ENS - Carta Mensal 1976-6 - Setembro

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1976

N9 6

Setembro

Preliminar .................. . ................ . Jerusalém: O sentido do Evangelho . . . . . . . . .

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Fale-nos de amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A crise familiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Anunciadores da Boa Nova . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Meditando Jeremias 1, 4-10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 O espírito do peregrino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Semana da Família no Estado de São Paulo . . 19 Um casal responsável paulista no "EACRE" do Rio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Peregrinando pela Terra Santa . . . . . . . . . . . . . . 24 O "EACRE" de Brusque . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . 26 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . . 36 - Suplemento - Peregrinação



PRELIMINAR

Desde Belém, acompanhamos passo a passo a caminhada terrena do Cristo, que tem o seu termo em Jerusalém. Com a Ressurreição e Pentecostes, continua a viver e manüestar-se através do seu Corpo Místico, que é a Igreja. A Igreja, que se encontra hoje mais palpavelmente em Roma - a próxima e última etapa de nossa preparação espiritual da Peregrinação das Equipes.

"Não era porventura preciso que o Cristo padecesse essas coisas para entrar na glória?" (Lc. 24, 26). Assim fala o Ressuscitado aos discípulos desamparados que se afastam de Jerusalém. E "interpretou-lhes, em todas as Escrituras, o que se referia a Ele próprio" (Lc. 24, 27). Morte e ressurreição vértice do mistério de Cristo para o qual converge toda a revelação! E fonte inesgotável de nossa meditação, porquanto diz respeito diretamente a nós, seja em nossa vida pessoal, seja em nossa vida de casal! Em face desse mistério, não somos também nós, como os discípulos de Emaús, "espíritos sem inteligência e lentos em crer" (Lc. 24, 25)? Temos dificuldades em aceitar esta surpreendente necessidade: "Era preciso que o Cristo padecesse ... " E, mais ainda, em admitir que é também uma lei de nossa vida cristã. Falamos facilmente do mistério pascal: será que compreendemos a sua rigorosa lógica? Reconheçamos: a cruz nos assusta, mesmo quando nos encaminha para a alegria do Cristo. Tomamos todo o cuidado para afastá-la de nosso caminho, diferi-la até os confins de nossa vida. E, no entanto, "se o grão de trigo não cair na terra e morrer, ficará só; quando morre, porém, dá muito fruto" (Jo. 12, 24). O que é verdade para nossa vida pessoal também o é para nossa vida conjugal. Construída sobre o amor de Cristo pelo sacramento do matrimônio, não pode, também ela, escapar a esta lei do amor: morrer para viver. Morrer ao que resta nela de egoísmo, de estreiteza, de preguiça, de demasiado humano, para reviver na oblação, na abertura, na energia irradiante, na acolhida do dom divino. O amor deve passar por esta provação para atingir a sua plenitude. . . Peçamos ao Cristo a compreensão de sua cruz - na forma muito precisa que ela assume na nossa vida - a fim de que, carregando-a com ele, introduza, já neste mundo, o casal que somos no Reino de seu amor e de sua alegria. -1-


EDITORIAL

JERUSALÉM: O SENTIDO DO EVANGELHO

Em Tiberíades, o Evangelho é um apelo à alegria. E a beleza do lago, em meio às colinas, casa bem com a harmonia das bemaven turanças. Jerusalém, rodeada pelas montanhas da Judéia, é a cidade onde o Evangelho torna-se drama da Paixão, em meio à violência das paixões humanas. E a cruz de Cristo ergue-se ainda naqueles lugares que se tornaram o símbolo de todas as divisões possíveis: políticas, psicológicas, religiosas. No entanto, quando olhamos Jerusalém como Jesus o fez, do Monte das Oliveiras, não podemos esquecer a imensa esperança que está ligada a seu nome: ela é a "visão de paz" à qual não pôde renunciar o autor do Apocalipse, ao transpô-la para um mundo diferente: aquele que foi aberto pela Ressurreição. Para a vida do casal, o Evangelho, a partir de Jerusalém, revela assim um duplo sentido: o amor humano é fonte de provações, é principalmente fonte de crescimento. O amor, fonte de provações

Aconteceu no início de meu ministério. Tinham-me pedido que procurasse um casal que se encontrava à beira da ruptura. Durante um mês, lembro-me ter sido testemunha estarrecida ante o mal que um homem e uma mulher, unidos pelo matrimônio, .são capazes de fazer um ao outro. Finalmente foi o fracasso: o divórcio. Quando pomo-nos a pensar em toda a expectativa que um casal coloca no amor, na hora do seu casamento, na imagem de

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felicidade que a ele se prende, em todas as esperanças que ele suscita, perguntamo-nos como é que um homem e uma mulher podem sobreviver ao fracasso do seu amor, ao fracasso de seu casamento. O amor, o casal, a família, são os domínios onde mais tememos tudo aquilo que se parece com o fracasso, onde se observa o maior esforço desesperado para disfarçá-lo. Tanto isto é verdade que a vida, neste caso, perde seu sentido. Vive-se para o marido, para a esposa, para os filhos. . . Então ficamos pasmos quando tudo é destruído pelo mal que se esmera em atingir o mais profundo do ser! Há poucos dias, na Equipe de Setor de que sou Conselheiro espiritual, eu evocava o lugar da cruz na vida de um casal. Foi-me respondido com certa rispidez: "É inteiramente impossível abordar o assunto. A cruz, a gente a vive. Eis tudo". Apesar de tudo, a sós no meu canto, não posso deixar de procurar compreender, de procurar um sentido num terreno onde justamente parece não haver nenhum. Porquanto a desgraça da.s outros é forçosamente também a minha. Não posso deixar que a sofram enquanto lavo as minhas mãos. Curiosamente, é Malraux, em seu último livro, "Hóspede de Passagem", que me dá, não uma resposta, sem dúvida, mas certamente um fio condutor, quando escreve: "Só o sacrifício é tão profundo quanto o mal." O casamento, como todas as r ealidades humanas, vem marcado por um mal sutil que pode se manifestar sob as mais variadas formas. Mas ficamos impressionados ante a grandeza do sacrifício pessoal que é capaz de inspirar em inúmeras situações, quando o fracasso é transformado numa qualidade de amor que verdadeiramente confunde. "Somente o sacrifício é tão profundo quanto o mal." São muitas vezes homens e mulheres casados que me ajudaram a compreender um pouco aquilo de que a cruz de Cristo é o sinal inesgotável. O amor, fonte de crescimento

Em Jerusalém, só encontramos um túmulo vazio. Se as narrações da Paixão ocupam no Evangelho um lugar considerável, as da Ressurreição se nos apresentam como decisivas. E a visão última que o Apocalipse nos dá de Jerusalém é a de uma cidade transfigurada pela Presença de Deus, para além do mal e da morte.

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"Eu vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da morada de Deus, preparada como uma esposa adornada para o esposo. Ouvi então uma voz vinda do trono, que clamava: Eis aqui a morada de Deus com os homens: habitará com eles, e serão o seu povo, e Ele, o "Deus com eles", será o seu Deus. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá mais morte, nem luto, nem dor, porque o mundo antigo terá passado" (Apoc 21, 2-4). Notemos, de passagem, a imagem da esposa associada à da cidade onde o amor triunfa. Pode-se ver, aí, apenas o produto da imaginação de um grande poeta religioso. Para um casal que vive da esperança aberta pela Ressurreição de Cristo, há nessa imagem da cidade-esposa uma grande riqueza de significado. O amor do casal é convidado a um duplo crescimento: neste mundo, por sua abertura para a vida da sociedade, e, finalmente, na perspectiva ainda misteriosa, mas muito real, de um outro mundo. Uma cidade para os homens, é coisa que se constrói primeiramente neste mundo. Um dos maiores serviços prestados pelas Equipes de Nossa Senhora é o de abrir a vida do casal para outros casais e, com maior amplitude, para o conjunto da vida social. Falo na realidade do casal como tal, como uma primeira comunidade de amor. A cidade é desumana quando é construída sem amor, quando só é produto do racionalismo masculino ou da frivolidade feminina. Há na relação homem-mulher uma imagem de Deus que deveria marcar muito mais profundamente o ambiente da cidade. Esta última aparece por demais, hoje em dia, como uma espécie de deserto afetivo no meio do qual se acham isolados casais ou famílias onde toda a capacidade de amar procura concentrar-se de maneira evidentemente muito exclusiva. Ou, do lado oposto, como o lugar de uma dispersão das relações humanas que faz com que a vida do casal se dissolva literalmente. A relação entre o lar e a cidade deve ser instaurada de maneira original para que o amor venha a se realizar em todos os planos de relações, e que não se fique perpetuamente afastado desta "visão de paz", aliás, sempre desmentida pelos fatos, que deu c seu nome a Jerusalém. Pode-se pressentir facilmente aqui a importância do engajamento assumido tendo em vista este amor a construir. Não há sociedade coerente sem o engajamento do casal através do tempo. Nem tampouco sem o engajamento do casal num espaço mais amplo do que seus próprios interesses. Mas é claro que o engajamento do casamento conduz aqueles que o assumem em nível sacramental até um mundo que não se pode limitar à cidade

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terrestre. É preciso considerar agora o crescimento do amor num aspecto muito mais profundo e muito mais misterioso do que aquele que acabamos de evocar. É na Ressurreição de Jesus que o casamento sacramental vai haurir a capacidade de crescimento para conduzi-lo muito além dos objetivos deste nosso mundo. Sempre apreciei a elegância com que Pierre-Henri-Simon exprimia estas coisas: "É muito arriscado querer pôr ao nível do instinto genésico o centro de gravidade de um ser cujo caráter mais elevado é o de elevar a necessidade de amar até os valores que a morte não atinge". Sente-se, através deste texto, no entanto tão sóbrio, tão reservado, a importância do que está em jogo: viver o amor aquém da morte que terá sempre a última palavra, ou então vivê-lo como uma vitória já alcançada sobre a morte e capaz de introduzir os esposos até o limiar da Cidade que não é mais deste mundo. Dentre os evangelhos da Ressurreição, aquele que narra o encontro de Jesus e Maria-Madalena é talvez aquele que evoca melhor este movimento para um mundo outro: "Subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus", diz Jesus àquela que, por suas lágrimas, é a própria imagem da ternura humana. Do mesmo modo que Ele é a imagem da ternura divina nesse jardim extraordinário. "Disse-lhe Jesus: 'Maria'! ... " (Jo 20,16-17). É verdade que, para chegar a amar assim, é preciso todo o caminho de uma vida inspirada pelo próprio Cristo e tornada capaz de dar um sentido de eternidade ao que se nos afigura neste mundo como tão banalmente quotidiano. O crescimento do amor não se faz somente no sentido de uma sociedade mais fraterna, mas sim até o encontro da sociedade das pessoas divinas, esta plenitude Trinitária onde se integram "os novos céus e a nova terra", para além daquilo que chamamos morte e que é a passagem para a Vida. Há aí, para o casal que vive da graça de Cristo, uma perspectiva propriamente espiritual que faz por vezes estremecer quando se vê um jovem e uma jovem engajarem-se no casamento sacramental com uma consciência das coisas ainda confusa e no entanto já aberta a tais horizontes desconhecidos:

"Eu vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da morada de Deus, preparada como uma esposa adornada para o esposo." Estaria tentado em escrever, para concluir, que no estado atual da vida da Igreja, só entrevemos o que pode ser tal crescimento, tanto é verdade que até aqui o domínio das relações

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homem-mulher e o da vida espiritual foram cuidadosamente separados na prática, mesmo se foram sempre associados no pensamento teológico puro. Não se pode ignorar o interesse pela pesquisa de uma espiritualidade como a das Equipes de Nossa Senhora para dar todo o seu valor de movimento pascal, "deste mundo ao Pai", à vida do casal na graça do casamento. Não é possível subestimar o mal que marca o amor humano e que só a cruz de Cristo tem a força de vencer. É permitido pensar ainda que a graça vinda com a Ressurreição para transfigurar este mesmo amor não deu ainda todos os seus frutos.

Frei J. M. Pelfrene, o. p .

Só há um tipo de solo apto a produzir frutos de paz. !: o amor. João Mohana

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Disse então Almitra: Fale-nos do Amor. E ele levantou a cabeça e olhou para o povo, e desceu um silêncio sobre eles. E com voz forte disse: Quando o amor vos chamar, segui-o, embora sejam árduos e abruptos os seus caminhos. E quando suas asas vos envolverem, cedei-lhe, embora possa ferir-vos a espada escondida em sua penugem. E quando vos falar, acreditai nele, embora possa sua voz destruir vossos sonhos como o vento estraga os vossos jardins. Pois, assim como o amor vos coroa, ele vos deve crucificar. Assim como existe para vosso crescimento, ele existe para vossa purificação. Assim como ele se eleva até a vossa altura e acaricia os vossos galhos mais leves que tremem ao sol, assim penetrará até as vossas raízes e as sacudirá na sua fixação à terra. Como feixes de trigo, ele vos leva. Ele vos bate para vos desnudar. Ele vos peneira para vos libertar da casca. Ele vos moi até ficarem alvos. Ele vos amassa até ficarem macios. E então ele vos entrega ao seu fogo, para que vos possais tornar o pão sagrado do banquete de Deus. KHALIL GIBRAN

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A PALAVRA DO PAPA

A CRISE FAMILIAR

Em discurso dirigido aos membros do Conselho Geral da Pontifícia Comissão para a América Latina, sobre a função da família na sociedade contempotânea, o Santo Padre proferiu as seguintes palavras:

A Família encontra-se no centro da crise e das contestações que sacodem a sociedade moderna, precisamente por ela ser a instituição fundamental da sociedade e a garantia da sua estabilidade e do seu caráter humano. Perante as ideologias que se propõem manipular as sociedades, mudando a imagem da família e as suas funções dentro da sociedade, a Igreja - como sabeis muito bem- deseja que em todos os campos se lhe dedique uma atenção prioritária, porque crê firmemente na sua missão. Se Deus Se nos revelou como Pai, e se Cristo ama a Igreja como o Esposo ama a Esposa, como podemos deixar de ter a certeza de que a família existirá até ao fim , para oferecer ao mundo um testemunho de amor? A vossa esclarecida visão pastoral convida-vos a fazer um diagnóstico dos males que atualmente afetam a família: incompreensão entre as gerações, aumento do número de divórcios, rejeição egoísta da vida, infidelidade conjugal, uniões irregulares, etc. Mas a vossa atenção não se fixa só nestes fenômenos; ultrapassa-os, para ir procurar as suas causas e as suas explicações: falta de preparação para a vida familiar, perda do sentido de responsabilidade e do sentido moral, por sua vez efeito de uma educação insuficiente, da imoralidade do meio ambiente e de um materialismo que lança no esquecimento os valores e as alegrias do espírito.

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Aprofundando, porém, ainda mais, vemos também como, hoje em dia, certos valores se apresentam diante de nós com tonalidades novas: participação, diálogo, autenticidade, respeito pela pessoa, promoção da mulher, reconhecimento dos direitos da juventude. São valores que, reconheçamo-lo, abrem novas perspectivas à missão da família na Igreja e no mundo. Vós, como Pastores, contais com graças e luzes abundantes para animar e ajudar as famílias, pondo em prática as iniciativas que as necessidades locais vão sugerindo. A experiência recente mostra como se torna fácil a degradação moral e espiritual da família, mesmo em regiões onde ela constitui a sua riqueza mais pura. É de lamentar a insensibilidade demonstrada por amplos setores da opinião pública perante a atitude de pessoas e grupos que negam ao Magistério a competência em matéria de moral conjugal, declarando-se ao mesmo tempo indulgentes com o divórcio e as experiências extra-matrimomals. Estes falsos mestres causaram grandes estragos, ao conseguirem espalhar as suas vozes pelo mundo inteiro. Caríssimos Irmãos: A caridade alegra-se com a verdade. Crê sempre. Espera sempre. Tudo suporta. (cfr. 1 Cor. 13, 6-7). A vossa caridade para com a família manifestar-se-á na importância que lhe derdes na catequese, na liturgia, nas estruturas pastorais, no desenvolvimento social. Pedimos ao Senhor que vos ilumine e vos sustente neste vosso amor pelos humildes e os fracos, para os quais a família constitui, por vezes, a única riqueza. E seja Ele quem faça frutificar a vossa tarefa, para que o mundo veja que representais deveras o Deus do amor, autor da natureza e da graça, cuja lei é o único segredo da felicidade para toda a humanidade .

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A ECIR CONVERSA COM

VOC~S

Caros amigos, Setembro. Mês da Peregrinação das Equipes de Nossa Senhora a Roma. É chegado o momento de nos pormos em atitude de peregrinos. Todos nós: os que vão partir, e os que vão ficar. Na realidade, somos todos peregrinos neste mundo de Deus. Uma peregrinação € sempre, entre outros simbolismos, uma imagem clara de nossa vida: um ponto de partida; uma caminhada mais ou menos longa, mais ou menos penosa; um ponto de chegada. Este ponto de chegada era bem nítido para os Judeus que, todos os anos, iam em peregrinação à Jerusalém terrestre, imagem da Jerusalém celeste. E os chamados Salmos das Ascenções bem nos mostram os sentimentos de alegria, de oferenda, de súplica, que os peregrinos entoavam quando divisavam, de longe, as torres do Templo. Assim também, todas as peregrinações têm por ponto de chegada um santuário, onde Deus se acha mais particularmente presente, à espera dos filhos que, um dia, entrarão também na Jerusalém celeste, para a nova Vida junto ao Pai.

---0--Os casais que partem são os mensageiros de seus irmãos, mensageiros das equipes de seus países. Vem-nos à mente a passagem dos Atos dos Apóstolos onde lemos que "estando a igreja de Antióquia celebrando a liturgia do Senhor e jejuando, o Espírito Santo se fez ouvir: "Destacai-me Barnabé e Saulo, para a tarefa para a qual os chamei." Então os irmãos impuseram-lhes as mãos e os deixaram partir. Os mais antigos equipistas de São Paulo devem ainda estar lembrados da cerimônia simples, mas profundamente significatica e emocionante, realizada em maio de 1959, na véspera da partida dos enviados à primeira peregrinação das E.N.S. a Rema. Inspirados no gesto dos cristãos de Antióquia, os equipistas se - 10 -


reuniram, rezaram juntos e impuseram também as mãos sobre os três casais que iam representar o Movimento. Os que partiram sentiram-se fortemente apoiados pelos que iam ficar e estes continuaram em união de orações com os primeiros. Nem falou a comunicação entre uns e outros através da Rádio Vaticano, que incluiu em seus programas para os países de língua portuguesa a palavra desses mensageiros. É este senso de espiritualidade que deve marcar a Peregrinação. É ela constituída, não só pelas delegações dos vários países, mas também pelos que ficaram. Aqueles terão certamente as emoções tangíveis que invadem todo peregrino que vai a Roma: a impressão profunda de se sentir realmente no centro da cristandade, a emoção de ver desdobrar-se a seus olhos, através dos monumentos erguidos através dos tempos, vinte séculos ininterruptos de vivência cristã e, particularmente, a Roma dos Apóstolos e dos Mártires. Quanto aos que ficarem, sentir-se-ão participantes da peregrinação, não só pelo gesto amplo de auxílio mútuo que tornou possível a ida de uma delegação significativa por parte do Movimento no Brasil, como também pela união de orações com ela, ou través de iniciativas de caráter espiritual, como seja, entre outras, a realização de peregrinações locais ou regionais, em união estreita com os equipistas de todo o mundo.

E na volta dos peregrinos, poderão repetir-se ainda - guardadas as proporções - as palavras dos Atos dos Apóstolos que contam a volta de Paulo e Barnabé: " ... de lá navegaram para Antióquia onde haviam sido recomendados à graça de Deus para a tarefa que acabavam de cumprir. Havendo chegado e reunido a assembléia, referiram tudo o que Deus tinha feito com eles ... " (At 14, 26-27). Muito fraternalmente, A ECIR

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ANUNCIADORES DA BOA NOVA

Homilia pronunciada na Missa de encerramento do Encontro Naciona.l de Casais Responsáveis de Equipe, em Brusque, pelo Pe. Nelson Westrupp, scj.

Foi o Espírito Santo quem nos moveu a participar deste EACRE. Deus é testemunha do espírito de fraternidade, de oração, de trabalho que reinou em nosso · aprofundamento sobre a Evangelização no mundo de hoje.

Queridos casais: Vocês já estão há algum tempo no Movimento das ENS, já conhecem qual é a mística das Equipes, sabem quais são os meios de aperfeiçoamento. Vieram a Brusque por pouco tempo, e ainda .um pouco de tempo, estarão voltando às suas equipes, às suas ddades como Anunciadores da Boa Nova aqui recebida. Vieram fazer um estágio, buscar luzes, haurir energias espirituais pára transmitir aos seus irmãos de equipe a orientação do ano. Quando chegarem de volta à sua equipe, à sua família, aos seus vizinhos, aos irmãos de jornada, digam: a paz esteja com vocês. Fiquem ali, façam de sua equipe o "quartel general" donde todos vocês saem para anunciar o Evangelho do Reino. Se num lugar não quiserem saber de vocês - e podem crer, isto vai acontecer, -não xinguem, não façam descer o fogo sobre eles. Antes, sacudam o pó do desânimo, da desconfiança, do comodismo, do respeito humano, que penetra sorrateiramente nos corações como o pó no calçado.

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Não se deixem acometer de incredulidade, mas em nome do Senhor, lancem novamente as redes da perseverança, do otimismo, na esperança de pescar alguma ovelha perdida. Cada missa, cada encontro, cada reunião de equipe, cada EACRE - deveria terminar com um envio-missão. "E tu também, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás à frente do Senhor para preparar os seus caminhos". Você, casal responsável, é um daqueles que o Senhor envia em primeira linha para transmitir uma mensagem de amor e de esperança. Seria tentador responder como Amós: "eu não sou profeta, nem filho de profetas", sou apenas um equipista. No entretanto, os apóstolos eram rudes pescadores, partiram para uma missão sem terem recebido uma formação específica; não fizeram dias de formação nem o EACRE, e todos diriam, nem qualidades naturais e humanas tinham para desempenhar a tarefa que lhes era confiada. Só tinham uma coisa: convivência com aquele Homem extraordinário, bebendo sua mensagem, sentindo sua total liberdade em caminhar no anúncio das coisas do Pai. O Evangelho é uma mensagem a transmitir, e toda mensagem, para ser transmitida, precisa de mensageiros, de anunciadores. A nossa religião está baseada no testemunho. Deus, que outrora se manifestou por Jesus Cristo, hoje que ser testemunhado pelo rosto de cada fiel, pela vivência de casais testemunhas do Deus vivo. É pelo testemunho e pela vivência de um santo que Deus penetra no coração da gente. É pela luz que brilha no rosto de um casal responsável que os seus irmãos de equipe vão ficar iluminados. Quem ama se compromete. Vocês, queridos casais, são compromissados: estão comprometidos com a Igreja, com o Espírito Santo, com o Movimento das ENS, com as famílias com quem encontrarem. Não sejamos casais de cadeira cativa. Os nossos irmãos equipistas aguardam a nossa volta, ansiosos por ouvirem a Boa Nova deste EACRE. O mesmo Espírito que nos iluminou na escuta desses dias nos ajudará a transmitir todas as coisas e a praticá-las em nossa equipe.

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Por Cristo e com Cristo, pois sem Ele nada podemos fazer, conseguiremos convencer nossos irmãos da importância da santidade e da vontade salvífica de Deus. A santidade é um risco. Deixar Cristo entrar em nossa vida é arriscar-se tremendamente. Mas vale a pena arriscar com Cristo. Nossa Senhora assumiu o risco de ser Mãe de um Filho que não negou obediência ao Pai até a última gota de seu sangue. Também nós, equipistas casais responsáveis, assumimos o risco de sermos Cristos para os outros. Deus está querendo passar por nós aos outros, como passou por Maria. Deixemos, pois, Cristo entrar em nós, para que Ele nos revigore, nos transforme ao ponto de podermos fazer de nossas equipes verdadeiros cenáculos, onde o Espírito Santo possa atuar com toda a plenitude. Na manhã de Pentecostes, ela, Nossa Senhora, presidiu na prece ao iniciar-se da Evangelização, sob a ação do Espírito Santo. "Ai de mim se eu não evangelizar", pois foi para isso que fui enviado. Que Maria Santíssima seja a estrela da evangelização sempre renovada, e que a Igreja, obediente ao mandato do Senhor, deve promover e realizar. Do Tabor deste altar, quais profetas do amor, voltemos às nossas casas transfigurados em Cristos vivos testemunhando ao mundo e aos homens que Cristo é o caminho, a verdade e a vida. A Igreja espera por vocês. O Papa conta com vocês, verdadeiros braços direitos da Igreja, dos Bispos e dos sacerdotes. "Vocês preparam para a Igreja e o mundo, uma nova primavera, cujos primeiros brotos já nos fazem estremecer de alegria" (Paulo VI - às Equipes de Nossa Senhora - 4 maio 1970). "Que assim brilhe vossa luz aos olhos dos homens, a fim de que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus" (Mt 5, 16). Brusque, 10 de julho de 1976.

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MEDITANDO JEREMIAS 1, 4-10

"E foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos: - Antes que fosses formado no ventre da tua mãe, eu te conheci; e, antes que tu saísses do seu seio, te santifiquei e te estabeleci profeta entre as nações. E eu respondi: - Ah, Senhor, tu bem vês que eu nem sei falar, porque sou um menino. E o Senhor disse: - Não digas: "Sou um menino", pois irás a todos aqueles aos quais eu te enviar e dirás tudo o que eu te mandar. Não os temas, porque eu estou contigo para te livrar, diz o Senhor. Em seguida, o Senhor estendeu a Sua mão e tocou-me a boca Eis que ponho as minhas palavras na tua boca, eis que hoje te dou poder sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e destruires, para arruinares e demolires e para edificares e plantares". e disse-me: -

Cada pessoa foi "inventada" por Deus antes de ser gerada. Ele nos concebeu e sonhou para cada um de nós um papel na construção do seu Reino, criou-nos com a liberdade de trabalhar em nossa própria construção e, em decorrência, na construção do mundo. Tomamos nosso corpo, com todos os seus dons e sua herança, e com ele trabalhamos durante a vida, desenvolvendo-o, corrigindo-o, fortificando-o. Assim cumprimos nossa vocação e construímos nossa própria pessoa. Um dia, estaremos apresentando-o a Deus: - Aqui está, Senhor, a moeda que recebi. Eu consegui estas tantas moedas com aquela que o Senhor me deu. A vocação comum de todos nós é sermos profetas no meio onde vivemos. "Antes que saísses do seu seio eu te santifiquei e te estabeleci profeta ... " Quer dizer, fomos criados para anunciar e refletir Deus que nos gerou, no mundo que nos cerca. Cada um contando com dons diferentes, dons que recebeu do Espírito Santo.

"E eu respondi: - Ah, Senhor! Tu bem vês que eu nem sei falar, porque sou um menino." Isto é o que todos nós respon-15-


demos. Como vamos ser profetas, construir, se nem sabemos falar, se somos pobres e pequenos em conhecimento e possibilidades? Sentimos duramente que somos mornos e de fôlego curto! E como é difícil viver o Evangelho neste mundo de ciência e técnica avançada, mas pobre em espiritualidade.

"E o Senhor disse: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca". Isso só se faz possível quando sabemos fazer silêncio para ouvi-Lo e freqüentamos os sinais visíveis de Deus que são os Sacramentos. Aí está o trabalho de cada um de nós, de nossa Equipe. Arrancar e destruir, edificar e plantar. Não trabalhamos sozinhos; Ele, o Senhor que nos gerou, põe suas palavras em nossa boca. Só é preciso ouvi-Lo, ver, conhecer sua vontade e agirmos. O campo de trabalho é: nós mesmos, nossa casa, o escritório, nossa roda social. Nosso instrumento é o amor. E como sabemos que estamos amando? "Todos nós, que vi-. vemos em países civilizados de grande densidade ou em grandes cidades, não temos idéia do quanto nos falta de amor ao próximo, sincero, caloroso". Pois estaremos amando com o verdadeiro amor de Cristo na medida em que nos preocuparmos com o problema do outro. "Enquanto o amor não estiver presente, unindo os homens, meu problema estará sendo sempre 'meu' problema, e o problema do próximo estará sendo 'seu' problema. E não vejo aqui diferença com uma sociedade de robots." (1) Para medir nossa capacidade de amor, temos de ver até que ponto andamos empenhados nos problemas dos outros. Profundamente, convictamente. O resto é egoísmo. "Enquanto o amor estiver ausente haverá corpos que se juntam numa reunião. Será uma reunião de homens isolados, que continuam isolados". Enquanto o amor estiver ausente, estaremos interrompendo a eclosão do Reino de Deus. Estaremos sendo obstáculo para a Luz, e os que vivem conosco não verão em nós a sua Face. "Eis que eu vos envio para serem Luz do mundo".

N euza Baptista (Equipe 4, Ribeirão Preto)

(1)

Miguel Covian, "Ciência, técnica e humanismo".

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O ESPÍRITO DO PEREG.R INO

Queiramos ou não, todos estamos em marcha para a nossa morada definitiva, onde o Senhor nos aguarda. Somos peregrinos. A peregrinação a Roma deverá nos firmar nesta convicção. E é por isso que todos os equipistas são convidados a acompanhar espiritualmente essa peregrinação, mesmo que não possam tomar parte nela. Todos seremos peregrinos. Mas o que é um peregrino? É

alguém que parte

Porque a peregrinação é uma partida. O peregrino rompe com a vida de todos os dias, ele solta as amarras, quebra as cadeias tirânicas ou suaves dos hábitos familiares. Ele deixa a sua pequena vida, sai do torpor espiritual, abandona o seu conforto e as inevitáveis d 'ficuldades da vida cotidiana que tão depressa se tornam empecilhos para a peregrinação. O peregrino é um homem que toma impulso e parte. Esta arrancada produz uma libertação. É o milagre de todas as partidas: assim que se parte, a alma se sente renovada, rejuvenesce e sente-se outra. O peregrino é alguém que enfrenta as fadigas I•

O equipamento do peregrino: o bordão, o cantil, o alforje, mostram que ele não é um turista ou um simples viajante. Devemos nos convencer de que não há verdadeira peregrinação sem um mínimo de mística, de abnegação e de pobreza. O autêntico peregrino é um voluntário para condições desconfortáveis ... O peregrino é alguém que reza

"Rezem por nós", é a frase constante que todos dizem aos que partem. E esta frase brota do coração. Eles têm razão: o peregrino é o homem da oração, ele leva consigo as intenções que lhe foram confiadas; casais desunidos ou separados; casais que estão com um dos esposos ou o filho doentes e que não sabem ou não querem aceitar essa provação; equipes que desejam

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tomar novo impulso; nossa própria conversão à renúncia, ao devotamento ao próximo, à firmeza de nossas virtudes; nossa paróquia e nossa diocese; padres submetidos às tentações, milhares de casais católicos que não conhecem ainda a admirável beleza do pensamento de Deus sobre o seu casamento; as centenas de milhares de casais de todo o mundo presos a todas as misérias que nos envergonham e nos interpelam. . . O peregrino é alguém que caminha com os outros

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Na Idade Média, os peregrinos se agrupavam para enfrentar os reais perigos das estradas. Não é o caso nos dias atuais, mas a peregrinação é a imagem da nossa vida e é normal que ela se desenvolva em sociedade e nos habitue a viver no convívio da amizade. Nós nos deveremos sentir como irmãos em marcha para o Pai. Quanta ocasião de praticar a caridade entre nós: atenção para com os outros, suportar os menos otimistas, esquecidos de nossas preferências pessoais em benefício de outrem, coparticipação nas idéias, unanimidade na oração. O peregrino é alguém que vai a um lugar santo

Todo verdadeiro peregrino se une pela tradição aos peregrinos de Jerusalém marchando para o Templo, aclamando com alegria quando divisavam as muralhas da Cidade Santa. Todo Santuário que assinala o término de uma peregrinação é sempre um pouco Jerusalém. É

Deus que volta

Parte-se, mas é necessano voltar e reencontrar aquilo que deixamos. Mas será com um novo olhar. Volta-se de uma peregrinação como se volta de uma oração, de um recolhimento: outras tarefas vão requerer nossa atenção, mas o espírito da peregrinação deve permanecer. Se a peregrinação não nos deixa nenhuma impressão, é que ela foi mal feita. Não se pode voltar exatamente como se foi. A peregrinação deve continuar, pois a estrada da vida de que ela é símbolo continua.

Somos todos peregrinos Nossa vida é uma peregrinação para o nosso fim último e devemos sem cessar lembrarmo-nos do caráter passageiro da nossa existência terrena. Mas, ao mesmo tempo, devemos estar, ardente e inteligentemente, presentes no mundo, trabalhando com todos os homens de boa vontade para construirmos uma cidade terrena que nunca concluiremos e que será como um esboço da outra. -18-

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SEMANA DA FAMILIA NO ESTADO DE SÃO PAULO

Realiza-se em todo o Estado de São Paulo, de 19 a 26 de setembro, a Semana da Família. A idéia de se estender a todas as dioceses do Estado a campanha realizada já duas vezes pela diocese de Santos nasceu na Assembléia do Regional Sul 1 da CNBB em fins de outubro de 1975, quando mais de 70 casais reuniram-se em ltaici com os seus bispos para estudar a problemática da Pastoral Familiar. A sugestão, estudada pela Comissão Regional de Pastoral Familiar (órgão nascido dessa Assembléia) , foi aprovada na reunião da Comissão Episcopal do Estado de São Paulo em junho último e já nos dias 3 e 4 de julho reuniram-se em ltaici os representantes de 16 dioceses. Sob a Coordenação da Comissão Regional de Pastoral Familiar, presidida por D. David Picão, e tendo como assessores especiais Elza e Oswaldo Aly, nossos companheiros responsáveis pelo Setor de Santos, os participantes dedicaram o primeiro dia à espiritualidade conjugal e familiar e o segundo a sugestões de mentalização e montagem da Semana da Família. Sendo que os objetivos da Semana da Família são

levar a população a tomar consciência da família como formadora de pessoas e construtora da sociedade; -

atingir, prioritariamente, as famílias menos integradas no processo social, e

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despertar em todas a consciência do valor da pessoa humana e a responsabilidade de cada família na construção de uma sociedade mais justa e so.lidária,

eis a seguir o essencial do que foi previsto para a realização da Campanha. -19-


Depois de uma mentalização prev1a das dioceses e paróquias, mobilização das forças vivas da Igreja - movimentos, grupos de jovens, comunidades eclesiais de base, agentes de pastoral; convite às outras confissões para colaborarem na Campanha, pois a família é antes de tudo uma realidade humana que independe de credo religioso; conscientização das associações leigas - de classe, de bairros, clubes - e das autoridades para que dêem também a sua colaboração. ··· Movimentação especial nas escolas, através das aulas de moral e cívica, de desenho, teatro, sociodrama, etc., e principalmente de questionários a serem respondidos por pais e filhos. Programação especial destinada a atingir a família nos seus locais de sofrimento: hospitais, asilos, presídios. Motivação "de rua", convidando-se, de casa em casa, os vizinhos a colaborarem na Campanha e participarem da Semana, também independentemente de credo religioso. Quanto à propaganda da Semana, conforme as dioceses, vai desde a decoração de ruas até a distribuição de panfletos. Em todas, artigos em jornais e programas de rádio. Pensou-se também em ut lizar as lojas, os meios de transporte e os locais de trabalho, principalmente as fábricas, para uma conscientização através dos slogans da Campanha. O programa da Semana: 2.a-feira, abertura solene em todas as dioceses; 4.a-feira, dia de oração pela família em todo o Estado; 6.a-feira, mensagem ecumênica pela TV; domingo, encerramento da Semana. Para 3.a, 5.a e sábado, cada diocese tem a sua programação própria. Em toda parte, durante a Semana, palestras sobre a família, mesas-redondas, aconselhamento conjugal e outras promoções a critério de cada diocese. Destaque especial para a liturgia, com músicas próprias, e o cuidado de se adaptar as cerimônias à realidade local. Evidentemente, em todas as cidades, equipistas a postos, arregaçando as mangas em união com os demais movimentos famlliares, contribuindo para que a Semana atinja os seus objetivos.

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UM CASAL RESPONSAVEL PAULISTA NO EACRE DO RIO

Julho 76. Pela segunda vez, responsáveis de equipe. Vindos do EACRE, nos reportamos a 1970: Encontro Nacional de Casais Responsáveis (São Paulo). Nós, recém-pilotados, chegando ao Encontro não sabendo bem com o que íamos deparar, e saindo com mil planos e uma carga de responsabilidades, querendo levar a qualquer custo a nossa equipe, como sendo quase só nossa a responsabilidade da salvação de todos. Hoje, ma:s amadurecidos e entrosados no Movimento, voltamos mais tranqüilos, porém cientes de nossa responsabilidade pela tentativa de unidade e amor fraterno neste ano, dentro da equipe. Além do mais, não seremos nós que conseguiremos, mas todos nós, de nossa pequena equipe de base, que procuraremos transformar em pequena "ecclesia". Seremos exigentes, porque queremos que todos o sejam e sabemos que contamos com a ação do Espírito Santo, que nos impulsionará nesta caminhada. O que foi para nós este EACRE? Foi, primeiramente, todo preparativos para a viagem com destino ao Rio - passagens, convite insistente ao Padre Assistente, problema dos filhos, que ficaram em parte com um casal da nossa equipe. Não foi só expectativa de viagem, mas de conhecer o local, o já tão comentado Mosteiro de São Bento, e todo o pessoal equipista com quem conviveríamos nesses dois dias. O acolhimento foi aquele bem à carioca - em cada estação, e no aeroporto, havia uma comitiva esperando calorosamente pelos viajantes. E quem éramos nós? Éramos 169 Casais Responsáveis, vindos das mais diversas Regiões: de Belém do Pará, vieram 2 casais e meio e um Conselheiro Espiritual; de Manaus, também 2 casais; a delegação de Brasília era composta de 10 casais e 3 Conselheiros Espirituais; de Juiz de Fora, vieram 7 casais e 2 Conselheiros Espirituais, mais 2 casais que estão morando em Belo Horizonte e pretendem lançar o Movimento lá; as 2 equipes de Valença e a de Nova Friburgo estavam representadas pelos seus respectivos Casais Responsá.;_ 21 -


veis; Petrópolis, com 12 dos 14 Casais Responsáveis e 1 Conselheiro Espiritual, delegado pelos demais; presentes todos os Responsáveis de Niterói e todos os Responsáveis do Rio, inclusive a da Equipe de Viúvas; quanto aos paulistas, eram 52 casais do Vale do Paraíba, 45 da cidade de São Paulo, mais o Casal Res· ponsável da primeira equipe de Santo André. O Setor da hospedagem desdobrou-se. Alguns equipistas alojaram dois casais, e os 70 casais que pediram hospedagem foram recebidos pelos seus irmãos cariocas, com aquela acolhida própria do equipista, feita de simplicidade e de carinho. É claro que para recepcionar e hospedar tanta gente a organização teve de ser muito bem planejada. Havia mais de 60 casais - 63 exatamente - do Rio trabalhando para o bom êxito do Encontro, tanto na sua fase preparatória - circulares, hospedagem, recepção- como durante o EACRE- apresentação (mestre de cerimônias perfeito), liturgia, refeições, grupos de coparticipação, onde recebemos tanto e nos confraternizamos e trocamos experiências com casais das mais diferentes cidades. A destacar a presença de 22 Conselheiros Espirituais - desta vez conseguimos levar o nosso! - que, além de participarem nos grupos, tiveram a oportunidade de se reunirem em uma valiosa e coparticipada reunião, onde os Conselheiros mais antigos encontraram entusiastas Conselheiros "bem novinhos" no Movimento. A ECIR esteve presente, representada pelo seu Casal Responsável, Dirce e Rubens, e os casais Yvonne e Tharcisio e Hélene e Peter. Estiveram também presentes os Casais Responsáveis Regionais e de Setor. Ao todo, éramos mais de 500 pessoas. O EACRE foi iniciado com a celebração da Santa Missa, concelebrada por alguns Conselheiros Espirituais, o que deu ao Encontro um cunho de espiritualidade e recolhimento. O tema escolhido, muito atual e de todos os tempos, foi "A Evangelização", baseado no documento de Paulo VI, "A Evangelização no Mundo Contemporâneo". Esse tema foi desenvolvido em três palestras: 1.a- "As exigências da Evangelização" - pelo Frei Constância Nogara, do Rio. Finalidade: expor o quadro doutrinário geral E: conscientizar da necessidade de evangelizar. Palestra notável, um dos pontos altos do Encontro. 2.a - "O papel do Casal Responsável na evangelização na equipe" - pelo casal Maria Teresa e Luiz Sérgio Widgerowitz, também do Rio. Objetivo: conscientizar os Casais Responsáveis de que a mística e os métodos das Equipes são meios de evangelização. Os casais devem compreender e viver a mística, os métodos, os meios de santificação das E.N.S. -22-


3.a- "Que fazem as Equipes de Nossa Senhora na evangelização do mundo contemporâneo?"- pelo casal Marisa e Gustavo Fleury, de Jundiaí. Objetivo: conscientizar os casais de sua missão evangelizadora característica. As equipes formam e sustentam os "arautos" do Evangelho. Os casais equipistas anunciam o Evangelho pelo testemunho coerente e o anúncio explícito de sua adesão à mensagem de Cristo em todos os momentos de sua vida: pessoal, familiar, no Movimento das ENS, na comunidade profissional e social. As duas primeiras palestras foram no sábado, seguidas de grupos de coparticipação. A terceira foi na manhã do domingo, e, como para as duas anteriores, tivemos em seguida grupo de coparticipação. Do mesmo modo que iniciamos, o Encontro foi encerrado com a Santa Missa, concelebrada por D. Carlos Alberto Navarro, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e mais ou menos 20 Conselheiros Espirituais. Depois de lembrar que se estava comemorando o Dia do Papa, disse D. Carlos Alberto em sua homilia que o Santo Padre teria ficado satisfeito de ver "a seriedade e o entusiasmo com que as Equipes de Nossa Senhora estão valorizando o documento sobre a evangelização", a ponto de dedicarem o EACRE a este tema. Realmente, o tema entusiasmou a todos e voltamos para casa cheios de ardor apostólico. Um Casal Responsável do Setor B, São Paulo

A mais bela vocação cristã é a do serviço. Grande e bela vocação, sem dúvida, exemplificada que foi pelo próprio Verbo de Deus, que se fez homem, tomando a forma de escravo, sendo Ele o Senhor. "Eu vim para servir" mais de uma vez Ele o disse. Não foi sem uma grande disponibilidade e abertura de alma e de coração que vocês assumiram diante da equipe o compromisso de um grande esforço interior e exterior, renunciando, muitas vezes, ao descanso e ao próprio lazer licito, e, às vezes, um pouquinho até, à própria familia, para que seus irmãos de equipe cresçam na unidade, na amizade e na caridade fraterna . Vocês terão, assim, um ano de muito trabalho, sem esmorecimento, durante o qual irão descobrindo, pouco a pouco, a grande alegria de servir, e, ao fim da jornada, a descoberta maior de que, ajudando a crescer os outros, foram vocês que cresceram mais ainda. Maria, que a si mesma chamou "a serva do Senhor", seja a grande inspiradora do trabalho de vocês, o que já é uma garantia de sucesso. (De

" 0 Equipista", do Rio de Janeiro)

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PEREGRINANDO PELA TERRA SANTA

Ao chegarmos a Israel, de turistas passamos a peregrinos. Fomos direto para Jerusalém. Nossa primeira visita, o Santo Sepulcro. Para uma pessoa que busca, esta é uma experiência das mais enriquecedoras. Passando pela porta baixinha para chegar ao lugar do Santo Sepulcro, sem olhar o altar, ajoelhei-me e rezei. Não saberia dizer o que. Uma meditação sobre a vida, a morte, a morte de Cristo. Só então abri os olhos. E li no altar: "Ressuscitou, não está aqui'; este é o lugar onde o puseram". Abençoada certeza da ressurreição! Como nossa vida se enche de esperança! Só então um guia nos mostrou os lugares santos dali: o lugar onde Jesus apareceu às santas mulheres, à sua Mãe, um pedaço da coluna da flagelação, a pedra do Calvário. Arranjamos um mapa colorido de Israel, com todos os lugares santos desenhados. Parece que o Evangelho sai andando com a gente a cada passo. No Convento da Flagelação, José Eduardo teve uma idéia que se revelou maravilhosa: perguntou da possibilidade de um padre franciscano nos acompanhar em nossas visitas. Conseguimos! Frei Frédéric Mans, francês, falando oito línguas, arqueólogo, professor da Universidade. Por dois dias ele viajou conosco. De Bíblia na mão, nós três percorremos a cidade santa e muitos lugares da Terra Santa. Chegados a um determinado lugar, líamos o Evangelho correspondente, comentávamos. Frédéric, entusiasmado arqueólogo, nos mostrava, depois, as riquezas das descobertas, confirmando os Evangelhos. Vejam, por exemplo, o que aprendemos com relação ao túmulo de Nossa Senhora. A tradição sempre deu o mesmo lugar como o local do túmulo. Nenhuma controvérsia. Construiu-se então a igreja, hoje cuidada pelos padres ortodoxos. Fizeram escavações e descobriram uma sepultura do primeiro século. E eu logo perguntando ao Frédéric: "Não há possibilidade de se confundir um túmulo do primeiro século com um do segundo?" -24-


"Possibilidade há, mas muito remota, é muito difícil distinguir." Mas havia uma dúvida. Contemporâneos que narraram o enterro de Nossa Senhora falaram de uma sepultura com três aposen· tos. E as escavações só tinham achado dois. Eis que, há dois anos, uma chuva fortíssima inundou a igreja. Retiradas as águas, ainda caía água pela parede. Abriram, retirando algumas pedras e lá estava o terceiro aposento. As escavações e os estudos foram feitos pelos padres franciscanos, que publicaram muita coisa a respeito. Diante do achado, resolveram abrir o túmulo, que segundo os estudiosos, nunca havia sido aberto. Estava completamente limpo. "Mas, sempre, sempre, se encontra alguma coisa? Nunca encontraram algum outro vazio?" E Frédéric, sempre calmo, responde: "Nunca. Sempre se encontra alguns pedaços de metal, (aqéis ou enfeites) poeira de roupa, poeira de ossos". "Então, isto vem confirmar a Assunção! E eu que sempre me preocupava porque a Igreja fora fazer este outro dogma!" E Frédéric, tranqüilo: "Mas a grande certeza é teológica: a corrupção é fruto do pecado, ela não teve pecado ... " E a gente continuava a discutir e meditar: Jericó, Cafarnaum, a Galiléia, o Monte das Bemaventuranças. . . O aspecto de pobreza que apresenta a terra, toda deserta, cheia de pedras, os pastores. E, junto à porta de Damasco, até um cego ·guiando outro cego nós vimos! E, ao lado de tudo isso, as questões políticas, o povo armado, mesmo a Velha Jerusalém dividida em setor cristão, judeu e árabe; mesmo os lugares cristãos divididos entre romanos, gregos ortodoxos, captas, etc. Quando aprenderemos de verdade a mensagem de Cristo de que todos somos irmãos?

Maria Helena e Dutta (Equipe n9 3, Ribeirão Preto)

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O '' EACRE'' DE BRUSQUE

• Sob a responsabilidade do Casal Regional Sul, Edy e Adherbal, coadjuvados por uma Equipe de serviço composta de 25 casais, Brusque acolheu, a partir do dia 9 de julho. 105 Casais Responsáveis e 12 Conselheiros Espirituais de 13 cidades localizadas nas Regiões Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que participaram do Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe.

Digno de registro é o fato de que um Encontro dessa natureza, levado a efeito numa cidade de cerca de 40.000 habitantes, acabe por transformar-se num acontecimento da comunidade, haja visto que foram mobilizadas 25 residências de equipistas e 46 residências de integrantes do Movimento Familiar Cristão, dos Cursilhos e de casais amigos, para hospedar os elementos de fora.

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Diga-se de passagem que todos testemunharam o carinho com que foram recebidos. As 8:30 hs. do dia 10, sábado, com a celebração eucarística oficiada por D. Afonso Niehues, Arcebispo de Florianópolis, e concelebrada pelos Conselheiros presentes, teve início o Encontro. Esse ato, celebrado no Santuário de Na. Sra. do Caravaggio, marcou profundamente os participantes, especialmente pelas palavras de estímulo dirigidas por D. Afonso, que enfatizou o papel das Equipes de Nossa Senhora, particularmente em face dos tempos marcantemente inseguros que a família atravessa. Em seguida, no Seminário de Azambuja, tivemos a abertura dos trabalhos e a palestra do Pe. Milani, sobre "As Exigências da Evangelização", onde nos deu uma aula de entusiasmo e vivência, abrindo-nos o caminho para um melhor entendimento do documento pontifício, "A Evangelização no Mundo Contemporâneo". Logo após o almoço, os participantes reuniram-se em 19 grupos de coparticipação, onde foi possível reviver a palestra, enriquecendo-a com os testemunhos dos casais. As 16:30 hs., Maria Aparecida e José Panzarin, das Equipes de Jundiaí, falaram-nos sobre "O Papel do Casal Responsável na sua Equipe em face da Evangelização". Esta, bem como a palestra de domingo, dada por Dilma e Miguel Orofino, de Florianópolis, sobre "As Equipes de Nossa Senhora como anunciadoras do Evangelho", foram ricas não só de ensinamentos mas, principalmente, de testemunhos de vivência dados pelos palestristas. No final da tarde de sábado, o Casal Responsável pela ECIR, Dirce e Rubens, reuniu-se por cerca de uma hora com os Conselheiros Espirituais, quando houve a oportunidade de proveitoso diálogo entre os participantes, todos entusiastas do Movimento e buscando no auxílio mútuo os caminhos para melhorar. Na noite de sábado, nas casas dos equipistas de Brusque, tivemos reuniões de equipe muito proveitosas. No domingo, os Casais Responsáveis reuniram-se para avaliar o Encontro, participaram do plenário final e, como marco do EACRE, de uma missa concelebrada por todos os Conselheiros Espirituais, onde o Conselheiro Espiritual do Encontro, Pe. Nelson Westrupp, scj, dirigiu-nos palavras inesquecíveis de exortação. Numa propriedade rural de um casal equipista, todos foram brindados com um almoço que, a par das iguarias servidas, teve como característica um clima sadio de grande confraternização. -27-


NOTíCIAS DOS SETORES

JUNDIAí -

Pesquisa

A Equipe de Setor, preocupada em melhorar a sua atuação, resolveu realizar uma pesquisa junto às suas equipes, a fim de colher dados que permitissem não só avaliar o estágio em que se encontravam, como também coletar dados sobre as aspirações dos casais, o interesse pelo Movimento, as sugestões que pudessem apresentar. Para atingir o fundo dessas questões, dois caminhos podiam ser tomados: um inquérito através de um questionário, ou entrevistas junto aos equipistas. A segunda alternativa foi escolhida. Toda a Equipe de Setor se preparou e cada um de seus membros ficou responsável por 5 ou 6 entrevistas junto a 23 casais previamente sorteados. As entrevistas foram realizadas durante 12 dias, tendo como base várias perguntas escolhidas com antecedência. Os dados assim colhidos foram analisados primeiramente pelos entrevistadores. Em seguida, numa reunião do Setor, depois da comparação dos resultados, foi feita uma síntese de todo o trabalho realizado. Dentre os dados analisados destacam-se os seguintes : - Há um anseio geral por ((aprender a extrair a mensagem do Evangelho", por "meditar corretamente"; junto a este anseio, surge um outro, correlato: a procura de uma "maior espiritualidade". - Os equipistas valorizam muito os retiros, bem como todas as atividades que constituem ocasião para encontros com elementos de outr as equipes, como reuniões mistas, encontros, etc. - De modo geral, expressam insatisfação por reuniões em que atuam apenas como ouvintes (passivos) e lamentam os poucos contatos com elementos de outras equipes. -28-


A pesquisa revelou também as atividades apostólicas, verificando-se que em todas as equipes há casais que dão a sua colaboração nas respectivas paróquias: Cursos de noivos, Encontros de Casais com Cristo, Cursos de namorados, Grupos de jovens, equipes paroquiais, colaboração junto aos vicentinos, etc. Finalmente, a Equipe de Setor convocou todos os Responsáveis de equipe e Conselheiros espirituais para uma reunião em que, com base nos resultados obtidos, se pudessem apresentar propostas para novas linhas de ação. Essa reunião, à qual compareceram os Casais responsáveis na sua totalidade e quase todos os Conselheiros espirituais, primou pela abertura, pela sinceridade e mostrou mais uma vez a união e a dedicação de todos em prol do mesmo ideal. Foi uma reunião "reconfortante, animadora sob todos os pontos de vista, uma bênção visível de Deus", como frisa o Boletim de onde extraimos os dados acima. -

Noites de oração

Para responder ao anseio geral por maior espiritualidade manifestado pelos equipistas, uma das linhas de ação adotadas pelo Setor, na reunião com os Responsáveis e Conselheiros, foi a promoção de noites de oração. A Equipe 6 ficou encarregada de organizá-las e, desde maio, há semanalmente, de segunda a quinta-feira, um grupo se reunindo para orar. Como os temas são os mesmos nos quatro grupos, o casal impossibilitado de comparecer numa noite pode fazê-lo noutra. No entanto, recomenda-se assiduidade num determinado dia, para que o grupo possa ter a sua personalidade. As reuniões duram hora e meia, esticando-se, no máximo, até às 22 hs. Depois dos conselhos materiais, a Equipe organizadora lembra, em sua circular aos equipistas, o espírito que deve nortear a participação nas noites de oração. Transcrevemos:

"Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos." (Mat. 11, 25) Este é o espírito daquele que participa de um grupo de oração: reconhece a sua pequenez e humildemente se coloca à escuta do Senhor Jesus, para conhecê-.lo e chegar ao Pai. Um grupo de oração não é o momento de levar nossas dúvidas, nossos problemas para serem discutidos. Para isso temos as reuniões de equipe. -29-


Ninguém vai ensinar ninguém; todos estaremos reunidos pelo mesmo Espírito de Deus, que falará aos nossos corações pelas palavras de nossos irmãos. Sabendo escutar com pobreza de espírito, seremos um em Cristo numa comunidade de fé e de amor." -

Dois congraçamentos

As Equipes de Jundiaí e Louveira estiveram reunidas em duas oportunidades, em maio e junho, para um Encontro Espiritual e uma Festa J unina. Na opinião de muitos, o recolhimento só pecou por ter sido muito curto: o do ano que vem, já está na pauta do Setor, irá durar dois dias. Escrevem no Boletim: "As colocações de Dom Leo em suas palestras, os pontos de meditação do Pe. Renato vão perdurar por muito tempo em nossas mentes. As impressões de nossa "caminhada" pelo bosque ficarão retidas para sempre em nossos corações. Levaremos sempre conosco o "pôr-em-prática-tudo-isso' da palestra de Igar e Cidinha. A tudo isso, acrescente-se a dedicação fraterna das equipes 4, 8 e 11", encarregadas da organização. Quanto à Festa Junina, realizada em Louveira, foi um sucesso, apesar da chuva, que caiu, pesada. Mas, "os que se 'desinstalaram' foram largamente compensados. O ambiente de alegria, de fraternidade. . . era uma grande família divertindo-se junta!" BAURU -

Inter-equipes

Muito proveitosas as reuniões mistas, das quais participaram 43 casais - o que não satisfez o Setor, pois representa apenas a metade dos equipistas (incluindo Pederneiras). Três perguntas sobre a importância da paciência no contexto da família deram ensejo a profícua troca de idéias. A colocação leal dos problemas - vida conjugal, relacionamento com os filhos, equilíbrio do lar - proporcionou troca de experiências "realmente excelente", segundo os relatores, Olanda e Nadyr. Algumas das reuniões esticaram-se inclusive até as primeiras horas do dia seguinte, com os casais buscando pistas de encaminhamento de problemas comuns a todos. As reuniões deram aos participantes uma visão mais clara da realidade atual no ambiente do lar. -30-


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Novena

Juntando as equipes duas a duas, o Setor promoveu uma novena em louvor a Nossa Senhora. A participação parece que também não foi a esperada, mas os que fizeram a novena muito aproveitaram. Através do Boletim, a Equipe n. 0 13, caçula do Setor, faz um agradecimento ao seu Conselheiro Espiritual, Pe. João, pela dedicação e pelo entusiasmo com que conduziu a novena, e conta como se realizou a mesma: "Através da participação de quase todos os membros da equipe, procuramos conscientemente conhecer um pouco mais sobre a vida de Maria, nossa Mãe, com a leitura do livro, Uma jovem chamada Maria (Pe. Zezinho, s.c.j.), antes de iniciarmos propriamente a novena. Durante a mesma, tivemos fitas gravadas com músicas que falavam de Maria e de Jesus, a oração do Magnificat e leituras do Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. Sentimos bem de perto a presença de nossa querida Mãe e nos sentimos mais espiritualizados por receber, no final de cada dia da novena, a sagrada Comunhão. O nosso sincero agradecimento ao Pe. João por nos proporcionar essa intimidade entre irmãos, Cristo e Maria". -

"Bronca" ...

Desalentado com a pouca participação dos equipistas nas promoções do Setor, o Casal Responsável resolveu "estourar". Como a carapuça pode servir para muita gente, lá vão alguns extratos dessa "bronca" que lembra as chamadas de São Paulo aos primeiros cristãos: Iniciam Linda e Albino sugerindo que "muitos já não se recordam dos termos com que prestaram seu Compromisso ao Movimento", continuam mostrando como os que não comparecem podem prejudicar o bom andamento das iniciativas e terminam dizendo: "Afinal, gente, somos conscientizados ou não? Qual é, verdadeiramente, o nosso papel dentro do Movimento das Equipes de Nossa Senhora? Não somos obrigados a permanecer nele, se não nos ser·ve, se achamos que seja um peso a mais nas nossas vidas já tão atribuladas. Mas, então, tenhamos a sinceridade de deixá-lo; será preferível a dar testemunhos tão fracos! Estamos nas Equipes apenas para receber, para pedir orações nas nossas tribulações, ou elas são para nós um meio de ajudar-nos a sermos cristãos autênticos, ativos e generosos?

Irmãos, estamos em um Movimento de espiritualidade e sabemos que não é mesmo fácil viver para Cristo, com Cristo e -31-


por Cristo, hoje em dia. Os chamamentos da vida material têm uma força muito grande e desgastam-nos profundamente. E é justamente pensando nisso que teimamos em nossa preocupação de apresentar a vocês maneiras diferentes para alcançarem os objetivos a que se propõem. Não temos medido trabalhos, muito menos sacrifícios, Deus disso é testemunha ... " VALENÇA, RJ -

Visita do Regional

Em recente visita às duas equipes de Valença, o Casal Regional, para alegria de todos, pôde constatar o excelente nível espiritual e de conhecimento do Movimento por parte de ambas. Tudo é fruto da dedicação que tiveram seus pilotos, Madalena e Ferraz, Marília e Mauro, apoiados pelos Conselheiros Espirituais, Pe. Argemiro e Pe. Pedro. Continuando esse trabalho e com não menos dedicação estão os primeiros Responsáveis, Marlene e Klaus e Alcina e José Maria. Prova do desejo dos equipistas de Valença de crescerem espiritualmente através das Equipes foi o comparecimento de 4 casais ao Mutirão de Petrópolis. RIO DE JANEIRO -

"EACRE" . ..

Estiveram em polvorosa as Equipes do Rio, com a organização do Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe. Na da menos d.e 63 casais compuseram a Equipe de serviço, que acolheu, "pageou", nutriu material e espiritualmente mais de 500 pessoas ... Até o Boletim "sintonizou", com quase todo o seu material dedicado ao tema da "responsabilidade". Na primeira página, d "zem os cariocas de seu desejo de bem realizar a tarefa a eles confiada pela ECIR e de sua certeza de verem suas falhas perdoad as pela compreensão dos irmãos, dão as boas vindas "aos companheiros das cidades irmãs, que recebemos de braços abertos e cuja acolhida em nossas casas é uma alegria que gostaremos de ver sempre repetida", e pedem a Deus que "enriquecidos, saiamos todos do EACRE mais responsáveis pelos nossos irmãos, melhores cristãos, legítimos anunciadores do Evangelho". -Várias

- O Cursão de Noivos realizou-se em junho, reunindo cerca de 50 casais, entre "novatos" e "veteranos". Todos interessadíssimos em melhorar suas palestras e a dinâmica dos Cursos de -32-


Noivos. Muito válido, é acontecimento que deverá repetir-se anualmente. - Participaram os equipistas da Hora Santa dos Movimentos Familiares organizada pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Casais do Movimento Familiar Cristão, dos Encontros de Casais com Cristo, Cursilhistas e Equipistas lotaram a Igreja de Sant'Ana, no centro da cidade. - Com barraquinhas, doces, prendas e quentão, cc-mo manda o figurino, os equipistas cariocas tiveram a sua Festa Junina. Enquanto os pais, na Capela do Colégio da Divina Providência, participavam da Missa celebrada pelo Pe. Djalma, as crianças se reuniam com o Pe. Cesar no auditório, para a Missa, intensamente participada, que ele tão bem sabe organizar. SANTO

ANDR~

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De vento em popa

Quando se cogitou do lançamento das Equipes 4 e 5, a Equipe da Região resolveu criar a Pré-Coordenação de Santo André. Com as Equipes 2 e 3 ainda em fase de pilotagem, os pilotos da primeira equipe, Edith e João José Giardulli, estão coordenando a ação dos demais, em ligação direta com o Regional. Tendo a Equipe n. 0 1 eleito o seu primeiro Casal Responsável, que aliás esteve no EACRE, Edith e João, pilotos, nos enviaram notícia a respeito: Em reunião realizada a 26 de junho, foram votados o Casal Responsável e o nome da Padroeira da Equipe: eleitos Ivanilde e José Carlos Fidelis, e Padroeira, Nossa Senhora das Famílias. Os votos foram recolhidos no ofertório da Missa, especialmente celebrada paar esse fim pelo Assistente, Frei Luiz Favaron. O Frei Luiz, que foi praticamente "laçado" pelo casal Sebast iana e Oswaldo por ocasião da preparatória da reunião de lançamento, para a qual foi convidado sem saber direito do que se tratava, desde o início se entusiasmou muito pelo Movimento, fazendo questão de ficar a par de todos os detalhes. Nas reuniões preparatórias, tem sempre jantado com o casal animador e -~ o responsável pelo crescimento espiritual que a equipe teve no período de pilotagem, crescimento para o qual contribuiu muito esse contato mais direto com os casais. Sebastiana e Oswaldo, por sua vez, têm trabalhado muito pela divulgação do Movimento em Santo André, que promete muito e cujo único problema é a falta de padres Assistentes. Para a solução deste problema, aliás, Edith e João pedem o-rações a todos, pois "a roesse é grande, mas os trabalhadores são poucos". -33-


Pilotos da 2 e da 3, Cecilia e José Carlos Furia e J osefina e Roque Vargas. SAO PAULO, Setor A -

Missa do Setor

Na noite de 24 de junho, reuniram-se os equipistas do Setor A para uma Missa, muito concorrida, cuja organização esteve a cargo das equipes 27 e 32. Foi uma missa "temática", enfocando o problema do próximo marginalizado e injustiçado. Seguiu-se uma confraternização, "na base do quentão", por ser festa de São João. -

Questionário de balanço

Entre as perguntas recebidas pelos equipistas, constava uma relativa à Carta Mensal. Certamente porque o Responsável de Setor fez parte da Equipe da Carta e não esqueceu os seus problemas. . . Agradecemos a colaboração e aguardamos o resultado da "pesquisa". DEUS CHAMOU A SI Nelson Fernandes - Da Equipe :28, Setor D, São Paulo, no dia 11 de junho. A seu respeito escreve uma de suas companheiras de equipe:

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" (Antoine de Saint-Exupéry). A muitos você cativou, portanto, a culpa é sua. Tor'nou-se responsável por todos nós. E porque ficou nosso amigo, choramos a sua ida. A culpa é nossa! Deixamo-nos cativar, criamos .laços, nos unimos tanto! Porque nos deixou melhores e mais ricos é que lhe dizemos: Obrigado, Nelson! Obrigado pelo que fez por nós aqui e pelo muito que fará aí, junto do Senhor". Marilde, "do Olavo" - Da Equipe 15, Setor B, Rio de Janeiro, também no dia 11 de junho. Depois de longa doença, suportada com valentia fora do comum; "tr'anqüila, corajosa, cheia

de fé, fazendo questão de participar de todas as reuniões, quando em pior estado tomando a iniciativa de telefonar e providenciar a transferência do encontro para seu apartamento", como escreve o Boletim entre outras comovedoras histórias a respeito do casal. -34-


NOVAS EQUIPES

Aguaí -

Equipe 2, pilotada por Teresinha e Paulo Oliveira.

Belém do Pará- Já estão na 5.a ... Pilotos: Carmen e José Maia. Conselheiro Espiritual: Con. Geraldo Menezes. Rio de Janeiro - Equipe 46, Setor B. Pe. José Maria Lobo.

Conselheiro Espiritual:

"Nova" 7, Setor C. Casal Responsável: Vera Lúcia e Carlos Augusto Morais. Conselheiro Espiritual: Pe. Walter. Equipe 43, Setor C. Pilotos: Beatriz e Roberto Soares de Moura. São Paulo - Equipe 54, Setor E - Casal Responsável: Regina e Carlos Roberto Souza Castro; Casal Pilto: Glaucia e Dacio Oliveira; Conselheiro Espiritual: Frei Alain Hevin. Equipe 55, Setor D - Casal Responsável: Marlene e Pedro Bardieri;Casal Piloto: Angela e Francisco Vinhas; Conselheiro Espiritual: Pe. Rogério Van Campenhout.

Equipe 56, Setor E - Casal Responsável: Rose Mary e José Luiz Ferraz Luz; Casal Piloto: Daisy e José Luiz Assumpção; Conselheiro Espiritual: Pe. Luiz Palácio. Equipe 59, Setor A - Casal Responsável: Maria Regina e Paulo Eduardo B. Ferreira; Casal Piloto: Darcy e Geraldo Gusso; Conselheiro Espiritual: Mons. Enzo Gusso. Equipe 60, Setor B - Casal Responsável: Maria do Carmo e José Domingos Ruiz ; Casal Piloto: Maria Celia e João de Laurentys; Conselheiro Espiritual: Frei Cristovão Ferreira Salles. Equipe 61 , Setor A - Casal Responsável: Rosa Maria e Luís Antonio Pita; Casal Piloto: Ruth e Carlos Nogueira. Equipe 64, Setor A - Casal Responsável: Maria Lúcia e Renato Fraga; Casal Piloto: Maria Inês e Regis Rodrigues; Conselheiro Espiritual: Con. Constantino Van Veghel.

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ORAÇÃO P ARA A PRóXIMA REUNIÃO

Somos peregrinos nesta terra, com toda a Igreja, até que nos seja dado contemplar a Deus na J erusalém celeste. É longo e árduo o caminho. Pois é preciso desinstalar-se sem cessar, obedecendo ao que Deus quer de nós. Neste mês, em que muitos equipistas, simbolizando esta marcha do cristão para com o seu Deus, estarão participando da Peregrinação das Equipes a Roma, preparemos com eles esse encontro na oração e na meditação.

TEXTO DE MEDITAÇÃO- Gen . 12, 1-9

O Senhor disse a Abraão: "Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai, e vai para a terra que eu te mostrar. Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bênçãos. Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; todas as famílias da terra serão benditas em ti." Abraão partiu como o Senhor lhe tinha dito, e Lot foi com ele. Abraão tinha setenta e cinco anos, quando partiu de Harã. Tomou Sarai, sua mulher, e Lot, filho de seu irmão, assim como todos os bens que possuíam e os escravos que tinham adquirido em Harã, e partiram para a terra de Canaã. Ali chegando, Abraão atravessou a terra até Siquém, até o carvalho de Moré. Os cananeus estavam então naquela terra. O Senhor apareceu a Abraão e disse-lhe: "Darei esta terra à tua posteridade." Abraão edif.:cou um altar ao Senhor, que lhe tinha aparecido. Em seguida, partindo dali, foi para a montanha que está no oriente de Betel, onde levantou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Jai ao oriente. Abraão edificou ali um altar ao Senhor, e invocou o seu nome. Continuou depois sua viagem, de acampamento para acampamento, para N egeb.

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"Todo peregrino se une pela tradição aos peTegrinos de Jerusalém marchando para o Templo , aclamando com alegria quando divisavam as muralhas da Cidade Santa ."

ORAÇAO LITúRGICA- Salmo 121

Que alegria quando me disseram : "V amos à casa do Senhor! Enfim estamos diante das tuas portas, Jerusalém ! Jerusalém, cidade grande e bela. para onde tudo converge. Para ti sobe todo o povo de Deus, a cumprir o dever de celebrar o seu N orne Em ti se acham os tronos da justiça. os assentos da casa de Davi. Orai pela Paz em Jerusalém e dizei: "Vivam em segurança os que te amam . Reine a Paz dentro de teus muros e a tranqülidade em tuas casas". Por amor de meus irmãos e de meus amigos. pedirei a Paz para ti. Por amor da casa do Senhor, nosso Deus. pedirei para ti a felicidade.


EQUIPES DE

JOSSA SENHORA

Movimento de casais por uma espiritualidade con jugal. e familiar

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