ENS - Carta Mensal 1977-5 - Agosto

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N9 5

1977 Agosto

Editorial: "Levanta-te e anda" .... . ..... . . . . A plenitude do "Sim" .......... ..... .... . ..

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O sacerdote

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Educar para o futuro ..... . .. . ... . ......... .

s

O fio transmissor

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"Quem põe a mão no arado" . . ...... . ... . . . . Família e educação da fé .... . ..... . .. . . . .. .

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Pastoral familiar no Estado de São Paulo .. . .

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O significado de um documento .... ... ..... . O que é uma Equipe de Nossa Senhora .. ... .

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Reflexões sobre a oração conjugal .... . . . ... . O ser mais badalado do mês .. .. ... . ...... .. · Semana da Família em Aparecida Missão cumprida . . . valeu a pena ....... . .. .

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Notícias dos Setores ..... .... .. . .. ......... .

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Duas Sessões de Formação .. .... ... ..... . . .

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EDITORIAL

"LEVANTA-TE E ANDA''

Contam-nos os Atos dos Apóstolos que, indo Pedro e João ao Templo, defrontaram-se à sua entrada com um paralítico de nascença, que lhes pede uma esmola. Após um breve diálogo, Pedro toma o aleijado pela mão e, fixando nele o seu olhar, lhe diz: "Em nome de Jesus Cristo o Nazareno, levanta-te e anda!" (At. 3, 6) "Levanta-te e anda". É também a palavra que ouvimos no íntimo de nós mesmos, seja num retiro, num Encontro ou no decorrer de uma meditação do Evangelho. . . Levanta-te e anda! ... sacode o torpor, a sonolência, o comodismo ou a rotina que retardam ou paralisam os teus passos! Andar implica em dar um passo depois do outro. Nas antigas Cartas Mensais havia um editorial intitulado: "A mística do passo à frente". É para este passo à frente que as Equipes nos encorajam. Não saltos espetaculares (às vezes necessários), mas a marcha firme, passo a passo, que nos habitua ao esforço contínuo e persistente. "Nas avenidas que nos levam ao Senhor lemos algures - encontramos logo à sua entrada o sinal imperativo: Estacionamento proibido." Devemos estar constantemente voltados para o ideal a realizar, a fim de sermos por ele atraídos e haurir assim forças para avançar. Mas devemos também fazer um esforço constante para verificar se estamos realmente em marcha, se estamos percorrendo todo o caminho que podemos ou se, ao contrário, é com passo lerdo que avançamos.

-oEstas idéias merecem ser relembradas neste início do ano equipista. Abre-se ele, desta vez, com atividades cuja importância não é preciso encarecer. A peregrinação a Roma, no fim do ano passado, foi um impacto cujos ecos a Carta Mensal procurou tornar de certo modo


presentes através de testemunhos e dos "encartes" com as conferências pronunciadas naquele Encontro Internacional. E agora um novo impulso nos foi dado no "Encontro Anual dos Casais Responsáveis de Equipe" (EACRE), realizado nas primeiras semanas de julho, sucessivamente em São Paulo, São José dos Campos e Caxias do Sul. De um lado, pela presença amiga da Equipe Responsável Internacional, na pessoa do Pe. Roger Tandonnet e do casal Louis e Marie d'Amonville, respectivamente seu Conselheiro Espiritual e Casal Responsável. De outro lado, pelo conteúdo mesmo do Encontro, pela divulgação e pelo aprofundamento do importante documento que publicamos nas páginas centrais desta Carta Mensal: "O que é uma Equipe de Nossa Senhora". É um documento que, ao lado de sua introdução, "O sentido de um documento", precisa ser meditado e assimilado. Não se trata de páginas a serem lidas em "leitura dinâmica" ou no intervalo entre dois capítulos de nossa novela preferida ... Lidas e aprofundadas como merecem, os levarão a compreender porque despertaram tanto interesse nos EACREs - como já tinham despertado no Encontro de Responsáveis Regionais, de Setor e Coordenação realizado em fins de março. O documento acima é como que a exteriorização do esforço de "aggiornamento" propugnado pelo Pe. Caffarel já em 1970, e sobre o qual insistiu, nas graves palavras pronunciadas quando anunciou o seu afastamento das Equipes de Nossa Senhora: "Um grande esforço de oração, de reflexão e de transformação deve ser empreendido, com vontade férrea de descobrir a vontade de Deus sobre o Movimento e sua missão, na fidelidade à graça das origens e na compreensão das necessidades do tempo". Este esforço vem sendo gradativamente desenvolvido. E a ele o Movimento se dedicou, com "vontade férrea de descobrir a vontade de Deus". Cabe agora a nós todos correspondermos ao apelo que nos é feito. Neste alvorecer do ano equipista, ouçamos as palavras de Pedro ao paralítico do Templo de Jerusalém. Muito fraternalmente, A ECIR E.T. -Na hora em que esta Carta Mensal vai para a impressão, o oasal D'Amonville e o Pe. Tandonnet acabam de chegar a São Paulo, depois de passarem por Belém e lá insta1a.r a Coordenação. Daqui por diante, irão cumprir um intenso programa. Aguardem para setembro o relato de sua visita, bem como a cobertura dos EACREs.

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A PLENITUDE DO "SIM"

Toda a vida de Maria foi um Sim ao Pai, e um Magnificat. Houve momentos fortes na alegria da sua entrega: a Anunciação, a Cruz, o Pentecostes. Mas o que foi verdadeiramente grande, n'Ela, foi a fidelidade quotidiana ao plano do Pai, a sua radical entrega ao Evangelho, vivido com s:mplicidade e alegria de coração. A sua pobreza foi, antes de tudo, consciência serena da sua condição de serva, fome da palavra de Deus e do Seu Reino, irremovível segurança n'Aquele a Quem nada é impossível, pronta disponibilidade para o serviço. A vida de Maria foi simples. E contudo, inevitavelmente, o seu Sim mudou a história, e o seu Magnificat fez trasbordar sobre o mundo a alegria da redenção. Hoje, nós complicamos desnecessariamente as coisas (mesmo dentro da Igreja e no interior das comunidades religiosas). Dir-se-á que "os tempos mudaram". É certo. Mas não esqueçamos que também nós - sendo fiéis à nossa identidade específica e vivendo a fundo a novidade no Espírito - temos que ir mudando as coisas e tornando novos os tempos. A cada um toca escrever uma página inédita, totalmente sua, na história da salvação. Com freqüência perdemos o tempo a ver como a escrevem os outros, ou, pior ainda, a julgar como e por que motivo a escreveram mal. E nós, entretanto, deixamos de escrever a nossa. Em definitivo, o essencial não é saber o que se passa na história, mas discernir por onde passa o Senhor e o que Ele quer de nós. A vida não nos foi dada para a guardarmos. Foi-nos dada para a glória do Pai e para o serviço dos irmãos. Só assim seremos capazes de a ganhar (Me. 8, 35). Isto exige de nós que vivamos "com simplicidade e alegria de coração" (Act. 2, 46) o nosso fiat, o nosso "sim" quotidiano: à vontade do Pai e à expectativa dos homens, ao silêncio da contemplação, à fecundidade da cruz, à alegria da caridade fraterna.

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Isto, é válido para todo batizado. A grandeza de um homem não se mede pelo brilhantismo das suas obras, mas pela permanente e oculta fidelidade à sua missão, à palavra recebida e empenhada. Maria foi feliz porque disse Sim (Lc. 1,45). A verdadeira felicidade está em escutar a Palavra de Deus e em a praticar, como Maria (Lc. 10, 28). A Assunção é o último Sim de Nossa Senhora: "Vou para o Pai" (Jo. 16,28). E é o maior sinal de que Deus "olhou com bondade para a humilde condição da sua escrava" (Lc. 1, 48). Por isso a Assunção é a festa da plenitude simultânea do Fiat e do Magnificat. Com o Sim de Maria é dado início aos tempos últimos e definitivos (Heb. 1, 2). O Sim de Nossa Senhora marca, no plano do Pai, a plenitude dos tempos (Gál. 4, 4). Pela ação fecu~da do Espírito Santo que desce sobre Ela (Lc. 1, 35), começa "a nova criação" (Gál. 6, 15). Maria é, assim, imagem e princípio da criação nova: "Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo" (Mt. 1, 16). Por isso é "imagem e pr:ncípio da Igreja" (Lumen Gentium, 68). Há como que três momentos privilegiados, na história de Maria, desta nova criação. O primeiro é a sua Conceição Imaculada: Maria é "como que plasmada pelo Espírito Santo e formada como nova criatura" (Lumen Gentium, 56) O segundo é a Anunciação: ao aceitar a mensagem divina, Maria torna-se Mãe de Jesus - o Homem Novo, o Salvador, o que tira o pecado do mundo - e consagra-se totalmente, como escrava do Senhor, à Pessoa e à obra redentora de Seu Filho (Lumen Gentium, 56). O terceiro é a Assunção: "A Virgem imaculada, que fora preservada de toda a mancha de culpa original, terminando o curso da sua vida terrena, foi levada à glória celeste em corpo e alma, e exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo, para que se parecesse mais com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte" (Lumen Gentium, 59). A Assunção de Maria é a manifestação da obra redentora de Jesus e o sinal da vitória definitiva sobre o reino do pecado e da morte. É um sinal de liberdade total.

Cardeal Eduardo Pirónio (De "L'Osservatore Romano")

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O SACERDOTE

Agosto - mês das vocações, Ja que, no dia 8, transcorre a festa do Santo Cura d'Ars, padroeiro dos sacerdotes. Vamos ler o que um sacerdote escreve sobre o sacerdote.

O sacerdote, como todo mundo, é feito do mesmo barro humano. Nele, como em todas as pessoas, a graça se encontra "num frágil vaso de argila", como diz São Paulo. O sacerdote não quer ser superior a ninguém. De suas graças, recebidas sem mérito, ele não deseja fazer uma razão de exaltação de sua pessoa. Mas deseja, como Maria, cantar um "Magnificat" ao Altíssimo que, nele, "fez grandes coisas". Ele apenas aspira a não ser uma "cisterna rachada", como diz o Profeta Jeremias, por onde se perderia a "água viva" das complacências divinas. O sacerdote élspira a transformar-se. pouco a pouco, pela graça de Deus e prontidão de sua resposta, numa "sarça ardente", onde se faça sensível, não a sua pessoa, mas a graça de Deus em sua pessoa transfigurada. Tanto quanto vocês, o sacerdote necessita recriar-se continuamente no verdadeiro homem de Deus. Ele quer comungar dos sentimentos divinos e fazer de Deus a sua aspiração, o seu caminho, a sua paixão e a sua vida. O sacerdote lhes será grato, caros casais, se vocês o ajudarem na purificação e concretização deste ideal.

Frei Neylor Tonin Conselheiro Espiritual da Equipe 2 de Petrópolis

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EDUCAR PARA O FUTURO

Foi este o tema do XIV Congresso Nacional e do X Congresso Internacional da ESCOLA DE PAIS, que se realizaram simultaneamente em São Paulo, de 8 a 12 de junho, no Colégio Santa Cruz. Além de vários sociólogos, psicólogos e educadores brasileiros e estrangeiros, o duplo Congresso contou com a presença do Prof. André Berge, iniciador das Escolas de Pais e vice-presidente da Federação Internacional de Escolas de Pais. Participaram congressistas vindos de 15 países e de todos os Estados do Brasil, num total de 1. 500 pessoas . Embora a Escola de Pais seja um movimento aconfisslonal, afirmou o Cardeal Ams, na sessão de abertura. no Palácio dos Bandeirantes: "Vejo aqui a esperança, porque vocês têm Cristo dentro de si, amam como Ele amou - esta é a Escola de Cristo". Quanto ao Pe. Corbell - fundador, com a Me Inês de Jesus e o casal Alzira e Antonio Fernando Lopes, da Escola de Pais no Brasil - lembrou que a entidade "visa. retirar das familias a angústia suscitada pelo progresso técnico, pelas comunicações que entram nos lares e apresentam grandes problemas para a juventude de todo o mundo". Publicamos a seguir parte de um apanhado das colocações feitas e das pistas e questionamentos levantados no decorrer do Congresso, compilado pelos Pes. Antonio Aquino e João Edenio do Valle .

O mundo de hoje

O Congresso delineou um mundo onde o bem-estar e as conquistas da ciência e da técnica convivem com uma extrema indigência e com a miséria material e moral. Um mundo partido pelas desavenças, pelas ambições; um mundo carregado de medo, desorientação e carente de um sentido mais profundo para o seu

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existir humano. Um mundo duro, despersonalizante. Política e socialmente fechado. Um mundo que faz perguntar, ao jovem mais do que a nós, pais: "o que fazer? vale a pena?" Mas, de outro lado, um mundo em que trabalham ou se encontram latentes poderosas forças de mudança, um :tnundo que se torna mais consciente dos desafios, menos seguro de suas respostas adquiridas e mais sôfrego de um horizonte novo. Um mundo que redescobre, a duras penas, a solidariedade e os direitos do homem. Um mundo capaz de criatividade. Um mundo em que ressurge a sede de buscar e de fruir os valores do espírito. Que precisa urgentemente de santos capazes de fazerem renascer a esperança e a fé em um futuro diferente e possível. O Congresso criou uma atitude nova

Ele nos inquietou, desestruturou hábitos antigos. Provocará em nós uma conversão, uma mudança no ser e nas atitudes e comportamentos, uma nova consciência e uma nova praxis pedagógica? Assumiremos uma conversão filosófica ao mundo de hoje, com sua realidade, seus valores e tensões, como condição de nossa liberdade e lugar de nossa realização como educadores de nossos filhos? Aprendemos, quando nasceram nossos filhos, a firmar a nossa autonomia de casal e de indivíduos? Aprendemos a ser mais sábios, mais maduros, mas capazes de compreensão, aceitação e doação ao experimentarmo·s as agressões de nossos filhos adolescentes? E, quando nossos filhos começarem a se casar, saberemos respeitá-los e a seus filhos? O Congresso nos ensinou que toda a vida de pais é uma aprendizagem. Tomamos consciência da necessidade de criar em nossos filhos o desejo da educação permanente, desligada da mera transmissão de respostas e voltada antes para solucionar os problemas. Esse esforço vai exigir de nós uma grande criatividade, uma grande capac'dade de sermos o que somos e de aceitar os desafios da realidade e do tempo em que vivemos. Começamos a ver com maior clareza a importância de partirmos para novas iniciativas na relação conjugal, no relacionamento com O·S filhos, no posicionamento de nossa família ante os desafios de nossa época.

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Percebemos que se abrem porque ainda não explorados uma nova atitude. A atitude mundo que será o mundo de

perspectivas ·e campos novos, novos e que devem ser desbravados com de pais que apostam no futuro do seus filhos.

Pistas de reflexão

Um mundo atravessado por descompassos e mudanças é um mundo que nos questiona. Um questionamento sadio, que poderá evitar que o futuro seja para nós e nossos filhos uma "trombada". Questionamento que exige respostas baseadas num julgamento modulado e flexível diante de cada problema e situação. E que, por esta razão, nos coloca continuamente diante de novas interrogações ou faz retornar, vivas e angustiantes, perguntas que julgávama.s já ter respondido e solucionado. O Congresso nos mostrou tantas destas questões que são como espinhos a exigir a nossa atenção. Precisam ser aprofundadas. Telegraficamente, lembramos alguns pontos centrais que permanecem e que precisarão ser debatidos e aprofundados: -

é a liberdade um mito? somos nós cont'rolados pelo meio, ou é o homem um ser essencialmente livre, com condições de opção e de auto-controle, quando retira a máscara com que

se encobre? -

como pais: devemos permitir, abrir espaço? ou devemos proteger, segregar? até onde controlar? até onde permitir? é possível criar uma educação que seja uma prática progressiva da liberdade? podemos permitir se não somos nós mesmos livres?

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para a mulher moderna, o trabalho e o lar são duas vertentes que constituem elementos gratificantes, mas, ao mesmo tempo, perturbadores do equilíbrio: como superar essa tensão? como 9arantir que os filhos e os esposos permaneçam esposos e filhos? como usar as liberdades e as chances que profissão e novos padrões sociais abrem à mulher que é mãe? como conciliar as normas jurídicas que afirmam a igualdade de direitos entre o homem e a mulher com o comportamento social efetivo, que se inspira no preconceito e na discriminação em relação à mulher?

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por que seria o ler mais importante do que o ver? seria saudável a identificação com modelos de comportamento propostos pela TV? por que não descobrir e valorizar o que há de positivo na ampla exposição de temas, idéias e fatos que a TV nos oferece? afinal, a vida e o mundo podem ser ocultos?

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como devem os pais educar o filho para o uso da TV? como impedir que o uso comercial da TV nivele por baixo e ofereça hábitos de passividade e de compartimentação inter-pessoal? podemos fazer algo para que um meio de educação a TV - não seja usado com escopo apenas comercial? -

a delinqüência, antes de ser um fenômeno do indivíduo, é expressão das contradições sociais, econômicas e mesmo políticas do meio: o que pode fazer a comunidade na prevenção e na recuperação dos delinqüentes jovens? considerando as implicações psico-afetivas e as desestruturações familiares normalmente constatadas nos casos de delinqüência, será que o aparato estatal está em condições de resolver o problema? ou torna-se imprescindível um outro tipo de intervenção que atinja e sane as raízes familiares e as raízes sociais do problema?

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como resolver a problemática dos idosos? como salvaguardar a sabedoria e o imenso acer·vo de experiência dos mais velhos? como fazer para que essa riqueza atue pedagogicamente sobre as novas gerações? como nos preparar para uma sadia convivência entre as três gerações?

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considerando a fundamental importância da primeira aprendizagem - a que se faz na interação entre pais e filhos, no recesso do lar, nos primeiros anos de vida -, como fazer para que essa aprendizagem não conflite com a aprendizagem secundária, da escola?

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a família perde muitas de suas funções na medida em que as transformações sócio-econômicas e culturais se vão processando: marchamos para uma desagregação da família ou, ao contrário, apesar da real perda de funções, é hoje a família o refúgio da dignidade da pessoa? pode ela vir a ser um lugar onde se forma a consciência, o senso crítico? um lugar de exercício efetivo da liberdade?

Como vêem, estas são pistas muito valiosas para reflexão e troca de idéias entre o casal e em equipe ...

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O FIO TRANSMISSOR

Há portos no extremo norte do nosso planeta que ficam paralisados nos meses de inverno. Estão bloqueados pelo gelo e a neve, e não há condições para que os navios os utilizem. O clima não é propício. Assim também Jesus precisa criar em mim um clima favorável à oração. A brisa do Espírito pode querer conduzir a sua embarcação para o meu porto e eu lhe opor o obstáculo do meu gelo. Há energias em mim, como há energias na natureza, que eu preciso captar para poder me pôr inteiramente ao seu serviço e ao dos meus irmãos. É o eterno mistério da minha correspondência à graça que você, Jesus, me oferece a cada instante. Nada posso sem ela e, ordinariamente, ela nada pode sem mim. São os dois polos que possibilitam o uso da corrente de energia ... Você quer que eu seja instrumento de força para os outros. Primeiramente, tenho que ter em mim a fé e o entusiasmo que criam . um clima de oração confiante e persuasiva. Eu sei que esse poder que vitaliza e fecunda tudo à minha volta é você mesmo, é a sua presença em tudo, meu Deus. Esse princípio vivificante está em mim. Se eu o compreendo, procuro aderir à força do seu reino em mim, e pôr-me à sua disposição como instrumento dócil e bem calibrado - então você acende em mim a luz que vai iluminar os outros. Mais ainda, como há muitas forças inexploradas na natureza, assim a força do seu poder em mim. O cientista é humilde porque lida com grandes realidades; toca a verdade sobre Deus, o universo e o homem. Como a Moisés, você lhe revela a sua glória e a sua grandeza. E eu tenho que ser humilde, porque, além da maravilhosa máquina do meu corpo, Deus, causa primeira de tudo o que existe, a fonte de toda a vida, está em mim.

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Esse poder está à minha disposição: pode realizar grandes coisas, como coisas pequeninas. A lei de amor que rege o cosmos é a mesma que rege o meu pequenino universo individual. Deus me ama.

Temos visto o tremendo prejuízo, perigo e inconveniente que causa o corte de energia numa metrópole. É o mesmo que sucede em mim quando me desligo do seu Espírito, Jesus, e procuro viver a minha vida. De certo modo, torno-me um cadáver ambulante. Não tenho a sua vida, Jesus, para a dar aos outros. Mas quando vivo no seu poder e deixo que você se sirva de mim para o manifestar aos outros como fio transmissor, quanto bem posso realizar, quantos males curar por esse poder que se quer comunicar através de mim! Preciso crer nisso, Jesus. Crer, aceitar ser instrumento, estabelecer o contato com o irmão e deixar que a corrente do seu poder vá atuar no outro. E isso num grande sentimento de humildade - somos servos inúteis - e de gratidão pelas maravilhas que você opera nos homens, deixando que sejam como o fio condutor da sua boa nova e do seu poder. Consciente de tudo o que você quer operar em mim, da profundidade e riqueza do termo ser cristão, como eu devo esforçar-me por remover os empecilhos do meu medo, da desconfiança, do orgulho, da inveja, do egoísmo ... Para isso, preciso de um contato constante com o seu poder. Tenho que sentir que a força do mundo que me cerca está também em mim: é ela que derrete o meu gelo e abre acesso ao meu porto interior ... Haroldo J. Rahm, s.j. e Maria J. R. Lamego, ("Fábulas e Parábolas para Orar no Espírito", Edições Loyola, S.P., 1975)

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''QUEM PÕE A MÃO NO ARADO ... ''

"Quem põe a mão no arado e olha para trás não serve para o Reino de Deus." (Lc. 9, 62). Quem resolveu seguir a Cristo não pode parar pelo caminho. Quem assumiu um compromisso não pode voltar atrás. Quem resolveu unir seu destino a outro não pode voltar atrás, principalmente se o fez diante de Deus, porque a união de dois cristãos é uma união em Cristo, com Cristo, que se dispõe a ficar com os dois por toda a vida. Portanto, romper um casamento assumido diante do altar é romper com o próprio Cristo, é . mais do que infringir a lei divina - "não separe o homem o que Deus uniu". Isto é sabido por todos nós, mas, nesta hora em que a emenda do divórcio criou uma situação nova no Brasil, precisamos ver a nossa responsabilidade em relação aos que se casaram na Igreja - muitas vezes por motivos sociais apenas - e lembrar-lhes que foram unidos por um sacramento, e um sacramento indissolúvel. E não só os católicos, mas todos os que fundaram uma família vão precisar de amparo e orientação para que, se o seu casamento não vai bem, não venham a escolher o caminho da facilidade, que seria o da infelicidade para seus filhos. Tentou-se justificar o divórcio alegando que a lei da indissolubilidade preconizada pela Igreja não pode obrigar todos os brasileiros, mas apenas os que seguem a religião católica. Isto tem algo de verdadeiro - é preciso reconhecer a realidade deste nosso país, que apenas estatisticamente pode ser considerado "o maior país católico do mundo".

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Não se pode ignorar tampouco a influência negativa da época em que vivemos sobre o comportamento do homem e da mulher. A fraqueza humana é muitas vezes conseqüência do meio ambiente, da sociedade de consumo, que altera a hierarquia dos valores, dos meios de comunicação, que martelam diariamente dentro dos lares idéias nocivas e falsos valores. O homem sem religião terá discernimento e força de vontade para resistir às influências do meio? Diante dessas considerações sociológicas, o Congresso votou a favor da emenda e o divórcio "passou". De nada adianta agora lamentar-se. É preciso, isto sim, ver o que nós, católicos, podemos fazer. Não é mais hora de cruzada contra o divórcio - é hora de luta em favor da família. Luta que tem dois aspectos: .lutar contra a mentalidade que a instituição do divórcio vai reforçar, e lutar para favorecer a estabilidade da família. Os poucos que podem ter influência sobre as estruturas jurídicas devem tentar impedir que, a partir dessa emenda - que visa apenas a legalizar situações de fato -, se passe para uma legislação que venha facilitar o divórcio em qualquer circunstância. Mas nós também podemos influir, fazendo pressão sobre os legisladores para que procurem moralizar os meios de comunicação, e zelem pelo bem-estar das famílias, proporcionando às mais desfavorecidas condições de vida humanas que não levem mais à desagregação a que estamos assistindo nas classes mais pobres. Não são essas, entretanto, as famílias mais ameaçadas pelo divórcio, pois, nessa camada da população, a maioria nem sequer é casada. Nas classes médias é que a medida vai ter maior repercussão, seja porque vem de encontro a anseios já existentes de libertação do vínculo conjugal, seja por falta de esclarecimento. As pessoas de menos cultura julgam que o que foi aprovado é o divórcio como existe em outros países - e isso vai criando uma mentalidade nova que, com o tempo, irá forçosamente ajudar a implantação do divórcio sem as atuais limitações. Com isso, aliás, é que contam os que se regozijam por terem vencido a primeira batalha ... Para os jovens, essa mentalidade é eminentemente destrutiva porque, levantando a hipótese de que, daqui para frente, "se não der certo" é possível "começar tudo de novo" sem problemas, solapa pela base a possibilidade de virem a construir um lar estável. Vai reforçar também a tendência à união livre e a casamentos realizados apenas para agradar aos pais. -13-


A luta mais eficaz vai ser sem dúvida aquela positiva, de nosso testemunho e da nossa ação. E começa em casa, com a construção de um lar feliz, onde todos procuram compreender-se, amar-se e servir uns aos outros. Nossos filhos, nossos parentes e amigos aprenderão que as dificuldades de relacionamento que possamos ter não podem abalar um amor que tem a sua fonte no amor de Deus. Verão que os problemas, pequenos ou grandes, que podem aparecer na vida conjugal não chegam a assumir maiores proporções porque se sabe perdoar com generosidade e humildade em todas as circunstâncias. Este nosso testemunho fará com que os outros casais olhem para seu próprio casamento com mais ânimo e coragem. Mas é preciso, agora mais do que antes, sair de casa e partir para um trabalho eficiente junto aos adolescentes, aos namorados, aos noivos e casados, aos casais em dificuldade. É necessário aumentar o número de grupos e de equipes de jovens, onde a convivência sadia entre os sexos leva ao conhecimento e ao respeito mútuos, de palestras para adolescentes sobre o amor e, principalmente, de cursos para namorados. A importância desses cursos para namorados, espécie de pré-cursos de noivos, é muito grande porque a experiência mostra que, nos cursos de noivos, já pode ser tarde: alguns descobrem que não terão condições de viver felizes, mas não têm coragem ou possibilidade de desmarcar o casamento.

Os cursos de noivos - apostolado a que muitos de nós já se dedicam - vão exigir mais operários. Há muito que fazer: aumentar o número de cursos, atualizá-los, dar-lhes mais profundidade, dentro de uma dinâmica cada vez mais atrativa mas, principalmente, é indispensável agora criar uma gama de opções que se adapte a todas as classes sociais. Não é possível que haja um só curso para todos - universitários e operários como infelizmente ainda é o caso na maioria das paróquias: a mesma substância precisa ser dad::1 de acordo com cada tipo de auditório. E já que é indispensável criar-se mais cursos, há necessidade de muito mais casais para trabalhar na preparação para o casamento ... Palestras, cursos, encontros para casais precisam ser multiplicados e estendidos a um público maior, recrutado inclusive independentemente de credo religioso. A mensagem sobre a importância para os filhos de um relacionamento satisfatório entre o casal precisa atingir todos os casados. A "Semana da Família" é uma boa oportunidade para um trabalho mais intensivo, mas

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é ao longo do ano inteiro que os casais das Equipes são chamados a esse apostolado junto às outras famílias - sem esquecer, como manda o Documento de Medellín, as mais desfavorecidas, para as quais a mensagem também precisa ser adaptada, como aliás vem sendo feito em alguns lugares. As experiências que existem em meio rural e operário precisam ser divulgadas e desenvo·lvidas. Devemos procurar fundar mais equipes, oferecer-nos para dirigir grupos de casais nas paróquias e nas escolas e, no caso de casais de outras confissões ou arredios à religião, lembrar-nos que temos esse instrumento privilegiado que são os Círculos Familiares. Isto tudo é, por assim dizer, ação "preventiva". Com a emenda do divórcio, é imprescindível que nos dediquemos com mais generosidade do que antes ao que se poderia chamar de ação "corretiva". É o grande desafio ... Os casais desajustados precisam de maior atenção, de um acompanhamento especial. Em várias cidades já existem centros de atendimento a casais em dificuldades, mas to·rnou-se urgente, agora, que se monte um centro desses em cada cidade nas maiores, senão em cada paróquia, o que não seria possível a curto prazo, pelo menos em cada zona geográfica. O ideal inclusive é utilizar locais neutro·s, para facilitar a procura por parte de casais de outros credos ou ateus. Como ficariam esses sabendo da existência do centro? Através, por exemplo, de volantes, espalhados em lojas, supermercados, consultórios, escolas, igrejas, templos. Quanto ao trabalho em si, exige muita disponibilidade, muito tato e equilíbrio, mas, com a formação adquirida nas Equipes e o auxílio do Espírito Santo, estamos preparados. E não vamos fazer esse trabalho sozinhos, mas com casais de outros movimentos, juntando forças, pois, além de plantonistas, há necessidade de médicos, psicólogos e advogados. (1) O fato (1)

Informações sobre o funcionamento de centros já existentes: em São Paulo no INEF, Rua Cândido Espinheira, 850 no Rio, no INFA, Rua Alzira, 549, Tijuca em Porto Alegre, no SICA, Rua Alberto Bins, 1. 008 em Campinas, no COF, Rua José Piaulino, 1.244 em São José dos Campos, no SOF - aguardem artigo em setembro, ou procurem Wilma e Amilton, Rua Benedito Silva Ramos, 326 em São Carlos, com Janete e Martins, Rua José Inácio, 3.287 em Jundiaf, com Marisa e Fleury, Rua Joaquim Pires de Oliveira, 300 em Taubaté com Júlia e Orlando, Avenida Marechal Deodoro, 451 e na. Carta Men.sal de maio de 1975, págs. 16 e 53. Sobre equipes de adolescentes, mesma Carta, págs. 40 a 43.

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de · que muitos casamentos foram salvos pelo acompanhamento· dado pelos que se dedicam a esse apostolado de aconselhamento conjugal nos deve animar para pormos imediatamente mãos à. obra. Em resumo, devemos dinamizar tudo que já existe e usar do espírito inventiva para criar novas formas de apostolado onde se fizerem necessárias para, respondendo positivamente à situação nova criada no Brasil, fortalecermos cada vez mais a família.

"Confiamos, escreveram em junho passado os Bispos de São Paulo, que o amor e a dedicação dos esposos e das famílias cristãs, nesta hora, sejam, para o mundo tão carente de valores, testemunho vivo do Evangelho de Jesus Cristo, que anime e sustente todo casal a 1ea.lizar a vida conjugal de modo digno da vocação humana tal como Deus a quer." Ao entrarmos nas Equipes, pusemos a mão no arado, assumimos o compromisso de fazer do nosso amor um "testemunho" e de nossas atividades um "serviço", de responder sempre ao apelo de nossos bispos. Não podemos olhar para trás, procurando pretextos para refugiar-nos no comodismo. É hora de todos, cada um segundo a sua vocação, arregaçarmos as mangas. Hoje, mais do que nunca, a Igreja e a Família precisam de nós .

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FAMíLIA E EDUCAÇÃO DA FÉ

Papai, Papai, Papai, Papai,

quem é Deus? o ·que é ser cristão? por que tenho que ir à missa? Deus é bravo como o senhor?

E outras perguntas sobre religião são formuladas pelos filhos, e outras dúvidas vão nascendo e permanecendo em suas cabeças, porque, nem sempre, o ambiente familiar dá clima para esclarecimentos, ou, então, o pai (ou a mãe) enrola tanto nas respostas que as dúvidas do filho aumentam, e ele acha melhor ficar quieto. A grande verdade é que a maioria dos pais católicos não tem consciência de seu compromisso com Deus, livrerr:ente assumido quando se casaram na Igreja, compromisso que os deveria levar a serem imagem correta de Deus para seus filhos, a serem Cristo uns para os outros, a transformarem sua família em autêntica Igreja doméstica. Mas o lar, para muitos, só tem a dimensão de cama, comida e refúgio e, infelizmente, só nesses aspectos funciona. É preciso lembrar, com muita ênfase, aos pais cristãos que o "sim" que pronunciaram na hora de seu matrimônio implicou, entre outras coisas, na promessa de fundar, desenvolver e preservar um lar cristão, com todas as conseqüências decorrentes! Estas são as metas dos cristãos conscientes: - Criar em sua família uma atmosfera de amor tão intensa que torne real e eficaz a presença de Cristo. É o amor vivido, e não somente falado, em todo relacionamento humano entre cônjuges, e entre estes e seus filhos. - Alimentar em seu lar a fidelidade ao amor de Deus, incentivando suas manifestações mais autênticas, tais sejam: oração familiar diária; vivência do dia a dia de acordo com a vontade de Deus; clima de respeito no relacionamento familiar, ven-

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do sempre no outro a pessoa humana que ele é; festas de aniversário e outras comemorações sempre marcadas por atmosfera e alegria autenticamente cristãs. - Despertar todos os familiares para a missão evangelizadora do lar, ressaltando a importância que tem para o mundo o nosso testemunho, através de nossa vida e de nossa palavra. A família está destinada a levar a Boa Nova, a levar Cristo para as outras famílias, para os outros ambientes que seus membros freqüentam (trabalho, escola, clube, etc.). - Desenvolver uma catequese doméstica, que nos levará a educar a fé de nossos filhos e a nossa própria fé, conhecer cada vez mais a Cristo, entender cada vez melhor como Cristo vê as coisas, afastar tudo aquilo que nos impede de agir como Cristo nos pede. Para isso, desenvolver no lar estudo e reflexão! Os livros não faltam. E a boa vontade e decisão de fazê-lo? Ler o Evangelho junto com o cônjuge e os filhos, procurando transformar essa leitura num encontro pessoal com Cristo (o que Cristo está querendo me dizer?). Valorizar a Eucaristia, enfatizando a abertura para o irmão, o amor entre as famílias e a dimensão social da salvação que a Ceia do Senhor proporciona. Acontece que tudo isso que foi escrito atrás não surtirá efeito, será como um copo dágua derramado na areia, desaparecerá como a fumaç.a de um cigarro, se cada um de nós não se questionar objetivamente, não se questionar até violentamente: Será que estou tão comprometido com a atual estrutura do mundo (ganhar dinheiro, ganhar status, gozar, ter . .. ) , que não tenho condições de cumprir meu compromisso com Deus? Está chegada a hora de definições, a hora em que nós, cristãos adultos, devemos assumir atitudes de adultos. Se somos cristãos despersonalizados, simplesmente catalogados como batizados, que vivemos somente de ritos, do folclore religioso, que estamos instalados na Igreja como num clube, o clube eclesiástico, podemos "pendurar nossa chuteira", porque nosso cristianismo está morto. Se, ao contrário, somos cristãos engajados, inquietos, que se nutrem da fé em Jesus Cristo e não somente de rituais, que querem levar às últimas conseqüências os compromissos de seu batismo e de seu matrimônio, temos a obrigação de promover urgentemente uma mudança radical em nossa vida, começando por nossa vida familiar. O desafio está lançado! Oswaldo Aly (Equipe n9 15, Santos)

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PASTORAL FAMILIAR NO ESTADO DE SÃO PAULO

Reunidos em Itaici, no início de junho, 35 bispos e 148 padres, religiosos e leigos do Estado de São Paulo decidiram incluir novamente a Pastoral Familiar entre as quatro prioridades do 3. 0 Plano Bienal de Pastoral do Regional Sul I da CNBB, a vigorar de agosto 77 a agosto 79. Entre outros objetivos, o Plano almeja "intensificar a vida comunitár~ a na Igreja" e "promover a formação e a ação dos leigos, com vistas à sua própria missão na comunidade eclesial e no mundo". Resolveu-se dar destaque à Pastoral Familiar levando-se em conta "as condições atuais de desagregação e instab;lidade da Família", "os males que ameaçam e causam sério impacto sobre a Família" e os "fatores que impedem ou dificultam a estabilidade da Família". Diz o Plano: "A Família vive numa sociedade da qual recebe influências e fortes pressões. Daí a importância de uma educação para o senso crítico, que permita aos seus membros discernir entre valores essenciais e acidentais, entre estruturas familiares fundamentais e as meramente históricas e mutáveis". Lembrando que "no ambiente familiar, a dedicação e ajuda mútua de seus membros propiciam a descoberta e a realização da própria vocação à santidade e ao serviço na comunidade eclesial e na sociedade humana", o Plano salienta que "a Pastoral da Família deve buscar, através da valorização e vivência do Sacramento do Matrimônio, a transformação da família em Igreja doméstica, comunidade de fé, testemunha e transmissora da mensagem de Cristo para as outras famílias, principalmente as marginalizadas e incompletas". Afirma ainda que "os movimentos familiares tornam-se instrumentos da Pastoral da Família quando integrados na Pastoral Orgânica". É exatamente esse problema da integração na Pastoral Orgânica que motivou o Encontro realizado em São Paulo pela -19-


Comissão Arquidiocesana de Pastoral Familiar, no fim de semana que seguiu a reunião de Itaici. As Equipes de Nossa Senhora estiveram presentes, através do Casal Regional e dos 4 Responsáveis de Setor da Capital, conforme notícia enviada por Maria Teresa e Carlos Heitor Seabra: "O tema geral do Encontro, Integração entre Movimentos Familiares e com a Pastoral Familiar na Arquidiocese de São Paulo, foi coordenado pela Comissão Arquidiocesana de Pastoral Familiar, presidida por D. Francisco Manoel Vieira, Bispo Diocesano encarregado da Pastoral Familiar. Após uma meditação inicial, abriu o Encontro uma palestra do Cardeal Arns sobre o tema Pastoral Orgânica e Pastoral Familiar. Na seqüência, foram intercalados grupos de trabalho, painéis e trocas de idéias em plenário, levando a uma reflexão, intra e inter Movimentos, de como os mesmos podem atuar levando em conta os objetivos e as necess;dades da Pastoral Familiar, respeitadas a dinâmica e a mística peculiares a cada Movimento. Os movimentos familiares surgiram por inspiração do Espírito Santo, em momentos apropriados, à semelhança do que ocorreu com as Ordens Religiosas. Não se poderia, pois, pensar em descaracterizá-los, fundindo-os num "supra-movimento", pois perder-se-ia toda a sua riqueza. Por outro lado, é necessário integrá-los num contexto maior de ação pastoral, aspecto esse que constituiu o conteúdo de todo o Encontro, onde foi solicitado aos movimentos ali representados um "exame de consciência". Não se poderia esperar que, num encontro tão breve, todos saíssem dali com um plano totalmente equacionado. Contudo, num clima de intensa fraternidade, e de muita inspiração do Espírito Santo, foi possível realizar uma profunda reflexão e traçar algumas diretrizes gerais para tentar-se iniciar uma caminhada para maior entrosamento entre os movimentos e a pastoral familiar. Participaram do Encontro, além dos cinco casais das ENS (1) e dos Conselheiros Espirituais, Pe. Antonio Aquino e Pe. Paulo Raabe, irmãos do MFC, dos Encontros de Casais com Cristo, do OVISA e do CIVC, bem como sacerdotes ligados a esses movimentos." (1)

Na realidade, seis, pois estavam presentes também Lourdinha e José Eduardo Dias Soares, membros da Comissão Arquidiocesana de Pastoral Familiar.

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O SIGNIFICADO DE UM DOCUMENTO

Caros amigos, Nas páginas que seguem, vocês encontrarão um documento importante intitulado "O QUE É UMA EQUIPE DE NOSSA SENHORA?" Algumas palavras de introdução parecem indispensáveis para bem compreendê-lo. Foi ele esboçado há já três anos pela Equipe Responsável pelo Movimento. Sua redação foi lenta, porquanto apoiou-se numa vasta consulta aos quadros das Equipes de Nossa Senhora: o Conselho Internacional, os Super-Regionais e os Regionais de todos os países. Levando em conta todos os pareceres apresentados, na medida de sua concordância, é que o texto ficou definitivamente assentado. Qual a finalidade desse texto? Dar uma base comum às equipes dispersas por todo o mundo. Com efeito, o Mov1mentõãCEa-se implantado em cerca de trinta países. De alguns anos para cá, uma notável descentralização vem sendo realizada a fim de permitir às Equipes de Nossa Senhora melhor corresponderem às necessidades dos casais, nos diversos lugares em que se acham implantadas. Para evitar que essa descentralização prejudique à unidade, que é uma graça e uma forca de nosso Movimento, era preciso um documento simples e breve ao qual todas as equipes pudessem recorrer. Seria possível conservar assim este espírito comum que permite a realização espontânea da comunhão fraterna que vivemos em Roma em setembro último - e que tanto conforto trouxe aos casais que vinham de longe. Mas, poderiam vocês objetar, a Carta das Equipes de Nossa Senhora (Estatutos) não era suficiente para que se atingisse tal objetivo? Digamos claramente e em primeiro lugar que ela permanece como a referência fundamental do Movimento. Cabe reparar também que é mais completa do que o documento que publicamos. Entretanto, tem trinta anos de existência (vamos co-21-


memorá-los este ano); foi escrita em outro contexto. De então para cá, o Movimento viveu, cresceu, amadureceu e, embora permanecendo fundamentalmente o mesmo, sofreu alterações - como um adulto sofre mudanças em relação à criança que era e isto num mundo que, também ele, mudou. É o que o presente documento quis levar em conta, realizando simultaneamente uma atualização e uma simplificação. Uma atualização : ele engloba com efeito as riquezas adquiridas pela vida e a reflexão do Movimento ao longo dos anos, no seio de uma Igreja que viveu o Concílio Vaticano II. Coloca-se principalmente em função desta realidade fundamental que é a comunidade cristã, cuja vida é o amor - e que se aplica, com matizes diferentes, tanto ao casal como à equipe. Esforçando-se por viver como células da grande Igreja, habitados e animados pelo Espírito de Cristo, nossas pequenas comunidades - o casal e a equipe - atingirão toda a sua vitalidade cristã e todo o seu dinamismo apostólico. Uma simplificação. Para atingir este objetivo, ou, pelo menos, dele se aproximar, os casais e as equipes são beneficiados por meios postos à sua disposição pelo Movimento. Era preciso ainda simpl' ficar e hierarquizar. Por isso, o documento faz uma distinção cuidadosa: 0

1. Orientações de vida, comuns a todos os cristãos, e centrados no mandamento - bipolar - do amor a Deus e do amor ao próximo.

2. 0 Meios espirituais concretos preconizados pelo Movimento (em número de seis) e que são objeto da partilha na reunião. 3. 0 As regras normais de uma vida em grupo e que o responsável tem o encargo de lembrar. Era importante assinalar também que, tanto os casais como as equipes, fazem parte de um Movimento, de cuja vida, res onsabilidade e missão todos participam.

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Tal como é apresentado, este documento não se destina a ser difundido fora das equipes. É para nós um documento de reflexão, um instrumento posto à nossa disposição para o crescimento das nossas comunidades - casais, equipes e Movimento - a serviço da Igreja e do mundo de hoje.

A EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

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O QUE É UMA EQUIPE DE NOSSA SENHORA

1 -

UM PROPóSITO

"Vem e segue-me". Este apelo, dirige-o Cristo a cada um de nós e a cada um dos nossos casais, convidando-os a se abrirem sempre mais ao seu amor, para dar testemunho dEle onde Ele os colocou. Alguns casais, desejosos de corresponder a este apelo, tendo consciência da sua fraqueza, mas confiando na graça do sacramento do matrimônio e crendo na eficácia da mútua ajuda fraterna e na promessa de Cristo - "Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles. (Mt. 18, 20)" -, decidem unir-se em equipe e pedem a um Movimento que os ajude. Tal é o propósito comum aos casais das Equipes de Nossa Senhora.

2 - UM PERFIL Uma equipe de Nossa Senhora é uma comunidade cristã de casais. Uma comunidade

Formada por 5 a 7 casais, assistidos por um sacerdote, uma Equipe de Nossa Senhora se constitui livremente. Ninguém entra numa equipe sob pressão, nem aí permanece forçado. Cada um nela se conserva ativo e fiel ao Espírito. Os seus membros, para levar a bom êxito o seu propósito comum, aceitam viver lealmente a vida comunitária. Esta vida comunitária tem as suas leis, as suas exigências próprias, que se concretizam na escolha de certo número de objetivos comuns e de meios bem determinados para progredir no -23-


sentido desses mesmos objetivos (cf. 3.a parte). Cada um faz suas as opções da comunidade enquanto participar das suas atividades. A equipe, por sua vez, é membro de uma comunidade mais ampla, o Movimento Supranacional das Equipes de Nossa Senhora, cuja vida ela aceita partilhar plenamente. Uma comunidade cristã

Uma Equipe de Nossa Senhora não é uma simples comunidade humana: reune-se "em nome de Cristo" e quer ajudar os seus membros a progredirem no amor de Deus e no amor ao próximo, para melhor corresponderem ao apelo de Cristo. Cristo quis que uma comunidade concreta fosse o lugar de acolhimento e de realização desse amor que Ele nos comunicou. Reuniu uma, prometeu-lhe a sua presença, deu-lhe o seu Espírito, confiou-lhe a sua boa nova para levar ao mundo. Essa comunidade é a Igreja, que é o seu corpo e que se põe a serviço da comunidade humana. Esta grande comunidade é, por sua vez, composta de pequenas comunidades de múltiplos aspectos; embora estas não tenham a estrutura daquela, nem por isso participam menos da sua vida, como cada célula participa da vida de todo o corpo, dessa vida que é o próprio amor de Cristo pelo Pai e pelos homens. Uma Equipe de Nossa Senhora é uma dessas pequenas comunidades. Quer estar, portanto, ao mesmo tempo ligada ao Pai, em comunhão estreita com a Igreja, e plenamente aberta para o mundo. A vida da equipe se organizará em harmonia com isto: e o sacerdote, que "torna o Cristo presente como Cabeça da comunidade" (Sínodo dos Bispos, 1971), vai ajudá-la a não perder de vista sua verdadeira finalidade. Uma comunidade de casais

O casal cristão é ele mesmo uma "comunidade cristã", mas de uma originalidade muito especial. Por um lado, esta comunidade baseia-se efetivamente numa realidade humana: o dom livre, total, definitivo e fecundo no amor que um homem e uma mulher fazem um ao outro, através do matrimônio. Por outro lado, esta realidade humana torna-se, em Cristo, um sacramento, quer dizer, um sinal pelo qual se manifesta o amor de Deus pela humanidade, o amor de Cristo pela Igreja, e torna os esposos participantes desse amor. -24-


Por isso, Cristo está presente de uma maneira privilegiada na comunidade conjugal: o seu amor pelo Pai e pelos homens vem transfigurar nas suas raízes o amor humano. É por esse motivo que tal amor humano, vivido cristãmente, é já por si mesmo um testemunho de Deus, e é da sua plenitude que deriva a ação apostólica do casal. A ajuda mútua no seio de uma equipe de Nossa Senhora toma, portanto, um aspecto muito particular: os casais vão ajudar-se entre si a construir-se em Cristo - a construção de um casal é uma obra permanente - e a pôr o seu amor a serviço do Reino. A Equipe de Nossa Senhora coloca-se sob a proteção da Virgem Maria. Os seus membros sublinham dessa forma a sua convicção de que não há melhor guia para ir a Deus do que aquela "que ocupa o primeiro lugar entre os humildes e pobres do Senhor que confiantemente esperam e recebem dele a salvação." (Lumen Gentium, 55).

3 -

UM CAMINHO

Para qualquer cristão, só existe um caminho, Jesus Cristo, Palavra de Deus que se fez Homem: "Felizes os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática." (Lc. 11, 28). As Equipes de Nossa Senhora não impõem aos seus membros uma esp;ritualidade determinada: querem simplesmente ajudá-los a trilhar como casal o caminho traçado por Cristo. Propõem-lhes para isso: -

orientações de vida,

-

pontos concretos de esforço, uma vida de equipe.

Orientações de vida

A grande orientação é a do amor que Cristo nos veio trazer: "AmaTás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu espíTito, com todas as tuas forças . .. Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Me. 12, 30-31). Crescer nesse amor é tarefa para toda a vida, e as Equipes de Nossa Senhora propõem a seus membros ajudá-los nessa tarefa. Pedem-lhes: - para se ajudarem entre si a progredir no amor de Deus: -25-


-

-

que dêem na sua vida um lugar importante à oração;

-

que freqüentem regularmente a Palavra de Deus e se esforcem por vivê-la sempre melhor;

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que se aprofundem constantemente no conhecimento da fé;

-

que se aproximem freqüentemente dos sacramentos, particularmente da Eucaristia;

-

que se esforcem por aperfeiçoar-se no conhecimento e na prática da ascese cristã.

para se ajudarem entre si a progredir no amor do próximo: -

que vivam uma autêntica e mútua ajuda conjugal - ouvir, dialogar, partilhar - em todos os campos e particularmente no campo espiritual;

-

que tenham a constante preocupação da educação humana e cristã dos seus filhos;

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que pratiquem amplamente em família o acolhimento e a hospitalidade;

-

que dêem testemunho concreto do amor de Cristo, em especial por um ou vários compromissos com a Igreja ou com o mundo.

Pontos concretos de esforços

A experiência mostra que, sem certos pontos de aplicação precisos, as orientações de vida arriscam-se muito a tornar-se letra morta. Por isso, as Equipes de Nossa Senhora propõem aos seus membros: -

que se "obriguem" à observância de 6 pontos bem determinados, aos quais chamaremos de "obrigações", que são meios de aperfeiçoamento;

-

que solicitem o controle e a ajuda da equipe nesses pontos: é a "partilha" da reunião mensal.

Esses 6 pontos são os seguintes: 1) "escutar" assiduamente a Palavra de Deus; 2) reservar, todos os dias, o tempo necessário para um verdadeiro Encontro com o Senhor (meditação); 3) encontrar-se a cada dia, marido e mulher, numa oração conjugal (e, se possível, familiar); 4) dedicar, cada mês, o tempo necessário para um verdadeiro diálogo conjugal, sob o olhar do Senhor (dever de sentar-se);

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5) fixar cada um a si mesmo uma "regra de vida" e revê-la todos os meses; 6) colocar-se cada ano d ' ante do Senhor para rever e planificar a sua vida, durante um retiro de pelo menos 48 horas, vivido, se possível, em casal. Vida de equipe

A equipe não é um fim em si mesma: é um meio a serviço dos seus membros. Ela vai permitir-lhes: -

viver tempos fortes de oração em comum e de co-participação;

-

ajudar-se recíproca e eficazmente a caminhar para o Senhor e dar testemunho dele.

Como na vida de qualquer comunidade cristã, podem distinguir-se esquematicamente três aspectos, três grandes momentos na vida da equipe: -

com Cristo, a equipe volta-se para o Pai, a fim de acolher o seu amor; em Cristo, a equipe partilha esse amor: "Tinham um só coração e uma só alma." (At. 4, 32); impelida pelo Espírito de Cristo, a equipe envia os seus membros ao mundo para revelar esse amor.

Estes três aspectos são vividos primeiro durante a reunião mensal. Esta compreende, habitualmente: -

uma refeição, que é mais especialmente o momento da amizade;

-

uma oração em comum, que é o centro e o ponto mais alto da reunião e que pode, por vezes, tomar a forma de uma celebração eucarística; uma "partilha" e um "pôr em comum", tempos fortes de ajuda mútua, particularmente de ajuda mútua espiritual e apostólica;

-

-

uma troca de impressões sobre o tema de reflexão do mês, que é mais especialmente o momento do aprofundamento da fé.

Mas a vida da equipe não se limita à reunião mensal: a oração em união com os outros membros da equipe e em sua intenção, a partilha, o auxílio mútuo vão continuar durante todo o mês, conforme a iniciativa de cada equipe.

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O "casal responsável", eleito cada ano pelos membros da equipe, é quem vai zelar para que todos participem efetivamente da vida comunitária, de modo que o auxílio mútuo seja eficaz e que cada um sinta que a comunidade o reconhece, o ama e o toma realmente sob sua responsabilidade. Assim, o casal responsável convida para isso cada um a concretizar o fato de pertencer às Equipes de Nossa Senhora, -

a nível da equipe: -

-

participando da reunião mensal; preparando essa reumao pela oração e pela reflexão, em particular resumindo por escrito o produto de suas reflexões sobre o tema do mês;

a nível do Movimento: -

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mantendo-se ao corrente da vida do Movimento, em particular lendo a Carta Mensal (e, muito especialmente, o seu editorial) ; esforçando-se por viver as orientações comuns do Movimento e tomar parte nas suas solicitações;

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assistindo às reuniões organizadas pelo Movimento; aceitando participar da vida do Movimento e da sua missão apostólica;

-

assumindo responsabilidades; dando todos os anos a sua contribuição, calculada lealmente na base das receitas de um dia;

-

tendo em conta, na oração, as intenções de todos os membros do Movimento.

CONCLUSõES As Equipes de Nossa Senhora são um movimento de espintualidade conjugal. Propõem aos seus membros uma "vida de equipe" e meios concretos para ajudá-los a progredir, como casal e em família, no amor de Deus e do próximo. Preparam-nos assim, para dar testemunho, cabendo a cada casal escolher a sua forma. De modo que, embora as Equipes não sejam um movimento de ação, desejam ser um movimento de gente ativa.

Setembro de 1976 -28-


REFLEXõES SOBRE A ORAÇÃO CONJUGAL

Introdução É necessário distinguir oração conjugal e oração familiar. A oração conjugal é a oração específica do casal e a sua razão de ser encontra-se no sacramento do casamento. A oração familiar resulta de um outro tipo de relações, as que existem entre os pais, os filhos e todos O·S membros da célula familiar.

1.

Aspecto espiritual da oração conjugal

O casal cristão é uma pequena Igreja, onde o Cristo está especialmente presente porque Ele fez uma aliança com os esposos e tomou a seu cargo o seu amor recíproco. Quanto mais os esposos se abrem a Ele, mais intenso, irradiante e fecundo será o seu amor conjugal. O Cristo está em relação permanente com o seu Pai. Presente no coração do casal, Ele aspira a dar graças a seu Pai, a interceder com e por intermédio dos esposos pelo mundo inteiro. Durante esta oração conjugal, é a oração do seu Filho bem amado que o Pai dos céus escuta, porque no coração dos esposos o Espírito do Cristo inspira o seu sentimento. É portanto uma grande alegria para o Pai e para o Filho quando os dois esposos oram juntos.

2.

Vantagens desta oração

Sob o ponto de vista psicológico, a oração conjugal cimenta a unidade do casal. Enquanto o dever de sentar-se é um diálogo de corações sob o olhar de Deus, a oração conjugal é um diálogo com Deus sob o olhar do outro. Ela é a ocasião de exprimir ao cônjuge o que se tem de mais profundo e mais original. -29-


Não é, portanto, uma justaposição de orações, mas uma verdadeira comunhão, onde se forja a alma comum do casal. Esta alma comum, ao desenvolver-se, aumenta a fecundidade do casal sem que ele mesmo se dê conta disso. 3.

Dificuldades

O excesso de pudor. Muitas vezes não sabemos, ou não conseguimos, ser nós mesmos face ao nosso cônjuge. A preguiça. Como qualquer oração, a oração conjugal exige um esforço duradouro e perseverança. A chamada falta de tempo.

4.

Conselhos práticos

Para cada casal há uma forma de oração conjugal; cada um deve descobrir a sua. Pode ser útil começar por um perdão mútuo. Reafirmar a sua fé na presença de Cristo. A oração comum pode ser silenciosa se for um silêncio que una. Pode tomar a forma de uma leitura das Escrituras, seguida de uma troca de impressões. Pode utilizar orações clássicas recitadas - o terço, por exemplo. Mas é desejável que cada um exprima a sua oração profunda, que esta oração dure um certo tempo, e que seja regular.

Conclusão Quando tiverem descoberto a alegria e a plenitude desta oração conjugal, partilhem-na com aqueles no meio dos quais vocês vivem.

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O SER MAIS BADALADO DO M~S

Oi, paisão! Como vai essa força? Muito badalado neste mês, não? Presentes prá cá, tapinhas de felicitação nas costas prá lá, e você sorrindo, concordando com as homenagens. É, afinal botar filhos neste mundo de meu Deus, fazê-los crescer e aguentar o rojão não é prá qualquer um não! Exige perseverança, fé em Deus e pé na tábua. Isso me lembra o Altair, sempre dizendo "fé em Deus e pé na tábua". Encontrei-o no elevador do banco. Ele - como todo sócio de elevador - olhou pro bico do sapato, pro relógio, prá luzinha que ia comendo os números no alto da porta. Olhava prá tudo quanto é lugar, menos prá mim. De repente, ele cruzou com os meus olhos, ri na cara dele e fuzilei à queima-roupa: - Tô dando aula prá Ângela, sua filha ... - É. Ela tá no primeiro, né? Primeiro ou segundo? Não, é no primeiro, no segundo está a Maristela. - Tá no terceiro, Altair. No terceiro colegial. - É mesmo rapaz. Tinha me esquecido. Esse negocw de mudança de colégio, a vida agitada, acaba confundindo a gente. Bom, tchau. Deixe eu me mandar senão perco o "Anjo Mau". O jeito foi rir e lamentar. É, paisão. A gente luta que nem o Altair o dia inteiro e, à noite, quer ver novela, bangue-bangue, o cojaque, e cia. bela. E quando a gente olha em volta, os meninos já cresceram e tem mais um televisionante cidadão na sala, que, à noite, entre um cochilo e outro, você fica sabendo que é o pretendente à mão de sua filha. Quando não, você descobre uma revista entre os cadernos do Joãozinho e arma aquele escarcéu: Joãozinho, que história é essa de mulher pelada prá dentro de casa? Aí já é tarde, velho. Inês é morta, como diria Camões. Mas também, não adianta medidas drásticas, como por exemplo ler duas horas a Bíblia ou a vida de Santo Inácio de Loyola com uma pitada de Domingos Sávio ou Maria Goretti e de quebra os livros do Tihamer Toth. Que adianta você mandar que ele leia, se ele não vê você lendo? Leia junto com ele. O exemplo é o melhor conselho. Jesus não enchia os doze com muita conversa fiada, não. Ele fazia junto com eles. E Paulo fez o mesmo com Timóteo. Moisés também fez o mesmo com J osué. Fazer junto com teu discípulo, é o grande se~tredo. Sem muito dedo-indicadorear leituras obrigatórias prá c:ma do pirralho. Moleque é que nem parafuso, deu muito aperto espana logo. Vai com jeito! ... (Do Boletim "0 Equiplsta" de Ribeirão Preto)

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APOSTOLADO

SEMANA DA FAMíLIA EM APARECIDA

Embora esta experiência tenha um ano, ainda é oportuna: irá lembrar aos equipistas de todos os Setores e Coordenações - pr'incipalmente no Estado de São Paulo - que está na hora de pensar novamente na Semana da Família.

Atendendo a uma convocação do nosso v1garw, Pe. José e do nosso assistente, Pe. Aristides, encarregado da Pastoral da Família na paróquia, e animados, cremos, pelo Espírito Santo, sentimos uma grande motivação para lutarmos pela família, célula básica da sociedade, hoje tão contestada. Era uma convocação inicial do Regional Sul 1 da CNBB (1) e também do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Sim, do Movimento das Equipes, no qual aprendemos a amar cada vez mais a família, no qual compreendemos cem muita evidência sua tríplice missão de formadora de pessoas, educadora na fé e promotora do desenvolvimento, no qual sentimos a necessidade de empenharmos nossas vontades para agir, para fazer tudo o que ao nosso alcance estiver para preservá-la. Procuramos alicerçar nosso trabalho na oração. Pedimos orações a todas as comunidades religiosas da cidade. Pedimos a Deus para nos despojar de va;dades e pretensões humanas e encher-nos de humildade. Assim, partimos para a luta. Durante todo o mês de agosto e até 18 de setembro, planejamos e distribuímos as atividades. Foi um trabalho feito com e na comunidade paroquial. Dele participaram vários Mo-vimentos da Igreja - Focolares e Gen, Cursilhos, Leg"ão de Maria, Apostolado da Oração. Participaram também a Prefeitura e a Câmara Municipais, o Rotary e o Lions, a imprensa falada e escrita e as escolas. -32-


Foram realizadas 39 palestras, muitas das quais ministradas por casais equipistas de Guaratinguetá e Aparecida. Um número especial do jornal "Santuário" foi a fonte de consultas para as palestras. Houve também uma programação especial pela Rádio Aparecida. Dois Encontros foram realizados, um para jovens e outro para crianças, com 150 e 500 participantes respectivamente. As escolas promoveram concursos de redação, de desenho e de cartazes alusivos à família. Houve muito conteúdo profundo nos trabalhos desenvolvidos. A Legião de Maria visitou famílias menos integradas no processo social, trabalho que continua sendo efetuado. Faixas com "slogans" e cartazes alusivos à família foram colocados na cidade. O encerramento constou de uma missa solene, da qual participaram 1.300 pessoas, e na qual os jovens cantaram com muito entusiasmo. Relatar tudo o que vivemos, as pequenas cruzes que carregamos, as imensas alegrias que sentimos é impossível. Cremos ter plantado várias sementes. Esperamos que a terra tenha sido fecunda. Se Deus quiser, as sementes germinarão. Só nos resta agradecer a Deus por nos ter permitido ser seus instrumentos nesta promoção pela Família - agradecer a Deus por ter colocado em nossos caminhos o Pe. Francisco Batistella, que nos conduziu para o Movimento das Equipes - agradecer a Deus por todas as graças que temos recebido. "Se a Família triunfar, o mundo será salvo!" MeZinha e Dito, Ana Maria e Décio, pelas Equipes de Aparecida

(1)

Os Bispos do Estado de São Paulo resolveram estender a todas as dioceses do Estado a "Semana da Família", a ser realizada todos os anos em setembro (cf. CM de Set. 76). A primeira "Semana da Família" foi idealizada pelas Equipes de Santos (cf. CM de Dez. 73 e Dez. 74} . A bandeira foi empunhada a seguir pelas Equipes de Taubaté e de São Carlos (cf . CM de Ag. 75 e Set. 75}.

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TESTEMUNHO

MISSÃO CUMPRIDA. . . VALEU A PENA

Há dois anos fomos eleitos casal responsável de nossa Equipe, a n. 0 6. Aceitamos o cargo com muita alegria, embora temerosos. Passou-se um ano e tudo foi bem. Fomos reeleitos. Não foram difíceis estes 2 anos e meio, talvez porque nossa Equipe seja muito boa. Entre nós há uma grande amizade e aquele amor que às vezes não se encontra entre irmãos. Nós achamos que o principal dessa união é caminhar juntos, principalmente na oração. Equipistas há 5 anos, muito temos aprendido. Dizem que quando Cristo nos chama - e pertencer às ENS é um chamamento - Ele nos quer por inteiro, sem reservas, e isso percebemos porque há sempre um apostolado a fazer: um curso de noivos, páscoa dos doentes, catequese, clube de mães, etc. Foi maravilhoso participarmos da Sessão de Formação de 1.0 grau no Taboão da Serra. Sentimo-nos como aqueles "pouco escolhidos" dentre os "muitos chamados" de que nos fala Mateus (22-14). Quando éramos ainda casal responsável de nossa equipe, fomos convidados pelos nossos Responsáveis de Setor para pilotar uma equipe: desta vez Cristo colocou-nos diante de nossa prova de fogo. Apesar de termos feito o curso de Casal Piloto e Ligação, temos certeza que o que mais nos ajudou foram nossas orações e a de nossos equipistas e dos nossos assistentes. Não é fácil pilotar uma equipe mas, com a ajuda do Espírito Santo, tudo se encaminha bem. Começar uma equipe, crescer com ela, chorar e rir juntos como uma única família, foi uma linda missão! Possam estas linhas servir de estímulo para aqueles que hesitam em aceitar uma responsabilidade dentro do Movimento. Este nos presenteia com tantas coisas boas que devemos procurar retribuir esses benefícios. Agradecemos a Deus e a todos que rezaram por nós para que levássemos até o fim nossos compromissos. Missão cumprida ... e como valeu a pena! (Do Boletim de Mogi das Cruzes)

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NOTíCIAS DOS SETORES

BRASILIA -

Peregrinação

A exemplo do ano passado, foi realizada a Peregrinação anual das Equipes de Brasília, numa saudação à chegada do mês de Maria. A Peregrinação foi feita a pé, na noite de 30 de abril e madrugada de 1.0 de maio, num trajeto de aproximadamente quatro quilômetros, com saída da Praça do Buriti e chegada na Catedral Metropolitana. Durante todo o trajeto, os peregrinos se uniram em orações e cânticos de louvor, e a chegada à Catedral foi seguida pela Santa Missa de encerramento da Peregrinação. Além dos casais equipistas, participaram também pessoas de outros movimentos leigos e de irmandades religiosas. Este ano, a coordenação da Peregrinação esteve a cargo da Equipe 11.

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Retiro

Nos dias 27, 28 e 29 de maio, as Equipes de Brasília puderam fazer a necessária parada de reabastec;mento que representa um retiro espiritual. Desta feita , o pregador foi Frei Orlando Bernardi, ofm, que se deslocou de Petrópolis especialmente para falar aos equipistas brasilienses. Sem medo de errar, pode se afirmar que o retiro foi coroado de pleno êxito, tendo contado com a participação de casais de quase todas as Equipes, inclusive das novatas Equipes 11 e 12 e da recém-lançada Equipe 13. Frei Orlando cativou a todos e os temas por ele abordados conseguiram "mexer" com o pessoal, dando uma visão mais atualizada do pensamento da Igreja.

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Churrasco

As Equipes de Brasília estiveram empenhadas na realização de um churrasco que agradou a todos e cuja renda destinou-se à complementação do pagamento das despesas de viagem dos -35-


novos Casais Responsáveis ao EACRE, ao barateamento das inscrições do retiro e à cobertura de outras obrigações financeiras da Coordenação. -

Novas equipes

A Coordenação de Brasília regozija-se com o lançamento da Equipe 13. Outras equipes estão em vias de serem lançadas e vários piloto·s estão "aquecendo os motores" para estas novas "decolagens". Gratos, Elza e Renato, pelas noticias!

FLORIANóPOLIS -

Reunião de Conselheiros Espirituais

Realizaram os dois Setores, com a participação do Casal Regional, uma reunião conjunta de Conselheiros Espirituais. Presentes 10 sacerdotes, entre os quais Mons. Valentim Loch, C.E. do Setor A, o Pe. Aegidio Korbes, C.E. do Setor B, e o Pe. Bianchini, primeiro C.E. das Equipes de Florianópolis e do antigo Setor. Depo-is das intenções e do Pai Nosso, o Pe. Bianchini falou da presença do sacerdote na equipe, dizendo: "Somos como os outros, no meio dos outros, mas somos outros" e acrescentando que o C.E., junto com o C.R., forma a espinha dorsal da equipe. Começando pela reunião preparatória, da qual disse que "é necessária, ganha tempo e engrandece", abordou todos os momentos da reunião da equipe, lembrando, entre outras coisas, que "a partilha deve ser feita com amor exigente". Na troca de experiências que seguiu, o-s C.E. deram muitos testemunhos. Um deles disse que sua equipe "é muito boa; às vezes penso que é perder tempo com poucos casais - mas, quando vejo os frutos, fico realizado ... " Outro contou que considerava as equipes como "panelinhas", mas mudou de idéia vendo o trabalho realizado nos cursos de noivos. Outro ainda disse que estava pensando em deixar o sacerdócio mas que o crescimento espiritual que sentiu nos casais de sua equipe o fez desistir da idéia. (Como é bom ler essas coisas! E ainda gostamos de ver que, numa das equipes, pergunta-se, durante a co-participação: "o que de mais importante viu ou o que mais o impressionou na Carta Mensal?" - exemplo a ser seguido, sem dúvida, pelas outras ... ) -36-


Alguns C.E. ainda disseram sentir falta dos Círculos Familiares, de retiros para os filhos e de equipes operárias. No final da reunião, houve uma troca de idéias, levantada pelo Harry, sobre os cursos de noivos, da qual destacamos os seguintes tóp;cos: no que se refere à palestra do médico, Pe. Bianchini sugeriu reunião com os médicos para orientação quanto ao conteúdo de sua palestra no que tange ao aspecto psicológico de realização humana; quanto à aula "O casamento no plano de Deus", lembrou-se aos sacerdotes que "os noivos esperam deles que falem mais em assuntos espirituais, isto é, que se atenham ao roteiro da palestra". A reunião foi considerada tão proveitosa pelos C.E. que os casais ficaram de marcar outra para o segundo semestre. Encerrou-se com a "oração pelas vocações". BRUSQUE -

O que vai por lá

Do Boletim, depreendemos que os cursos de noivos estão indo muito bem, que Edy e Adherbal estão dando um curso para casais de ligação (atendido por 10 casais) e que um dos objetivos da festa junina foi angariar fundos para auxiliar os casais que foram ao EACRE em Caxias do Sul. O pessoal também andou visitando as equipes de Itajaí e Lages, e trouxe notícia de que a 3.a de ltajaí ganhou novos casais e que está em pauta uma terceira em Lages. -

Apostolado

Em matéria de apostolado, os equipistas de Brusque não dormem. Além dos cursos de noivos, dão palestras também em cursos de batismo, em encontros de jovens, fazem "missões" e cultos na zona rural, colaboram na liturgia em quase todas as paróquias, promovem "novenas da saudade" nas casas de pessoas falecidas - sem contar a "costura para os pobres", que continua reunindo as equipistas todas as segundas-feiras (foram confeccionadas em 1976 e distribuídas entre os necessitados mais de mil peças de roupa). BLUMENAU -

Carta muito benvinda

Transcrevemos a carta recebida de Irma e Mário Emílio, da Equipe 4: "Temos em mãos a Carta Mensal de maio e, como é de nosso costume, lemos de um só fôlego! Passamos pelo Editorial; fica-37-


mos sabendo como foi o Encontro de Itaici; "conversamos" com a ECIR; enfim, tomamos contato com as mensagens sadias que, de todas as partes, a Carta nos traz. Depois, com mais vagar, voltamos ao Editorial e ao Texto de Meditação, dois de nossos deveres de equipistas; leituras que iremos repetindo, de quando em vez, até a data de nossa reunião. Lógico está que nos detivemos nas Notícias dos Setores, para poder saber dos amigos e. . . para procurar Blumenau! Quase não a encontramos. . . Sabemos de alguns casais que para aí escreveram e aguardam a publicação de seus testemunhos. Sabemos, também, que a Coordenação, tanto a antiga quanto a atual, merece que seja divulgado o trabalho magnífico que vem realizando. Por isso aqui estamos ... Em menos de dois anos, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, em Blumenau, cresceu de três para oito equipes; suas atividades tomaram vulto; foram feitas reuniões de informação (da última, surgiram as Equipes 6 e 7 de Blumenau, e 1 de Gaspar); houve um retiro aberto; um novo retiro está sendo preparado para julho (em Rio dos Cedros); uma programação para o ano foi planejada e vem sendo fielmente executada; surgiu o "Bluquipe", o nosso Boletim (que foi enviado à ECIR e à Carta Mensal); a participação dos casais na Missa Mensal e na Hora Santa tem sido alentadora; a fraternidade entre as equipes vai em um contínuo envolvimento; as bençãos de Nossa Senhora se fazem sentir em todos os setores. Citamos a antiga e a atual Coordenação. Devemos aqui ressaltar o trabalho hercúleo de Marina e Tontini (o antigo C. Coordenador, agora residindo em Guajará-Mirim) que, sentindo enfraquecer o bruxolear da vela que mantém aceso o Movimento, redobraram esforços, realizaram uma primeira reunião de informação, e dela extraíram as Equipes "nova" 1 e "nova" 3, que em abril festejaram seu primeiro ano de vida e que vieram injetar ânimo novo aos antigos equipistas da cidade. A data de 4 de dezembro de 1976 marcou o início de uma nova etapa, já que Dalva e Luís, conscientes da responsabilidade que lhes era imposta como Casal Coordenador, iniciaram suas atividades escolhendo casais dinâmicos e atuantes para comporem a nova Equipe de Coordenação, e desde então, temos sentido a laboriosidade dos novos "operários" ... A Carta Mensal, que sempre nos alerta para a necessidade da comunicação, "a fim de exercitar o auxílio mútuo" (para citar Dirce e Rubens), poderia nos ajudar a praticar esse auxílio, elaborando, se achar conveniente, um resumo das atividades das Equipes de Nossa Senhora, em Blumenau. -38-


Gratos pela atenção, e em união de orações." Aqui está, prezados amigos. Achamos mais interessante transcrever a sua carta do que fazer um resumo. Realmente, há alguns meses recebemos notícia sobre as equipes de Blumenau e chegamos a mandar compô-la - por falta de espaço, foi preciso tirá-la e depois não a recuperamos. Quanto ao testemunho recebido, está aguardando vaga. Agradecemos sua carta e as notícias - escrevam sempre! -

Três n.ovas equipes

Foram lançadas em abril a 6 e a 7 de Blumenau e a 1 de Gaspar. A equipe 6 é formada de casais jovens, sendo que quase todos participaram de grupos de juventude. Já na primeira reunião, notou-se muita expectativa por parte dos casais, ávidos por conhecerem a mística do Movimento, e muita disposição para o apostolado. Lembrou D. Carlos Schmidt, Conselheiro espiritual da nova equipe, que o trabalho em prol dos nossos semelhantes não deve fazer esquecer que o grande apostolado é o nosso exemplo de vida, em casa e em todos os ambientes, na vida profissional e na sociedade. O Conselheiro Espiritual da 7 é o Frei Ervino, que, apesar dos seus mu;tos compromissos, aceitou a assistência de mais essa equipe, cujos componentes já demonstraram na primeira reunião verdadeiro espírito de equipe, transcorrendo tudo num clima de fraternidade. alegria e empenho dos casais em darem o melhor de si pelo Movimento. Quanto à equipe 1 de Gaspar, escrevem Dalva e Luís, Responsáveis pela Coordenação, que assistiram à primeira reunião: "Não parecia uma equipe em reunião de lançamento, parecia, isto sim, que já eram equipistas há muito tempo." Frei Geraldo, o Conselheiro Espiritual da equipe, disse que as Equipes vieram de encontro ao seu desejo de iniciar uma pastoral familiar na cidade. Mensagens às mães

O "Bluquipe", no número de maio - o primeiro que recebemos - resolveu surpreender as mães equipistas com mensagens dos seus filhos. A primeira é para Dalva, do seu filho seminarista (o outro está no Céu), e termina assim: "Graças a ti, mãe, eu tenho algo para dizer ao mundo, uma boa notícia para anunciar, uma missão esplêndida a cumprir. Com este pensamento vou seguir, sob a proteção do teu olhar, com a alma cheia de idealismo e, o que é mais importante, de paz". -39-


Para as mães que não encontraram uma mensagem, o "Bluquipe" tem o seguinte recado: "Aqui vai um beijo e um abraço. Eu ainda não sei escrever: sou pequenino."!

LONDRINA -

Encontro de casais

Patrocinado pelas Equipes, teve a participação de 20 casais dos qua1s 14 passaram a integrar, com muito entusiasmo, o Movimento. A Equipe 5, responsável pela coordenação do Encontro, agradece "a colaboração de todo-s os que direta ou indiretamente contribuíram para o bom êxito do Encontro". -

Encontro de adolescentes

Mais uma promoção das Equipes de Londrina, o 1. 0 Encontro de Adolescentes (10 a 14 anol)), cuja coordenação esteve a cargo de Maria Luiza e Ivo, da equipe 6. (Aguardamos notícias.) -

Hora santa

Aproximadamente 95 % dos casais equipistas participaram da hora santa realizada na 6.a-feira santa, no horário - pasmem de 3 a 4 horas ... Foi certamente um belo testemunho dado pelas Equipes de Londrina.

RIO DE JANEIRO -

Mais uma vocação

João Claudio, mais conhecido por Bute, filho de Haydée e Edmar, da equipe 37, Setor C, "escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada", como escreve o Boletim da Guanabara. O rapaz, que terminou parte dos estudos e fez os primeiros votos definitivos no Convento dos Jesuítas, em Campinas, está cursando o 3. 0 ano de medicina, "o que o fará médico, em futuro próximo, não só da alma como do corpo", ainda segundo o Boletim. (Este não é um caso incomum - cf. Carta Mensal de abril de 1974, págs. 11-15, "Um novo sacerdote em São Paulo".) -

Equipes de jovens

Agora também no Rio as "equipinhas". Aliás, já estão na 5.a ... As três primeiras parece que são do Setor B e as que começaram em abril, do A. O Pe. Thierry, Conselheiro Espiritual da equipe 36, orienta espiritualmente o grupo 4, compo-sto de -40-


adolescentes de 13 a 16 anos, e o seminarista Roberto Vilar atende os menores, de 9 a 12 anos, do grupo 5. (Nisto a experiência difere das de Jundiaí e Taubaté, onde os orientadores são casais.) Os grupos têm como animadores um rapaz e uma garota, recrutados nos grupos jovens de paróquias e nas famílias de equipistas. -

Dois retiros

O primeiro, pregado pelo Frei Anselmo, sobre "Paz interior - em que consiste, como consegui-la e como conservá-la", realizado na Casa de Retiros Pe. Anchieta, na Gávea. O segundo, no Cenáculo, sobre "A Eucar;stia", pelo Pe. Maucyr Gibbin. Ambos organizados pelo Setor C, mas abertos aos 4 Setores e à Coordenação da Ilha do Governador. Semana Eucarística

As Equipes participaram, juntamente com os demais movimentos familiares, da hora santa realizada às 21 hs no Santuário da Adoração Perpétua, no primeiro dia da Semana Eucarística organizada pela Arquidiocese do R;o de Janeiro para que os fiéis se unissem em oração para pedir a Deus que "as famílias não apenas rejeitem o divórcio e os males que corroem os lares, mas, sobretudo, firmem seus alicerces na fé e na moral cristã". O roteiro da hora santa, "O amor de Cristo nos uniu", preparado pela Comissão Arquid'ocesana de Pastoral Litúrgica, ressaltando a unidade e a santidade da família, repetiu-se 17 vezes naquele Santuário durante a Semana. -

Serra Clube

Com missa celebrada pelo Cardeal Sales, o Serra Clube da Tijuca, que é presidido pelo Cunha, da equipe 29, recebeu carta de agregacão à Pontifícia Obra das Vocações Sacerdotais. O cálice util' zado na celebração foi ofertado pelo Papa Paulo VI como "estímulo ao benemérito trabalho que o Serra desenvolve em prol das vocações sacerdotais" - trabalho esse "que, segundo ressalta o Boletim d.a Guanabara, deve contar com a colaboração de todos os equipistas". -

"Baby-sitters"

A equipe 33, Setor C, é formada por casais jovens, que têm dificuldade para sair à noite, por terem filhos ainda muito pequenos, está pensando em lançar um serviço de "baby-sitters" entre as filhas dos equipistas - o que seria uma possibilidade

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de aumento de mesada para as moças e uma espetacular ajuda para os casais que precisam ir às reuniões e não têm com quem deixar os filhos ... Gratos, Daisy, pelas notícias!

NITERói -

Benvindos!

Recebemos carta de Helena e Paulo Xavier, da equipe n. 0 3, comunicando-nos que foram "convocados" por Lourdinha e Wald~ r para serem "casal noticiarista ou redator" do Setor, e que, destarte, já passavam a enviar-nos notícias para a Carta Mensal. Agradecemos a ambos - ao Responsável do Setor, que teve a brilhante idéia, e ao nosso novo correspondente, que tão prontamente entrou em funcionamento! Agradecemos também as palavras finais da carta, que são um grande incentivo ao nosso trabalho, e que, com total falta de modéstia, transcrevemos a seguir:

"Renovamos o que já lhes falamos quando, de outra vez, lhes escrevemos (sobre o embarque de nossa turma para a Europa, na Peregrinação): a Carta Mensal continua ótima. É subsídio precioso, não apenas como informativo, mas também espiritual e cultural. Não apenas nós, da 3.a equipe, a apreciamos muito, mas todos os equipistas niteroienses sempre a esperam com carinhosa ansiedade." Agora, às notícias: -

Palestras sobre Maria

Durante todo o mês de maio, nas missas dominicais da Igreja da Porciúncula de Santana, os equipistas homenagearam a Virgem Mãe, falando sobre ela e sobre a vocação do matrimônio. Já em outros anos, nesse mesmo mês, tais homenagens a Maria tê:nr sido prestadas pelos niteroienses, que assim procuram reverenciat. a Virgem e mostrar cada vez mais aos homens quão maravilhosb caminho é Maria para se chegar ao Cristo. -Retiro

Com um comparecimento maciço, de mais de 80 pessoas, sob a coordenação de Jujú e Ewaldo, da equipe 3, o Setor realizou em maio o seu retiro, pregado por Frei Estevão Nunes. Foi um retiro de muita oração, recolhimento e diálogo, tendo Frei Estevão proferido 8 palestras, abordando temas variados, mas todos dirigidos a casais cristãos que querem realmente "fazer do Evangelho o guia de seus lares", tais como "O cristão na vida de hoje", "O diálogo e a espiritualidade conjugal", "O exato sen-42-


tido do próximo". Houve ainda palestras sobre a eficácia do Sacramento da Confissão e a importância da Eucaristia para os cristãos. Tudo isso como preparação para a Missa de encerramento, que foi muito comovente. Além dos casais equipistas, outros foram especialmente convidados e a avaliação final demonstrou unanimidade na opinião de que "foi um dos melhores momentos vividos pelos equipistas de Niterói."

BAURU -

Carta de despedida

~

Linda e Albino, antes de deixarem a responsabilidade do etor, nos enviaram as últimas notícias, acompanhadas de como,. edora carta, na qual, além de palavras gentilíssimas, agradem - imaginem vocês! - "as atenções que o Setor mereceu de nossa Carta Mensal nesses 4 anos". Ora, quem agradece é a Carta Mensal! Se todos tivessem mandado notícias e o seu Boletim com a regularidade e a pontualidade de Linda e Albino nesses quatro anos, as Notícias dos Setores teriam sido uma maravilha! Mas o exemplo parece que está pegando e, por tudo isso, Linda e Albino, nós é que agradecemos. -

Novena em louvor de Na. Sra.

Realizada novamente, em maio, no Santuário de Na. Sra. de Fátima, a novena em louvor de Nossa Senhora. "A cada noite, tínhamos a celebração da Palavra, por um Ministro Extraordinário da Eucaristia, a recitação do terço e uma reflexão a cargo de um casal, obedecendo ao seguinte roteiro, preparado por nosso Irmão Danilo da Cás: Imaculada Conceição - Nascimento do cristão através do sacramento do batismo; Apresentação e vida no Templo de Maria Santíssima - nossa vida de ~ação; Anunciação de Maria- revisão do sacramento do crisma; lfisitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel - missão profética do cristão; Nascimento de Jesus Cristo - o cristão e o sacramento da Eucaristia; A vida da Sagrada Família de Nazaré - a vida matrimonial do cristão; Maria Santíssima nas Bodas de Caná - missão apostólica do cristão; Maria Santíssima Co-Redentora - missão sacerdotal do cristão; Assunção de Maria ao Céu em corpo e alma - profissão de fé do cristão nos valores eternos. Os ministros distribuíam a seguir a Sagrada Eucaristia, enquanto cantávamos, e terminávamos sempre com um hino de louvor à Virgem Maria. Muitos não-equipistas estiveram conosco durante as nove noites." -43-


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Encon.tro com os Conselheiros Espirituais

"Finalmente, conseguimos, e foi a primeira vez, um encontro com os nossos Conselheiros Espirituais. Infelizmente, nem todos puderam comparecer, pois trabalhos em suas paróquias, viagens, os impediram, mas foi um encontro muito importante para todos e que se pretende repetir mais vezes. Realizamos um jantar no Seminário Diocesano e a reunião obedeceu ao seguinte roteiro: Leitura do Evangelho (Jo. 20, 19-23) (Pe. Ivo); Benção dos alimentos (Pe. Luiz) ; Co-participação, com apresentação de todo·s: C.E., os 6 casa' s membros da Equipe de Setor e os casais de ligação; Troca de idéias: como o C.E. encara o Movimento das E.N.S.; b) como vai (vão) a (s) sua (s) equipe (s) ?; c) O senhor teria interesse em participar do próximo EACRE?; Tempo livre; Benção final (Pe. Sjenj) ." SÃO JOS~ DOS CAMPOS -

Tarde de Reflexão

Teve como pregador o Frei Estevão e, "como participantes, casa' s representantes de todas as equipes joseenses. "Serviço" foi o tema desenvolvido por Frei Estevão, em três palestras seguidas de meditação, reflexão a dois e um grupo de co-participação final. No desenvolvimento das palestras, foi lembrada a doce e humilde figura de Maria, com seu espírito de serviço, bem como o exemplo extraordinário da Sagrada Família e, principalmente, de Jesus Cristo Nosso Senhor. Com a celebração da Santa Missa, encerrou-se a Tarde de Reflexão, que foi motivo de muita alegria cristã para os cinqüenta participantes." MARíLIA - Várias notícias; CURITIBA - Servindo o próximo; CASA BPANCA - Chegou o Boletim; PETRóPOLIS - Reunião de Assistentes

Aguardem para setembro, porque não cabe mais nada ... Graças a Deus, como podem ver, as notícias estão começando a chegar espontaneamente. Verdade também que, por ser a Carta de agosto, juntaram-se vários meses .. . DEUS CHAMOU A SI - ou "Da cruz para a luz", na bela fórmula adotada pelo Boletim da Guanabara -

"Bibo" (Habib Gebara)

Da equipe 3 do Rio de Jane' ro. As 24 hs. do dia 31 de maio, com 38 anos. Quando adoeceu, em fins de 76, pensava-se oue fosse hepatite. . . Deixou Neusa às vésperas do segundo filho, sendo que o primeiro não completou ainda dois anos de idade. -44-


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Pedro Santoro

A 19 de junho, em acidente de automóvel. Há dez anos na Equipe 1 de São Paulo e há treze no Movimento, vai fazer muita falta não só à sua esposa, Cecília, como a toda a equipe, onde sua personalidade muito firme, muito otimista e sua fé profunda eram um incentivo para todos. -Margarida

Da equipe 47, da Coordenação da Ilha do Governador. Com apenas 23 anos, faleceu logo após dar à luz duas meninas, gêmeas. Rezemos para que Deus dê força e coragem ao Roberval. NOVAS EQUIPES Brasília

Equipe 13 - Casal Piloto: Rose e Elifas; Conselheiro Espiritual: Mons. Damasceno. Rio de Janeiro

Equipe 50, Setor C - Casal Piloto: Neide e Erasmo; Conselheiro Espiritual: Pe. Domingos Olider de Faria. Blumenau

Equipe 6 - Casal Piloto: Léa e Juca; Conselheiro Espiritual: D. Carlos Schmidt. Equipe 7 - Casal Piloto: Leonida e José; Conselheiro Espiritual: Frei Ervino. Gaspar

Equipe 1 - Casal Piloto: Doroty e Carlos (Equipe 4 de Blumenau); Conselheiro Espiritual: Frei Geraldo. Criciuma

Equipe 6 - Casal Piloto: Leda e Clodomiro; Conselheiro Espiritual: Pe. Olindo Rosso. Equipe 7 - Casal Piloto: Waldemira e Aristeu; Conselheiro Espiritual: Pe. Donato Daros. Equipe 8 - Casal Piloto: Benta e Walmir; Conselheiro Espiritual: Pe. Manoel Odorico Francisco. Equipe 9 - Casal Piloto: Olinda e Luiz; Conselheiro Espiritual: Pe. Manoel Odorico Francisco. -45-


NOVO RESPONSAVEL Coordenação de Caçapava

Substituindo Zuzu e Clovis Dantas, estão à testa da Coordenação Enny e Guaracy Telles de Siqueira.

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DUAS SESSõES DE FORMAÇAO

Marília {21 a 24 de abril)

Participaram da Sessão 27 casais provenientes das seguintes cidades: Araçatuba (5); Assis (3); Bauru (3); Biriguí (1); Catanduva (2); Garça (3); Jaú (2); Lins (1); Marília (6); São Carlos (1). A Sessão foi enriquecida pela participação de 5 Conselheiros Espirituais: um de Araçatuba, um de Lins e três de Marília.

O Diretor Espiritual da Sessão foi o Conselheiro Espiritual do Setor de Marília, o querido Pe. Alberto Boissinot, que proporcionou a todos momentos fortes de reflexão, pela profundidade de sua mensagem, através das três palestras destinadas ao sacerdote. As palestras reservadas aos leigos estiveram a cargo dos incansáveis e dedicados irmãos, que mais uma vez deram prova de disponibilidade e amor ao Movimento, Dirce e Rubens, Hélene -46-


e Peter e Ana Lúcia e Tusa. Tusa foi a revelação: eloqüente, firme, claro, rico em testemunhos; agradou plenamente. Quanto aos outros, são desnecessários os comentários, pois todos lhes conhecem as qualidades. As reflexões individuais e por casal marcaram a Sessão: total participação num clima de seriedade e espiritualidade, na ânsia de tudo aproveitar. Não podemos deixar de registrar o papel da liturgia, que foi o clímax da espiritualidade, em virtude do carinho com que foi organizada, preparada e participada, desde as meditações, orações, missas, até a Assembléia de Oração. A Equipe de Serviço primou pela unidade, conforme afirmaram Dirce e Rubens, na última reunião de avaliação. Houve, de fato, um verdadeiro espírito de serviço, em todos os setores, ressaltando a cozinha própria, o que não é comum nas Sessões de Formação. Queremos aproveitar para cumprimentar a todos pela pontualidade da chegada. De fato , às 19,50 horas do dia 21, todos os 27 casais já estavam acomodados em seus quartos. Segundo testemunhos em uma das reuniões de avaliação, trata-se de acontecimento inédito, digno de menção! A missa de encerramento foi concelebrada por nosso amado Pastor, D. Daniel Tomazella e dois Conselheiros Espirituais. Nosso Bispo, que t ambém é Conselheiro Espiritual de equipe, à homilia, fez um apelo para que floresçam nas famílias equipistas as vocações sacerdotais e religiosas, pois, segundo o Concílio, a família deve ser a primeira sementeira de vocações. Verdadeira confraternização verificou-se por ocasião do lanche de despedida, totalmente oferec'do pelos equipistas de Marília, que se esmeraram na confecção dos mais variados quitutes, doces e salgados. Todos nós saimos enriquecidos do Encontro, principalmente o Movimento, que passou a contar com mais 27 casais dispostos a participar de seus quadros. E fazemos um apelo a todos quantos amam as ENS e desejam sua expansão: outras Sessões de Formação estão sendo programadas; ao serem chamados, não hesitem em d izer sim! Chegou o momento de vocês retribuírem aos outros o que dos outros também receberam.

Diva e V enício Casal Responsável pela Região São Paulo/ H

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ltaici (12 a 15 de maio) "Foi a 3.a vez que nos inscrevemos para uma sessão de formação. As duas primeiras vezes, por motivo de doença e viagem não pudemos atender ao chamado. Desta vez não foi fácil , nem menos complicado, mas ouvimos o chamado e fomos. Que grande oportunidade! Era a primeira vez que íamos a Itaici. - Esperamos voltar lá ainda muitas vezes. É um lugar que nos convida a um aprofundamento. É um abençoado silêncio! Só havia dois casais de São Paulo - nós éramos um deles. Os demais eram de Americana, Sumaré, Limeira, Santos, São José dos Campos, Guará, Aparecida do Norte, Valinhos, Itu e Santo André. O pessoal do interior é maravilhoso. Tem uma tranqüilidade de que nós paulistas estamos meio esquecidos. Ao primeiro contato nos sentimos já parte do grupo, ou melhor da comunidade. Como aprendemos lá! As palestras nos deram uma visão mais profunda do Movimento. Revimos, à luz do Evangelho, os meios de aperfeiçoamento, a mística das Equipes de Nossa Se.nhora, a necessidade da oração, enfim, a nossa responsab ilidade como cristãos e equipistas perante um mundo tão longe do amor. Sentimos em todas as palestras muito amor e uma grande doação por parte dos palestristas. A equipe de serviço também foi maravilhosa. Todos desempenhavam suas funções com tanta alegria e abnegação que era evidente que estavam ali para servir ao Senhor. Os grupos de co-participação foram muito valiosos. Todos eles pareciam ter sido escolhidos com muita felicidade. Era mesmo a presença marcante do Espírito Santo. Quanta troca de experiência e quanta ajuda! As missas, os momentos de oração, graças à equipe de liturgia, que tão bem os preparou, nos ajudaram a chegar mais perto do Senhor. D. Gilberto, bispo auxiliar de Campinas, celebrou a missa de encerramento. Na hora do abraço da paz, sentimos a comunidade que lá conseguimos formar em nome de Cristo.

Vicky e Souza Equipe 32, Setor A

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ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

(1

Tess . 2. 4-12)

Mas, como Deus nos julgou dignos de nos confiar o Evangelho, falamos, não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações. Com efeito, nunca usamos de adulação, como sabeis, nem fomos levados por fins interesseiros. Deus é testemunha. Não buscamos glórias humanas, nem de vós, nem de outros. Na qualidade de apóstolos de Cristo, poderíamos apresentar-nos como pessoas de autoridade. Todavia, nos fizemos discretos no meio de vós. Como a mãe a acariciar os seus filhinhos, assim, em nossa ternura por vós, desejávamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a no:;sa própria vida, porquanto nos sois muito queridos. Vós vos lembrais, irmãos, dos nossos trabalhos e de nossa fadiga. Trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamo-vos o Evangelho de Deus. Vós sois testemunhas, e também Deus, de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos portamos convosco que crestes. E sabeis que procedemos com cada um de vós como um pai com seus filhos: nós vos temos exortado, estimulado, conjurado a vos comportardes de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu reino e à suCJ glória. ORAÇÃO

Vêde, Senhor, a nossa fraqueza. O nosso amor por Vós é como a bruma da manhã que se dissipa ao pr~ meiro raio do Sol, como o orvalho da aurora que se esvai com o primeiro sopro do vento. Dai-nos, Senhor, dai-nos, um amor simples e sincero, um amor que a queimadura do mal não possa marcar e que o sopro da dúvida não possa atingir, um amor simples e sincero como o olhar de uma criança para o seu pai. Vêde, Senhor, a nossa fraqueza.


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritual idade conjugal e familiar

)

Revisão, Publicação e D istribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 04533 -

Avenida Horácio Lafer, 384 SAO PAULO, SP

-

Te!. : 210-1340

somente para distribução interna -

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