ENS - Carta Mensal 1965-9 - Setembro

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EQUIPES OVAS

Ed'torial O último padre O nosso Movimento Carta do Cardeal Feltin Leitura A Fam:lia e o Padre O Assi~ente na Reunião ~e Equipe Para v:ver melhor os Estatutos Liturgia da Família Bençãc das futura; mães Diálogo Oração para a próxima 1eunião ..

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Publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Casal Respons6vel: Nancy e Pedro Mancou Jr. Redação e exped!çélo: Rua Paraguaçú, 258 São Paulo 1O SP Com aprovação eclésl6st!co


EDITORIAL

O ÚLTIMO PADRE Conhecem o romance de Grahan Creene, "O Poder e a Clória''l A a!;ão passa-&e no México vermelho. E' a história de um padr·e, do último, porque todos os outros foram massacrados ou fugiram ... Unr pobre ministro de Deus, cobarde e alcoólatra . . . Porque estará ~:nda ali, tendo a cabeça a prêmio? Porque não atravessou a fronteira, êle que é perseguido como um animal? Não lhe falta vontadll para isso e não é a coragem, ou qualquer outra virtude que o retém. Mas, tal como a agulha magnética não pode resistir ao norte, também êle não pode libertar-se da atração que sôbre êle exercem, <l'!Ui uma pobre mulher moribunda, alí uns poucos campone:r;es com fome dêsse Pão que só as suas mãos consagradas podllm partir. Existe nêle, mais poderosil do que o seu pecado e a sua covardia, uma força que, constantemente, e mltsmo sem êle o querer, o leva ao seu polo - a graça sacerdotal. Não pretendo contar-lhll's o livro. Quero apenas confiar-lhll'S, com a maior franque:n, um pensamento que me surgiu durante esta leitura. Votês que estão lendo estas linhas, vocês são ricos. Ricos ds inúmeras cois<.4.s. Ricos de padres. Já pensaram nisto alguma ve:r;i' Se lhes cu~ta a compreender o que lhes quero di:r;er, perguntem aos prisioneiros que, nos seus campos de concentração, ficaram privados, durante longos mêses, de qualquer visita sacerdotal. Hão-de di:r;er-lhes que há uma fome, a da alma, ainda mais torturante do que a fome f;sica; uma penúria espiritual infinitamente mais difícil de suportar do que a privação de bens materiais. ~sses que experimentaram a amargura da pobre:r;a, compreendem :~gora a sua riIJI.ielll tual"e os privilégios que têm!


Ora , a riqueza "ia obrigações. No último dia hão de ouvir esta pergunta: "Que fizeram dos talentos que lhes foram confiados? Que fixeram dos padres que tiveram à sua disposição? Oxalá que não vejam ergue r-se pela frente, a multidão imensa dos ignorantes, dos infelizes, dos pagãos, acusando-os de os terem privado da Boa Nova , açambarcando os padres que lha poderiam ter levado. Não vou falar das mil e uma maneiras de monopolizar os padres. Quero apenas considerar as suas relações com o Assistente da equipe, Acham natural que cor~sagre só a vocês uma ou duas noites todos os mêses? Terá êle o di reito, já não digo o dever, de corl'l!sponder ao apêlo que lhe fazem? Conheço padres que interrogam com angústia: Poderei ir ainda ao encontro dêstes que já receberam tanto, quando há tantos que estão à espera? Se o padre encontrar em vocês colaboradores que sejam testemunkas nos meios onde êle não pode entrar, e lhe preparam a\ssim o caminho; se prolongam e de certa maneira multiplicam o seu sacerdócio, então não tenham receio. A sua presença entre voccês é legítima . Se têm a preocupação de conseguir maior campo de ação para o seu sacerdócio, se lhe preparam encontros com os que du vidam ou procuram, não sois avaros nem "maus ricos". Mas se assim nêio fôr . . . Não concluam apressadamente, sem fazer antes um sério exame de consciência. Greene sugeriu-me outro pensamento. Transmito-o sem comentários. O rico precisa de alimentos requintados; o mendigo come uma côdea de pão com alegria. Vocês, os ricos de padres , são às vê:l:es muito exigentes, Querem discursos que lisongeiem o seu gôsto inte lectual, um fervor excepcional, qualidades raras, etc. Desdenham fàcilme,nte quem as não possui: é porque não procuram em primeiro lugar o padre, no padre. Será preciso uma revolução como no México, para chorarem de emoção ao beijarem a mão consagrada de um pobre padre alcoólatra? H.ENRJ CAFFAREL 2


o nosso movimento Na Igreja, tal como na sociedade civi l, tôda associação é levada a traduzir, mais dia menos dia, sob a forma de Estatutos, a sua natureza, os seus meios de ação, a sua finalidade. Não convém fazê-lo prematuramente, para que a associação não tenha os seus movimentos tolhidos dent ro de um molde por demais r:gido, o que poderia comprometer a sua evolução e as adaptações necessárias. E' preciso fazê-lo , porém, tõo logo seja poss·vel, a fim de assegurar o seu desenvolvimento numa direção bem definida e poder dirimir qualquer hesitação ou d iscussão sôbre as caracter:sticas pró pr!as do agrupamento. As instituições novas, na Igreja, são primeiramente aprovadas pelo bispo do local da fundação. Em seguida pela Santa Sé , uma vez que reconheça a sua conveniência. Os Estatutos das Equipes de Nossa Senhora foram aprovados por S. Eminência o Cardeal Feltin, cardeal arcebispo de Paris, em carta de grande importância, cujo texto transcrevemos a seguir. Este documento fundamental, no qual os caracteres do nosso Movimento se acham definidos com vigor e clareza, merece ser lido, meditado por todos e estudado em reunião da equipe. Nosso lugar dentro da cristandade, não podia ser determinado com maior nitidez. "Testemunha do desenvolvimento das Equipes de Nossa Senhora na França e no mundo, ciente do desabrochar espiritual dos casais que a elas se filiam, sinto-me feliz por ter a oportunidade de exP'rimir meu pensamento à direção do Movimento.

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Na qualidade de Bispo do lugar da fundação , tendo estudado os Estatutos que me foram apresentados, declaro com prazer ac Centro Diretor do Movimento que os aprovo. São o fruto de uma langa expe1iência que demonstra como um quadro administrativo, ao mesmo tempo firme e flexível, favorece o progresso da caridad~ e a irradiação dos casais. Portanto, continuem tod~ fiéis à inspiração inicial e às cara<:terísticas do Movimento: espiritualidade, supranacionalidade e estrutura leiga. As . Equipes de Nossa Senhora são e devem continuar a aer um movimento de formação espiritual. A sua razão de ser é leva r os seus membros a descobrirem as exigências e a grandMa de ,sua vocação de batizados e ajudá - los, através dos estatutos e da estrutura do Movimento, a "tender à perfeição da vida cristã, no quadro da vida conjug!JI e familiar" , conforme as palavras de João XXIII, no discurso dirigido em maio último, aos mil casais do Movimento. Escolas de perfeição, as Equipes de Nossa Senhora não devem ser colocadas entr·e os movimentos de Ação Católica, nem entre os movimento~ familiares. Devem a justo t;tulo aspirar a ser um celeiro de militantes que, de acôrdo com a vocação de cada um, participar-ã o numerosos na vida da Ação Católica e nas obras diversas aprovadas pela hierarquia; irão se engajar nas tarefas tempora h1, com a preoc upação de levar até elas o seu teStemunho de cristãos e contribuir para a instauração de uma ordem social conforme aos ensinamentos da Igreja. 2 -

O objetivo de formação espiritual, justifica o ideal de das Equipes de Nona Senhora. A vida espiritual não tem fronteiras: esta grande fraternidade espiritual e supranacional dct,~ casais unidos num s6 movimento, impfantado em mais d e vinte países, é precioso testemunho dentro da cristandade e, ·a o mesmo tempo, uma grande esperança.

~uprana ciona lidade

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Esta suprartacionalidade, para não ser artificial e permanecer na caridade de Cristo, exige ao mesmo tempo uma direção forte e um leal e;p' rito de disciplina por parte dos quadros dirigentes e dos mGmb os das Equipes. Sem isto o Movimento ficaria desarmado ante a tenMção que ameaça todo agrupamento espiritual - a de se inclinar p:ara objetivos de ação. Ceder a esta tentação seria, para ô!S Equipas de Nossa Senhora, renegar a sua razão de ser. 3 Há vantagem em que, em todos os níveis, as responsabil=dades dirigentes sejam exercidas por leigos. Tal fato se enquadra bem na linha de promoção do laicato, tão fortemente favorecido pela Santa Sé, de trinta anos para cá. O sacerdote que, segundo os Estatutos, presta anistência ao Casal Resp:onsável de Setor, tem por mi~ão, comunicar aos casais animação e conselho espiritual e assegurar, ao mesmo tempo, a ligação com o Bispo da diocése. O Centro Diretor Internacional do Movimento, dada a responsabilidade doutrinária e e5peritual implícitas em suas funções, tem como res;Jonsável um sacerdote designado p:alo Cardeal Arcebispo de Paris. Esta função foi exercida até agora pelo Rvmo. Pe.Caffarel, fundador d;:s Equipes de N'ossa Senhora. A aprovação que damos aos Estatutos é para nós ocasião de confi;mar o Rvmo. Pe. Caffarel nas suas fun!JÕes e de lhe afirmar nossa inteira aprovação pelo imr-·u1so espiritual e doutrinário que imprime às E11uipes de Nossa Senhora, assim como pelo modo sábio pelo qual êle e seus colaboradore!< as conduzem, num espírito de absoluta docilidade e fidelidade para com O$ Bispos e a Santa Sé, espErito êste nunca desmentido".

Aprovação dada em Paris, a 25 de março de 1960 Assinado: Maurice Cardinal FEL TI N, Archevêq1111 de Paris.

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Como eco à primeira parte da Carta de Sua Em.cia o Cardeal Feltin , dirigida à s Equipes de Nossa Senhora, O· Rev. Pe . Caffarel explica o que devemos entender por "Movimento de espiritualidade" . "Quando lhes perguntam o que são as Equipes de Nossa Senhora, respondem sem dúvida: "Grupos de eJSpiritualidade". Come certame nte já notaram, as reações a esta defin"ção são muito va riadas. Nem sempre são de interêsse ou simpatia. Por vêses esboça-se um simples sorriso condescendente, como o que se dirige a um pobre man 'aco, inofensivo mas completamente inútil p•a ra os seus semelhantes, quando. confessa que coleciona moedas romanas.• autó grafos, ou escaravelhos. . . Às vêsqs ouvimos diser: "Eu não sou mí:;tico. Basta-me ser bom cristão. Estou de tal maneir sobrecarregado com as tare fas profissio nais, familiares e sociais . . . que nã o me posso preocupar também com espiritualidade!'' Por vêses chega a ser um autê ntico esca ndalo : "Então evadir-se assim do temporal não é uma traição, quando há tantos males que exigem a dedica ção de todos, quando se forma uma nova civilização que, se não for edificada conosco será feita contra nós?" Estas reações decorrem de um p ~ofundo engano. Uns, parecem que identificam a espiritualidade a um pa;ssatem·po, a uma arte recreativa l Os outr~s, embora lhe dêem alguma consideração, vêern nela apenas a ciê nc ia da oração e da virtude. Nem lhes passa P'ela cabeça que a espiritualidade possa ter alguma relação com as responsabilidades familiares, profissionais ou cívicas . . . Tanto un~ como os outros ignoram o que é realmente a espiritualidade. Como havemos de dissiP'ar os e<~uívos? Sem dúvida começando por bem explicar o que quer diser 3 palavra espiritudlidade . A espiritualicfade é a ciência que trata da vida cristã e dos camin hos que levam ao lseu pleno desenvolmim.ento. Ora a vida crJstã integ ral não é só adoração, louvo r ascese , Elsfarço de vida interior. É também, serviço de Deus no lugar designado por ~le, na família , na profissão, na Sociedade·. . . Desta

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forma os casais que se agrupam para se 1n1c1arem na espiritualidade, muito longe de procurarem a maneira de se evadirem do mun. do, esforçam-se por aprender como hão-de, a exemplo de Cristo ervir Deus em tôda a sua vida o rn pleno mundo".

LEITURA "Senhor, rendo-me e abandono- me à V011sa Vontade. Já não sei o que hei-de fazer para vos amar e, decididamente, o que ma is me atrasa é querer sozinho abrir caminho e confiar só nos metn próprios mfiios. Bem podeis contrariar os meus planos e derrubar num momento o que construí, que eu continuo a ser de uma tei>mosia incorrigível. Hei-de ser o santo que idealizei e de quem já fiz o. retrato. Não receeis, Senhor, está tudo previsto, desde as minhas atitudes até às circunstâncias em que se desenvolverá a minha magnífica virtude. Mas com o tempo, e à medida que vejo desmoronarem-se tan to3 sonhos, falharem tantas resoluções c abortarem tantos projeto~ . tantos dias tão diferentes do que estava provisto no programa, então, tenho realmente de me 1ender e de Vos d:ser: Senhor, quero amar-vos, quero ser santo, mas sõmente aquele que Vós quiser~es e como quiserdes. Renuncio ao projeto vaidoso de construir o meu próprio modêlo. Assim encontro a p.n: tranquila porque já não tenho desilusões. Para quem Vos ama sem condições, Senhor, já não hó decepções nem imprevistos, nem n'n guém que seja indesejável, mas existe unicamente, em tudo, a Vossa adorável e santa Vontade. Recebo a minha irmã doença com sorri so alegre, cantando o Aleluia porque foi o único me:o, o único caminho para ir até Vós que não tinha previsto, que nunca teria escolhido. Bendito sejais, Senhor, porque todos os meus planos foram desl·ruldos e já não posso discutir. Só posso estender-Vos os braços, e é disso precisamente que Vós estais à espera". P. Lyonnet Ecrits spirituels 7


REFLEXõES DE -UM ASSIHENTE ·

A FAMÍLIA E b PADRE Qual é a importA.nc1a que a família cristã deve dar ao padre, nos seus pensamentos. na sua dedicação e nas suas orações? A resposta é mais vossa que minha. · · Quando · entra numa ·casa o· padre descobre muitas· vezes sem dificuldade, o que a família pensa dêle. · Nas famalias em que se discutem com maior ou menor desenvoltura as suas•· palavras ou ações, a atitude dos filhos é reveladora, apesar da delicadeza dois pais que s e esforçam por disfarçar. Há outras casas onde o recebem com verdadeíra cordialidade, pouco diferente daquela com que recebem ·os amigoá da família. As vezes o padre sente certo maLesta · ao deixá. lós. Estiveram à espera das suas qualidades humanas e não sobrenaturais. Pensam na sua pessoa e não na sua qualidade de ministro de Deus. Nêste caso também não há verdadeiracompreensão do que é o sacerdate. Pelo contrário, quando lê nos rostos dos filhos que o olham de frente a confiança e o respeito, tem a certeza de que os pais possuem percepção profunda do sacerdócio, e que sabem transmiti-la aos filhos e filhas. ~ o que se passa nessa casa de camponeses onde o chefe da familia, no comêço da refeição pede a um dos seus três filhos que dê as boas vindas ao enviado de Deus ou naquela outra em que lhe pedel\1 para abençoar a mesa 'e presidir à oração da; noite, ou, ainda, na casa daquêles p-r ofessores onde pais e filhos se inclinam para receber a sua benção quando se vai embora ... Se tiver mais intimidade com essas famílias, o padre 8


verificatá. que seg·uem com atenta simpatia os esforços do clPro para espalhar o reino de Deus, tanto na poróquin como nos paises de missão, que não deixam de levar os filhos. quando surge oportunidade, a uma partida de missionários ou a uma ordenação, essa cerimônia tão esclarecedora e contudo tão ignorada pelos cristãos. Se lesse nas almas descobriria no coração dêste pai e desta mãe o desejo al:dente de que Cristo venha recrutar os seus apóstolos em sua casa. Desejo humilde e "confiante" porque sabem perfeitamente que quem escolhe é Cristo e não os pais. Mas sabem também que lhes incumbe criar um clima onde as vocações possam despertar e desenvolver-se. Talvez um dia tenharr. a felicidade de receber a primeira bênção de um filho recémordenado. Ajoelhados diante dêle, prestarã-o então home. nagem a essa paternidade superior de que o fruto do seu amor acaba de ser investido. Quando o padre deixa casas assim, para voltar à sua vida apostólica, sente-se mais forte. Sabe que o retiro que vai pregar foi tomado a cargo, que decidiram conseguir a cura da mãe em perigo de que lhes falou . Assumiram o seu ministério, e êle, pelo seu lado, adotou essa famllia, cujas aspirações conhece, na sua oração e na sua missa. O padre não hesitará em encaminhar para essas famílias, cuja hospitalidade cristã verificou, o catecúmeno -que é preciso ajudar na preparação para o batismo, êsse deslocado que só poderá. encontrar equiUbrio junto de uma famllia sã, êstes noivos que procuram conselhos. Enquanto não é sustentada e completada pela dedicação de uma familia, a sua ação é multas vêzes precária. Inquieta-se com o recém-convertido, com aquêle casal novo e Isolado, com a vocação ameaçada por ambiente hostil. Estimar, acolher e auxiliar os padres, está bem mas não é tudo. li: prec1so. também que . as fam1llas rezem por -êles...

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oassistente na reunião de equipe O nosso Assistente tem um papel a assum it' e uma mi !'. são a cumprir em cada uma das partes da nossa reunião dP. equipe, Vamos passar em revista, J'à:pidamente, as diferentes partes de uma reunião, para vermos qual é nela o papel do sacerdote. São os casais da equipe que permitem ao padre cumprir o •s eu papel. l!:le nada pode dar se não espera. rem alguma coisa dêle. Uma garrafa fechada não se pode encher, mesmo que fique debaixo de uma torneira! NA REFEIÇÃO E MESMO ANTES DELA ..

"Depois de mna sttgestão da Carta Mensal (N. • 9) habit7támo-1nos ·a cump rimentar em primeiro lttgaw o nosso Assis. t ente qnando chegamos para a 1·eunião". "Qttando ct reunião é em ~~pssa casa, pedi'n'!.Os ao AssiB• t ~Jnte pw·a tonwr a p1·esidllncia ela -mesa. Costmna ler.noe, antes ele começar ct refeição, uma ct~rta passctgem do Eva?lge;lho qw~ se refira c'l.s refeições de Jesus, aí nar1·a.das, ou tir~ctda do di.scm·so da Ceia". "Pedimos ao nosso Assiten.te pa·r a nos fa•la?·, mom entos antes de o jantar terminar, dos prolllemns atuctis da Jg1·eja o~ t dos acontecime~1tos ela Igreja diocesanct, ou .então do se·u ministério". "Q1ta1;do das nossas primeiras reuniões, cantúva,nos to d.os o "Abençoai-nos, Senhor .. ." antes da 7'efeição, sem pen. sa1·mos que o sacerdote tinha . o poder de abençoar a mesa. Agora éle. abençoa a nossa m esct, depois de tennos cantad'o". "2 fácil pôr um pouco de pa·rte o Assisten:te quando , durante o janta~·, falamos das 11reocupações e alegrias do mês qtte passou .. . Parece-nos que é necessário pedir-lhe a o7,-inião s6b1'e o·s nossos problemas, ou elementas p,dtra avalia'!' c-ristãmen t e certo filme, certo acontecimento político, social, etc ..."

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S1·eá preciso acrescentar mais? Parece-nos que não. Todos êstes fat.os revelam perfeita compreensão do papel do padre na refeição da equipe. Não se pretende que "copiem" o que os outros fizeram mas que procurem outras atitudes, outras formas de demonstrar que também o compreenderam. NA ORAÇÃO

O padre é o representante de Cristo, logo é o "pontl.fice", a "ponte" entre os homens e Deus. Anuncia a palavra de Deus e também oferece a Deus o sacrifício e as orações do povo. "No princípio da oração, ê o Assistente quem lé o texto da Escritu1·a que dá inrício à nossCll meditação." As vezes diz, em b1·eves palavras, qttal o S61(. si,qmficado e alcance. De>poi.s, um por U'ln, formulamos a oração inspirada por êsse texto''.

Na própria estrutura da oração, tal como é preconizada, para as E4uipes de Nossa Senhora, o Padre tem o seu papel de representante de Deus, anunciando a Sua Palavra. Tamb{m oferece a m·ação, noutro momento, quando, depois de pôrem em comum as intenções, o padre oferece ao Pai, atravês de Jesus Cristo, os pedidos e as oferendas de todos os participantes, tal como na "Coleta" da Missa. Finalmente apresenta na reunião a oração litúrgica. Que quer isto dizer? Ajuda-nos a compreendê-la e a rezá-la da melhor maneira, recordando de que maneir<1. é usada na Igreja e quais os sentimentos da Igreja a que corresponde. Temos certa necessidade de sermos iniciados nos salmos e cânticos da Igreja, o que o nosso Assistente fará se lho pedirmos. No fim da reunião abençoa-nos e nóSI recebemos com alegria essa bênção conc·edida em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo. A bênção do Padre depois da recitação da Antífona é um coi:ltume muito espalhado nas Equipes. Nada melhor para nos recordar que o padre foi consagrado e que não é um amigo como os outros.

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NA PAR ILHA

"O nosso AssistP.n"te ·achava que não tomávamos a par. tilha suficientemente a sério. C'onversámos com êle e verificámos que isso era conseq~tência de oertas obTigações não ~!rem, tamiJém, levada.~ a sério. Como não preparávamos a. partilha, acontecia ttm •.:los maridos dizer que tinha feito o o "dever de sentar-se" e a nwlher protestar (ou pm·que s!.< tinha esquecido ou po"·que o ma·r ido tinhOi "batizado" de '"de~:er de sentar-se", ttma conversinlla de 20 minutos sôbre qncf l qtter problema do casal) . Decülimos então p1·ep arm· a par tilha quando vamos pOYra a reunião."

Realmente o padre deve chamar-nos a atenção. Na .. partilha", tem papE'I :le educador des ta pequena comunidade e das pessoas que a compõem. Sem intet•vir muitas vezes, porque é o casal responsável que conduz a partilha, precisa de relembrar o significado mais profundo das obri. gações, recordar o seu fim: são meios que nos levam a viver segundo as orientações da primeira parte dos Estatutos. Deviamos voltar a lê-la mais vezes, e podemos pedir ao Assistente que no.la recorde e comente quando for n ecessário. Senão o farisrusmo espreita-nos ... a nós que praticamos consCienciosamente as obrigações. Senão o desencorFtjamento espreita-nos. . a nós quE' t emos dificuldade em as pôr em prática. · NA DISCUSSÃO DO TEMA

Af o padre interv~m para ensinar e revelar aos casais a verdade cristã em tôda a sua grandeza. Isto não quer dizer que oriente a discussão, nem que a inicie com um grande discurso ... "Preparávamos, às vezes com dificttlãade, a nossa 1"83<.. posta escrita, ma.s nem sempre compreendíamos tudo ou · es

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SUP.LEMENTO à Carta Mensal das Equipes de Nos~a Senhora SETEMBRO 1965

Vêm sendo publicados os grandes documentos emanados do Conc"lio Vaticano li, destacando-se dentre êles, a Constituição sôbre a Liturgia, os decretos sôbre o Ecumenismo e as Igrejas orientais ·e, muito particularmente, a "CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA SôBRE A IGREJA", também conhecida por "LUMEN GENTIUM". ~stes grandes documentos e, particularmente, a Constituição sôbre a Igreja, não podem nos deixar indiferentes. (A "Lumen Gentium" acha-se traduzida em português e publicada pela Editora Vozes) . Desejariam alguns que o Movimento lhes desse informações e fornecesse elementos que os ajudassem a refletir e estudar êstc e outros documentos oficiais da Igreja, através da Carta Mensal. Entretanto, é outra a finalidade deste modesto boletim interno, qu~ apenas se propõe levar os casais das equipes a melhor conhecerem o esp"rito, os métodos, a vida do Movimento. Nfi o está ela aparelhada para tal empreendimento, nem pretende substituir-se a outras revistas católicas que podem com mais competência apresentar comentários autorizados.

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Nunca insistiremos bast<t"' te, porém, junto de todos os equipistas, para que se informem por todos os meios ao seu alcance, e num esp .rito de alegre submissão, sôbre aquilo que representa o pensamento da Igreja de hoje e de sempre. E' por isso que recomendamos muito vivamente a leitura e o estudo dos textos já p:.~ ­ blicados. E' evidente que estes textos, particularmente o mais importante de todos- a Constituição sôbre a Igreja- não são de leitura fócil para todos os cristf.os; são numerosos aqueles que, entre nós e ao redor de nós, não têm uma formação religiosa suficiente para uma compreensão imediata de seu conteúdo. Porisso mesmo, é de boa norma que participemos de reuniões, conferências, palf;stras, em que seja tratado o assunto. E por que não tomaríamos a iniciativa de suscitar ta is estudos na nossa paróquia, na nossa cidade? E' evidente que nã o hó uma maneira particular de compreender os grandes textos do magistério, pelos casais das equipes. Estudá-los cem outros é uma excelente ocasião de encontro entre cristãos de diversas · associações, e de proceder a um trabalho em comum que só pode nos abrir o esp'rito e o coração. Desejar:amos sinceramente que os rl}embros das E.N.S. fossem encontrados entre os mais zelosos em conhecer e compreender o pensamento da Igreja, dêle viver, e fazê-lo conhecidb e compreendido.

A Nossa Leítura do Evangelho A BIBLIA EM FOCO Pe. Joaquim Salvadot', S.D.B.

A Biblia é a Palavra de Deus encarnada. Foi o que ifcou dito nestas páginas do número anterior. Acrescentouse ainda que a Biltlia é um livro de leitura mui difícil e que, por isso, exige do leito.r uma preparação, para. que seja. entendida e possa produzir frutos espirituais. De origem divina, a Bi.blia é ao mesmo tempo um livro profundamente humano. · 11


Até não muitos anos atrá.s ctia-se que a S. Escritura. fõsse um amontoado de revelações divinas, narrações fantásticas e de profecias mirabolantes, uma espé_cie de antologia de portentos e milagres, ou uma fita em série de intervenções divinas a quebrar a ordem natural das coisas. Não poucos julgavam que ela fõra ditada diretamente p::>r Deus aos autores sagrados, os quais não passavam de meros instrumentos passivos e mecânicos: como numa aula de ditad.<> . Não poucos da classe instruida, consideravam a Biblia como um livro de fantasia, sem relação alguma com a História dos povos antigos; uma ilha no ·•mare magnum" do passado, que não merecia crédito algum. Enfim, a maior parte dos cristãos tinha por •Jogma que, tudo quanto se lê no Llvro Sacro foi estritamente histórico, i.e., tudo o que ali estâ ac.onteceu de fato, tal qual. Dai o choque que experimentam ao ouvirem certas afirmações em livros e pregações. Procuremos pôr os pingos. nos is. 1.

DEUS E O HOMEM CO-AUTORES LITERÁRIOS DA BIBLlA

A Biblia foi escrita por homens sob especial ação do íEspirito Santo. Por isso é que se chama Livro Divino, Sagrada Escrit.ura, etc. Esta verdade acompanha a Igreja des de a sua origem. O Judaísmo pre e pós-cristão tev" sempre e ainda tem a mesma convicção. embora com explicações que diferem da nossa. No Catolicismo é uma verdade de fé. O Novo Testamento tem numerosos frases em que se vê claramente que Jesus e os Apósto,Ios se referiam ao Antigo Testamento com expressões que demonstram sua origem divina: Mt 5, 18; 26,54; Lc 4,21; 19-81; Jo 5, 39-40: Rom 1,3; 3,2; 1 Pdr 1,10-12. Afirmações semelhantes temos para uma parte dos livros do Nõvo Testamento, o que 6 notável! - pois os Apóstolos já estavam convencidos de que eram também S. Escritura alguns livros do Nôvo Testamento: 2 Pdr 3, 15-16; 1 Tim 5,18 (citando como Livro Sagrado o texto de Lc 10.8. colocado no mesmo plano do Dt 25,4) ; Apc 1, 1-3. 111


2.

NATUREZA DA INSPIRAÇÁO BfBLICA

Resumindo tudo o que a Tradição cristã s empre acre- ~t ditou neste assunto, ensina Santo Tomás : "Autor principl l da Sagrada Escritura é o Espírito Santo ... o homem foi o .~ autor instt umental". Fazendo jorrar sôbre esta frase a dou- ~ trina do mesmo santo a respeito da causalidade eficiente, que êle divide em principal e instrumental e, s e se tem em conta que Deus move as causas segundas conforme a n a tureza delas, tem-se então uma idéia cla ra a respeito da doutrina da Inspiração Bíblica. , ..j Quando duas causas colaboram na confecção de um de- · terminado efeito, êste. pertence a ambas as causas; pertence de modo principal à causa pl'incipal e de modo secundário à causa secundária ou instrumental. Tenha-se como exemplo o artista, que faz uma estátua: a êle e ao instrumento é que pertence a obra, m as de modo diferente, claro. O artista tem atividade principal no trabalho. A Bíblia deixa ver inúmeras vêzes que o Espírito Santo é o autor da S. Escritura ao mesmo tempo que fala de autores humanos do Livro Sagrado: Mt 1,22 ; 2,15.17 .23; 3,3; 4,14; At 1,16; 3,18; 4,25; 28,25; Rom 12 etc. Ora, quando Deus permite que o homem s eja seu colaborador em alguma obra, é 1ille sempre a. causa principal; o homem entra também, mas de modo secundário, instrumental. O mesmo se passa com a confecção da Bíblia, cuja autoria principal é do Espírito Santo; daí o caráter divino do livro. T endo homens oCOmo co-autor~s. êsse Livro é também hum ano : os homens que trabalharam para escrever a Bíblia agiram como verdadeiros autores literálios, pois empregaram tôdas as atividades próprias de autor de um livro; é isto que explica as diferenças de estilo, de fraseado, de maior ou menor liqueza de conhecimentos, . de emprêgo de gêneros literários encontrados na S. Escritura. Iluminados e 11')0Vidos por !Deus, os autores sagrados empregaram todos os recursos de que dispunham como escritores; é o que se chama In.spiração B(blica, que pode definir-se assim : um caris-ma sobrenatt1tral,

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pelo qual Deus, Autor principal da Bíblia, ilumina, move e dirige tôdas as factddades do hom.em., autor instrwrnental •(inteligência, vontade e dentais poUncias), patra que ~ste: possa conceber retam.ente as idéias e conceitos, queira fie"l"TTUJnte escrever e exprima aptam.ente ccnn i1tfalivel verdade, tudo e só o que Deu.s quer e como Deu-s quer seja escr~co.

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3.

INSPIRAÇÃO BIBLICA E REVELAÇÃO SOBRENATU RAL

Diferente da Inspiração Biblica é a Revelação. Esta oonsiste no fato de Deus manifestar ao homem, de modo sobrenatural, uma verdade a êle desconhecid 3., ou porque o homem nunca seria capaz 'd e a atingir, por si mesmo, ou porque o modo com que Deus lha revelou foi extraordinário. Na Biblia, tudo é inspirado; nem. t1tào é 1<evelaào. A inspira~o é dada ao hagiógrafo (autor sagrado) para escre~:er, enquanto a revelação é dada para conhecer. Sem a divina revelação o homem nunca poderia conhecer a existência tit> certos mistérios, como o da Trindade Divina, o da Encarnação do Verbo. Há outras verdades que o homem poderia chegar a c·o nhecer com suas fôrças naturais, mas que veio a conhecer de modo sobrenatwral, por revelação divina. 4.

TEM O HAGióGRAFO

CO N SCI~NCIA

DA INSPIRAÇÃO DIVINA?

Enquanto autor sagrado da Biblia, o hagiógrafo é ins . trumento itJteligente e livre nas "mãos" do Espirlto Santo. Todavia não é necessátio que um determinado escritor sacro saiba que está sendo inspirado para escrever o livro divino. Explicando melhor: tomemos, por exemplo, São Lucas, autor do III Evangelho e dos Alos dos Apóstolos. Ao escrever êsses dois livros biblicos, êle podia não saber que estava sendo instrumento de Deus sob a inspiração do Espirito Santo. Livremente S. Lucas estudava, consultava livros e documentos, ia às bibliotecas, examinava, conversava com pessoas que lhe podiam fornecer dados, participava pessoalmente de

v


viagens que ia depois narrar, etc.; valia-se, enfim, de todos os recvrsos e conhecimentQs pessoais de geografia, história , medicina, navegação, literatura, religião para escrever suas obras . Agia como age qualquer autor de um livro, com c• ta diferença essencial; S. Lucas escrevia sob inspiração divina, UuminadQ, guiado pelo Espírito Santo. Externamente nada, absolutamente nada, podia mosttar que esta va sendo inspirado. A maior parte dos autores da Bíblia ignorava que C!!tava sendo instrumento da inspiração divina para a confecção do Livro Sagrado. 5.

EXTEN SÃO DA INSPI RAÇÃ O Bí BLICA

A Inspiração Bíblica atinge todos os Livros Sagrados de um ou outro Testamento, tOdas e cada uma das partes da Bíblia, sem a minima distinção ou exceção: t anto é inspirado um livro histórico ou sapiencial do Antigo Testamen· to, como uma Epístola de S. P a ulo ou a Epístola de Sãn Judas. São igualmente inspirados um relato que trata de assuntos doutrinais, como um que descreve uma viagem ou pormenores acess01ios, como o t exto 2 T i m 4,13. :m claro que inspirado só foram o hagiógrao c o t exto bíblico original, escrito pelos mesmos a utores s acros nas linguas semítica e em grego. Se o hagiógrafo escreveu tudo e somente o que o Espírito Santo queria rôsse escrito, r esulta que tudo quanto está na Bíblia é Palavra de D eus . . N em h á motivo algum para subtrair a ação divina da inspiração os trechos meramente históricos, narrativos e mesmo secundários. N eg ar que estas partes da S. Escritura nã o cairam sob a moção da inspiração é criár problemas e perigosas ilações que poriam em cheque o dogma da Inspiração da Bíblia. As traduções que temos nas outras linguas p odem dizerse inspiração equivalentemente, enquanto reproduzem fielmente os originais. Por fim, a primeira e mais importante conseqüência da VI


inspiração da Biblia é que, se ela tem Deus por Autor, não pode conter êrro algum de qualqure espécie. A autoridade mfallvel de Deus garante a inerrãncia absoluta da. S. Escritura. SObre êste assunto, próximamente.

(J. cyue o.a{; reead ~uined UM CASAL RESPONSáVEL ESCREVE AOS CASAIS DE SUA EQUIPE O que vamos propôr à leitura de vocês, nã o é transc ri çã o da C. Mensal francêsa . Foi escrito pelo Casal Responsável de uma equi. pe daqui, preocupado com certo comodismo de seus equipistas, a quem procura sacud ir caridosamente . "Sob o pêso da responsabilidade que nos foi imposta por Deus €. iry,pelidos pelo amor fraterno que nos liga nvma comun idade cristã, sentimo-nos na obrigação de falar-lhes sôbre a vida de nossa equi pe, principalmente no que toca o estudo do tema , o esp 'rito que rege o cumprimento das nos3as obrigações e a co-participação" . Notemos aqui , como encara ê le a responsabilidade de que se acha investido e o esp'rito de amor fraterno que o mov ~. nas considerações c; ue julga dever fazer aos seus companheiros de equipe. Em seguida, depois de se referir a uma certa desori entação no estudo do tema, de que resultara uma total falta de aproveitamento nas últimas reuniões, alerta os casais sôbre a importância desse estudo : "A obrigação de conhecer a fé, sempre foi responsabilidade dos cristãos. Requer esfôrço que não somos capazes de fazer por preguiça, por ignorância , por falsa escala de valores, ou por uma falta de compreensão de sua nece!,sidade . "O ato redEntor de Cristo, como vimos (ou não vimos) na nossa última reunião, mereceu infinitamente diante de Deus, mas nãc nos será entregue - assim Deus o quis se não participarmo~

VIl


da vida de Cristo, se nã o aderirmos com todo o nos,so ser a Cristo, se nã o nos e ntregarmos, sem cond ições, ao Cristo. O mistério dessa entrega é o mistério do amor - Amar a Deus em Jesus Cristo. Não se pode amar sem conhecer. Não se pode amar uma imagem , um s 'mbolo, uma ficção , um fantasma . Só se pode amar uma real idade concreta qu e conhecemos e na qual encontramos motivos para amar. "O conhecimento de Cristo e de Deus , o conhecimento de sua vontade e de sua obra, pode nos chegar por três caminhos : A ciência de Deus pode ;,er infundida em nós, por uma graça especial é a ciênc ia infusa . Queremos crer que deve ser rara essa graça , principalmente por causa da " lei da incarnaçéío" . A ação de Deus; no mundo se faz, prefe ri velmente , pelos cam inhos naturais, pela incarnação de sua graça nas potências humanas. Cada um de nós deve abrir cam inho na ciência de Deus pelos talentos naturais que Deus nos deu , iluminados pela graça santificante . Restam, no rmalmente, O!i outros dois caminhos de conhecimento de Deus : o conhecimento pela convivência, pelo coração e pela oraçã o e o conhecimento pele) estudo, pela intel igência . "O esfôrço que devemos fazer em cada um dêsses campos é proporcional aos talento" que recebemos . A fé do carvoeiro salva também. Mas . . . a fé do carvoeiro salva o carvoeiro. Nós não SO · mos carvoeiros. Deus que nos deu talento para dirig ir uma firma , in$pecionar um Banco, ser responsável por uma obra, nos deu tam bém talento para estudar Seus Mistérios. E vai cobrar os juros. Ai de nós se enterrarmos os talentos . .. Nessa mesma ordem de idé ias , passa a tratar da leiturado Evangelho : "Também nos desapontou profundamente a falta de le itura da Evangelho. Pensamos que a nova obrigaçéío, nos aliviando da ne cessidade de resolver fazer - pois é uma obrigação - fôsse dar uma oportunidade única para conhecermos o "estatuto de nossa fam 'lia". Com que frieza foi recebida! "Não Ii ... " "Folheei sàmen te ... " "Estava com a Palavra de Deus nas mãos e só consegui VIII


.~

~·\ I

folheó-lo". Meus irmãos - não é poss ·vel! Qual de vocês faz isst nas suas responsabilidades profissionais? Referindo-se às obrigações, lembra que nos deixamos insensivelmente pmetrar pelo esp'rito moderno que só vê c mundo cient 'fico, o das aparências, o da técnica. E deixamo! que fique embotado em nós, o senso do divino, do sobrenatural, do mistério. "E' o problema das obrigações. Cada uma delas está realmente impregnadil de mistério. Cada uma delas é uma técnica, se olhada pelo nosso lado, mas tem um caráter sacra! se olhada .pelo lado de Deus. Cada obrigação é o cabo, a alavanca, a manivela natural de uma estrutura sobrenatural. Muitas vêzes esquecemos o sobrenatural e vemos só a manivela. Procuramos, com um senso natural de .)brigação, virar a manivela. Se conseguimos, ficamos satisfeitos e caimos no farisaísmo. Se não conseguimos, nossa consciência talvez se preocupe, ma3, ló no fundo, pensamos: "afinal, é só uma manivela". "Precisamos conhecer e bem a estrutura sobrenatural ligada à manivela. Precisamos a motivação sobrenatural para cumprir com a~ obrigações. Precisamos conhecer a nossa fé. Não hó outra saida. Talvez Deus nos dê graças desproporcionalmente maiores que os nossos esforços. Talvez sõmente reserve o prêmio para mais tarde . Mas nunca dispensará o nosso esfôrço, o nosso trabalho . Em relação à co-participação, escreve: "Creio que é fundamental a compreensão clara da co-participação. Ela tem dois aspectos. Um aspecto humano: Todos nós gostamos de trazer para os que nos são caros, as grandes e pequenas coisas de nossa vida. Gostamos também de participar nos eventos da vida deles. Há uma real necessidade de se falar dos sucesso~ e insucessos profissionais, apostólicos, domésticos. Dos estudos de Ricardo ou do novo dente do Paulinho. Tudo isso é necessário e bom Mas, mesmo humanamtnte, estão situados em uma escala de va· lares.

IX


"Mas há· outro aspecto da co-participação que é ainda mai' importante: a co-participação das almas. E' a abretura do nosso ·ntimo para nossos irmãos, na presença de Cristo. ~ o sorriso tran quilo da alma que revela uma alegria espiritual. E', mais comumente, uma 16grima ou um grito de angústia de uma alma em provaçãc. buscando . na caridade fr<;~terna o aux lio ou coNôlo que necessita . E essa abertura nf. o pode ser feita com tempo marcado. Ser6 feit ? no mome nto em que maior fô'r a atmosfera da caridade depoi~ das orações, durante as inte nções, por ocasião da partilha . .. Nesse momento ninQué m, só Deus, poderó julgar que é ou não oportuno se é ou não pertinente o as,sunto tratado . " Portanto . . . façamos o "Reporter-E.sso" durante o jantar. Cor'n alegria e seriedade , com intéresse e discernimento, com a pre · sença do ca lo r humano e da caridade fraterna . A abertura das al mas, depois , que não tt:nha hora. A pTesença de Cristo e Seu Ame : incarnado em nossos irméi os é que nos dirão qual o momento". E termina à sua carta , de que damos apenas trechos ma is importantes, com humildade e humor :

r

"Perdoem· o que foi injusto nessas observações, perdoem o que foi pessoal , porque quem lhes escreve também estó na mesma barca . . . Que a graça de Deus fecunde nosso a pêlo, assim como fe7 falar a burra de Balaam, para o bem dos nossos irmãos em Cri ~ to " .

CCMPROM .ISSO DA EQUIPE S. JOSE' DOS CAMPOS 1 A eq u ipe pione ira de S. J osé dos Cam pos, procedeu , no dia

2 5 de abri·l, ao seu com prom isso solene . A ce rimô nia realizou - se na Igreja de Sr.o Juda s Tadeu, da qual é p6roco o Assistente da equipe, Rvmo . Pe. C')(rilo Paes. · O encontro dos memb ros da equipe compromissante , se fez na Capeta do G'ná'sio Sã o J osé, onde foi realizada peles casai s um a · .Vi a Sacra , cada · um dêles fazendo uma meditação pessoal sôbre uma·· da s " e s ta ções '~. Term inada a Via Sacra rumaram para a Ig reja de S .. Juda s Tadeu , onde j6 encontraram outros equipistas, inclusive àa ~ cidades viz 1nhas de Mogi , Jacare, Taubaté. Antes da missa, X


Gérard Duchêne que, juntamente com Monique, representava o Mo-. vimento na cerimônia do Compromisso, dirigiu algumas palavra5 aos equipistas, particularmente aos da equipe que ia se compromis· sar, exaltando a importância do ato e o seu contetldo espiritual. Logo antes do Ofertório os membros da equipe pronunciaram a fórmula do compromisso, confiando os seus protestos de fidelidade aos Estatutos, a Nossa Senhora do Amor, sob cujo patroc"nio a equipe se colocou . ~ Aos casais que assim integram definitivamente as fileiras das Equipes de Nossa Senhora, os nossos votos para que possam auferir deste gesto, todas as graças de fidelidade e doação à Cristo e. 1 . sua Igreja .

EQUIPES ADMITIDAS Bélgica- Bruxelas 107, 108, Liege 37. Espanha- Barcelona 78, Mct1cada Rexac 1. França - Beauvais 5, Dax I, Donaueschin9en I, Douzi 4, Hague• nau I, LOngwy 1, Martigues I, Massy 3, Metz I O, Pau 1O, Remes li, Savigny 5. Cuiné - Fria I . Itália - Roma 5. Portugal - Estella I, Lisboa 32, 33, 34, 35. Suíça - Genebra 24.

EQUIPES COMPROMISSADAS

•,

Bélgica - Stavelot I . Brasil- Sõo José dos Campos I. Espanha - Valença 1. Estad~n Unidos Boston 3, Los Angeles I. França - AngOulême 6, Ath I, Chôtillon-sur-Seine 1, Mansle 1, Nimes 1, Poitiers 2.

XI


DEUS CHAMOÜ •I

.,..

X SI . .

Philippe De Walque, dé Mons 4 ( BéiQicill, em 4 fever~.iro 196~; . ' assassinado no Congo .. CALENDÁRIO

Setembro 3 7 Sessão de Quadros de 2. 0 gróu ~ Casa de .~ ·Retiros ·'éfas 1 rmãs Missionárias . d~ Jesus Crucificado V a·· · ' ' ilnhos:· Outubro 30 ''--- Novembro 2 Sessà o de Quadros de 1 •0 gráu . Dezembro 1 Em Ribeirão Preto Confrate r1,izaçêío ." em pre paração da Festa de Natal. RETIROS Região São Paulo São Paulo

Setembro Outubro o_~. ;tubro Novembro Novembro

10-

12 Barueri 3 ·-:- Barue_ri NQ'>~. 2 --::-:-.....Valinhos;

-..1 . -

19-21 26- 28

Con . Lucio F. Grazz iasi Exerc .cios para um Mundo Melhor ..

Valinhos Barueri

Reg ião Interior do Esta4o Campinas

Jaú Ribeirão Preto

Região Estados Curitiba'·· · -

XII

Nov . 12Novembro Set. 1 Outubro

ou(

14 2

23-24

Retiro · Retiro Retiro em Brodosqui Recolhimento no Colégio Vita et Pax Retiro, na Casa de Reti ros de Rondinhá.


de acôrdô com o <JilC o tema dtzi11. OultCt,<; ~'C"-68 conco,·dci.L11Imos plenamente mas não snliífi?J!OS m111to bem corno pas-.sc~r à. vida ou como trctJ.8mith· à 110ssn rn/ta o que tínhamos descoberto. Enlão, na discnssão do te·ma, o noss~ Ass-istente deixáva-nos p?-imei?·o proct,TCIT soúnhos (( reeposta ao pToblema poste por qualqne?· de nós e, •lepois, inte1'VÍn11a para dar elevação ao debate, pat·a C8clarecer no plauCJ da fé, para retificar um é-n·o de doutrina ou de esplrituulidncl e". tâV.lt11108

:1!: êle que nos há-de revelar Deu~. que nos há-de ajudaL a descobrir o Seu pensamento sõbre as realidad ~ s quotidia_ nas da nossa vida e a tomar as necessárias orientações. E I! assim porque estudou mais. rezou mais e, sobr2tudo porque foi consagrado padre e recf>beu a missão de ensinar. Para qUP o padre possa ter ê·sse papel na r eunião é prec>iso qu :: tenha visto as respostas escritas. Poderá conhece" assim as perguntas, os problemas e as dúvidas Pode vê-la'! na reunião de preparação ou podem mandar-lhas antes da reunião. Em certas equipes os casais tiram sempre uma cópia das respostas para a mandarem ao Assistente. NO f'óR EM COMUM

Finalmente, há uma patte da t·eunülo de que é mais uiflcil falar, porque, embora tenha nome próprio, nllo tem um momento determinado. l!l o "pôr em comum" ou "coparticipação". Os desgostos, as alegrias, as pr~ocupações. devem ser trazidos por vocês para a equipe. O pôr em comum faz-se pt·àticamente em tôda a reunião, na oração, na. partilha, na discussão do tema, mas é indispensável consagrar-lhe também um "tempo". "Pode ser à refeição ... " dizem os Estatutos. Mas voltaremos a falar disso. Qual deve ser o papel do padrE' ,1!0 "pôr em comum"? 13


Intm-vé m, 11ão pw·a irnpo1· coluçõcs, mas pm·a que casais se ojmlem uns aos ot~tros c~ enc ontr~ws·, . pa~"Ct qtw cada um descubra ao ?lt'3snw tempo a sua. · per80Ju:tlidade- e a sua v ocação, enfim , p'ct"Y"a que cada um julgue ns coisas, nfío segumdo aquilo que deseja ou gosta, mas seg-un• elo o que Deus espera e manifesta querer, at?-ctvés âfts situações e dos acontecimentos. :e o momento de fazet· con~ que os casais tome-m consciência das exigências ·a ~t vidct cristã em todm~ os dom fnios - vida familiU?·, p·r o(issiomtl, cívica, paroq111to.t, etc. Ensina os casais a vere?n..>Se uns aos outros 1\U m·ande vari e. dade das swrs pm·sonctlidades e ·a as sttrts t :ocações e; pm·tantú, a aCO?lselharern..se sen~ impor a sua m nnei?'a pessoal de ver as cOisas" . (" 0 Assistente nas Eqtupes de Nossa Senhora"). o.~

"A m1ssao de Crista é santificar. E' também a m•ssao da Sua Igreja, gra~as aos p-l)deres que lhe concedeu e, portanto, dos seu~ ministros. Os sacerdotes dispõem de do:s meio~ privilegiados para cumprir a sua missão: os sacramentos e a !)alavra. Hoje vou referir me ao ministério da palavra e não aos sacr mentos. A palavra do jí'adre, tal como a palavra de Cristo, e precisamente na medida em que lhe é f!el , t e m poder sobrenatural. "Quem vos ouve, ouve-me a Mim". Contudo é preciso que seja recebida com espírito de fé, com o mesmo esp!rito de fé com que se recebem os sacramentos. Então a Palavra atua , passa à vida , faz su rgir a fé viva. Hão são as qualidades humanas que lhe dão ês~e poder, mas o E~pírito Z'a nto que a anima , que a leva e faz frutif!car nos cora~õei. Apreciá-la segundo s normas utiliudas para qualquer out ra palavra humana 1evelaria falta de sentic!o do sob~enatural. Costaria qua , na reunião de equipe, dessem a maior importân -

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cia à palana do padre e que a aolicits!9em com rcanimal' o enriquecer a fé.

convic~ão,

pari1

Será preciso então renunciar aos nossos métodos de troca de impressões e pedir ao sacerdote que faça uma conferência? De- forma alguma. Os nossos método~ dão resultado, e é muito útil o estudo prévio do ~ssunto a ser tratado, a comunicação das suas descobertas e problemas, a troca de experiências. Permite-se assim que o padre comunique os ~us ensinamentos gradativamente, a espíritos já preparados, despertos, ávidos de uma maior lus! Os métodos ativos deram ainda melhores resultados para os adultos do que para as criança~S.

Têm fome? Peçam então a quem possui o Pão que o reparta!"

PARA VIVER MELHOR OS ESTATUTOS " Porque co1~ecem a própria fraqueza e a limitação das pr6p1"ias fô?·ças, como também da boa vontade que os anima ... Porque a experiéncia •Je todos os dias prova-lhes o quanto é difícil vi·ver como cristãos nwm mundo pa-

gão ... E po1·que deposita'»~ uma fé indefectível no poder do rutxílio mútuo fraternal, decidiram tmir-se em eq1l'i· pe".

Querer o bem está ao meu alcance, mas realizá-lo não. Efetivamente não faço o bem que quero, ~as pratico o mal que não quero. (Rom . 7,18-19) Se dois de vós sôbre a terra concordarem em pedir alguma coisa, ser-lhes-á concedida por Meu Pai que está nos Céus. (Mt. 18,19)

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L evai ,)s fard os uns dos outros e cumpri dêrsse modu a lei de Cristo. I ·I (Gál. 6,2)

Sobretudo nunca digam: "Que importância têm a maior ou menor coesão, a maior ou menor perfeição na nossa equipe?" O essencial é que tiremos benefícios das nossas reuniões. Se sé bastassem as aquisições intelectuais para quu se haviam de formar equipes? Um circulo de estudos ou uma p alestra por um especialista seriam tanto. ou mais adequados. O essencial é precisamente cumprir as regras da equipe, da equipe cristã, porque isso vai contra o nosso velho individualismo e destrói-o pouco a pouco, porque nos leva lt maior amor fraterno , a entre-ajuda espiritual mais perfeita. porque forma essa "ecclesia", essa "assembléia de Deus", ::1. que Cristo prometeu Sua presença. A obrigação ·mais importa nte dos Estatutos é preci samente formar equipe e cumprir us· regras com seriedade. (H. C .) · ;E preciso ultrapassar o simples bom entendimento porque, por vezes, ·só se atinge à custa de abdicações, de compromissos, de pensamentos e sentimentos reprimidos,· de me~ nos franqueza P. dP. cumplicidad e. -m preciso desejar a única união digna do ser humano, aquela que, para além de bon: entendimento, leva cada um de nós a um aperfeiçoamento cada ve.z mais viril, através das suas exigências de verdade total. Se uma equipa permanece na fase do Jbom entendimento depressa desiludirá os seus membros. O amor fraterno deve ir muito mais longe e cada um deve diZer aos outros: O vosso amor sem exigência diminui-me, a vossa exigência sem amor revolta-me, a voss-a exigência sem paciência desencoraja-me, o voss o amor exigente engrandece-me.

(H. C.) 16


LITURGIA DA FAMfLIA

b~rição · da~ futuras mães · Um casal que muda de casa ou de apartamento aproye1ta muitas vezes a reunião de equipe para mandar benzer a nova morada. Uma equipe refere-se a outra benção, a das futuras mães, dada pelo Assistente. sempre que haja oportuniãa<le.

· "Parece-nos sempre qzt-e o Senhor, at,.avés do ge.~to d-o Se-tt sacerdote, toma lo fiO · posse do seu ~~~ho". . . Recorramos às graças que o Senhor dfspensa a pedido da Igreja, quer seja numa reunião de equipe, quer durante ui11 retfro ou recolhimento. Para aquela que recebe esta bênçà<1 especial, bem como para os que ·rezam junto dela, há uni ·con víte a tomarem consciência de que a vida da Mãe . e do -filho estão nas mãos todo-poderosas de Deus e que devem assim entregar-se a l!lle. Podem ver a seguir o texto completo da benção, como vem no Ritual: · O Hosso au:rílio cstcí, 110 • ome do Senhor. Que fez o Céu. e a Terra, Proteg~ a Vossa se-rva. Que en~ Vós espera, Senhor. Qtte o inimigo não tcmha poder algum sôbre cln. E que os maldosos não possctm tocá-la. Senhor, do Vosso santuário, dai-lhe o Vosso uttXíli.o. E ele- Sião, protegei-a. Senho1' escutai a minha oração. E que. o mett clamor ohegtte até Vós. O Senhor seja convosco. R.. C'mlVosco seja também.

V.

R. V. R. V. R. V. R. V. R. V.

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Oremos: Dtms·. tcno poderoso e ete7'11JO, Vós permitistes ao.s Vo~sos servos que professam a verdadeira fé, que conheqe_~em a glória da Bant~Bima Trfm.d(JJ(le e que adorassem a s-Ua ·u?ítdade no ·poder e majestade. Dignai-Vos fazer com ·q ue a fi?·meza -na fé desta. vossa serva a ponha sempre a-o abrigo d e tu4o o que lhe for hostil. Pm· Cristo Benhm· Nos.so . . R. Amém. Oremos: . Senhor Deus, Cria'dor de tôdas as coisas, poderoso e· te?T ivel, ju-sto e misericordioso, só Vós sois bmn ti amável. Libertastes Israel de todo o mal, tornastes os nossos· pais em Vossos ®nigos, e sa-ntificaste-os pelo· Vosso Espírito; prepa . rastes com a colaboração do Espírito Santo o corpo e a alma da gloriosa Virgem Maria para Ela ·se torna1· digna morada de Vosso Filho; emchestes João Bàptista éon~ o Espírito tlanto e fizeste-o estremecer tiO seio ·de sua mãé. ReÚbeí, pots, o saoriffciO do coração arrependido e o ardente desejo da vossa serva N., que Vos sttplica humildemente que c<»tSiwueis o filho que ihe per·n~itiste8 cmweber. Guardai esta que Vos pertence e defendei-a de ·t6da a cilada e 'maldade dum cruel inimigo. Que a vossa poderosa miseric:órdia. a guarde, para que o sett filho venAa ao mundo de boa swúde e venha, ·depoiS, a receber a vida divina, para que Vos sirva sem . cessar em tôdas as coisas e, por fim, mereça alcançar a; vida eterna. Por nosso 8fJfl~7tor Jesus Cristo. R. Amem.

O sacerdote asperge com água benta a futura m _ ã e, e continua: Deus tenha piedade de nós e nos abençõe'; ~eno n os mostre o Seu rosto, para que conheç®n na Terra o 11eu caminho, e entre tôdas as nações a Tua salvação. Glorifiquem-Te, ó Deus, os povos,· glorifiquem-Te todos os povos. Alegrem-se e exultem as. nações, porquanto rege!S os

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povos com equidade; e governas as nações s6bre a Terra. 'Glorifiquem-Te, 6 Deus, os· povos; glorifiqUJem_..Te todos 08 -PQVOS,

A Terra deu o .seu fruto; abe,nçoou-nos Deus, o nosso Deus. A.bertçoe-nos Deus, e temam-No todos os confins da Terra! V. R.

.v. R.

V. R-.

V. R.

Bendigamoo o Pai, o Filho e o Espirito Santo. Lç-wvemos e proclamemos até aos confins da Terra a gratli1eza de Deus. -Dcns ordenou aos Seus Anjos. Qtte te protegessem para onde quer qtw vás. Senhor, owvi a minha oração. E que o meu, clamor chegue até Vós. O Sem(hor seja convosco. Convosco seja também.

Oremos:

Visitai ,<:Jcnh01·, nós Vos stt-poZicamos, esta morada e ajas · tai para longe dela e da Vossa serva N., aqui presente, M insidias do inimigo. Que os t'08SO>S santos Anjos nela habitem para conservar em paz esta mulher e o seu fillw, e que a Vossa bênção permaneça Msta momda para sempre. Satvati-os, Deu8 todo poderoso, e conceàeí-lhes a Vossa lt~~ ctf11'na Porr Cristo Senhor Nosso. · R. Amém. Que a bénção de Deus todo pdtkroso, Pai, Filho e Esp~-· rito Santo desça 86bre til e teu filho e p$'maneça para sampre. R. Amém.

I<)


DIÁLOGO UMA

ERGUN TA SOBRE A O~AÇAO FAMILIAR

" Entrámos agora p'ara a.s Equipes e como t emos fil hO;j crescidos oom quem não reza-m os 1ui m uito t em1Jo, não sabem os o que fazer no que diz ·1·espeito à obrigação da 01·ação tamüim·. Devemos pedir :aos filhos mais v eZhds para ~·ezarem agora conosco, ou impor- Zhes essa or ação! :Plles estão habituados a reza>r sõzinhos e a t er wna certa independência na sua vida r eligiosa'.

Como já enconu·ãmos várias vêzes êste problema em r elatórios de equipes nova s, pedimos a um casal das equipes com filhos crescidos, para pensar- nêle. Eis -a~ notas que nos mandou : · -":ft verd_ade qzte a oraçã-o famili ar tra:/1 muitas dificulda des ao;s casai~ com Jiihos adolescentes, entr6 os 13, 14 e 15 nnos, di/iculdad6s ná.o só em com,eçar mas tambem P.m mant e1' 6Bsa pró.tica. t:J p reciso 1Jr oc nr'll'mos p61l 6trarr na mentalidade desta " irld.t:l6 ingrata" , 61n que o jot •em é susc6ptít;el, fá cil de f er i?', a berto c fechado cto 1nesmo t emtp o, à procm·a da pr6prta p ersonalidade, ?nttito insltáveZ na f é, no seu ap6go a tudo o quo e da [a•mAlia.

-Não ;;;e deve impor um a oração familiar .~e m qzte hrtjo w n ·acô1·do básico entre os .me111b1·os -da família. Ve1·i[icãm os que m esmo as criança-s mui to piedosas, e1n oertos moin en . t os, não gostam da oração familiar. lrhnboTa tenha;rnos procttrado torná-la atraente, va1'iadu, e adapto.•la a eZa.s, sobretudo preparando-.a previamente, notámos que em certos momentos era uma maçwda para os mais velhos, uns po1·qt1e queriam fazer a oração da noi te i n ..

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di't>idualmente, antros porque não qnuiam r~zar... .Reuntmos~ então, os mais velhos (nessa altttra ent?·e os 14 e os 26 anos) e pedimo-lhes que :nos 'd issessem o que pensavam desta ol·ação quanto à matéria e à forma. M., como chefe de família, explicou-lhes que achava nafttral a homenagem c·o ietiva diária da nossa famUia, enquanto tal. ao Senhor. Foi decidido, de comum acõl•io, que esta homemagem de tôda a família reunida (sempr e qzU3 possível) , ná<J fôs,se a oração da noite. Faze'mos dl!l vezes uma oraçá<J de pé, à v olta da mesa, depois do jantar, A fór mula é muito maleáv e"l ti v ariada. Geralmente é mui to curta par a que 1nesmo os pe . qtteninos possam assistir.

1JJ preciso recorda?· de v ez em qzwndo o signifi cado desta oração e a liberdade que damos a todos para fa:~eren~ individualmente a oração da noite, o exame de consciência, etc .. .

Uma familia que não está habituada a rezar junta, para comeQar a fazer a oração familiar, pode ap?·O'V't7itar ttma. oca. s-ião especial, um anivm·sário, uma f esta, uma alegria ott l1d ~ familiar, ou en,fão começar a fazer a oração no Domingo, " dia do Benhor". Evidentemente que tudo depe-ncJe do ambiente familiar. Em certos casos é preciso muita maleqbjl'i-. dade, pacietlcia, esfôrço, não perrder a coragem nem se obst:Inar. Pode ser conv eniente suprimir dur ante U?ll tempo a @U.çc'fo familiar".

A~rescenta1-emos apen~ para concluir: Se lhes parece que n'ã.o é conveiliente para os filhos começarem a fazer ·a. oração fam111ar com regularidade, se pensam. qu_e deva ser suprimida por iná.is ou menos tempo, não fiquem 'éom escrüpulos e vejam que os Estatutos não lhes pedem o· irripõssfvel ou . o prejudicial. Então a obrigação consistirá em fazerem a oração conjugal em nome de todos, oração em que pediràü ao Senhor que os esclareça sôbre o que devem faze!' para que tOàa a famnta Lhe preste homenagem, que os ajuda a;

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falar mais d'êle aos filhos sem · os chocar. Assim estarão dentro do espírito dos Estatutos e cumprirão esta obrigação. A MEDITAÇÃO

São cada vez mais numerosos os casais das Equipes qu e fazem dez minutos e mais de meditação diá.ria - Casais Responsá.veis, PUot.os e outros quadros do Movimento. A êstes casais que têm a obrigação da meditação, juntam-se muitos dos antigos Responsá.veis que. depois de terem descoberto êste contact.o mais intimo com Deus, puseram a meditação na .sua regra de vida e procuraram ser-lhe fiéis. E há. também membros das equipes que, gra<;as a. um conselho esclarecido ou ao testemunho de um amigo, compreenderam que deviam dar um lugar mais importante à oração. Outros casais gostariam de a fazer mas não têm uma idéia muito nítida da meditação. Pensam que é preciso ter conhecimentos intelectuais elevados, um nivel de cultura humana que não possuem, ou então julgam que a meditação é éo!sa r eservada aos grandes mtsticos ... Os testemunhos dos que a praticam vêm confirmar o que a Igreja ensina, ou seja, que a meditação não está. reservada a esta ou àquela categoria de cristãos, mas é acon selhada a todos os filhos do Pai: "0o'mecei a fazer a meditação há dois anos , q1tando era .Responsável de uma eqwipe de Nossa Senhora . Era tmw meâ4tação, sem método (lefinido... bastante maçadora~ e penosa, mas sempre eram dez. mimttos de oração por dia e a oração· chama necessàriamente a graça. QitanJdo deixei de ser res ponsável, tui muito menos assid1to. Rlecomecei a fazer a m~õtl.itação com os "Oahiers sur Z'o?.C!ison ( 1) há seis meses-. Oompreend i então o que era a meditação. Não é ~~"Õprill!mente falar mas recolhermo-nos e1 escutarmos, '.' mergulhar" no Senhor. Os " Oahiers" deram-me.

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o método, ou melhor, a disciplina que me faltava. Mas o mai8 difícil é conseguir o silêncio. O silêncio exterior ainda vá, mas o interior.•. Tentei vários processos, como um?- ~inal da cruz< muito lento, para cortar com as ocupações quotidia'IUI..! t1 uma atitude firme. Mas mwita.s vêz€18 isso !Hão basta. Então leio lentamente um te:l.'to dos •<Cahiers" ou âo Evangelho aM «encontrar" Deus! Conteço a ter wm grande repertório de textos, sob;retudo dos «Cahiers'. Nos dias em que 1ne sintO! com dema8'iadai imaginação procuro o texto «Como fazer Oração"; noutro dia, em que o oração me é difícil, procuro um s6bre a paciência; para os dias em qtu'ft estot~ menos rBbeZde procwro os que levam a mais contemplação. 1 O principal é isolar-se 'do mundo exterior e encontrar -8.9 dia,nte de Deus no silêncio dei alma. Expticar o que se pa.ss(j depois é bastante llifíciZ; não são palavras que valem, p~~ é o Senhor e o nosso nar.ta que ali estão. Pode ser que o Senhor fale mas a maior parte das vezes está l1ern esconP!ido! E o mundo exterior proct~ra interpor-se «Ah, equeci-me de comprar aquilo! .. !' "ainda não arrumei as xícara,s, âe COJ/é!" S preciso transformar essas interrupções Em'!! oração. Co11.. tudo, há dias em que, a~pesar do silêncio, do 8inal da cru111 e tio texto, Deu-s fica inacessível e as distrações sucedem-se. Nêsses <Uas procuro meditar o Padre Nosso, que me parece ser a oração mais rica. Acabo sempre considerando, sob o olhar de Deus, a tarde ']ue se segue .•. mas não deve ba!-!tar, porque, logo que a oração termina, deixo de pensar durante o dia em De-us, a menos que as crianças (2 e 3 anos) me lembrem \Vantagens da educação). Mas p'arece-me que a meditação •levia viver-&e dttra.rtte toã.o o dia ..."


.·~.ORAÇÃO PARA. À PRÓXIMA REUNIÃO T EXTO DE MEDITAÇÃO

· "Porque· isto diz o Senhor Deus: Ei qu eu m smo irei buscar a l'l'linhas ovelhas e as visitarei. Assim como um pastor visita o seu rebanho no dia em que se cha no meio das liuas ovelhas desgarrad;~s:. a sim eu visitarei as minhas ovelhas e as livrarei de todo o lugares por onde tinham andado disp·e sas no dia da neblina e da escurid~o. Eu as tirarei dentre ds povos e a.s juntarei de diversos pa :ses , e a introduzirei na sua terra; e apascentá - las- oi ôbre os montes· d hrael , ao longo dos riboiros , e' em todos os lugares ha bitávois d1> pa 's. Eu' lis levaroi a pastar nas pastagens mais férte is; os .Íitos montos de Israel serão lugar da sua pastagem; lá repou n rijo sôbre as verdes relvas e pastarão sôbre os montes de Israel em abundantrf.l pastagens. Apascentarei as minhas ovelhas o as fa lei repousar, diz o Senhor Deus. Irei procurar as que se tinham perdldo e farei voltar as que andavam desgarradas e curarei os mem ! lirós ias que se tinham ferido e fortalecerei as que estavam fracas e conservarei as que estavam gordtjs e fortes e as apascentare i com

e

f

'sti~a".

boquie l, 34 , 11 " u s u o Bom Pastor.

b m pa tor dá a vid

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p las

e lha ove. lhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e fog e, enquanto o lobo a.s arre bata e dispersa, porque é mercenário, e não se impo 1ta com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as mi nhas ovelhas me conhecem, assim como o Pai Me conhece e Eu col\heço o Pai; e Eu dou a vida pelas minhas ovelhas".

O< q ue é me rce nário e não é pastor, ao qual não perte ncem

Jo . 1G, 11 24

11

1S


ORAÇÃO LITÚRGICA

Ant fona: O Senhor é meu Pastor, nada me pode faltar.

Salmo 22 Em pastagens verdejantes me apascenta e me faz repousar; me dirige para as águas do meu pouso e minha alma restaura; é seguro o caminho que me ensina, n;sto ~le empenha o seu nome Encontrando passagem tenebrosa, o que posso eu temer; teu bastão e teu cajado me protegem e me dão seguran~a; para mim Tu preparas um banquete, ~ em face de meus inimigos. A cabec;a Tu me unges com perfume, dás-me um copo a transbordar. Alegria e ventura d1àriamente, são as minhas companheiras; tua casa é, Senhor, minha morada, por tôda a minha existência. ORAÇÃO: O' Deus que pela humilha~ão de Vosso Filho, levantastes o mundo decaído, concedei uma alegria sem fim aos Vossos fiéis, para que, dep·ois de arrancados ao perigo da mortz etarna, gozem da felicidade que nunca tem ;:m. AMÉM.


1\\o\JJ 1\\ei\Jo de

C.>.$~LS

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conjuy~l c. ~~1\\di,\R

CENTRO DIRETOR . Secr•. Cer.al . BRASIL

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Secretariado

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20, Rue des Apennins . PARIS XVII

Rua Paraguaçú . 258

SÃO PAULO 10


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