ENS - Carta Mensal 1967-9 - Setembro

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XX/7 a espiritualidade conjugal liminar I definição 11 histórico 111 os Papas e o Concílio a arte de viver IV V vias de acesso VI difusão conclusão suplemento .

setembro de 1 967 .

Brasil


LIMINAR

Si alguém perguntar: - o que são as Equipes de Nossa Senhora? Vocês responderiam, estou certo disto: Ê uma realidade complexa, impossível de se definir em uma só frase. Nela encontramos: - um enquadramento de responsáveis que nos diversos graus contribuem para a coesão do conjunto. - uma espiritualidade dita ··conjugal ". - uma pedagogia que se propõe a fazer descobrir a espiritualidade entre os casais incorporando-a a sua vivência. - práticas para cada membro, e comuns a cada casal. - reuniões mensais. E si o seu interlocutor fôr um espírito exigente e insistir. - Mas qual é o essencial? Qual o elemento que caracteriza, individualisa as Equipes de Nossa Senhora ... O que vocês responderiam? Quanto a mim se fôsse apresentado esta questão não hPsL taria e:n responder: "A organiza"ão de quadros, as regras poderão ser modificadas, e as Equipes de Nossa Senhora não seria m radicalmente transfcrmaàas; mas se a espirituaLdade c::njugal fôr suprimida ou modificada ou relegada para um segundo plano, ou substituída por um outro tipo de espiritualidade, monástica ou d\ celibato por exemplo, seria o fim do Movimento. : pedagogia, engajamento, Obrigações... tudo nada será re não no3 levar a espiritualidade conjugal". A história das Equipes, nos esclarece. A espiritualidade de conjugal apareceu em primeiro lugar. Os demais elementos que se vieram juntar, fora::n sempre com o fim de desenvolver esta espiritualidade. Eu não titubearia em dizer : a razão de ser do Movimento é fazer ver a.os seus membros fazer conhecer a espiritualidade conj ugal e a vivê-la. Por ser importante êste conceito e a espiritualidade ponto alto do Movimento, é necessário que os equipistas tenham uma compreensão exata. Assim sendo dedicamos um número espe_ cial da nossa Carta Mensal a êste assunto. Hcnri Caffarel


• La Definição No texto que vocês irão ler, após úefinir o que devemos entender pela palavra espiritualldade, o Pe. Caffarel nos apresenta outras faces de espiritualidade conjugal. vou responder a uma objeção que me foi feita muitas vêzes por casais e muito especialmente por membros do clero. Certamente já lhe fizeram esta mesma pergunta ou pro.vàvelmente será feita hoje ou amanhã. Multo recentemente um padre desempenhando Importante função, me Indagou com veemêêncla e Ironia: É um pouco redícula esta moda das diversas espirituaHdades. Ouve-se falar da espirltualidade dos leigos (laicato) da esplritualidade de trabalho, do casamento. Podendo mesmo ir ::nais longe : com a esplrltuallidade do engenheiro, do sindlcp . liSta, do médico. . . Qualquer dia dêste os editores não perderão a oportunidade e acharão interessante propor a feituras de vários trabalhos sôbre: a esplritualidade do aviador, espiritualidade do deputado, esplrltualidade do pedicuro etc. Seria uma coleção com nu:nerosos números como são numerosas as profissões e ocupações. Portanto diga-se antes estas gentes, !J!'Osseguiu o meu interlocutor. "Sedes cristãos 24 horas por dia, tenham sempre o Evangelho em suas vidas. E haverá uma só esplntualidade : É a do Evangelho." Eu lhe respondi que êle errara ao colocar no mesmo plano o médico, o homem casado, o pedicuro, o sindicalista, e que ai uma primeira distinção já se Impunha : entre as profissões humanas de um lado (médico, engenheiro, dentista etc.) e de outro lado as vocações divinas (sacerdócio, vida rellgiosa, sacramento do matrimônio) . 1


Uma concessão então eu lhe fiz: àqueles que exe-rcem diferentes profissões humanas, é conveniente que se diga: Seja cristão em tôda a sua vida profissional! Mas quando se trata de vocação é diferente. · As vocações são estados da vida da vontade de Deus para diretamente contribuir para a edificação e crescimento do ccrpo místico. Permitindo assim aos que a ela são chamados, se santificarem pelo exercício de sua missão e pela utilização dos soccTros e das graças particulares que esta vocação lhes reserva. Assim sendo é necessário falar de e>:piritualidades d:versas, próprias a cada estado de vida. ·•confesso dizia eu ao meu interlocutor, que se pensarmos um instante na vida do sacerdote, da religiosa, dos casados, vê-se claramente que cada um dêsses estados oferece meios de santificaão diferentes e se impõe um estilo de vida cristã própria. Portanto é não apenas legítimo mas necessário pro· curar e apresentar a espiritualidade própria a cada um. A ciência e a arte de santificar no sacerdócio e pelo sacerdócio é a espiritualidade sacerdotal; a arte e a ciência de se santificar no matrimônio e pelo matrimônio, é a espiritualidade conjugal. ~ verdade e eu estou de acôrdo que muito se fala de espL ritualidade conjugal e muitas vêzes o que chamam de espiri· tualidade conjugal está muito longe de ser. Antes de mostrar em que consiste a autêntica esplritualidade conjugal e familiar é importante deferencia-la de outras falsas espiritualidades. FALSIFICAÇõES E COMPROMISSOS

Primeiramente uma autêntica espiritualidade conjugal fião é um plágio da espiritualidade monástic~;~.. Es.pirltualidade individualista:

Tomei consciência disto quando após uma conferência fui procurado por uma senhora de meia idade que me declarou estar profundamente interessada no assunto. 2


Indaguei o porque deste entusiasmo. Eu explico senhor padre, disse a senhora: "O coronel (era assim que ela chamava o marido) quando me casei êle já possuía profundas convicções religiosas. Pertencia a Ordem 'I erceira do Carmo e possuía grande senso de abnegação e penitências posso confiar-lhe padre, que êle usava até mesmo um cilfcio. Mas devo confessar que quem mais sofria com isso era eu. " Compreendi então po11que ela me felicitara tão veemente pela palestra sôbre a espiritualidade conjugal. Assim como não se deve copiar a espiritualldade do monge, a espiritualidade conjugal não pode reproduzir a espiritualidade do solteiro. Uma mãe de famíl ia , profundamente cristã mantinha amizade com religiosas de sua região. Oada dia de sua vida, das 9 às 11 horas da manhã ninguém, nem mesmo o marido e os filhos deviam entrar em seu quarto, pois ela recit;ava o Oficio e meditava. Aconteceu que um dia êste homem foi procurar " consôlo " junto a uma mulher menos mística. E o lar teria sofrido muito se Deus não tivesse chamado a Si a espôsa mística, o que permitiu ao viúvo casar-se outra vez. Mais tarde êste homem encontrando os cadernos espiritu9.is de sua primeira espôsa, compreendeu então melhor aquela que durante anos tinha sido sua companheira, e graças a estas leituras se converteu a uma vida mais cristã. A concepção dêstes casos e o que esta senhora fêz da vida cristã nos é dado um exemplo da espiritualidade individual, onde há ausência dos encargos, das exigências de uma vidP. conjugal. Comunitarismo espiri.tual:

Passaremos agora a um outro erro que chamaremos de "com unitarismo espiritual ". Invoco uma velha lembrança. Foi em 1941. Um jovem ca.sal me procura para confessar. 3


- Padre, queremos que o senhor nos confesse juntos. Respondi: - Meus amigos confessarei um após o outro. - o Pe. Untei nos confessa sempre os dois juntos. - Sim mas hoje será feita em separado. Havia no seu pedido algo mais, sem dúvida do que um desejo um pouco ingênuo de um jovem casal. Este desejo vem testemunhar o desconhecimento de uma característica essencial de vida cristã, isto é que acima de tudo êle é o devotamento pessoal ao Cristo. Erro mais grave: Chama-se esplritualldade o que é justamente o contrário. Temo que isso também aconteça com os bem intencionados. Pretende-se servir a Deus sem a disposição de renunciar a si. Seguir a Cristo sem deixar nada de lado, sem nada renunciar. Acredita-se poder alcançar o plano espiritual sem ter que mortificar as aspirações materiais e carnais. Ambiciona_se pois ganhar o céu sem contudo perder a terra. Esta pretença espiritualidade conjugal desejaria conciliar como adoração dos cônjuges, dos filhos, da profissão e eventualmente alguns outros pequenos ou grandes !dolos. Vemos êstes casais esforçarem-se para levar uma vida reta e recorrer também á prece e aos sacramentos. Com êsse esfOrço êles procuram acima de tudo um melo de se proteger contra as crises, de assegurar sua felicidade; êles não duvidam que Deus está a serviço do amor e da felicidade dos espõsos. Face a êsses casais e a esta literatura conjugal que preconlsa e louva uma tal concepção da vida, nós surpreenderíamos a lamentar a mentalidade mais ou menos jansenista das gerações precedentes. Elas tinham pelo menos o mérito de se basear numa idéia grandiosa de Deus. Após esta apresentação do Pe. Caffarel passemos ao Pe. Carré que irá precisar o que é a espirituaHdade conjugal.

Precisemos primeiramente o sentido das palavras. Alguns pretenderam ver na esplritualidade conjugal, um refúgio face


as dificuldades concretas da existência. Outros indagavam se a propagação apostólica do lar entrava nas suas perspectivas. Ora uma e-;p-iritualidade só é autêntica quando permite a um cristão viver integralmente segundo a autentecidade do seu estado. .\ ARTE DE VIVER UM ESTADO HUMANO SANTIFICANTE

Quem fala de espiritualidade conjugai e familiar anuncia uma arte de viver utilizando todos cs recursos da natureza e da graça, a arte de viver um estado santificante. Guardemos esta última fórmula : sua descoberta e compreensão e práttca revolucionou muitos casais. i!:les conheciam a doutrina da Igreja de um modo abstrato. E ei-los levando-a a sério. Um estado humano santificante. Dois cristãos batizados, crismados, nutrido no corpo e san gue do Senhor não entre.m numa forma de existência a dois simplesmente sancionada pela ordem legal ou abençoada do exterior pelo padre. i!:les não podem santificar sua união como se procura dar pelo batismo, um valor sobrenatural a uma profissão ou mesmo a um tipo de vida onde há realidades profanas. Este não é o desejo do Cristo restaurando, recriando (diztam os Pais da Igreja) a primeira ordem do mundo com sua morte e ressurreição. O eEtado do casamento não é uma situação ou uma condição social. O sacramento faz dêle um meio, um canal de sal"ação. Santifica-se o casamento deixando-se santificar pelas graças do casamento. Assim a verdade do estado conjugal, é o sacramento do casamento que a possue. O sacerdote se santifica no exercício do sacramento da ordem, segundo a lógica vivente da sua função. :ll:le contempla o mistério da Páscoa do Senhor pois será para sempre seu ministro; ai êle encontrará uma inspiração permanente para viver sua existência segundo o Evangelho. Do mesmo modo, é em relação ao simbolismo próprio do sacramento do casamento que a espiritualidade conjugal pro5


põe a dois conjuges a santidade. Seu modêlo, São Paulo lhes deu "a união do Cristo com a Igreja". Na medida que crescer esta semelhança com êste modêlo dado por São Paulo, a medida que se acentuar esta semelhança, mesmo que seja uma vida pQbre sôbre a terra, dois espôsos viverão a verdade de l!ua vida segundo o Evangelho. Eis o tesouro nôvo e antigo que o Santo Espírito de Deus conduz no grande dia. Eis o segredo de milhares de casais. Para crescer na caridade, para tornar cada vez mais estreita sua intimidade com o Deus Trindade, êles podem procurar o sustentáculo de uma familia religiosa ou então êles padem como nas Equipes de Nossa Senhora êles mesmos criarem um estatuto que os submeta diàriamente às disciplinas necessárias. De qualquer maneira, êles não pedirão a um outrc estado que não o seu, a arte de viver sua vocação. Desta vocação o Cristo Salvador encarregou-se. Os conselhos que J!:le dá a quem almeja vida perfeita, êles acolherão e procurarão aplicá_los no estado providencial, onde, pecadores IJerdoados, devem render graças à Deus.

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Histórico

Se a doutrina do casamento não é uma novidade, é a eclosão de uma espiritualidade conjugal, bem como o aparecimento paralelo de grupos de casais, que unidos procuram ajudar uns aos outros no aperfeiçoamento desta espiritualidade, é uma característica dos nossos tempos. Não pretendemos fazer um histórico desta dupla eclosão, mas sàmente dar alguns modestos elementos. I.• -

Algumas datas.

1935 - Vários casais se reunem com o P e. Dancouer ; êste prega em 1937 o primeiro retiro para casais. 1938 - Casais procuram o Pe. Caffarel pedindo ajuda para descobrirem as riquezas cristãs do casamento e do amor conjugal. 1945 - Criação da revista de espiritualidade conjugal e familiar L'anneau d 'or. Atualmente é lida em 80 países. Seus números especiais são traduzidos para o inglês, espanhol e italiano. 1947 - Estatutos das E.N.S. - l!:ste evento faz parte do histórico do Movimento, e não estritamente falando da espiritualldade conjugal. Esta data portanto é muito Importante não temos dúvidas, no histórico da espiritualidade conjugal. Por duas razões : a) - Foi o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, o primeiro movimento de casais cuja a finalidade era levar seus membros à viverem uma verdadeira espiritualidade conjugal. b) - As Equipes de Nol:sa Senhora levaram a mensagem de espiritualidade conjugal em quasi todo o muido. Foi ela também que introduziu os retiros espirituais para csaals. Procurando no histórico da espiritualidade conjugal nos diversos países vamos encontrar as mesmas datas do aparecimento das ENS e o aparecimento e divulgação desta espiritualldade conjugal. Vejamos pois: 1947 - Bélgica e Suíça.

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1950 - BRASIL. 1951 - Luxemburgo, 1954 - Espanha. 1956 Portugal, Ilhas Maurícias, Canadá. 1957 - Grã-Bretanha. 1951l Alemanha, Estados Unidos. 1959 - Austria. 1960 - Dinamarca. 1961 - Austrália e Itália. 1962 - Oolombia, 1964 - Irlanda. 1965 - Líbano. 1966 - La Reuman, Tahiti. 1967 - Holanda. 1955 - É implantado em diversos países o centro de preparação para o casamento. Nasceu e se desenvolveu com as Equipes. Outros órgãos de preparação para o casamento foram criados em diversos lugares. 1959 - Discurso de S.S. João XXIII às Equipes encorajando-as no trabalho para o aprimora:nento da espiritualidade dos casais, que é a sua finalidade. 1961- É publicado o 100.0 número da revitsa L'anneau d 'Or 1965 - As constituições conciliares " LUMEN GENTIUN " e "GAUDIUN ET SPES ", o decreto sõbre o ap<>stolado leigo tratam diretamente da espiritualidade conjugal e oferecem elementos preciosos para ela. o discurso de Paulo VI às Equipes de Nossa Senhora onde S .S. qualifica o Movimento de "MOVIMENTO DE' ESPIRITUALIDADE CONJUGAL " . Muitas outras datas teriamos a assinalar ... Completaremos êste rápido quadro com uma nota sôbre os vários livros que são datas na história da espiritualidade conjugal. Nos trabalhos que precederam a fundação da revista e da~ ENS, foram lembrados certos livros que apesar cte terem sido publicados a anos continuam atuais até hoje. Como é o caso de: O Casamento de Von Hildebrand, (1935) A,l emanha. Cristan e do Pere Carre (1938) França. PJ:ERRE DUPONEY- CARTAS E ENSA]CS. (1930) O autor é morto aos 35 anos nas trincheiras, no sábado santo. Havia se casado há 4 anos. Seu livro só foi publicado por sua espõsa Mireille anos após sua morte. Lendo suas cartas a Mireille, uma cousa é patente: a con_ vicção profundamente sentida por êste homem cujo amor foi sua salvação. 8


Nós temos sem dúvida para apreciar êste testemunho, que transpor ligeiro obstáculo de certas atitudes de pensamentos; mas se fizermos êste esfôrço aliás bem fácil, podemos então descobrir neste livro as riquezas que êle contém. VON HLLDEBRAND- O CASAMENTO. (1935) 'l"eólogo leigo o autor de o Casamento, desempenhava na Alemanha um papel importante na elaboração de uma doutrina do casamento. Na verdade ela apresentou uma nova luz sôbre as verdades de base, que a geração de 1935 a 40 tinha uma vaga intuição mas a qual procurava uma justificativa racional. Em poucas palavras aqui estão estas verdades: - O amor conjugal é um amor de uma qualidade completamente diferente dos outros amores. l'!:ste é o amcr especifico do homem e da mulher, que se dão totalmente um ao outro. - A sociedade conjugal é uma scciedade única e:n relação a qualquer cutra, porque ela se situa a uma profundidade e cria uma comunidade de ser e de vida absolutamente excepcional e exclusiva. - O sacramento do matrimônio não é sobreposto ao conte.to natural que cria esta sociedade, mas incorporado ao amor para transfigurar em caridade. Esta é a realidade humana que pela graça do Ciristo se torna casamento. 0 casamento é uma verdadeira vocação, um estado de vida consagrado que não tem outro semelhante nesse sentido, a não ser o sa.cra:nento da crdem. - Sem cessar, na vida dos espõsos são postos em relaçãv os dois amores: o amor do homem e da mulher, e o amor do. alma pelo Cristo. O primeiro condizendo ao segundo, sem se separar dêle, mas encontrando nêle a fonte de suas fôrças vivas. A. CHRISTIAN -

ESTE SACRAMENTO ll: GRANDE

ótimo para cristãos casados, ouvir teologistas e sacerdotes falarem sôbre as suas ra;1:ões de viver. 1!: também do mesmo modo para êstes, (teologistas e sacerdotes) um prêmic É

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inestimável, não só ouvir um casal mas também receber testemunho de uma vivência cristã. Há uma idéia central neste livro que ilumina Interior_ mente esta obra: o amor de Cristo e o amor conjugal forma.m um só e igua.J amor para os esposos que querem vi,v er o seu sacramento. Graças a êste amor consagrado êles podem atingir a santidade. Foi um livro providencial. Centenas de lares em numerosos países leram e meditaram e se propuseram a colocar em sua vida o que aprenderam nêle. A. M. CARRÉ -

COMPANHEIROS DE ETERNIDAIDE

Ao mesmo tempo que celebrava as grandezas do amor cristão o Pe. Carré lembrava as grandes leis evangélicas, da prece, da humildade a viver não ao lado do amor, mas nêle e por êle a fim de que o amor realize sua alta vocação a fim de que o lar seja um lugar de graça, para que cada cônjuge seja um para o outro "seu Cristo Particular " a fim de juntos êles trabalharem para o crescimento do ccrpo místico. Recentemente em 1966 uma nova edição mais completa foi publicada provando que esse livro continua a responder ao desejo dos casais de aprofun dar sua visão do casa:nento. Mencionamos poucos livros escolhidos entre os mais antigos. Terminamos citando " O AMOR E A GRAÇA" do Pe. CAFFAREL, já traduzido em vários ediomas. Assinalamos nestas linhas quase todos os números de L'Anneau d'Or. Cada um aborda um aspecto ou outro da espirltualidade conjugal ou familiar: - o Pai Amor e sofrimento - o Cristo no lar - A família - o filho - Senhor et:).sina-me a rezar - o noivado - Casamento e a Concílio . .. Mencionamos dois números de modo especial: "O casamento, êste grande sacramento." (1963) "O casamento, caminho para Deus." 1964) ~stes dois são uma síntese da espiritualidade conjugal na sua finalidade atual. 10


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Os Papas e o Concílio

JOÃO XXIII

Quantos lares católicos, pouco a pouco, Invadidos por um ambiente de naturalismo ou imoralidade latente, perdem de vista a grandeza sobrenatural de sua vocação. É pms muito Importante que neste domínio a doutrina católica, tão sólida, tão clara, tão rica, seja em qualquer ocasião ilustrada e colocada ao alcance de todos pelo exemplo de• católicos fervorosos que se esforçam na sua conduta de espôsos, de pais e mães de família por aderir inteiramente e permanecerem fieis ao ideal traçado pelo próprio Senhor! Prossegui com humildade e confiança vosso esforço para atingir a perfeição cristã dentro de sua vida conjugal e familiar. Se é verdade que o estado de virgindade é por sua natureza, superior ao estado de casamento, esta afirmação "!m nada se opõe e vós o sabe~. ao convite dirigido a todos os fiéis para serem "PERFEI-

TOS COMO O PAI CELESTE PERJFEITO" ". Mesmo a honra que a Igreja presta a virgindade cristã, é preciosa aos espôsos; porque a castidade perfeita das almas consagradas a Deus é um ;:onstante apêlo ao ideal de amor a Deus que deve também no casamento, animar e sustentar a prática da castidade, própria a êste estado. Quanta riqueza e esperança para a Igreja ver a multiplicação de lares cristãos cujos esposos desejam segundo os termos do vosso Estatuto - que o seu amor mútuo santificado pela graça, purificado pelo sacrifffcio, seja louvor a Deus, testemunho aos homens da santidade do matrimônio e em reparação dos oecados que se cometem contra êle. Desde há muito tempo, queridos filhos e filhas esta é a vossa revolução. Desejais fazer desta socieda_ de única e privilegiada que é

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a família, uma verdadêira célula da Igreja, onde Deus seja honrado, principalmente pela oração em comum, onde sua lei santa seja observada, mesmo cC'm sacrifício, o.n: e aesa.brocham harmoniosa na caridade êstes frutos tão preciosos de ccração humano que são o amor conjugal o amor paternal e maternal, e amor filial e fraternal. Vossa missão de esposos e pais cristãos ultrapassa o quadro restrito da família. Proteger a intimidade do lar não é fechá-lo esterilmente sôbre si mesmo. A caridade se completa no

dom de si mesmo e é consagrando-se ás tarefas que a Igreja e a Sociedade vos impõem que vosso lar encontrará o pleno resabrochar cristão. Sendo acolhedor, fraterno. e.berto às necessidades dns ou_ tros, um ca.sal já faz um autêntico apostolado pelo seu exemplo, pela irradiação de sua caridade. Gostamos também de saher que cs casais elas Equipes 1e NOilsa senhora participam com entusiasmo nas diver~as obras aprovadas pela hierarquia.

PAULO VI É para nós uma alegria como também é para a Igreja ver espõsos generosos (e cada vez mais, graças á Deus) descobrirem e valorizarem os tesouros do sacramento que os uniu . Longe de vos assustar, como alguns, diante das exigências da indissolubilidade e da fecundidade do casamento cristão, vós soubestes discernir a grandeza e bondade dêle. Vós decidistes permanecer fiéis a êle e no quadro do Movimento de espiritualidade conjugal, vós esforçais para atingir a perfeição do vosso estado." Magnífico programa, em verdade cuja prática nOil numerosos países onde vosso Movimento está difundido, pode trazer uma valiosa contribuição a esta renovação da Igreja que é um dos principais propósitos do Cncílio Ecumênico.

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O OONC:ILIO LUMEN GENTIUM

Por fim pela graça do sacramento do matrimônio com o qual os cônjuges cristãos significam e coparticipam o mistério da unidade e amor fecundo entre Cristo e a Igreja, (Ef. 5,32-, ajudam-se mutuamente a conseguir a santidade na vida conjugal e na aceitação e educação dos filhos .. . É necessário que na famllia, que bem poderlamos chan1ar de Igreja doméstica, os pais sejam para os filhos os primeiros mestres da fé, através da palavra e do exemplo. Que fomentem sempre a vocação própria de cada um, e de modo muito especial a vocação sacerdotal. (n.y 11) " É necessário que os cônjuges e os pais cristãos, seguindo o seu próprio caminho se auxiliem mutuamente a conservar a graça no decorrer de tõda a sua vida, numa grande fidelidade de amor, e que eduquem na doutrina cristã. e nas virutdes evangllcas os filhos que com amor receberam de Deus. GAUDIUM ET SPES

"A famllla cristã, porque teve comêço num casamento, imagem e participante da aliança do amor de Cristo e a Igreja, transmitirá a todos os homens a presença viva do Salvador no mundo e a verdadeira natureza da Igreja., tanto pelo amor dos espõsos. sua fecundidade generosa, unidade e fidelidade do casal como pela participação afetiva de todos os seus membros. Os c.!>põsos cristãos, a fim de cumprirem condi·gnamente os de-

veres de seu estado, são for. tificados e como consagrados por melo de um sacramento especial.

c u m p r i n d o sua missão conjugal e familiaJ llar por meio de fôrça advindeste sacramento e penetrados do Esplrito de Cristc que impregna tOda a sua vida de fé, de esperança e de caridade êles chegam gradualmente a sua perfeição pessoal e a sua mútua santificação. Assim pois em comum contrib\lem para a glória de Deus " (48).

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. . . "A fam!lia é uma escola de enriquecimento de -l;lllmanidade. Mas para que possa atingir sua plenitude e sua missão, se torna necessário um clima de benévola comunhão espiritual, a união de propósitos entre os cônjuges e a cooperação cuidadosa dos pais na educação dos !ilhas.

A presença ativa do pai é importante a formação dos fi .. lhos. Por outro lado a mitc cujo cuidado é tão necessário pr:ncipalmente para os fiihos mais jcvens se-m contudo além do cuidado do lar, perJderem a legitima promoção social da mulher." n. 0 52)

DECRETOS SóBRE O APOSTOLADO DOS LEIGOS

Os espOsos são entre si, para os filhos e para os demais membros da fap!lia os cooperadores da graça e o testemunho da fé. :tles são os primeiros a transmitirem aos seus filhos a fé. Formando-os pela palavra e pelo exemplo a uma vida cristã e apostólica. Ajudando a descobrirem sua vocação e estimulando se por ventura a graça da vocação sacerdotal se manifestar nêles. A missão de ser célula primeira e vital da sociedade a famflia recebeu do próprio Deus. Ela se cumprirá pela piedade de seus membros, pela oração em comum feita a Deus, ela se apresenta como um santuário da Igreja no lar, com a particL pação de tôda a família no culto litúrgico da Igreja: e finalmente se a familia praticar ativamente a hospitalidade, bem como promover a justiça, cooperar nas boa~ obras, e no serviço de auxilio a todos irmãos que sofrem. 14


IV - A Arte de Viver A espiritualidade conjugal é uma ciência prática, uma arte de viver. Não basta, ainda que necessário, descobrir os recursos que oferece aos espôsos o sacramento do matrimônio. Estudar o capitulo "O casamento" da teologia católica e parar ai. A espiritualidade conjugal segundo o conceito das E.N ..3., "é a arte de viver no estado do casamento, tôda uma vida cristã conforme os desígnios de Deus" quer se trate de realidades especificas do matrimônio ou não. Poderíamos distinguir duas grandes partes da espiritualida conjugal e familiar: 1.0 ) a vida de cada um (vida espiritual, vida profissional, social etc. vivida na vida à"e casado. 2.0 ) a vida do casal e da famHia. Neste nosso trabalho fo calizaremos apenas a segunda parte. A VIDA DO CASAL E DA FA!UtLIA "Por uma espirituaHdade do casal cristão" *H. CAFFABEL Publicado no n.0 84 do l'Armeu d'Or. Trata-se de cristianizar tôda a vida familiar. Procurar qual o sentido cristão de tôdas as realidades familiares. E perguntaremos: "No fundo o que é o pensamento de neus sôbre o amor, sôbre a paternidade e a maternidade, a sexualidade, a educação, enfim sôbre tôdas as grandes realidades do casal?" Não basta descobrir, mas também procurar realizar da melhor paneira possível a idéia de Deus em todos êstes aspectos. ll: preciso ainda procurar aquilo a que normalmente se dá o nome de "Característica do lar cristão" ou "Estilo cristão do lar. Teremos assim, pais e filhos, pais e avós, entre o casal e os amigos. O estilo cristiio do ambiente, de casa, das refeições, das despesas.

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O estUo cristão das atividades diárias, o trabalho, os tem· pos livres, o levantar, o deitar, os serões, a hospitalidade. O que devemos fazer para que tudo isto seja cristão e que tudo isto faça resplandecer a graça de Cristo? O estilo cristão dos dla.s, o domingo não deve ser como c sábado ou outro dia qualquer, tem que ser vivido como o do mingo. O estilo cristão dos grandes ·l.COnteclmentos, o nascimento, a doença, os sofrimen tos, o casamento, a morte . . . Viver cris. tamente êstes acontecimentos. Tudo isto "para que Deus seja glorificado em tõdas as co usas ". rComo o casal não vive isolado, esta espiritualidade conju· gal e fam iliar é também uma esp:ritualidade do compromisso de casal nas tarefas humanas e da Igreja. Após termos apresentado êste artigo do Pe. CAFFAREL nos vamos ilustrar com testemunhos : Grandeza divina do amor conjug.l.l A grande descoberta dos noivos e dos recém casados, que mais impressiona, é que a felicidade de que são tcmados e o amor que os une não são suspeitos aos olhos de Deus: o a:nor é obra Sua, porque Deus é, ante de tudo, AMOR. " Até agora estivemos entre duas atitudes, das quais ne nhuma nos satisfaz; aquela em que o amor humano não cede lugar ao divino e aquela em que um destes dois amores tinha o seu lugar em nOssa vida. O aspecto que nos lmpresslor:ou mais foi a síntese magnífica em que amar o cênjuge é agir em resposta ao que Deus espera de nós. Compreendemos fi. nalpente que, na nossa vida de todo dia, podemos a todo instante, responder ao chamamento de Deus através de gestos em que realizamos a nossa vocação conjugal. " Matrlmônio-sacramentG, fonte permanente de gr.:~.ça. "A certeza da continuidade do sacramento do matrimônio que muitos Ignoram é para nós uma preciosa ajuda. As graças que recebemos no dia do nosso casamento süc atuais em todo o instante de nossa vida. Temos que recomeça.r

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J'u,Je11tento. à &z/tt(J; 1Jtend-a,l dad-

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de ~d-d-(1; Jen&.-t(J; BILHETE DE CENTRO DffiETOR

Queridos amigos: Nosso Movimento progrediu, progrediu rApidamente. Em 25 anos passamos de uma equipe para três mil equipes. (Esclarecemos que as equipes oficialmemte tem 20 anos, po1s os Estatutos datam de 1947 mas cinco anos antes já existiam algumas equipes que foram mais tarde aperfeiçoadas a adatadas.) Não faz muito tempo, há 22 anos atraz o Pe. Calfarel em seu escritório de pouco mais de vinte metros quadrados, reunia. mensalmente todos os Responsáveis de Equipe. Com o aumento do número das equipes, com a criação de equipes fora de Paris, já não mais cabiam os casais Responsáveis, que deram então a vez aos Casais de Ligação. O centro, apesar do grande número de equipes deseja estar sempre perto quanto possível de vocês. Nos encontros, nas sessões na troca de impressões ... todos somos equipistas, os ,asais que f~em parte do Centro, pertencem a uma Equipe e estão como vocês sob a "autoridade"... do Centro Diretor. Como vemos somos todos iguais mesmo quando no desempenho de função diretiva.. Somos todos irmãos. 1: por isso mesmo que as Equipes parecem uma fanúlia. As Equipes como Movimento de grande envergadura tem responsabilidades, por isto mesmo não pode estar a a.tender as solicitações individuais. Como uma dona de casa que fazendo o almôço o faz segundo um só cardápio, apesar de saber que um desejaria ca.marões, outro macarrão, e outro aiinda picadi-


nho. Se não encararmos esta. realidade na fanúlia e no movimento poderemos ter equívocos e mal-estar. Por exemplo: uma determinada equipe já completou vinte anos, e gosta por isso de um regime especiaJ. (camarões) . outra, pelo seu alto nivel de espiritualidade deseja.ri31 uma outra situação. <macarrão) . Uma ter,eira por não se adaptar aos temas de estudos, pedia pM"a estudar um outro, por exemplo: "As necessidades reais para um aprimoramento na espiritualidade conjugal entre casais jovens". (picadinho). A desigualdade de tratamento, as exceções, são muíto mais perigosas agora com treze mil Equipes, que quando havia só vinte. Uma dispensa, uma licença que talvez para uma Equipe se justificasse, poderá ser funesta para outras, que no entanto não aceitariam ser tratadas de ma.neira diferente. Aceitar o regime comum é prova e sinal de amor fraterno. Uma equipe entre três mil. . . Se êste número nos obriga a um rigor e a certos esforços, por outro lado nos traz grandes alegrias e ampa.ro. Como é bom sabermos que somos três mil equipes, que somos dezoito mil casais que querem viver para Cristo, fazer do Evangelho sua vida e a de sua família. Ma prática do amor fraterno, querem interceder por todos os ,asa.is do mundo, falar de Deus a todos aquêles que não O conhecem. Três mil equipes. Dezoito mil casais, que oferecem a Deus a sua pobreza, para que rue trabalhe no Seu reino por Intermédio dêles ... Três mil equipes que querem estar unidas, irmanadas para o bem de numerosos casais, ao serviço da Igreja para alegria de Deus.

OS VINTE ANOS DE ESTATUTO 1.0 - A l.a edição dos Estatutos das ENS foi publlcada a 8 de Dezzembro de 1947, est!Mldo pois completando 20 anos. tle nasceu na reflexão da Equipe dirigente daquela <.poca, com base nas realizações e indo de encontro as aspirações das

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EqUipes que desde 1938, guiadas pelo Pe. CAFFAREL, procuravam expressar e viver uma autêntica espiritualidade conjugal.

Certas formulações do primeiro Est~~ttuto !oram revistas por ocasião das reedições. Adaptações foram feitas, alguma coisa a mais foi introduzida, levando em conta a evolução do Movimento, mas o importante é que o essencial não mudou. 2. 0 - o Centro Diretor pensou que seri!lt bem festejar êste aniversário, como já fizemos no 10.0 ano. Nada mais justo. De fato os Estatutos é para nós um instrumento de progresso. 1!:le é o nosso ponto ,omum, a nossa base de vida. de Equipe. ll: o nosso ponto de encontro com os 18.000 casais que atualmente o adotam. Por tudo que nos deu, é motivo de alegria. e de reconhecimento. As diversas maneiras de festejar um aniversário Poderíamos pensar em aproveitar esta ocasião para dedicarmos todo o nosso esfôrço na difusão do Movimento. Os 20 anos de existência, 20 anos de experiência, são o bastante para provar que os Esta.tutos, pode convir a outros milliares de casais, de paises e raças diferentes e ajudá-los a reais progressos. Fazer um aprofundamento do conhecimento do Movimento e dos Estatutos. Para os ma·is antigos será uma ocasião de voltar às fontes. De redescobrir se fôr o caso as orientações fundamentais e assim reafirmar seu desejo de viver segundo os Estatutos. Aos casais que entraram mais recentemente a oportunidade de conhecer e compreender mellior o "elo" entre as grandes orientações {l.a parte dos Estatutos) e os métodos do Movimento. ll: comum tanto a um como a outro a tendência de vêr um só aspectodos Estatutos, prejudicando é claro a outra

parte. 3.o - Uma vêz tomada~ esta orientação caberá ao Setor programar as festividades, mas é nosso pensamento que a celebração seja a mesma, pelo menos fundamentalmente. em todos os Setores. 3


Tanto na Alemanha, Austrália•, Portugal, Canadá, Brasil ou em qualquer parte seria uma manifestação da unidade do Movmiento. Os diversos setôres sugeriram: a) Reunião de todos os equipistas do Setõr, ou setõres de uma mesma cidade, na. participação de uma Santa MISSA. A data marcada é 8 de Dezembro, podendo ser pela manhã ou a tarde conforme a conveniência da maioria dos equipistas. b) Nesta Santa Missa tôdas as equipes comprometetidas renovarão seus compromissos. Será enviado um cerimonial que está sendo elaborado. c) Após a missa haverá diversas REUNIOES JANTARES. onde os casais serão misturados, formando novos grupos. Nestas reuniões os animadores serão os Responsáveis de Equipes. Programa: refeição, coparticipação, oração. Os Assistente se dividirão entre as diferentes Equipes. Assunto para a cooparticipa.çáo

Após a leitura da primeira parte dos Estatutos cada um dará sua opinião sôbre o que mais chamou sua atenção, e por que. Textos para,,. oração: Para a meditação - Evangelho das Bôdas de Caná. . . . . Prece litúrgica. - Magnificat. Notas Gerais

Tôdas estas comemorações deverão ser marcadas por um cunho de grande alegria e que possa sentir o ambiente festivo e espontâneo, bem corno a fraternidade que é peculiar às Equipes. Havendo um só SetOr em sua ,idade vocês terão a. responsabilidade de organizar esta manifestação. Havendo ma.is de um Setôr deverão os Responsáveis se reunirem afim de deliberarem da conveniência de festejarem todos juntos ao invés de cada setOr pos si. 4


NOSSO ENCONTRO EM VARESE- JULHO DE 196'1 CR da Regioo Brasil Sul DILMA e MIGUEL J

Ao sairmos do Brasil sabíamos que o encontro da Equipes de Nossa. Senhora para Dirigentes de Paises Distantes seria em Vila Cagnola, na localidade de Gazzada, próxima a Varese, cdade de 120.000 habitantes situada a 60 km ao NW de Milão. Portanto, região dos Grandes Lagos dos Alpes Italianos. Para quem esperava, portanto, uma casa de retiros ao lado de um lago azul, o primeiro contacto com Vila Cagnola teve um "que" de decepcionante. . . Casarão a,parentemente velho ao primeiro olhar, e, já iriamos ficar sete dias tratando de assuntos de espiritualidade conjugal... Foi a primeira impressão, fruto talvez do calor e do cansaço. Vila Ca.gnola transformou-se ao vêrmos os primeiros conhe,ldos aquêles do Centro Diretor que se fizeram nossos amigos há uma semana atrás em Paris e que, para não fugir à regra das Equipes de Nossa Senhora, pareciam-nos conhecidos de tanto tempo. O que tivemos em Vila Cagnola é difícil de se tra.zer ao papel. Passada a primeira impressão entramos na. realidade de um anexo novo com os quartos, sala, cozinha, e, bellssima capela, ao lado do casarão hoje museu, construido por volta do ano 1. 700. E mais, parques imensos, jardins bem cuidados convidando p!l!"a um período de meditação, e o lago de Varese, lá em baixo, sempre encoberto pela bruma do verão Italiano. Começamos a viver num clima novo. Casais chegando, falando línguas diferentes da. nossa, professando a mesma, fé, vivendo o mesmo ideal das Equipes de Nossa Senhora, irmãos que eram nossos conhecidos de longo tempo, apesar de ter sido aquele o nosso primeiro contato. E vieram de longe, da Austrália, da Colômbia. do Ca,nad.á, dos Estados Unidos, de Portugal, Espanha Bélgi,a, França, Austria, Alemanhae Itália. Nosso encontro teve inicio naquela mesma noite, oou melhor, naquela mesma tarde, uma vez que a, noite chegaria apenas as 22 horas. Foi o encontro das apresentações. O grande circulo de 34 casais e de três sacerdotes presentes, padres Caffarel, Giblet e Houdry. 5


Um casal apresentando seu visinho do lado, depois de breve conversa. E surgiram os primeiros testemunhos. Lá estava Aurélio Daoust, canadense vindo de tão longe para nos dar um testemunho vivo de fôrça de vontade, de alegria, de fé em Deus e de grande ânimo, sentado em sua cadeira de rodas. Mais adiante a apresentação de Germaine Veyron, que ainda trabalha no Centro Diretor graças ao entusiasmo de seus filhos que a animaram depois da morte de Jacques, seu mairido há nove mêses. Foi algo de comovente e de grandiosa a apresentação que nos fe2í Genevieve sôbre Germaine, ao mesmo tempo que Constantin Sipson falou em seguida de Jacques, di2íendo que agora tínhamos um advogado no Céu para interceder à Deus por todos nós. E as apresentações continuaram, mostrando-nos a riqueza que seria a nossa assembléia que se ini.iaria no dia seguinte. Casais de cinco idiomas diferentes, de 12 pafses distintos, falando a mesma linguagem de amor, unidos pelo mesmo ideal, querendo Cristo como cabeça de seus lares e dos lares dos quasi 18.000 casals equipistas do mundo inteiro que lá estavam representados. Ao sairmos para. a nossa oração da noite na capela, sentimos a catolicidade de nossa Igreja ao recitarmos o Pater Noster e o Salve Regina. Os sotaques diferentes se uniram num mesmo tom pedindo a Deus e a Nossa Senhora por todos nós. A frase de Padre Caffaa-el dita ao inicio dos trabalhos do dia seg111inte, foi básica para todos e para tudo: "Nó, aqui reunidos para êsse encontro internacional de Casais podemos ter ou uma Babel ou um Pentecostes, dependendo da nossa disposição de espírito. Não é fácil haver um entendimento quando se encontram homens e mulheres de ifnguas diferentes, com seus ,ostumes e tradições próprios de cada um. Para que haja em nosso encontro um verdadeiro espírito de Pentecostes é necessário disposições espirituais, de inteligência e de corações." Ao final do nosso encontro, houve realmente 1\lm Pentecostes para nossos casais. Em nossas próximas linhas, procuraa-emos continuar a trazer a todos uma sintese do que foi o encontro de Varese. 6


Sabemos qeu várias Equipes, e setõres, fazem publicar seus noticiários em forma de boletins Recebendo mesmo até nomes como o caso de "A Cartinha Mensal" da equipe 19 do setor B ,apitai que já tem 8 anos de publicação ininterrupta.. Recebemos os n .0 s 1 e 2 de "BOLETIM" Reg. São PauloCapita l. Está ótimo e muito bem feito. Cheio de noticias. No n .0 2 destacamos o noticiário da GRANDE PEREGRINAÇAO a Aparecida. Esta peregrinação precisa contar com todos os Casais das Equipes e t;a.mbém poderão fazer parte casais amigos não equipistas. Do BOLETIM destacamos: "FAÇAMOS DESTA PEREGRINAÇÃO A IMAGEM DA GRANDE PEREGRINAÇAO DE NOSSA VIDA. OS CASAIS IRAO TESTEMUNHAR E VALORIZAR. PELO APROFUNDAMENTO, O SACERDóCIO QUE ll: PRóPRIO." Informa ões sôbre a peregrinação: Maria Isabel e Rubens Telefone 65-5623 - Célia e Carlos Telefone: 61-3323 - Selma e Alberto Telefone: 33-30'71 - M. Helena e Nicolau Tel efone : 70-'7925

Assim como estamos divulgando BOLETIM será para nós grande satisfação receber exemplares dos inúmeros noticiários que são publicados para podermos divulgar as atividades e novidades. Enviem para Wilna e Vinicius R. Cons. Crispiniano, n. 0 69 - 3.0 Andar Conj. 33 - São Paulo Capital.

EQUIPES ADMITIDAS

Bm.GIOA. Anvers 26, Braine-l'Alleud 6, Dinant 5, Liêge 78. Mons 6, Vereiers 9. - BURUNDI: Bujumbura 1. - OANADA"' Sherbrooke 11. - ESPANHA: Barcelona 111, 112, 113, 114, Bilbau 5, 6, Madrid 29, 30, 31, Plasenoia 1, Sevilha 21, 23. FRANÇA: Albi 3, Arras 7, Brienne-le-Chàteau 2, Carmaux 2, Chambéry 4, Guingamp 1, Les iHerbiers 1, Massy 5, N;ort 3. Pau 13, Pontivy 3, Saint-Lõ 1, Saint-Nazaire 4, Sceaux 3, stras7


bourg 9, Vernouillet 2. - HOLANDA: Breda 1. - ITALIA : Ispra 3, Tortno 18. - PORTUGAL : Oliveira de Azeméis 1, Porto, 34, 42. - U. S. A . : Détroit 1. EQUIPES COMPROMETIDAS ALEMANHA: München 7, Steinheim 1. - Bln.GICA: Andenne 1, Bruxelas 60. - BRASIL: Rio de Janeiro 6. FRANÇA: Angouiême 7, Arpajon 2, Bordeaux 18, Chantilly 3, Cratou 1, Epinai 2, Gironville 1, Limoges 9, Le Mans 15, Longwy 1, Marselha 24, Montpellier 2, Paris 93, Reims 5, Saint-Etienne 13, Saint-Maur 3. - ESPANHA: Gerone 3. - GRÃO DUCADO DO LUXEMBURGO: Luxemburgo 3. - SUIÇA: Martigny 1. - U.S.A.: Chicago 1. NOVA REGIAO BRASIL: Interior D.

NOVO SETOR: BRASIL: Taubaté.

PONHA SUA CORRESPONDil:NCIA EM DIA, RESPONDENDO

SUA RESPOSTA NOS ALEGRARA

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constantemente mas o nosso sacramento está sempre presente para nos alimentar, sustentar salvaguardar e fazer crescer o nosso amor." Responsabilizarem-se um pelo outro. A expressão "responsabilizarem-se " traduz bem, se não o que o espôso e a espõsa compreendem espontâneamente quando começam a amar-se, pelo menos o que estão prontos a compreender e a viver a partir do momento em que sua, atenção é chamada para esta realidade: amarem-se e ajudarem-se mutuamente a avançar no cminho de um perfeição simultânea humana e sobrenatural: "Para cada um de nós, escreve o espôso, virá um dia em que, face a face com Deus, prestaremos contas da nossa vida. Imagino que a primeira pergunta <se assim ouso dizer) será.: Confiei-te uma mulher e filhos para os ajudares e tornaremse santos; que fizeste?" A união espiritual dos esposos. Desde o inicio da vida de casado os cônjuges ace:tam a idéia, que muitos não tinham pensado, de que para a união ser duradoura, deverá realizar-se também no plano espiritual. "É preciso que a união entre os cônjuges seja tão completa quanto possível. União, e não associação ou justa posição. Cada um dêles contribui com vários elementos, tão indispensável um como outro, para a edificação de uma obra comum . É porque são complementares que se podem tornar "um". Que esta unidade se realize no plano corporal, de coração, do espírito, já é maravilhoso. Mas o pais importante é que além disso, é que esta união se deva realizar no plano espiritual, graças á presença de Cristo! " Concepção cristã da sexualidade e da fecundidade Também aqui o cristão descobre maravilhado o pensamento de Deus. o ensinamento cristão, vem esclarecer e nos tira 17


das trevas que a concepção pagâ da unlâo dos sexos tentava mergulhar. o amor entre espOsos é reflexo na carne de um impulso que tem a sua origem no plano espiritual, ao próprio nfvel da " pessoa ". - "tFol bom para nós vermos a Igreja dar à vida carnal um sentido verdadeiramente criStão. Deixar de ser considerada como o pior que pode acontecer. Como um remédio a concubicência passar a ser integrada na visão do amor." - "Grandeza do matrimônio! Deus delegou ao homem o seu poder de transmitir a vida. Depois de Adão, Deus não criou diretamente mais o homem. Entregou e submeteu a sua fõr çn criadora à vontade do homem. Comprometeu-se e obrigou-:;e a dar uma alma a todos os seres concebidos, mespo que tenham sido no pecado ou na revolta contra a Sua. lei de amor e de pureza". Preacupação -

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Educação

- "Muitos pais descura.m da. vida espiritual de seus filhos para ir fazer fora de casa o apostilado. Esquecem-se que o seu primeiro dever é evangelizar os seus filhos. Devem se preocupar não apenas com o seu desenvolvimento fís :co, com o seu bem estar ccrporal, mas também com sua alma ". - "Se antes de agirmos ou reagirmos perante os nossos filhos, perguntássemo-'! a nós: - Como agiria o Pai se estivesse no nosso lugar? Como agiu l!:le para com os filhos de seu povo, em iguais casos? Decerto a educaãão dos nossos filhos teria outro vigor - outra qualidade! B~tSpitalidade

- " Pelo matrimônio, recebemos uma graça e uma tarefa apostólica dentro da Igreja. A ho pitalidade. Hospitalidade de acolher todos aqueles a quem falta o pão ou o amor. E sem dúvida o mais eficaz e autêntico apostolado familiar ". l!:ste apostolado, o de acolhimento se exerce junto de várias categorias de pessoas. 18

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Além de nossos familiares poderemos citar: os jovens e os noivos os !solados os casai~ o clero Os jovens e os noivos

Para com êstes os casais tem deveres especiais; os amigos de nossos filhos, os estudantes que estão longe das fam1l!as. Aqueles que por outras razões vem do interior para morarem nas capitais. Os isolados

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Todos aquêles que sofrem a solidão. Para com aquêles que nunca tiveram um lar ou então o perderam. Os casais

Nada mais próprio para casais que o apostolado fe;to jun to a outros casais que se encontram em dificuldades. OS desunidos, divorciados, os descrentes, enfim uma palavra de encorajamento de fé para os desquitados. Só os casais estão em melhores condições para compreender os seus problemas e ajudá_ los a encontrar as soluções, ou pelo menos o confõrto moral. O clero

Para atenuar o isolamento de muitos sacerdotes. Para servir de intermediário entre o padre e os que não podem atingir diretamente. Atividades fora do lar. Procurar fazer parte do Centro de Preparação para o Casamento, como animador de retiros para os noivos, aceitar responsabilidades em MOvimentos de casais, nas associações .àe pais e mestres, na escola de pai§ etc. 19


- "Faço parte de uma Associação de Pais e Mestres, tenho t"do ótimas oportunidades de falar a outros casais sôbre a espiritualidade conjugal. Sinto grande interêsse ao falar das ENS " .. "

- "Nos encontros com os noivos, o nosso amor se rejuvenece. Como tudo isso é bom para nós que já contamos com 17 anos de casado" . Educação no sentido apostólico.

o grande meio para se utilizar : o clima fam1llar, para orientarmos no sentido da caridade. - " Conversar. Conversar mais, por exmplo à mêsa sôbre um certo problema um sofrimento que tivemos a ocasião de evitar, ou então a neceõsidade de um auxilio mútuo. 1l: certamente abrir o coração e o espírito dos nossos filhos, talvez per-lhes já a idéia de trabalhar a procura de soluções para problemas do próximo.

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A VIDA CRISTA NO LAR

Muitos casa1s dizem que encontram muitas dificuldades e muitos obstâculos à sua vida espiritual. Mu:to trabalho, falta de tempo as canseiras, as preocupações financeiras etc. Enfim por terem uma vida muito "acidentada ". Na verdade, ignoram estes casais que tuào isto faz parte da vida de casado. Estado êste que escclhemos levados por uma vocação autêntica. Não temos pois o direito de nos libertarmos delas. - "A importância que o "material'' ocupa em nossa vida constitui certamente um sério obetáculo ao nosso aprimoramento espiritual. Pessoalmente não creio que a oposição entre a. vida material e espiritual venha a resolver o problema. Pensamos pelo contrário, que o sinal caracterist!co da vida espiritual dos leigos casados é Eantificar tôdas as realidades materiais, e fazê-las subir até Deus através da oração."

GRAÇAS A QUE :MEIOS, PELA PRATICA DE QUE VIRTUDES CAI\IINBAREI\IOS PARA Ul\'IA AUT~NTICA VIDA CRISTA DE CASADOS?

Nesta caminhada citaremos alguns dos muitos meios: a oração a oração conjugal o perdão mútuo o exercíc;o da caridade regra de vida renúncia - desapêgo 21


A oraçAo

- "Nem sempre é fácil encontrar Deus nos pequenos acontecimentos de nossa vida diária. É um ato de fé e de confiança que necessita ser alimentado realmente e constantemente e não apenas esporádicamente. É por isto mesmo que devemos reservar em nossas vidas um tempo eepecial à oração. Oração pura e desenteressada, durante os quais havemos de procurar apenas encontrar Deus." A oração conjugal É muito importante. Um casal chega mesmo a dizer que é esta oração que distingue a espiritualidade conjugal dos outros estados de vida. - "Somos um casai que Deus uniu. Vivemos juntos, somos felizes juntos e sofremos juntos, é pois normal que rezemo> juntos. o casal não é o mesmo que a família e como tal tem o obrigação de prestar o seu culto a Deus. Ela jamais pode ser substituída pela oração familiar, pois sãocousas diferentes. A oração conjugal jamais poderá ser trocada pela oração familiar, pois é ela tão importante como a outra."

O perdão mútuo

- "Quando uma discussão mais séria surge entre nós, se temos a coragem de rezarmos juntos, tudo se normalisa ou pelo menos se apazigua. Como diz Miriam, não podemos deixar de pensar nas plavras de Cristo: "SE o teu irmão tem alguma oouca contra ti. .. Chamamos atenção a êste depoimento pelo seu conteúdo humano e· belo: - "Estava marcada uma viagem para mais alguns dias. Na verdade seriam alguns dias apenas a nossa separação. Um dia antes da viagem discutlnmos. o ambiente estava carregado e pesado. Sentíamos que aquela hora seria infalivelmente estragada por causa de nosso orgulho, que nos impedia de dar o 22


primeiro passo. Um de nós propOs que nós ajoelhassemos. Perante Deus fOi necessário renunciar ao nosso orgulho, e não continuar a se fazer de mais forte. Na Sua presença pedimos perdão um ao outro. través da oração pessoal em voz alta, t ivemos nessa noite uma abertura tão cheia de verdade e intensidade, como nunca tínhamos suposto poder ter." O exercício da caridade

- " A vida em comum de marido, mulher e filhos , com os peculiares e inevitáveis choques e atritos, nos oferece constantemente um meio de praticarmos a caridade. É verdade que muitas vêzes é mais difícil do que quando se trata de estranhos. " Regra de vida

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Da necessidade de termos uma regra de vida como elemento de aprimoramento da espiritualidade já n ão é mais contestada. Isto para todo o cristão. Para o cristão casado além da pessoal há a regra da vida para o casal. Renúncia -

Desapêgo

As palavras renúncia e desapego surgem mais nat uralmente aos casais do que a palavra "pobreza ". - "O verdadeiro sentido da pobreza não será o desapego dof- vários bens terrenos ? Esta virtude nós devemos cultivá-la alegremente : quer se trate de um objeto querido que uma criança quebre, das flérias tão esperadas e preparadas com tan_ ta alegria e antecipação, que por um imprevisto são p osta de lado. Poderemos nós fazermos projetos com a certeza de realizarmos? Fazemos mas depois entregamos a confiança a Deus.'' Vários casais dizem que apesar de não terem feito os voto-, de pobreza, castidade e obediência, há no entanto na vida dos cristos casados freqüentes ocasiões de praticarem a sua maneira, estas .três virtudes. 23


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Vias de Acesso

Se nós enumeramos alguns dos meios para descobrirmos e para vivermos a espiritualidade conjugal, são pois êsses mesmos meios que usaremos para prepor e sugerir para aqueles que desejamos difundir esta espiritualidade. Veremos primeiramente o que nos leva a descobrir a espiritualidade conjugal e depois os meios que nos levarão a viver esta espiritualiàade. 1.• a)

Como descobrir o pensamento de !Deus< sôbre o casamento e qual a vida cristã dos casadosPelo estudo

TEMAS ESPECíFICOS: EStudando, re-examinando os temas dcs dois primeiros anos, como "A oração no lar··, " Clristo no lar ", e outros. TEMAS GERAIS : Os temas gerais poderão ser estuda_ dcs pelos casais, o Evangelho (muito importante sôbre espiritualidade) se nós o fizermos em ,função do estado de cristãos casados. Fazendo esta indagação : "De que modo õste tema pede esclarecer e influenciar a minha vida conjugal e familiar?" b)

Palestras e Conferências

Por meio de conferências, palestras mesas redondas, debates versando sôbre espiritualidade conjugal. Caso estas reuniões não sejam feitas . .. Não será nosso dever ccmo equipistas promovermos para nós e para os outros? c)

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É sem dúvida o melhor meio de descobrirmos (e ajudarmos os outros a descobrirem) êste pensamento de Deus

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Retiros

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sôbre o casament», sôbre nossa vida cristão casados. pela oração e recolhimento que amadurecem as verdades ensinadas.

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Nota da Carta Mensal Brasileira : - Torna-se digna de divulgação e de louvores o trabalho maravilhoso de uma equipe de São Paulo, Capital, que vem promovendo retiros para casais que não pertencem as Equipes. Podemos contar com várias centenas de casais que se beneficiaram com esta iniciativa. Os inúmeros, comoventes e sincedos depoimentos comprovam os valiosos frutos advindos dêste trabalho. Não podemos viver segundo o pensamento de Deus se não O conhecemos. para amar é preciso conhecer: "Amar é conhecer··. . . Só cem o esfôrço da leitura e da reflexão é que conheceremos á Deus. "Os que buscam o Senhor compreendem tudo" (Prov. 28,5) c) Outros meios Cada cônjuge que fôr assíduo à comunhão, leitura dos Evangelhos, participação diária à missa, trará também grande beneffcio para ambos. "Tudo aquilo que purifir.:l e alipenta cad.-J. um dêles, purifica e alimenta o casal." 2. 0 - Como exercitar n;J. vivência do pensa~.mento de Deus sõbre o matrimônio e na vivência da verd'adeira es>piritua· lidade conjugal? Descoberta esta espiritualidade, temos que nos esforçar pa ra vivê-la. Citaremos alguns meios que jâ são familiares dos equipistas : a) - Oração conjugal e familiar. b) - o dever de sentar-se. c) - Leituras, meditações e retiros. Mas é em todos os momentos da vida conjugal, da vida familiar, que esta espiritualidade se vive, ou se pode viver. Tôdas ocasiões são boas para fazermos apêlo às graças do matrimônio e para exercermos o nosso apostolado de casal : cu1to a serviço de Deus.


VI- Difusão "Os cristãos, aproveitando o tempo presente, e diseerniudo bem o que é eterno do que é passageiro, deverão ativamente promwer a-s valores do casamento e da família; êles o farão pelo testemunho de sua vida pessoal a par de uma ação concreta com todos os homens de boa vontade. Vencidas as dificuldades, proverá<> às dificuldades da família e assegurarão as vantagens os benefícios que convém aos tempos modernos. Para atingir êste objetivo ajudará muito o sentido cristão dos fiéis, a reta coil9ciência moral dos homens, a sagacidade e a competência daqueles que se dedicam ao estudo das ciências sagradas. " (Gaudium et Spes, n.0 52l . ~ste texto do Concílio é um convite à ação familiar em geral. Mas é evidente que é para os cristãos de ação apostólica, religicsa e verdadeira ação social. Paulo VI falando às Equipes de Nossa Senhora, convidou-as expressamente a difundir o que chamou de "nosso nobre ideal" cc.mo também o é das Equipes de Nossa Senhora. Assi:n falou S.S. Paulo VI no dia 9 de Junho de 1965: "Assim, queridos Filhos das EQUIPES DE NOSSA SENHORA, Voltai para os vossos países e levai o exemplo irradiante de uma vida conjugal de alto n!vel espirituaL Atrai novos casais para o vosso nobre ideal. Dizei-lhes que o Papa conhece o vosso Movimento, que estimula, que abençôa paternalmente o seu fundador, cs seus dirigentes e todcs aqueles que aderirem a êle e trabalharem para a sua expansão." 1.0

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O QUE DEVEMOS DIFUNDIR?

Uma autêntica espiritualidade de um lado, e do outro os me;os de se tornar conhecido e de se viver. a) Uma autêntica espiritualidade. o Pe. Carré nos dii: "Uma tremenda desvalorização de

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valores nos ameaça", e continua. "Despertar naquele com quem nos encontramos o desejo de viverem a dois as insondáveis riquezas do Cristo", é êste o fim que se deseja atingir. Trata_se de difundir a espiritualidade conjugal. Que devemos difundir? As verdades que nos maravilharam quando as descobrimos. E não a difusão de uma simples moral ou apenas conhecimentos acêrca da psicologia do casal. Devemos estar bem vigilantes neste ponto! b)

Os meios de conhecê-la e vivê-Ia

Divulgar e indicar aos noivos o Centro de Prearação :tra o Casamento, ou outros organismos com o mesmo fim, os retiros pa<a noivos, palestras, livros apropriodcs ... ; para os casais as belezas da espiritualidade conjugal. Fazer conhecer os benefícios da oração conjugal, da oração em família e do dever de sentar-se. 2. 0

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COMO DIFUNDIR?

Parte desta difusão pode ser feita através de contactos pessoais, podendo ser feito aproveitando as reuniões de senhores, senhoras, casais, jovens etc. Mas quando esta difusão se faz num bairro, numa cidade esta ação individual não é suficiente. É por isso que as Equpies de Nossa Senhora, desde sua fundação, se sentindo responsável por esta difusão, procuraram desde logo um trabalho coletivo, convidando os Setores a êste trabalho. Há um ano o Centro Diretor, no desejo de ver o trabalho dos Setores mais eficazes, pediu que em cada equipe de Setor acha um casal responsável pela difusão É co:no há casal responsável pela informação das ENS, ou pilotagem ... Éste casal é particularmente encarregado de tôda difusão, exigindo pois uma organização. Reverá promover, palestras, conferências, retiros etc. Da nota enviada aos setores com data de 2 de Maio de

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1966 nos daremos um breve resumo de quais as atribuições do casal responsável por esta difusão: - " As Equipes de Nossa Senhora, tem a profunda convicção que o movimento de renovação da Igreja, exige a renovação do casamento, e sentem-se com esta responsabilidade. O Papa e os Padres do Concílío mobilizam todos os cristãos para trabalhare:n na renovação da Igreja. Individualmente ou em grupos no .que lhe concerne. S.s. convidou de forma premente as Equipes de Nossa Senhora a serem portadora:; desta mensagem. o Centro Diretor decidiu em vista disto empreender, em conjunto com tcdo o Movimento, um esfôrço maior e mais vigoroso, p11.ra a difusão da espiritualidade conjugal. É preciso que todos nos sintamos comprometidos e responsáveis. Para se conseguir isto foram tomadas as seguintes resoluções: 1.

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Pedir a cada Responsável de Setor designar, e fazer entrar na equipe de Setor um casal com a. incumbência especial de organizar a difusão da espiritualidade conjugal. Divulgar a todos os equipistas um nôvo e valioso auxiliar do apostolado: "0 Evangelho em tôda a nossa vida" (esta coleção foi criada para propiciar o diálogo religioso, difundir a espiritualidade conjugal e sendo também fonte de aprimoramento para os equipistas).

Esta coleção é composta de cinco séries: Vi'dla conjugal. Vida familiar. Educação. Vid.~ espiritual. A Bíblia. 0 3. - Convidar a todos os Equipistas a serem ardentes divulgadores da espiritualidade conjugal, usando todos os meios de divulgação que tenham ao seu alcance. O responsável da difusão, tal como por exemplo, o casal responsável pela "informação" ou pela " pilotagem", uma vez que pertencem à equipe de Setor, atua sob a responsabilidade do R.S., de acôrdo com êle e o Assistente de Setor. 28


IConclusão Um jovem e uma jovem ama m-se e se casam. Tudo muito simples. Não se apercebem dos privilégios que têm. Não su· põem o longo caminho que as gerações passadas tivera:n que percorrer para que dois jovens tivessem a liberdade de amar, de escolher e de se casar. Certamente o casamento de seus avós foi realizado e decidido mais pelos pais que pelos próprioS noivos. Neste tempo os pais com muita gravidade declaravam : - " O amor é uma causa, o casamento outra." Hoje êles se casam, graças a corfdições psicológicas e sociológicas absolutamentes novas, que lhes da o direito de casar por amor. Nisto não só as condições sociais lhes advoga a causa, mas também e muito especialmente a conjectura rellgiosa. ll: uma geração que graças ao decreto de Pio X pode receber a Eucaristia com sete anos e passar a alimentar-se espiritualmente com frequência . Sua religião deixa de ser " legalibmo " e passa ser de amor. Amor de Cristo. É a fusão de doi s amores em seus corações que é a explicação de tudo ... l!:stes dois amores o de Cristo e o do cônjuge são cada um ao tipo total e exclusivo. Não sofrem composições. É por isso que êste jovem casal sabe que não há oposição entre êles e que devem viver em um todo e nunca separadamente. o casamento é um sacramento, quer dizer que Cristo transmite a Sua graça aos espôsos através do matrimônio, pelo dom do amor que fazem um ao outro. O amor de Cristo utiliza o amor humano, tal como a água ou o óleo consagrados, para se manifestar e se comunicar. Não apenas para santificar as almas, mas também para transfigurar o próprio amor conjugal, ao mesmo tempo tão ardente e tão frágil, a través do qual Éle se quer dar aos espôsos, ao longo de tôda a sua existência . o dom mútuo dos espôsos, meio que Deus se serve para lhes conceder a Sua graça, é também o caminho que têm de utilizar para ir até Éle porque, para dois cristãos unirem-se é preciso comprometerem-se ao auxilio mútuo no caminho do Se_ nhor. O amor conjugal revela-se portanto em ordem ao amor de

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Cristo ; através dêle Cristo dá-se aos espõsos e os espêsos dão-se a Cristo. Compreendido istc, compete tentar vivê-lo diàriamente uos pequenos acontecimentos da existência do dia a dia. Santificar o amor, aderir a Cristo - "no melhor o no pior". Ajudar os outros a descobrirem esta espiritualidade conjugal e familiar. Assim se explicam os movimenLos de casais, a enorme expansão dos retiros para casais, o grande número de publicações sóbre o casamento ... Há ainda muita causa a se descobrir, pois a princípio havia muita ccusa que nã estava bem explícito nem bem expressa mas tudo estava em germen. Por esta razão se impõem um esfôrço imenso para dar a conhecer aos cristãos do mundo inteiro o pensamento de Deus sôbre o casamento. Esta idéia divina do matrimônio já se propagou, já conquistou um número cada vez maior de casais, revelando-lhes as riquezas da graça que Cristo lhes propõe e a cooperação que separa dêles para que o Reino de Deus venha sôbre a Terra. Nos dias de hoje, em que a população do mundo aumenta em rítmo vertiginoso, em que na maior parte dos países o clero é escasso, é para os casais cristãos que nos voltamos cheios de esperanças. Que arauto do Evangelho, tão cheio de persuação, não seria um lar onde reinasse o amor entre :narido e mulher, pais e filhos, irmãos e irmãs! Proclamaria e numa linguagem Internacional, compreensível para todos, a da felicidade, - qual a união dos corações e a salvação que Cristo opera naqueles que se abrem à Sua lei de caridade e à influência da sua graça. Um casal cristão é uma parcela da humanidade onde Cristo realiza aquilo que realizaria a escala se o mundo lho consentisse: o Reino de Deus. CalcUlamos serem 120 milhões os casais que vivem sob o sacramento do matrimônio. Ah! se todos êles conhecessem a sua missão e o seu poder!!! 30


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Oração para a próxima meditação TEXTO PARA A MEDITAÇAO

"Por Cristo renunciei a tôdas as causas, para ganhar a Crl.sto ... a fim de o conhecer a ~le, e a virtude da sua ressurreição e a participação dos seus sofrimentos, assemelhando-me à Sua morte. Para assim ver se de algum modo posso chegar a ressurreição dos mortos ... Nós porém somos cidadãos do céu, de onde também esperamos o Salvador, Nos~o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo de miséria, fazendo-o semelhante ao Seu glorioso corpo, com aquêle poder com que poude também su-jeitar a si tôdas as cow:as." (Filip. Ili)

ORAÇÃO LITúRGICA

ll: verdadeiramente digno e justo, e um dever salutar, darvs graças em todo tempo e lugar, ó senhor, Pai Santo, Deus todo poderoso e eterno, por Cristo Nosso Senhor. O qual depois da sua gloriosa Ressurreição, apareceu visivelmente aos seus Discípulos e na presença dêles, subiu a.:-s Céus, para nos fazer participar da sua Divindade. ll: por isso que com os Anjos e os Arcanjos, com os Tronos e as Dominações, e com todos os Espírlts celestes, cantamos o hino da vossa glória, dizendo sem cessar:

Santo, Sa):!to .. ,

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