ENS - Carta Mensal 1972-9 - Dezembro

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1972 Dezembro

EDITORIAL - Projelo do homem e desígnio de Deus . . .................. . ......... . P. 1 Quinze dias que marcaram época ... . .. . . P. 3 A ECIR conversa com vocês . ........... . . P. 5 Ajuda-me, Senhor, a dizer "sim" . .. ...... . P. 8 Algumas pislas para a opção .... .. ... .. .. . P. 9 A prova do espelho ........ . .. . ... .... .. . p. 13 Sessão de formação em Ilaici . .. . . . ...... . . p. 15 Enconlro Geral em São Paulo . . . . . . . .... . p. 19 O Cônego Calfarel em Florianópolis _...... . P. 21 Visila de Mareei Delponl às Equipes de Curiliba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P. 26 Porlo Alegre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P. 28 Impressões de um casal da Guanabara . . . . P. 29 Nolícias dos Selares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . P. 30 Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . P. 40


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Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 04530 -

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SAO PAULO, SP.

somente para distribuição interna -

Tel. : 80-4850


EDITORIAL

PROJETO DO HOMEM E DESfGNIO DE DEUS

O desígnio de Deus. Para o cristão tudo está contido nestas palavras. É o objeto de nossa oração cotidiana: "Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu". Deus, Criador e Redentor, alimenta um plano de amor para com toda a humanidade e para o homem que eu mesmo sou. Haverá, pois, coisa mais essencial do que "entrar" neste plano? Cristo Jesus, para levar-nos a compreender a sua unidade com o Pai e, ao mesmo tempo, definir a sua missão, declara: "Faço sempre o que é do seu agrado" (Jo. 8,29). A seu exemplo, "fazemos o que é agradavel a seus olhos", professam os cristãos (1 Jo. 3, 22). Entrar neste plano é querer conhecê-lo cada vez mais profundamente. Não nos contentaremos em saber, uma vez por todas, que Deus "quer a salvação de todos os homens" (1 Timóteo 2, 4): acompanharemos na Escritura a revelação desta "filantropia" de Deus (Tito 3,4) ; examinaremos de que forma tal revelação foi acolhida no decurso da história da salvação, que é nossa história humana; procuraremos decifrar nos acontecimentos os sinais da permanência e do cumprimento do desígnio divino. E não nos contentaremos em saber que nós mesmos estamos englobados neste imenso desígnio: procuraremos, sim, dia após dia, melhor discernir os seus apelos, melhor satisfazer as suas exigências, melhor viver a sua transbordante comunhão. Entrar neste plano é também querer participar da sua realização. Porquanto o plano de Deus não se irá cumprir sem nós: "Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti", dizia Santo Agostinho. Cristo mesmo escolheu vários Apóstolos para fazer deles os pilares desta Igreja que teria a missão de difundir, através do templ' e do espaço, a mensagem da salvação: Igreja em que cada membro tem a sua função a desempenhar, o seu papel apostólico a representar. Deus quis que a ação humana fosse auxiliar de seu desígnio. Deste desígnio não somos portanto os senhores. Amigos convidados a dele participar sem dúvida, mas também servidores mo-1-


bilizados para a sua realização. E servidores que sabem o quanto seriam inúteis se Deus não agisse neles e por eles. Só há um "salvador do mundo" (Jo 4,42), "ninguém vai ao Pai" senão por ele (Jo 14,6), e sem ele "nada podemos fazer" (Jo 15,5). Para sermos verdadeiros auxiliares do desígnio de Deus, a ação do homem deve realizar-se segundo a inspiração de seu Espírito.

Tudo isto nos convida e nos ajuda a considerar na justa medida os nossos projetos de homens. E, em primeiro lugar, o seu autêntico valor. Para que sejam os colaboradores de sua ação, Deus não deseja o concurso de executores cegos ou de copiadores servis, mas sim, o de homens cheios de vida, pondo em ação suas faculdades criadoras. "Não pertence a nós conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua própria autoridade" (Atos, 1, 7) , mas cabe a nós dar testemunho dos seus desígnios de salvação, veicular as suas riquezas, traduzir as suas exigências, favorecer a sua realização por iniciativas próprias. Expressão de nossa liberdade, nossos projetos de homens são, de per si, indissociáveis de nossa qualidade humana e, por disposição divina, indissociáveis do desígnio de Deus. Evitemos entretanto confundir um e outro. O projeto do homem mais sincero e mais zeloso não coincide necessariamente com o desígnio de Deus. Pode-se mesmo dizer que há uma distância a preencher, um desvio de nossa parte a retificar. Em qualquer caso, há sempre o perigo de identificar a vontade de Deus com as nossas próprias idéias. "Não sendo senão um homem e não um deus, confundes a tua vontade com a vontade de Deus", dizia Ezequiel (28,2) ao rei de Tiro. Não é somente o rei de Tiro que é passível desta censura. Talvez seja uma das tarefas particulares ao nosso tempo ter que desenvolver ao mesmo tempo a invenção criadora e a humilde fidelidade. Por um lado, as mudanças novas reclamam iniciativas novas; por outro lado, "sob todas as transformações, muitas coisas permanecem imutáveis, que têm o seu fundamento último em Cristo, o mesmo ontem, hoje e por toda a eternidade" (Gaudium et Spes 10,2). Se o projeto do homem chegasse a ignorar o desígnio de Deus ou se tivesse a pretensão de com ele se identificar, incorreríamos num risco mortal. "Sem Deus, observa judiciosamente o Pe. de Lubac, o homem só poderá, em última análise, organizar a terra contra o homem".

Roger Tandonnet, s.j.

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QUINZE DIAS QU E MARCARAM

~POCA

Esta Carta Mensal fala quase toda daquelas duas memoráveis semanas passadas entre nós pelo Cônego Caffarel. Não é o número especial prometido. P r oblemas decorrentes de falhas nas gravações feitas obrigam-nos a deixar para depois das férias a publicação das conferências que tanto impressionaram os seus auditórios de Itaici, São Paulo, Florianópolis e Rio de J aneiro. Mas, assim o esperamos, este número irá reavivar na memória de todos, através das reportagens recebidas, a profunda impressão deixada pelo fundador de nosso Movimento, n aqueles quinze dias que marcaram época. Se quiséssemos resumir em poucas palavr as o que foi a visita do Cônego Caffarel ao Brasil, diríamos que ela foi o que o Movimento esperava e que ele nos disse o que o Movimento precisava ouvir. Aqueles que acompanharam o Pe. Caffarel em todas as suas atividades, podem atestar que foi uma sucessão de dias de profunda espiritualidade que a todos deixou uma impressão de plenitude e se traduziu no ambiente dominante de alegria que, no entanto, nada se parecia com dispersão. A densidade da mensagem que nos trouxe pode ser avaliada pelo sentimento deixado em todos os que, mesmo tendo assistido a uma única conferência, saiam conscientes de que acabavam de ouvir as palavras de um homem inspirado por Deus. Que dizer daqueles 100 casais de Itaici e dos 50 de Florianópolis que, durante três dias sucessivos, tiveram o privilégio de penetrar mais a fundo no pensamento do Pe. Caffarel ! É que Pe. Caffarel não fala só com palavras. Fala com o coração. A convicção com que se expressa, o vigor interno que se externa em palavras simples e gestos sóbrios, a ausência total de recursos de oratória, de palavras supérfluas, de adjetivos inúteis, reforçam o conteúdo de suas conferências e lhes dão uma densidade que impressiona e cativa. Nas Sessões de Formação de Itaici e Florianópolis, embora falasse durante perto de uma hora, mantinha o auditório em suspenso. E, fato notavel, todas as conferências terminaram em clima de recolhimento, tornando supérfluas as manifestações habituais de aplauso, tão do gosto de nossos auditórios. E este clima se prolongava nos momentos que se seguiam para reflexão, dois a dois, como preparação para os grupos de trabalho.

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Não cabe resumir aqui o conteúdo de suas palavras. Deu-nos uma visão nova de coisas velhas. É assim que nos levou a rever o profundo significado da equipe, apresentando-nos por modelo a primeira equipe cristã, a dos Apóstolos reunidos ao redor de Cristo. Apresentou-nos o Evangelho na sua realidade: a Palavra atual do Cristo, ansioso por anunciar aos homens o amor do Pai. Amor que aspira à reciprocidade, que requer intimidade, e que se alimenta no silêncio da meditação. Nesta perspectiva é que se coloca a ascese: esforço para eliminar tudo o que faz obstáculo à intimidade com Deus, correspondência ao trabalho de Deus em nós. Entretanto, nos disse ele, as Equipes de Nossa Senhora não podem ser apenas um Movimento conservador da fé: é preciso que sejam fermento. Não basta possuir o ensinamento do Mestre, é preciso possuir o Espírito de Cristo, o mesmo Espírito Santo que, no Pentecostes, transformou tímidos rapazes em testemunhas ardorosas do Senhor. Que dizer do ambiente que cercou o Pe. Caffarel ? Se, também aqui, quisermos resumir em poucas palavras o que caracterizou este ambiente, diríamos que a tônica foi dada pelo carinho com que foi recebido em toda a parte. Foi um pai no meio de seus filhos. Embora reservado, não pode ele ocultar o quanto isto o sensibiliza. Quem o viu nas assembléias para todos os equipistas, quem estava presente ao churrasco que reuniu, em Florianópolis, os equipistas vindos de todos os quadrantes da Região Sul, quem o cercava quando conversou com o grupo de um movimento de jovens que o queria conhecer, quem com ele esteve em reuniões mais íntimas ou em conversas particulares, pode avaliar o calor humano que envolveu o Pe. Caffarel. A vinda do Pe. Caffarel foi uma graça do céu. É por isso com um sentimento de sincero reconhecimento que aqui lhe dizemos a única palavra de português que ele aqui aprendeu: Pe. Caffarel, muito obrigado ! Muito obrigado, também a Mareei Delpont que se desdobrou em atividades paralelas às do Pe. Caffarel. E que, além de participar dos vários encontros realizados em Itaici, São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro, foi levar a S. José dos Campos, Curitiba e Porto Alegre, juntamente com a sua palavra, o abraço fraterno da Equipe Responsável Internacional que ele aqui representava. Muito obrigado ainda à sua esposa Yvette e a seus filhos por nos terem emprestado Mareei durante quinze dias. Ficamos-lhes devedores de mais esse gesto, ao lado de tudo o que já têm feito pelas Equipes do Brasil. N ancy e Pedro lEquipe n9 1, São Paulo)

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

Caros amigos, Chegamos à última etapa deste ano de atividades, em que foi pedido aos equipistas uma reflexão mais pausada e consciente sobre a sua participação nas Equipes de Nossa Senhora. No termo desta jornada, nos é pedido que respondamos àquela interrogação feita pelo Cônego Caffarel no fim de seu discurso aos peregrinos de Roma, em 1970: "Estamos realmente decididos a nos engajar a fundo nas Equipes e, com o auxílio das Equipes, na missão de testemunhas de Deus, em meio deste mundo que a maré · montante do ateismo ameaça submergir ? Encon~ramo-nos assim em face de uma opção a tomar. Caros amigos, hesitamos em tornar a falar sobre esta opção. É o assunto várias vezes abordado nas últimas Cartas Mensais: É o objeto de uma carta pessoal do Casal Responsável da ECIR, dirigida aos equipistas. É o tema de reuniões especiais organizadas por vários Setores. É a idéia que vem à tona, nas conversas - ou debates -.-- por ocasião de encontros fortuitos de equipistas... No entanto, permanecem de pé interrogações várias. Se voltamos a 'f alar sobre este tema, é apenas para procurar colocar nos devidos termos, sem exagero, mas sem lhe diminuir a importância, um assunto ainda controvertido. ' Em que consiste a opção que nos é pedida ? Procuremos primeiramente esclarecer. a . significação do ter.. Optar é. escolher, é decidir-se por uma dentre várias alternat~vas - lemos no dicionário.

mo.

É opção a decisão que me leva a comprar um dentre vários objetos que, no entanto, me agradam todos: é uma opção ·sem consequências. .outros há que têm repercussões maiores e até mesmo sobre toda uma vida. Assim, a opção do jovem que decide sobre a carreira a seguir: exige, certamente, reflexão, ponderação, consulta à própria vocação, decisão. Outras há que envolvem também a vida de outros. Pensamos na opção que leva o jovem a escolher aquela que será sua esposa: requer evidentemente o encontro de outra opção paralela à sua, pois irá empenhar duas vidas numa missão comum que envolve não somente a eles mas a sociedade em que vivem. E, quando cristãos, é a vida de uma célula da Igreja que estará em jogo.

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O que o Movimento agora nos pede é também uma opção. Dentre os vários caminhos que se apresentam para a nossa realização como casais cristãos, somos convidados a optar - ou não -em conhecimento de causa, por aquele que nos é oferecido nas Equipes de Nossa Senhora, aceitando - ou não - as suas normas, a sua mística, o seu espírito, os seus métodos. Em outras palavras, somos simplesmente convidados a rever, após um ano de reflexão e estudo sobre o espírito e os métodos do Movimento, aquele pequenino trecho da primeira parte dos Estatutos, do qual o nosso subconsciente nos levava talvez a afastar os olhos: "Ninguém é obrigado a ingressar nas Equipes ou nelas permanecer. Quem delas fizer parte, porém, deve com lealdade fazer jogo franco". Não se trata de uma linguagem dura, mas sim de um apelo à lealdade e franqueza. O Cônego Caffarel, naquele mesmo discurso citado a princípio, depois de analisar em largos traços a situação do mundo de hoje e apontar o desafio lançado aos cristãos pelo ateismo, fez sentir com ênfase, a urgência de uma resposta: a resposta do testemunho que devemos dar do Deus vivo ! Os dias de hoje exigem que sejamos cristãos para valer. É certo que não é fácil. E se nos unimos em equipe, é "porque sabemos o quanto é difícil viver como cristãos num mundo pagão". Mas, se nos unimos em equipe, é também para valer, como o pressentiram em suas conversas, no começo deste ano, os equipistas presentes, ao comentarem a "orientação do ano", após a sua apresentação, no Encontro Nacional dos Responsáveis de Equipe.

Para a maior parte dos equipistas, a opção não apresentará problemas. Para outros, a decisão a tomar levará a uma reflexão madura, depois de muita oração. E é para ajudá-los que algumas indicações lhes são dadas, neste mesmo número, páginas adiante. Todas as dúvidas possíveis encontram a sua solução no espírito de lealdade que é a característica do cristão. De qualquer forma, é depois de uma franca consulta ao Senhor que irão responder no íntimo de si mesmos: Sim:

estamos dispostos a honrar o nosso título de cristãos.

Estamos dispostos a empregar os meios necessários para tal. Estamos dispostos a seguir o caminho proposto pelas Equipes de Nossa Senhora, embora reconhecendo a nossa fraqueza, contra a qual estamos decididos a lutar.

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Estamos dispostos a unir os nossos esforços aos de nossos irmãos de equipe, ajudando-os nas suas dificuldades, aceitando a sua ajuda para as nossas. Estamos dispostos a cumprir com fidelidade os meios de aperfeiçoamento, reconhecendo neles um apoio e incentivo para a nossa marcha ascendente, uma arma contra a nossa inconstância e preguiça. Estamos dispostos em não nos enclausurarmos no casulo de nossa comodidade, mas, na medida de nossas possibilidades e dos carismas que nos foram dados, colaborar na construção de um mundo de acordo com os desígnios de Deus. Se pudermos lealmente responder ~<sim" a todas estas reflexões, se estivermos conscientes da mística e dos princípios do Movimento e sinceramente desejosos de progredir na caminhada em direção a Deus, não hesitemos mesmo que nos sintamos fracos quanto à prática dos meios de aperfeiçoamento, vagarosos em avançar. Então, não somente o Movimento se sentirá forte com a força de seus membros, ao poder contar com o ~<sim" dos que por ele optarem, como também se sentirá feliz em verificar a justeza das palavras do Cônego Caffarel, já citadas no número passado, quando disse acreditar cada vez mais na missão das Equipes no Brasil. Caros amigos, boas férias e um santo Natal para todos vocês. A ECIR

Estou convencido - e devo esta convicção ao exemplo de muitos casais equipistas - de que um Movimento de espiritualidade - se for verdadeiramente fiel à sua missão, se seus membros procurarem vivê-lo com toda a lealdade - é o instrumento mais necessário para formar homens verdadeiramente homens, cristãos verdadeiramente filhos de Deus, em meio aos homens e ao serviço dos homens, neste tempo em que vivemos. BENRI CAFFABEL

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AJUDAI-ME, SENHOR, A DIZER SIM

Tenho medo, Senhor, de dizer SIM. Até onde me conduzirás ? Tenho medo de puxar a palha mais comprida, Tenho medo de assinar ao pé da folha em branco, Tenho medo do SIM que reclama outros sim. Entretanto eu não me sinto em paz. Tu me persegues, Senhor, Tu me assedias por todos os lados. Procuro o barul.ho porq~e receio ouvir-te, mas Tu te infiltras num momento de silêncio. Fujo da estrada, pois vislumbrei-Te ao longe, mas na saída do atalho já me esperas quando chego: Onde esconder-me ?, Por toda parte Te encontro. Então não é possível escapar de Ti ? ó Senhor, tenho medo de tua exigência, mas quem Te pode resistir? Para que venha o Teu reino e não o meu, Para que Tua vontade seja feita e não a minha, Ajuda-me a dizer SIM.

Michel Quoist

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ALGUMAS PISTAS PARA A OPÇÃO

A fim de estender ·a todos os equipistas a oportunidade que tiveram os casais de São Paulo, pedimos a Lourdinha e José Eduardo, Casal Responsável pelo Setor A , licença para reproduzir o esquema que fizerti.m para a tarde de. formação dos Setores da Capital.

É claro ·que a opção de cada um de nós é importante para o Movimento. O que é ele senão o conjunto dos casais? Mas a opção é mais importante ainda para nós mesmos. Não faremos a opção diante de pessoas ou estruturas (nosso responsável de Setor, nosso Responsável Regional ou a ECIR), mas sim diante de Deus. Por isso deve ser seriamente pensada e só devemos tomar nossa decisão depois de pedir as luzes do Espírito Santo.

importância da opção -

A decisão de cada casal será tomada após a reunião de balanço e formalizada pelo preenchimento do formulário a. ser entregue ao Casal Responsável da equipe, mas queremos deiXar aqui alguns princípios básicos que poderão ajudar a tomar essa decisão.

Como optar -

A opção é do casal e não de um só ?os cônjuges. O sacramento do matrimônio realiza uma unidade que precisa ser cultivada. Em virtude dessa unidade, a decisão só pode ser tomada a dois. Devemos parar, pedir a presença de Deus, dialogar e decidir. 1-

Devemos aderir ao movimento como ele é e não como gos. . taríamos que ele fosse. O Movimento, na sua essência, não vai mudar. Os meios de aperfeiçoamento, o auxílio mútuo espiritual, os seus métodos em suma, são características que fazem a feição própria do Movimento. Ele é predominantemente de espiritualidade, do que decorre uma dimensão apostólica, e não um movimento de apostolado, com conotações de espiritualidade. Quem insiste em procurar nele outra coisa arrisca-se a ficar continuamente decepcionado. 2-

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Ninguém vai julgar a nossa decisão -

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Não optar por optar -

A opção de cada casal será aceita, pura e simplesmente. Ninguém vai querer julgá-la: nem nosso Responsável de Setor, nem nosso Regional, nem a ECIR. Devemos decidir com serenidade e plena liberdade, porquanto não estaremos respondendo somente ao Movimento, mas principalmente a Deus, ao sondarmos com o olhar da fé o seu plano sobre nós, como casal. Que ninguém opte por comodismo. O programa das ENS é a busca de

Deus. Um casal que não tivesse por objetivo progredir nesta busca, se optasse e permanecesse na equipe, dificultaria o progresso dos outros, e responderia por isso perante Deus.

A opção é do casal e não da equipe -

Não se concebe que, em nome de uma solidariedade baseada nos muitos anos de convivência, uma equipe cogitasse em optar globalmente ou sair do Movimento, para não se separar de um ou dois casais. Deve procurar ver, isto sim, a dimensão divina da solidariedade que se estabelece na equipe. E seria em nome de uma falsa solidariedade humana que se afastariam casais para os quais o Movimento é adequado .

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• Numa tentativa de abrir pistas, procuraremos definir algumas situações em que a decisão a tomar é clara. Acreditamos que a maioria dos casais se encaixa numa dessas categorias, que cobrem os casos mais comuns. Deve optar pelo "NAO"

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Um casal que não pretende aprimorar-se na busca de Deus - A equipe não vai funcionar para ele e ele vai criar dificuldades para os outros.

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Um casal que não aceita a mística ou os métodos do Movimento, apesar de bem conhecê-los, dado o tempo. que tem de equipe.

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Um casal que queira ficar apenas porque "a reunião é gostosa" - Um casal nestas condições perdeu completamente a perspectiva das finalidades do Movimento. -10-


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Um casal que tenha chegado à conclusão que já atingiu um nível satisfatório de "perfeição". (Já vou à missa, diz ele, comungo, vou às reuniões ... que mais querem de mim ?)

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Um casal que acha que noutro Movimento ou com outros métodos poderia atingir mais seguramente o seu objetivo espiritual. É um motivo perfeitamente justo e o casal deve ser encorajado a procurar outro Movimento.

Deve optar pelo "SIM"

-Um casal que sente a necessidade da busca de Deus e reconhece as Equipes de Nossa Senhora como o meio mais adequado para isso. -

Um casal que procura realmente, mas não conseguiu ainda assimilar todas as exigências do Movimento- ou tem dúvidas sobre algum ponto. Esse casal está disposto a se esforçar, está "na luta". O Movimento é como uma escada: nele parte-se muitas vezes do nada e chega-se a Deus. Para o Movimento o importante não é que o equipista esteja no segundo ou no terceiro degrau. Qualquer ponto da escada é válido, contanto que ele tenha o desejo de galgar os degraus seguintes. Casais nestas condições não devem desistir.

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Um casal, que aceita tudo mas tem enorme dificuldade em cumprir as obrigações: acha que nunca vai conseguir, mas quer. Casais assim não devem desistir; são benvindos ao Movimento, pois embora tenham düiculdades, querem conseguir e se esforçam. Procurando, encontrarão um dia a mola que os impelirá para a frente. Devem fazer como recomenda o Cristo em São Lucas (11,9) : "Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á". No dia em que encontrarem a Deus, não haverá tamanho de degrau que os impeça de subir a escada.

Ora "SIM" ora "NAO"

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Um casal que faça restrições à forma com que o Movimento funciona. Poderá responder "SIM" se tais restrições não incidirem sobre questões de princípio, já que o próprio Movimento prevê a possibilidade da atualização dos Estatutos pela sua Direção, quer a iniciativa parta dela, quer dos equipistas (Nota no fim dos Estatutos). Uma atitude intransigente, porém, ou a divergência sobre ponto de princípios, aconselharia o "NAO". 11-

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Um casal em que um só dos cônjuges procura progredir. Neste caso, é preciso muito critério e caridade. O Movimento é de casais que "querem", e pressupõe a busca em comum. Duas hipóteses se podem apresentar: -

o cônjuge "discordante" está disposto a cooperar - talvez por deferência ao outro cônjuge. Pode o casal optar pelo "SIM" uma vez que o normal funcionamento da equipe não fique prejudicado;

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se o cônjuge "discordante" for intransigente e isto frear a evolução da equipe, deverá o casal responder "NAO".

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em ambos os casos, porém, é perfeitamente possível que em outro Movimento, com outros métodos, com outro espírito, seja possível o encontro e o progresso de ambos os cônjuges no plano espiritual.

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A PROVA DO ESPELHO

Como equipe, olhamo-nos alguma vez no espelho ? Não se trata de faceirice, mas de auto-análise. Em outras palavras, tentamos ver-nos com os olhos dos outros, daqueles que não são das Equipes ? Por essa "prova do espelho" poderemos talvez detectar nossas rugas, nossa maquilagem, nossas escleroses. Alguns esboços, com traços propositadamente carregados, poderão servir de espelho aumentativo, mostrando as tendências de algumas equipes imaginárias. Eis a "equipe - refúgio". Geralmente seus membros, na mocidade, pertenceram às tradicionais associações católicas então existentes; hoje continuam dedicando-se a obras confessionais (paróquia, catecismo), o que certamente é ótimo. Gostam de estar entre si, o que é legítimo. Mas a necessidade desses "bons cristãos'' de se entre-arrimarem, esconde às vezes um certo receio de enfrentar o mundo hostil. Quando a direção do Movimento lhes pergunta sobre os seus contatos e diálogos com o mundo exterior, demonstram ignorância e inexperiência. Esses "bons cristãos" sentem-se mal junto a "maus cristãos" e inteiramente desamparados frente a ateus. Então, como o avestruz, escondem a cabeça nas quentes areias da sua equipe. Também os membros da "equipe-padrão" têm dificuldade para se observarem com imparcialidade. Trata-se de uma equipe homogênea, formada por pessoas da mesma categoria social. Se algum novo casal nela quiser ingressar, será certamente acolhido com caridade, disfarçando alguma dose de espanto. Mas o neófito logo compreende o engano: ele não tem as maneiras apropriadas, ignora o hermético código de linguagem dos seus novos companheiros, começa a sentir falta de ar nesse ambiente climatizado. Não se sentindo à altura, eclipsa-se discretamente, e a equipe, com alívio, reencontra sua homogeneidade e sua rotina. Nem sempre seus membros são "gente bem", mas geralmente julgam-se a elite local. Com mais :frequência é encontrada a "equipe-clube". Nela se papeia, se caçoa, se ri - coisas que não devem ser excluídas da vida de uma equipe, mas às quais ela não pode se reduzir. O jantar termina depois das 22 horas, mas não em benefício da -13-

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coparticipação, pois os assuntos são os mais banais. A oração vai a toque de caixa, a partilha é um cacete "fiz", "não fiz", e o tema pretexto para novo tagarelar generalizado. Nessa equipe apenas saboreia-se o prazer de novas relações sociais, sob a égide das ENS. A equipe fatalmente definhará, principalmente se não participar dos encontros programados pelo Movimento. As relações sociais continuarão, a equipe morrerá - se é que alguma vez viveu. Igualmente esterilizante é a "equipe-oratória". Qualquer assunto da atualidade é nela motivo para dissertações intermináveis ; o evangelho ou um discurso do Papa pretexto para análises literárias e até semânticas. Basta que uma dessas equipes conte com dois oradores, ou pseudo-oradores, para que nela se assistam a torneios de linguajar, a fogos de artifício de oratória. Tudo muito sonoro, às vezes demonstrando muita inteligência, mas os outros membros permanecem aborrecidos, vazios, insatisfeitos. O dilúvio de palavras nada faz brotar no deserto das almas. A "equipe-unissexual" é mais comum do que se imagina. Sendo evidente que o Movimento se destina a casais - a fim de que marido e mulher caminhem juntos - é de admirar que em muitas equipes predomine apenas um dos sexos. E nem sempre o papel cabe ao sexo forte. Houve notícia de uma equipe onde os maridos, infalivelmente, começam a cochilar às dez horas, ao passo que as esposas, entre si, sustentam as reuniões até duas da madrugada. Uma das conclusões é que essas donas de casa não têm afazeres programados para antes do meio-dia ... Poderíamos continuar a galeria das "equipes-tipo". Não há dúvida que se trata de caricaturas. No entanto, será que esta "prova do espelho" não poderia nos ajudar a descobrir deformações que se escondem por trás da imagem de nossa própria equipe? Perspectiva que não deixa de ser negativa. Por isso mesmo propomos a leitura deste pensamento de Madelene Debbrel: "Se os cristãos vivem em equipe é antes de tudo para serem, juntos, uma resposta à aspiração de amor do Cristo para com os cristãos: reunimo-nos para viver, até onde nos for possível, o verdadeiro amor do Cristo, o verdadeiro amor dos outros". (Da Carta Mensal Internacional)

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SESSÃO DE FORMAÇÃO EM ITAICI

Para aqueles que não foram à Sessão de Formação de Itaici, queremos contar alguma coisa do que lá ocorreu e falar principalmente do Pe. Caffarel. Desde que entramos em equipe muito ouvimos falar do Pe. Caffarel e, leitores que somos do Editorial da Carta Mensal, poderíamos dizer que a ele estávamos habituados. Como seu fundador, esperávamos que ele nos desse uma perspectiva geral do Movimento - suas tendências e seu desenvolvimento- mas que o encontro não passaria de mais uma sessão de formação, e confessamos que achávamos que a ECffi estava exagerando um pouco no entusiasmo pela visita do Pai do Movimento.

Flagrante do Plenário

Tirados pois de nossa rotina de vida, deixamos os filhos e partimos para o decantado lugarejo escondido atrás de Viracopos: Itaici. O local onde está situado o colégio é lindo - um imenso edifício no estilo das missões jesuíticas - dando para uma paisagem larga, rodeada por um horizonte amplo e limpo - ainda bem que reparamos isso quando lá chegamos, pois nos dias seguintes só conseguimos olhar para dentro de nós mesmos . .. -15-


Primeiro dia de trabalho - café da manhã e o rápido encontro com muitos dos casais conhecidos, à espera da abertura e logo em seguida a palestra do Pe. Caffarel: "Qual o aspecto essencial das ENS". No primeiro impacto só fomos capazes de ver o homem: baixo, magro, franzino, 70 anos, mas ágil de corpo e olhar muito vivo; vestido de escuro e de fisionomia um tanto séria, mas sem dar a impressão de formal. Começou a falar vagarosamente - magnificamente traduzido por Peter, de São José dos Campos, que, embora nunca tenha sido tradutor saiu-se maravilhosamente. Não vamos tentar reproduzir o que ele falou, mas, ao terminar, tínhamos à nossa frente o Pe. Caffarel: um homem simples; e humilde, trazendo de dentro de si um mundo de riqueza e santidade, de objetividade e clareza. Ele é jovial e, sem tentar convencer e sem rasgos de oratória, ele nos leva ao encontro de nós mesmos e ao encontro do Pai. Meditação a. dois no jardim Ao final da palestra, estávamos todos emocionados: não era possível, não era verdade que estivéssemos tendo a felicidade de estar ali, pois já sentíamos que aqueles dias marcariam nossas vidas. Ele nos mostrou uma simples verdade, diante da qual é preciso parar - parar a vida para pensar e depois recomeçar -: o caminho ao Senhor não é difícil, tudo é claro e simples, nós é que colocamos as pedras, nós é que não queremos caminhar. Segunda palestra - uA ascese cristã e as grandes etapas da vida de equipe". Como tinha sido difícil entender o que é ascese - e agora é tudo tão claro, tão simples, tão convincente, que temos vontade de começar no mesmo instante uma vida nova. A medida que o Pe. Caffarel vai expondo suas idéias, ele vai se entusiasmando, falando mais depressa, mais empolgado, suas feições e suas mãos acompanham o "crescendo" e nós também, levados, talvez nem tanto pelas palavras mas pelo homem que fala, que é vivência íntima com o Senhor, que é santidade e que prodigalmente nos dá a conhecer o seu mundo. Foi difícil esperar até o dia seguinte para aprender de modo tão inesperado que nossa oração era infantil. Como paTte do

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Corpo Místico que somos, Cristo está conosco e reza conosco ao Pai. Não se trata de fazer um monólogo, ainda que profundo: orar é dialogar com Deus. Um dos maiores testemunhos que as ENS têm a dar ao mundo de hoje é ensinar a Orar. O Movimento só progredirá se tiver a preocupação de Orar. Deus nos fala na Oração, mas nos fala também por meio de sua Palavra. E a leitura do Evangelho tomou outra perspectiva. Não é aquela obrigação de Equipe. A leitura cotidiana da Palavra de Deus nos leva à intimidade com a Boa Nova da Vitória- Vitória sobre a morte, sobre o sofrimento, a desgraça. É esta Palavra que nos traz a resposta para todas as ' situações de nossa vida. E nós, : que achávamos difícil ler e inProcissão de entrada na capela terpretar o Evangelho, vimos que é preciso apenas ler, como se lê a carta do esposo ausente, esperando que o Amor e a Graça nos mostrem o significado real de cada palavra. E aprendemos mais, que, em tudo isso - ascese, oração, leitura do Evangelho - desde que realmente nos disponhamos e abramos nosso coração ao Pai, Ele nos enviará o Espírito, que nos encaminhará à sua casa. Assim, também o Pe. Caffarel nos encaminhou para uma profundidade maior em nossa vida espiritual. E um dos meios realmente eficazes foram as "reflexões do casal". Após cada paCon. Pedro, Pe. Aqulno, lestra éramos convidados a meFrei Estevão, Con. Calfarel e ditar a dois _ como se fôsseCon. Angélico concelebrando mos um só. Quanta riqueza encontramos nessas reflexões!!! Aquela meditação que com tanto esforço tentávamos fazer, em obediência às normas do Movimento, tomou outra feição , feita pelo casal, num espírito de retrospectiva de vida, meditação e conclusões para uma vida melhor e mais santa. Gostaríamos que, como nós, todos os equipistas do Brasil aprendessem a meditar a dois, pois isso nos une realmente um ao outro e nos impele mais depressa para o Pai. Cada vez que falamos ou pensamos nesta Sessão de Formação e no Pe. Caffarel, lembramos de outra coisa que ele nos -17-


ensinou com sua maneira de expor os ternas: qualquer que fosse o assunto tratado, o Pe. Caffarel nos dava exemplos tirados da vida de todo dia do casal, dos filhos, da família. Corno a nos ensinar que religião não é urna coisa teórica mas a vivência de todos nós em todos os dias, algo inserido na vida de cada um e da família. Finalmente chegamos ao último dia do Encontro, onde tudo tinha sido tão bem preparado e organizado. Sentíamos sempre que a Equipe de Serviço tinha-se desdobrado e rezávamos por ela. Apesar da parte litúrgica ter sido muito pesada, não chegou a atrapalhar: simplesmente não teve os frutos que poderia ter tido. Por estas alturas, éramos todos cristãos recém-convertidos e recebemos a última palestra sobre a "Mística do Serviço", corno uma chamada à nossa consciência para a obrigação que temos de ser disponíveis ao Movimento. Realmente, depois de tudo o O Con. Caffarel num rrupo que ouvimos e aprendemos nesde trabalho tes dias em Itaici, nossa responsabilidade cresce, pois ternos que servir ao Movimento e ternos, acima de tudo, que voltar para nossas casas transformados para urna vida diferente - corno se tivéssemos recebido o Espírito Santo.

Leila e Schwenck lEquipe 9, Ribeirão Preto)

VISITA

DE

D.

DióGENES

O nosso repórter ateve-se à figura e à mensagem do Pe. Caffarel, sem t elatar fatos ocorridos durante a Sessão. Um deles, que não podemos deixar passar sem registrar, é a visita de D . Diógenes, bispo de Franca, que deixou a Convenção dos Serra Clubes, em São Carlos, onde havia ido pronunciar uma conferência sobre "Os casais e a vocação sacerdotal", para ir até Itaici encontrar-se com o Pe . Caffarel. D. Diógenes fez questão de dar o seu testemunho de quanto as Equipes o ajudaram em sua vida sacerdotal. Contou que tinha "15 anos e dois meses de ordenação sacerdotal e 15 anos e um mês de Assistente de equipe'' e disse de sua tristeza de não haver ainda equipes em Franca, devido à falta de sacerdotes para assisti-las.

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ENCONTRO GERAL EM SÃO PAULO

Tarde do dia 10 de setembro. O Cônego Caffarel, mal repousara dos trabalhos desenvolvidos nos dias de encontro de Itaici, já adentrava as dependências da Pontifícia Universidade Católica Eram 17 horas. No palco do auditório Tibiriçá, amplamente decorado com flores, estava posta a mesa para o banquete eucarístico que dali a instantes se realizaria, com a concelebração de 15 sacerdotes assistentes de equipes e dois bispos: o celebrante principal, Dom Benedito Ulhoa Vieira, Vigário Geral da Arquidiocese de São Paulo, e Dom Lucas Moreira Neves, Assistente Latino-americano do Movimento Familiar Cristão, além do próprio Cônego Caffarel. No auditório, aguardavam casais de quase todas as equipes da Capital e de muitas cidades do interior do Estado, cujo número podia se adivinhar pelos o con. Caffarel falando ônibus especiais, estacionados em frente à PUC. A missa concelebrada teve as suas leituras realizadas por equipistas e na oração dos fiéis oito casais se revezaram, elevando a Deus, em nome de todos os presentes, os seus pedidos, entre outros, "para que sejamos realmente Igreja, imbuídos da necessidade de levarmos o Cristo a todo o mundo, ateu e paganizado, pregando-o pela palavra e pelo testemunho". A homilia teve na palavra fácil e eloquente de Dom Benedito a exaltação de Nossa Senhora, padroeira do Movimento das Equipes, mostrando que a Igreja devia ser como Maria, pura, obediente, caridosa e confiante. Na comunhão, vários concelebrantes desceram ao auditório para com maior rapidez darem o Corpo e o Sangue de Cristo às centenas de casais presentes. Ao final da missa, todos entoaram o Magnificat. Antes da palavra do Cônego Caffarel, Nicolau Zarif, da ECIR, consignou, ao microfone, a presença de cada um dos sacerdotes -19-


assistentes de equipes, identificando-os em breves traços. Assinalou também para todos os presentes o comparecimento dos casais das cidades do interior do Estado, assim como o de vários convidados, membros do Movimento Familiar Cristão, Escola de Pais, e Irmãs do Colégio Assumpção e da Congregação de Nossa Senhora do Cenáculo. Mareei Delpont, nosso Supra-regional - representante do Brasil junto à Equipe Responsável - foi apresentado a todos e recebeu calorosas palmas. Todos estavam ansiosos por ouvir a palavra do Fundador do Movimento das ENS, o Cônego Caffarel, que entrando no palco, foi recebido de pé, com os aplausos de todos os presentes. Com a habitual profundidade Apresentação de Mareei Delponc de suas manifestações, o Cônego Caffarel dirigiu-se em francês aos casais presentes sendo as suas palavras simultaneamente traduzidas em português e ouvidas por muitos através de seus rádios-transistores. Inicialmente, referiu-se à sua alegria de retornar pela 3.a vez ao Brasil, terceiro país no mundo em número de Equipes. A seguir, mostrou como a humanidade atualmente anda à procura de Deu~. Nada, nem as drogas, nem o sexo, nem os demais prazeres materiais a satisfazem. Falta-lhes algo que a família cristã, particularmente os casais equipistas, lhe pode dar: Deus. Como ? Pelo testemunho de que apenas com Deus e sua graça podem ser superados os mais difíceis momentos da vida familiar, social e política. Testemunho do amor conjugal, profundo, transformante, robustecido pela graça do sacramento. É a nota distintiva do casal cristão. Para tanto os casais equipistas devem rezar e refletir diariamente sobre o Evangelho. Os 20.000 casais equipistas de todo o mundo serão os construtores de uma nova civilização. Encerrando o grande encontro com o Cônego Caffarel, houve um lanche de confraternização, após o qual os que não precisavam viajar voltaram ao Auditório para formularem perguntas ao Fundador do Movimento das ENS e ao final se despedirem daquele que, num momento de feliz inspiração, algumas dezenas de anos atrás, na pátria de São Luiz Rei e do Santo Cura D'Ars, fundava o nosso abençoado Movimento.

Germana e Joaquim, (Equipe 24, Setor A-SP)

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O CONEGO CAFFAREL EM FLORIANóPOLIS

Era grande a expectativa daquelas 150 pessoas que se encontravam no Aeroporto Hercilio Luz naquela tarde de 13 de setembro. De mistura com os equipistas, vários sacerdotes e mais alguns jovens e crianças- um punhado das Equipes do Sul que se achavam ali para recepcionar o Cônego Caffarel . Afinal o avião da Varig desliza suavemente na pista, manobra e para. Descem os passageiros. Não é difícil reconhecer o Cônego Caffarel, ao lado de N ancy e Pedro que lhe fizeram companhia durante a viagem, e de Leonor e Orlando - de Curitiba - que anteciparam a saída de um congresso médico para poder participar da Sessão de Formação. Braços erguidos, mãos que acenam, o júbilo estampado em todos os rostos. Após a agradável confusão inicial - apresentações, abraços, expansões de alegria -faz-se o silêncio: uma galante menina, pequenina e simpática, faz - em francês - o discurso de boas vindas. É a primeira nota de carinho, que iria predominar depois, nos quatro dias programados. A seguir, a espera da bagagem, no saguão do aeroporto. Cônego Caffarel é o centro de todas as atenções. Fotógrafos, câmara de televisão, repóteres... Grupos animados se formam e desfazem: todos queriam conversar com todos, pois todos já se conheciam, mesmo se encontrando pela primeira vez.

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Era apenas o início da acolhida calorosa de Florianópolis ao Cônego Caffarel, cuidadosamente preparada e para a qual todos os equipistas se desdobraram num trabalho exaustivo. Não houve equipe, antiga ou nova, que não tivesse a sua tarefa a desempenhar, cabendo assinalar a colaboração de muitos filhos de equipistas e dos escoteiros locais. Digna de registro, também, a participação dos enfermos, presidiários, colegiais, entidades religiosas, TLC, Cursilhos, MFC e conventos na preparação espiritual, através de missas, horas santas, sacrifícios e orações. Desembaraçada a bagagem, desfazem-se os grupos e o Cônego Caffarel é conduzido à casa de Dilma e Miguel, onde ficaria hospedado. No ambiente aconchegante de uma família aberta, iluminada pelo riso e expansividade de jovens e crianças alegres e dóceis, o Cônego Caffarel pode se refazer, para a tarefa que o esperava.

Con. Caffarel entrando para fazer uma das conferências

Dia 14. Pela manhã, audiência com o arcebispo metropolitano, D. Afonso Nichens. Pouco depois das quatorze horas, chegada ao Morro das Pedras, onde pouco a pouco se vão reunindo os 50 casais convocados para a Sessão Especial de Formação. A casa está lotada. Ali também se encontram alguns Conselheiros Espirituais, dentre os quais D. Wilson Schmidt, bispo auxiliar de Florianópolis. Para todos aqueles que não conhecem a Casa de Retiros dos Pes. Jesuítas, a admiração ante o espetáculo ímpar que a natureza -22-


oferece. Lá em baixo, o embate das ondas de encontro aos rochedos ... o mar deslizando sobre a praia mais adiante ... o mar alto a perder de vista de um lado . . . a lagoa de águas mansas do outro ... um convite, em suma, para um olhar de gratidão ao Criador! Mas não há tempo a perder e, logo após o café ,tem início a Sessão com a solene entronização da Bíblia. O ambiente se transforma. A alegria exuberante de há pouco dá lugar ao recolhimento e à oração. A seguir, o Cônego Caffarel dá início à sua primeira conferência: "O aspecto essencial das Equipes de Nossa Senhora". Ele está mais à vontade, segundo o testemunho daqueles que já o ouviram em ltaici. Nesta e nas demais palestras, nos dois dias seguintes, mantém o seu auditório em suspenso. As suas palavras Mareei Delpont tem a palavra despertam nas almas aprofundamentos espirituais que confortam e animam. Uma visão nova da equipe, que tem por modelo a primeira equipe, a dos Apóstolos em Jerusalém, desperta o desejo de fazer também da nossa uma equipe de após-Pentecostes, habitada, animada, aquecida pelo Espírito Santo. Nas demais palestras, vemos sucessivamente o Evangelho perder a frieza de um livro como tantos outros para se tornar a Palavra viva do Mestre, do Chefe, do Amigo que quer revelar aos que a ouvem a confidência do Amor do Pai. Depois, a oração mental adquire vida: é um diálogo aberto, é uma resposta à amizade do Cristo, é um abrir da alma, numa confidência Refazendo as forças sincera de coração a coração. Mais adiante, a ascese é apresentada como uma das faces do amor: é o desprender-se de tudo aquilo que impede ou dificulta a amizade com Cristo. Na última palestra, quando fala da responsabilidade dos dirigentes, é ainda e sempre uma palavra de animação que dirige àqueles que têm a missão de serem intercessares, para levar aos casais o pensamento de Deus e o desejo de servi-lo dentro das próprias possibilidades, com generosidade e dedicação. -23-


Nesse meio tempo, Mareei Delpont já chegou de Curitiba, onde teve um contacto com os Setores locais, participando de uma das reuniões mixtas num dos bairros operários da capital paranaense. Num esforço de que lhe somos gratos, irá depois a Porto Alegre levar também o abraço fraterno da Equipe Dirigente Internacional aos equipistas do extremo Sul.

Com Dom Afonso no Colégio Catarinense É com um sentimento de pezar que os três dias da Sessão chegam ao fim. Foram três dias sem sol - Cônego Caffarel, em dado momento, perguntou jovialmente, se no Brasil não havia sol mas três dias em que a luz da fé inundou os corações. Depois, a volta a Florianópolis. . . O jantar de confraternização na Casa da Amizade, que correspondeu cem por cento ao simpático nome que lhe deram. No dia seguinte, dia 17, a Santa Missa no Colégio Catarinense. Ponto alto de todas as celebrações litúrgicas. A ampla capela do Colégio Catarinense, literalmente cheia de casais ansiosos por participar do Encontro Geral, unindo as suas orações às dos celebrantes. Casais vindos de todos os lugares onde existem equipes - alguns viajaram muitas centenas de quilômetros - e que foram hospedados, todos eles, em casa de equipistas e de não equipistas. Logo a seguir, a conferência do Cônego Caffarel. Também aqui, palavras de fé, de confiança, de estímulo que impressiona-

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ram a todos, inclusive à direção da casa. Contam-nos que na missa vespertina, o celebrante, que assistira ao Encontro da manhã, teve na homilia a seguinte expressão: "o dia de hoje marca o maior acontecimento ocorrido nesta casa, pois aqui, nesta igreja, recepcionamos e ouvimos um santo". O filho de um equipista exclamou: "Aquele sacerdote marcou a minha vida. Ouvi sua palestra, que me tocou demais. Ter trabalhado para o Encontro, valeu muito mais do que um retiro de jovens". No churrasco de domingo As 500 pessoas que enchiam a nave da igreja reuniram-se depois do pátio do Colégio para o churrasco que foi servido, como era natural, em meio à alegria expansiva e comunicativa de todos. A esta altura, o Cônego Caffarel parece ter aderido ao estilo brasileiro. Ele é visto constantemente rodeado por numerosos equipistas, não se esquivando aos muitos fotógrafos e atendendo sorridente aos equipistas que lhe pedem para autografar os livros de sua autoria, que tinham sido postos à venda naquele mesmo local. Com uma família de equipistas: Arnaldo e Elvira Shaefer (Equipe 4 de Brusque) , com seus quatro fllhos, Adherbal (Equipe 1 de Brusque), Marlene (Equipe 3 de Brusque), Maria de Lourdes (Equipe 5 de Brusque) e Dr, Gilberto (Equipe '1 de Florianópolis), com os respectivos cônjuges.

O tempo passa rapidamente. Aproxima-se a hora do embarque para o Rio. Uma última escala em casa de Miguel e Dilma. Mas há tempo ainda para um contato com um grupo do POLEM, movimento de jovens, do qual fazem parte vários filhos de equipistas. Despedidas cordiais, já com o ressaibo da saudade. Saudades, sim, da pessoa do Cônego Caffarel que ficará ligado à lembrança marcante de quatro dias inolvidáveis. Saudades de seus ensinamentos, do testemunho que nos deu de uma fé viva e atuante, de uma espiritualidade simples e no entanto profunda e rica, saudades do impulso de energias novas que soube transfundir em todos nós, pela sua palavra, sem dúvida, mas principalmente pelo testemunho de um coração, de uma alma habituada ao convívio com o Deus que ele prega e vive. -25-


VISITA DE MARCEL DELPONT AS EQUIPES DE CURITIBA

A presença de Mareei Delpont, em Curitiba, - representando o Cônego Henri Caffarel, na vinda de ambos ao Brasil, - motivou um encontro inter-equipes dos Setores A e B da Região Paraná, que se constituiu, em razão de sérias reflexões sobre o Movimento e sua importância para maior espiritualidade das famílias nele engajadas, em difusão espiritual no meio paranaense, e em profundas meditações sobre a responsabilidade dos casais católicos, no mundo de hoje. Os visitantes, pois Delpont se fez acompanhar pelo casal Esther-Luiz Marcello Azevedo, da ECIR, depois de recebidos no Aeroporto Afonso Pena por casais e assistentes espirituais das ENS de Curitiba, foram recepcionados pelo Arcebispo Metropolitano, D. Pedro Fedalto, que tem sido um incentivador do Movimento, inclusive prestando assistência a uma das equipes. Foi concedida entrevista a jornalistas da imprensa curitibana, na qual Delpont e Marcello tiveram oportunidade de tecer considerações sobre o apostolado dos leigos e o grande papel desempenhado pelas Equipes, não só no Brasil como em outros países. As 18,30 hs., na Capela do Colégio Nossa Senhora de Lourdes (Cajuru) , com a quase totalidade dos equipistas da região, inclusive os pertencentes a equipes rurais da Colônia D. Pedro li, nas imediações da Capital, Delpont e o casal visitante foram recebidos com efusiva manifestação de fraternidade, através de saudação feita pelo Casal Regional, encerrada com a entrega de "souvenirs" aos recepcionados. Dirigindo-se aos presentes n o idioma português, Delpont transmitiu mensagem do Cônego Caffarel e, como Super-Regional do Brasil na França, externou suas próprias impressões sobre as equipes brasileiras, congratulando-se com todos pelo progresso observado. Seguiu-se cerimônia para-litúrgica preparada pelo Setor B. A santa missa foi cancelebrada por D. Pedro Fedalto e dez assistentes espirituais. Durante a homilia, o Arcebispo de Curitiba congratulou-se com as ENS pela honrosa visita, ressaltou o valor para a Igreja dos movimen-26-


tos de casais, e estimulou a todos para prosseguirem no apostolado leigo. Após os atos litúrgicos, os casais dirigiram-se a várias residências de equipistas, nas quais se realizaram reuniões inter-equipes, com entrosamento entre casais de ambos os setores. Mareei Delpont e Esther e Marcello participaram da reunião em casa de Olga e Orlando Bueno, pertencentes a uma das equipes operárias do Setor B. Após a refeição foram feitas as orações individuais, ficando os visitantes profundamente impressionados com a vivência dos casais participantes. No "por em comum", os depoimentos foram muito enriquecedores, principalmente quanto à parte espiritual e ao auxílio mútuo. Durante os debates sobre a opção e a influência que traria o Con. Caffarel, tema sugerido pela Região, impressionou o testemunho de uma equipista. Disse ela já haver feito há muito tempo a sua opção, na verdade, desde a hora em que conheceu o Movimento, e que a vinda do Pe. Caffarel apenas iria reforçá-la, se preciso fosse. Constituiu momento de grande emoção a hora em que a esposa do casal que recebia fez o agradecimento por ter sido escolhida a sua casa para reunião de tal importância, quando eram recebidos em Curitiba o casal responsável pela ECIR e o Mareei, nosso ligação na França. Foi enorme a repercussão, nas equipes da Região Paraná, e no meio católico paranaense, da visita que Mareei Delpont, acompanhado pelo Casal Esther-Luiz Marcello Azevedo, fizeram a Curitiba, trazendo a todos os equipistas, além de profunda espiritualidade e provas de amor ao Movimento, o calor humano da ajuda fraterna, incentivando a continuidade no apostolado dos leigos e o engajamento mais acendrado nas E.N.S., através de uma ação cristã sob o manto protetor de Nossa Senhora.

Alice e Luís Pilotto (Casal Regional do Paraná)

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PORTO ALEGRE

Na segunda-feira, 18 de setembro, Mareei Delpont, acompanhado por Marcello, partiu de Florianópolis para Porto Alegre. Já no aeroporto Salgado Filho, uma comitiva de equipistas de Caxias e Porto Alegre aguardava a chegada dos visitantes. Do aeroporto foram, diretamente, visitar o Cardeal Dom Vicente Scherer que, numa prova de afeição ao Movimento, fez questão de receber os visitantes no hospital onde estava internado. Na ocasião, além de palavras de apreço às equipes gaúchas, revelou um grande conhecimento das obras do Pe. Caffarel e admiração por seu trabalho. Logo às 19 horas começava a reunião dos padres Assistentes. Como não podia deixar de ser, muito lamentaram a impossibilidade do Pe. Caffarel não ter podido ir à capital gaúcha. Além de frutuosa troca de idéias, a reunião serviu para pôr em evidência o extraordinário amor e dedicação dos Conselheiros ao Movimento. A reunião, marcada para as 20,30 hs., começou com razoável atraso, devido ao fortíssimo aguaceiro que desabou sobre o antigo "Porto dos Casais". Afora o pessoal da cidade, ali se encontravam também alguns casais de Caxias, que desceram a serra para assistir ao Encontro. Depois das orações, Mareei iniciou sua palestra. Falando a princípio em português, recordou, entre outras coisas, a importância da oração na vida do equipista, bem como o sentido da opção. Coube a Marcello, a pedido de Denise e Fernando, Responsáveis pelo Setor de Porto Alegre, dizer algumas palavras sobre o sentido da reunião de equipe, transmitindo a essência do conceito da equipe de após-Pentecostes pregada pelo Pe. Caffarel em ltaici e Florianópolis. Depois de perguntas formuladas pelos presentes, Fernando encerrou a reunião, agradecendo de modo particular o gesto de Mareei chegando até a terra gaúcha para conhecer pessoalmente os seus equipistas.

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IMPRESSÕES DE UM CASAL DA

GUANAB~RA

Finalmente a concretização de um ano de espera torna-se realidade ! Chegou finalmente o dia 19, que seria o nosso dia, a nossa noite: depois de ter cumprido o roteiro programado, o Padre Caffarel chegou ao Rio de Janeiro. O auditório do Colégio Notre Dame cheio - cerca de 550 pessoas, todas ansiosas por conhecer e ouvir o nosso fundador. Entra ele com passo apressado, enquanto todos nós, comovidos, entOamos o Magnificat. Meus Deus, que aparência frágil! No entanto, quando começou a falar foi como se algo diferente tivesse nos tocado. Ali estava o Padre Caffarel irradiando santidade, a nos falar de Deus. Que mensagem a que nos trouxe, e que maneira de transmiti-la ! Foi como um apelo de amor de pai para filhos, dando-nos conscientização do nosso dia a dia na Igreja peregrina, do nosso seguir Cristo através da Fé, Esperança e Caridade, dentro e fora do Movimento das ENS. Várias vezes o Padre Caffarel citou-nos o apóstolo São Paulo. Incitou-nos a ler o "Livrinho misterioso". Suas palavras simples traziam em si algo de inesquecível que tocou a cada um de nós que tivemos a felicidade de ouví-las com uma emoção profunda, despertando a esperança cada vez maior de que um dia estaremos todos juntos na glória do Senhor. Ecoam ainda em nós as palavras tantas vezes repetidas naquela noite: "Amemos a palavra de Deus", "Sejamos testemunhas de nossa Fé". Pediu o nosso fundador que todos nós, equipistas de Nossa Senhora, nos aplicássemos em tornar Deus cada vez mais presente e atuante em nosso íntimo e sermos assim colaboradores ativos na construção do mundo de hoje. É o apelo que transmitimos a vocês, irmãos nossos de toda a parte: atendamos ao apelo do Padre Caffarel - dediquemo-nos com generosidade à construção da cidade dos homens, da cidade de Deus.

N athalia e Floriano (Equipe

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n-

Setor B-GB).


NOTíCIAS DOS SETORES

GUANABARA Missa Mensal Mensalmente realiza-se na Guanabara a Missa das Equipes, organizada ora por uma Equipe do Setor A, ora por uma Equipe do Setor B. A de Outubro realizou-se no dia 28, na Igreja da Divina Providência, no Jardim Botânico. Planejada para ser assistida pelos pequeninos equipistas, foi toda ela colocada ao seu alcance. Funcionou assim: Pe. Cesar aparece no meio das crianças e, com um largo sorriso, cumprimenta-as: Alô! Alô! Como vamos? Alegria, gente! Este é um encontro de alegria ! E as crianças começam a cantar: cccriança feliz, feliz a cantar ... " O Evangelho do bom samaritano foi neste tom: ccum homem ia do Rio a Petrópolis, quando foi assaltado ... passou um homem podre de rico num belíssimo carro... Ele passou, deu uma olhada, e seguiu. Depois veio no seu Fusca um estudante de Medicina: diminuiu a marcha, olhou e seguiu. Quinze minutos depois aparece um camponês, na sua carroça, voltando do trabalho. Ele parou, lavou as feridas do homem e pediu carona a um carro, para que o levassem ao Pronto Socorro. Deu-lhe também um dinheiro para que ele tomasse um lanche. Crianças, quem foi o próximo desse homem da estrada ?" E as crianças deram a resposta. E assim, com palavras do vocabulário infantil, o Pe. Cesar transmitiu a mensagem, recebendo na hora a resposta das crianças: Somos todos irmãos, porque somos todos filhos de Deus. Em seguida houve a parte recreativa da tarde, e as crianças, reunidas no auditório, assistiram à peça "A Moreninha", encenada pelos alunos do Colégio da Divina Providência. Para surpresa nossa, ouvimos o comentário de uma das crianças... "A parte melhor foi a Missa. Achei a peça muito sem graça ... " Dia de Estudos - Preparado pelas Equipes 3 e 15, tivemos, no dia 22 de outubro, um Dia de Estudos, com a presença de 74 casais e 120 crianças, reunidos na PUC. O tema desse encontro foi "Cristo, Caminho de Libertação", apresentado pelo Pe. Karl Joseph Rommer. Ficaram-nos na lembrança desse dia trechos como estes, que lhes transmitimos, para uma meditação:

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"Quando você reza um Pai Nosso, faz uma blasfêmia se não está comprometido com as outras pessoas. Mesmo sem o saber, elas têm Deus na sua consciência. Para isso Cristo veio ao mundo libertar o homem do fechamento em si mesmo". "Mesmo que, por absurdo, Cristo tivesse esquecido de nós, o matrimônio não deixaria de ser sacramento, porque este é forma radical daquele amor, que é presença do Eterno e Absoluto em nós". Enquanto os pais meditavam, as crianças se entretinham gràças à dedicação de um grupo de Bandeirantes. Na parte da tarde, o Pe. Silveira Lobo apresentou o painel do dia, após a reflexão dos grupos de trabalho. (Noticias enviadas por nossos correspondentes Daisy e Adolfo Bertoche, a quem a Equipe da Carta Mensal muito agradece a colaboração) .

CARTA DE

ITU

Aos Caros Amigos da Equipe da Carta Mensal Estamos lhes enviando esta "espécie" de boletim para que vocês aproveitem alguma coisa na Carta Mensal. É a primeira vez que lhes escrevemos com essa finalidade: C~m

referência à opção:

O Setor, em agosto, com data de 1.0 , promoveu reuniões mistas das Equipes desta cidade e de Salto. A finalidade foi o intercâmbio entre as várias equipes, pela troca de idéias sobre o que foi proposto para este ano para os casais com mais de 2 anos de vida de equipe. O balanço nos pareceu positivo, pelo que nos foi dado observar mediante as opiniões. Em outubro, realizamos um Dia todo de Recolhimento. O local foi maravilhoso, cedido pelos Irmãos Canadenses, que além do ambiente, na pessoa de seu Diretor, Irmão José de Campos; nos deram uma acolhida sem par. Isso contribuiu em muito para que unanimemente os casais se manifestassem de modo tão favorável ao encontro. Usamos a "prata da casa" para tudo. Assim é que 4 casais do Setor se encarregaram das palavras: Renê e Alcides, Gabriela e J:oaquim, Ivone e Ahtnylo e nós. O Assistente do Setor, Frei Agostinho, assim como o Irmão José e a Irmã R.osa Maria; das Irmãs de São José, também falaram para nós. Tijdo sobre a opção. Providencialmente, na véspera - dia 28 de outubro - recebemos a carta de Esther e Marcelo, que foi lida e. -31-


comentada no final do dia, antecedendo à Santa Missa. É verdade, infelizmente, que só contamos com 21 casais presentes, tendo faltando três, por motivo justo: foram operados recentemente; os outros, desculpem, catalogamo-nos como o fez o Cristo, quandb fez o convite para o banquete (Não sei quem ficou doente, meu boi caiu no poço, etc.) . Supomos ser a ausência para uns tantos um sintoma de opção. Enfim, os caminhos do Senhor são vários e cada qual deve seguir sua própria vocação. O Dia foi positivo e muito. Enquanto alguns faltaram sem muita justificação, outros lá estavam arrostando sacrifícios, mostrando a pujança de sua formação equipista. Frutos do Movimento:

Os equipistas, graças a Deus, depois de alguns anos no Movimento, estão dando frutos sazonados de apostolado. Assim, passamos a enumerá-los: Curso de Noivos, com duas turmas de palestrantes, se revezando mensalmente, com salão regorgitando de jovens pares. Apostolado Rural - Casais, geralmente aos pares, dominicalmente, vão até as fazendas do município, já determinadas, levar a Palavra de Deus aos moradores da roça. Comentam o Evangelho, dão orientação de várias ordens, cantam com eles e com eles convivem. A partir deste mês levarão consigo Ministros da Eucaristia para distribuir a Santa Comunhão. Nosso Bispo, D. Gabriel, vê com bons olhos e satisfação esse trabalho. Apostolado da juventude - O Grupo de Jovens "Givoca" Grupo de Incentivo à Vocação, que congrega para mais de 200 moços, convidou casais para trabalharem junto a eles. São ao todo uns 16 casais que estão nesse trabalho, coordenados por Mary e Julio Labronice, da Equipe n. 0 I de ltu. É tão grande a ligação, hoje, com os jovens, que eles, no dia de vigília marcado pela ECIR, lá estavam "firmes" na igreja, em muito maior número que os Equipistas, nos edificando com sua participação. Encontro de Casais com Cristo- D. Gabriel sugeriu, ultimamente, trabalho nesse apostolado. Já iniciamos as primeiras demarches nesse sentido. Esperamos que vários casais "topem" mais esta parada. Vida em equipe:

Uma nota triste -Agosto foi triste para todos nós equipistas. No dia 5, morreu tragicamente em acidente automobilístico, o jovem casal Eduardo Moraes Cintra e Inês Carmen Nardy Cintra. Ela era filha do casal Inês Carmen e Francisco Pompe N ardy da Equipe n. 0 IV de Itu. -32-


Inês Carmen e Eduardo estavam casados há 6 meses; fizeram o Curso de Preparação conosco. Todos os casais gostavam muito deles, pois que irradiavam alegria, em todo ambiente em que se encontrassem. Irradiavam a verdadeira alegria de verdadeiros cristãos. Era maravilhoso vê-los se aproximarem juntos da Mesa Eucarística. Era como se fossem nossos próprios filhos. Não é por menos que o coração de todos os equipistas se amargou com o acontecimento. Viveram, o pouco tempo que lhes fora concedido, como num "trailer", a felicidade que, agora, ninguém mais lhes pode arrebatar. Vivem, agora, a eternidade feliz de seu amor, mergulhado no amor de Deus. Rezem para que Deus dê consolo a seus pais, nossos irmãos em Equipe, cristãos na plenitude do termo, mas pais amantíssimos, que tem, até hoje, o coração partido pela separação. Confraternização das Equipes - Programamos, só estão faltando os detalhes, um encontro geral de confraternização das Equipes, pelo Natal. Será logo no início do mês de dezembro. Esperamos contar, também, com .a presença de vocês. Avisaremos a data com bastante antecedência, para que possam vir carregado~ com os filhos, para um dia de distração, no Sítio da Cruz Alta, dos Frades Carmelitas. Vamos permutar nossas orações, para que Deus e a Virgem Maria olhen1 por nós, por nossas famílias e pelo nosso Movimento. N enita e João Na varro ·

OPERAÇAO BRASfLIA

Carta de Frei Jamaria a Germana e Joaquim:

. Quem lhes escreve é o Padre Capuchinho da Nunciatura Apostólica que teve o prazer e a honra de uma visita aqui em Brasília. Passados agora mais de dois meses, sentia a necessidade de dar alguma notícia daqui, sobretudo em relação às ENS. A "operação Brasília" vai agora de vento em popa, e, se Deus quiser, nos dias 29 e 30 teremos as primeiras Reuniões de Informação, com Malvina e Edgar, já responsáveis do Setor .A do Rio d~ Janeiro. Talvez para começar com duas Equipes. Depois da vinda de vocês aqui as coisas continuaram como antes, com poucas possibilidades de iniciar, pelos poucos conhecimentos e o pouco contato que tenho aqui em Brasília. No mês de . agosto um casal do Rio me deu uma carta para entregar a uma família, falando sobre as Equipes. Fizeram questão que -33-


fosse visitá-la, e lá encontrei o que procurava. Puzeram à disposição o apartamento para todas as reuniões que fosse necessário realizar, 5, 10 ou mais por mês ; puzeram à disposição um apartamento para hospedar o casal que virá do Rio; os três filhos, já casados, se ofereceram para entrar, trouxeram mais um casal, e outros eles procurarão, de tal modo que pudemos já marcar a data da informação. Nesta espera já visitarei todos os casais possíveis Equipistas para confirmar a data. Dona Sônia Goulart Cury, que visitei com vocês, tem sido realmente o maior apoio para mim, e está disposta a colaborar em tudo, ficando, como diz, a "Secretária das Equipes de Brasília" até que tudo esteja firmado. Estive com ela e os filhos várias vezes, e neles encontrei a família equipista da qual sentia falta. Ela agradece a remessa da Carta Mensal e envia recomendações. Aproveito a oportunidade para pedir que me enviem 2Õ'r! 3 exemplares da Carta Mensal de "fevereiro". Uma foi entregue a S. E. Mons. José Newton, Arcebispo de Brasília, ao qual fui pedir licença para iniciar o Movimento; deu sua aprovação e mostrou-se muito satisfeito; uma outra está correndo pelas mãos de vários interessados, padres e outros, de modo que fiquei sem nenhuma. Termino enviando cordiais saudações e pedindo as orações de sua Equipe para o feliz êxito da "operação Brasília". Cordialmente Frei Jean Maria V. La Pila OFM ap. Nesta altura, vocês estão curiosos, e vamos contar-lhes algo mais : Malvina e Edgard, continuando a cumprir a m1ssao evangélica de ir preparar "dois a dois" a chegada do Senhor, foram mesmo para Brasília e as coisas correram como previstas: foram fundadas duas equipes, de seis casais cada uma, inclusive com a participação de dois casais que haviam pertencido durante algum tempo às Equipes da Guanabara. O auxílio prestado pela família conhecida do casal do Rio foi decisivo. Todas as reuniões, tanto as de informação como os de lançamento foram realizadas em seu apartamento, e duas filhas casadas entraram para as Equipes. As reuniões de lançamento já foram feitas com a presença do casal-piloto, Marialice e Adelson, do Setor B da Guanabara, que pretendem continuar indo a Brasília todo mês, fazendo uma reunião no sábado, outra no domingo. Os abnegados pilotos es-

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peram ganhar passagem aérea de graça, mas, se não conseguirem, irão assim mesmo ... Acharam Malvina e Edgard que o Movimento teve muita receptividade em Brasília, pois responde a uma necessidade local: todos os casais disseram sentir que era isto que estava faltando em Brasília: um "suplemento de alma", a oportunidade de fazer amizades em nível espiritual. Pode-se esperar, pois, um desenvolvimento auspicioso a partir da semente lançada por Malvina e Edgard. Mas, como em todos os empreendimentos de ordem espiritual, Deus só dará o crescimento se regarmos a semente com muita oração ...

ACONTECEU EM SAO CARLOS Mais uma vez a Estação da Luz vê partir um de seus comboios levando um grupo de casais para um destino impossível de adivinhar para qualquer observador comum. Realmente, que se poderia esperar daquelas fisionomias prazenteiras senão um fim de semana sem compromissos ? E aí é que está a excelência de tudo. Havia um compromisso em vista, mas que não era nada comum, nem intranscendente. Muito pelo contrário. Os casais em questão dirigiam-se a linda São Carlos para a posse do Casal Responsável do recém-promovido Setor. Eram Esther e Marcello, Maria Enid e Buschinelli, Eugenia e Aldino (de Santos), Germana e Joaquim, Natalina e Gassen e Thais e Carlos Eduardo. Passamos a contar rapidamente o que aconteceu nesses dois dias de encontro, ou melhor, "Encontrão", como foi batizado pelos sancarlenses. Estes nos esperavam na estação, encaminhando cada casal aos seus hospedeiros, que nos aguardavam com aquele carinho que de imediato nos conquistou o coração. Constatamos que uma programação cuidadosa e esmerada nos mínimos detalhes estava preparada. O bispo coadjutor de São Carlos, Dom Constantino, grande entusiasta do Movimento, convidou-nos nessa mesma tarde para uma missa em sua capela particular. A noite, reunimo-nos em casa de Neide e Ayrton, para travarmos conhecimento com sua equipe de trabalho e do programa por ela elaborado. Simplesmente espetaculares as metas a serem perseguidas pelo Movimento e propostas naquela reunião. Todas as equipes e todos os equipistas estão convocados. Todos pertencem aos "quadros". Há trabalho para a totalidade dos membros das Equipes, e não pouco. O cuidadoso organograma apresentado durante a reunião mostrou a todos a enorme preocupação do casal responsável do Setor. Nenhum detalhe foi esquecido.

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Após a agradável e muito proveitosa reunião, onde não faltou inclusive a alegria que domina de um modo geral os encontros de E:'quipistas, que naqueles momentos sentem-se como verdadeiros irmãos, o pessoal de São Paulo foi brindado, quando já nas casas que tão gentilmente os hospedavam, com uma belíssima serenata, demonstrando, a~sim, mais uma vez, aquele calor humano característico de nosso Movimento. No domingo, logo cedo, foi iniciada a intensa programação do "dia do encontro". Num salão do Colégio São Carlos muito bem decorado pelos habilidosos e esforçados equipistas, foram proferidas as duas palestras que iriam servir de tema de reflexão e meditação para todos que ali se encontravam. A "·e spiritualidade do casal" e "o verdadeiro sentido da reunião de equipe" foram ressaltados de uma forma precisa mas ao mesmo tempo carinhosa e tocante pelo Marcello. Após as palestras os equipistas foram divididos em diversos grupos de trabalho para uma não menos proveitosa troca de idéias sobre os assuntos explanados. Estavam presentes mais de trinta casais de São Carlos. De Jaú vieram Heleninha e Décio, responsáveis pelo Setor, e de São José do Rio Preto, o casal Letícia e Heladío. Durante o almoço, realizado no mesmo local e preparado com um especial carinho pelos nossos queridos irmãos equipistas, reinou aquela sã alegria que a todos sempre comove. A espiritualidade dos presentes foi, durante todo o dia, num crescendo constante, para atingir o seu clímax na missa rezada pelo caríssimo padre assistente do Setor, Cônego Tombolato. Foi uma cerimônia verdadeiramente emocionante. A presença de Cristo se fazia sentir de · uma forma quase palpável. Naqueles momentos de meditação que nos foram oferecidos, podíamos ouvir a palavra de Deus, tantos os pensamentos a Ele dirigido~. O casal resppnsável do Setor que naquele. momento era empossado pode certamente apreciar o grau de sua responsabilidade, mas. ao mesmo tempo constatar que todos ali rezavam pelo sucesso .de sua missão. O poder da oração é imenso, caríssimo casal responsável, e por isso mesmo vocês e todos os equipistas de São Carlos podem ter a certeza de que o trabalho que desenvolvem engrandecerá cada vez mais o nosso Movimento.

Thais e Eduardo P. S. - Visando dar cobertura ao "Encontrão", o Boletim de São Carlos saiu em "edição extra", que foi distribuída aos presentes no final da Missa. Transcrevemos a seguir o Editorial:

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"Finalmente "Dona ECIR" vem a São Carlos. Estávamos ansiosos para conhecer essa senhora "viúva" (deve ser, porque nunca ouvimos falar do marido... Ou é solteira?). Como dizíamos, essa senhora tão simpática, que nos escreve coisas tão bonitas na "Carta Mensal", já tomou conta de nosso coração e cremos ser justa toda essa manifestação de júbilo e trabalhos rea.lizados em sua homenagem. Esperamos que tenha um agradável acolhimento em nossa cidade e que retorne mais vezes, para transmitir coisas tão boas para os casais de nossa terra".

A SESSAO

DE

BRODOSQUI

Atravessaram meio Brasil, mas estavam felizes: a Sessão fora um sucesso ! Edy e Adherbal, que haviam vindo de Brusque para integrar a Equipe de Serviço em Brodosqui voltaram entusiasmadíssimos. Entusiasmo aliás partilhado por Esther e Marcello e por Dirce e Rubens. Vários fatos contribuíram para tornar essa Sessão fora do comum. Em primeiro lugar, foi a primeira vez que houve mais de um Conselheiro espiritual além do pregador: eram ao todo seis sacerdotes, entre os quais um bispo - Dom Diógenes, que veio de Franca e esteve presente praticamente o tempo todo. O pregador foi o Con. Angélico que, como Conselheiro espiritual do Setor de Ribeirão Preto, estava "em casa", e participaram o Frei Arlindo, de Limeira, os Freis Agostinho e José Luís Gonzaga, assim como o Pe. Tomazella, de Ribeirão Preto. Visitou o Sessão D. Bernardo Miele, Arcebispo de Ribeirão Preto, e depois do almoço, reuniram-se durante hora e meia os dois casais da ECIR com o bispo e todos os sacerdotes para uma conversa muito profícua. Segundo: as palestras do Con. Angélico. Como sempre, foram apreciadíssimas. Terceiro: reinava grande unidade de pensamento entre os casais da Equipe de Serviço, o que resultou numa atuação muito eficiente. Tudo isto contribuiu para criar um clima excelente, que a parte litúrgica veio complementar maravilhosamente. Um dos pontos altos, na opinião de todos, foi a confraternização - uma das melhores que já houve, de um nível excepcional e uma alegria muito sadia. -37-


Participaram da Sessão vários casais de Jaú, São Carlos e Ribeirão, além de casais de Limeira, São José dos Campos, J acareí e Marília. O pessoal de Bauru, apesar de numerosas inscrições, foi o grande ausente: ninguém apareceu, deixando inclusive os organizadores preocupados - que terá acontecido lá em Bauru? Com a Sessão de Brodosqui, encerra-se - com chave de ouro - a programação de Sessões de Formação deste ano. As datas de 1973 serão publicadas na Carta de março.

AVISOS

I - Recebemos de um equipista rádio-amador de Porto Alegre a seguinte carta: "Em resposta ao aviso publicado na carta mensal n. 0 5, de julho-agosto de 1972, sobre se havia algum equipista rádio-amador:

II -

Somos da equipe Imaculada Conceição, n. 0 13 de Porto Alegre. O nome da minha segunda cara metade é Vera e o meu é Edenir. Estamos nas equipes de Nossa Senhora há pouco tempo, mas estamos gostando muito. Vamos ao que interessa: Tenho o prefixo de PX3A0114 e opero nos 11 metros, e o de PY3CMH na banda de 40 e 80 metros, diariamente, das 17,20 às 22 horas. Estou inteiramente às ordens, para comunicação com qualquer equipista do Brasil ou fora dele. Opero em AMe CW. A todos daí, um forte abraço, muita saúde e felicidade. Dos amigos Vera e Edenir". Aviso da Tesouraria: Pede-se aos Tesoureiros que encaminhem as remessas atrasadas antes do fim do ano, e aos Setores e Coordenações que tiverem notas de material em atraso que se ponham em dia com a máxima urgência. -38-


III -

Avisos da Secretaria: - O livro ucartas à sua Noiva", de Jacques Maillet, ao qual tantas vezes se referiu o Con. Caffarel, encontra-se no Secretariado, onde pode ser encomendado assim como os livros uo amor e a Graça" e ucartas sobre a Oração", da autoria do próprio Con. Caffarel. - Pede-se aos Responsáveis de Equipe, Responsáveis de Setor e Responsáveis de Coordenação que comuniquem urgentemente o nome e endereço dos Casais Responsáveis eleitos para 1973, devolvendo ao Secretariado a ficha recebida.

ATENÇÃO Os Dias de Estudo de Casais Responsáveis Regionais, Responsáveis de Setor e Responsáveis de Coordenação serão realizados em SAO PAULO nos dias 23, 24 e 25 de Fevereiro.

O ENCONTRO NACIONAL DE CASAIS RESPONSAVEIS DE EQUIPE E CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

SERA DIVIDIDO EM DUAS TURMAS:

para as equipes da Região Sul, terá lugar em BRUSQUE, SC, nos dias 10 e 11 de Março; para as demais equipes, em SAO PAULO, nos dias 24 e 25 de Março.

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ORAÇÃO

PARA

A

PRóXIMA

-REUNIÃO

Deus nos chama, a cada um de nós. ~as nos deixa livres de darmos a nossa resposta. Ele conhece o coração de cada um, Ele enxerga, atrás dos nossos atos e das nossas palavras, tanto as nossas reticências quanto a nossa boa vontade. No momento em que teremos que dizer o nosso "sim" ao ~ovimento peçamos a Deus que nos faça ver a; Sua vontade e também os nosso limites. Em última análise, que nos dê a coragem de aceitarmo-nos como somos, e uma sinceridade total, de coração e de palavras. E lembremo-nos de que importa, mais do que a nossa fraqueza, o nosso desejo de sermos melhores. Que o nosso "sim,. seja como o do primeiro filho da parábola. Texto de meditação:

Que vos parece ? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: "Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha". Respondeu ele: "Não quero". Mas em seguida, tocado de arrependimento, foi. Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: "Sim, pai!" Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?" O "primeiro", responderam-lhe. E Jesus disse-lhes: "Em verdade vos digo, os publicanos e as meretrizes vos precedem no reino de Deus ! João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós, vendo isto, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele". (~at.

21, 28-32)

Uma deslumbrante e ofuscante luz nos invade e invade a vida dos homens. Deus, o Deus eterno, o Todo Outro, a Plenitude, a Vida, a Liberdade, a Luz, não nos abandonou. Deus toma a sério o homem e não so-

Oração litúrgica -

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mente o contempla com um olhar de amor mas torna-se um de nós. Torna-se homem para sempre em Jesus de Nazaré. Insere-se para sempre na história dos homens, nascendo da Virgem Maria. Deus é homem. Vive como homem. Não é um Deus disfarçado de homem, mas homem completamente. Natal é isso: irrupção e invasão de Deus no seio da vida. Acrobou-se para sempre nossa solidão. Deus viveu a vida dos homens. Não estamos abandonados à nossa sorte, mas temos Deus convivendo e morando conosco. No rosto do menino de Belém habita nossa esperança. Todos - O Senhor está próximo de todos os que o invocam. - Todos os dias quero bendizer-vos e louvar vosso nome pelos séculos dos séculos: grande é o Senhor e sumamente louvável, e sua grandeza não tem medida. Todos - O Senhor está próximo de todos os que o invocam. - O Senhor é misericórdia e clemência, indulgente e cheio de amor; o Senhor é bom para com todos, misericordioso para todas as suas criaturas. Todos - O Senhor está próximo de todos cs que o invocam. - O Senhor é justiça em todos os seus caminhos, amor em todas as suas obras; está próximo de todos os que o invocam, daqueles que o invocam com sinceridade. Todos - O Senhor está próximo de todos os que o invocam. Sl. 144, 2-3. 8-9. 17-18.

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Tel. : 80-4850


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