritualidade que o Movimento nos ensina.

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LIVROS PARA SUAS FÉRIAS

VINDE & VEDE . ..

James Manney e Louise Bourassa Edições Paulinas, 1977

Cristãos pela metade, é o que somos. Até termos a coragem de nos oferecermos sem reservas e por inteiro a Deus. Recebendo assim a força do seu Espírito, que nos habitará e governará nossas vidas. E fará dos cristãos de todos os credos um só rebanho com um só Pastor. É o que você vai ter oportunidade ver neste livro, constituído só de depoimentos pessoais acerca de como o Espírito Santo, uma realidade ao nosso alcance, está à espera de que o descubramos.

M.E .B. MADRE TERESA DE CALCUTA

José Luis Gonzalez Balado Edições Paulinas, 1977

Você não tem tempo para ler? Então, chegou o seu livro. Madre Teresa de Calcutá: uma vida marcante - uma sacudidela em nossas vidas, tão "ocupadas" - condensada, em estilo de reportagem, sem temperos melodramáticos. Uma mulher que, há 25 anos, vem levando doentes e moribundos, recolhidos das sarjetas, a encontrar a Deus, numa evangelização sem palavras. Madre Teresa é considerada, na índia, uma heroína nacional. Disse a respeito dela a revista Time: "Madre Teresa é uma janela através da qual se vislumbra um mundo diferente, uma pessoa através da qual brilha a luz de Deus." M .E.B.

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COMUNIDADE CRISTA E ADORAÇAO

J. Lange e A. Cushing Edições Paulinas, 1977

Este livro nos interessa porque trata de comunidades cristãs - e o que é uma equipe senão uma pequena comunidade cristã, onde se sente melhor a presença e o poder de Deus? J. Lange e A. Cushing escrevem sobre a Eucaristia, porque é o memorial que o Senhor nos deixou, enfocam ensinamentos básicos do Evangelho, cuja meditação nos vai conduzir à plenitude da Luz. Comunicando-nos sua experiência de vida em comunidade, abordando a amizade, o amor, os autores deixam entrever as bênçãos de Deus para aqueles que se esforçam no auxílio mútuo, lembrando-nos que, com estes, o Senhor tem grande desejo de fazer aliança, formando um novo povo, o Povo de Deus. D.P.S. NINGlffiM TEM O DffiEITO DE SER FELIZ SOZINHO Raoul Follereau

Editora Mundo 3 -

1976 -

Distribuição exclusiva de "Shalom Livraria Ltda."

Coletânea de pensamentos de Raoul Follereau, o grande apóstolo dos leprosos em nossos dias, falecido em dezembro passado. Este homem, que tanto dava de si, não admitia o desperdício, o esbanjamento, nem por parte das pessoas, nem por parte das nações, e dizia que "com o custo cte apenas dois bombardeiros, a lepra seria vencida no mundo." Seus pensamentos levam a meditar profundamente e, a cada meditação, percebemos que não somos tão cristãos como pensamos ser. A leitura dessas páginas constitui uma chamada e nos conduz a um verdadeiro exame de consciência. D.P.S. O DESAFIO DE TAIU Jo~é

Luis Gonzalez Balado

Edições Paulinas, 1977

Leiam o "desafio de Taizé". Taizé - o coracão d.o mundo. Onde todo anseio, toda dor, toda alegria dos seis continentes encontram eco. Taizé - onde se aninha a paixão pela unidade do Corpo de Cristo - amor e união entre os homens, acima de suas crenças religiosas ou de suas ideologias. M.E.B. -25-


VOC~

CONHECE EQUIP!'STAS ASSIM?

Alguns são como carrinho de mão: para trabalhar ...

precisam ser empurrados

Alguns são como papagaio: precisam de barbante para conservarem-se na linha ... Alguns são como canoa: só andam a remo ... Alguns são como "trailers": têm que ser puxados ... Alguns são como anúncio de gás neon: apagando e acendendo ... Alguns são como bateria descarregada: sem nenhuma energia e força ... Alguns são como o clima: instável e mutável ... Alguns são como crianças: sem senso de responsabilidade ... Alguns são como microscópio: sempre mostrando as falhas dos outros ... Alguns são como telescópio: vêem o trabalho do Senhor à distância ... Alguns são como a luz do Sol: sempre se pode contar com eles ... Alguns são como canários: o dia todo a cantar as maravilhas de Deus ... Alguns são como as rochas de Gibraltar: firmes, constantes, imutáveis ... Alguns são como uma cachoeira: sempre abundantes no trabalho do Senhor . . .

Certamente, você conhece equlpistas assim. Mas o mais Importante é perguntar-se em qual dessas categorias você se enquadra ...

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NOTíCIAS DOS SETORES

GUARATINGUETA -

Incentivo do Pastor

Recebemos de Marly e Armando, casal encarregado das notícias para a Carta Mensal, a seguinte comunicação, que muito agradecemos. Aproveitamoo para agradecer a Marlene e João Roberto terem nomeado um casal do Setor para se comunicar conosco. Possam outros Setores seguir o exemplo!

Com a convicção da necessidade de trabalhar em unidade com a hierarquia, para que os frutos sejam abundantes, uma representação do Setor de Guaratinguetá, liderada pelo Casal Responsável do Setor, Marlene e João Roberto, e pelo Conselheiro Espiritual do Setor, Frei Aurélio Stulzer, apresentou-se, em fevereiro, ao novo Arcebispo de Aparecida, D. Geraldo Maria de Morais Penido. Pretendia-se pedir as bênçãos do Pastor, como também colocar os casais das Equipes à disposição de Sua Excia.

Visita a D . Penldo, Arcebispo de Aparecida

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Com muita bondade e simplicidade, D. Penido recebeu a todos, calorosamente, como um verdadeiro pai. Demonstrando confiança no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, lembrou a necessidade de que permaneça fiel às inspirações de suas origens. Salientou que a Família está entre as suas metas prioritárias e dispôs-se, para grande alegria de todos, a ajudar o Movimento como Conselheiro Espiritual de uma das Equipes do Setor. E, já no mesmo dia, esteve presente à reunião de Conselheiros Espirituais realizada em Aparecida. Na ocasião, foi lido o texto especialmente dirigido aos Conselheiros Espirituais por Sua Santidade, o Papa Paulo VI, por ocasião da peregrinação das Equipes a Roma em 1976. D. Penido destacou que, realmente, as Equipes de Nossa Senhora constituem um campo apostólico privilegiado, um grupo que conhece o que t.~ ser Igreja e vive o seu Mistério. Foram suas palavras finais: "Continuem com muita alegria, confiança e entusiasmo. Estamos a serviço de uma causa de que a recompensa vai ser a eternidade."

SANTOS -

Centro de Orientação Familiar

Um velho sonho acalentado pelas Equipes de Santos desde a realização da primeira Semana da Família promovida pelo Setor tornou-se finalmente realidade: nasceu o "C.O.F.S." Centro de Orientação Familiar da Diocese de Santos -, da iniciativa de casais de vários movimentos familiares "que não podiam guardar para si a felicidade encontrada no casamento" e resolveram colocar "sua experiência própria a serviço dos outros". Endereço: Rua Vasconcelos Tavares, 3 - Fone: 2-5535. Maiores detalhes em notícia especial na Carta Mensal de agosto. -

Casa de retiros

A diocese de Santos tem agora a sua própria casa de retiros, inaugurada por D. David, mais cerca de 20 Bispos. A obra foi realizada sob a responsabilidade do CEFAS - Centro de Formação do Apostolado de Santos -, cujo presidente reeleito é o equipista Walter Denari, e que conta com outros equipistas em sua diretoria, além de pessoas de outros movimentos. Os equipistas de Santos doravante não mais precisarão empreender viagem até Barueri ou Valinhos para fazerem o seu retiro -:- e já pensam em oferecer a casa para os demais Setores da Região São Paulo A, principalmente a Coordenação do ABC. -28-


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Ex-noivos formam equipes

Uma das preocupações da pastoral familiar em nosso país, mormente depois da aprovação da lei do divórcio, é o acompanhamento dos recém-casados. As Equipes de Santos de há muito esboçaram uma solução para o problema: passados alguns meses, os jovens casais que haviam feito o curso de noivos eram convidados para um "reviver" do encontro; na ocasião, além de palestra sobre "Os primeiros tempos de casados", seguida de círculos, propunham-se novas reuniões, sob a animação de um casal equipista. Os grupos formados, denominados pré-equipes, reuniam-se por 10 a 12 meses, com um temário próprio. Três pré-equipes já se transformaram em equipes, duas das quais com casais responsáveis que já participaram do EACRE de 1977. No momento, o Setor está com três equipes em pilotagem e três pré-equipes, todas com casais que participaram dos encontros de noivos.

COORDENAÇAO DO GRANDE ABC -

Na pastoral familiar

As equipes de Santo André e São Bernardo já foram convocadas para se integrarem no trabalho da Pastoral Familiar da Diocese. É o assunto do Editorial do Boletim, ou Mensagem da Coordenação, que inicia dizendo: "O nosso júbilo em poder participar desse trabalho é indescritível e nos coloca diante do que os Estatutos rezam em sua primeira parte, 'Razão de ser das Equipes de Nossa Senhora', quando dizem: .. . Querem ser, por toda parte, os missionários de Cristo; devotados à Igreja, querem estar sempre prontos a responder aos apelos de seu Bispo e de seus sacerdotes." Finaliza: "Terminou a primeira etapa da 'carência para o armazenamento'. Vamos entrar na fase beneditina do 'Ora et Labora'. As Equipes de Nossa Senhora não são um movimento de ação, mas desejam ser um movimento de gente ativa, a serviço de seu bispo e de sua Igreja." Dois casais de cada equipe foram indicados para serem futuros agentes da pastoral familiar, trabalhando no programa elaborado por D. Claudio Hummes, Bispo Diocesano, com um Grupo de Trabalho composto de membros representativos de todos os movimentos da diocese. Lúcia e Anderson, da Equipe 1 de Santo André, casal representante das Equipes de Nossa Senhora nesse Grupo de Trabalho, apresentaram aos casais indicados a orientação que o Planejamento traçou e a dinâmica a ser aplicada na Pastoral Familiar da diocese. -29-


BRASíLIA -

Retiros

Dois retiros já foram realizados no primeiro semestre. O primeiro, a cargo do Pe. Raimundo José, da C.N.B.B., abrangeu os diversos aspectos da vida matrimonial, sob o título de "RE/ CORD/AÇÃO, NA ORAÇÃO, DO IDEAL CRISTÃO DO MATRIMôNIO". Apoiados em textos do Novo Testamento e dentro do esquema traçado pelo documento de Medellín, os temas foram: O ideal cristão do matrimônio - a família em comunhão (J o. 15, 9-17 e Jo. 17, 17-26); A família, formadora de pessoas (Mt. 25, 14-30 e Ef. 4, 11-16); A família, promotora do desenvolvimento (Rom. 8, 19-25); O coração da comunhão - o diálogo (Lc. 15, 11-31) ; Maria, modelo de comunhão (Lc. 1, 26-56). As palestras alternaram com bons momentos de orações-meditações, feitas individualmente e a dois. D. Geraldo D'Avila, Bispo Auxiliar de Brasília, concelebrou com o Pe. Raimundo a missa de encerramento. Ao final, notava-se, superando o cansaço, a alegria e felicidade dos mais de vinte casais participantes. Do segundo retiro, pregado pelo Pe. Maucyr Gibbin, sobre "Penitência e Eucaristia", não tivemos ainda notícias. -

Hora Santa

A tradicional hora santa das Equipes de Brasília, realizada na quinta-feira santa, teve lugar, este ano, na Catedral Metropolitana e foi estendida a todos os casais da Arquidiocese, contando com a participação do Movimento Familiar Cristão e dos Encontros de Casais com Cristo. A partir deste ano, a hora santa tornar-se-á uma celebração comum dos três movimentos irmãos. -

Visita do casal Moncau

Lemos no Boletim notícia a respeito da visita de Da. Nancv e Dr. Moncau, na volta de sua viagem a Paris. Além do intenso programa espiritual e social, participou o casal pioneiro d0 Movimento no Brasil da Novena do Natal realizada pela Equipe I. -

Oração durante as férias

Ainda pelo Boletim, ficamos sabendo que a Equipe 4 organizou, durante os meses de janeiro e fevereiro, um dia de oração, para o qual convidou os casais das outras equipes presentes na cidade. Iniciativa, sem dúvida, digna de ser imitada. -30-


MANAUS -

Vtsita "apostólica" de cariocas

Em abril, estiveram em Manaus Mary Nize e Sérg:o, Casal Responsável pelo Setor C do Rio de Janeiro, para dar um curso de pilotagem e ligação. O curso foi excelente e participaram dele casais das quatro equipes, bem como os Conselheiros Espirituais das Equipes 1 e 2, Pe. Celestino e Pe. Carlos.

RIBEIRAO PRETO -

Plano Bienal de Pastoral em estudo

Na reunião de abril, todas as equipes do Setor estiveram estudando o 3. 0 Plano Bienal de Pastoral do Regional Sul 1 da CNBB (Estado de São Paulo). Foi mais uma das medidas tomadas pelo Setor para inserir-se, como é uma de suas três metas, "na Igreja diocesana, da qual somos parte, colaborando com nosso Pastoral na evangelização de nossas cidades." -

Batatais é notícia

A Equipe 3 de Batatais assumiu a pastoral familiar de sua paróquia. Os casais estão entusiasmados e sentem que, com isso, iniciam uma nova época na sua vida de equipe. Essa equipe demonstra acreditar para valer na presença de Cristo assumindo a comunidade e começa a sua reunião com esta oração: "Senhor, não sou d 'gno de que entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e serei salvo."

MOGI DAS CRUZES -

Equipinhas

Fundadas há cerca de ano e meio, estão em pleno funcionamento duas "Equipinhas de Nossa Senhora", integradas por filhos de casais equipistas. Uma compreende jovens de 14 a 15 anos de idade, enquanto a outra abrange os menores, com 8 a 10 anos. Já está organizada a terceira equipinha, para a fa;xa intermediária, faltando apenas, - quando recebemos a notícia - para entrar em funcionamento, o casal coordenador. -

Equipe de recém-casados

Encontra-se em fase de pilotagem, a cargo de Geny e Nemézio, e com a assistência do Pe. Vicente, a Equipe n. 0 9, constituída de casais recém-casados.

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Vários casais vieram de movimentos ou grupos de jovens da paróquia da Catedral, mas, principalmente, é uma experiência que permitirá oferecer aos inúmeros casais saídos dos cursos de noivos um apoio para sua vida conjugal.

SAO

JOS~

DOS CAMPOS -

Encontro de formação

Mais de 50 casais e vários religiosos participaram de memorável encontro com Frei Antonio Moser, ofm, realizado nos dias LO e 2 de abril. O grande teólogo brasileiro abordou, em suas palestras, os seguintes temas: Visão da sexualidade no mundo moderno, Planejamento fami.liar, Posição dogmática da Igreja Católica. Todos assuntos bem atuais neste ano em que se comemoram os dez anos da Encíclica "Humanae V itae". O ambiente acolhedor do Instituto São José e a carinhosa organização da Equipe de serviço contribuíram muito para o êxito desses dois dias dedicados ao aprofundamento espiritual daqueles, que se preocupam em difundir os objetivos da Pastoral Familiar. -Boletim

Como seus congêneres de Brasília e Ribeirão Preto, o Boletim de São José veio com nova roupagem. E como eles - talvez mais ainda do que eles - com tipo bem pequenino. Oxalá a moda pare por aí, porque, assim, acabam com a vista do pessoal da Carta Mensal ...

DOIS CORREGOS -

Conhecer-se . ..

Recebemos de Alice e Adenir, Casal Responsável da Equipe 3 de Dois Córregos, o relato de uma experiência diferente. Por sugestão do Conselheiro Espiritual, Pe. Madrigal, a equipe realizou uma mesa redonda sobre o assunto "conheça-se a si mesmo e ao seu próximo". "Esta reunião, escrevem Alice e Adenir, deu-se mais ou menos assim: cada pessoa dizia em voz alta todos os seus defeitos e virtudes e, depois, um por um diz·a se concordava ou não. Foi uma ótima reunião, pois, apesar de a gente viver há tantos anos juntos, ainda tínhamos muito a nos conhecer entre nós." Uma experiência sui generis - quem se habilita?!

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LINS -

Curso de ligação

Sob a batuta de Conceição e Clóvis, de Marília, 12 casais fizeram o curso para casais de ligação. Foram seis sábados consecutivos, com a duração de duas horas, em dinâmica de grupo. Todos aproveitaram muito. DEUS CHAMOU A SI Juvenal Gonçalves de Souza

Da Equipe 12 de Araçatuba. No dia 23 de março. Com Adélia, havia assumido, no fim do ano, a responsabilidade pelo Setor de Araçatuba. Os caminhos de Deus não são os nossos, e Ele decidiu que seria de lá do Céu que o Juvenal iria cuidar das equipes a ele confiadas. "Simples e humilde, sempre pronto a servir o próximo", assim era o "grande chefe", como carinhosamente o chamavam seus companheiros de equipe, que escrevem: "Em momento algum, Juvenal, nem quando tentava nos preparar para sua partida, você nos ped~ u que cuidássemos da sua família, porque você tinha certeza que o amor que nos ensinou nos conservaria de mãos dadas com ela, seguindo Cristo." Procurando enfrentar a perda do companheiro com a fé e a fortaleza que ele mesmo demonstrou, acrescentam: "Em vez de lamentarmos a sua terrível partida, talvez tenhamos que agradecer a Deus o privilégio de termos convivido um pouco com você." Joaquim Justino Pereira Filho

Da Equipe 5, Nossa Senhora Auxiliadora, de Mogi das Cruzes. Recebemos da Equipe a seguinte comunicação: "Pe. Vicente, Conselheiro Espiritual da Equipe, assim se manifestou no santinho que lembra .1 missa de 7. 0 dia do Joaquim 'Jesus veio bater à porta do nosso lar e chamou para sua d !vina companhia o nosso inesquecível Joaquim. Queria viver ... queria viver mais ... queria viver feliz... Usou os dons que Deus lhe deu, para conciliar e amar a vida, família, estudo e trabalho. Para ele, ser humano era uma alegria; fazer amigos, um dever; ter fé, uma necessidade. Sua despedida foi igual à de quem já cumpriu sua missão. Joaquim, todos agradecem a Deus pelo que deixaste e pedem que tenhas Dele uma felicidade sem fim.' Cada palavra aqui colocada reflete na íntegra o que foi o Joaquim.''

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NOVAS EQUIPES Brasília

Equipe 15 - Casal Piloto: Sofia e Felippe; Conselheiro Espiritual: Pe. Giordino. Coordenação do Grande ABC

Equipe 7 (em São Berna1·do do Campo) -Casal Piloto: Edith e João; Conselheiro Espiritual: Pe. Emir Filter. José BonHácio (Setor Araçatuba)

Equipe 1 - Casal Piloto: Sueli e Otávio; Casal Responsável: Esmeralda e Maucyr Turini; Conselheiro Espiritual: Pe. Cesarino Pietra. Mogl das Cruzes

Equipe 9 - Casal Piloto: Geny e Nemézio; Conselheiro Espiritual: Pe. Vicente. Santos

Equipe 22 - Casal Piloto: Vera Maria e Claud;o; Conselheiro Espiritual: Pe. Porfírio de Deus Filho. Guarujá

Eauive 2 - Casal Piloto: Cidinha e Affonso ; Conselheiro Espiritual : Pe. Orlando Barbosa.

NOVOS RESPONSAVEIS Coordenação de Casa Branca-Aguaí

Deixaram a responsabilidade pela Coordenação Ermelinda e Antonio, sendo substituídos por Ana Terezinha e Flávio Zacarias Horta Carvalho. Coordenação de Catanduva

Desligando-se do Setor de Ribeirão Preto, foi instalada, em abril, a Coordenação de 1.0 grau de Catanduva. O Casal Responsável pela nova Coordenação é Claudete e Jaime de A. Teles. -34-


SESSAO DE FORMAÇAO EM PETROPOLIS

De 20 a 23 de abril, participamos da Sessão de Formação de Dirigentes, 1. 0 graw, . realizada . e~ P,etrópolis, no Convento Madre Regina. Presentes 26 casais, do Rio de Janeiro, Ilha do Governador, Niterói, Petrópolis, Valença, Juiz de Fora, Brasília, São José dos Campos e Santo André, 3 Conselheiros Espirituais e uma equipe de serviço composta de 11 casais. O encontro caracterizou-se por um elevado índice de participação, atingindo seu ponto máximo nas celebrações litúrgicas. Com base nos assuntos tratados nas palestras, os grupos de co-participação desenrolaram-se em clima de grande abertura. Como ato final, tivemos a renovação das promessas do matrimônio.

Saímos todos convencidos de que imperou entre nós, nesses di as, um clima de verdadeiro Pentecostes. Não temos dúvida de que deve ser atribuído, principalmente, à cadeia de orações que todas as equipes de Petrópolis e Valença mantiveram, permanentemente, durante o desenrolar da Sessão. Os casais retornãram às suas cidades de origem enriquecidos pela experiência vivida e possuídos de grande entusiasmo pela missão das Equipes de Nossa Senhora.

Dirce e Rubens -35-


I

i.

DIVIDIR

O

PÃO

Devemos repartir o que temos, por pouco que seja. Se todos fizessem essa operação de divisão, não haveria tantos necessitados. Quase nada, multiplicado inúmeras vezes, pode saciar a fome de muitos . Em termos materiais e também espirituais.

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

Lc. 9, 12-17

O dia começava a declinar. Aproximavam-se os doze e dis seram-lhe: "Despede a multidão, para que vá às aldeias e sítios da vizinhança procurar pousada e alimento, pois estamos num lugar deserto." 4

Jesus replicou-lhes: "Dai-lhes vós mesmos de comer." Re trucaram eles: "Não temos mais do que cinco pães e dois peixes ; a menos que nós mesmos vamos e compremos alimentos para todo este povo." Com efeito eram quase cinco mil homens. Jesus disse aos discípulos: "Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta." Assim o fizeram e todos se assentaram. 4

Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os distribuíssem ao povo. Todos comeram e ficaram saciados. E do que sobrou, recolheram ainda doze cestos de pe daços. 4

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ORAÇÃO -

Salmo 33

Bendirei ao Senhor em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. M ,nha alma há de gloriar-se no Senhor: ouçam-me os humildes e se alegrem. Glorificai comigo o Senhor, exaltemos todos juntos o seu nome! Quando busco o Senhor, ele me atende, e me livra de todos os temores. Olhai para ele e haveis de alegrar-vos e vossa face não se cobrirá de confusão. Um infeliz clamou: Deus o ouv_u e salvou-o de todas as tribulações. Vela o anjo do Senhor, pronto para libertar os seus fiéis . Provai e vêde como o Senhor é bom, feliz de quem nele encontra seu refúgio. Santos do Senhor, adorai-o, pois nada falta àqueles que o temem . Ricos empobrecem, passam fome , nenhum bem falta aos que buscam a Deus. Oremos:

Preparaste para nós, ó Pai, um pão que sacia eternamente. Faze que vivamos agradecendo os teus dons e, sob o impulso do teu Espírito, saibamos colocar tudo que somos e possuímos a serviço dos que precisam de nós. Isto te pedimos por Jesus Cristo , teu Filho, ... -

Amém.


EQUIPES DE ?--JOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publicação e Distribuição pe:a Szcretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 - Rua João Adolfo, 118 - 99 - conj. 901 - Tel.: 34-8833 SAO PAULO, SP

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