ENS - Carta Mensal 1977-3 - Maio

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Editorial: Em Oração com Maria A crise familiar 00

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A ECIR conversa com vocês Como uma mãe

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O ritmo da vida Vigília

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~ s comunidades eclesiais de base (I!)

Renovação no Espírito Santo Começando em casa

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Responsáveis do Movimento em Ilaici A "nossa" tarde de reflexão Notícias dos Setores

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ENCONTRO NACIONAL DE CASAIS RESPONSÁVEIS DE EQUIPE E CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

2 e 3 de Julho- em SÃO PAULO - para as Equipes da Capital, do Interior do Estado, menos o Va le do Paraíba, e de Londrina.

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e 10 de Julho -

em SÃO JOSÉ DOS CAMPOS para as Equipes do Vale do Paraíba, da Guanabara, do Estado do Rio, de Minas Gerais, Brasília, Manaus e Belém.

16 e 17 de Julho -

em CAXIAS DO SUL - para as Equipes do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, menos as de Londrina.


EDITORIAL

EM ORAÇÃO COM MARIA

Para compreender qual o lugar de Maria em nossa vida de oração, é preciso considerar antes de tudo a própria oração de Maria. Seria presunção, é certo, querer imiscuir-se na intimidade de amor entre Deus infinitamente perfeito e a Virgem puríssima: este Santo dos Santos é inviolável; pode-se apenas ficar no limiar, adorar, calar-se. Mas nada impede, sem que violemos o mistério, que procuremos entrever alguns aspectos dessa oração da mais santa das criaturas. Principalmente, não devemos pensar na oração de Maria como se fosse uma realidade muito distante no tempo e no espaço. Na da é mais atual nem mais ao nosso alcance. Ousemos aproximar-nos, pé ante pé, de sua oração, como alguém que penetra na sombra de uma capela. Na presença da Majestade Divina, ela adora- recolhamo-nos: aqui tocamos de leve no Mistério . .. Ela entoa também um cântico de louvor muito puro Aquele que dignou inclinar-se para a sua pequenez e fazer por ela grandes cousas. Ela reza por seus inúmeros filhos, ou melhor, ela reza em nome deles - é uma excelente maneira de rezar por aqueles que se ama. Quantos desses filhos esqueceram o seu Deus, omitem agradecer a sua generosidade, solicitar o seu perdão, reconhecer a sua soberania. Mas, felizmente, a Mãe aí está e o que eles negligenciam, ela o faz em seu lugar. Atenta para com todos, intervem em favor de cada um junto de seu Filho, oferecendo a oração balbuciada de um, a hesitante boa vontade de outro; intercede por todos: por aquele que sofre ou que se acha ameaçado pela tentação, por aquele que resiste a Deus, por aquele que está beirando a morte ... A sua oração é como a de todas as mães. Quero dizer que ela apresenta os seus filhos a Deus, ela os oferece, como outrora, -1-


entre os seus braços, ofereceu aquele pequenino que era o Filho do Todo Poderoso. À pergunta "qual o lugar de Maria na oração dos católicos", como vocês estão vendo, eu respondo, antes de mais nada, falando do lugar que nós mesmos ocupamos na sua própria oração. É que a nossa melhor oração é aquela que a Virgem faz em nosso nome e por nós.

O cristão que quer rezar começa, pois, ajoelhando-se junto de sua Mãe em oração. Quando, invadido pelo recolhimento desta, entra pela prece na companhia de seu Deus, é a vez de Maria de se tornar presente à sua oração. Porquanto, se há um espetáculo na terra que leva o seu coração a rejubilar-se, é certamente o de ver um dos seus filhos experimentando falar com o Senhor e escutá-lo. E, assim como protegemos do vento, com as duas mãos, uma frágil chama, Maria, com a sua oração toda-poderosa, protege a oração de seus filhos. HENRI CAFF AREL

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A PALAVRA DO PAPA

A CRISE FAMILIAR

Em discurso dirigido aos membros do Conselho Geral da Pontifícia Comissão para a América Latina, sobre a função da família na sociedade contemporânea, o Santo Padre proferiu as seguintes palavras.

Com efeito, a Família encontra-se no centro da crise e das contestações que sacodem a sociedade moderna, precisamente por ela ser a instituição fundamental da sociedade e a garantia da sua estabilidade e do seu caráter humano. Perante as ideologias que se propõem manipular as sociedades, mudando a imagem da família e as suas funções dentro da sociedade, a Igreja deseja que erri. todos os campos se lhe dedique uma atenção prioritária, porque crê firmemente na sua missão. Se Deus Se nos revelou como Pai, e se Cristo ama a Igreja como o Esposo ama a Esposa, como podemos deixar de ter a certeza de que a família existirá até o fim, para oferecer ao mundo um testemunho de amor? A vossa esclarecida visão pastoral convida-vos a fazer um diagnóstico dos males que atualmente afetam a família: incompreensão entre as gerações, aumento do número de divórcios, rejeição egoísta da vida, infidelidade conjugal, uniões irregulares, etc. Mas a vossa atenção não se fixa só nestes fenômenos; ultrapassa-os, para ir procurar as suas causas e as suas explicações: falta de preparação- para a vida familiar, perda do sentido de responsabilidade e do sentido moral, por sua vez efeito de uma educação insuficiente, da imoralidade do meio ambiente e de um materialismo que lança no esquecimento os valores e as alegrias do espírito. Aprc-fundando, porém, ainda mais, vemos também como, hoje em dia, certos valores se apresentam diante de nós com tonali-

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dades novas: participação, diálogo, autenticidade, respeito pela pessoa, promoção da mulher, reconhecimento dos direitos da juventude. São valores que, reconheçamo-lo, abrem novas perspectivas à missão da família na Igreja e no mundo. Vós, como Pastores, contais com graças e luzes abundantes para animar e ajudar as famílias, pondo em prática as iniciativas que vos vão sugerindo as necessidades locais. A experiência recente mostra como se torna fácil a degradação moral e espiritual da família, mesmo em regiões onde ela constitui a sua riqueza mais pura. É de lamentar a insensibilidade demonstrada por amplos setores da opinião pública perante a atitude de pessoas e grupos que negam ao Magistério a competência em matéria de moral conjugal, declarando-se ao mesmo tempo indulgentes com o divórcio e as experiências extra-matrimoniais. Estes falsos mestres causaram grandes estragos, ao conseguirem espalhar as suas vozes pelo mundo inteiro. Caríssimos Irmãos: A caridade alegra-se com a verdade. Crê sempre. Espera sempre. Tudo suporta (1 Cor. 13, 6-7). A vossa caridade para com a família manifestar-se-á na importância que lhe derdes na catequese, na liturgia, nas estruturas pastorais, no desenvolvimento social. Pedimos ao Senhor que vos ilumine e vos sustente neste vosso amor pelos humildes e os fracos, para os quais a família constitui, por vezes, a única riqueza. E seja Ele quem faça frutificar a vossa tarefa, para que o mundo veja que representais deveras o Deus do amor, autor da natureza e da graça, cuja lei é o único segredo da felicidade para toda a humanidade .

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A ECIR CONVERSA COM VOC.:S

Caros amigos "Nada se perde tão rapidamente no homem do que o sentido da finalidade de sua ação". Estas palavras foram pronunciadas por ocasião de um Encontro de Casais Responsáveis, em Paris. E, pouco depois, o mesmo conferencista dizia: "Temos sempre dentro de nós um funcionário que cochila" ... A que vêm estas palavras? É que se prestam admiravelmente para servir como que de pano de fundo para preparar a reunião de balanço, neste entardecer do ano equipista. E isto qualquer que seja o questionário mais detalhado que venha a ser proposto pela própria equipe ou pelo Setor. Em última análise, a reunião de balanço nada mais é do que o momento em que, em equipe, procuramos discernir em que ponto estamos de nossa vida de equipe. Deve ser precedida, é óbvio, de uma reflexão pessoal e entre marido e mulher, que encontra o seu lugar natural por ocasião do dever de sentar-se. "Nada se perde tão rapidamente no homem do que o sentido da finalidade de sua ação". Há uma tendência inata, dentro de nós de, com o tempo, deixar esfumar-se o primeiro projeto, distraídos que ficamos com os múltiplos atrativos que margeiam a estrada. Em síntese, qual é este "primeiro projeto" que há quase quarenta anos norteia o Movimento? O que, desde o início, nos é proposto pelas Equipes de Nossa Senhora? Uma vida de equipe para ajudar os casais a caminharem para o Senhor, a melhor corresponderem aos arpelos que DeuiS dirige a cada um deles. Rica de conteúdo, cada uma das idéias desta definição, merece uma reflexão conscienciosa. Será bem este objetivo que esteve no centro de nossa vida de equipe no decorrer do ano? Será que nos entre-ajudamos eficazmente em progredir na direção do objetivo?

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Percebemos bem a razão de ser de cada uma das normas do Movimento, de cada um dos meios de aperfeiçoamento que nos são propostos? E será que procuramos ser fiéis às regras do jogo de equipe? "Temos sempre dentro de nós um funcionário que cochila". É fácil para o casal deixar-se entorpecer pelo desânimo ou desencanto. É fácil para uma equipe deixar-se levar pela rotina, ou por aquilo que o Pe. Caffar el chamava " a tentação da amizade". A reunião de balanço mostra ser grandemente eficiente para despertar o equipista sonolento, reanimar aquelas equipes em que se verifica como que uma "degradação de energia", particular mente no fim do ano equipista. Deverá ainda ser complet ada com a reflexão sobre os aspectos onde deverá incidir o nosso esforço para caminhar em direção ao Senhor, lembrados de que nunca se chega ao termo neste domínio . .. É justamente por estas razões todas que o Movimento aconselha firmemente que, na reunião de balanço, se proceda também à eleição do Casal Responsável para o próximo ano. Tendo bem presente em que ponto se encontra a equipe, poderá ele com mais clareza traçar, juntamente com o Conselheiro Espiritual, um plano de ação que lhe permita ser realmente o responsável pela caridade fraterna dentro da equipe.

O Movimento aconselha também que esta reumao se faça no mês de maio. O Casal Responsável eleito terá assim um ou dois meses pela frente para trocar idéias sobre a equipe com o Responsável anterior e preparar-se para participar do Encontro de Casais Responsáveis. Este prazo também permitirá ao Responsável de Setor comunicar à Secretaria em tempo hábil o nome do novo Casal Responsável. Caros amigos, o que lembramos hoje são dois pontos importantes para a vida de equipe. É na oraçf<o que a reunião de b alanço e a eleição do Casal Responsável devem ser preparados. Além disto, neste mês de Maria, a Virgem Santíssima que, desde as origens, foi escolhida como "guia para nos levar a Deus" , atenderá certamente aos apelos que lhes fizermos. Com nossa fraternal amizade, A ECIR

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COMO UMA MÃE . . .

"Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter carinho pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca" (Is ., 49, 15)

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Como teriam as mães tal coração em seu peito se Alguém lá não o tivesse colocado? E não teria em si esse Alguém o que tem a dar, mais do que tem a dar, como há mais na nascente do que no ribeirão? Nascente que impregnou o limo da terra, limo amassado com amor, limo impregnado de amor ... Portanto, é mais mãe do que as mães Aquele que fez o coração das mães. Se assim é, para que a Virgem Maria? Pois o maravilhoso é exatamente não ser ela necessária. Deus, em verdade, não precisava dela. Foi uma descoberta totalmente livre, puramente gratuita, do coração de mãe que estava em Deus. Uma descoberta de amor .. . Por que impedir aquele que ama de ter algo de louco? E Aquele que ama mais que todos os outros de ser infinitamente louco? Quero dizer pródigo, magnífico, exuberante nos seus dons. Criara o coração das mães no sexto dia. Talvez lá pelo fim da tarde do sexto dia, naquela hora de ternura cantada por Dante. E era a melhor imagem de Si próprio que até então inventara Aquele em cujo seio eternamente gerava um Filho. E contemplando essa criação, regozijara-se em Seu coração. Nessa mesma hora, inventou também, mas para ser criado séculos, ou melhor, milênios mais tarde, o coração de uma Mãe,

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que se pareceria ainda mais consigo, porque essa Mãe ajudá-lo-ia a gerar na terra o Seu próprio Filho. E decidiu que essa Mãe ajudá-lo-ia também a gerar na terra todos os outros filhos. E não só a gerá-los, mas a amá-los, a sofrer por eles, a consolá-los, a educá-los, a erguê-los. Ela seria a Mãe universal e todo o amor que Ele sentia pelos homens passaria por Ela, pelo seu Coração. E quando concebeu essa idéia, achou-a muito boa, melhor ainda do que a primeira. Agora, então, ó mães de todo o mundo, reuni-vos para contar-nos como amais os vossos filhos. Dizei-nos as dores do parto, os cuidados com as primeiras doenças, as preocupações ao longo das noites. Dizei-nos do vosso orgulho quando o homenzinho caminha ao vosso lado, dando-vos a mão, a alegria das primeiras façanhas, os planos edificados à noite em conversa com o pai. Dizei-nos as tempestades que se formam num céu outrora sereno porque o moço procura escapar do amor que lhe pesa, na procura de um outro amor. Dizei-nos a plenitude da vossa alegria quando esse homem atinge a realização da sua vida, porque é a carne da vossa carne, a alma da vossa alma, e fostes vós quem o fizestes tal como ele é. Dizei-nos a dor das separações, as lágrimas nas horas de luto . .. E transporemos tudo isso de seus corações para outro coração, do aconchego do vosso lar para o plano da imensa família dos homens. Tudo o que pode haver de orgulho, de preocupação, de esperança, de decepções, de alegrias e de tristezas nesta família inumerável - e Deus sabe o que isto significa - um Coração de Mãe o sente como se fosse seu e o envolve com seu amor. Ser amado. Saber que somos amados. Que somos sempre amados. Mesmo, e principalmente, quando somos infelizes. E que somos todos amados. . . É a grande revelação do coração de Deus e do Coração de Maria, do Coração de Deus no Coração de Maria.

Acolhamos esta revelação em nossos corações de filhos.

Max Begouen Demeaux (Traduzido do NQ Esp ecial da Revista "L'Anneau d'Or", "D 'EVE A MARIE " )

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O RITMO DA VIDA

(Do Boletim de Ribeirão Preto)

Toda vida, no universo visível, é rítmica; tanto a da planta como a do corpo e do espírito, e os dois tempos deste ritmo estão em oposição, como a atividade e o repouso. Qualquer orientação da vida corre o perigo de romper o ritmo por causa do abuso de utilizar somente um tempo deste ritmo em prejuízo do outro. A vida divina do homem e a sua oração não escapam desta lei e dos seus riscos. O modo de viver dos homens, dos pobres homens presos na engrenagem das preocupações cotidianas tem seus perigos. No trabalho excessivo, o entorpecimento da inteligência pode provocar uma vontade cansada, o excesso de fadiga pode romper o equilíbrio nervoso do domínio de si, assim como a agitação e o contínuo rumor podem alterar, com o tempo, o silêncio interior do coração. É indispensável encontrar, de tempo em tempo, períodos de reflexão sobre a fé, sobre o evangelho, sobre si mesmo, para não se iludir das próprias disposições íntimas. Não podemos deixar de recorrer periodicamente a momentos de calma física, de repouso, de silêncio externo. Este ritmo é vital e profundamente humano. Jesus sentiu a necessidade de respeitar as suas exigências: iniciou na vida pública com um retiro de quarenta dias e constantemente se afastava sozinho ou com os seus apóstolos para rezar em paz ou para descansar. É o caso de citarmos o grande mandamento do repouso semanal imposto por Deus ao homem logo no início do mundo. O repouso do sétimo dia é um ritmo tão essencial que foi criado por Deus no primeiro impulso vital. Ele aparece ligado à própria ação criadora, como se fosse um reflexo ou uma imitação desta - "Recordai-vos de santificar o dia de sábado. Por seis

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dias trabalhai e cuidai de todas as vossas obras. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor vosso Deus". De fato o Senhor em seis dias fez o céu, a terra, o mar e tudo aquilo que existe e no sétimo dia descansou - por isso abençoou o Senhor o dia de sábado e o chamou santo." (Ex. 20, 8, Gen. 2, 1-3, Ex. 31, 13-14). Trata-se de um preceito particularmente grave e sagrado. Na antiga aliança, quem o transgredisse era punido com a morte como se houvesse ofendido a uma obra viva da humanidade. Este ritmo do repouso é sagrado; concorre para completar no homem a semelhança divina no plano da ação. E a não observância desta lei terá como conseqüência uma degradação da imagem de Deus no homem. A humanidade perdeu o sentido desta lei divina e, ao chegar o dia de repouso semanal, não sabe mais vivê-lo como o repouso de um homem criado à semelhança de Deus. Os homens não sabem mais romper suas atividades, encadeadas uma na outra. O próprio cristianismo não escapa deste contágio e passa a observar somente o conteúdo material do preceito da Igreja, por mero formalismo, esquecendo a substância do preceito, sempre válido, ditado pelo Criador, e cuja amplidão transcende a prescrição da Igreja, que apenas precisa aperfeiçoar, mas não pode abolir. Não estamos "quites" com Deus por termos assistido à missa e suspendido os trabalhos chamados servis, no domingo, se usamos o resto do dia com atividades de outra ordem. É necessário entender o espírito da lei. O r itmo periódico do repouso para o corpo e para a alma é uma obrigação de consciência. Quando podemos, sabemos nós ainda submeter-nos humildemente à lei do repouso físico , da necessária distensão nervosa? O ritmo da vida da alma, embora dependendo do ritmo vital do corpo é mais importante e é por isso que Deus santificou o dia do repouso. Estão em jogo as nossas relações diretas com ele. Certas condições de trabalho são incompatíveis com o florescimento de uma vida cristã, isto porque o repouso consentido é insuficiente para permitir o mínimo indispensável de repouso espiritual, de oração silenciosa, de uma séria reflex ão para nutrir a fé. O ciclo vital de respiração espiritual concretiza-se nos momentos de silêncio que temos durante a semana. E o que é importante salientar é que inclusive a santificação da atividade, depende dos momentos de recolhimento. Assim a alternativa repouso-trabalho nos faz procurar a união com Deus em duas direções diametralmente opostas. De um lado, os dias de trabalho, cheios de fadiga e perturbados por aqueles que precisam de nós, obrigam a uma oração obscura e informe ; e, por outro -10-

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lado, os dias, ou as horas, de um recolhimento e de um silêncio mais prolongado. Este alternar-se de vidas diversas é para nós uma garantia da verdade na fé. Dando-nos generosamente a uma e à outra, sem o esforço de fugir àquilo que cada uma oferece de ocasião e de expoliação, de dom generoso, evitaremos os riscos inerentes a estas duas formas de vida. Insisto sobre o valor do encaminhamento à união divina, que possui, no nosso ritmo de vida, o período de trabalho e de fadiga. Não é um tempo no qual gastamos as energias espirituais acumuladas nas horas de descanso e de oração, como se fosse este um reservatório que se esvazia em pouco tempo. Uma tal concepção é radicalmente errada, significaria desprezar na vida de oração um valor de crescimento no amor. Um corpo vivente se fortifica tanto com o exercício como com o repouso. Estes dois elementos são igualmente necessários à sua saúde e ao seu desenvolvimento. A v ante equipes, santifiquemos os nossos lares, as nossas vidas, o nosso mundo, vivendo ritmicamente o nosso tempo.

Pe. Jacob

EQUIPISTA:

E o seu retiro?

Ouça o apelo! Aceite o convite. Vá sentir o silêncio povoado de Deus, o silêncio habitado pela Santíssima Trindade, o silêncio de comunicação com Deus na oração. Não seja como os convidados da parábola das núpcias não procure um pretexto para se furtar ao convite: Retiro não é uma obrigação, é um privilégio ...

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VIGÍLIA

ó Senhor! Quão decantadas têm sido pelos poetas as vigílias das mães, junto ao be rço de um entezinho frágil que delas em tudo dependem. Quão exaltadas aquelas horas em que a mãe se debruça sobre o leito do filho pequenino. Outras vigílias há, porém, Senhor. Vigílias que os poetas esqueceram: vigíl ias silenciosas, desconhecidas, lentas, Eu chamaria a estas Horas: Matinas das Mães. ~ a vigília que fazemos por causa do filho que de ixou de ser o entezinho que de nós dependia. ~ aquela que fazemos justamente porque o filho já é grande e está ausente, longe de nós.

Horas lentas, cheias de incertezas e apreensões. A voz da mãe já não entoa a canção dolente que o ninava então. Ergue-se hoje trêmula, qual lamento, para Deus: " Senhor! é vosso esse filho meu! Velai por ele! Defendei-o dos perigos

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que o cercam e o rodeiam. Guardai essa alma, Senhor, que com tanto amor e zelo eu preparei para vós! Maria, Mãe das mães, protegei-o". E qual monja que após o Ofício volta silenciosa para a cela, assim a mãe de novo se encerra no seu quarto apagado. Não terminou o seu Ofício. A lâmpada de seu coração aflito mantém-se acesa. Ora e vigia. E o filho ignora. O que se passa é segredo entre ela e Deus. O filho ignora que a luz que irradia daquele segredo é o que o ampara, é o que defende. Eis, porém, que ouve passos, o abrir de uma porta, o girar de uma chave. "Magnificat anima mea Dominum" murmura ainda a mãe e cerra os olhos, afinal. Terminou para ela o Ofício Noturno.

Maria Cecília Duprat

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AS COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE (11)

Pe. Antonio Aquino, s.j.

As Equipes de Nossa Senhora são comunidades eclesiais de base quando bem completas, bem estruturadas e quando estão vivendo intensamente esta vida eclesial. Deverão atentar, entretanto, para os dois aspectos apontados acima, pois há entre eles um relacionamento e uma complementação. Há nos chamados "meios de aperfeiçoamento" alguns que têm uma finalidade essencialmente espiritual e outros que procuram garantir o funcionamento, a freqüência, a vida da comunidade no sentido de assegurar todos aqueles aspectos que chamaria sociológicos. É este um aspecto da encarnação da comunidade eclesial, um tributo que pagamos à nossa condição humana. O fato de serem sociológicos não significa que sejam desprezíveis; têm eles uma base humana, igualmente objeto da criação divina. Encontram, porém, uma superação divina através da fé, do vínculo do amor, do Espírito Santo, da participação na Eucaristia. Algumas equipes pecam - ou pecaram - por não levarem suficientemente em consideração os aspectos sociológicos, para ficarmos na terminologia do Papa. Mas, por outro lado, se não existir realmente na equipe a vida da fé, da oração, da experiência de Deus ao nível da caridade, ela não vai para a frente e se reduz a uma comunidade de amigos. Isso pode acontecer mais facilmente nas cidades menores (menos de 80 a 100 mil habitantes), mas também nas grandes metrópoles onde nos sentimos oprimidos pela massa, pela solidão e os indivíduos ou os casais se reunem quase só para defender os seus interesses, dei- · xando na penumbra os outros aspectos. Claro que, neste caso, deixa de ser uma Equipe de Nossa Senhora, como deixa de ser uma comunidade eclesial de base.

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Aqueles dois aspectos - comunidade sociológica, comunidade eclesial - podem se contrapor de tal modo que prejudiquem um ao outro. Ou, pelo contrário, pode haver um relacionamento muito íntimo entre os dois. Assim, uma equipe, na medida em que se vai afervorando, vai acentuando cada vez mais o aspecto característico da fé, da comunhão, da experiência de Deus, da caridade. Se, no entanto, ela orientar o seu olhar apenas para os aspectos mais superficiais da comunidade sociológica, ela se irá mundanizando e tenderá a declinar e perecer. É preciso, então, que as Equipes de Nossa Senhora sejam fiéis à sua mensagem. Como comunidades sociológicas, tem que haver cada vez mais esta participação, unidade, conhecimento mútuo, etc., mas, mais ainda do que isto, é preciso insistir sobre o cerne da questão que é a vida divina em nós. E foi um grande passo dado nas Equipes e proclamado na recente peregrinação a Roma, o de insistir, na partilha, naquelas obrigações fundamentais que são, como é fácil de perceber, mais da vida íntima espiritual - não digo "espiritual" no sentido desencarnado, mas com ênfase naquilo que o homem tem mais de si mesmo, que é a sua vida em Deus. O importante é perceber cada vez mais que quem nos reuniu foi o Espírito Santo. Fomos congregados por dentro. E poderíamos recordar aqui tudo o que os Atos dos Apóstolos nos contam das comunidades cristãs primitivas. Os Atos dos Apóstolos já foram chamados, com muita razão, o Evangelho do Espírito Santo.

Quando recebemos o Espírito Santo, nos tornamos comunidade. Quando percebemos o Espírito em nós, nos tornamos irmãos. É o Espírito do Pai que nos é dado. Quando somos fiéis às inspirações do Espírito Santo, vamos ao encontro de nossos irmãos. Somos filhos de Deus através de um novo nascimento. A vida que nos foi dada por nossos pais, é o m1c10, a preparação des:sa plenitude que nos é dada pelo Espírito de Deus. E a união que foi feita num primeiro momento com nosso irmão pela carne e pelo sangue, se faz num sentido muito mais profundo, e independente do primeiro na maior parte dos casos, pela presença de Deus em nós, pelo trabalho de Deus em nós - e isto é a nossa vida espiritual.

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RENOVAÇÃO NO ESPíRITO SANTO }

Uma equipe do Rio de Janeiro está passando por uma · experiência de oração no Espírito Santo na qual tem colhido frutos de grande crescimento espiritual. Como tudo o que é bom deve ser difundido, eles querem que todos os equipistas tomem conhecimento dessa experiência.

A VISAO DO CONSELHEffiO ESPffiiTUAL

O Evangelho nos aponta, como critério para discernir os espíritos, os frutos , ou seja, as obras e ações. "Pelos frutos os con.hecereis." (Mt 7, 20). Depois de longos anos como assistente de Equipes de Nossa Senhora, hoje quero dar o testemunho de que, na vida da Equipe 0 n. 2, nota-se verdadeiramente uma força de renovação interior com as características do Espírito Santo. Todos sentiam a necessidade de encontrar, dentro do próprio movimento das ENS, novo alento que os ajudasse a manter a fidelidade ao movimento familiar e ao mesmo tempo dinamizar as obrigações espirituais adotadas e os meios de aperfeiçoamento indicados como características do Movimento. Alguns fatos mais marcantes estão aí a demonstrar que esta renovação interior está se processando como fruto do Espírito. Os mais patentes são: 1.

intenso espírito de oração, dentro daquela atmosfera contagiante de fé, de simplicidade e de abertura, gerando grande união entre todos e ainda levando a outros o mesmo fervor e entusiasmo ;

2.

busca da fraternidade na alegria dos encontros, na partilha, na doação mútua;

3.

maior empenho no cumprimento das obrigações da Equipe, assumidas com significado mais novo e expressivo, dentro do mistério da vida da Igreja;

4.

oração de louvor, transformando a visão da vida, amparando na ha.ra da dor e da provação, afastando qualquer sombra de revolta ou desespero;

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5.

melhor conhecimento de Cristo, no estudo, na meditação, na vivência do Evangelho;

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anseio de apostolado, a fim de levar a outros a mesma vivência cristã, dentro do respeito ao outro como ele é, em clima de alegria, de união e de serviço.

Concluindo, acrescento, como garantia final, a docilidade em atender e seguir a orientação da Autoridade Eclesiástica, alimentando, outrossim, grande devoção ao Papa. Afirmo, pois, com humildade e simplicidade, que, entre outros, são estes sinais e estes frutos a prova da presença do Espírito. E eis o testemunho de cada um dos casais: UMA PERGUNTA INQUIETANTE

1976 - Estamos no 13.0 ano de equipe. Vale a pena, pois, dizer o que está acontecendo conosco. 1972 - Como Casal Regional, fomos convidados para um encontro com o Pe. Caffarel, em Itaici. E, da imensa sabedoria de nosso fundador, uma questão ficou flutuando, sem resposta, ao término de uma conferência: "A equipe de vocês se reune como cristãos antes ou depois de Pentecostes?". Pergunta que nos deixou inquietos. Dando contas à nossa equipe, na volta ao Rio, nela repefr a pergunta e a resposta foi: perplexidade!

Soubemos mais tarde da decisão do Pe. Caffarel de deixar as ENS e fundar uma Casa de Oração. Soubemos de sua viagem aos Estados Unidos para conhecer üs grupos de oração no Espírito. Uma semente germinava dentro de nós, desconhecida. Nós não estávamos contentes com nossa oração. Em 1972, entrou para nossa equipe um novo casal, . que passou a participar desse nosso sentimento. Um dia, os dois leram num jornalzinho sem expressão que o Beneditino D. Cipriano estava de volta ao Brasil, após fazer parte do grupo de oração "Emanuel", dirigido pelo Pe. Caffarel. Alertados, escreveram a D. Cipriano que, chegando ao Rio, nos procurou. Tivemos nosso primeiro encontro e o único comentário: "Ninguém foi capaz de dizer ao Senhor Jesus que O amava ... " Marcamos o segundo encontro, no Mosteiro de São Bento, e passamos a integrar o grupo Emanuel, do qual participamos, até hoje, e onde vamos toda semana para louvar o Senhor, que fez maravilhas também conosco. 17-


E desde então estamos sendo transformados pelo Espírito na Força do Cristo. Hoje entendemos o que Pe. Caffarel quis dizer! DESCOBERTA DA VIDA NOVA

É 30 de agosto deste ano. De repente, ao nos colocarmos disponíveis e submissos ao Senhor, quebram-se as algemas e nos sentimos livres, na confiança de criança com que nos aconchegamos ao seu Coração. E o Espírito Santo nos embriaga de alegria. Um mundo novo se nos descortina. É a paz; é a certeza; é o amor que transcende à vida. Já não tememos nada. Não receamos a morte ou a doença. Qualquer acontecimento para nós é o resultado do Seu plano perfeito.

O Senhor é como o sol brilhando num lindo dia de verão. Depende de nós querermos aquecer-nos ou não. O ESPíRITO SANTO NA EQUIPE

A ação profunda e maravilhosa da graça de Deus dentro de cada um de nós da equipe se torna até difícil de explicar em poucas palavras. Com o Espírito Santo a nossa equipe tomou nova dimensão, cresceu. Agora estamos na paz do Senhor. Ele operou dentro da equipe ensinando o verdadeiro caminho para o Pai. O amor de Deus é tão grandioso que age em cada um de maneira diferente. Não somos iguais e Ele mostra o caminho sem forçar, sem anular a personalidade humana. Ao dizer "Senhor opera em mim segundo a tua vontade", o homem está enriquecendo seu interior com valores nunca antes percebidos. Não podemos medir o amor de Deus por suas criaturas. É grandioso demais. Mas podemos sentir dentro da equipe a centelha e exultar por isso, numa alegria que sufoca todas as angústias, certos da presença do Senhor dentro de nós, reinando soberano em cada coração. O LOUVOR

Quando louvamos a Deus, em qualquer circunstância de nossa vida, quer triste, quer alegre, depomos a seus pés a nossa inteligência, a nossa vontade, a nossa sensibilidade, para que Ele nos dirija a seu modo e não ao nosso. É por outras palavras, o "Seja feita a Vossa Vontade" e, portanto, não mais a nossa, haja o que houver. A vontade de um Deus bom e justo, sem dúvida, mas que pede que o dom de todo o nosso ser seja sem reserva e que, sem limites, o sirvamos.

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Quando nos entregamos, assim, a Deus, abdicando todo o nosso ser, tornamo-nos semelhantes às criancinhas, que não pedem explicações, que não analisam os atos do pai e apenas confiam, inteira e completamente. Rememorar todos os capítulos de nossa vida, agradecendo a Deus cada etapa, bem conscientes, até chegarem os momentos que vivemos, é um modo completo de entregarmos a nossa vida ao Pai. Devemos dizer: "Meu Pai, a ti eu entrego toda a minha vida, com todas as circunstâncias que eu não compreendo, sem querer mudar nada, pois um dia, quando estiver em sua luz, verei e compreenderei que tudo o que fizeste está certo." A FORÇA DO ESPíRITO SANTO

Cada membro de nossa Equipe está recebendo os dons do Espírito Santo de uma maneira particular e surpreendente: maior afervoramento, maior gosto pela leitura da Bíblia, participação mais consciente na Eucaristia, uma grande facilidade de falar de Deus e uma Paz que decididamente vem do Cristo, que nos entranha e modifica nosso modo de ser, dando a perceber que qualquer coisa se modificou profundamente em nós. Passamos a nos interessar de maneira nova pelo próximo, a rezar por ele, usando o gesto bíblico da imposição das mãos, e experimentamos que o Pai atende à oração que dois ou mais fazem em nome de seu Filho. O ESPíRITO SANTO E OS MEIOS DE APERFEIÇOAMENTO

Um dos maiores enriquecimentos que temos tido é a maneira nova de considerar os meios de aperfeiçoamento: além de terem perdido aquela característica de "obrigação", adquiriram uma nova dimensão. Especialmente o "dever de sentar-se". Apesar de ser uma experiência difícil de descrever (é muito melhor vivê-la), tentaremos dar uma idéia. No nosso novo "dever de sentar-se", não nos dirigimos mais um ao outro para criticar ou apontar falhas. Pomo-nos os dois diante de Deus e pedimos-lhe perdão pelas faltas que cometemos - um para com o outro - e, como ministros do nosso sacramento de casal, fazemo-nos canal da graça do Senhor, um para com o outro, no sentido de curar as mágoas e ressentimentos que por acaso ainda tenhamos guardado e que estão impedindo o nosso crescimento. (Do Boletim da Guanabara)

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COMEÇANDO EM CASA

Texto da introdução para uma Missa do Setor preparada pela Equipe n.0 5 de Ribeirão Preto.

Em um mosteiro protestante, ou seja, no mosteiro de Taizé, na Borgonha, território francês , pode-se ler em várias línguas os seguintes dizeres: "Vós que entrais aqui reconciliai-vos: o pai com seu filho, o marido com sua esposa, o que crê com aquele que não crê, o cristão com seu irmão separado." É em vista de oferecer a todos os cristãos, e mesmo a todos os homens, uma ocasião de se aproximarem e unirem entre si que o mosteiro de Taizé · existe primordialmente.

Para "dialogar e decidir juntos", tema de nossa missa de hoje, é necessário colaboração, palavra que, definida em sua origem, nos diz: CO (com) LABOR (trabalho) AÇÃO (ação). Aqui estamos, passamos por uma porta, e estamos na Casa de Deus. Somos equipistas. Relembremos nossas responsabilidades. A equipe exige dinamismo e adaptação contínua. O espírito é prioritário. Seus membros devem caminhar para a santidade. O centro é a caridade. É sobretudo um movimento de espiritualidade conjugal. Tudo deve ser feito no e pelo matri· mônio, onde deve haver doação e renúncia. Os meios de aperfeiçoamento são uma arma contra a inconstância humana e as forças externas. Os casais equipistas devem irradiar os seus lares e testemunhar o Deus que vive dentro deles. -20-


Façamos uma análise de nossa vida. Nossa colaboração, no sentido exato da palavra (com - trabalho - e ação), nos permite afixar os dizeres do mosteiro de Taizé em nossas casas? Aqui estamos para reconciliar-nos, pai com filho, marido com sua esposa, o que crê com o que não crê, o cristão com o seu irmão separado? Olhemos para os lados: a maior parte são nossos irmãos equipistas. Quantos conhecemos - porém,. . . quantos desconhecidos . . . e somos equipistas! Peçamos a Deus que o nosso mosteiro de Taizé possa receber mais uma inscrição - que, hoje, na Casa de Deus, possa o equipista conhecer o outro equipista, e assim afixar essa sua decisão. Meus amigos, hoje, em torno da Mesa do Senhor, onde comemos o Pão da Vida, façamos aquilo que nos permitirá dialogar e decidir juntos: conheçamo-nos . . . Porque, conhecendo-nos, nos ajudaremo·s e talvez aprendamos a agradecer a Deus o fato de sermos realmente irmãos. (Do Boletim "0 Equiphta ", de Ribeirão Preto)

Por falar em "irmãos separados", vem aí a Semana de Orações pela Unidade dos Cristãos - semana que antecede a festa de Pentecostes. O que é que você pretende fazer? Pelo menos vai rezar, em casa e na sua equipe, com mais fervor, pela Unidade. Mas o Espírito Santo certamente há de lhe inspirar algum gesto, alguma ação em direção aos irmãos separados.

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RESPONSAVEIS DO MOVIMENTO EM ITAICI

Vila Kolska, 25 de Março, 20h30 . Chega o ônibus da Viação Brusquense com o pessoal do Sul: alguns estavam viajando há mais de 24 horas. . . Mas lodos dispostos e sorridentes, na alegria do re-encontro, apesar do cansaço . Eram Regionais, Responsáveis de Setor e de Coordenação que vinham somar-se aos que ali já se encontravam, perfazendo, com a ECIR e a Equipe de serviço, um total de 69 casais. Um comparecimento maciço: em 33 Setores, !aliaram apenas 2 - Bauru e Mogi das Cruzes -, e das 18 Coordenações, !aliaram cinco - Araçaluba, Garça, Promissão, Juiz de Fora e Interior do Paraná . Os 12 Regionais, iodos presentes . "Shalom! Paz! Benvindos!" Com essas palavras escritas no quadro negro, iniciou-se o primeiro encontro deste ano do "estado-maior" das Equipes de Nossa Senhora, representando a grande família das Equipes que, hoje, chegam a quase 600 (583, em 31 de Dezembro de 1976). (1) Presentes também, além do Conselheiro Espiritual da ECIR, 10 Conselheiros Espirituais, a maioria vindos do Sul: Porto Alegre, Caxias, Florianópolis, Brusque, Londrina (2) - os demais, de Niterói, Guaralinguelá e São José dos Campos. O Conselheiro Espiritual do Setor de Campinas compareceu no domingo à tarde, para a concelebração. Depois de lerem Cidinha e Igar, Responsáveis pelo Encontro, dado alguns esclarecimentos de ordem prática, Dirce e Rubens fizeram a abertura, dando as boas vindas a lodos e apresentando os Conselheiros presentes, o Casal Responsável pela Carla Mensal e os Responsáveis de Setor e Coordenação recém-nomeados, que participavam pela primeira vez do Encontro da ECIR com os grandes quadros do Movimento . Iniciou-se o Encontro, como não poderia deixar de ser, com um tempo !orle de oração . Uma " Assembléia de Oração", durante a qual, entre cantos, leituras e orações, lodos puderam abrir os seus corações, !ornando-os disponíveis à ação do Espírito Santo . Essas horas inteiramente consagradas ao Senhor certamente fizeram com que o Seu Espírito estivesse presente e atuante durante o desenrolar dos dois dias de intenso trabalho que todos iriam viver . A Santa Missa, concelebrada por 8 Conselheiros Espirituais, deu início às atividades do sábado . Na homilia, o Pe . Antonio, de Porto Alegre, afirmou, em lermos claros e incisivos, que o Amor é a mola de toda e qualquer comunidade de Igreja e que, sem ele, não pode haver comunidade . Desenvolvendo esse conceito de comunidade, o Pe . Aquino, na sua conferência, situou suas considerações na perspectiva da Exortação Apostólica "A evangelização no mundo contemporâneo", principalmente do n.0 58, mas recomendou também a leitura e meditação dos n.0 s 23, 61 e 62 . (1)

508 equipes, 60 em pilotagem, 15 em anos de aprofundamento .

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Falou a seguir o Peter sobre o que é uma Equipe de Nossa Senhora hoje, à luz da reflexão que vem sendo processada pela Equipe Responsável Internacional nos últimos anos. Ambas as palestras foram seguidas de reflexão pessoal e do casal, o quadro aprazível e a calma de liaici proporcionando ambiente muito propício à reflexão em profundidade sob o olhar de Deus . A tarde foi dedicada a grupos de co-participação sobre as conferências da manhã e, à noite, os mesmos grupos se reuniram em equipes . Cada casal terminou o dia com a oração conjugal sugerida pela equipe de lilurgia . A segunda jornada iniciou-se novamente na capela, com meditação e cânticos de louvor. Depois do café, os participantes reuniram-se em grüpos por Região, numa troca muito profícua. Enquanto isso, a EClR reunia-se com os Conselheiros Espirituais, numa reunião das mais proveitosas, onde pôde sentir o entusiasmo dos nossos dedicados Assistentes. Seguiu-se palestra de Marcello e Esther sobre o esforço de renovação, de aprofundamento e de difusão que está sendo pedido às Equipes do mundo inteiro pela Equipe Responsável Internacional, com a qual estiveram reunidos por ocasião do último Encontro de Super-Regionais em Paris . Depois do almoço, por ocasião do plenário de encerramento, Dirce e Rubens anunciaram a vinda, em fins de Junho, do Casal Responsável pela Equipe Responsável Internacional, Louis e Ma ri e d' Amonville, e do Pe. Tandonnel, seu Conselheiro Espiritual. Os três deverão estar presentes em lodos os EACRES, cujos locais e datas foram nesta altura confirmados, bem como apontados os respectivos Responsáveis . D Encontro encerrou-se com a Santa Missa, concelebrada por 10 Conselheiros Espirituais, sob a presidência do Pe . Aquino . Num gesto cheio de significado, antes do Ofertório, Dirce e Rubens e o Pe . Aquino deram posse a Eda e Aldo como Responsáveis pela Região Santa Catarina . A cerimônia culminou com o canto do "Magnifical", num uníssono bem significativo da união espiritual e afetiva de lodos os que estavam ali presentes, com o objetivo único, a exemplo de Maria, de servir. Cafézinho, o pessoal do Sul e os cariocas e petropolitanos de malas prontas, despedidas. Aos membros da ECIR e à Equipe de Serviço, agradecimentos e parabéns por mais um Encontro onde primou o amor, a dedicação, uma organização perfeita e discreta, uma liturgia lindíssima, e esse exemplo extraordinário de disponibilidade no serviço . Foi uma reunião de trabalho intenso, entre irmãos, lodos a serviço uns dos outros e dos irmãos a eles confiados. Muito trabalho ainda pela frente, mas, confiantes no auxílio do Espírito Santo, lodos dispostos, a postos!

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TESTEMUNHO

A "NOSSA" TARDE DE REFLEXÃO

Toda vez que aparece uma reunião "extra" das E.N.S. nós temos "preguiça" de comparecer. Ressurgem os problemas cotidianos e o nosso comodismo insinua: - Nós já assistimos a tudo isso; já ouvimos tudo que há p'ra se dizer, o que vamos fazer lá? Isso é para os casais jovens e novos casais mas . . . nós? Com tantos anos de Equipe ... Não sei, não ... mas é pura perda de tempo. Daí ficamos todos os dias que antecedem à reunião considerando: - Puxa! O pessoal é animado! E os que vêm de fora, então? Que esforço e que dedicação! Chegamos à conclusão que devemos ir para "prestigiar" os "esforçados" e os "novos". E vamos .. . Daí vem a surpresa! As "novidades" que aprendemos, que vão desde a técnica do conferencista para "quebrar o gelo" até aquelas palavras que nos vão diretamente ao coração. São palavras de Deus diretamente pronunciadas para nós! E, como tudo é dito com amor fraternal do mais puro e sincero, nós vamos nos tornando "leves" e vamos retomando a certeza de um Amor imensamente correspondido: o de Deus para conosco! No nosso grupo de debate aparece outra surpresa - a ascese - e aprendemos (nós que havíamos estudado ascese de um livro em espanhol!) como ela é simples e como ela é necessária para a nossa "subida" espiritual. A noite, conversando sobre tudo que aconteceu naquela "Tarde de Reflexão", dissemos: - Parece que nós nunca vamos nos diplomar em ENS, pois fomos para "prestigiar", e como "aprendemos"!

Lourdinha e Fernando (Equipe 1 de Jacareí)

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NOTíCIAS DOS SETORES

LONDRINA -

Boletim

Recebemos os três primeiros números do Boletim da Coordenação de Londrina. Convoca os equipistas a colaborarem, dizendo que "ninguém pode alegar falta de assunto, porque basta observar com amor o cotidiano para extrair dele temas interessantes". Pelo Boletim, ficamos sabendo do que vai pelas equipes de Londrina e lemos com gosto vários artigos, inclusive um sobre o N atai, que infelizmente não po-demos transcrever porque estamos em maio ... -

Inter-Equipes

Insistem os Responsáveis pela Coordenação, Doroty e Wanderley, sobre a importância da preparação, em casal, da reunião inter-equipes. Tendo o roteiro sido fornecido a todos com antecedência, era possível, não só uma preparação do texto de meditação, como também um estudo em profundidade das perguntas propostas: "0 que você tem feito para que a sua equipe não seja equipe só uma vez por mês, mas todos os dias? (Se resolveram viver em equipe, qual foi a sua parcela de colaboração? Qual a sua resposta perante as exigências da programação do Movimento? Fazem visitas ac.s demais casais de sua equipe para que haja uma maior aproximação entre vo<:ês e assim poderem desfrutar de uma verdadeira vida em equipe? Lembram-se que viver em equipe é testemunhar o amor mútuo e fraterno de uma vida cristã?)" "O comportamento cristão recomendado pelas E.N.S. nos Estatutos tem sido norma em sua vida? (Procuram não se deixar abater perante as dificuldades no cumprimento de certos meios de aperfeiçoamento e estão sempre prontos a tudo fazer para se desinstalarem e assumirem sempre uma nova responsabilidade? Preocupam-se mais em dar do que em receber? Estão conscientes de que, crescendo espiritualmente, estarão colaborando para o crescimento de sua equipe e, por conseguinte, do Movimento?)" Se todos fjzeram seu exame de consciência nesses termos, já estão bem preparados para o balanço, que vem aí! -25-


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Aulas de Sagrada Escritura

A Coo·rdenação, tendo em vista a ênfase a ser dada este ano ao tema "Evangelização", e considerando que, para poder evangelizar, é preciso se evangelizar primeiro a si próprio, por uma conversão pessoal, resolveu proporcionar aa.s equipistas a oportunidade de melhor "conhecer e aceitar Aquele que nos liberta, nos transforma e nos ajuda a nos despojarmos do homem velho para proclamarmos de cabeça erguida a nossa fé, a nossa condição de homem novo. ("Não haverá humanidade nova se não houver em primeiro lugar homens novos, pela novidade do batismo e pela novidade de vida segundo o Evangelho" - Paulo VI). "Para isso, introduziu na sua programação para o ano o curso de Sagradas Escrituras dado pelo "Instituto Cultura Eclesial", constante de aulas todas as sextas-feiras, das 20 hs. às 22 hs., durante todo o ano letivo. Mais, a Coordenação tornou esse curso praticamente obrigatório, acrescentando-o aos meios de aperfeiçoamento, a ser cobrado na partilha ... Conclui a convocação: "Ninguém ama aquilo que desconhece." E conhecemos a Deus fazendo a experiência do caminho de Damasco: deixando-nos penetrar por sua graça, aderindo leal e vigorosamente a Ele, vivendo dEle em plenitude e anunciando-O aos irmãos."

NITERói -

Instalação do Setor

A Coordenação de Niterói passou a Setor no dia 19 de março, Festa de São José, durante uma missa de ação de graças celebrada por Frei Roberto, Conselheiro Espiritual do Setor. Foi empossado como Responsável do novo Setor o casal Lourdinha e Waldir, até então Responsável pela Coordenação. Presentes à cerimônia o Casal Regional, Betisa e João, representantes dos vários movimentos religiosos de Niterói, inúmeros sacerdotes, Conselheiros de várias equipes e grande número de equipistas com seus familiares. Na mesma ocasião, fizeram renovação do compromisso os membros das equipes 1, 2 e 3. No final da missa, os equipistas de Niterói ofereceram a Lourdinha e Waldir uma linda imagem de Nossa Senhora de Lourdes, acompanhada de carinhosas palavras num cartão. O Movimento teve início em Niterói em meados de 1969 e hoje conta com 10 equipes e 2 em formação. -26-


PETROPOLIS -

Equipe inventiva

Conta a Equipe 9, no Equipetrópolis, como resolveu a dificuldade encontrada no estudo dos temas, por ser composta de casais com diferentes níveis de cultura religiosa. Apelando para o sistema usado pelo·s estudantes em vésperas de provas, reunem-se em pequenos grupos, discutem o assunto e, "com a ajuda do Espírito Santo, encontram a luz desejada". Para isso reunem-se ora numa casa, ora noutra, e isto faz com que se sintam também "mais unidos fraternalmente". Decidiram também introduzir na vida da equipe um "plantão de orações", obedecendo a uma escala previamente preparada. No "seu" dia, além de incluir uma intenção especial em suas orações pelos companheiros de equipe, o casal escalado está disponível para atender no campo espiritual os pedidos que possam surgir.

BAURU -

Zelo paulino ...

Os Editoriais do Boletim de Bauru, muitas vezes, pela veemência dos seus apelos, nos lembram as epístolas de São Paulo, quando o Apóstolo exorta os cristãos das diversas igrejas a prosseguirem no caminho traçado. Linda e Albino seguem à risca os conselhos dados por Paulo a Timóteo: "insiste, a tempo e contratempo,. . . exorta, com toda a paciência . .. " Transcrevemos o final do Editorial de março, que aborda o assunto do estudo e da resposta ao tema: "Leiam, pois, com bastante atenção; não somos nós, como vêem, que pedimos nada, mas o próprio Movimento, com o qual nos comprometemos. E, se bem atentaram, verificarão quão atualizado está um Movimento com mais de 30 anos: só neste pequenino trecho dos Estatutos que nos regem estão dois temas atualizadíssimos: A evangelização no mundo contemporâneo e a Campanha da Fraternidade no seu belíssimo slogan deste ano: Comece em Casa .. . Repararam? Irmãos, falamos sempre na nossa língua, não usamos palavras dúbias, inspiramo-nos sempre no único desejo que é o de poder servir a todos vocês, alertando, procurando corrigir, querendo ajudar, enfim. Mas confessamos que, às vezes, temos a nítida impressão de pregar em um imenso e gelado deserto .. . Por que? Observem quantas vezes um mesmo assunto tem que vir à baila. Será falta de uma maior motivação de nossa parte? -27-


Mas, não somos todos adultos, donos das nossas vontades e daquilo que procuramos? Então, se procuramos um dia as ENS e elas nos pareceram ser aquilo que desejávamos para um maior aperfeiçoamento espiritual, pelas várias normas que apresentam, que papel representamos nós perante nós mesmos, nossos irmãos e a própria Igreja? Este mês, teremos nova reumao com os Casais de Ligação, mas - antes dar-nos-emos ao simples trabalho de ler todos os estudos de nossos casais sobre os Temas Mensais apresentados; queremos observar, de perto, se estamos ou não com a razão. Se estivermos errados, estejam certos de que somos suficientemente humildes para, no próximo mês, voltar aqui e dizê-lo; mas, se estivermos com a razão, estejam certos também de que alguma atitude vai ser tomada. Temos contas a prestar, não? Queiram-nos sempre bem, que é o que mais desejamos. De nossa parte, se não o quiséssemos a vocês, não estaríamos aqui todos os meses a messar-lhes a paciência. Um abraço amigo dos irmãos:

SAO JOSÉ DOS CAMPOS -

Linda e Albino."

Volta o Boletim

Depois de alguns meses de recesso, o "Noticens" vo-ltou. Transcrevemos o seu Editorial:

Olha, gente: já que estamos começando vida nova, é lícito que tracemos rumos, planejemos etapas, visemos objetivos, en· fim, programemos nossos lemas de conduta, para que não nos tornemos em mais um periódico que se lê, mas do qual nada se aproveita por falta de substância, de conteúdo, etc. Um acróstico poderá servir de guia para nossos lemas: Noticiar Orientar Testemunhar Irmanar Crescer Em

Nosso Senhor -28-


Noticiar: foi com este espírito que nasceu o "Noticens". Noticiar aos equipistas joseenses os acontecimentos importantes de nosso Movimento e da Igreja, como datas e locais de retiros, missas, vigílias, encontros, mutirões, sendo um porta-voz excelente do Setor às equipes de São José e adjacências. Orientar, a respeito dos meios de aperfeiçoamento e da mística das equipes (auxílio-mútuo e a promessa da presença de Deus em nossas reuniões: Mt. 18, 19-20), tornando-os cada vez mais conscientes e valorizados. Testemunhar. É claro. É importante, todo mundo sabe, o grande valor do testemunho. Quantos milagres, quantas conversões já não foram obtidas por força do testemunho? O "Noticens" é o livro próprio, é o livro aberto para que os equipistas transcrevam o seu testemunho, que servirá enormemente ao nosso irmão de outra equipe. Irmanar. Querem lema ou missão mais bonita do que essa? Irmanar não só os equipistas de São José como do mundo inteiro. Isto é possível, pois muitos artigos do "Noticens" têm sido inseridos na Carta Mensal do Movimento, que procura ser internacional. Crescer. Evoluir para Deus. Façamos do "Noticens" mais um raio de luz no meio de tanta treva moral que existe neste século ateísta. Em Nosso Senhor. Em Deus. Que todos esses nossos objetivos tenham em mira os ensinamentos do Pai, as luzes e a graça do Espírito Santo, para que, com o valioso auxílio de Nossa Senhora, não nos percamos no deserto da ignorância religiosa. O SETOR

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Transmissão de cargo

Recebemos do Setor a seguinte comunicação: "Com a presença de trinta casais equipistas, inclusive o Regional, Maria Helena e Falcão transmitiram a responsabilidade do Setor de São José dos Campos ao casal Wilma e Amilton, da Equipe Nossa Senhora da Fraternidade, no último dia três de março. A cerimônia de posse teve lugar na Capela do Instituto São José, durante a Santa Missa especialmente celebrada pelo Conselheiro Espiritual do Setor, Pe. Luiz Bertolotti. Após a cerimônia religiosa, durante a qual Irene e Dionísio enalteceram o trabalho desenvolvido por Maria Helena e Falcão -· 29-


nesses últimos quatro anos à frente do Setor e entusiasmaram os recém-empossados com palavras de São Paulo, os presentes se reuniram no páteo do Instituto, para um fraterno bate-papo, acompanhado de bolo e salgadinhos. O novo Casal Responsável do Setor, ao final do festivo encontro, distribuiu uma circular em que agradecia a Deus por mais esse chamado ao seu serviço, e ao mesmo tempo pedia as orações de todos os equipistas joseenses pelo êxito dessa nova etapa de trabalhos em prol do Movimento, da Família e do povo de Deus." REGIA O SÃO PAULO/ A -

Carta do Regional

Maria Theresa e Carlos Heitor Seabra endereçaram, em dezembro, aos aproximadamente 350 casais pertencentes aos 4 Setores e às 2 Co-ordenações que compõem a Região, um relatório completo das atividades da mesma e um esboço dos planos para o ano de 1977. Transcrevemos a seguir a introdução e o trecho relativo à formação de novas equipes.

Prezados irm ãos equipistas Quis a Providênc ia Divina que fôssemos indicados, em junho passado, como novo Casal Regional das ENS da Região S. Paulo A. Aceitamos o chamado com humildade e com absoluta consciência do nosso despreparo e da nossa pouca vivência do Movimento, certos de que não poderemos contar com nossas próprias forças , mas que todos vocês estarão pedindo a intercessão da Virgem Maria para que o Espírito Santo esteja conosco. Contamos também com a colaboração de todos vocês para juntos exeTcermos a missão para a qual fomos chamados, carregando os fardos uns dos outros. Ao encerrar-se o ano de 1976, apresentamos para conhecimento de vocês um breve relato das principais ocorrências, na Região , no ano que se finda, bem como algumas idéias gerais para 1977. Vocês receberão futuramente dos Casais Responsáveis dos Setores e Coordenações aos quais se acham incorporados a programação para o ano próximo. No que se refere à Informação e formação de novas equipes, escrevem Maria Theresa e Carlos Heitor:

As EN S propõem-se a ser um "movimento de perseverança" - o que não nos peTmite um cTescimento desordenado e

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exagerado, sob o risco de um "inchamento", que dificultaria a assimilação pelos casais dos meios e métodos do Movimento. Não podemos incorrer numa "massificação", pois nos interessa muito mais a qualidade do que a quantidade. Por outro .lado, porém, devemos estar atentos a uma renovação nas equipes de base, a qual, se bem conduzida, poderá trazer benefícios a todo o Movimento. Deve-se levar também em conta que existe um grande número de casais, em nossa cidade, muitos deles egressos de movimentos "de impacto" e de cursos de preparação para o casamento, ansiosos e necessitados de uma ajuda efetiva para desenvolverem-se espiritualmente dentro da sua vocação matrimonial. Negar-lhes essa ajuda seria, no mínimo, um pecado contra a caridade e uma negação da função de evangelização a que todo o cristão é vocacionado. Nesse sentido, qual seja, o de informar casais sobre as ENS e de proporcionar o seu ingresso no Movimento, funciona na Região A uma "Equipe de Informação e Formação" cujo trabalho também inclui a "alocação" de um casal piloto aos novos grupos que se formam e o atendimento de solicitações de equipes já existentes, porém, com pequeno número de casais. Essa equ?pe, formada pelos casais Beatriz/Marcos Pereira Lima e Maria Inês/Regis Rodrigues, realizou, no 2.0 semestre de 1976, 10 Sessões de Informação, para 45 casais, dos quais 42 optaram pela experiência das ENS. Formaram-se assim 5 novas equipes, as quais se encontram em pilotagem por casais que frequentaram o curso para Casais Piloto e de Ligação. Seis dos casais informados ingressaram em equipes já existentes e estão sendo pilotados por seus irmãos de equipe, enquanto que outros seis foram destinados à Coor·denação de Santo André.

NOVOS RESPONSAVEIS Região Santa Catarina

Por terem entrado na ECIR, Edy e Adherbal passaram a responsabiJidade da Região para Eda e Aldo, ex-responsáveis pelo Setor A de Florianópolis. Tomamos a liberdade, ao mesmo tempo em que auguramos profícua gestão aos novos responsáveis pela Região, de fazermos nossas as palavras de Dirce e Rubens na sua carta de posse, quando dizem "não se esqueçam de que o nosso Movimento· precisa de comunicação, a fim de exercitar o auxílio mútuo." Ficaremos, também nós, à espera de notícias da Região!

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Coordenação Interior do Rio Grande do Sul

Substituindo Dulce e Hugo Zani, assumiram a responsabilidade dessa Coordenação Lúcia e Renato Job. Lembramos que a Região Rio Grande do Sul, cujos Responsáveis são Helma e Pauletti, abrange os 2 Setores de Porto Alegre, o Setor de Caxias do Sul e essa Coordenação, que por sua vez é constituída pelas equipes de Gravataí (2) , Tramandaí (1) e Glorinha (2). Setor D do Rio de Janeiro

Desmembrado do Setor B, foi criado mais um setor no Rio. Foram escolhidos para seu primeiro Casal Responsável Maria Aparecida e Silvério Lisboa. Setor de São José dos Campos

Depois de quatro anos à testa do Setor, Maria Helena e Falcão passaram a responsabilidade do Setor para Wilma e Amilton Monteiro. DEUS CHAMOU A SI

Recebemos agora do Setor de Itu a comunicação do falecimento, a 9 de maio de 1976, de Benedito Lázaro de Campos, da Equipe n. 0 2. "Há doze anos pertencia ao Movimento e formava, com Layde, um dos mais dedicados casais equipistas em nossa cidade. . . Seu caminho nesta vida estava sendo marcado por sofrimentos e agruras... Num ano, perdeu um irmão e um filho, ambos trágica e inesperadamente. Isto feriu fundo o seu coração e, também ele, nos deixou assim, sem nenhum aviso prévio, deixando um terrível vazio na sua equipe ... " NOTICIAS INTERNACIONAIS Novas equipes

Pela primeira vez a Carta Mensál Internacional publicou as novas equipes do Brasil. Fonte: nossa Carta Mensal. .. Outras: Bélgica: 13; Espanha: 21; França: 53; Suíça: 4.

Nota: Na Carta Internacional, saem os nomes das cidades e o núinero da equipe: não saiu "Brasil: 19", mas "Araraquara 1 e 2, Blumenau 1 e 2, Brasília 11 e 12, Brusque 10", etc. Nós é que costumamos somar porque não nos diriam nada os muitos nomes de cidades pequenas e nem teríamos espaço para isso - só na França, são mais de cinqüenta! -32-


ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

Col. 1, 21-23, 27b-29

Também a vós, outrora estranhos, senão contrários, por vossos pensamentos e más ações, reconciliou-vos agora pela morte do seu corpo de carne, para vos apresentar santos, irrepreensíveis e inatacáveis. Isto se perseverardes firmes e inabaláveis no fundamento da fé , sem vos desviar da esperança prometida pelo evangelho que ouvistes e que se prega em toda a criação, e do qual eu, Paulo, fui feito ministro. Cristo está em vós, esperança da glória. É ele que nós anunciamos ; e, insistindo com todos os homens e instruindo-os em toda a sabedoria, queremos conduzi-los todos à perfeição que se atinge em Cristo. E por isso trabalho e luto sob o impulso de sua força divina, que age poderosamente em mim. ORAÇÃO LITúRGICA

ó Deus de perfeição, que no Cristo nos reconcilias contigo e entre nós, dai-nos sermos, no lugar onde nos colocaste, emissários do Cristo, de' sua paz e de seu amor. Dai-nos sermos um para o outro, entre esposos, caminho para ti, na esperança da tua glória. Dai-nos sermos, para nossos filhos, portadores da tua Palavra, Tu, que és a fonte de toda a sabedoria. Dai-nos sermos verdadeiramente o próximo de todo aquele que cruzamos no caminho, e que tua força em nós o conduza a Ti. Amém.


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

R evisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria d as EQUIPES DE NOSSA SENHORA 04538 -

Avenida Horácio Lafer, 384 SAO PAULO, SP

-

Te!.: 210-1340

somente para distribuição interna -


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