ENS - Carta Mensal 1975-4 - Junho

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1975

N9 4

Junho

Editorial: O primeiro passo . . . . .. . . . . . . . . . . . . . .

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A felicidade da vida cristã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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"Em favor da família" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Senhor, ensina-nos a rezar... . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Em Roma no Ano Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Meditação em tempo de balanço . . . . . . . . . . . . . . 18 Conversa com ex-equipistas . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Compromisso de adultos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Por que nós? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . . . . 32


ATENÇÃO

ENCONTRO NAC[ONAL DOS CASAIS RESPONSÁVEIS DE EQUIPE E CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

Equ ipes do Interior do Estado de São Paulo, menos o Vale do Paraíba28 e 29 de junho em ltaici

Equipes de São Paulo-Capital , Vale do Paraíba, Guanabara, Estado do Rio, Minas, Brasília, Manaus e Belém -

5 e 6 de julho na Guanabara

Equipes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul 26 e 27 de julho em Cu ritiba


EDITORIAL

O PRIMEIRO PASSO

Eis um texto inédito do Con. Caffarel cialmente para a nossa Carta Mensal.

foi escrito espe-

Num dos meus passeios pelo campo, passo em frente a uma velha casa. Uma menina está sentada no degrau da escada, embalando uma horrível boneca de pano. Digo à menina: "Não é lá muito bonita essa tua boneca ... " Então a menina abraça a boneca, dá-lhe um beijo bem apertado e depois diz-me com um sorriso: "Vê, agora está bonita!" , Maravilhosa lição - não acham? - para este ano da reconciliação, quando tentamos amar aquele por quem temos alguma aversão ou de quem guardamos rancor, aquele que nos prejudicou e a quem não sabemos perdoar - ou, simplesmente, aquele por quem não sentimos a menor atração, ou ainda aquele a quem deixamos de amar. Na da há nele que possa atrair nosso olhar nem nosso coração. Como amar o que não é amável? A menina é quem nos dá a resposta: "Ama-o, e verás como se tornará amável ao teu coração e bonito aos teus olhos aquele que não amas. Não tem culpa de não ser bonito nem amável tu é que não lhe demonstras amor." Justamente, isto é que é difícil: fazer os primeiros passos, beijar a boneca feia, tão pouco atraente ... "É que tu também és feio - continua a menina. Talvez não percebas. E és fei9 porque não amas. Então deixa que o Cristo te beije e ouve-o dizer ao te apresentar ao Pai: 'Vê como é bonito agora!'. . . Então o Espírito Santo, o Espírito de amor do Pai e do Filho habitará no teu coração. E, neste anó da reconciliação, saberás dar o primeiro passo, fazer o primeiro gesto em direção , àquele que não amas. Talvez esteja pertinho de tj ... "

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HENRI CAFFAREL

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A PALAVRA DO PAPA

A FELICIDADE DA VIDA CRISTÃ

A vida cristã é alegre ou triste? Esta é uma questão elementar, mas fundamental. E para nós, que estamos habituados a classificar o mérito das coisas segundo uma avaliação subjetiva, isto é, utilitária, a questão pode ser considerada decisiva. Por outras palavras: o fato de sermos cristãos torna-nos felizes ou impõe-nos limitações, deveres, obrigações que tornam a vida triste e infeliz, ou menos feliz, menos plena do que a vida que não se qualifica de cristã? ... Poderíamos aludir à tendência de certa pedagogia moderna que procura justificar um estilo instintivo de vida, como se ele fosse o mais lógico e realmente o mais feliz: abolir os deveres, os redutores, os limites, e dar largas à liberdade, à expansão e gozo dos instintos e dos interesses subjetivos; seria essa, para o homem moderno, a fórmula libertadora, o resgate de tantos tabus da educação tradicional e puritana de tempos já ultrapassados; contanto que se salvem as normas da higiene (e mesmo estas, nem sempre, infelizmente!) e as de um certo comportamento social, todas as outras estruturas éticas e espirituais não servem senão para tornar a vida infeliz. Volta ao auge do triunfo o naturalismo inocentista dos tempos passados, com as suas expressões epicúrias, ou com as apologias do primado da vida hedonista, física e pagã. Estará nisto a felicidade? É claro que a concepção cristã da vida se opõe, nítida e profundamente, a esse gênero de felicidade. Por agora, digamos tudo numa só palavra: o fulcro da vida cristã é a cruz. O mundo não cristão considera a cruz um escândalo e uma loucura, mas para nós, como nos ensina São Paulo desde o primeiro confronto da sua mensagem com o mundo circunstante, Cristo crucificado é o poder de Deus, é a sabedoria de Deus (I Cor. 1, 24b). Mas voltamos à pergunta, com alguma ansiedade: a vida cristã é alegre ou é triste? Eis a resposta, luminosa e beatificante: a vida cristã é alegre, pela sua própria natureza: é feliz,

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pela sua índole original, que ultrapassa a concepção comum da existência humana; é bem-aventurada, porque assim a proclama a mensagem evangélica das bem-aventuranças, e assim a promete e desde já a assegura a palavra de Cristo: "Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa" (Jo. 15, 11}. Este ponto é muito importante. Absolutamente necessário é que em nós se forme a concepção dominante segundo a qual a vida cristã é feliz. Referimo-nos à vida cristã autêntica e empregamos a palavra "feliz" no sentido superior, intangível e inexaurível, que nos é dado pela caridade, isto é, pela ação do Espírito Santo nas nossas almas. Recordemo-lo bem: quem vive na graça de Deus possui por isso mesmo uma fonte de felicidade que nenhum mal exterior e nenhuma depressão interior podem diminuir ou extinguir. A vocação cristã é um convite à felicidade. Nenhuma condição de espírito pode tornar-nos intimamente felizes com a paz da consciência, ou melhor, como a graça, isto é, a caridade. A alegria é um dom da caridade, como a paz. Não se distingue da caridade, mas brota dela (Gal. 5, 22). Recordemos sempre que "O reino de Deus não consiste em comer e beber, mas em justiça, paz e alegria no Espírito Santo." (Rom. 14, 17). Ao estudo deste tema, da alegria própria da vida cristã, trouxe-nos a projeção litúrgica e teológica do Pentecostes, ainda e sempre operante no pensamento e no comportamento de quem deseja ser fiel à realidade da espiritualidade cristã. Por isso desejamos, também, exortar-vos, filhos e irmãos da Igreja Católica, a viver na serenidade e na alegria. Fazemo-lo com as palavras bem conhecidas do Apóstolo São Paulo: "Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos". E que a vossa alegria pura e jubilosa seja, também ela, um testemunho da autenticidade da vida cristã: a vida cristã é feliz!

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..

A ECIR CONVERSA COM VOCes

Car~

amigos,

Ao findar-se o ano equipista 74-75, o Movimento nos convida mais uma vez à reunião de balanço . . Objeto de nossa conversa com vocês por várias vezes, assunto abordado das mais diversas :rnaneirasi a reunião de balanço tem uma constante que não podemos esquecer: ela é a hora da verdade. · Umá verdade que procuramos na presença de Deus, com espírito de fé e com muito amor. Mas sempre uma verdade que às ·vezes nos dói e que precisamos de humildade e coragem para a;c'eitar. · · . Uma hora da verdade que abrange as nossas atividades ~qui­ pü;tas, em particular aquelas que precedem a reunião: Primeiro, a· sós com Deus, na nnssa meditação, para nos interrogarmos sobre gue espécie çle cristão temos sido diante dEle, diante de nossas resoluções, de nossa regra-de-vida, enfim como nos sentimos em face de Deus que nos conhece sem máscara e que, apesar disso, porque nos ama, vem a nós quotidianamente, nas múltiplas manifestações do seu amor, para nos ajudar a tender a "ser perfeito como nosso Pai é perfeito". Hora da verdade diante de nosso cônjuge, num dever de sentar-se profundo, sincero, lúcido. Hora da verdade no estudo do tema, no qual a nossa principal preocupação deve ser a de melhor conhecer a vontade de Deus sobre nós, para com ela pautar a nossa vida. Hora da verdade na equipe, para reconhecermos até onde caminhamos juntos, o que fizemos ou deixamos de fazer por ela, o porquê dos nossos sucessos e dos nossos fracassos.

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Hora da verdade diante da Igreja, que nos convoca, que nos chama, que nos espera para aumentar um pouco o número dos operários da sua roesse. A reunião da equipe para seu balanço anual será a co-participação de todas essas verdades proclamadas, . para nos desencorajarmos mutuamente, mas para, juntos, apoiados na oração e no auxílio mútuo, nas várias sutilezas do amor fraterno, traçar-nos um novo caminho, nos reabastecermos com novas forças e iniciarmos com Fé, com ânimo, uma nova etapa, certos de que teremos todo o apoio da graça que secundará os nossos esforços se eles forem verdadeiramente sinceros.

não

Assim, essa hora da verdade se transformará em hora da esperança, em hora de louvor a Deus que nos ama como somos, e apesar do que somos, e que espera apenas caminhar ao nosso lado para, ao longo do caminho, como em Emaús, revelar-nos todas as maravilhas do seu amor e da sua graça. Fraternalmente, A ECIR


"EM FAVOR DA FAMíLIA"

Na certeza de que "o bem-estar da Sociedade está intimamente ligado ao bem-estar da Família", a Comissão Representativa da C.N.B .B ., em reunião extraordinária realizada em Brasília, de 18 a 20 de março, elaborou um documento sobre a Família, com o objetivo de "contribuir para orientar e encorajar a quantos, em nosso País, querem trabalhar pela valorização e defesa da Família, da sua santidade e estabilidade" . Destacamas a seguir as trechos mais importantes desse documento, publicado pelas Edições Paulinas, e que pode ser encontrado no Secretariado.

Na introdução, o documento lembra que a XIV Assembléia Geral da CNBB, reunida em Itaici em novembro de 1974, "incluiu com prioridade, no seu novo Plano Bienal, a Pastoral da Família", decisão essa que "reflete a c1·escente preocupação do Episcopado brasileiro com relação à família". Lembra também que, "atendendo à orientação definida pela Assembléia Geral, a Comissão Episcopal de Pastoral, responsável direta pela elaboração e execução do Plano de Pastoral, em sua sessão ordinária de fevereiro próximo passado, aprovou um texto que situa o problema da família no seu contexto contemporâneo e projeta determinadas linhas de ação, que podem ser assim resumidas: a) Criar condições para que a família possa realizar sua tríplice missão de formadora de pessoas, de evangelizadora e de construtora da sociedade. b) Levar em consideração a evolução pela qual passa a instituição familiar e bem assim os novos valores que surgem. c) Colaborar na realização de estruturas socwts que permitam às famílias marginalizadas atingir condições mínimas de estabilidade.

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d)

Incentivar e aprimorar a pastoral junto aos casais cristãos, a começar pela preparação séria para a consciente celebração do sacramento do matrimônio."

Exatamente porque vivemos numa sociedade pluralista e pretendidamente laicizada, nós, os bispos da Igreja, nos julgamos no direito e no dever de expor e de defender a doutrina a respeito do matrimônio e da família, doutrina que se inspira na palavra de Deus - da qual a Igreja tem consciência de ser guardiã e testemunha - na experiência da condição essencial da pessoa humana e na própria natureza do matrimônio. Ela sabe que não é por decreto que o casamento se torna indissolúvel. Ela afirma que todo matrimônio é por sua natureza indissolúvel. A sociedade moderna se caracteriza por um processo de massificação que reduz a pessoa humana a uma simples função de um imenso mecanismo anônimo. Nesta conjuntura, a família se apresenta como o grande fator de personalização, como o corpo intermediário no qual cada ser humano tem condições de atingir uma certa plenitude, por se sentir acolhido na sua absoluta singularidade. Assim, defendendo a família, a Igreja se antecipa à angustiosa busca do homem moderno, no sentido de se preservar, como pessoa, contra a massificação do grande complexo urbano industrial.

-oDir-se-ia mesmo que, quanto mais complexa a vida urbana da sociedade industrial, tanto mais é exigido da família, como elo primeiro da vida social. É na revalorização da família que está, pois, o princ1p10 ordenador e a base da verdadeira personalização. Sem ela a pessoa, pela variedade exasperada das novas condições de pressão social, logo à saída do meio familiar, será presa fácil dos estereótipos, das condutas programadas, das mobilizações de massa.

-oAs reivindicações divorcistas são só aparentemente progressistas. A indissolubilidade da família é uma das exigências de sua inserção na modernidade de nossa época como instituição fundamental da sociedade de massa.

-oOs contraentes são livres para contratar, mas não o são para dissolver o vínculo matrimonial. Por sua implicação social, o

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vínculo matrimonial transcende o arbítrio dos cônjuges, em razão das funções que lhe competem nos mecanismos de coesão interna do núcleo familiar, de diferenciação social, de adaptação e de integração exigidos pela vida coletiva em nossos tempos.

-oA instituição generalizada do divórcio não dirime a questão do seu valor ético. As nações não se devem reger por maiorias estatísticas, mas por imperativos morais. Mais ainda, a instituição generalizada do divórcio não prova que uma lei divorcista seja boa em si. Seria mesmo desas:rosa num país em cujo povo existe uma forte tradição familiar, num país no qual a família é a instituição que assume a proteção e a primeira educação da prole, pela carência inclusive de outros órgãos eficazes de assistência social. Ninguém duvida, nem mesmo os divorcistas, que uma lei de divórcio afeta seriamente a estrutura da família. Seria um contra-senso social abalar essa estrutura, sobretudo num país como o Brasil, onde a família, em nível de povo, é muitas vezes a única instituição em condições de desempenhar funções sociais indispensáveis.

-oA verdade é que, para a grande maioria, para o povo humilde e simples, o problema não é o de dispor de instrumentos legais para desfazer a família. O problema real consiste exatamente em ter ou não ter os meios para constituir família e condições mínimas de dignidade na estabilidade.

-oNão se trata de discutir a eventual necessidade de uma separação ou de uma declaração de nulidade de um matrimônio que, de fato, nunca existiu. Trata-se de saber se o Estado, que tem o dever de criar condições, não no interesse de uns poucos, mas para a verdadeira dignidade de todos, pode criar, pela lei do divórcio, uma situação que, servindo a poucos privilegiados, prejudica a maioria. A incompreensão _de alguns não justifica a demolição institucionalizada dos últimos amparos e estímulos de uma vida mais digna, mais responsável, mais comunitária. A sociedade já gravemente ferida pela instabilidade e pela irresponsabilidade, não precisa de facilidades, mas de todas as formas justas e dignas de ajuda. O divórcio tudo facilita para

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aqueles que nem sempre buscam a dignidade e a corresponsabilidade maior na comunidade humana e trocam tão facilmente os valores invioláveis dos outros por seus próprios interesses. Ao mesmo tempo, ele em nada serve aos que tão imperiosamente precisam de orientação, de preparação, de ajuda que sustente os valores mais sublimes da vida.

-oO amor é a capacidade de encontrar a felicidade exatamente no serviço ao outro. Os filhos, vítimas do egoísmo dos pais, muitas vezes, não querem para si o que as disposições legais lhes podem garantir: escola, saúde, alimentação. Eles exigem para si o que não é objeto de lei humana alguma: amor, carinho, compreensão, aprender a viver em confiança. Quantos jovens têm o melhor colégio, mas maldizem os próprios pais, dos quais nunca receberam o valor maior da vida: o exemplo do amor altruísta, o respeito por sua intocável dignidade e a aspiração a uma verdadeira superação de toda indignidade humana. É por isso que a geração jovem começa a descrer da sociedade dos oportunistas que não se empolgam com valores humanos e espirituais.

-oCristo se recusa a pactuar com a fraqueza humana. Sabe que, onde há fraqueza no homem, ali nascem também novas energias restauradoras, novos anseios e esforços para recuperar valores esquecidos ou perdidos. Nestas forças renovadoras que parecem recuros misteriosos de todo ser vivo, reconhecemos a graça pascal de Cristo que morrendo ressucita e dá a vida até aos mortos. A luz do Evangelho divisamos a graça do matrimônio elevado à plenitude de sacramento. Pelo Evangelho descobrimos o apelo do amor nupcial para o vínculo estável. O Evangelho nos torna mais conscientes da enorme dificuldade em responder plenamente a esse apelo. Do Evangelho também haurimos a promessa e a esperança no dom de Deus de fidelidade absoluta ao compromisso assumido no casamento por todos os dias da vida, fidelidade na qual, em última análise, se funda e repousa a estabilidade da família. Baseando-se, pois, nas Sagradas Escrituras, a Igreja ensinou e ensina a indissolubilidade do vínculo matrimonial, que adquire peculiar firmeza no matrimônio-sacramento. Mais: segundo a doutrina da Igreja, a indissolubilidade constitui uma das propriedades essenciais do matrimônio, de tal forma que sua exclusão traria consigo a nulidade do casamento.

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-oA doutrina da Igreja sobre o matrimônio tem por fundamento a sua inconfundível concepção da dignidade do homem, dignidade que se expressa plenamente no amor. O amor humano se revela como o encontro de um dom mútuo c total. Só a totalidade do dom inaugura um relacionamento de amor. Nesta totalidade está inscrita uma exigência imanente de irreversibilidade.

-oDefendendo a indissolubilidade como exigência do amor, a Igreja não se obstina numa irritante intolerância, mas procura defender a dignidade do amor humano contra sua própria fragilidade, para assegurar a experiência de uma verdadeira plenitude que se situa além das inevitáveis crises. Sem uma garantia de indissolubilidade, tais crises, que poderiam reduzir-se a episódios dolorosos mas passageiros, transformam-se em rupturas irreperáveis. Sem o amor irrestrito, pelo qual o homem se ultrapassa e ultrapassa as necessidades dos interesses efêmeros, não há comunhão autêntica. Porque só este amor leva a pessoa à maturidade, à libertação das raízes da escravidão do egoísmo. A comunhão humana, livre do capricho e do inst;nto, só existe quando há compromisso pelo bem do outro, dedicação ao valor do outro, que não se mede por nenhum interesse. Mas supõe a disposição para as implicações do amor, mesmo com sacrifício. Aí está a dimensão pascal do amor cristão.

-oNo matrimônio o amor tende a se expandir em tal plenitude que compromete os cônjuges em todas as dimensões da vida. Isto só será possível se a confiança mútua tiver por fundamento valores pelos quais se sintam totalmente comprometidos na livre opção que fizeram por essa possibilidade única de um verdadeiro desabrochar humano. Sabemos que todos os homens de boa vontade são guiados pela graça de Deus toda vez que, em generosidade e gratuidade, se comprometem ao irrestrito respeito mútuo e se dão verdadeira e religiosa confiança recíproca, e mediante livre opção por um ideal de vida, que independe de seu arbítrio pessoal. Somente o homem que se emancipa das fêmeras arbitrariedades está aberto ao mistério de Deus, tenha ele disso consciência ou não. É por isso que o casamento, digno desse nome, mesmo quando vivido por não cristãos, é abertura verdadeira para o sentido divino da existência a dois.

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O amor que não se abre ao mais alto e absoluto ideal, que não supera o arbítrio, traz em si a causa da esterilidade espiritual e do fastio inevitável. . . . O caminho da realização e da felicidade humanas não coincide com os desvio·s fáceis que pretendem evitar os obstáculos e as dificuldades, mas que na realidade levam ao engano e à fatal ilusão.

-oTermina o documento com "Requisitos para uma política familiar" e "Algumas sugestões para a Pastoral Familiar'', que transcreveremos em outra ocasião .

"A familia é anterior ao Estado e se constitui no fundamento dele. Se o Estado abala seu alicerce, facilitando sua desintegração, mina suas próprias bases, ensejando incontáveis malefícios. lt a lição indiscutível da História. As conseqüências do divórcio, em termos de dissolução da família, infelicidade dos cônjuges que se divorciam, angústias e traumatismos dos filhos e todo um cortejo de males têm sido apontados, em todo o mundo, exaustiva e abundantemente, por sociólogos, psicólogos, magi&trados, pensadores, historiadores e religiosos. No Brasil, se viesse a ser implantado o divórcio, não fugiríamos a essas conseqüências inexoráveis. Tanto divorcistas quanto indissolubilistas estão de acordo num ponto: a instituição familiar está em crise. Ora, a nosso ver, devemos buscar soluções que preservem o fundamento da sociedade e do Estado, que é a família, e não pseudo-soluções que agravem os problemas existentes, ao invés de solucioná-los. " (Do parecer do Deputado Cid Furtado, relator da Comissão Mista de exame do projeto divorcista. )

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SENHOR,

ENSINA-NOS A REZAR . ..

Aconteceu num desses dias em que o Divino Mestre costumava retirar-se para a solidão. Seus discípulos estavam à sua procura e, quando o encontraram rezando, espontâneo e ardoroso, saiu da boca de um deles aquele simples pedido: "Senhor, ensina-nos a rezar ... " A dificuldade que os apóstolos encontravam não é somente deles, mas de todos nós. Toda vez que assistimos ao lançamento de uma Equipe nova, a maior dificuldade que sempre encontramos da parte dos casais, é precisamente aquela da oração, da meditação comunitária que costumamos fazer em nossas reuniões. E não só dos casais novos, mas de todos nós, mesmo de equipistas de anos e anos. Tudo nas Equipes é mais fácil do que a oração . .. Quem de nós não teve até agora o impulso de dizer, de gritar, sobretudo no começo da vida de equipe, como aquele discípulo anônimo: "Senhor, ensina-nos a rezar .. . "? Na verdade, sabemos nós rezar verdadeiramente? Em nossa vida de batizados ficamos sabedores da importância da oração na vida cristã ; mas foi sobretudo dentro das Equipes que tomamos consciência desse impulso para a espiritualidade pessoal, conjugal e familiar que as Equipes têm como sua meta principal. No mundo todo, atualmente, assistimos a um florescer de vida de oração, para a qual tendem não só os indivíduos, como também as massas: "Dias de oração", "Semanas de oração", acontecem em muitos países e, se obser varmos bem, mesmo perto e ao nosso redor, assistimos a um novo Pentecostes, acentuando-se mais, num mundo cada vez mais afastado de Deus, uma grande tendência para o espiritual, para um encontro mais íntimo com Deus. Num dia destes foi um casal de nossa equipe -12-


que, saindo de um retiro, me dizia: anos, apreendemos o que é orar".

"Só agora, depois de tantos

O que, desde o início do conhecimento das Equipes, mais me impressionou foi a importância que o Movimento dá à oração. Oração das Equipes, que rezamos todos os dias, dando-nos o sentido da união entre nós e da união de todas as equipes à oração oficial da Igreja Universal... Meditação diária, que os casais assumem como obrigação. . . Missa semanal, num contato mais íntimo com Cristo na Eucaristia. . . Oração conjugal e oração familiar, que nos inserem cada vez mais nesse espírito de oração que cresce sempre mais na Igreja e no mundo. . . Sobretudo, a oração comunitária, com que iniciamos nossas reuniões mensais .. . Tudo isso vem dar a cada um de nós a grande dimensão da importância da oração na vida espiritual do indivíduo, do casal e da família. Ao pedido do discípulo anônimo do Evangelho, a resposta de Jesus veio imediata: "Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Vosso nome ... " e, lo-go a seguir: "Eu vos digo: Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á". E o que vamos pedir ao Divino Mestre é que nossa oração seja, não um pedido interesseiro, mas a manifestação de nosso amor para com Ele, a fim de que o Pai seja glorificado e santificado no Cristo que está presente em nós.

Frei J amaria Conselheiro Espiritual da Coordenação de Brasília

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EM ROMA NO ANO SANTO

"Convidamos, disse o Papa, todos os pastores e todos os fiéis a virem em peregrinação aos túmulos dos Apóstolos e dos mártires. E, com eles, desejamos professar nossa Fé em Deus e em Jesus Cristo". São Pedro e São Paulo são os fundamentos da Igreja, os dois pilares sobre os quais ela se apoia. Para fortalecer a sua fé na Igreja é que os cristãos são convidados a orar, a cada 25 anos, sobre os seus túmulos. Alguns privilegiados irão responder ao convite do Santo Padre, em peregrinação organizada pela sua paróquia, ou por conta própria. Os que ficam são convidados a fazer essa peregrinação "em espírito". O objetivo do presente artigo é ajudá-los a transportar-se em imaginação para a Cidade Eterna.

Em Roma, o que impressiona o peregrino é a presença visível da Igreja. Não é uma cidade como as outras. Em toda parte, aparecem cúpulas e torres de igreja - a cada passo, defrontamo-nos com uma basílica, com alguma inscrição gravada na pedra. Tudo em Roma nos fala da Igreja - dos seus primórdios até os dias de hoje. CIDADE DOS APóSTOLOS E DOS MARTffiES

Roma é a cidade onde Pedro e Paulo derramaram o seu sangue como testemunhas de Jesus Cristo. Pedro, a quem Jesus chamou de pedra, rocha sobre a qual edificaria a sua Igreja. Paulo, a quem o Ressuscitado apareceu no caminho de Damasco, que foi o instrumento escolhido para converter os pagãos, para fundar igrejas. Pedro, símbolo da Instituição - Paulo, símbolo da Missão.

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Contemplando as ruínas do Forum Romano, imagina-se o tempo em que formavam um conjunto de imponentes construções - quando Pedro e Paulo chegaram a Roma. A semente da Boa Nova já germinara nos bairros mais pobres da cidade escravos e comerciantes, carregadores e soldados, junto com alguns membros da elite da cidade, formavam o primeiro núcleo da Igreja do Ocidente. Ao visitar o Coliseu e o Circo Máximo, rememora-se aqueles que lá foram mortos, esquartejados ou entregues às feras: Roma é também a cidade dos mártires. Papas, b:spos, sacerdotes, diáconos e inúmeros fiéis derramaram o seu sangue por causa do N orne de Jesus. A perseguição começou no tempo de Nero, em 64, quando, acusado de ter ateado fogo à cidade, pôs a culpa nos membro-s da ''nova seita". As prisões encheram-se de cristãos, que foram atrozmente torturados, decapitados, crucificados. As perseguições duraram 300 anos ... até Constantino, o primeiro imperador cristão. Nas Catacumbas, mais que em qualquer lugar, sente-se como era difícil, ardente e perigosa a vida semi-clandestina da primeira comunidade cristã. Nessas imensas galerias, às vezes de cinco andares superpostos, cada parede contém uma seqüência de túmulos - aí foram depositados os corpos dos mártires, o·s corpos dos primeiros cristãos. É a mais comovente de todas as visitas. Aqui e acolá, uma sala mais ampla - ali se reuniam os cristãos para celebrar a eucaristia nos piores tempos da perseguição, no fim do século III, quando já não podiam reunir-se em suas casas. Ali também se encontram as primeiras expressões da arte cristã. Gravada ou pintada na pedra, algo desajeitadamente, a afirmação da fé dos primeiros cristãos: o peixe, símbolo do Cristo (as primeiras letras da palavra grega "Ichtius" - peixe - s:gnificavam "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador"); o Bom Pas~ or, a Virgem Maria apresentando Jesus aos Magos, a ressurreição de Lázaro, várias cenas do Antigo Testamento, representações de homens ou mulheres orando. Diante dos nomes inscritos na pedra, fica-se a sonhar ... E a oração brota do nosso coração: humildes testemunhas do Cristo, rogai por nós, para que não sejamos indignos do nome de cristão, pelo qual tanto padecestes.

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O TúMULO DE PEDRO

É a Basílica de São Pedro, construída inicialmente pelo primeiro imperador cristão, Constantino, em honra do Príncipe dos Apóstolos. Abalada pelo escoamento das águas da colina vizinha, foi demolida no século XV e reconstruída nas atuais proporções - bem mais ambiciosas . .. Três grandes artistas tiveram o seu nome associado a essa obra fabulosa, que só terminou por volta de 1612: Bramante, Michelangelo e Bernini. A cúpula enorme avista-se de toda parte, até do mar. Quem penetra na catedral fica impressionado pela sua imensidão. É a maior igreja do mundo. No solo, estão g~avadas as dimensões dos maiores templos católicos; mas São Pedro de Roma é maior do que todos eles. Lá estão a famosa Pietá de Michelangelo e a estátua de São Pedro, cujo pé está gasto de tanto ser beija do pelos fiéis.

Sob o Altar da Confissão, o túmulo. Durante 10 anos, uma equipe de arqueólogos escavou até encontrar o túmulo original. Era apenas um buraco coberto por três telhas . . . Ali, os cristãos, em plena perseguição, haviam erigido um pequeno monumento, cujos fragmentos foram encontrados durante as escavações. Como a lei romana não permitia que se mexesse nos cemitérios, Constantino havia mandado derrubar em cima do túmulo 40.000 m 3 de terra da colina vizinha para construir a primeira basílica. E hoje este simples e pobre túmulo continua ali, exatamente 7 m abaixo do Altar da Confissão. AS TRI:S OUTRAS GRANDES BASíLICAS

Devido às suas proporções gigantescas e à sua proximidade dos apartamentos pontifícios, muita gente pensa que São Pedro é a catedral de Roma - não é. A catedral de Roma é São João de Latrão, que até o século XIV constituía, junto com os palácios adjacentes, o "Vaticano": o palácio dos Papas, a sede dos Concílios, o centro da administração da Igreja. Foi a primeira de todas as basílicas, construída também por Constantino, e dedicada ao "Cristo Salvador". Perdeu seu nome para São João devido ao seu famoso batistério, colocado sob a invocação daquele -16-


li

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que batizara Jesus. Incêndios e terremotos derrubaram a igreja, que foi reconstruída várias vezes, porém ela conserva importantes relíquias: as cabeças de São Pedro e de São Paulo, bem como uma antiquíssima mesa de madeira, que se acredita ter sido o altar em que São Pedro consagrava o pão e o vinho. São João de Latrão guarda ainda a memória da visita que São Francisco de Assis fez ao Papa Inocêncio III para pedir-lhe, com seus onze primeiros discípulos, que abençoasse a nascente ordem dos Irmãos Menores. Santa Maria Maior, construída em 351, foi a primeira igreja do Ocidente a ser dedicada a Nossa Senhora - e permaneceu a única durante ainda 2 séculos! Hoje, só em Roma, há 61 igrejas dedicadas à Virgem Maria ... A história de Maria encontra-se retratada no mosaico do arco triunfal, no entanto sem a Natividade e sem a Crucifixão, que naquela época ainda não se ousava representar. Dizem que o seu magnífico teto dourado foi feito com o primeiro ouro chegado das Américas. Foi em Santa Maria Maior que, no século VI, se celebrou a primeira Missa do Galo - e, para lembrar a gruta de Belém, foi montado um presépio. Nessa igreja consagrada à Santíssima Virgem, Santo Inácio de Loyola celebrou a sua primeira missa. A basílica de São Paulo Fora dos Muros, por sua vez, é o túmulo de São Paulo. Todo condenado à morte era sepultado no local de sua execução e, segundo a tradição, seria na Via Ostia, a 6 km de Roma, que o Apóstolo dos Gentios teria sido decapitado. O seu corpo deve ter sido transferido posteriormente e o Papa Anacleto construiu em cima do túmulo, como fez com São Pedro, um monumento discreto, no lugar do qual Constantino também mandou erigir uma igreja. Devido à proximidade da estrada de Ostia, era de reduzidas proporções, porém os seus sucessores, Valentiniano e Teodósio, mandaram desviar a estrada para que se pudesse construir um templo condigno. Infelizmente, em 1823, um incêndio destruiu a igreja, e a basílica atual é uma reconstrução que acompanha a antiga planta. Nesta basílica veneram-se também os restos do discípulo de Paulo, Timóteo . o Roma nos fala do passado, é certo. E é com emoção que nos detemos ante todos esses monumentos e relíquias. Fala-nos, também, e muito, do presente, pelas multidões que acorrem de todos os quadrantes da cristandade, pela presença ali do sucessor de Pedro. Centro de irradiação do cristianismo desde os seus primórdios até hoje, é também centro de convergência dos fiéis de todo o mundo, seja isoladamente, seja em peregrinações que impressionam pelo número às vezes elevado de seus componentes. Sente-se assim, quase que palpavelmente, que Roma sintetiza a unidade e a perenidade do Povo de Deus.

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MEDITAÇÃO EM TEMPO DE BALANÇO

Estava relendo Saint-Exupéry. Chegando ao fim de "Piloto de Guerra", a .l eitura foi se tornando mais vagarosa, pois é preciso acompanhar no silêncio do coração aquelas verdades profundas que nos são dadas a cada parágrafo, a cada linha. Desde a primeira vez em que li - com maior enlevo ainda, dada a facilidade com a qual nos entusiasmamos quando moços- essas mesmas páginas e outras mais, muita coisa aconteceu comigo: casei-me, tive os meus filhos e ... entrei para as Equipes de Nossa Senhora. Este último acontecimento também acrescentou uma dimensão nova à minha vida: a dimensão comunitária. E foi essa perspectiva que fez com que eu lesse Saint-Exupéry com outros olhos. Aquilo que ele aplica à pátria, não pude deixar de aplicar à equipe . . . E pensei que a meditação desses trechos poderia ser frutuosa para vocês também, neste tempo de balanço.

1. Para ser (membro da equipe), é preciso primeiro assumir o encargo (dos outros). Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos. 2 . Partilhar (do mesmo ideal, das alegrias e das dificuldades) não garante a fraternidade. Somente se a consegue através do sacrifício. Somente se a consegue no dom mútuo a algo maior do que si. No entanto, ... reduzimos a nossa fraternidade (o nosso amor fraterno) até tornar-se apenas tolerância mútua. Cessamos de dar. Se pretendo, porém, dar apenas a mim mesmo,

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nada recebo, pois nada construo a que eu pertença (não construo a equipe), portanto, nada sou (não sou membro dela). Pretendi, na hora da partida (no início da vida em equipe) receber antes de dar. Minha pretensão era vã. É preciso dar antes de receber, e construir antes de morar. 3. Só compreenderá o que é uma propriedade (uma equipe) aquele que lhe tiver sacrificado uma parte de si, que tiver lutado para salvá-la (firmá-la) e trabalhado para embelezá-la (fazê-la progredir). Então esse passará a sentir amor pela propriedade (equipe). Uma propriedade (equipe) não é uma soma de interesses, aí é que está o engano. É uma soma de dons. 4. Uma catedral (equipe) é algo bem diferente de uma soma de pedras (casais). É geometria e arquitetura. Não são as pedras que a definem, ela é quem pelo próprio significado enriquece as pedras. As pedras acham-se enobrecidas pelo fato de serem pedras de uma catedral. As pedras mais diversas servem a sua unidade. A catedral absorve em seu cântico as figuras esculpidas mais disparatadas. 5. Aquele que traz no coração uma catedral por construir, (o desejo de trabalhar pela equipe) já venceu. A vitória é fruto do amor. Só o amor reconhece o rosto a esculpir (a tarefa a fazer). Só o amor leva até ele. A inteligência só vale a serviço do amor.

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CONVERSA

COM

EX-EQUIPISTAS

Há muitos casais que, por um ou outro motivo, deixaram as Equipes. Por ocasião do nosso jubileu, tivemos a curiosidade de saber se sua passagem pelo Movimento deixara alguma marca em suas vidas. Fomos conversar com dois deles.

Qual foi a influência da Equipe na sua vida familiar? As Equipes, para nós, constituíram uma grande descoberta e pode-se dizer que a nossa vida se divide em duas fases: antes da equipe e depois da equipe. Isto porque nas Equipes encontramos um grupo de excelentes amigos, com os mesmos problemas que nós tínhamos. Estes problemas foram sempre debatidos com toda a sinceridade, e por isto nos enriquecemos muito com as trocas de idéias. Além disso, tivemos um apoio extraordinário por parte do Pe. Assistente que, conhecendo perfeitamente todos os casais, ajudava muito a solucionar os problemas que iam aparecendo. Os temas estudados nos ajudavam também a aprofundar a nossa vida espiritual, atualizando-nos e esclarecendo-nos em todos os sentidos. Quando entramos para as Equipes, já tínhamos a experiência de 14 anos de casados e 4 filhos. Aquilo que já sentíamos pela experiência de uma vida de casados foi aprofundado com o estudo dos temas. Quanto à vida religiosa, as Equipes ajudaram a valorizar muita coisa que fazíamos instintivamente, em decorrência da educação religiosa que havíamos recebido dos nossos pais, mas que se tornou consciente depois de esclarecida pelas Equipes.

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Outra influência muito acentuada em nossa vida foi o auxílio-mútuo, decorrente do exemplo de dedicação dos vários casais que conhecemos nas Equipes e que nos estimularam a cooperar no auxílio ao próximo em tudo o que estivesse dentro de nossas limitadas possibilidades.

Qual foi a influência das Equipes na formação e orientação dos seus filhos? Em primeiro lugar, a maior influência para os filhos foi a do exemplo, pois nos entusiasmamos muito com o Movimento e nossos filhos percebiam que estávamos sempre dispostos a fazer um esforço em benefício dos outros. Sentimos, assim, que conseguimos, de uma certa forma, ampliar os horizontes do nosso lar, enxergando em volta; pudemos atender, além da nossa própria família, àqueles que vivendo perto de nós, poderiam se beneficiar com o nosso trabalho dentro do Movimento. Com referência aos próprios filhos, eles foram diretamente beneficiados. porque passamos a compreender melhor os seus problemas e pudemos aconselhá-los melhor quanto ao relacionamento entre eles, e melhorar também o relacionamento entre eles e nós. Isto tudo foi conseguido através dos estudos dos temas e no convívio com os demais casais da equipe, pois, nas reuniões, trocávamos nossas experiências na educação dos nossos filhos. Fomos também sempre muito bem orientados pelo nosso Pe. Assistente, que era um grande educador.

Depois que vocês deixaram o Movimento, sentiram falta da equipe? Achamos que esse período de vida em equipe deixou organizado para o resto da nossa existência um relacionamento muito proveitoso, que não precisa mais de reuniões mensais para se manter. A partir daí, sentimos que o Estatuto das ENS tornou-se para nós um peso. Com os filhos crescidos, era difícil cumprir certas obrigações, como por exemplo a oração familiar. Começamos a perceber que os equipistas éramos nós, o casal. Não poderíamos, portanto, forçar uma situação que muitas vezes não era aceita por nossos filhos, que, nessa ocasião, já estavam se encaminhando para a faculdade e, por conseguinte, tinham sua opinião formada. Podemos dizer, então, que não sentimos falta das Equipes como Movimento, mas temos muito que agradecer por tudo o que dele recebemos. -21-


Por que vocês deixaram o Movimento? Depois de pertencer às Equipes durante 10 anos, sentimos grandes dificuldades porque o Pe. Assistente teve de nos deixar, por motivo de viagem. Inicialmente, o grupo era muito unido e tinha grande abertura. Durante um longo período estabeleceu-se uma amizade especial entre os equipistas, diferente das amizades comuns, onde aprendemos a nos tolerar, tal como nós éramos, com nossas qualidades e defeitos. Porém, como nos conhecíamos tão intimamente, começamos a nos julgar mais pelos defeitos do que pelas qualidades, tornando o clima da reunião muitas vezes pesado e rotineiro ... Com o decorrer do tempo e a falta de um padre assistente que desse a última palavra não chegavamos a conclusão alguma e as reuniões deixaram de ser proveitosas. Quando a nossa equipe se dissolveu, já nos sentíamos preparados para viver sem as reuniões mensais, graças ao impulso que havíamos recebido. No entanto, sentimos muita falta uns dos outros - e até hoje continuamo·s ligados por laços de amizade muito especiais. Apesar de não nos encontrarmos todos os meses, como antes, quando nos vemos, sentimos que estamos ainda presos por esses laços de amizade fraterna.

-oO outro casal -

este foi mais sintético!

Olhando para trás, vocês entra1'iam para as Equipes outra vez? Sim. Se pudéssemos voltar àquela época, não temos a menor dúvida de que faríamos de novo esta experiência, pois foi excelente, tanto do ponto de vista espiritual como da convivência humana.

E o que ficou? Tantas coisas que a gente aprende e passam a fazer parte da nossa vida - é difícil dizer, identificá-las uma por uma!

E as obrigações? O dever de sentar-se, sem o formalismo de uma obrigação, continua sempre presente em nossa vida. Antes de qualquer decisão importante mantemos sempre um diálogo, ouvimos e aca-

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tamos a opinião um do outro. A oração em família, não foi possível continuar, pois a nova geração não acompanhou as nossas orientações nesse sentido ...

E as amizades, continuam? A gente tem amizade por todos, o que nos falta é a convivência. Os filhos absorvem demais. Com um dos casais, do qual somos compadres duas vezes, continuamos a nos encontrar, o que alimenta e atualiza nossa amizade. A fraternidade é uma realidade que não pode se extinguir, mesmo depois de dissolvido o grupo. Sentimos falta dos companheiros da nossa equipe, mas reconhecemos as dificuldades de recomeçarmos tudo agora.

Qual o seu sentimento em relação às Equipes? É de grande simpatia. Procuramos sempre ter notícias do Movimento e quando encontramos os outros casais nos referimos com muitas saudades ao nosso tempo de equipistas.

Se os depoimentos dos dois casais mostram as vantagens auferidas nas Equipes, particularmente no aprofundamento religioso e na vivência da fraternidade, mostram também que se o casal não procura novas maneiras de viver a vida de equipe, entra na rotina e perde a motivação inicial. As dificuldades que se apresentam são desafios colocados em nosso caminho para nos levar a dar um passo à frente. E, quando temos a impressão de que a equipe não nos dá nada, não será exatamente porque nós é que não nos estamos dando a ela?

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COMPROMISSO

DE

ADULTOS

No fi,m do ano passado, fomos convocados para uma reumao muito importante: tratava-se de decidir o pedido de concordata de nossa equipe! Credor principal -

O próprio Deus.

únicos devedores -

Nós mesmos.

Principais obstáculos - Nossa pouca vontade de parar a fim de fazer um confronto entre a importância que damos ao crescimento do-s bens materiais e o nosso desenvolvimento espiritual. Aos homens que têm obrigações empresariais, sociais ou profissionais, lembramos que nunca lhes é permitido olvidá-las, alegando falta de tempo, disposição, ou outra excusa qualquer, para se esquivarem de tais compromissos. As mulheres têm consciência de que o casamento lhes trouxe novas obrigações e doações - deixando de pensar em si para se doarem à família. Vivemos todos, os componentes de nossa equipe, fiéis aos compromissos assumidos. Temos tido a mesma fidelidade, a mesma constância e o mesmo cuidado no que se refere ao cumprimento dos deveres que assumimos como cristãos e, mais particularmente, como membros de uma equipe que se orgulha de se manter unida e coesa por mais de 10 anos consecutivos? Naquela noite, livre e conscientemente, decidimos que a equipe deveria continuar. Escolhemos para este ano um estudo bíblico, que se traduz por leitura e meditação. Pede-se 80 minutos por mês. Se tivermos a coragem de nos negar, como poderemos justificar as horas de trabalho diário, as preocupações que invadem o período de repouso e c arreiam insônias?

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Esta leitura e meditação bi-semanais poderão nos trazer uma paz interior bem mais benéfica que qualquer tranquilizante. A leitura bíblica poderá parecer, à primeira vista, difícil, massante ou mesmo árida. Mas, quem poderá afirmar que foi sem esforço, sem estudo acurado e minucioso, sem dedicação integral, que conseguiu atingir as posições hoje ocupadas? E, de tais situações, mais dia menos dia, seremos arrancados e delas nada mais restará! Não podemos viver só para as obrigações e prazeres da terra, criados que fomos à imagem e semelhança de Deus. Nosso destino é a eternidade, junto ao Pai. Portanto, urge que comecemos a lapidar nossa alma com o mesmo entusiasmo e carinho que dedicamos aos bens perecíveis. E, assim, iremos pautar nossa vida por uma nova escala de valores. Peçamos ao Espírito Santo que nos faça sentir que a oração é uma opção nossa para algo melhor, e não para algo mais fácil. Sem esforço pessoal, Deus não virá modificar nossa natureza ou atuar no vazio. É preciso oferecer-lhe uma oportunidade para que sua presença cresça em nós. Nossa espiritualidade apresenta, como tudo na vida, altos e baixos, mas é preciso aceitar nossa responsabilidade e providenciar medidas que a fé e o bom senso aconselham para que as coisas deste mundo não constituam obstáculo para as coisas de Deus. Quando todos nós, de consciência pesada, decidimos continuar em equipe, sentimos a necess;dade de um esforço pessoal para melhor aproveitamento da oportunidade ímpar que o Movimento nos oferece. Assumimos um sério compromisso: não falhar para que não soçobrasse nossa equipe. Mesmo que nos seja exigido um esforço superior a qualquer outro já feito nos demais setores de nossa vida, acreditamos, fria e desapaixonadamente, que ninguém será capaz de trair esse compromisso, que não levou assinatura nem selo, mas que teve como testemunha a presença do Cristo, pois estávamos reunidos em Seu nome. Avante, cara equipe! Nós precisamos muito de Deus. Mas Ele também precisa de nós, para nos tornarmos sua imagem e semelhança para que a Redenção operada por Cristo também aconteça em nós. (Colaboração de um Casal Responsável de Santos)

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TESTEMUNHO

POR QUE NÓS ?

"Que nos dirá Deus se chegarmos a Ele uns sem os outros"? Não foi bem um convite para um jantar ... Chegaram sorrindo e começaram a falar sem rodeios. A princípio, uma sensação de que não era conosco; depois de nos certificarmos que era para nós, mesmo - não tinha ninguém em baixo da mesa, nem atrás da porta - ouvimos atentamente os dois. - Bem, gente, rezamos muito para que o Espírito Santo nos iluminasse e a escolha para o cargo de responsáveis do Setor nos trouxe aqui. Em uníssono, indagamos: - Santo Deus, por que nós? Enquanto justificavam a escolha, procurávamos ser mais rápidos do que eles, para acharmos uma boa desculpa, um "não" convincente. Mas foram persuasivos, envolventes e teimosos - qualidades realmente apostólicas. . . Pedimos um prazo - já que o Espírito Santo os tinha guiado, nós também iríamos recorrer a Ele. Talvez a resposta fosse outra, não?! Rezamos: Por que nós? A resposta veio através do Dever de Sentar-se. Recordamos o nosso caminho, o retorno à casa do Pai, depois de tantos anos desperdiçados e afastados d'Ele. Depois da volta, nosso amor fortalecido, a amizade sincera dos irmãos de equipe, a esperança renovada pelo nosso querido Padre Beni, as graças recebidas pela nossa família. Tantas alegrias concedidas nesses anos! Agora, num gesto de gratidão, vamos procurar regar o que outros plantaram, sem preocupações de êxitos ou fracassos, entregues à ação do Divino Espírito Santo. As ENS deverão permanecer fiéis à sua mística. Para isso confiamos no amor que os casais sentem pelo Movimento, esse mesmo amor que nos anima a sermos responsáveis pelo Setor, certos de que isto não nos trará honras nem glórias, mas a alegria de servir.

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NOTíCIAS DOS SETORES

SÃO PAULO -

Setor A

Na missa mensal do Setor, organizada pelas Equipes 2 e 38, a homilia foi feita por um leigo. Transcrevemos aqui as palavras proferidas pelo Elias: "Os equipistas, pelos meios de formação que a Equipe lhes dá, adquirem os conhecimentos e a vivência necessários para poderem atuar para levar o Cristo à sua família. Formada a família, esta tem necessariamente - é a missão do cristão - que transmitir esse conhecimento para as outras famílias, para a sociedade das famílias. É através de seu trabalho que o cristão realiza seu sacerdócio, tornando-se fermento do mundo, colaborador de Cristo na obra de evangelização.

Essa evangelização deve ser dirigida a nossa mulher, nossos filhos, nossos pais e irmãos, a nossos companheiros de trabalho, aos que dependem de nós e àqueles de quem dependemos. Quantas vezes não pactuamos com injustiças, não promovemos injustiças, em nome de vantagens materiàis puramente, esquecidos de que estamos prejudicando os menos favorecidos. Qual o exemplo que damos com atitudes como essas? Onde quer que seja o nosso local de trabalho, nosso trabalho deve refletir o que aprendemos nas Equipes - formação pessoal e familiar e amor de Deus, que é amor pelos nossos irmãos. Nós somos o povo escolhido por Deus para lhe consagrar toda a existência e proclamar suas maravilhas, por meio de Cristo, Nosso Senhor. Que tal assumirmos essa posição de povo escolhido, e a obrigação de proclamar as verdades que Cristo nos ensinou? É necessário assumir antes e proclamar depois. Lembremo-nos da parábola do publicano e do fariseu. De nada adiantarão nossas palavras se falarmos e não praticarmos. De minha parte, prefiro que não se fale nem se pregue se não se acredita com convicção ...

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A responsabilidade dos equipistas é muito grande. Podemos achar que somos privilegiados. Tivemos a oportunidade de sermos chamados a participar das Equipes. Tivemos a oportunidade de conhecer o Cristo, de sabermos por que amá-10. Não podemos querer guardar esse tesouro só para nós. Devemos transmiti-lO, levá-lO a todos __: a novas equipes e a todo o povo. Ele é o Caminho que conduz à felicidade. E Ele exige que nós, os privilegiados, levemos essa felicidade, através de sua mensagem, a todos. Eu acredito que, para que possamos falar co:t:n convicção, de forma a que os outros acreditem em nós, e, através de nós, no Cristo, devemos viver esse Cristo, os seus ensinamentos, de acordo com sua vontade, embora sabendo quanto isso é difícil, como é difícil vencer os interesses, as injunções, a vontade de aproveitar oportunidades, etc. Mas nós somos pedras vivas de um edifício espiritual que tem como pedra viva fundamental o próprio Cristo. Todos fazemos parte deste edifício espiritual, como pedras vivas, ligadas umas às outras. Por que isolar-se alguém no individualismo? Por que permanecer fora desta maravilhosa construção espiritual? Por que deixar alguém fora dela? Não podemos permanecer indiferentes diante de tantos que precisam de nós, ou porque vacilam na fé , ou porque necessitam de pão. Pensemos hoje seriamente em nossa responsabilidade de cristãos ... " TAUBAT~

O que foi o "Equipão" (do B.oletim)

"Foi a oportunidade de pôr o coração em ordem." "Foi o reavivar das obrigações de equipistas acomodados." "Foi uma tomada de consciência." "Foi uma revisão de vida muito bem planejada." "Foi uma surpresa; pensamos encontrar um só pregador, tivemos vários e ótimos." "Foi uma experiência nova, positiva, no sentido de aproximar os casais da palavra de • Deus." "Foi uma experiência nova, em termos de organização e dinâmica, da qual gostamos muito." "Foi uma experiência bastante válida, produtiva, e que deve ser incentivada, divulgada e repetida." Essas são algumas das avaliações do "Equipão" realizado no Convento Santa Clara, em Taubaté. Palestras curtas, com temas adaptados aos casais, círculos de debates, liturgia participada, folclore, foram, em resumo, o conteúdo do Equipão. o ambiente espiritual e fraterno que alimentou a alegria reinante durante o Equipão já se formara há muito mais tempo :

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era a família equipista que se encontrava, se unia e se identificava em Cristo; essa espiritualidade e alegria do encontro, a chave do êxito, não foi preciso programá-la: já estava pronta. A animação dos casais logo no primeiro dia superou as expectativas. Lá estavam os equipistas "antigos" e os novos, cada qual dando seu testemunho de vivência cristã; eles foram nossas "cobaias" para que pudéssemos definir a validade do Equipão. Mesmo considerando as falhas que ocorreram nesta primeira experiência, pode-se dizer que foi ótima a aceitação. O Pe. Pedro Lopes assim caracterizou o Equipão: "Pelo que me foi dado constatar nas entrevistas de aconselhamento e direções espirituais, a experiência pioneira, depois das devidas revisões e enriquecimentos, será de grande utilidade para o aprofundamento espiritual dos casais em sua vivência cristã." BRASJLIA

Recebemos o Boletim, com o programa da Coordenação, muito bem feito. A programação inclui curso de formação de Casais Pilotos, "de caráter urgente em vista da formação de novas equipes", e curso de formação de casais para Cursos de Noivos preparação de elementos disponíveis para atuar na Pastoral FamHiar da Arquidiocese. Além de Retiro, Dia de Estudos e Reunião Inter-Equipes, estão previstas duas reuniões com os Conselheiros Espirituais. A grande novidade será o Primeiro Mutirão de Brasília, programado para a segunda quinzena de outubro. Como a expansão é uma das metas prioritárias da Coordenação, dois são os casais responsáveis por esse setor; há um casal responsável pelo Boletim e um casal encarregado de representar as ENS junto à Arquidiocese, à Pastoral Familiar e à Coordenação dos Movimentos de Apostolado Leigo. Transcrevemos parte do editorial de Frei Jamaria: "A reunião de planejamento realizada pela Equipe de Coordenação de Brasília veio demonstrar que também nós equipistas temos muito para repartir. . . Há muita gente que precisa não só do pão material, mas da presença, da graça de Deus, de um conhecimento mais profundo da grandeza e da santidade do matrimônio cristão. . . Há muita gente esperando por nossa ação, como batizados e como equipi!?tas, e ~stamos certos de que ninguém haverá de recusar-se a dar um pouco daquilo que temos, repartir os muitos bens, graças, felicidade, alegria que os casais do Movimento das Equipes receberam, 'não por seu merecimento, mas por desígnio de Deus'. A Coordenação estudou um plano a ser adotado para 1975. Um plano de aprofundamento da espiritualidade conjugal, um plano de expansão do Movimento em Brasília, um plano de ação em prol do Povo de Deus. Estamos dispostos a

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colaborar? de Deus, a tualidade? níveis para a Igreja de

Estamos dispostos a repartir os bens que recebemos graça de pertencermos a um Movimento de EspiriEstamos dispostos a colaborar? Estamos dispoo Movimento das Equipes de Nossa Senhora e para Deus?"

GUARATINGUETA -

Páscoa dos Equipistas

No dia 13 de abril, no Seminário Seráfico Frei Galvão, realizou-se a Páscoa dos Casais Equipistas de Guaratinguetá e Aparecida. Um grande número de casais e familiares compareceu à missa que foi oficiada por Frei Guido. O coro dos seminaristas abrilhantou a cerimônia. Após a missa, houve, num ambiente muito alegre e festivo, confraternização entre os presentes e distribuição de ovos de Páscoa às crianças. SAO PAULO -Setor D

Nasceu o Boletim do Setor D de São Paulo. Diz a apresentação que o Setor "há muito vinha sentindo a necessidade de manter uma aproximação maior com todos os equipistas. As reuniões mensais com os casais responsáveis, as missas mensais organizadas pelas próprias equipes, as tardes/noites de formação e as demais atividades programadas não vinham sendo encaradas como suficientes para se caminhar em direção ao objetivo proposto, qual seja o de formação de uma grande unidade voltada para os ensinamentos de Cristo e dentro dos postulados do Movimento." Acrescenta que "todas as atividades do Setor D serão divulgadas através deste Boletim Informativo, que surge em função d~ necessidade de manter-se os equipistas sempre informado-s, mediante estreita colaboração das próprias equipes" e desde logo apresenta o escalonamento das equipes para colaboração. O Boletim não pretende parar durante os meses de férias e a matéria, nesses meses, ficará a cargo da Equipe de Setor. NOVAS EQUIPES

Batatais

O Setor de Ribeirão Preto lançou 3 equipes nessa cidade: A Equipe 1, pilotada por Romélia e Sérgio Pereira da Silva, tem como Conselheiro Espiritual o Pe. Souza. A Equipe 2, pilotada por Rosina e Sérgi o Morello, está também com o Pe. Souza e a Equipe 3, cujo Conselheiro Espiritual é o Pe. Sérgio, tem como casal piloto Beatriz e Roberto Tofeti. Catanduva

A Equipe 1 está sendo pilotada por Eliana Castilho e tem como Conselheiro Espiritual o Pe. Sinval Januário. -30-


Bauru

Depois de duas reuniões de informação, está novamente formada a Equipe 7, com 8 casais. O casal piloto é Marilene e Arnaldo e o Conselheiro Espiritual, o Pe. Luís Dibitonto. A Equipe 11 ("a caçulinha do Setor, por enquanto, como dizem") elegeu seu primeiro Casal Responsável, Jacy e Rubens Vilaça. Isto quer dizer que Eva e Benedito (o casal piloto) estão prontos para outra, ou melhor, para "mais uma" - não vamos dizer quantas equipes esses dois já pilotaram, para não ferir a sua modéstia! Juiz de Fora

Já está funcionando a Equipe 7. Valença

Já está na Equipe 3 ...

NOTíCIAS INTERNACIONAIS Vários novos Setores: 2 na Austrália; 2 na Bélgica; 2 na Espanha; 2 na França, 1 na Irlanda - e uma nova Região: Grã-Bretanha e Irlanda.

Novas equipes:

Bélgica: 4; Espanha: 32 (!); Estados Unidos: 6; França: 23; Itália: 21.

RETIROS REGIA O SAO PAULO/ A Junho (em silêncio)

De 27 a 29

sem crianças

Agosto

De 22 a 24

sem crianças

Setembro

De 19 a 21

com crianças

Outubro

De 24 a 26

sem crianças

Novembro

De 21 a 23

com crianças

Local:

Instituto Paulo VI

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ORAÇÃO

PARA

A

PRóXIMA

REUNIÃO

Junho . O Ano Santo chega ào ápice. Renovados pelos sacramentos pascals, investidos com a força do Esp1rito, participantes da vida de amor da Santíssima Trindade - reconciliados com o Pai, sejamos operários da Reconciliação com nru:sos irmãos, com todos os homens.

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

2 Cor. 5, 17-20

Assim, se alguém está em Cristo, ele é uma nova criatura; passou o que era antigo e apareceu o que era novo. E tudo isto vem de Deus, que nos reconciliou consigo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação. Foi Deus que, em Cristo, reconciliou consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados, e pondo em nós a palavra da reconciliação. Desempenhamos, por conseguinte, em nome de Cristo, o encargo de embaixadores; é Deus que exorta por nós. Em nome de Cristo, suplicamos: reconciliai-vos com Deus. ORAÇÃO LITúRGICA -

Oração do Ano Santo

Senhor Deus, Pai e amigo dos homens, que quiseste reconciliar contigo a humanidade inteira no teu Filho Jesus, morto e ressuscitado, reconciliando assim todos os homens entre si,

-

escuta a oração do teu povo neste Ano de graça e de salvação.

Que teu Espírito de vida e de santidade nos renove no mais íntimo do coração e nos una, pela vida inteira, a Cristo Ressuscitado, nosso Irmão e nosso Salvador -

escuta a oração do teu povo neste Ano de graça e de salvação. -32-


Peregrinos, com todos os cristãos, nos caminhos do Evangelho, concede-nos que, fiéis à doutrina da Igreja e solícitos em ajudar os nossos irmãos, sejamos construtores de reconciliação, de unidade e de paz --

-- escuta a oração do teu povo neste A no de graça e de salvação. Torna fecundos os esforços daqueles que trabalham, no serviço dos homens. Sê a esperança e a luz de quem te busca sem conhecer-te e daqueles que, embora te conheçam, te procuram sempre mais --

escuta a oração do teu povo neste Ano de graça e de salvação. Perdoa os nossos pecados, confirma a nossa fé, estimula a nossa esperança, aumenta a nossa caridade. A exemplo de Jesus, faze que vivamos como teus filhos muito amados --

escuta a oração do teu povo neste Ano de graça e de salvação. Faze que a tua Igreja, com o auxílio materno de Maria, seja sinal e sacramento de salvação para toda a humanidade, a fim de que o mundo creia no teu amor e na tua verdade --

escuta a oração do teu povo neste Ano de graça e de salvação. OREMOS:

Pai de bondade infinita, atende à oração que o teu Espírito nos inspira , para a tua glória e nossa salvação, por Jesus Cristo, teu Filho e Senhor nosso, Caminho, Verdade e Vida, na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. --Amém.


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publicaçã o e Distribuição pela Secretaria das. EQUIPES DE NOSSA SENHORA 04538 -

Avenida Horácio Lafer, 384 SAO PAULO, SP

-

Tel.: 210-1340.

somente para distribuição interna -


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