ENS - Carta Mensal 1976-4 - Junho

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1976

NC? 4 Junho

Inventar ............... . .... . ... . . . .. Sereis minhas testemunhas .....

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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . .

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O círculo central .......... . ....

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Responder com a vida .... .. ... Para muitos, o caminho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o •• o • • ••••• o •

A estrada da vida .. . .........

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Os anos ocultos em Nazar é . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Prece de uma jovem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Mensagem da Equipe Responsável Internacional

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Balanço: uma revisão de vida . . . . . . . . . . . . . . .

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Namorados pedestres . ........ .. ... o. . .. o.. . .

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A propósito da Coparlicipação ... . ....

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A Anunciação em Nazaré . . ...... . . .. .

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Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Oração para a próxima reunião .... . ....

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ATENÇAO Novos Casais Responsáveis:

ENCONTRO ANUAL DE CASAIS RESPONSÁVEIS DE EQUIPE E CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

Para São Paulo-Capital , Vale do Paraíba, Rio de Janeiro, Estado do Rio , Juiz de Fora, Brasília, Belém , Manaus: 3 e 4 de Julho -

no RIO DE JANEIRO

Para o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Su l: 10 e 11 de Julho -

em BRUSQUE

Para o Estado de São Paulo (MENOS o Vale do Paraíba): 28 e 29 de Agosto -

em ITAICI


EDITORIAL

INVENTAR

Neste mês de junho em que, na reuntao de balanço, procuramos também lançar um olhar para o futuro , a página que segue, do Pe. Caffarel, poderá nos ajudar.

li

No final de um retiro sacerdotal, um dos retirantes dirige-se ao pregador: "O Sr. se entreteve com todos nós. Conhece-nos bem agora. Qual é, no seu modo de ver, nosso defeito mais geral e mais grave?" A resposta foi inesperada: "Falta-lhes o espírito de invenção." Não vou esperar que façam a mim a mesma pergunta e que lhes dê uma resposta semelhante. Poderão dizer, aliás, que não se trata de um pecado grave e acrescentar que não há nenhum mandamento de Deus que faça da invenção um dever. - Engano ... Deus manda que amemos. Ora, o amor, todo amor jovem, todo amor vivo é inventivo. Rememorem, apenas, a própria experiência pessoal. (E se o amor de hoje não tem mais esta característica da invenção, não seria porque deixaram que o envelhecimento os envolvesse?) Lembrem-se do tempo de noivado, dos primeiros anos de casamento. Não estava a imaginação em constante estado de alerta e o espírito de invenção sempre à procura daquilo que poderia ser agradável ao outro, multiplicando as ocasiões de encontros? Posso agora abordar o que tenho em mente. Nem sempre os casais parecem preocupados em inventar a vida de equipe. Ouço uma réplica: "De quem a culpa? Deram-nos os Estatutos, que nos puseram a caminho, foram-nos dados temas de estudo e temas de oração. . . Que mais nos falta inventar?" -1-


Uma comparação dará maior precisao ao meu pensamento. Ao contemplar os numerosos templos góticos que se erguem principalmente em terras da Europa, fica-se maravilhado com a variedade e riqueza arquitetônica desses monumentos. Ora, o estilo gótico tinha os seus cânones. Os arquitetos de nossas grandes catedrais respeitavam-nos. No entanto, cada um deles soube "inventar" uma obra-prima original. Longe de diminuir o seu espírito inventiva e precisamente em razão das limitações que impunham, os cânones foram um estímulo, obrigando os artistas a se superarem, a criar obras cada vez mais belas. Po.steriormente e em oposição àqueles, os arquitetos do século XIX que se submeteram servilmente aos cânones, sem a preocupação de inventar, só produziram um gótico frio, igrejas sem alma. O tema de estudos mensal dirige-se a todos. Por conseguinte não se dirige a ninguém em particular. Cabe a cada equipe reinventá-lo, repito, reinventá-lo: atualizá-lo de tal sorte que venha a responder às questões e às necessidades dos casais da equipe. O mesmo poder-se-ia dizer dos textos de oração. A amizade, o auxílio mútuo. . . também aqui cabe um esforço de imaginação para procurar, com não menos fervor que os jovens noivos de quem falei há pouco, o que poderá favorecer uma renovação de intimidade, um progresso na verdadeira caridade fraterna, etc. É toda a vida de equipe que se trata de repensar incessantemente, de reinventar continuamente, se quiserem que a sua equipe seja viva, tenha uma personalidade, seja uma equipe original, se desejarem o seu progresso, o progresso do Movimento todo.

HENRI CAFFAREL

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"SEREIS

MINHAS

TESTEMUNHAS"

Após a sua morte e ressurreição, as últimas palavras de Jesus a seus apóstolos nos são reveladas nos Atos: "Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre VÓS. Sereis então minhas testemunhas em Jeru.salém, em toda a Judéia e na Samaria, até os confins da terra" (At 1, 8).

"Sereis minhas testemunhas". A fórmula é breve; acrescentar algo será alterá-la. Jesus não disse "Sêde minhas testemunhas" ou "Deveis ser minhas testemunhas", como se pudéssemos, a nosso bel prazer, refugiar-nos na neutralidade ou dela sair. "Sereis". Quer o queiramos, quer não, somos suas testemunhas, pois, como cristãos, afirmamos que Cristo veio ao mundo. Mas, que fez Ele? Continua Ele a fazer alguma coisa? A estas duas perguntas a qualidade do nosso testemunho dará a resposta. Somos, inevitavelmente, as testemunhas de Cristo, testemunhas fiéis ou falsas testemunhas. De qualquer modo, daremos testemunho: se Jesus vive em nós, como vivia em seus apóstolos, possuídos da força do Espírito Santo, daremos testemunho em seu favor; caso contrário, para nosso maior vexame, testemunharemos contra Ele. Que fez Jesus? Não será suficiente, para torná-lo conhecido, "anunciar o Evangelho a toda criatura"? Sem dúvida, mas há que ponderar a maneira como o fazemos. Podemos transmitir um ensinamento com exatidão mas só seremos persuasivos na medida de nossa convicção profunda de cristãos que se alimentam da Palavra de Deus. Um recita o Evangelho, outro sente-o: o primeiro pode ser apenas um bom divulgador, o segundo é uma testemunha. Só tornaremos Jesus conhecido se O conhecermos, profundamente, dentro de nós mesmos, e só conhecemos realmente alguém se o amamos. Saberá falar de Cristo aquele que vive na sua intimidade. D. Chevrot

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A ECIR CONVERSA COM

VOCII:S

Há um processo de evolução dos casais dentro de sua equipe. Há também um processo paralelo da evolução da equipe dentro do Movimento. Há finalmente a conscientização de que a Equipe não tem uma finalidade em si, mas precisa engajar-se na própria vida da Igreja. No primeiro caso, trata-se mais precisamente do aprofundamento e consolidação da fraternidade entre os membros da equipe, levando ao amadurecimento dessa pequena comunidade. No segundo caso, a equipe passa de uma visão um tanto egoísta de si mesma para a visão do Movimento no seu conjunto. Finalmente, o equipista compreende que as Equipes de Nossa Senhora não se bastam a si mesmas, mas são um Movimento de Igreja, e por isso a ela intimamente unidas. A princípio, quase todo o esforço da equipe se concentra na assimilação da mística e dos métodos do Movimento, na maior compreensão das realidades e riquezas da vida conjugal e familiar. A equipe se basta a si mesma. É certo que, através do Casal Piloto e do Casal de Ligação, como também pela leitura da Carta Mensal, os casais começam a ter urpa idéia, embora um tanto vaga, do Movimento no seu todo. Mas no início, o círculo de conhecimento concreto do Movimento se limita quase que só às atividades do Setor a que a equipe pertence. Vem o primeiro Encontro Anual dos Casais Responsáveis de Equipe o casal responsável da equipe vai ao Encontro, um pouco ressabiado talvez, mas volta transformado. O que houve? Apenas o contato com uma centena ou mais de outros casais que, como ele, assumiram, perante Deus e perante os seus companheiros de equipe, a responsabilidade de trabalhar para que a equipe caminhe para a sua plena realização como comunidade cristã. E percebe que aquela mesma fraternidade, aquele mesmo sentido de auxílio mútuo que se foram fortalecendo na sua

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própria equipe foram vividos durante dois dias com casais ainda ontem desconhecidos. Começa-se então a compreender aquela idéia de que o Movimento é uma "equipe de equipes"; de que o auxílio mútuo é uma realidade e de que falamos todos a mesma língua da fraternidade cristã. Começa-se a compreender também, pelos testemunhos ouvidos e vividos, que, através das atividades dos equipistas a serviço de sua Igreja local, é todo o Movimento que está engajado na Pastoral da grande Igreja.

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Em setembro prox1mo, as equipes de todo o mundo vão realizar em Roma um grande congraçamento. Uma das grandes virtudes da Peregrinação é a de levar os casais a sentirem, ampliado em dimensão quase mundial, aquele pensamento da "equipe de equipes" de que falamos há pouco e de viverem aquela mesma fraternidade com casais das mais diversas nacionalidades, das mais diversas civilizações, dos mais diversos costumes e línguas. Mas não é evidentemente esta a única razão da Peregrinação a Roma. Tem ela por fim levar ao centro da cristandade o Movimento todo, tanto os que lá estiverem concretamente presentes, como aqueles que, não podendo acompanhar os seus delegados, se unirão a eles em espírito. Assim unidos, vamos todos levar a Roma a afirmação de que os casais das Equipes de Nossa Senhora se esforçam em fazer do Evangelho o estatuto da própria família, crêem no Cristo e na missão profética da Igreja e estão dispostos a trabalhar na sua missão evangelizadora. Vamos todos juntos implorar a misericórdia de Deus para a Família, hoje tão duramente assediada por fatores os mais diversos e sutis de desagregação, mas também pelos próprios pecados das famílias cristãs, das nossas famílias. Muito fraternalmente

A ECIR

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O CÍRCULO

CENTRAL

A Eucaristia é o ponto de encontro de todos os que renasceram no Cristo. É o lugar de convergência do nosso amor "católico", universal. É o círculo central, donde começam todas as jogadas da nossa vida, donde partem as decisões mais importantes e de onde tem início o nosso destino.

No dia em que dispensássemos a Eucaristia, o cristianismo se tornaria uma espécie extinta, uma peça de museu. É ao redor da Eucaristia que se desenvolve a vida cristã. Se você aceita a Eucaristia em sua vida, você está encaminhado para se tornar um homem novo, aquele homem que o mundo está esperando há tanto tempo, mas que parece ainda não ter nascido. . . Aquele exemplar de homem, refeito inteiramente, no qual todos se possam espelhar. O homem transparente a reproduzir o Cristo. O nosso ponto de referência está no altar. É lá que encontraremos a luz para as novas idéias e os novos projetos. Lá encontraremos a força para as grandes realizações que irão transformar a sociedade humana, a começar pelo nosso coração. O Corpo de Cristo para a vida do mundo! "Eu vim para que todos tenham a vida (Jo 10, 10)

em

plenitude".

Mas você bem o sabe. O Corpo de Cristo não é apenas a Eucaristia; não é apenas aquela pequena hóstia branca, que tanto comovia o seu coração de criança ... Também o seu irmão é a extensão do Corpo de Jesus. E assim a assembléia, o conjunto dos fiéis, a Igreja universal: todos formam um só corpo, com você e com o Cristo.

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Daí é preciso interrogar-se. Você, consumidor assíduo do Corpo de Cristo, você, convidado de honra ao banquete do Senhor, você, que faz questão de apresentar-se de veste cândida ao jantar do grande Rei, - veja se aceita de verdade "todo" o Corpo do Cristo. Seria pura ilusão pensar encontrar-se com Cristo na Igreja, ao redor de um altar, depois de tê-lo recusado e desconhecido lá fora, na pessoa dos irmãos. Seria mentira dizer que você ama o Cristo da Eucaristia quando deixa seu coração mergulhado num círculo gélido de egoísmo, com relação a seu irmão ... Ou você aceita todo o Corpo do Senhor, e a sua Eucaristia é verdadeira. Ou não aceita, e então a sua celebração eucarística se torna um atentado contra a unidade. O seu irmão é "carne da sua carne e osso de seus ossos". Você teria coragem de recusá-lo, de marginalizá-lo, de odiá-lo? Seria absurdo, não concorda? Porque "ninguém jamais odiou sua própria carne, mas nutre-a e cuida dela, assim como Cristo faz com a Igreja. De fato somos membros do seu corpo, da sua carne e dos seus ossos". (Ef. 5, 29-30). Um Deus deu a vida para manter-nos unidos. Ninguém separe o que Deus uniu. Pe. Virgilio

• Dado que há um só pão, todos nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque participamos deste único pão. 1 Cor. 10, 17

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PALAVRAS AOS EQUIPISTAS

RESPONDER COM A VIDA

As Equipes existem para ajudar o casal e a família a realizarem sua missão e sua vocação : serem testemunhas do amor de Deus no mundo e focos da instauração do Reino do Senhor. As equipes existem para dentro e para fora. Elas reunem casais desejosos de viver intensamente a vida do lar na constante abertura para o que existe do lado de fora. As equipes não querem que a família seja apenas uma espécie de oásis. Elas pretendem fornecer os elementos necessários para que homens e mulheres maduros ajudem o mundo a se encher do amor de Deus e dos homens. Tudo o que existe dentro das equipes visa a isto: dever de sentar-se na busca do amor, oração familiar em torno do Senhor, tema de reflexão e aprofundamento, meditação e leitura do Evangelho interiorizantes. Não precisamos lembrar que este mundo, que é o nosso, é marcado por transformações muito violentas. O que é a família? Para onde ruma essa família? Por que tantos casais desajustados? Por que os filhos não chegam a uma certa maturidade mais ou menos esperada? Por que não se tem o cuidado e o empenho de buscar mais seriamente a Deus? Qual o papel de cada família na transformação da ordem social? Como a mulher pode ocupar o lugar que merece no coração da sociedade e do mundo? Como fazer para que uma fachada social familiar ceda lugar a uma autenticidade de vida? Por que tantas separações e novas uniões? Por que certos casais ou certos jovens aceitam facilmente liberdades na prática e na vivência do amor? Todas essas questões são muito sérias. Cada um deveria pensar muito antes de respondê-las. Há um lugar, um espaço, um momento onde essas questões podem ser respondidas mais com a vida do que com palavras: as Equipes de Nossa Senhora. Como? Na ousadia da aventura divina no coração do humano, na sinceridade sem barreiras de nossos diálogos, no esforço persistente de perdão, no murmúrio da oração que busca sempre a presença do Senhor, na decidida persecução do diálogo. As Equipes de Nossa Senhora têm uma missão e uma vocação. Na verdade, na sinceridade, na persistência espero que sempre possam dar um exemplo e um testemunho que gerações futuras saberão reconhecer e agradecer.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

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PARA MUITOS, O CAMINHO

Há um ano, no dia 26 de junho, Deus chamava a si um dos seus mais dedicados sacerdotes, Mons. J osemaria Escrivã de Balaguer, fundador do "Opus Dei". "O Padre", como carinhosamente o chamam os seus filhos, era um homem afável e modesto, admirado por sua serenidade e seu otimismo - sinais evidentes de que era um homem dócil ao Espírito. Nascido na Espanha em 1902, começou o seu trabalho sacerdotal no meio rural; a seguir, em Madrid, desenvolveu sua atividade pastoral nos bairros operários e entre os estudantes universitários, ao mesmo tempo em que se dedicava a tarefas docentes. Assim, a ampla experiência adquirida nos vários setores da atividade humana, aliada a uma profunda vida interior, o habilitaram a ser o guia espiritual de leigos de todas as classes sociais e pertencentes às mais diversas profissões, desde arquitetos e advogados a operários e empregadas domésticas. Como escritor, de estilo simples e direto, profundamente humano, atingiu uma gama muito extensa de leitores, principalmente com seu livro "CAMINHO", que alcançou 120 edições e foi traduzido em 23 línguas, com uma tiragem total de dois milhões e meio de exemplares. Uma nova espiritualidade "É evidente que a vida, a obra e a mensagem de Mons. Escrivã de Balaguer marcam um rumo novo ou, mais exatamente, um capítulo novo e original na história da espiritualidade cristã", escreve o Cardeal Baggio, Prefeito da Sagrada Congregação dos Bispos. Qual é essa novidade? Quinze anos depois do Concílio Vaticano II, e para nós equipistas, que ouvimos há vinte e cinco

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anos do Pe. Caffarel o apelo nos santificarmos pelo matrimônio, a mensagem de Mons. Escrivá não constitui exatamente uma novidade. Mas, em 1928, quando fundou o "Opus Dei", as idéias que ele pregava surpreendiam e muitas vezes teve que fazer frente à incompreensão. Uma das grandes satisfações de sua vida foi precisamente constatar que o Concílio corroborava sua tese, ao proclamar a vocação divina dos leigos e a importância do humano como instrumento de santificação. Pois a sua pregação consistia exatamente nisso: mostrar que a santidade não é um ideal para privilegiados, mas que está ao alcance de todos, seja qual for o seu estado de vida. Era certamente, nos anos 30, uma mensagem quase revolucionária para uma Igreja acostumada a venerar nos altares apenas padres e religiosas. O leigo tendo direito - e não só direito, mas dever! - à santidade - sem dúvida, era uma novidade ... O caminho de santidade

"A obra nasceu, disse Mons. Escrivá numa entrevista concedida a L'Osservatore Della Domenica em 1968, a fim de contribuir para que os cristãos que vivem no meio do mundo, inseridos no tecido da sociedade civil, compreendam que a sua vida, tal como é, pode vir a ser uma ocasião de encontrar Cristo: quer dizer, que é um caminho de santidade e de apostolado . . . Para seguir a Cristo, para servir a Igreja, para ajudar os outros homens a reconhecerem seu destino eterno, não é indispensável abandonar o mundo ou afastar-se dele, e nem é preciso dedicar-se a uma atividade eclesiástica; a condição necessária e suficiente é esta: que cada um cumpra a missão a ele encomendada por Deus, no lugar e no ambiente queridos por sua Providência. A maior parte dos cristãos recebe de Deus a missão de santificar o mundo de dentro para fora, permanecendo em meio às estruturas temporais; tendo isto em conta, o Opus Dei se dedica a fazê-los descobrir essa missão divina, mostrando-lhes que a vocação humana - a vocação profissional, familiar e social não se opõe à vocação sobrenatural: pelo contrário, é parte integrante dela." Se insistia tanto nesse ponto, é porque desejava alertar sobre o perigo de se levar ((uma espécie de v ida dupla: a vida interior, a v ida de relação com Deus, por um lado; e, por outro, diferente e separada, a vida familiar , profissional e social, cheia de pequenas realidades terrenas." Ora, afirmava ele, uhá uma única vida,

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feita de carne e espírito, e essa é que tem de ser - na alma e no corpo - santa e plena de Deus: e esse Deus invisível, nós O encontramos nas coisas mais visíveis e materiais." Fecundidade

Os filhos espirituais de Mons. Escrivá - 60.000, em 80 países - estão aí para atestar que a sua mensagem continua atual: mais do que nunca, o leigo aspira à santidade. Entre os que seguiram o exemplo e os ensinamentos de Mons. Escrivá, duas pessoas estão com processo de beatificação em fase avançada: um engenheiro argentino e uma jovem espanhola. "O sacerdote que lhes abriu o caminho de santidade, escreve ainda D. Sebastião Baggio, por ocasião da morte de Mons. Escrivá, reuniu-se agora com eles e os testemunhos que, de todas as partes do mundo e de todas as categorias de pessoas, acompanharam a sua piedosa passagem nesta vida, fazem pensar no dia em que também para ele será oficialmente declarada a exemplaridade, para toda a Igreja, do seu luminoso Caminho na Terra."

• Quando um cristão realiza com amor as ações quotidianas de menor relevo, elas transbordam da transcendência de Deus.

O chamado de Deus, o caráter batismal e a graça fazem que cada cristão possa e deva encarnar plenamente a fé; cada cristão deve ser outro Cristo, o próprio Cristo, pre~ente entre os homens!

Cristo que passa! Cristo que continua a passar pelas ruas e pelas praças do mundo, mediante os seus discípulos, os cristãos.

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A ESTRADA DA VIDA

Mensagem dirigida aos participantes de um Encontro de Casais com Cristo por um jovem sacerdote, Pe. João Carlos Perez Bonilha, alguns dias antes de falecer - em desastre de automóvel.

Estamos na estrada da vida. Deus vive em nosso encalço. Tantas vezes o excesso de velocidade, que são as nossas preocupações materiais, outras vezes a neblina forte, que são os nossos pecados, com os quais nos acostumamos e que nos impedem de ver tudo o que é do espírito; muitas vezes o sol forte que brilha em direção contrária e nos ofusca, e que é a oposição e muitas vezes gozação daqueles que, sendo maus conosco, não querem que a gente comece a ver o bem e por isso vêm sempre em direção contrária dos nossos bons sentimentos e inspirações; outras vezes, a chuva das nossas tristezas e dos nossos trabalhos, que impedem a nossa caminhada tranqüila e serena; tudo isso vive nos impedindo o encontro com Deus. Ele não está longe. Está muito perto. Está mesmo à porta do nosso coração. Nas estradas da vida, Ele vive em nosso encalço. Ele quer que O encontremos. Mas nós não O temos percebido. Velocidade, neblina, sol forte, luz contra, chuva, são as desculpas que nós multiplicamos para dizer: não dá, não posso, eu gostaria de encontrá-lo, quem sabe, um dia ... Hoje, meus irmãos, Deus marcou encontro com vocês nesta encruzilhada. E vocês não fugiram; desta vez vocês não fugiram. Desta vez vocês não deram desculpas. Aceitaram a encruzilhada, vendo nela a Cruz. E, na Cruz, o Amor de Cristo permanece. Só uma pequena mensagem. Saindo daqui haverá ainda muita neblina, muita desculpa a se arrumar, para esquecer que O encontramos. Minha pequena mensagem é esta: não nos enganemos a nós mesmos. Caminhemos com Ele em todas as estradas da vida. Ele é o pensageiro que não atrapalha, mas que ajuda. Só com Ele poderemos chegar à meta de nossa Viagem ... Meus parabéns porque vocês O encontraram. Continuem com Ele. Continuemos juntos n'Ele. Pe. João Carlos (Transcrito de "0 São Paulo")

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OS ANOS OCULTOS EM

NAZAR~

Jesus, crescendo e vivendo como um de nós, revela-nos que a existência humana, a vida corrente e ordinária, tem um sentido divino. Por muito que tenhamos considerado estas verdades, devemos encher-nos sempre de admiração ao pensar nos trinta anos de obscuridade que constituem a maior parte da passagem de Jesus entre seus irmãos, os homens. Anos de sombra, mas, para nós, claros como a luz do sol. Mais: resplendor que ilumina nossos dias e que lhes dá uma autêntica projeção, pois somos cristãos correntes, com uma vida vulgar, igual à de tantos milhões de pessoas nos mais diversos lugares do mundo. Assim viveu Jesus durante seis lustros: era o filho do carpinteiro. Virão depois os três anos de vida pública, com o clamor das multidões. E as pessoas surpreendem-se: "Quem é este? Onde aprendeu tantas coisas?" Pois sua vida tinha sido a vida comum do povo da sua terra. Era o carpinteiro, filho de Maria. E era Deus ; e estava realizando a redenção do gênero humano; e estava a "atrair a si todas as coisas". Como em relação a qualquer outro aspecto da sua vida, nunca deveríamos contemplar esses anos ocultos de Jesus sem nos sentirmos afetados, sem os reconhecermos como aquilo que são: chamadas que o Senhor nos dirige para sairmos do nosso egoísmo, do nosso comodismo. Muitas vezes fui à procura da definição, da biografia de Jesus na Sagrada Escritura. Encontrei-a lendo aquela que o Espírito Santo faz em duas palavras: "passou fazendo o bem". Todos os dias de Jesus Cristo na Terra, desde o seu nascimento até a morte, foram preenchidos fazendo o bem. Como, noutro lugar, a Escritura também diz: "fez tudo bem", terminou bem todas as coisas, não fez senão o bem. O que fez Jesus para derramar tanto bem, e só bem, por onde quer que passasse? Os Santos Evangelhos transmitiram-nos

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outra biografia de Jesus, resumida em três palavras, que nos dá a resposta: "era-lhes submisso" - obedecia. Hoje, quando o ambiente está cheio de desobediência, de murmuração, de desunião, devemos estimar especialmente a obediência. Sou muito amigo da liberdade e precisamente por isso amo tanto essa virtude cristã. Devemos sentir-nos filhos de Deus e viver com o empenho de cumprir a vontade do nosso Pai, de realizar tudo segundo o querer de Deus, porque nos dá vontade, que é a razão mais sobrenatural. .. Não o esqueçamos: para obedecer é preciso humildade. Vejamos de novo o exemplo de Cristo. Jesus obedece, e obedece a José e Maria. Deus veio à Terra para obedecer, e para obedecer às criaturas. São duas criaturas perfeitíssimas - Santa Maria, nossa Mãe; mais do que Ela, só Deus; e aquele v arão castíssimo, José. Mas criaturas. E Jesus, que é Deus, obedecia-lhes! Temos que amar a Deus, para assim amar a sua vontade e ter desejos de responder aos chamamentos que nos dirige através das obrigações da nossa vida corrente: nos deveres de estado, na profissão, no trabalho, na família, no convívio social, no nosso próprio sofrimento e no sofrimento dos outros homens, na amizade, no empenho de realizar o que é bom e justo ... O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à vontade de Deus exige renúncia e entrega, porque o Amor não pede direitos; quer servir. Ele percorreu primeiro o caminho. Jesus, como obedeceste Tu? Até a morte, e morte de cruz ... O Senhor não se limitou a dizer que nos amava, mas demonstrou-o com obras. Não nos esqueçamos de que Jesus Cristo encarnou-se para ensinar, para que aprendamos a viver a vida de filhos de Deus ... Veio ensinar, mas fazendo; veio ensinar, mas sendo modelo, sendo o Mestre e o exemplo com a sua conduta ... Estamos decididos a procurar que nossa vida sirva de modelo e de ensinamento aos irmãos, aos nossos semelhantes, os homens? Estamos decididos a ser outros Cristas? . . . . Fazer as obras de Deus não é um bonito jogo de palavras, mas um convite a gastar-se por Amor. J osémaria Escrivá ("0 Triunfo de Cristo na Humildade'')

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PRECE DE UMA JOVEM

filha de equipistas

Senhor, renovai a fé que tenho em vós, meu Pai, para que possa governar minha mente e minha alma. Trazei a esperança ao meu coração para que eu possa senti-la em todos. Salvai os corações transbordantes de amor, para que possam partilhar com os irmãos. Peço proteção para o meu anjo da guarda, para que me sinta segura. Peço a divindade do Espírito Santo, para a sinceridade de meus sentimentos. Enquanto se espera o apocalipse, que vivam todos em paz. Tolerância aos intransigentes. Prudência aos bravos. Força espiritual aos fracos. Cantemos todos a sinfonia da prece em versos. Em branda inspiração. Senhor, trazei realidade ao meu maior sonho, e minhas preces aflitas: que os olhos possam se abrir para ver o mundo funcionar como uma unidade feliz e num ninho humano de amor. Algum dia, n'algum lugar . . .

Cristina 14 anos

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MENSAGEM DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

Caros amigos, A última carta da Equipe Responsável nos convidava a pôr-nos em marcha - em casal, em equipe, com o Movimento e com todos os homens. Será que nos interrogamos sobre o significado deste apelo? Partir não é fácil. Pressupõe sempre uma ruptura. Estamos tão bem no nosso conforto, nos nossos hábitos, nas nossas idéias. Estamos tão apegados ao nosso modo de viver, aos seres e às coisas em volta de nós e à idéia reconfortante que deles temos . . . Estamos envolvidos pelo nosso "eu". . . E recuamos instintivamente diante de qualquer convite para sair de nós mesmos para pôr-nos em marcha. Mas partir é necessário. Deus convida todos os seus a partir, começando por Abraão: "O Senhor disse a Abraão . .. (Gen. 12, 1). E o Cristo convida os seus discípulos, que respondem generosamente: "Logo, deixando as suas redes ... " (Mat. 4, 20, 22). Também nós fizemos esta experiência no dia em que deixamos a casa paterna para fundar o nosso próprio lar, respondendo à convocação primordial: "O homem deixará ... " (Gen. 2, 24). Achamos fácil, pois estávamos movidos pelo amor. Pois o apelo de Deus é também o apelo do amor. Não se trata de partir por partir, mas para seguir alguém a quem amamos. "Vinde após mim", diz o Cristo (Mat. 4, 19). Alguém que nos amou primeiro. E que gostaríamos de amar também nós. Assim, partir é preferir alguém a todas as coisas, é preferi-lo a nós mesmos. Não nos enganemos: nunca terminaremos de nos despojar para seguirmos o Cristo. Porque nunca terminaremos de progredir no seu amor. A cada dia precisamos retomar o fardo de uma nova escolha. O amor tem esse preço. Nossa experiência conjugal no-lo ensina.

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Nessa aventura com o Cristo, porém, não estamos sozinhos. Temos o nosso cônjuge. A ele também o apelo foi dirigido: ao mesmo tempo que a nós e talvez através de nós, através de nosso amor recíproco, que nos refere à fonte de todo amor. Temos também a equipe, com a qual caminhamos há anos e onde o auxílio mútuo espiritual deve funcionar. Além disso, o Movimento, que, embora se manifeste de maneira pouco sensível - alguns encontros e esta Carta que temos em mãos - nos sustenta invisivelmente na rede de uma imensa amizade orante. Será preciso lembrar que esta comunidade das Equipes de Nossa Senhora é na Igreja como um órgão desse grande corpo onde circula a vida de Deus? É um povo imenso e fraterno, animado pelo Espírito do Cristo, que caminha conosco em direção Aquele que vem. Sejamos sinceros: essa realidade da nossa fé, não a vivemos quase. . . Permanece meio teórica. Precisa encarnar-se numa tomada de posição concreta. É uma das razões dessa concentração em Roma, centro da Igreja, em setembro próximo. Arracando-nos por alguns dias do casulo que nos protege mas também imobiliza, fará com que expressemos por um gesto pessoal e comunitário a nossa resposta interior ao convite eterno do Cristo: "Siga-me". Que o Senhor nos conceda a prontidão amorosa dos primeiros discípulos que, "deixando tudo, o seguiram". Com nossa fraterna amizade,

Jean e Annick Allemand

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BALANÇO:

UMA

REVISÃO

DE

VIDA

"Sua revisão de vida em equipe se situa na linha da revisão de vida pessoal, mas desabrocha em uma tomada comum de responsabilidade dos companheiros ... Porque todo acontecimento significa um convite de Deus, sua revisão deve provocar uma resposta pela ação; resposta pessoal, resposta da equipe ... Se vocês quiserem encontrar o Senhor, é preciso que se preparem para o encontro. Toda revisão de vida supõe o recolhimento. Ele deve originar-se na humildade da oração e da súplica e perfazer-se em ação de graças. Diante de um acontecimento, reveja, em primeiro lugar, a sua atitude, e só depois a dos (outros). Não passe seu tempo explicando o seu engajamento e, ainda menos, justificando-o; mas, logo de início, reveja sua atitude cristã dentro desse engajamento. Se você diz: "essas reuniões não me dão nada" é porque você também não dá nada. Não venha a elas para receber e sim para dar. Não seja calado nem falador, mas seja aquele que fala para dar-se aos outros e que ouve para receber e comungar. Se você quiser fazer bem sua rev1sao de vida em equipe, é preciso que o rever a própria vida se tenha tornado uma reação contínua na vida de cada um. Se você participa de uma equipe, vocês e seus irmãos representam a Igreja. Reunidos em equipe, o Espírito Santo os sustenta especialmente para ajudá-los a descobrir o desejo do Pai sobre vocês e sobre o seu meio. Em sua revisão de vida em equipe, comecem por ver as riquezas de seu meio: a ação natural das pessoas, o desejo de

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justiça, a fraternidade. . . tudo aquilo que, escondido aos olhos dos homens, já é a ação de Deus trabalhando no mundo. E assim, vocês ficarão menos tentados de pensar só na ação de vocês e pensarão mais em colaborar na ação do Senhor. Você não se deve contentar em ver os acontecimentos à luz da fé, em julgá-los como um sinal de Deus e em agir em resposta ao seu desejo. Em seu meio você precisa ajudar progressivamente os seus irmãos a rever a própria vida, porque também eles são convidados pelo Senhor, dentro, no meio dos acontecimentos. Quanto maior for a lucidez espiritual da equipe, tanto mais profundamente ela assumirá a responsabilidade do meio, pela revisão de vida, e maiores serão as possibilidades da revelação chegar aos seus irmãos, pois o Senhor está próximo deles, em suas vidas; mas é preciso a luz da Fé e a força do Amor para que eles O reconheçam e por sua vez O sigam." Michel Quoist

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NAMORADOS

PEDESTRES

A reunião estava marcada para as oito e meia da noite, mas Ja eram nove e cinco e o último casal ainda não havia chegado. Talvez dessem mancada. Aí, então tocou a campainha e o dono da casa foi atender. - Desculpem o atraso, mas é que nós resolvemos vir a pé. Fazia tempo que a gente não namorava, e aproveitamos a caminhada. Ele é magro, usa óculos, às quintas-feiras joga futeb ol de salão para manter a forma. Ela é ainda mais magra, sorri como se estivesse fazendo uma brincadeira com todos nós, e tem as duas faces rosadas pelo vento. De fato, está ventando lá fora, mas a noite é amena. São casados há muitos anos, têm filhos. E estão plenamente desculpados pelo atraso. Repentinamente, esse casal me fascina e eis-me aqui sentado diante desta IBM negra, procurando mostrar a vocês e a mim mesmo como sou um sujeito de sorte: poucas pessoas nest a cidade conhecem, em carne e osso, um casal naquela bela idade em que o casamento deixou de ser um raminho de flor e já se transformou em raízes e frutos - e esse casal pratica o salutar exercício de namoro. E namorar a pé! Eu conheço esse casal. Não uso mais chapéu-coco nem palheta. Sequer uso gorrinho. Mas permitam-me este arroubo de admiração: eu estou tirando o chapéu para esse casal namorador e pedestre. Há muito tempo descobri que os casais perderam o h ábito de andar a pé e até desconfio que os casais perderam o hábito de namorar. Ou namoram mal, mecanicamente, engatando marchas, pisando na embreagem, buzinando. Alguns casais n amoram de moto, o que acho o cúmulo da contrafação; moto não dá bom namoro. N amaro mesmo tem de ser no pé-dois, o chamado pedestrianismo afetivo. Um ao lado do outro, cont ando coisas, naquela batida: devagar e sempre. Exatamente como fez o casal que chegou atrasado, com muita justiça. -20-


Vieram vindo ela e ele, subindo a avenida, apontando na esquina, depois virando à esquerda, descendo a ladeira, coisa e tal. Desconfio até - só desconfio, não estou afirmando nada que em certo momento ele deve tê-la abraçado. Se não abraçou, se não beijou - taí um problema todo dele. Mas acho que se abraçaram. E chegaram. (Os namorados sempre chegam.) Pareciam muito felizes. Agora faço uma paradinha aqui na máquina e me pergunto - e pergunto também a vocês - por que a gente quase não encontra mais namorados a pé? Estou falando por experiência da minha rua; é uma rua simples. Tem árvores, calçadas sem buracos, um disfarçado perfume de jardins aguados no fim das tardes. É uma rua quieta e mansa, mas sem namorados. Dá a impressão de que os casais se fecham em copas e salas-de-estar, ou se fecham nos carros. Isso me invoca, principalmente agora que tenho diante de mim um casal de verdade, unido há vários anos, que não teve medo de deixar a novela desligada no televisor e o carro estacionado na garagem para dar uma volta a pé, de braços dados. Um caso espantoso. A rua onde moro, devo dizer, é uma rua boa pra namoro; prova disso é que excepcionalmente topo com algumas sombras junto aos muros, aproveitando-se da lua, da escuridão. Eu passo o mais discretamente possível, finjo que nem estou lá, mas as sombras se separam assustadas. Creio que me acham um cidadão inoportuno. Todavia, a rua é pra isso mesmo, também tenho os meus direitos de ir e vir. De qualquer forma, sem querer ser inconveniente, faço aqui um convite geral para que os maridos e as mulheres curtam um pouco a rua depois do jantar. Dizem que faz até bem à saúde, evita colesterol, ajuda qualquer regime de emagrecimento e afasta a ameaça de dores articulares. O namoro não precisa ser exatamente na rua onde moro; a cidade está cheia de vias públicas, soube até que, mais em baixo, perto da pracinha, há uma que tem cheiro de jasmins. Nunca fui lá. Mas aproveitem. As ruas vão acabando aos poucos, por falta de uso. E uma rua - uma verdadeira rua - só existe de fato por causa dos pedestres e dos namorados. Como aquele casal que ainda sabe o que é viver, apesar da cidade. Lourenço Diaféria -21-


A PROPóSITO DA COPARTICIPAÇAO

Apresentamos, hoje, mais dois dos seis aspectos da coparticipação.

Partilhar suas riquezas

A noção de "partilha" é essencial para as Equipes de Nossa Senhora. A coparticipação deve revestir este aspecto da partilha que é também uma exigência do amor. O que compartilhar? Nossas riquezas de todos os tipc·s. No começo, sob a forma de auxílio mútuo material, mas também através de permutas em outros planos. Por exemplo: - As impressões, as lembranças, os contatos de um casal que fez uma viagem para a Alemanha Oriental enriqueceram toda equipe e nos deram condições de formular uma oração mais consciente pelos nossos irmãos que vivem atrás da cortina de ferro. - Pensamos também nas maravilhosas reumoes que se seguiram às diversas peregrinações do Movimento: - Lourdes, Roma - reuniões em que os peregrinos fizeram reviver p ara os membros da sua equipe os grandes momentos que tinham vivido, os encontros fraternais que os tinham marcado. Quando se trata de riqueza e de partilha, bem sabemos que é a avareza que nos espreita ... Não acreditamos que haja muitos avarentos nas nossas equipes. E contudo estaremos nós completamente certos de que nossa equipe se beneficia das riquezas de todos os seus membros? Aquilo que cada um possui, ele não pode conservá-lo só para ele, nem mesmo só para o seu lar, mas a equipe toda deve se

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enriquecer com a sua riqueza: vantagens materiais, cultura, contatos sociais, o aprofundamento de sua vida espiritual! Nós todos devemos reagir contra essa avareza de coração que nos impele a estabelecer um pequeno tesouro pessoal de recordações, de experiências que, de bom grado, conservaríamos bem escondido dentro de nós. Expor suas necessidades

No decorrer da coparticipação, o casal apresenta suas necessidades, o auxílio que ele espera da equipe. Este aspecto exige uma profunda humildade por parte de todos - também por parte daqueles que escutam - e ao mesmo tempo uma grande confiança por parte daquele que fala. De nada adiantaria conhecer-nos se esse conhecimento não pudesse nos levar a confiar àqueles que nos cercam o estado real de nossas necessidades do momento; necessidades materiais, solução de um problema de educação, apoio para uma atividade apostólica ... Enfim, graças à ajuda que recebemos daqueles que formam equipe conosco, é preciso que progridamos na direção do Senhor. Portanto, devemos revelar nossas necessidades espirituais tanto quanto as outras: tratar-se-á de pedir uma oração especial, um conselho, uma iniciação à oração, e sei lá mais o que! Aqui nos encontramos abordando o terreno da mística do auxílio mútuo, tão característico de nosso Movimento. Retomemos os Estatutos. Eles nos dizem: " ... dar, receber, pedir ... " e acrescentam: "isto é mais difícil"! Não seria preciso dizer (mas é melhor dizê-lo) que a confiança deve reinar entre todos os casais de uma equipe, confiança cujo primeiro sinal exterior será a mais absoluta discreção. Realmente, seria intolerável que as preocupações que um equipista tivesse confiado à equipe viessem a se tornar objeto de bisbilhotices, por causa da tagarelice imprudente de um casal ou de um equipista. Não hesitaríamos em dizer que aí existiria uma falta grave contra a virtude da discreção e também contra a caridade fraterna. (Da Carta Mensal Internacional)

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A ANUNCIAÇÃO EM NAZARt:

Quem possui devoção ao terço relaciona imediatamente a Anunciação ao primeiro mistério gozoso, pois nele se medita o que São Lucas tão singelamente nos conta no capítulo I vs. 25-38, de seu evangelho. Pretensiosamente talvez, atribuo à fidelidade a essa oração mariana, ou, mais precisamente, à devoção a Nossa Senhora, o fato de ter conhecido, "in loco", o cenário da Anunciação. Faço aqui o relato dessa visita, presumindo que vá ajudar espiritualmente a alguém, pois favorece a meditação conhecer o ambiente em que se deu o fato evangélico - falo por experiência própria. Falar na Anunciação é lembrar N azaré. Na época em que a Sagrada Família nela vivia, N azar é era uma aldeia humilde, desprezível até, conforme se depreende do comentário de Natanael, referindo-se a Jesus, antes de conhecê-lo: "De Nazaré pode sair alguma coisa boa?" (Jo. 1, 46). Não sendo nem uma vez nomeada no Velho Testamento, sua fama decorre de que nela habitava a Virgem eleita para Mãe do Salvador (Lc. 1, 26-27). Por isso, grande era a ânsia, minha e de meus companheiros de peregrinação, em chegar à "Cidade de Nossa Senhora". Lembro-me que, para atingi-la, atravessamos de ônibus a planície de Esdrelon, onde nos embevecemos com a beleza dos trigais, os quais como que compunham na vastidão uma imensa colcha de retalho-s de diversos matizes - enquanto um estava verdejante, outro, de doirado, reverberava o sol. Certamente, pensei eu, foi a lembrança de uma visão assim que inspirou a Jesus aquelas palavras: "A roesse é grande e os operários são poucos" (Mt. 9, 37). Mas era mister que nos preparássemos espiritualmente para aquela visita e, assim, um sacerdote - aliás, grande devoto da SSma. Virgem - "tirou" o terço, alternado pelo coro, grave e sentido, dos peregrinos. Nazaré, hoje, como ontem, fica situada sobre colinas. A entrada da cidade, há uma placa com o seu nome - que significa

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"flor" - escrito em três idiomas: árabe, latim e hebraico. Subindo a encosta, logo se encontra a Basílica da Anunciação, construída exatamente sobre a gruta onde morava Nossa Senhora. Essa Basílica é fruto do amor dos católicos norte-americanos, mas, nas paredes das naves laterais, há painéis que representam a Virgem Maria, doados por quase todas as nações do mundo, conforme a concepção de cada povo. O que mais me agradou, pela originalidade, riquezas dos mosaicos e harmonia das cores, foi o do Japão, o qual representava uma belíssima Virgem à oriental. A missa, da qual tão devotamente participamos, foi concelebrada no altar principal da Basílica, em frente à gruta da Anunciação. Durante a mesma, sentia-se tão intensamente a presença de N assa Senhora que eu, lá do meu lugar, fitava a entrada da gruta, na expectativa de que, a qualquer momento, Ela se deixasse ver ... Após a missa é que fomos visitar a gruta, reduzida atualmente a um pequeno compartimento, dentro do qual há um pequeno altar, erguido no próprio local em que se deu o mistério da Encarnação. É indefinível o enlevo que se apodera de uma mísera pessoa ao penetrar naquele recinto celeste. Ali viveram, em virginal castidade, os santos esposos, Maria e José. Ali entrou Gabriel, o Arcanjo, como Embaixador do Altíssimo (Lc. 1, 26-28). Ali, Deus se fez homem por nosso amor. Ajoelhada, reverentemente, osculei o solo sagrado, bem sobre os dizeres que resumiam todo o mistério: "Verbum caro hic factum est" "Aqui o Verbo se fez carne"! Equipe

n9

1 de Brasília

Terezinha

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NOTíCIAS DOS SETORES

Desta vez, só recebemos um Boletim ... Felizmente, chegaram-nos, espontaneamente, notícias das Regiões do Rio de Janeiro, enviadas por um Regional, Betisa e João de Biase, a quem agradecemos, e pela nossa fiel correspondente, Daisy Bertoche, também do Rio de Janeiro. Não fossem eles, nada teríamos para comunicar a vocês este mês, como poderão verificar. Pedimos encarecidamente aos Responsáveis de Setor, de Coordenação e Regionais que enviem diretamente para a Carta Mensal notícias sobre as atividades dos seus Setores, das suas equipes, da sua Região. Também aos responsáveis pelos Boletins, pedimos não deixem de remeter ao Secretariado, com a menção "para a Carta Mensal", o seu Boletim. Os Boletins têm chegado - com a exceção do de Bauru, cuja pontualidade agradecemos - com a maior irregularidade. Alguns aparecem, como que por milagre, duas ou três vezes por ano. Outros, se vêm para São Paulo, não chegam às nossas mãos. Nem tudo nos Boletins interessa ao Movimento como um todo, é claro, mas, muitas vezes - para não dizer todas as vezes ... é através deles, e só através deles, que ficamos sabendo do que acontece nos Setores. Porisso é tão importante que nos cheguem regularmente e sem demora. Repetimos, como no mês passado: notícias não se inventam. E, desta vez, quase que esta coluna fica em branco. Os culpados não somos nós. Fazemos um apelo veemente aos Responsáveis por todos os escalões: mandem notícias! Qualquer responsável de equipe, inclusive, qualquer casal de ligação pode mandar uma notícia para a Carta Mensal se julgar que pode interessar aos demais equipistas. Vamos fazer funcionar a co-responsabilidade? E agora, com a palavra os cariocas, que bem merecem a vedete - fiquem sabendo que "salvaram a pátria" e que podem -26-


contar com os eternos agradecimentos, etc. e tal. Possa sua iniciativa providencial servir de exemplo e estímulo ... RIO DE JANEIRO -

Compromisso coletivo

Por ocasião da Missa do Reencontro, que marcou o início das atividades do ano no Rio, 29 casais fizeram o seu Compromisso, ao mesmo tempo em que os casais já compromissados renovaram seus "votos" de equipistas. A cerimônia, inserida no ofertório da Missa, contou com a seguinte fórmula:

Renovamos as promessas do Batismo. Prometemos viver com Cristo, para Cristo e por Cristo, servindo-O, louvando-O e amando-O. Prometemos fazer do Evangelho a norma de nossa vida. Aceitamos e observamos com lealdade os Estatutos das Equipes de Na. Sra., em seu espírito e em sua letra. Prometemos co-participar alegrias e tristezas, auxiliando-nos mutuamente, sabendo usar da caridade fraterna. Prometemos dar ao mundo o testemunho da nossa vida cristã, do nosso amor conjugal, do amor aos nossos filhos, do nosso casamento abençoado por Deus e por Nossa Senhora. A homenageada, como é de justiça, e porque a Missa teve lugar dois dias depois da Festa da Anunciação, foi Nossa Senhora, co-m a oferta de 29 rosas vermelhas, uma por casal compromissado. BEL~M

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Agora ligada ao Rio

As Equipes de Belém cortaram finalmente o cordão umbilical com Brusque e agora fazem parte da Região coordenada por Betisa e João no Rio de Janeiro. Os laços eram bem fortes de parte a parte, como é natural, mas não havia como perdurar numa situação tão pouco racional: o quase extremo norte ligado ao quase extremo sul! O que não impede os sentimentos, é claro, e todos esperam que o contato seja mantido sempre que possível. -27-


Os cariocas, por sua vez, pedem a todos os que forem a Belém que não deixem de procurar o pessoal de lá e, para facilitar, dão o endereço do Casal Responsável da Equipe n. 0 1, que reproduzimos aqui, pois nem só os cariocas têm oportunidade de ir até Belém. Trata-se de Celeste e Nelson de Figueiredo Ribeiro Avenida Gentil Bittencourt, 1.302 - Belém Ficaram como ligação das Equipes de Belém Malvina e Edgard, que já mostraram que têm grande facilidade para viajar, ao fundarem as equipes de Brasília e de Manaus. Como já noticiamos, são agora quatro as equipes de Belém, e damos a seguir os nomes dos seus Responsáveis e Conselheiros Espirituais: Equipe 1 -

Ce.leste e Nelson Ribeiro; Pe. Giovanni

Equipe 2 Equipe 3 -

Lucilia e Antonio Anaissi; Pe. Aderson Mizar e Evandro Bena; Pe. Giovanni

Equipe 4 - Pilotos: Terezinha e Geraldo Guimarães; Pe. Aderson. Rogamos ao Senhor para que continue abençoando o desenvolvimento do Movimento na capital do Pará. MANAUS -

Nasce a nC? 2

Em 1975, dois casais estiveram no Rio de Janeiro: N euza e Antonio, Responsáveis atuais da Equipe n. 0 1, para o Encontro Nacional de Casais Responsáveis, e Maria Nice e Luiz Carlos, para a Sessão de Formação - surgindo desse entusiasmo a Equipe n. 0 2, pilotada por esse último casal. Conselheiro Espiritual: Pe. Carlos. Todos esperam contar este ano novamente com a presença dos casais de Manaus nos grandes Encontros. FRIBURGO -

Idem

Também em Friburgo crescem as equipes, com a grande dedicação do Pe. Louis Lion. A Equipe n. 0 1, pilotada por Lourdinha e Waldir, de Niterói, continua agora com seu primeiro Casal Responsável, Clarinha e Renato Heindenfelder, e a segunda equipe está sendo pilotada por Vera e Sergio Coelho Gomes, do Rio de Janeiro. -28-


NITERói -

Já uma dezena

Por incrível que pareça, já são dez as equipes da capital fluminense. Parece que só falta completar-se o quadro de ligações para que a Coordenação passe a Setor. Lá também tiveram a Missa do Reencontro, com renovação do Compromisso para as equipes mais "antigas", e participaram do retiro realizado em Araruama, em conjunto com as equipes do Rio e de Friburgo. PETRóPOLIS -

Mutirão

Foi agora em maio, mas ainda não temos notícias. Aguardem. Isto é: esperam que mandem ... VIOVAS -

Confraternização

Ou "informal", como dizem lá no Rio. A equipe reuniu-se para um churrasco em Friburgo. Programa carregado para um encontro de férias: pela manhã, houve demonstração de yoga e meditação por uma equipista; à tarde, leitura do Evangelho e comentários seguidos de proveitoso debate sobre as "relações pais e filhos", baseado em texto de Khalil Gibran; finalmente, orações e oferecimentos. Regressaram de ônibus as equipistas, "tranqüilas e alegres com as horas de lazer e a boa companhia", na expressão de uma delas. NOVA EQUIPE NO RIO

Já tem 6 meses de existência a n. 0 45 - quarta equipe da Ilha do Governador. Pilotos: Maria Ivone e Joaquim, da equipe n. 0 24. Conselheiro Espiritual: Pe. Pedro .

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ENCONTRO DE

RESPONSAVEIS

DE

SETOR

E REGIONAIS

Reuniram-se em Capão Redondo, no último fim de semana de março, a quase totalidade dos Casais Responsáveis de Setor e Casais Regionais, num Encontro que agradou a todos e que deverá ser prolongado por outro em agosto. No sábado, o primeiro assunto foi: oração, a cargo do Pe. Alberto Boissinot, Conselheiro Espiritual do Setor de Marília. A seguir, Peter falou sobre os Estatutos e o que se espera do Responsável de Setor. Frisou também a importância da oração, dizendo que nossa espiritualidade deve ser uma espiritualidade baseada na oração.

A tarde foi inteirinha dedicada ao trabalho em grupos. Tratava-se de apontar as qualidades e os defeitos de um Setor e de apresentar sugestões tomando-se por base um relatório "fan-30-


tasma" elaborado a partir de situações lançadas na véspera pelos presentes. Os grupos resumiram o seu trabalho num painel de cartolina mostrando causas e soluções. A noite, depois da apresentação do trabalho de cada grupo pelo respectivo relator, foram estudados e discutidos os painéis. Tanto o trabalho de grupo como o plenário da noite foram muito interessantes e muitíssimo proveitosos. Abriu os trabalhos de domingo uma palestra do Pe. Aquino sobre o documento pontifício "Evangelização no Mundo Contemporâneo". Apresentou os tópicos, explicando-os um por um, o que falicitou muito a leitura do pensamento do Papa. A seguir, Esther e Marcello falaram sobre a sua viagem a Paris em dezembro, para participar do Encontro de Super-Regionais, e sobre a Peregrinação a Roma a ser realizada pelo Movimento em setembro. Os aspectos práticos da Peregrinação foram apresentados à tarde pelo Adherbal. Maiores notícias a respeito serão enviadas a todos posteriormente. Na opinião unânime dos participantes, o ponto alto do Encontro foi a Missa de domingo, em que Esther e Marcello passaram a responsabilidade da ECIR para Dirce e Rubens. Foi uma cerimônia muito tocante, "comovente mesmo", o novo Casal Responsável como disse um Responsável de Seda ECIR tor. Marcello lembrou que "somos apenas instrumentos e que o Espírito Santo se serve de nós, apesar de nossas limitações, "para fazer grandes coisas".

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ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇAO -

Lumen Gentium, X

O Cristo Senhor, sumo sacerdote escolhido entre os homens, fez do povo novo "um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai." Os batizados, com efeito, pela regeneração e unção do Espírito Santo, são consagrados para serem morada espiritual e sacerdócio santo, de modo a oferecer, por meio das atividades do cristão, sacrifícios espirituais, proclamando as maravilhas daquele que, das trevas, os chamou à sua luz admirável. Eis porque todos os discípulos do Cristo, perseverando na oração e no louvor a Deus, devem oferecer-se como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus, prestar ao Cristo o seu testemunho por toda a face da terra e, sempre que inquiridos, dar as razões da esperança de vida eterna que neles repousa.

ORAÇAO LITúRGICA

T. -

O Espírito de Deus repousa sobre mim, o Espírito de Deus me consagrou, o Espírito de Deus me enviou a proclamar a alegria e a paz:

O Espírito de Deus me escolheu para dilatar o Reino de Cristo entre as nações, para proclamar a Boa Nova aos seus pobres. T. -

Exulto de alegria em Deus, meu Salvador.

O Espírito de Deus me escolheu para dilatar o Reino de Cristo entre as nações, para consolar os corações esmagados pelo sofrimento. -32-


T. -

Exulto de alegria em Deus, meu Salvador.

O Espírito de Deus me escolheu para dilatar o Reino de Cristo entre as nações, para acolher o pobre que chora e pena. T. -

Exulto de alegria em Deus, meu Salvador.

O Espírito de Deus me escolheu para dilatar o Reino de Cristo entre as nações, para anunciar a graça da salvação. T. -

Exulto de alegria em Deus, meu Salvador.

O Espírito de Deus me escolheu para dilatar o Reino de Cristo entre as nações, para celebrar sua glória entre todos os povos. T. -

Exulto de alegria em Deus, meu Salvador.

T. -

O Espírito de Deus repousa sobre mim, o Espírito de Deus me consagrou, o Espírito de Deus me enviou a proclamar a alegria e a paz .


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 04538 -

Avenida Horácio Lafer, 384 SAO PAULO, SP

-

Tel.: 210-1340

somente para distribuição interna -


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