ENS - Carta Mensal 1968-4 - Junho

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Editorial Depois de ouvir Paulo VI , p . 1 Diálogo religioso, o . 4 Correio Amizade em ação, p. 9 Oração para a próxima reunião, p . 12 Suplemento : Palavra da ECIR, p . O que vai pelas Equipes, p . 111 Vida do Movimento, p. VI Calendário, p. VIl Retiros, p . VIII


Publicação mensal dos Equipes de Nosso Senhora Casal Responsável. Noncy e Pedro Meneou Jr Redação e Expedição . Av. Rebouças, 2729 São Paulo 9 - SP


EDI TORIAL

DEPOIS DE OUVIR PAULO VI

Estamos a 1 5 de outubro de 1967. Na basílica de São Pedro, dois mil e quinhentos leigos de todos os países, participam da missa concelebrada pelo Papa e vinte e quatro cardeais e bispos. Paulo VI dirige palavras vigorosas ao seu vasto auditó rio. Lembra que a "vocação cristã" é também "vocação para o apostolado"; que o leigo não é sàmente cidadão do mundo e, como tal, empenhado na sua construção, em virtude do próprio engajamento nas tarefas temporais; mas, também, cidadão da Igreja, participando da função sacerdotal, profética e real de Cristo e que por êste título deve tomar sôbre sí a cooperação no progresso e santificação da Igreja sob a direção da hierarquia instituída por Cristo para ensinar, santificar, governar o povo de Deus. Os jornais comentaram, aliás com bastante parc imônia, estas declarações do Papa. Mas muito poucos, mesmo as publicações católicas, puzeram em destaque as últimas palavras dêste importante discurso, como se nada mais fôssem do que um lugar comum, a peroração edificante e 0brigatória de uma simples pregação. No entanto, estas palavras são de capital importância. Ace nt uam quais as condições necessárias para que a ação cristã possa ser fecunda, de uma fec!.!ndidade sobrenatural. De que vale, com efeito, desdobrar-se na 'lÇÕO, se esta ação fôr vã? -1-


Segundo o Papa, o que assegura a eficácia da ação do leigo cristão? - A união com Cristo! "SOmente a vossa união pessoal e profunda com Cristo, disse Paulo VI, poderá assegurar a fecundidade do vosso apostolado, qualquer que êle seja". Que devemos ente,,der por isto? Bem o sabemos: a união do cristão com Cristo é muito diversa da união moral entre dois amigos conscientes de sua dedic:.Jção fiel e de sua identidade de pensamentos . Para nos levar a compreender no que esta

união

consiste,

Cristo lançou mão da comparação com a vide e os sarmentos. O cristão vive do Cristo, vive pelo Cristo e no Cristo e fontes de água viva jorram dêle . Tão íntima é esta união que São Paulo pôde escrever : " Eu vivo, mas não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim".

Como se realizará esta un1ao, mais estreita e mais íntima do que qualquer outra dentre tôdas as uniões humanas? Paulo VI responde, acentuando que é preciso ir ao encontro do Cristo que, através das Escrituras nos fala, que, através dos sacramentos, nos comunica a sua vida. Recorrer à Palavra e aos sacramentos: será preciso dizer mais? Os sermões, em geral, se limitam a isto. Mas o Santo Padre prossegue: e exorta à oração aquela multidão de leigos que o escuta àvidamente. Exorta não só à oração vocal ou à oração litúrgica ou refletida, mas à meditação, à "oração pessoal e silenciosa". É sem dúvida para que não haja equívoco que Paulo VI emprega êstes dois termos: pessoal e silenciosa. A meditação é, sem dúvida, esta oração pessoal e silenciosa, nêste sentido que o cristão nela penetra com o mais íntimo de seu ser, nela se absorve para além das palavras e dos conceitos, no s ;lêncio do mais fundo da alma, alí onde o Deus vivo mora, chama

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e espera o seu filho, a fim de fazer-se por êle conhecido. Notar que o Papa não hesita em declarar a êstes dois mil e quinhentos leigos, homens e mulheres de tôdas as raças, de tôdas as nações, de tôdas as culturas, que a meditação é uma atividade "insubstituível". Entendam bem: insubstituível. Poderão ainda pemar os leigos que a meditação é assunte para monges e que não interessa nem à mãe de família ou ao homem de neqócios nem ao membro do sindicato ou ao milltante da ação católica? E eis que renasce no meu íntimo, esta perqunta que por vêzes se torna em mim lancinante como um remorso: Não andei eu errado por não introduzir, dentre as obriqações dos Estatutos, a meditação cotidiana, como era o meu pensamento, como me era solitado por vários casais da primeira hora? Renunciei à idéia para não correr o risco de afastar do Movimento os casais que se iniciavam na vida cristã. Mas tinha a firme esoerança de que o responsável de equipe,. reconhecendo os benefícios da meditação cotidian<'~, saberia desoertar nos seus co-equipistas o desejo de sua prát'ca. PPnsava aue, de ,JIIalquer forma, o proqresso na vida cristã e apostólica faria descobrir a necessidade vital da meditação. O fato é que eu verifico ~erem muitos ainda os membros das equipes que não fizeram até :1go~a esta descoberta. A exortação vigorosa e solene do Papa será por êles ouvida?

Que surto renovador de vida cristã pessoal, de vitalidade conjugal e familiar, de vitalidade nas nossas equipes, não seria possível esperar se, num espírito de amor filial e de dociildade, todos os membros do Movimento levassem a sério o apêlo instante de Paulo VI para a meditação! HENRI CAFFAREL

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DIÁLOGO RELIGIOSO

UM ESCLARECIMENTO

Uma equipe nos escreve: "As E . N . S., de um cu dois anos paro

cá, abordam explicitamente o p · oblema do op ~stolodo. Quiséramos porém evitar o todo preço que o idéio de apostolado foss• falseado e que elo fosse limitada apenas ao diálooo ·religioso . É preciso descobrir todos os verdadeiros dimens5es do apostolado . ~ visando êste objetivo que pensamos estudar o texto cone i I ia r sôbre o Apostolado dos Leigos".

Quer-nos parecer que as observações dessa equipe merecem um esclarecimento, seja sôbre a orientação do ano, seja sôbre o ponto de vista das E. N. S. a respeito do apostolRdo em geral. Desde o ano passado, as Equipes vem chamando explicitamente a atenção sôbre o diálogo religioso, vendo nêle uma forma de apostolado, mas não o aposto:ado todo. Ora, falar de uma forma de apostolado não significa ignorar as outras. Nenhum movimento católico pode fazer abstração do apostolado, uma vez que é êle parte integrante da própria vida do batisado. Ora, basta reler o conjunto dos documentos do Movimento para verificar que as E. N. S . têm disso p !e na consciência. Que vem a ser, então, esta orientação do ano? o di!ilogo religioso é uma forma privilegiada de apostolado que existia antes das Equipes. É um elemento importante de nossa vida cristã, se bem que muito esquecido, embora todo o m11ndo possa encontrar a ocasião de praticá-lo.

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Nossos correspondentes têm tôda a razão em querer descobrir ou aprofundar todos os aspectos e dimensões do apostolado e de quererem levar avante o seu estudo, a partir do Decreto Conciliar. Desejamos sinceramente que muitos os imitem. A PROPóSITO DA IGREJA, FALEI DE MINHA FÉ O testemunho que vamos ler foi daco por um equipista, num Enntro de S.:tor. Na conclusão de seu texto acentua êle que o contato com o outro começa por umo atenção profunda para a que o out o é. E acrescenta: "Esta atitude deveria do;de o início levar o nos5o interlocutor a adivinhar a qualidade cristã de nosso ín1imo. Falar em diálogo religioso e, assim, fazer uma distinção com os nossos pal:stras pr::fanos, é sem dúvida necessário; mas C::evemos ter o cuidado de· não isolar êste diálogo do desenrolar normal de nossa vida. Os valores cristãos de nosso comportamento deveriam manifesto --se com a m~sma naturalidade com que resp·ramos. E assim, p=r vêzes, mais vêzes mesmc: do que pe.1S"Jmos, ser-nGs-á doda a oportunidade de mencionarmos Aquêle a quem nos refe i mos ao chamá-lo pelo nome. C•

"Não é possível expor com fidelidade um diâlogo... Seria preciso incluir no nosso relato o ambiente, o tom de voz, o estado de ã.nimo dos interlocutores, todos aquêles imponderáveis que dariam à narraÇão a autenticidade do próprio momento em que se desenrolou. Procurarei entretanto ser fiel. Meu interlocutor é um colega com quem trabalho há longos anos. É bem mais idoso do que eu. Batisado, não participa da vida sacramental da Igreja e refere-se por vezes com ironia sôbre as posições doutrinârias que ela adota ou sôbre o modo de ser dos padres e de certos leigos. No plano político. como também no da moral pessoal e conjugal, não tem os

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mesmos pontos de vista que eu. Em compensação, temos sôbre os problemas sociais (trabalho, previdência social, promoção humana, etc.> , idéias comuns que nos levam a agir ou reagir muitas vézes de maneira idêntica. Em resumo, uma simpatia comum nos une. De vez em quando, a propósito de acontecimentos ou comportamento.s humanos, somos levados, com tôda a naturalidade, a trocar idéias sôbre os nossos pontos de vista. Recentemente tivemos uma conversa na qual Deus fot o ponto central de nosso debate. ll: esta conversa que me proponho relatar.

o diálogo que tivemos teve a sua origem numa de'3Sas conversas comuns entre companheiros de um m esmo escritório. Perto de mim vários colegas ronversavam. Em dado momento ouvi a seguinte reflexão que partia de um dõ\es: A Igreja é uma emprêsa onde se jaz carreira, con jortável, é lucrativo . ..

Ser vigário, é

Nesse momento, aproximei-me para tomar· parte na rUscussão. Citei vários exemplos, mencionei a situação de vários padres que conhecemos muito bem. . . mas as posições se mantiveram aparentemente no mesmo pé. Pouco depois, os colegas se dispersaram e fiquei sozinho com Francisco. Como dispúnhamos de algum tempo a conversa continuou e abordamos vários outros pontos, como seja a vida do o!ldre no mundo atual, o seu celibato, a vocação religiosa dentro da Igreja e, finalmente, a própria Igreja. Tudo isto foi passado rápidamente em revista e apenas serviu para mostrar mais uma vez as nossas divergências profundas. Foi nessa altura que, a propósito da I greja, falei de minha fé, procurando depois mostrar como eu me situava de!Jtro da Igreja. O nosso diálogo foi mais ou menos êste:

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SUPLEMENTO à Carta Mensal das Equipes de Nos~a Senhora JUNHO 1968

UMA PALAVRA DA ECIR Caros amigos "Tenhamos a preocupação de ser realmente equipistas, isto é, viver dentro do casamento, tôdas as exigências do cristianismo". Com êste pensamento terminavam as "palavras da ECI R" do mês de maio último O enunciado dêste ideal, presta-se entretanto a um equívoco: Quererá isto dizer que o equipista irá limitar a sua ação de cristão ao quadro único da família? Entendamo-nos. Quando dizemos "dentro do casamento" referimo-nos não à família mas ao estado matrimonial. Ao nôvo estado no qual o casamento introduz o casal e que o acompanha pelo resto da existência, em tôdas as suas atividades, no recesso do lar ou fora dêle. A adoção dêste nôvo estado, ao mesmo tempo que estabelece um vínculo indissolúvel, cria também uma comunidade - a famJIia que é a um tempo elemento fundamental da socied~de e célula primordial da Igreja . E investe o casal de uma responsabili-I-


dade que não pode delegar a ninguém: a de zelar pela qualidade humana e cristã da família assim constituída . Esta responsabilidade tem repercussões sociais e religiosas, porquanto, da higidez de suas células, depende a vitalidade do organismo. Compreende-se, portanto, que a primeira obrigação dos cônjuges seja a de trabalhar pela qualidade do lar de que são os chefes. E por maiores que sejam as responsab ilidades do pai ou da mãe de família fora do lar, não os exime nem atenua o seu dever de estado. Entretanto, se é êste o seu primeiro dever, outros há inerentes à prerrogativa e dignidade que o casamento lhes confere. A família faz parte integrante da sociedade: sociedade civil e soc iedade religiosa . Célula da Igreja , a família assume como tal a missão da Igreja. Célula da sociedade, assume também a sua parte de responsabilidade social. "E é consagrando-se às tarefas que lhe cabem na Igreja e na Cidade que o vosso lar encontrará seu pleno desenvol_vimento cristão", nos lembrou João XXIII em Roma . Viver dentro do casamento tôdas as exigências do cristianismo é portanto, para o cristão casado, ter sempre presente êstes dois pelos de seu dinamismo: um dêles voltado para o lar, para que êle assuma tôda a sua função de "Igreja em miniatura"; outro voltado para a sociedade - civil e religiosa - para nela agir como cristão, participando da vida e da Igreja e impregnando do espírito do Evangelho os meios e as instituçães. A exortação final de Paulo VI na encíclica sôbre o Desenvolvimento dos Povos ( " Populorum Progressio") , ,ão deixa dúvidas a êste respeito: "Exortamos . . . os leigos a assumir como tarefa pr6pria a renovação da ordem temporal ... imbuir do espírito cristão a mentalidade e os costumes, as leis e as estruturas de sua comunidade de vida . . . insuflar o espírto evangélico nas reformas profundas que se tornam necess6rias." A ECIR

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ENCONTRO NACIONAL DOS RESPONSÁVEIS Como acontece todos os anos, realizou-se nos dias 20 e 21 de abril o Encontro Nacional dos Responsáveis de Equipes. Nada melhor que o testemunho de um casal, que pela primeira vez participa dessa reunião, para nos dar uma idéia do que ocorreu. A Equipe da Carta Mensal entrevistou Marina e Rubens, que assim responderam às nossas perguntas: P. -

Qual a reação de vocês ao saber que, como responsáveis da sua equipe, teriam de comparecer ao Encontro?

R. Já tínhamos mais ou menos uma idéia do que seria o Encontro Nacional dos Responsáveis, pelo que nos foi relatado nos anos anteriores. Mas agora seria a nossa vêz de comparecer. A princípio a idéia nos assustou um pouco, pela responsabildade que teríamos em representar a nossa equipe e, mais do que isso, transmitir depois, aos outros casais, o que tivéssemos recebido nesses dois dias. P. · - Que impressão tiveram ao chegar? R. A nossa primeira impressão foi de admiração pela quantidade de casais que lá se encontravam 254 casais. Não esperávamos um número tão grande de participantes vindos dos -111-


lugares os mais distantes. Sentia-se boa vontade de todos, num ambiente de alegria . P. Como se sentiram no meio de tantos casais, vindos das mab diferentes localidades? R. Sentimo-nos completamente à vontade. Parecia que uma grande amizade já nos unia há muito tempo. P. Do programa do primeiro dia, o que mais acharam proveitoso? O que mais nos impressionou no primeiro dia do Encontro, R. foi a palestra de Dom Lucas Moreira Neves, sôbre "Equipes de Nossa Senhora, comunidades missionárias". Reportando-se ao Concílio Vaticano 11, mostrou-nos a nova imagem da Igreja. Situou o papel dos cristão dentro da Igreja, a mensagem que se deve transmitir; a Igreja pós-conciliar é essencialmente aberta, não pode se fechar sôbre si mesma. As equipes de casa1s, como parte integrante dessa Igreja, devem possuir um forte d1namismo evangélico, deverr. ser abertas para outras comunidades. P. Sentia-se a participação de todos, ou era uma presença passiva dos casais? R. A participação era realmente sentida, principalmente nos Grupos de Trabalho, onde ouvimos testemunhos de grande valor Foi uma troca geral de experiências. P. E quanto à reunião de equipe na noite do sábado? R. Fomos escalados para participar de uma reunião em casa de equipistas bem próxima à nossa. Foi uma reunião nos moldes da que fazemos mensalmente, com a diferença de que dela participava um casal de cada localidade. Na nossa, por exempio, havia casais do Rio de Janeiro, Curitiba, Santos, Campinas e São Paulo. O padre Assistente veio do Rio Grande do Sul. Não é preciso dizer como foi proveitosa essa noite com tantos depoimentos sôbre a vida de equipe. ' P. O que foi mais marcante no segundo dia? R. O ponto alto do programa do domingo, foi a palestra do

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Cônego Angélico Sândalo Bernardino que versou sôbre "O Diálogo Religioso". P. Quanto à organização da reunião, o que acharam vocês? R. A organização foi perfeita. Logo na entrada, cada casal recebia uma pasta contendo todo o material que iria precisar programação para os dois dias, grupo de trabalho a que pertencia, !ocal da reunião da noite, etc. As refeições servidas também foram excelentes. P. Como foi o encerramento do En:ontro? R. A Santa Missa concelebrada por um bispo e nove sacerdote5, coroou êsses dois dias de estudos, que foram realmente proveitosos, té:nto do ponto de vista de formação pessoal, como um enriquecimento humano muito profundo. Saimos de lá sentindo que recebemos muito e ansiosos por transmitir o que estivesse ao nosso alcance aos demais casais de nossa equipe. REUNIÕES DE EQUIPES MIXTAS O Setor "A" da Região de São Paulo (Capital) realizou no mês de maio último "reuniões de equipes" formadas com casais pertencentes às 13 equipes que compõem o Setor. Cada "equipe mixta" era composta de um casal de cada equipe. Tiveram assim ocasião de se conhecer mais intimamente, trocando testemunhos sôbre sua vivência no Movimento. Na co-participação, além da apresentação de cada casal nos seus aspectos familiar, profissional e atividades apOstólicas, deram êles o testemunho dos motivos que os levaram a Ingressar e a permane.:er no Movimento. Essas reuniões,. com o roteiro preparado pela equipe responsável do Setor A, contaram com a participação dos Assistentes das várias equipes. O texto de meditação foi baseado no Cap. VI, vers. 5 a 1 5 de S. Mateus que fala sôbre a oração, encaminhando assim, não só para a meditação como para a troca de idéias em que os equipistas tiveram oportunidade de falar sôbre os diferentes

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aspectos da oração: pessoal, conjugal, familiar e de equipé. A organização não foi fácil, diz-nos um dos encarregados. Mas a colaboração dos responsáveis das várias equipes e dos respectivos ca ~ ais de ligação, levou de vencida tôdas as dificuldades. E o resultado foi francamente compensador. ~ esta uma inciativa já posta em prática por outros Setores, com o mesmo êxito. ~ também um dos pontos altos dos Encontros Nacionais dos Responsáveis. Permite uma confrãternização interequipes e a tomada de consciência da unidade do Movimento, além do estímulo que representa para todos. Merece portanto ser difund ida.

EQUIPES ADMITIDAS Bélgica -

Liége 87,. Waterloo 8.

Annecy 14, Cholet 7, Courbevoie 7, La Celle-SaintCioud 4, Loches l . Lyon 30, Roanne 1,, Sait-Dizier 2 Vigneux 1.

Fro:.nsa -

Luxemburgo Ettelbruck 1. Suisa- Sion . 6

EQUIPES COMPROMISSADAS Austrála -

Melbourne 7.

Bélgic3 - Braine-le-Comte 2, Bruxelas 48, 89, l 07, Huy 6, Neufchatel 1, Rofessart 1. Esta-dos Unidos Washington 5. Fransa Aix-en-Provence 1O, Angers 14, Arcachon 1, 2, Bordeus

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20, Buc 1, Caen 9, Cambrai 6, Chôlon-sur-Saône 3, Cherbourg 5, Combs-la-Ville 1, Grenoble 20, Juvisy 2, La RocheYon 1, Marselha, 27, Maubeuge 2, Nimes 3, Rodez 1, Ruffec 1, Sannois 1, Savgny 4, Sées 1, Tours 7. ltalia -

Gerona 5, lspra 1, Turim 4 . Porto 1O.

Portugal Suíça -

Basiléa 1.

DEUS CHAMOU A SI

Revmc1. Pe. Bastin, Nassogne (França), 11 novembro 1967 Lucienne Peaudeau, Saint-Gaudens, (França), 12 dezembro 1967 S:mone Biojoux, Clmart 7 (França) , 13 dezembro 1967 . CALENDÁRIO JULHO 27 -

Em Florianópolis- D1a de Estudos e Formação de

Pilotos. AGOSTO 15-18 rigentes AGOSTO -

Em Curitiba 0

1.

1 7-1 8 -

Sessão de Formação de Di-

gróu. D1as de Estudos dos Setore• de Campinas e

Ribeirão Preto. AGOSTO 18-25 -

Congresso Eucarístico Internacional, em Bogo-

tá. CC>Iombia. OUT. 31-NOV. 3 Em São Paulo Dirigentes - 2. 0 gróu. VIl-

Sessão de Formação de


RETIROS

REGIÃO DE SÃO PAULO (Capital) Junho 7 a 9 - Em Valinhos - Pe. Dario Bevilacqua Agô;to 9 a 11 Em Barueri Agôsto 23 a 25 Em Valinhos Setembro 20 a 22 Em Valinhos Fre1 Marcos M. Faria Outubro 4 a 6 Em Barueri Dom Lucas M. das Neves Outubro 11 a 13 Em Valinhos Pe. Ignácio Agoero Novembro 1 a 3 Barueri Novembro 22 a 24 Em Barueri Dezembro 6 a 8 Em Valinhos Frei Marcos M. Faria REGIÃO SÃO PAULO INTERIOR B Setembro 20 a

21--

Em Brodosqui (Ribeirão Preto)

REGIÃO BRASIL CENTRO Junho 21 a 23 No Cenáculo - Rio de Janeiro 2 a 4 - Em São José dos Campos

Agô~to

REGIÃO BRASIL SUL Junho 15 e 16 Em Florianópolis (Morro das Pedras) Julho 13 e 14 Em Brusque (Seminário Azambuja) Setemb. 28 e 29 Em Florianópols (Morro das Pedras) Outub ro 19 e 20 - Em Florianópolis (Morro das Pedras) Dezemb . 14 e 1 5 Em Brusque (Seminário Azambuja) -

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EU: A Igreja é a cOmunidade daquêles que acreditam em Deus.

FRANCISCO: (com ar lacônico, ma.s interrogativo): Deus ... ninguem nos veio dizer se o tinha encontrado. . . concordo que o problema é difícil: um verdadeiro quebra-cabeças ... EU: Não há dúvida que é difícil. Mas você há de concordar, Franc.sco, que o problema da existência de Deus se impõe, de um modo ou de outro, a qualquer homem. De minha parte, depois de muita reflexão, fui levado a concluir pela existência de um ser transcendente, como aliás é a conclusão de gerações de crentes que nos precederam. Convenhamos que a idéia da vida humana terminando num fosso, não satisfaz as aspirações do coração do homem.

E acrescentei logo a seguir: AliáS, Francisco, eu sei que você tem fé <e lembrei, então, o casamento religioso de tua filha e o seu próprio casamento) . Replicou êle negando qualquer significado mais profundo a estas cerimônias, para só destacar os seus aspectos exteriores: t: mais oficial, mais solene, com o órgão, os paramentos, os ritos da cerimônia religiosa ... l!: evidente que se esquiva e que tem consciência da superficialidade de sua resposta. Proponho então dizer-lhe o modo pelo qual encaro o sentido e a finalidade de minha vida e a minha maneira de entender a Igreja. O silêncio de Francisco me leva a prosseguir. Digo-lhe então, muito esquemáticamente: -

Eu creio em Deus <e as razões de minha fé)

- Procuro conhecer êsse Deus que se deu ao trabalho de se revelar a nós, enviando-nos o Cristo, seu Filho. - A medida que Deus se me foi tornando mais conhecido, passei a amá-lo também mais conscientemente. t: um pouco o que se passa com você, Francisco: conhecendo-o, é impos-

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sível que eu o ignore e isto traz como consequência uma mudança no meu próprio ser. -- A aventura de minha vida é, na essência, um duplo movimento: conhecer e amar. Conhecendo Deus pelo Cristo, veri fiquei também que não era só comigo que isto se dava e que muitos irmãos têm a mesma fé. A Igreja é isto!

Neste ponto, o silêncio se fêz ... silêncio que não era sem dúvida vazio. A seguir, voltamos ao trabalho, êle e eu. Nas últimas férias, Francisco foi para Portugal. Disse-me êle que passaria por São Tiago de Compostela e visitaria Fátima. Mais uma vez, aproveitei a ocasião para falar com êle. Tudo o que foi dito inseriu-se com tôda a naturalidade no convivia que tenho com os que me cercam nas minhas atividades profissionais. Meus eolegas de trabalho sempre souberam que sou cristão. Eu os respeito, êles retribuem com o mesmo respeito, particularmente naquilo que êles chamam, as minhas "opiniões". Com êles, eu não faço a defesa sistemática da Igreja como quem defende o seu partido. Procuro, antes, mostrar que nela, o Cristo está em ação e que as suas posições doutrinárias têm uma dupla fidelidade: fidelidade a Deus e aos homens." A PROPóSITO DE UM NASCIMENTO

"Um jovem casal escreve a seus amigos, para dizer-lhes a alegria de seu lar, com o nascimento de seus dois gêmeos (n. 0 5 e 6) . O vigário de uma paróquia próxima, amigo do casal, recebe também a comunicação. A carta é recebida por êste padre, justamente no momento em que está êle preocupado com o caso de uma jovem noiva que veio ter com êle para tratar de seu casamento mas que se opõe obstinadamente a ter filhos. Já foi recebida várias vêzes

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mas foi em vão que o vigário tentou fazer-lhe compreender o sentido c-ristão do casamento. do amor, da procriação. ~sgo­ tados tõdos os argumentos vê-se forçado a dizer-lhe que, nessas condições não lhe seria possível fazer o casamento na Igreja. Mais uma vez. a jovem volta. Nada mais tendo a dizer, o padre lembra-se da carta recebida. Passa então a lê-la sem nenhum comentário. A noiva fica a princípio surpreendida e, depois, profundamente impressionada. Não suspeitava a alPgria que é possível sentir em dar a vida. É o ponto de partida para novas reflexões, para uma conversa com o noivo sôbre o assunto e, alguns dias depois, voltam os dois dizer ao vigário que ê:e já pode admiti-los ao casamento, pois desejam agora, também êles, transmitir a vida."

Correio AMIZADE EM AÇÃO Um cosol porislense nos conto o provoção por que possou e o seu reconheclm<!nto poro com cosois que hospedoro p·y ocosiãc do Encontro dos Responsáveis.

"Há possivelmente equipistas que, lá no intimo, lamentam o fato de serem tão frequentemente solicitadoos para dar hospedagem a casais, por oc-asião dos grandes encontros das E.N.S. A maior parte, porém, sente tamanha riqueza nesse acolhimento que abrem largamente as suas portas sem a menor hesitação. Foi sempre êste o nosso caso.

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Mas, o último EnC'Ontro dos Responsáveis de Equipe, foi para nós fonte de graças particulares. Era no sábado à noite. Realizou-se em nossa casa a "rrunião de equipe", o que nos deu a oportunidade de receber casais belgas, franceses, alemães, além de um casal austríaco que se achava hospedado em nossa casa e de um assistente belga. No momento de no<> pormos à mesa, nossa filha Chantal passou pela sala, de saída para uma reunião, toda radiar.te e alegre, tendo um rápido contato com os casais. A reunião dessa noite foi excelente. Talvez mais do qHe de costume, estabeleceu-se entre nós, que pouco autes nem nos conheclamos. uma verdadeira comunhão fraterna, num ambiente de profunda espiritualidade. Terminada a reunião, de sp ed i d ~s amistosas, ficando apenas o casal austríaco que ho~ pedáv:J.=n os . Há 24 horas que o vimos pela prime;ra vez e par ece que somos velhos amigos. Conversaram muito animadamente co!Il Ch~trJ.tal , nos poucos momentos livres. As 23 horas. recebemos um te'efonema que nos alarma: Chantal sofreu um acidente. Minutos depois estamos no hr,spital. Durante a noite ~la é operada, sendo-lhe feita a enucleação do olho direito. Na manhã seauinte participamos o ocorrido aos nossos hóspedes; ficam transtornados e nós, comovidos ao ver a que ponto partlcipam de n0'5SO sofrimento. No domingo êles fazem prodü~ios para reencontrar o.s companheiros da noite anterior e preveni-los do que ocorreu . Ficamos assim rod€'ados de simpatia e de orações. Quando comunicamos a Chantal que ela perdeu a vista direita, causa admiração a todos ver a maneira como aceita corajosamente o fato; sabe como nós que as orações de ncssos amigos a sustentaram. Os nossos hóspedes partem e, ao despedirem-se, convidam Chantal a ir passar com êl€15 uma temporada em Viena, assim que se restabelecer. De nossa parte, não ousamos nos pronun10-


ciar; estávamos profundamente inquietos, pois acabavamos de saber que nossa filha sofrera uma fratura do crânio e que vão ser necessárias duas trepanações. Nos dias seguintes, em meio às nossas apreensã€s, recebemos carta dos casais todos da equipe daquêle sábado, tendo à frente o assistente. Escrevem-nos palavras de conforto, assegurando a sua união de orações. Ao lado dêles, presente e solicita, se acha também a nossa "verdadeira" equipe, como também antigos equipistas nossos e as equipes que pilotámos: todos estão em união conosco. Durante estas semanas de pesadêlo em que Chantal está sob a ameaça de uma morte súbita, nós nos sentimos de tal forma apoiados que uma grande calma nos invade e contagia os que nos rodeiam. Fala-se finalmente em convalescença. Os cabelos de Chantar crescem lentamente, a sua vista foi devidamente aparelhada.

Depois da aceitação corajosa de sua enfermidade. no hospital, onde ela era simplesmente uma doente entre outras, foi preciso que ela aceitasse ser uma deficiente entre colegas normais, o que foi certamente mais penoso. Teve ela de atravessar momentos de desânimo, quase de revolta. Nossos amigos de Viena, renovam o seu convite. TUdo corre tão bem que, seis meses depois, Chantal parte radiante para a Austria. Nossos antigos hóspedes souberam de tal forma ajudála moral e espiritualmente, além das distrações oferecidas, que esta viagem foi para ela um grande impulso para a .sua recuperação completa. Inútil dizer o quanto lhes somos agradecidos". -11-


ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

O mistério de nossa salvação nós o recebemos do Cristo; é preciso agora consolidá-lo em nós pela obra do Espírito Santo e vivê-lo "em verdade". O tempo de Pentecostes é o "nosso tempo", aquêle em que nos achamos empenhados em continuação a Cristo e na expectativa de sua volta; é o tempo da Igreja, de que Maria é a Mãe e a Rainha.

TEXTO DE MEDITAÇÃO Deus benigníssimo e sapientíssimo, querendo realizar a Redo. mundo, "quando veio a plenitudE!! do tempo, enviou seu Filho, fe ito da mulher, j)ara que recebessemos a adoção de filhos". "O qu<:•l por amor de nós homens e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou, por obra do Espírito Santo, de Maria Virgem''. tlste mistério divino de salvação se nos revela e perpetua na Igreja, que o Senhor constituiu como seu Corpo. Unidos a Cristo como Cabesa e em comunhão com, todos os seus santos, os fiéis devem ve.nerar também ., memo0r1a "primeiramente da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo". ' den~ão

Pois a Virgem Maria é reconhecida e hon rada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. . . Ma ao mesmo tempo está unida, na estirpe de Adão, com todos os homens a serem S<~lvos. Mais ainda: "é verdade~ramente a mãe dos membros de Cristo, porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros dest;., Cabeça". ( L.G. cap. 8, n.o 52-53).

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ORAÇÃO LITúRGICA Ave Maria, cheia de graça . .. Oremos: Quiseste, Senhor, que pelo anúncio do Anjo teu Verbo se fizesse carne no seio da Virgem Maria; atende às nossas súplicas. Reconhectlndo nela verdadeiramente a Mãe de Deus. concede-nos que encontremos socorro na sua oração junto a ti. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. AMÉM.


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