ENS - Carta Mensal 1976-9 - Dezembro a Fevereiro

Page 1

N9 9

1976

Dezembro a Fevereiro _

Editorial : A ECIR conversa com vocês Audiência do Papa às E.N .S. . . . .. .... . .. ... . Sete lições do Presépio ..................... . Comentando o discurso do Papa ..... . ...... . A Família-Modelo ........ . ....... . .. . . ...... . Frascali - 1976 Um Bispo ... .. . . Assis .. . ...... . ..... ... .... .. .. . ............ . As Equipes norte-americanas Auxílio mútuo e acolhida fraterna . . . . . . .

26

Livros para su!s férias . . . . . . . . . . . . . . . . . .

27

A semana da Peregrinação em São Paulo

29

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sessão de formação em Florianópolis . . . . . . . . .

31 39

Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . . . .

40


Caros Equip:stas, Conselheiros Espirituais e Amigos das E.N.S.: Ao término de mais um ano, queremos nos congratular com todos, pedindo que o menino Jesus traga a seus lares a beleza do Natal de Belém, quando o céu brilhou de estrelas, a gruta se fe z sacrário e a mangedoura berço real. Que o mesmo espírito de AMOR daquela simples e sagrada Família oriente a todos de boa vontade neste Novo Ano de 1977.

A EQUIPE DA CARTA MENSAL


EDITORIAL

A ECIR CONVERSA COM

VOC~S

"Formulamos votos para que esta peregrinação a Roma e a Assis vos ajude a implantar em todos os países os valores essenciais do matrimônio e a suscitar famílias que deles vivam." Quisemos que esta nossa conversa com vocês, logo após a nossa participação no grande Encontro das Equipes de Nossa Senhora em Roma, fosse iniciada com a exortação final que nos dirigiu Paulo VI, na manhã de 22 de setembro. Logo após o discurso de S. Santidade, vivemos momentos de grande emoção e que por certo marcarão indelevelmente nossas vidas quando, juntamente com três outros casais, fomos apresentados ao Papa. Ao ser informado que éramos do Brasil, Paulo VI abriu os braços de fc-rma colhedora e exclamou: "Ah! o Brasil, esta grande nação!" Sim, caros amigos, a nós equipistas brasileiros cabe uma parcela ponderável dessa responsabilidade de ajudar a implantar os valores essenciais da família, pois hoje somos o 3. 0 país no mundo em número de equipes, suplantados só pela França e pela Espanha. Registramos o maior índice de crescimento nestes últimos cinco anos. Cabe-nos, portanto, assimilar o pedido do Papa e, confiados na ação do Espírito Santo, viver intensamente as grandezas do Sacramento do Matrimônio. Como realizar nossa missão, iremos descobrindo aos poucos. A grande orientação, o pano de fundo sobre o qual desenrolar-se-á a nossa caminhada, foi-nos dada em Assis. Inspirados na vida de São Francisco, os casais das Equipes de Nossa Senhora são convidados a tomar consciência de que: -1-


-

são enviados do Pai, para proclamar o reino de Deus; nada devem levar pelo caminho - vale dizer, desapego dos bens materiais, do conforto, da segurança;

-

o Espírito Santo é que falará neles.

Dentro destas linhas gerais, anunciadas em Roma e retomadas no encontro que tivemos em Frascati, é que caminharão as Equipes de Nossa Senhora. Saimos de Roma absolutamente convencidos de que o nosso Movimento, "escola de espiritualidade para os casais" , como nos disse Paulo VI, deve crescer em profundidade, buscando os seus membros, na escuta da Palavra, na oração a Deus, no dever de sentar-se, na regra de vida, os meios para crescerem na fé. Cada um de nós deve recolher-se e, no mais íntimo de seu ser, repetir a indagação de São Paulo: "Senhor, que quereis que eu faça?"

Dirce e Rubens de Moraes

Continuai a ser o que ser vos propusestes desde o primeiro dia, mantendo a vossa vocação de verdadeira escola de espiritualidade para os casais, profundamente fiéis, em todos os campos, ao Magistério da Igreja.

PAULO VI às Equipes de Nossa Senhora

-2-


AUDIÊNCIA DO PAPA ÀS EQUIPES DE NOSSA SENHO~A

Na manhã de quarta-feira, 22 de setembro, o Santo Padre recebeu em audiência especial, na Basilica de São Pedro, os participantes no Encontro Internacional das "Equipes de Nossa Senhora": no conjunto, 3. 000 pessoas, provenientes de vários países. Dirigiu-lhes o Santo Padre as seguintes palavras:

A vossa presença, queridos Filhos e Filhas, casais e conselheiros das Equipes de Nossa Senhora, proporciona uma alegria profunda àquele que na grande família eclesial exerce a missão de Pai. Alegria, ao vermos, para além de cada casal, delinearem-se os rostos dos respectivos filhos e netos, e assim Nos sentirmos rodeado não só de casais mas de famílias inteiras. Alegria em Nos dirigirmos, por vosso intermédio, aos milhares de casais das Equipes de Nossa Senhora que de algum modo vós representais. Alegria, enfim, por sabermos que, mediante as vossas pessoas, a Nossa voz se dirige a todos os cristãos chamados a realizarem no matrimônio e na vida de família uma autêntica vocação humana e cristã. Esta alegria é maior ainda pelo fato de o vosso encontro internacional ter lugar em Roma, onde se pode como que tocar com a mão a benfazeja graça que é a descoberta sempre renovada da universalidade da Igreja. Conservais bem impressas no espírito as palavras fundamentais que vos dirigimos por ocasião da vossa última visita e que vós meditastes como sendo uma carta da espiritualidade conjugal (1 ). Não vamos repeti-las esta manhã. Mas, hoje, em que a evolução da sociedade vem pondo em questão até mesmo o campo da moral, desejamos somente acrescentar-lhes algumas breves reflexões para fortalecer as vossas convicções perante as questões levantadas nestes últimos tempos a propósito da família, para fortalecer a vossa fé e consolidar a vossa esperança no

-3-


sacramento do matrimônio, que é o vosso, a fim de que o vivais em maior plenitude "entre as tribulações do mundo e as consolações de Deus" (2) .

Dirce e Rubens com o Santo Padre

Ao evocarmos o magnífico e comprometedor título de "Igreja doméstica", Nós, há alguns meses, lembramos às famílias cristãs o potencial evangelizador que existe nelas (3 ). Convidamo-las a pensarem em que a força da Boa Nova de Jesus Cristo, anúncio da S alvação, pregação da lei do amor e das exigências evangélicas, chamamento a entrar na comunidade dos crentes, está presente no interior de cada família cristã, na corrente de afeto, de confiança e de intimidade que une os seus membros. Mas acrescentávamos, esta força deve igualmente irradiar-se das famílias cristãs para outras famílias. Já abordamos este tema ao dirigirmo-Nos à Comissão para a Família por ocasião da sua última Assembléia ( 4 ), e mais recentemente ainda, sublinhamos que, para construir a Igreja universal e as Igrejas locais, é necessário começar pela humilde e indispensável construção da Igreja doméstica ( 5 ). Permiti que vo-lo recordemos aqui: o matrimônio é sem dúvida um estado de vida escolhido voluntariamente, no qual

-4-


se procura o bem-estar, a felicidade do casal e dos filhos, que se vive - sobretudo quando se é cristão - à luz da fé e confiando na graça de Deus. Mas é igualmente um testemunho que se dá e uma missão que se cumpre. E, por estas últimas dimensões, a instituição familiar está voltada para o exterior, para os outros, é feita para o bem alheio. Por conseguinte, a família, enquanto tal, deve procurar ter um valor evangelizador e missionário. Ela realiza esta missão, esforçando-se por dar um testemunho real de vida cristã e por se tornar, assim, cada vez mais, um apelo a acolher a Boa Nova do Evangelho. O fato de o vosso Movimento ser oficialmente reconhecido pela Santa Sé como Organização Internacional Católica, poderá manifestar e consagrar a vossa vontade de participardes cada vez mais em toda a vida da Igreja, e Nós Nos congratulamos com isso. Muitos lares vos ficarão gratos pela ajuda que assim lhes haveis de dar. Efetivamente, hoje, a maior parte dos casais têm necessidade de ser ajudados. Sentem-se assaltados primeiro pela desconfiança e pela dúvida, depois pelo medo e pelo desânimo, e finalmente pela tentação do abandono dos valores mais nobres do matrimônio. Muitas vezes encontram-se neste estado porque aqueles que deveriam ser mestres puseram em dúvida estes valores, truncaram-lhes as dimensões teologais, e consideraram utópicas, ultrapassadas, inacessíveis e inúteis as exigências mais fundamentais do matrimônio e da família. É necessário, pois, reafirmar incessantemente estes valores e estas exigências mediante o testemunho dos casais cristãos, e também - é uma necessidade do nosso tempo - mediante a palavra clara e corajosa dos pastores e dos mestres, numa adesão inquebrantável ao Magistério da Igreja. O matrimônio - não cessamos de o lembrar - é uma comunhão fundada no amor e tornada estável e definitiva por uma aliança e um compromisso irrevogáveis. O verdadeiro amor é, pois, o elemento mais importante desta comunhão: o amor que é doação, renúncia, superação. Mas esta comunhão, uma vez sigilada, deixa de estar à mercê dos altos e baixos de um querer humano, subjetivo, mutável e instável. Ultrapassa as alternações da paixão e da arbitrariedade dos cônjuges. Por isso é que o matrimônio não pode ser entregue às vicissitudes do sent;mento que, por muito nobre que seja, está sujeito a variações, a enfraquecimento, a desvios e a declínio. Queremos reafirmar ainda esta doutrina tradicional já recordada pela Constituição Pastoral Gaudium et Spes ( 6 ) contra a falaciosa argumentação segundo a qual o matrimônio termina quando o amor - mas qual amor? - se extingue (7).

-5-


Para os cristãos, este compromisso é tomado perante Deus e perante a Igreja. A relação interpessoal dos esposos torna-se um sacramento: é garantida por uma presença ativa e determinante do próprio Cristo. Eis o que confere esplendor ao matrimônio cristão ; eis o que dá a certeza de que as exigências do amor conjugal podem ser assumidas sem temor pelos esposos, mesmo pelos seres fracos e pecadores que eles continuam a ser. A página do Evangelho de São João em que se lê, a propósito das Bodas de Caná, que o próprio Jesus estava presente ( 8 ), deve ter um significado literal na vida dos casais cristãos. Ele deve ser o convidado de todas as horas, capaz de transformar a água da rotina e do desleixo - sempre de temer -, no vinho de um amor sempre rejuvenescido, de um ideal renovado, de uma força recobrada para vencer os obstáculos. O amor de Deus radicar-se-á tanto mais nas vossas vidas quanto mais vos ajudardes reciprocamente a vos abrirdes a Ele. Compreendida assim, esta comunhão interpessoal, amplificada pelo nascimento dos filhos, é um sinal do amor e da bondade de Deus. Cada casal cristão e cada lar de cristãos proclama, já com a sua simples existência, que Deus é amor e quer o bem da humanidade. É certo que a cruz não se encontra ausente desta comunhão, do mesmo modo que o não está de manifestação alguma de amor. Seria, pois, vão e perigoso querer um casamento que não trouxesse em si o sinal da cruz, quer em sofrimentos físicos, quer em provas morais ou espirituais. Eis, porém, que vós dais testemunho de que a graça, a força e a fidelidade de Deus dão força necessária para levar a cruz. O sacramento é fonte permanente de graça que acompanha todos os esposos ao longo de toda a sua vida. Aliás, esta é a fidelidade de Deus sobre a qual insistem São Paulo (9 ) e São João (1°). Foi ela que suscitou o querer: ela fará com que se chegue à execução (11 ). Ela inspira, estimula e ao mesmo tempo torna possível a fidelidade no matrimônio. Fidelidade generosa e magnânima de um cônjuge ao outro, e de ambos à sua missão comum e ao ideal que não realizarão senão juntos e lado a lado, como o matrimônio os encontrou; fidelidade aos seus filhos; fidelidade à sociedade em que vivem e que aceitam servir bem. Então é possível, diga-se o que se disser em nossos dias, manter e expandir esta fidelidade até ao termo, até ao fim. As vossas Equipes nasceram numa hora crítica da história, quando uma guerra horrível acabava de acumular tantas ruínas, as mais graves das quais foram morais e espirituais. O vosso

-6-


Movimento contribuiu para manter e aprofundar o ideal da família cristã. Continuai a ser o que vos propusestes desde o primeiro dia, mantendo a vossa vocação de verdadeira escola de espiritualidade para os casais profundamente fiéis em todos os campos - doutrinai, litúrgico e moral - ao Magistério da Igreja. Aos sacerdotes Conselheiros das Equipes, "rogo eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que se há-de manifestar" (1 2 ): não hesiteis em dar o melhor da vossa competência, das vossas forças e do vosso zelo pastoral a este privilegiado campo apostólico. Nele encontrareis uma porção da Igreja de que vós sois pastores. Não cedais à tentação de crer que o vosso trabalho pastoral se limita a um pequeno grupo de cristãos. A vossa ação multiplicar-se-á mediante a irradiação de tantos lares. Vós os ajudais a profundar a sua vida cristã: que a vossa se aprofunde em igual medida." Formulamos votos para que esta peregrinação a Roma e a Assis vos ajude a implantar em todos os países os valores essenciais do matrimônio e a suscitar famílias que deles vivam. Nesta esperança, queridos Filhos e queridas Filhas, prometemo-vos a Nossa oração e damo-vos uma paternal Bênção Apostólica.

(1)

Cfr. AAS. LXII (1970) 428-437; "L'Osservatore Romano", edição portuguesa, 10 de maio de 1970, pp. 5-8.

(2)

Santo Agostinho, De civitate Dei, XVIII, 51, 2: PL 41.614, citado na Lumen Gentium, 8.

(3)

Cfr. Exortação Apostólica Evangelü Nuntiandi, 71; "L'Osservatore Romano", ed. portuguesa, 21 de dezembro de 1975, pp. 6-15.

(4)

Cfr. AAS. LXVI (1974) 232-234; "L'Osservatore Romano", ed. portuguesa, 17 de março de 1974, pp. 5 e 9.

(5)

Cfr. "L'Osservatore Romano", ed. portuguesa, 15 de agosto de 1976, p. 8.

(6)

Gaudium et Spes, 48.

(7)

Cfr. Discurso à Sagrada Rota Romana, em "L'Osservatore Romano", ed. portuguesa, 15 de fevereiro de 1976, pp . 1 e 3.

(8)

Cfr. Jo . 2,2.

(9)

Cfr. I Cor. 1,9; 2 Tim. 2,13.

(10)

I Jo. 1, 9; Apoc. 1, 5; 3, 14.

(11)

Flp. 2, 13.

(12)

1 Ped. 5, 1.

-7-


SETE LIÇõES DO

PRES~PIO

Deus todo-poderoso, nascendo num estábulo, vem revolucionar todos os nossos conceitos, mostrando-nos que, daí por diante, tudo é possível. Uma nova era começa, em que a hierarquia dos valores está total e definitivamente mudada. Para os olhos que sabem ver além das aparências, para os corações que crêem. - Os pequenos é que são os grandes; os humildes, os poderosos; os últimos, os primeiros. O Criador de todas as coisas, o Senhor da vida e da morte vem ao mundo. E quem testemunha esse nascimento? Os príncipes de Israel, os sacerdotes, os doutores da Lei? Nada disso: apenas uns humildes pastores. O Rei dos reis nasce como um pobre, como vai viver no meio dos pobres e manifestar claramente a sua predileção pelos mais desfavorecidos da sorte. Se quisermos viver com Ele, é preciso pois primeiro que nos despojemos e nos tornemos pobres, pelo menos em espírito, como sugere a primeira das bemaventuranças. - Os magos vieram de muito longe. E havia israelitas em quantidade aí por perto. Mas a estrela foi enviada a estrangeiros. A eles é que foi dado contemplar o Filho de David ... Isto para significar que o Cristo não veio para meia dúzia de privilegiados, mas para todos os homens, sem distinção de cor, de sexo, de credo, de cultura, de condição social. E que não são forçosamente os que acreditam fazer parte do seu povo que serão chamados a contemplá-lo na sua glória ... - O acontecimento mais importante da história da humanidade é um acontecimento escondido. . . Deus, onipotente e infinito, torna-se homem, vem ao mundo para nos falar, para nos salvar - e ninguém fica sabendo, a não ser um punhado de pessoas em quem, mesmo que forem contar, ninguém irá acreditar. É no íntimo dos corações que se faz a história da salvação... A fé é uma aventura interior, a vida com Deus é uma vida escondida no silêncio da alma.

-8-


- Nasce criança. Poderia ter escolhido aparecer na terra homem feito. Mas escolheu nascer como qualquer um de nós, como vai morrer como qualquer um de nós. Podia ter permanecido escondido até a hora de sair para sua pregação. Ao invés, quis ser adorado ao nascer, criancinha indefesa. Por que seria? Criança: símbolo da inocência e da dependência ... Modelo para nós: "Se não vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus". Urge que nos tornemos crianças se quisermos ser admitidos a participar do Mistério. - O quadro bucólico que fizeram do Presépio nada tinha de bucólico: era o frio da noite, a falta de tudo, o abandono na hora da dificuldade, as portas fechadas, a frieza dos corações. Antes mesmo de nascer, Cristo já é um sinal de contradição. Os companheiros desse nascimento solitário são poucos - como serão poucos os do Calvário. Cuidado quando alguém desamparado bater à nossa porta: pode ser Ele de novo ... - O Senhor de todas as coisas nasce num estábulo - como também Ele, o Justo, vai morrer numa cruz entre ladrões. As aparências enganam. Não julguemos nossos irmãos. Por detrás de uma aparência humilde, ou mesmo de uma figura que nos causa repulsa, pode haver o próprio Deus. - Não é preciso nada de extraordinário para acolher o Cristo. Ele se contenta com um pouco de palha no chão frio. Um pouco de boa vontade na aridez do nosso coração é o suficiente para que Ele venha fazer em nós a sua morada. E como a fria gruta de Belém era iluminada pela presença do Menino-Deus, a pobreza do nosso interior, habitada por Ele, transformar-se-á num foco de amor a aquecer os nossos irmãos. O Presépio certamente tem ainda muita coisa a nos ensinar. Certamente tem alguma mensagem especial para cada um de nós. É preciso contemplar, no silêncio, para ouvir. Ao assumir a nossa condição humana, Deus evidentemente quer desinstalar-nos. Se acolhermos as lições do Presépio, faremos uma opção que nos levará muito longe; nos levará, com Ele, até o Calvário - para, com Ele, salvar os nossos irmãos.

-9-


COMENTANDO O DISCURSO DO PAPA

Esteve integrando a delegação brasileira que participou da Peregrinação Internacional das Equipes de Nossa Senhora a Roma o Pe. Antonio Aquino, s.j., Conselheiro Espiritual da E. C. I. R. Aqui, destaca ele, para a nossa reflexão, vários trechos do discurso de Paulo VI.

Depois dos cumprimentos iniciais, mostrando a sua alegria por estar no meio de casais que representavam de algum modo milhares de lares das Equipes de Nossa Senhora, Paulo VI aborda logo de início o conteúdo propriamente dito de sua mensagem. Reportando-se à Peregrinação das Equipes de maio de 1970, acentua a importância das palavras que então proferiu e que considera fundamentais, constituindo como que a Carta da Espiritualidade Conjugal.Não vai repetir aquelas considerações, mas quer acrescentar alguns dados novos, tendo em vista a evolução da sociedade nestes 6 anos, o que coloca novamente em questão vários problemas que, de uma forma ou outra, atingem o casamento. Falando então da "Igreja Doméstica", refere-se ao seu potencial evangelizador: "Nós, há alguns meses, lembramos às famílias cristãs o potencial evangelizador que existe nelas ... Mas, acrescentávamos, esta força deve igualmente irradiar-se das famílias cristãs para outras famílias . . . e, mais recentemente ainda, sublinhávamos que, para construir a Igreja universal e as Igrejas locais, é necessário começar pela humilde e indispensável construção da Igreja doméstica."

A este potencial evangelizador já se referira, diz ele, no número 71 da Exortação Apostólica "A Evangelização no Mundo Contemporâneo". Mas o ponto focal deste discurso está contido no seguinte trecho: ~-

10-


"0 matrimônio é sem dúvida um estado de vida escolhido voluntariamente, no qual se procura o bem-estar, a felicidade do casal e dos filhos, que se vive - sobretudo quando se é cristã~ - à luz da fé e confiando na graça de Deus. "

Isto é ponto pacífico. Mas Paulo VI acrescenta: "Mas é igualmente um testemunho que se dá e uma missão que se cumpre."

Portanto, ele já não olha o casamento voltado para dentro de si mesmo, a Igreja doméstica em si mesma, mas sim o casal que, com o casamento, torna-se um testemunho e recebe uma missão. É sobre isso que ele vai falar um pouco mais. Não é muita coisa, mas é um pensamento que quer enfatizar. É agora mais na linha da "Evangelização no Mundo Contemporâneo" que Paulo VI se coloca: "E por estas últimas dimensões, a instituição familiar está voltada para o exterior, para os outros, é feita para o bem alheio. "

Assim, o casamento já não pode ser considerado só para o bem do casal e dos filhos, mas deve projetar-se para os outros: "Por conseguinte, a família, enquanto tal, deve procurar ter um valor evangelizador e missionário. Ela realiza esta missão, esforçando-se por dar um testemunho real de vida cristã e por se tomar, assim, cada vez mais, um apelo a acolher a Boa Nova do Evangelho."

A "vontade de participar cada vez mais em toda a vida da Igreja", diz o Papa, fará com que: "Inúmeros casais vos ficarão gratos pela ajuda que assim lhes haveis de dar ."

E acrescenta, como que para reforçar o seu pensamento: "Efetivamente, hoje, a maior parte dos casais tem necessidade de ser ajudados . "

É uma constatação de fato. Acho extremamente importante que o Papa diga isto. E mais: "Sentem-se assaltados primeiro pela desconfiança e pela dúvida, depois pelo medo e pelo desânimo e, finalmente, pela tentação do abandono dos valores mais nobres do matrimônio . Muitas vezes encontram-se neste estado porque aqueles que deveriam ser mestres puseram em dúvida estes valores, truncando-lhes as dimensões teologais, e consideraram utópicas, ultrapassadas, inacessíveis e inúteis as exigências mais fundamentais do matrimônio e da família." É sabido que, para muitos, hoje, o casamento não é considerado um sacramento - é um ato humano que se realiza no

-11-


Cartório e nada mais. Há uma certa tendência neste sentido. O ambiente apontado pelo Papa é um pouco o que a gente respira, o que a gente vive. Os valores do casamento são considerados utópicos, inacessíveis, inúteis, ultrapassados e é claro que, nestas condições, muita coisa acontece. E a gente não pode considerar e julgar tais acontecimentos com os mesmos critérios e o mesmo rigor com que eram encarados há 20, 30 ou 40 anos. Porque as idéias vão entrando, penetrando violentamente nas consciências, em primeiro lugar nas universidades, depois, através dos filmes, dos romances, das novelas, das modas, e, em último lugar, em termos reais, através do dia a dia da vida, dos costumes. Existe isso no plano do pensamento e no plano da ação: ''É necessano, pois, reafirmar incessantemente estes valores c estas exigências, mediante o testemunho dos ca~ais cristãos e também - é uma necessidade de nosso tempo - mediante a palavra clara e corajosa dos pastores e dos mestres, numa adesão inquebrantável ao Magistério da Igreja."

E o Santo Padre acrescenta: "0 matrimônio - não cessamos de o lembrar - é uma comunhão fundada no amor e tornada estável e definitiva por uma aliança e um compromisso irrevogáveis. O verdadeiro amor é, pois, o elemento mais importante desta comunhão: o amor é doação, renúncia, superação. Mas esta comunhão, uma vez firmada, deixa de estar à mercê dos altos e baixos de um querer humano ~ubjetivo, mutável, instável. Ultrapassa as alternâncias da paixão e da arbitrariedade dos cônjuges. Por isso é que o matrimônio não pode ser entregue às vicissitudes do sentimento que, por muito nobre que seja, está sujeito a variações, a enfraquecimento, a desvios e a declínio. "

E, logo adiante: "Para os cristãos, este compromisso é tomado perante Deus e perante a Igreja. A relação interpessoal dos esposos toma-se um sacramento: é garantida por uma presença ativa e determinante do próprio Cristo . "

E aqui o Papa, numa mensagem, numa recordação muito íntima, diz que quando São João se refere às bodas de Caná (Jo, 2, 2), tem a seguinte frase: "E Jesus ele mesmo estava lá." E o Papa diz: "A página do Evangelbo de São João em que é dito que "o próprio Jesus estava presente", deve ter um significado literal na vida dos casais cristãos."

Sempre ouvimos referências às bodas de Caná no seu significado histórico. O Papa, numa interpretação mais vivencial, -12-


diz que o acontecimento deve ter um significado literal na vida dos casais cristãos: "Ele deve ser o convidado de todas as horas, capaz de transformar a água da rotina e do desleixo - sempre de se temer - , no vinho de um amor sempre rejuvenescido, de um ideal renovado, de uma força recobrada para vencer os obstáculos. O amor de Deus radicar-se-á tanto mais nas vossas vidas quanto mais vos ajudardes reciprocamente a vos abrirdes a Ele."

Agora, há um outro aspecto que é característico da mensagem, do conteúdo fundamental do evangelho do casal: é o amor. Um padre, na sua pregação, prega sobre todos os temas. Claro que o amor é fundamental, porque Nosso Senhor disse que através da caridade é que seriam reconhecidos os seus discípulos. Mas a característica do evangelho do lar é a pregação do amor, do amor de Deus: "Cada casal cristão e cada lar de cristãos proclama, já com sua simples existência, que Deus é amor e quer o bem da humanidade."

É um conteúdo vivencial. Acho que isso deve ser tomado como um lema de vida. Está muito bem que os casais façam catequese, está muito bem que os casais façam apostolado, está muito bem que se engagem em mil coisas nas paróquias, nas dioceses, nas associações, mas o conteúdo original de sua mensagem como casal e como lar é o seguinte: Por sua própria existência e vida, proclamam que Deus é amor e que Deus quer o bem da humanidade. Claro que este tipo de catequese é mais natural para o casal e a família, mas é muito mais difícil. :E: fácil ensinar uma Ave-Ma7'ia ou um Pai-Nosso, mas passar esta mensagem é mais difícil. É como se diz: se os filhos não aprendem com os pais o que é o amor, não vão aprender nunca mais. Sem o exemplo dos pais é muito difícil aprender o amor como tal e o amor conjugal. É por isso que se diz que a preparação para o casamento começa no dia em que nasceram. Com a mensagem que receberam dos pais é que vão se preparando para o casamento, para este tipo de amor.

Depois, Sua Santidade, fala um pouco da cruz, do sofrimento: "1: certo que a cruz não se encontra ausente desta comunhão, do mesmo modo que o não está de manifestação alguma de amor. Seria, pois, vão e perigoso querer um casamento que não trouxesse em si o sinal da cruz, quer em sofrimentos físicos, quer em provas morais ou espirituais. Eis, porém, que vós dais testemunho de que a graça, a força e a fidelidade de Deus dão força necessária para levar a cruz . O sacramento é fonte permanente de graças que acompanham todos os esposos ao longo de toda a sua vida. "

-13-


Em seguida, fala do testemunho da fidelidade de Deus, que Deus é fiel no seu amor; e desenvolve esta idéia dizendo: "Ela (a fidelidade de Deus) inspira, estimula e ao mesmo tempo torna possível a fidelidade no matrimônio. Fidelidade generosa e magnânima de um cônjuge ao outro, e de ambos à missão comum e ao ideal que não realizarão senão juntos e lado a lado, como o matrimônio os encontrou; fidelidade aos seus filhos; fidelidade à sociedade em que vivem e que aceitam servir bem Então é possível, diga-se o que se disser em nossos dias, manter e expandir esta fidelidade até ao termo, até ao fim . "

Agora, o Papa tem uma recordação histórica e diz: "As vossas Equipes nasceram numa hora crítica da história, quando uma guerra horrível acabava de acumular tantas ruinas, as mais graves das quais foram morais e espirituais . O vosso Movimento contribuiu para manter e aprofundar o ideal da família cristã. Continuai a ser o que ser vos' propusestes desde o primeiro dia, mantendo a vossa vocação de verdadeira escola de espiritualidade para os lares, profundamente fiéis em todos os campos - doutrinai, litúrgico, moral - ao Magistério da Igreja."

Reputo muito importantes as últimas palavras do Papa, não diretamente dirigidas aos equipistas, mas sobretudo aos Conselheiros Espirituais, porquanto trata-se de uma palavra extremamente autorizada: "Aos sacerdotes, assistentes das equipes. .. não hesiteis em dar o melhor de vossa competência, das vossas forças e do vosso zelo pastoral a este privilegiado campo apostólico . "

E agora, vem a palavra fundamental aos Assistentes: "Não cedais à tentação de crer que o vosso trabalho pastoral se limita a um pequeno grupo de cristãos. A vossa ação multiplicar-se-á mediante a irradiação de tantos lares. Vós os ajudais a aprofundar a sua vida cristã: que a vossa se aprofunde em igual medida. " É um parágrafo tão curto, mas que responde a uma dificuldade muito séria, que se ouve milhões de vezes. Estou ouvindo isto há 15 anos: "Mas você, não digo perder, mas gastar tanto tempo com 10 pessoas, com 12. . . quando tem esta imensa população aí, sequiosa da Palavra de Deus, dos sacramentos, etc.". Então o Papa chama a atenção sobre isto: Que é válido, que tem um efeito multiplicador. Que o bem que se faz irradia. E, finalmente, ele chama a atenção para um aspecto : que a vida sacerdotal se aprofunde em igual maneira nesse contato. Já tive ocasião de falar no bem espiritual que as equipes fazem ao sacerdote. Principalmente quando ele está envolvido em outro tipo de trabalho que às vezes o afasta do ministério ou da Palavra

-14-


de Deus. Então, as equipes ajudam também o sacerdote a manter o espírito sacerdotal, missionário, apostólico. -oOoNestas considerações, quis notar, principalmente, que esse discurso do Papa está enfocado das equipes para fora, na evangelização, no conteúdo da mensagem que é o amor e a fidelidade de Deus. E, para os Conselheiros Espirituais, é uma tomada de posição muito clara, que modifica uma imagem quantitativa do apostolado. Pensa-se estar fazendo grandes coisas falando a mil, duas mil, três mil pessoas e não se atinge ninguém ou só se atinge superficialmente. Se esses mil ou dois mil que estão na igreja ou numa reunião não tiverem uma vivência espiritual forte, através dos grupos, através de mil fo.rmas de espiritualidade, ou de grupos de jovens, ou de oração, ou encontros não atingimos ninguém e pouco a pouco as pessoas se vão. Uma das impressões mais fortes que eu tive em Roma fazia 7 anos que eu não ia lá - foi perceber que a Igreja vai pouco a pouco e cada dia mais deixando de enfatizar o aspecto organização, instituição, para enfatizar o aspecto comunidade. A Igreja é essencialmente a comunidade cristã e, nesse ponto, e relativamente ao seu tamanho, é muito grande a contribuição das Equipes de Nossa Senhora, para o que eu poderia chamar a "comunitarização" da Igreja. Como complemento de tudo isso, acho que a mensagem do Papa tem muito valor, também no sentido de nos fazer repensar, dentro do estudo deste ano, a Evangelização por parte das Equipes. Pe. Antonio Aquino, s.j .

• Após três dias de peregrinação, fomos levados, num crescendo, à mais emocionante e profunda das cerimônias: a presença viva do Santo Padre, o Papa Paulo VI, na Basilica de São Pedro, dirigindo-se a mais de 3.000 casais das Equipes de Nossa Senhora, vindos da França, Bélgica, Itália, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Polônia, índia, Líbano, Brasil, Austrália e outros. Recolhidos e em silêncio, aguardávamos a chegada de Sua Santidade. A sua entrada, o coro cantou: "O ui, je me lêverai et j'irai vers mon Pêre" e a basilica inteira acompanhou. A sua presença física, tão frágil e que nos pareceu tão delicada, nos transmitiu, ao contrário, força e vigor. Após as palavras que nos dirigiu, sentimo-nos revigorados, incentivados ao trabalho apostólico, ao trabalho no Movimento, na Igreja, na familia, dentro de nossa Equipe. Enfatizou a nossa responsabilidade de casaís cristãos na construção do mundo de hoje. Esta foi, como já dissemos, a cerimônia que, dentre todas, mais nos marcou, e o que recebemos de Fé Viva nessa hora jamais esqueceremos. Lúcia e Nylson

-15-


A FAMíLIA-MODELO

No Templo de Jerusalém aquela cena talvez fosse até corriqueira, repetida todos os dias. Jovens mães, acompanhadas de seus esposos, trazendo o filho primogênito para ser consagrado ao Senhor, segundo a Lei judáica. Mesmo o sacerdote que celebrou o ritual da consagração daquele menino cumpriu o prescrito e nada percebeu de diferente: era um menino igual a tantos outros que ele já consagrara ao Senhor. Mas lá estava um velho - Simeão - a quem a vida ensinara a olhar além das aparências. Lá estava também uma piedosa senhora - Ana - servindo a Deus no Templo desde que ficara viúva, há muitos anos. Simeão tomou aq1:1ele menino nos braços e elevou um canto de louvor a Deus: "Deixa teu servo ir em paz: meus olhos já contemplaram a tua salvação, luz para iluminar as nações". Depois, disse a Maria, a mãe do menino: "Este menino será motivo de contradição; e tu mesma sofrerás muito, por causa dele". Ana também estava ali, vendo e ouvindo o que Simeão dizia. E ela transformou-se, de então em diante, na grande anunciadera da presença do Salvador, para todos que chegavam ao Templo. Cumpridas as formalidades legais em Jerusalém, Maria e José voltaram a N azar é, sua cidade. "E o menino - diz o Evangelho - crescia e se fortificava, cheio de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele". O menino crescia. . . Toda criança que nasce e tem a felicidade de ser recebida no amor pela mãe, assumida na responsabilidade pelo pai, sentindo o calor da família, tem o ambiente natural propício para crescer para dentro da vida, como ser humano e como filho de Deus. Quando um esposo e pai aprende a olhar para além das aparências, ele sabe receber aquela criança - seu filho - como um

-16-


sinal de vida, a cantar um hino de louvor e gratidão a Deus, pelo milagre do qual, ele, pai, está participando. Quando uma esposa e mãe sabe ver com os olhos de amor aquela criança - seu filho - ela também se torna anunciadora da salvação que cada criança traz consigo. E este pai repete Simeão. E esta mãe repete Ana. E este casal repete José e Maria, preparando para seu filho um ambiente de Nazaré, uma família onde ele, seu filho, pode crescer, se fortificar, ser cada dia um pouco mais gente, um pouco mais filho de Deus. O menino crescia ... Apesar de tudo, a família continua sendo a grande escola da vida, a primeira escola do amor. Não essa "família-fantasma", reunida apenas em volta da mesa (às vezes nem isso) ou diante do televisor, esperando a novela das oito. A família-gente, onde cada um dos membros se sabe assumido pelos outros, onde Deus continua sendo uma realidade que faz olhar para além das aparências. Família onde os pais fazem do lar uma edição moderna da Sagrada Família de Nazaré! (De "A Cidade de Santos" de 28-12-75)

-17-


FRASCATI - 1976

Depois do Encontro de Roma, 42 casais, de 16 países diferentes, assistidos por 13 sacerdotes, com a presença da Equipe Responsável Internacional e contando com a dedicação de uma ótima Equipe de Serviço, se reuniram numa casa religiosa em Frascati, perto de Roma, para viverem cinco dias de intensa comunhão fraterna em torno de Cristo e aprender, num clima de oração, a melhor conhecer as realidades da vivência do Movimento em outros países. Pudemos também, em co-participação com os irmãos, perceber melhor os diferentes aspectos da vida da Grande Igreja em todas as partes do mundo, com suas dificuldades, suas alegrias, suas realizações. O Brasil estava representado pelo Pe. Aquino, o Frei Francisco Nunes (Estêvão para os íntimos), Dirce e Rubens, Betisa e João e eu. Logo na primeira oração da manhã, as duas idéias básicas de nossa vivência em Frascati foram colocadas diante de nós e abriram nosso espírito: - Os outros devem ser considerados mais valiosos do que nós; - Muitos cristãos vivem da Igreja, e não a fazem: devemos nos esforçar para sermos Igreja. Desde o início, fomos divididos em equipes. Na minha equipe, o Casal Responsável era da Ilha Maurício, havia um casal da Síria, um da França, eu, do Brasil, uma freira polonesa e o Conselheiro Espiritual era da Colômbia, sendo que a língua comum era o francês. Em equipe, tivemos a oportunidade de descobrir que, por mais variados que sejam os povos culturalmente, geograficamente ou politicamente, em todo lugar há quem viva pelo Cristo e com o Cristo. O Movimento é uma grande ajuda para todos. Há lugares onde ser cristão é saber que não se poderá ocupar cargos bem remunerados, que os filhos da gente não poderão entrar em

-18-


faculdade, é correr risco de perseguição e de pnsao. É contar com Deus acima dos homens, é perceber concretamente a força dos irmãos que rezam pela gente. Descobri em toda a sua plenitude o valor e a importância da oração das Equipes. Cada dia, por grupos lingüísticos, tivemos reuniões de coparticipação visando aprofundar determinados aspectos do Movimento. Nosso grupo era composto de portugueses, brasileiros, espanhóis e colombianos. Os temas foram a Partilha, o Dever de Sentar-se, a Co-participação e a Oração Conjugal. Quanto a esta última, algumas reflexões me enriqueceram particularmente. Existe uma distinção entre oração conjugal e oração familiar, sendo que a primeira é fruto de um sacramento. A oração conjugal cimenta a unidade do casal; enquanto o dever de sentar-se é um diálogo de corações sob o olhar de Deus, a oração conjugal é um diálogo com Deus sob o olhar do outro. As liturgias das Missas, assim como os cânticos, eram cada dia em uma língua - inglês, português, espanhol, francês. No último dia, além de ouvirmos (e até cantarmos) o "Magnificat" em árabe, o texto da Consagração, na Missa, foi cantado em aramaico (língua que o Cristo falava) , pelo Pe. Hechainné, da Síria. As palestras do Pe. Mortier, Conselheiro Espiritual do Setor de Nice, foram muito inspiradas, sempre baseadas na Palavra, criando um clima muito propício à interiorização e à intimidade com Deus. As mensagens por ele transmitidas eram de fácil adaptação à vida de cada um de nós, de uma maneira prática e profunda. Tivemos também umo conferência sobre a vida dos primeiros cristãos de Roma e, tendo visto O•S lugares mencionados, era gostoso e interessante ouvirmos falar sobre eles. Tudo isso num ambiente de muita alegria, cantos (animados, ensinados e até inventados pelo Abbé Kaelin), pique-nique, visita aos arredores (Frascati, Tivoli), brincadeiras, intercâmbios, chegando mesmo a não saber mais que língua se falava, que traje se vestia, de onde se vinha, porque a única certeza era a de estarmos caminhando todos junta.s numa só direção, com Cristo nosso ir mão. Hélene Nadas

-19-


UM

BISPO

Todo em letras maiúsculas. Um bispo jornalista. Um bispo professor. Um homem comunicador. Um escritor que se bate pelos direitos do homem. Um bispo que se afirma como homem de esperança. Um pastor que, cumpridos vinte e cinco anos de sacerdócio feliz e produtivo, pede ao Pastor dos Pastores o dom da fidelidade. Que mundo de propósitos encerra esta palavra: Fidelidade - que já é, em si mesma, um estupendo programa! Um homem que, chamado para servir - e isso é o sacerdócio - fez questão de receber suas duas ordenações, presbiterial e episcopal, na festa litúrgica de Nossa Senhora do Rosário, porque vê em Maria o melhor caminho para o Cristo Jesus. E, para nós, principalmente, um Bispo equipista (1), que se preocupa com a Família, hoje e amanhã. Essa família, até agora célula e base da sociedade, mas que já está sendo solapada por este mundo desorientado e delirante em que vivemos.

Este bispo é D. Amaury Castanho, sagrado, no dia 7 de outubro, por D. Antonio Maria Alves de Siqueira, Arcebispo metropolitano de Campinas - que, 25 anos atrás, o ordenara presbítero - sendo co-sagrantes D. Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo coadjutor de Campinas e D . José Melhado Campos, Bispo diocesano de Sorocaba, de quem foi nomeado Auxiliar. A equipe da Cartão Mensal, que se valeu, em mais de uma ocasião, dos solícitos préstimos do então Con. Amaury, quando Diretor do jornal "O São Paulo" e do Centro de Informações "Ecclesia", associa-se às homenagens prestadas ao novo bispo, augurando à Sua Excelência profícuo ministério junto ao seu rebanho em Sorocaba.

{1)

Foi Conselheiro Espiritual de Equipe em São Paulo {Equipes 13 e 39), em Valinhos e em Campinas.

-20-


ASSIS

Setecentos e cinqüenta anos depois da morte de São Francisco, seu espírito paira ainda sobre a cidade de Assis, cujo clima histórico, artístico e de intensa espiritualidade impressionou muitos dos que lá estiveram por ocasião da Peregrinação.

Assis, pátria de Santos e poetas, de cavaleiros e trovadores, de peregrinos e de cantores, possuindo uma fantasia evocadora de longa tradição.

Sobre um contraforte do Monte Subásio, todo banhado de sol, Assis se estende, indolentemente, diante da verde planície da Umbria. Em sua pujante fortaleza medieval, La Rocca, malgrado sua epopéia franciscana, nas lutas e no sangue, foi forjada a sua história. Antigo centro de civilização itálica, depois florescente município romano, pátria do poeta Properce, a fé cristã desta cidade nos conduz a São Rufino, seu primeiro bispo. Sua glória viria quando, ao fim do século XII, nasceriam São Francisco e Santa Clara. Surge então Assis como um dos grandes centros de peregrinação dos cristãos. Depois de uma juventude despreocupada e alegre, Francisco, o filho de um rico mercador de Assis, impressionado pelo Divino

-21-


aviso de Cristo, sofrerá um período de desorientação, tentará uma curta experiência militar, para depois abandonar definitivamente o luxuoso teto paterno e doar-se a uma vida toda de conformidade com o Evangelho. Vestido com o hábito rústico e modesto, cingido por uma corda e os pés nus, ele irá para o mundo pregar a pobreza, a paz, o amor às criaturas de Deus. É esta última imagem a que sentimos como presença viva na visita à encantadora Assis.

N assa emoção se rena·· va na visita à Basílica de São Francisco, na cripta aberta em 1918, depois da descoberta do corpo do Santo; na Catedral de São Rufino, diante da pia batismal onde São Francisco e Santa Clara foram batizados; na Basílica de Santa Maria Degli Angeli, grandiosa Basílica, erigida em 1569 para proteger a pequena igreja de La Portiuncula, centro do primeiro convento Franciscano, e a velha célula onde morreu o Poverello (capela do Transito); na Basílica de Santa Clara, erigida por Felipe de Campello em 1257, sobre o modelo da Igreja Superior de São Francisco, onde se encontram os restos mortais de Santa Clara e o crucifixo milagroso que falou a São Francisco. Todo este conjunto, de uma beleza arquitetônica sem igual, nos impressionou sobremaneira, não só pela beleza exterior, mas sim pelo que pudemos sentir como presença daqueles que nos precederam na fé e no amor ao Cristo. Esta impressão tornou-se mais viva ainda após a palestra do Cônego Caffarel que, com a sua proverbial simplicidade, exaltou-nos, como casais cristãos e equipistas, a unirmo-nos cada vez mais a um só Senhor e a tomarmos o exemplo de São Francisco: sermos pobres de bens materiais e ricos dos espirituais, auxiliarmos o nosso próximo, vermos nele aquele por quem Cristo se deu à morte. "Eu vivo e se vivo é porque Cristo vive em mim". Lucia e Nylson Machado de Oliveira (Equipe 17, S ão Paulo)

-22-


NOTíCIAS INTERNACIONAIS

AS EQUIPES NORTE-AMERICANAS E O CONGRESSO EUCARíSTICO

A Carta Mensal norte-americana, um folheto de 8 páginas, publicado de dois em dois meses, continua nos chegando regularmente. Há sempre artigos muito bons, escritos por equipistas ou sacerdotes. Ultimamente, vem saindo, por capítulos, o histórico das Equipes nos Estados Unidos. Foi lembrado o papel desempenhado, em dezembro de 1960, por um casal brasileiro, Alice e Luciano de Souza Marques, da ex-equipe 3 de São Paulo, que, passando por Nova Iorque, fez uma "informação" para os dois casais que iriam lançar, em março de 1961, a primeira equipe naquela cidade. O Movimento já existia em Los Angeles, para onde fora levado, em 1958, por um casal belga. Depois, esse casal mudou-se para Washington, onde, em 1961, foi o primeiro responsável da primeira equipe. 1961 foi também o ano em que nasceu a primeira equipe de Boston. Hoje, há dois setores em Nova Iorque, um em Washington e um em Boston. São agora, quinze anos depois daquele ano decisivo de 1961, 112 equipes nos Estados Unidos, divididas em 7 Setores. Os Estados Unidos são o 7. 0 país em número de equipes. ( 1 ) Os equipistas, como os demais católicos dos Estados Unidos, estiveram intimamente unidos ao grande acontecimento religioso do ano, o Congresso Eucarístico Internacional, que se desenrolou em Filadelfia, de 1. 0 a 8 de agosto, sobre o tema "A Eucaristia e as fomes da família humana", focalizando, em cada um dos oito dias, um dos aspectos do tema da fome: a fome de Deus; a fome de alimentos; a forme de liberdade e de justiça; a fome do amor; a fome de verdade; a fome de compreensão; a fome de paz; e a fome de Jesus, o Pão da Vida. Além de reunir 30 cardeais e uma centena de bispos, bem como cerca de 300 teólo(1)

França: 1.270 equipes; Espanha: 690; Brasil: 480; Bélgica: 390; Portugal : 210; Itália: 180; Estados Unidos: 112; Alemanha e Austria: 75; Austrália: 70; Suíça: 40; Canadá: 38; Ilha Maurício: 30; outros países (incluindo índia e Japão): 80.

-23-


gos, de 25 confissões cristãs, de todo o mundo, o Congresso teve como oradores especiais o Cardeal Suenens, D. Helder Câmara e a Madre Teresa, de Calcutá. Desde o ano passado os católicos norte-americanos vinham se preparando para o evento através de um esforço pessoal de vivência da fome, utilizando particularmente o jejum e procurando manifestar concretamente a vontade de sacrificar-se para poderem dar algo aos mais necessitados da terra. As Equipes estiveram oficialmente representadas no Congresso, através das quatro equipes de Filadélfia, com um pavilhão informativo na Exposição Apostólica. Cada uma das equipes locais preparou uma grande bandeira descrevendo um dos aspectos importantes da vida de equipe: Oração, Amor, Família e Comunidade. Além desses vistosos painéis, foram projetado-s os "slides" informativos sobre a vida de equipe. Esses apresentaram uma boa amostra do Movimento aos muitos visitantes da Exposição. Mas o mais importante de tudo foi a presença dos casais das Equipes de Filadélfia, que deram plantão no paviUm dos cartazes do XLI Congresso lhão durante os nove dias da ExEucarístico Internacional, de posição. Junto com do·s casais da Filadélfia Equipe Regional, fizeram das Equipes uma presença visível e atuante no Congresso. Conta um casal as suas impressões: "No primeiro dia, a caminho da Exposição, sentíamos um misto de expectativa e nervosismo. O dia para o qual nos preparamos durante nove meses havia finalmente chegado - e nos fazíamos muitas perguntas, entre elas: como estará nosso estande comparado com o de outros movimentos? Terá valido a pena para as Equipes ter esse estande? Teremos folhetos em número suficiente? Entretanto, apesar de todas as perguntas, sentíamo-nos alvoroçados, alegres e com a sensação de que tudo daria certo: afinal, estaríamos reunidos em Seu Nome. Depois de passarmos dois dias no estande, voltamos profundamente impressionados pela experiência. Não foram os quilômetros de exposição nem as multidões presentes às cerimônias que deixaram lembranças marcantes em nós, mas as pessoas com -24-


quem conversamos e trocamos experiências. Houve aquele missionário do PIME no Bengladesh, que nos lembrou que deveríamos dar graças pelo fato de podermos, em nosso país, partilhar nossa espiritualidade. Também aquele membro do Movimento dos Focolare, que partilhou conosco suas idéias sobre como tornar viva a presença de Cristo na sua família. Principalmente, lembramo-nos dos equipistas de todo o mundo que vieram até o estande e trocaram conosco as suas experiências do Movimento. Conselheiros Espirituais da Virgínia e da Irlanda pararam para nos dar sugestões e nos incentivar. O Arcebispo Little, da Austrália, que foi Conselheiro Espiritual de equipe, telefonou-nos no domingo à noite em casa para expressar sua aprovação pela presença das Equipes no Congresso e nos encorajar. De alguma forma, o mundo e a Igreja parecem-nos agora menores, mais próximos de nós, presentes nas pessoas que encontramos no Congresso. O conceito de Corpo de Cristo tem novo significado para nós, pela experiência que nos proporcionou o encontro com pessoas dedicadas ao crescimento do seu Reino aqui na terra."

---o~--

Endereços dos Responsáveis de Setor. com o Secretariado.

Para outras cidades, comunicar-se

New York-Nassau : Jack & Eileen Peters 58 Sycamore Massapequa, Long Island New York 11793

New York-Suffolk: Ray & Jean Morrissey 47 Oakledge Drive East Northport, Long Island New York 11731

Washington : Walt & Sue Ma digoski 10754 Kinloch Dr. Silver Spring, Maryland 20903 Tel. : 301-434/ 2032

Virginia: Herb & Barbara Vogel 4657 Dittmar Road Arlington, Virgínia 22207 Tel.: 703-538/ 5307

Boston : Fra nk & Pat Furey 40 Foxcroft Rd. Winches t er , Mass. 01890 Te.: 617-729 / 2115

Detroit: Bob & Theresa Kozak 26156 Virgínia Warren, Michigan 48091 Tel.: 313-754/ 3313

Rochester: Bill & Mary D ou cette 538 Zumbro Dr ive N. W . Rochester , Minnesota 55901 Tel. : 507-288/ 5413

U.S. Secretariat: John & Kathy Bondy RR 1, Box 149A Kasson, Minnesota, 55944 Tel.: 507-635/ 3041

-25-


AUXILIO

MúTUO

E ACOLHIDA

FRATERNA

Temos recebido demais o auxílio mútuo de nossas Equipes, mas para mostrar-lhes a grandiosidade desta mística do nosso Estatuto, e como ela funciona mesmo, vamos hoje contar-lhes mais um lindo testemunho. Há pouco tempo, nossa filha Ângela fez, com seu irmão e vários amigos de Marília, uma viagem a Salvador (Bahia), via vapor pelo Rio São Francisco. Viagem mais à base de carona e pouco dinheiro. Como gostam os moços de fazê-las. Em Pirapora, à saída do navio, juntaram-se a outro grupo do Rio e como os jovens têm muita facilidade de se comunicarem, logo tornaram-se amigos e terminaram a viagem num bloco só. Ângela tornou-se mais amiga de Ciça, uma das do Rio de Janeiro. Na volta da viagem, hospedou-se em sua casa para refazer-se e voltar para Marília. Para surpresa sua, ficou sabendo que os pais da Ciça, Sebastião e Clarice, também eram equipistas. Foi uma alegria e mais um motivo de união! Como as férias da Ciça não haviam terminado, resolveu ela dar uma esticada e vir passar uns dias conosco. Ficamos cativos da menina pelo seu modo fraterno , informal e pelo seu carinho com todos. Como a Ângela pretendia continuar seus estudos (pós-graduação) · no Rio e lá engajar-se num emprego, a Ciça, com a quiescência de seus pais, a levou para sua casa e a acolheu, até conseguir uma colocação. Sebastião e Clarice receberam-na como filha, deram-lhe todo o carinho e proteção, inclusive comunicaram-se conosco pelo telefone, pondo-nos à vontade - que não nos preocupássemos, que Ângela não lhes representava incômodo. Hoje, Ângela já trabalha e pode ir para um pensionato, mas permaneceu com nossos amigos por quatro meses. Tudo isso é o máximo em hospitalidade e fizemos amigos à distância, com uma dívida que só Deus poderá cobrir. Eis um testemunho do que é o auxílio mútuo e a acolhida fraterna de nossos estatutos!

Clóvis Tavares Dias (Equipe n9 3, Marflia)

-26-


LIVROS

PARA

SUAS

F~RIAS

MARIA NA VIDA DO CASAL -

Meditações diárias para casais

Autor: Frei Luís Gonzaga Costa, o.f.m. Editora Vozes, 1976

É um livro de meditações sobre Nossa Senhora, nossa padroeira, mãe de Jesus e nossa mãe, para fazermos a sós ou com nosso cônjuge.

Frei Luís Gonzaga escreveu-o especialmente para os casais das Equipes, do Movimento Familiar Cristão e dos Encontros de Casais com Cristo, pois, dado que "a vida agitada dos tempos modernos não lhes deixa muito tempo para uma intensificação interior", "algo precisa ser feito porque, caso contrário, sua piedade declinará, como uma planta que murcha por falta de seiva". Lembrando que "encontramos sempre tempo para aquilo que queremos", coloca ele apropriadamente a pergunta: "Quem não pode dispensar 10 minutos diários para meditar, refletir, recolher-se?" Comentando os grandes momentos da vida de Nossa Senhora, dedica várias reflexões ao "Magnificat", à Anunciação, à Visitação, às Sete Dores de Maria, à Assunção, sem esquecer as passagens do Evangelho onde ela se faz presente, como as Bodas de Caná. A devoção a Nossa Senhora não é facultativa para os cristãos. Quanto mais para nós, equipistas - para quem ela deve ser modelo em todas as horas. Este livro foi escrito exatamente para nos ajudar a colocar Maria dentro da nossa vida. Será uma fonte de energia e nos habilitará a vivermos com amor o dia a dia.

-27-


O EVANGELHO SEGUNDO OS ANONIMOS

Autor: Ettore Masina Editora Vozes, 1974

Meditações em que o autor, jornalista e comentador religioso da televisão italiana, procura imaginar o que se passou na alma dos "anônimos" do Evangelho, isto é, daqueles homens e mulheres que conviveram ou tiveram um contato mesmo fugaz com o Cristo e cujos nomes não ficaram registrados na História. Os pastores que correram a adorar o recém-nascido, o esposo das Bodas de Caná, a hemoroissa que se contenta em tocar nas vestes de Jesus, o bom ladrão, seu companheiro na morte, o leproso curado que voltou para agradecer, os discípulos de Ema'us, a mulher adúltera que pela primeira vez foi considerada como um ser humano, são alguns desses personagens. Com fino tato psicológico e grande vivência bíblica, o autor tira lições espirituais para nossa meditação. DIALOGOS CONJUGAIS -

I

Coleção Pastoral Familiar, 5 Editora Vozes, 1974 -

411> edição

Para aqueles que ainda não a conhecem, uma coletânea de palestras feitas por equipistas, médicos, psicólogos e casais cristãos, abordando aspectos que interessam ao amadurecimento dos cônjuges e os ajudam na sua missão de educadores, uma vez que os filhos são reflexo do estado de espírito de seus pais. Além de continuar sendo instrumento válido nos Cursos para Casais, os "Diálogos Conjugais" constituem uma boa ajuda para nosso "dever de sentar-se".

D.P.S.

-28-


A SEMANA DA PEREGRINAÇÃO EM SÃO PAULO

Na semana da Peregrinação das ENS a Roma (19 a 25 de setembro), os equipistas da Região A (São Paulo-Capital e Santo André), em comunhão de espírito com os irmãos que viajaram a Roma, e nas suas intenções, participaram de vários eventos. Assim é que, na noite da 3.a-feira, 21/9, os Setores A e B organizavam, em conjunto, uma Celebração Eucarística que lotou literalmente a Capela da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Durante a missa, celebrada por Frei Eduardo, os textos, a homilia e as orações dos fiéis foram voltados para essa "peregrinação espiritual" que todos nós fazíamos naquele momento. Na 4.a-feira, o Setor C, que reune as equipes em anos de aprofundamento, organizou uma assembléia de oração na Capela N. S. do Bom Conselho, no Colégio São Luís, em uma cerimônia diferente e tocante. A seqüência muito bem ordenada de textos, meditações em voz alta, orações e cânticos culminou com a Bênção do Santíssimo, celebrada pelo Pe. Vitor. Na capela do Colégio da Companhia de Maria, o setor D reunia, na noite de 5.a-feira (23), um grande número de casais desse Setor e alguns casais de outros Setores. A Celebração Eucarística, conduzida pelo Pe. Rogério, foi intensamente participada por todos nós ali presentes, que também muito nos comovemos com a apresentação dos cânticos pelo coral da Igreja do Butantã. Terminada a missa, um delicioso e concorrido lanche era servido a todos os presentes num clima de verdadeira confraternização equipista. Na 6.a-feira, era a vez da Coordenação E organizar a sua assembléia, na Igreja de Na. Sa. Mãe da Igreja. Notável a presença entusiasta da "ala jovem" da Região e de vários casais "coroas" de outros Setores que ali compareceram para participar da Celebração Eucarística em intenção dos nossos peregrinos. -29-


Finalmente, no sábado à tarde, a querida e operosa Coordenação de Santo André realizava a sua participação na Semana da Peregrinação, com uma missa celebrada na capela da Colônia dos Alemães pelo Pe. Manolo que, na homilia, levou todos a refletirem sobre a Peregrinação, a Família e a Bíblia. Participaram casais das quatro equipes de Santo André e a Região foi representada pelo casal Thereza e Antonio Galvão. Além dessas assembléias, um grupo de 15 casais, sendo 13 da Capital e 2 de Santo André encerrava a semana, participando, a partir da 6.a-feira à noite e até o domingo à tarde, de um retiro das equipes no Instituto Paulo VI. Ali, o Pe. Germano, no seu modo ameno, levou os participantes a momentos de alta espiritualidade a partir do tema geral "Evangelização". Foi-nos possível meditar profundamente sobre o nosso papel de casal cristão e equipista, e também comungar espiritualmente com os casais que se encontravam em Roma e orar pelo sucesso da peregrinação. No domingo à tarde, antes da missa que encerrou o retiro, e após o testemunho dado por Josefina e Roque Vargas, da Equipe 48 - Setor B, foi-nos proporcionada a oportunidade de fazermos o nosso dever de sentar-se. Dignos de menção o acolhimento dado a todos por Darcy e Geraldo, coordenadores do retiro e a dedicação de Maria Luiza e Tino, Helena e Alberto e das auxiliares domést:cas dos dois casais, que, durante todo o tempo, estiveram cuidando de cerca de 20 crianças - os filhos dos casais que faziam o retiro. A lamentar apenas o pequeno número de casais que participou do retiro quando um número bem maior poderia ter-se beneficiado de mais este meio de aperfeiçoamento que as Equipes colocam à nossa disposição. Isto foi , em linhas gerais, o que viveram os casais equipistas de São Paulo e Santo André na Semana da Peregrinação, num clima de oração e comunhão com os nossos irmãos de todo o mundo que estiveram em Roma. Maria Theresa e Carlos Heitor Seabra Casal Regional

-30-


NOTíCIAS DOS SETORES

BEL~M

DO PARA -

Furo jornalístico . . .

É isso mesmo: a edição de outubro do Boletim de Belém já trazia o discurso do Papa às Equipes de Nossa Senhora! Mal chegara às nossas mãos o "Osservatore Romano" em português, quando recebemos o Boletim, trazido para São Paulo por Odete e José Cruz, da Equipe 1.

-

Retiro

"Sim, sempre vale a pena parar um pouquinho e fugir à rotina do cotidiano, mesmo com uma certa dose de sacrifícios, para procurarmos aprofundar-nos e descobrir aquilo que Deus está pedindo de cada um de nós. Foi isso que fizemos: fugimos dois dias e ganhamos anos de experiências", escreve uma equipista, entusiasmada com o retiro, pregado pelos Pe. Bruno e Giovanni, que apresentaram os seguintes temas para reflexão dos casais: Como dialogar em comunidade - Família, reflexo de Deus - Oração - Espiritualidade das ENS - Amor e Perdão - Eucaristia. No final do retiro, os equipistas participaram da Santa Missa celebrada por D. Alberto Gaudencio Ramos, que fora ao local do retiro para celebrar um casamento. Chamando este fato de "feliz coincidência (ou obra do Espírito Santo)" e dizendo que a presença dos equipistas servia como testemunha de sua vivência cristã, de seu amor duradouro, de sua busca constante de aperfeiçoamento: "casais amadurecidos, mas que ainda buscam a santificação; casais não perfeitos, mas que lutam pela perfeição; casais cheios de limitações, mas que procuram horizontes mais amplos." "Saímos dali recompensados, mais corajosos para enfrentar o amanhã, mais conscientes de nossas responsabilidades, mais cheios de esperança, mais experientes e, por que não dizê-lo, amando muito mais." -31-


NITERói -

A caminho de Roma Recebemos de Helena e Paulo Xavier, da Equipe 3, longa e afetuosa carta, acompanhando uma foto do embarque de Lourdinha e Waldir, Responsáveis pela Coordenação local. Escrevem eles:

"Vale ressaltar que o grupo que aparece na foto é apenas uma pequena parcela da turma que esteve no Galeão para o embarque daqueles queridos amigos. Só de Niterói, eram mais de 30 pessoas, formando uma turma alegre, vibrante mesmo, otimista, e que lá estava para abraçar aqueles que viajariam e desejar-lhes todo um mundo de felicidades e sucesso no Encontro; que eles levassem para os companheiros de todo o mundo o

calor fraterno dos brasileiros, junto com as experiências e a espiritualidade de cada um; e que trouxessem também tudo aquilo de bom que vissem e aprendessem com aqueles irmãos equipistas que lá estarão reunidos com eles." Depois de sublinharem o quanto as Equipes de Niterói devem à dedicação de Lourdinha e Waldir, escrevem a respeito das Cartas Mensais palavras que muito nos comoveram:

"Não podemos deixar de aproveitar esta oportunidade para felicitá-los pela excelência das Cartas Mensais. Têm estado cada

-32-


vez melhor, portadoras de magníficas mensagens, que nos ajudam a crescer de todas as formas - na espiritualidade conjugal, familiar e pessoal, assim como pessoas humanas ou simplesmente como equipistas. A apurada composição gráfica torna-a mais agradável ainda. Parabéns a vocês todos. Recebam um abraço fraterno, que lhes enviamos não apenas em nosso nome, mas no de toda nossa Equipe n. 0 3, que, como nós, vibra com a Carta Mensal. Carinhosamente, em Nossa Senhora, ... " Queremos registrar nossos agradecimentos pela carta, pela foto, pelo incentivo - e pelo carinho, que transborda de toda essa epístola, que, por falta de espaço, não podemos reproduzir na íntegra.

BRASíLIA -

O que vai por lá

Inicialmente, mais duas equipes, a 11 e a 12. Depois, o retiro, realizado no último fim de semana de outubro, pregado pelo Pe. José Gomes. O Curso de Preparação ao Casamento está cada vez melhor estruturado. Reune 30 casais e, como um por mês não está sendo suficiente, os equipistas partiram para dois. Além desse trabalho com os noivos, continuam colaborando muito nos Encontros de Casais com Cristo. SAO CARLOS Recebemos do Setor as seguintes noticias:

Missa de despedida

Dia 14 de setembro reunimo-nos, todos, para participar da missa mensal das Equipes, antecipada neste mês para que pudéssemos fazer nossa despedida ao Casal Responsável pelo Setor, Aparecida e Mário Duarte, que estavam de part' da para Roma, representando nosso Setor. No final, antes da bênção de despedida, o casal se dirigiu aos presentes, fazendo uma retrospectiva de nosso crescimento espiritual, apresentou sua gratidão, e antes de sua despedida oficial, deixou o Setor a cargo de Olguinha e Toninho, durante a sua ausência, e ao final da missa foi comemorado com flores e muitos abraços. Já no dia 18, por sugestão

-33-


do Casal Responsável substituto, iniciamos uma vigília de orações, ininterrupta, até o dia 19, com o in.tuito de estarmos unidos, em orações, a todos os equipistas lá em Roma. -

Retiro Espiritual

Nos dias 11 e 12 de setembro, efetuamos o segundo retiro espiritual deste ano, destinado aos casais que não participaram do anterior. Foi realizado no Seminário da Igreja de São Sebastião e o pregador foi o Pe. José Carlos Di lVIambro, que discorreu sobre o tema "A Evangelização". O retiro foi muito concorrido, pois dele participaram 34 casais, sendo que alguns já haviam participado do primeiro, realizado em junho. -

Posse dos Casais Responsáveis

Aproveitando a missa de encerramento do retiro espiritual, no dia 12 de setembro, reunimos todos os casais equipistas para efetuarmos a transmissão da pasta aos novos Casais Responsáveis. A missa, muito bem preparada e participada, com hinos e cantos de louvor, agradou a todos os presentes. Logo após a homilia, chamou-se à frente os velhos e os novos responsáveis e efetuou-se a tomada de posse. REGIAO SP/D -

Carta do novo Regional

"Em julho nos foi confiada a Região D. SenLmos que a responsabilidade seria muito grande e que não estaríamos à altura. No entanto, já decorridos dois meses - pouco tempo, é claro, para avaliar qualquer coisa, principalmente nossa atuação - só temos tido alegrias nesse convívio com irmãos que não nos eram tão chegados como os de nossa antiga Região ou do Setor ao qual pertencemos. O amor fraterno que une os equipistas é muito maior do que qualquer limitação que possamos ter - e que são muitas no nosso caso - para levar a cabo a nossa missão. Queremos dar notícias dessa já tão querida Região. Ela envolve: - o Setor de Campinas, cujo Casal Responsável é Maria de Lourdes e José Roberto Sancho; - o Setor de Americana, que abrange Santa Bárbara D'Oeste e Sumaré, e que tem novo Responsável: Diomar e Narciso Rodrigues; - a Coordenação de Limeira, cujo novo Casal Responsável é Maria Silvia e Paulo Roberto Moura Castro. -34-


O nosso contato efetivo com a Região D começou no EACRE de Itaici. Nele, a Região esteve presente maciçamente: 30 equipes representadas. Já tivemos alguns encontros com o Responsável do Setor de Campinas. A Equipe de Setor está em fase de constituição, com grandes planos e entusiasmo renovado. Limeira já nos proporcionou um fim de semana: 18 e 19 de setembro. Nesses dias, fomos hospedados, com nossos três filhos. em casa de um dos equipistas. No sábado, tivemos uma primeira reunião com o Responsável pela Coordenação; no domingo, estivemos presentes na confraternização dos equipistas e filhos. Foi um dia muito agradável e de muita amizade. Quase todos os equipistas das 6 equipes de Limeira estavam presentes. Mandaremos o mais breve que nos for possível notícias de Americana, Setor com o qual não pudemos ainda manter um contato maior do que o efetuado no EACRE." Gratos, Maria Luiza e Constantino!

REGI.AO VALE DO PARAíBA -

Vários congraçamentos

Depois da tarde de reflexão realizada em Caçapava, teve lugar a de J acareí, que congregou 21 casais. As palestras estiveram a cargo de Frei Estevão e de Natalina e Gassen, que "estiveram formidáveis", na opinião de todos os presentes. No final, houve missa, com comunhão sob as duas espécies, no decorrer da qual foi dada posse aos Casais Responsáveis das equipes, como também ao novo Casal Responsável pela Coordenação, Fussae e Tuguio. Muito concorrido o "Encontro Regional" levado a efeito em Mogi das Cruzes. Com palestras de Maria Helena e Nicolau "O casal equipista, um casal peregrino" - e de Esther e Marcello - "A Peregrinação de Lourdes" - e com liturgia apropriada, o Encontro foi todo centrado sobre a Peregrinação. O novo Bispo de Mogi, D. Emilio Pignoli, prestigiou o Encontro com sua presença. JUNDIAí -

Semana da Família

Com os slogans "Família, aspiração natural da criatura humana", "Lar, sagrado reduto do amor familiar", a população de Jundiaí foi convidada a refletir sobre os valores da Família durante as comemorações da Semana da Família.

-35-


Sob a presidência de D. Gabriel Bueno Couto, e na presença de uma centena de casais, iniciaram-se os debates sobre a problemática familiar, com palestras a cargo de nossos irmãos equipistas Cidinha e Igar e Wilma e Orlando. Insistiu D. Gabriel sobre a necessidade de uma conscientização do casal, sem a qual não pode haver família santa, que viva dentro dos ensinamentos evangélicos.

LIMEIRA -

Notícias

Recebemos, por intermédio do Casal Regional, o Boletim, com dois artigos que esperamos aproveitar no devido tempo. Além do pique-nique de setembro, realizaram em outubro uma "olimpíada" das crianças, que esteve a cargo da equipe 6. Em novembro, reuniões mistas, a cargo da equipe 1. Há ainda um coral de crianças, funcionando "sob a batuta" da equipe 2. E, evidentemente, a missa mensal, seguida de confraternização.

MOGI DAS CRUZES -

Boletim

Solicitam os redatores do Boletim que noticiemos o seu recebimento, já que andamos reclamando que os Setores não os estavam enviando. "Ocorre que 'A Epístola' de Mogi tem sido enviada regularmente". Não duvidamos, amigos, mas este é, no máximo, o terceiro número que recebemos. Os demais talvez tenham se extraviado. Sugerimos que coloquem sempre a menção "Para a Carta Mensal" ou endererem assim: ''A Carta Mensal, A/c Secretariado das ENS". O ideal seria enviarem sempre dois exemplares, um para o uso do Secretariado e da ECIR, o outro para uso exclusivo da Carta Mensal. Mas vamos ao Boletim. Este n. 0 6 traz uma meditação sobre o texto dos Atos dos Apóstolos que relata a união dos primeiros cristãos (Atos 4, 32), lembrando que é preciso ter coragem, também hoje, embora uma coragem diferente, para viver como cristão. Associa-se à alegria do povo de Mogi ao receber seu novo b 'spo, D. Emílio Pignoli. Um casal relata suas experiências como Casal Responsável, como participante de uma Sessão de Formação e, principalmente, como casal piloto; outro narra a ida dos Casais Responsáveis mogianos ao Rio para tomar parte no EACRE. -36-


NOVAS EQUIPES Araraquara

Equipe "nova" 1 - Casal Responsável: Leonor e Danilo. Conselheiro Espiritual: Pe. Vicente. Casal Piloto: Adahir e Waldir. Equipe "nova" 2 - Casal Piloto: Carmen e Décio. lheiro Espiritual: Pe. Baldam.

Conse-

Brasília

Equipe 11 -

Casal Piloto: Sofia e Felipe.

Equipe 12 - Casal Piloto: Germana e Joaquim; Conselheiro Espiritual: Pe. José Car lea. Ribeirão Preto

Equipe 16 -

Casal Piloto: Romélia e Sérgio.

Santos

Equipe "nova" 3 - Casal Responsável: Dinah e Roberto Villeia. Equipe "nova" 5 - Casal Responsável: Maria Helena e Orlando Moreira Santos Jr. São Carlos

Equipe 10 Casal Responsável: Ondina e Evaristo; Casal Piloto: Dolores e Antonio. DEUS CHAMOU A SI

José Demar Perez, da Equipe n. 0 21 de Santos. Extraimos da comunicação de Marylene e Edson, Casal secretário do Setor:

Dizia José Demar: "Quantas vezes voltamos as costas ao próximo, para contemplar a Cristo na Cruz e na Eucaristia. E como estar de bem com Deus, esquecendo-se do próximo, quando Cristo está mais perto de nós exatamente no próximo?"

-37-


Em atitude coerente com seu pensamento, doou seus olhos ao Banco de Olhos de Santos. Através de sua doação a pessoa que recebeu seus olhos já está enxergando, pois, com os recursos da tecnologia, os médicos conseguiram completar o primeiro transplante de córnea de Santos. Rosa, sua esposa, sente-se feliz e confortada, pois apesar da ausência do marido, tem a alegria de saber que uma parte da vida dele continua em outra pessoa .

• MUTIRAO EM NOVA IGUAÇU

O Setor B do Rio de Janeiro promoveu, de 10 a 12 de setembro, no Centro de Formação Nova Iguaçu, um Mutirão programado e cumprido com muito carinho. Therezinha e Thiago Ribas Filho, responsáveis pelo Setor, auxiliados por uma equipe de serviço composta de seis casais, conseguiram fazer dos três dias de convívio com 15 casais participantes e uma viúva um autêntico mutirão de crescimento espiritual e de aprofundamento na mística das Equipes. Como palestristas, estiveram presentes Maria Thereza e Luiz Sérgio, Maria Alice e Adelson, Maria Helena e Nicolau, bem como, e principalmente, Padre Djalma Rodrigues de Andrade. Foram pontos de destaque no Mutirão: o espírito de solidariedade de todos os presentes, não se distinguindo dirigentes de dirigidos; os encarregados da liturgia e cânticos, que conseguiram dar ao Mutirão um clima de alta espiritualidade; a secretaria, q4e entregou todo o material em tempo, com sacrifício de momentos de folga; Laurita, a responsável pela Equipe n. 0 5, de viúvas, com sua espontaneidade e vontade de auxiliar as companheiras. Além dos casais dos Setores A, B e C, do Rio, esteve presente, também, um casal de Niterói. - 38 -


SESSAO

DE

FORMAÇAO

EM

FLORIANóPOLIS

A Região de Santa Catarina, com parlicipação da coordenação geral da ECIR, representada pelo casal Ivone e Tarcisio, programou e realizou uma sessão de Formação de Dirigentes, nos dias 4, 5, 6 e 7 de setembro, no Morro das Pedras, Vila de Fálima, em Florianópolis . Para não fugir à regra do que vem ocorrendo ul!imamenle com encontros das ENS em Florianópolis, choveu lorrencialmenle durante os quatro dias . A chuva e o frio lá fora, molhando a bela paisagem do Morro das Pedras, contrastaram com o "calor" do amor fraterno e com o ofuscante brilho dos trabalhos que se desenvolveram no interior da casa de r e!iros. De Criciúma, novo "reduto" das ENS em Santa Catarina, veio a maior delegação, 6 casais. De Florianópolis, eram 5 casais, e os demais de Brusque, Blumenau, Guabiruba, Curiliba e Porto Alegre. Ao lodo, 16 casais . Integraram a Equipe de Serviço casais dos Setores A e B de Florianópolis e um da Região de Porto Alegre. Como paleslrantes do encontro li vemos: Frei Estevão, grande amigo das ENS, que, com sua formação e sanlidade, vive distribuindo Cristo aos outros; Dilma e Miguel, Marisa e Fleury e Ana Lúcia e Tusa formaram o tripé da mensagem do movimento aos casais parlicipanles . Sobre as palestras disseram as "Folhas de Avaliação": "Deram uma idéia real do mecanismo das Equipes. Os paleslranles conseguiram transmilir sabedoria e san!idade . Ficamos mais perfelo de Deus . Mostraram-nos nossas obrigações como equpiislas. Palestras bem preparadas, nos mostrando o Cristo, que às vezes não conhecemos . Que o Amor é mais importante que o fazer . Mostraram-nos onde está o Cristo". Outro aspecto a ser destacado foi o da liturgia do encerramento. Especial momento de elevação espirilual o da "Comunhão" de irmãos no Cristo. No encerramento lodos cantavam a modinha "bolada" pelos Uorianopolilanos: "Que grande alegria Que salisfação Ter parlicipado Dessa formação ." Esta foi a Sessão de Formação realizada em Florianópolis, em setembro, no Morro das Pedras, que, segundo a "avaliação", ressaltou: "serviu-nos de escola para levarmos a caridade para os outros lá fora", "estamos mais enriquecidos espirilualmenle, mais molivados e levaremos aos irmãos esle Crislo que agora conhecemos mais um pouquinho", "aprendemos a levá-lo ao coração dos outros, mas para isso precisamos colocá-lo primeiro no nosso coração", "estamos mais disponíveis para Crislo" .

lruy e Kereu

-39-


ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

São Leão Magno

Irmãos bem amados, nosso Salvador nasceu hoje, rejubilemo-nos. Não permitamos que seja dado o mínimo lugar à tristeza quando nasce uma vida que vem abolir o medo da morte e derrama sobre nós a alegria da eternidade prometida. Que ninguém deixe de participar desta felicidade; o motivo de alegria é o mesmo para todos: nosso Senhor, que destruiu o pecado e a morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio nos libertar a todos. Exulte o homem santo, porque vislumbra e toca a recompensa. Rejubile-se o pecador, porque é chamado ao perdão. Encoraje-se o pagão, porque é convidado à vida. O Filho de Deus, com efeito, no termo da plenitude dos tempos que tinha fixado na profundeza qe seus insondáveis desígnios, assumiu a natureza humana para a reconciliar com o seu Criador. Ao nascer o Senhor, os anjos exultaram de alegria, can ando: Glória a Deus no mais alto dos céus e anunciando: Pa~ na terra aos homens que Ele ama. É que eles vêem construir-se a Jerusalém celeste com todas as nações do mundo. Que alegria não deve invadir a mesquinhez do homem ante uma obra tão extraordinária do amor di:. vino, quando vemos os anjos regozijarem-se a este ponto! Rendamos graças, bem amados, a Deus Pai, pelo seu Filho, no Espírito Santo, ele que, por causa do grande amor com que nos amou, teve piedade de nós e, quando estávamos mortos por causa de nossos pecados, nos fe z reviver no Cristo, para que fôssemos nele uma nova criação, uma nova obra de suas mãos.

-40-


Despojemos, portanto, o velho homem e seus ato-s e, admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos a tudo que é segundo na carne. Reconhece, cristão, a tua dignidade e, depois de teres sido feito participante da natureza divina, não voltes, por um comportamento indigno de tua raça, à tua baixeza primeira. Lembra-te de que cabeça e de que corpo és membro. Lembra-te que, arrancado ao império das trevas, foste transferido para o reino de Deus e para a sua luz. Pelo sacramento do batismo vieste a ser o templo do Espírito Santo: não permitas que, por tuas más ações, um tal hóspede se afaste de ti e te submetas novamente à escravidão do diabo: foste resgatado pelo sangue de Cristo e ele te julgará, na sua verdade, ele que te remiu na sua misericórdia. (1 ~

ORAÇÃO LITúRGICA -

Homília para o Natal)

Salmo 84

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação. Ponho-me a ouvir: que dirá o Senhor? de paz que Ele fala. A salvação está próxima para aqueles que O adoram. A Sua glória habitará a nossa terra. É

Amor e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam; a verdade brotará da terra quando do céu se inclinar a justiça. Quando o Senhor nos der seus benefícios, a nossa terra produzirá seu fruto; a justiça caminhará diante dele e seus passos traçarão o caminho. Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação.


EQUIPES DE NOSSA SE NHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 04538 -

Avenida Horácio Lafer, 384 -

Te!. : 210-134(}

SAO PAULO, SP

-

somente para distribuição interna -


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.