ENS - Carta Mensal - 468 - Dezembro/2012

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Ano LII • dez 2012 • nº 468

C A R TA Equipes de Nossa Senhora

SUPER-REGIÃO A Esperança nos Move p. 4

IGREJA CATÓLICA Ano da Fé p. 11

Mensal

NATAL Natal é Compromisso p. 13


CARTA MENSAL nº 468 • dez 2012 Eq u i p e s d e N o s s a S e n h o r a

EDITORIAl Da Carta Mensal ................................... 01

RAÍZES DO MOVIMENTO A Virgem no lar ......................................... 22

SUPER-REGIÃO Palavra do SCE ..................................... 02 Fazer acontecer é preciso ..................... 03 A esperança nos move! ........................... 04

TESTEMUNHO Matrimônio sinal do amor de Deus ...... 23 Grande escola de vida .......................... 24 Qual a nossa intercessora? .................. 25 Vivência plena da missão evangelizadora .................... 26

ECOS DO XI ENCONTRO INTERNACIONAl A ressonância do XI Encontro Internacional ..................... 06 XI Encontro Internacional - Nosso testemunho .......................................... 07 IGREJA CATÓlICA Os jovens estão chegando! .................. 09 CNBB lança cartaz da Campanha da Fraternidade 2013 .... 10 Ano da fé ............................................. 11 Advento .............................................. 12 NATAl Natal é compromisso .......................... 13 MARIA Nossa Senhora de todas as equipes ..... 14 FORMAÇÃO Conhecimento das virtudes .................. 15 O próximo (lc 10 25-37) ...................... 16 VIDA NO MOVIMENTO Visita da equipe da Super-Região Brasil Pesqueira-PE .......................................... 17 Sessões de formação ............................. 18 Encontros provinciais 2012 ..................... 20

PARTIlHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Como seria nossa vida sem os PCEs? .... 27 Oração conjugal ................................... 28 Regra de vida: correção e aprimoramento ................................ 29 Experiência de oração .......................... 30 Escuta da palavra: a difícil arte de ouvir a Deus! ............................ 31 Retiros .................................................. 33 PE. CAFFAREl Convite a um amor maior .................... 38 TEMA DE ESTUDO Estar próximo da humanidade e curar o amor ..................................... 39 NOTÍCIAS ........................................... 40 REFlEXÃO Uma palavra aos educadores ............... 46 ATUAlIDADE Ver e ouvir com a alma ........................ 47

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Cida e Raimundo N. Araújo - Equipe Editorial: Responsáveis: Zezinha e Jailson Barbosa - Cons. Espiritual: Frei Geraldo de Araújo lima O. Carm - Membros: Fatima e Joel - Glasfira e Resende - Paula e Genildo - Zélia e Justino - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622) Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiaçu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1285 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos Diagramação: Samuel lincon Silvério - Tiragem desta Edição: 23.300 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/ imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Rua luís Coelho, 308 Cj. 53 11º andar - 01309-902 São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Zezinha e Jailson Barbosa. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


Esta decisão dos pastores diante da notícia da chegada do Salvador aconteceu há mais de dois mil anos, mas a cada Natal, somos, também, convidados a tomar essa atitude: vamos a Belém! Deixemos tudo e vamos em busca do Menino-Deus! Mas, antes, preparemos nossos corações, façamos deles a manjedoura onde Ele irá nascer novamente dentro de cada um de nós que estiver querendo recebê-Lo! Em preparação para o Natal, Pe. Miguel nos sugere aproveitarmos o tempo para evangelizar mais a nossa família, especialmente nossos filhos, e ensina-nos a explicar às crianças toda a riqueza e simbologia dos presépios montados nas nossas casas, os quais muitas vezes servem apenas como um enfeite de época... e vai além: convida-nos a vivenciar os PCEs à luz das lições do Presépio. Que tal aproveitarmos seus ensinamentos? Os irmãos Cida e Raimundo, evocando o tema de 2012 “Vai, e também tu, faze o mesmo”, levam-nos a refletir: “Fomos e fizemos o mesmo”? E sugerem que, se não o fizemos, “não fiquemos tristes, mas procuremos realizar o programa do cristão - o programa do samaritano, ‘o programa do Menino Jesus’ entre os feridos e os necessitados de amor... sempre há tempo para fazer o bem”. A mensagem de Natal da Equipe da Super-Região Brasil, foi escrita, com muito carinho por Hermelinda e Arturo - CRP SUL I, no

artigo: “A esperança nos move”! Como fruto do estudo do livro “A Mística dos PCEs e da Partilha”, a Bandeira Partilha e PCEs está “recheada” de belos artigos sobre os Pontos Concretos de Esforço. Nela, temos contemplados todos eles, e, de modo especial os Retiros, momentos privilegiados de encontros com o Senhor. Ainda saboreando o XI Encontro Internacional, dois belos testemunhos nos farão reviver aqueles dias de graça do nosso Movimento, em Brasília. A bandeira Igreja Católica nos traz, através de D. Odilo Scherer, a alegre notícia: “Os jovens estão chegando”! Também nos alerta e convoca: “Preparar os caminhos do Senhor, para a JMJ-2013, significa ainda criar um clima favorável nas próprias famílias, comunidades e organizações da Igreja, para a realização da Semana Missionária, de 17 a 21 de julho de 2013, antes do Encontro do Rio”. O texto de D. Murilo Krieger orienta-nos para o verdadeiro sentido do Natal e o compromisso que dele emana. Bebamos da sua sabedoria! Aproveitem também a chance de “voltar às fontes” na bandeira Raízes, com a palavra do Pe. Caffarel, que nos sugere a aprendermos com Maria que: “Além de ensinar aos esposos como viver o mistério do “sim”, um sim cada vez mais pleno, Nossa Senhora ensinar-lhes-á primeiro que ninguém pode verdadeiramente dizer a outrem se antes não disse sim a Deus”. Desejamos a todos, Casais e Conselheiros Espirituais que transformem seus corações numa manjedoura para receber o Menino Luz que chegará no Natal!

Equipe da Carta Mensal

Tema: “ Vai, e também tu, faze o mesmo” (Lc 10,37) CM 468

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Editorial

Queridos irmãos: “Vamos, pois, até Belém e vejamos o que aconteceu, o que o Senhor nos deu a conhecer”. (Lc 2,15)


Super-Região

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilhos nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos sua Glória.” (Jo 1,1.4-5.14) Como seria bom aproveitar os tempos do advento e do Natal para evangelizar mais a nossa família, especialmente nossos filhos. Como seria benéfico explicar às crianças toda a riqueza e simbologia dos presépios montados nas nossas casas, os quais muitas vezes servem apenas como um enfeite de época. Quantas vezes contemplamos o presépio, procuramos entender o significado de cada detalhe; quantas vezes contemplamos a humildade de Deus que, querendo estar cada vez mais próximo de nós, submeteuse aquela situação aviltante. Será que o presépio ainda diz alguma coisa para a nossa vida? E para nós, casais equipistas, será que o presépio nos trás algo mais para alimentar, aprofundar e fortalecer a nossa espiritualidade conjugal? Poderíamos fazer uma escuta da palavra, diante da palavra que está ali de braços abertos, pois “a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14); fazer uma meditação mais contemplativa como Maria e José que estão ali contemplando a Palavra diante de si; um dever de sentar-se à luz da humildade do menino Deus sobre as palhas que forram a manje2

doura; um retirar-se como Maria e José, mesmo fazendo um esforço incalculável para que a Palavra permanecesse viva para si, dentro de si e para o mundo; quantos de nós não fazemos o mínimo de esforço para realizar esse Ponto Concreto. Imaginemos se Maria e José tivessem dado qualquer desculpa para não retirar-se, o que seria de nós? O que os magos dizem para nos? Depois de contemplarem a Palavra encarnada e darem do que tinham de melhor, resolvem mudar o caminho, (Mt 2,12) estabelecem para si uma regra de vida. Fizeram uma para permanecerem com a Palavra e a Palavra os protegeu pela obediência a sua regra de vida ali estabelecida. Para entender e acolher os desígnios de Deus na vida da família é preciso estar alimentado pela oração conjugal. Um abençoado e Feliz Natal para todos os que amam a Palavra de vida, a guardam nos seus corações, e a concretizam nas suas atitudes conjugais cotidianas. Um abraço com carinho. No Coração de Jesus,  Pe. Miguel Batista, SCJ SCE Super-Região CM 468


FAZER ACONTECER É PRECISO Queridos irmãos equipistas Foi-nos pedido ao longo de 2012: “Vai, e também tu, faze o mesmo”. Fomos e fizemos o mesmo? Se ainda não fomos e não fizemos, não fiquemos tristes; sempre há tempo para fazer o bem; sempre há pessoas esperando nosso bem. A proposta vai continuar em 2013, 2014 ... Importa, porém, ir, e fazer algo por alguém. Todos somos chamados a servir, e servir com alegria; só isso importa. “Servir não faz perder a autoridade nem diminui o poder, a importância da pessoa”, afirma Frei Patrício, ocd. Como extensão do mandamento do amor: “amaivos uns aos outros como eu vos amei”, Jesus argumenta: “Sabeis que os chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve” (Mt 20, 25). Na história da Igreja e da santidade, os grandes foram os que se esqueceram de si, colocandose a serviço de todos, amando e não se envergonhando do serviço mais humilde. Citamos alguns: Francisco de Assis, Teresa do Menino Jesus, João da Cruz, Teresa de Calcutá etc. “Eles não se deixaram dominar pelas aparências, pelos mantos vistosos, pelos ornamentos luxuosos, mas foram seduzidos pela teologia de Belém, da Cruz e do Cenáculo” (Frei Patrício, 102). CM 468

E o que dizer de Jesus? Para se fazer pequeno como nós, Ele se fez carne, habitou no nosso meio, nos serviu amorosamente, e nos deu a única chave da vida: o amor. Com amor, Ele próprio realizou o que deveria ser feito; não mandou fazer. Em sua jornada havia espaço para a conversa com o Pai (oração pessoal ou interior) e para os encontros com os discípulos à base de oração, formação, diálogo, revisão de projetos, de ações. Itinerante, Jesus percorria as vilas, os lugarejos, atendendo a todas as pessoas que o buscavam, sem burocracia, sem distinção. Todos trazem a dignidade de filhos do Pai. Nas ENS nosso serviço não é diferente. Todos que respondem “sim” ao chamado para trabalhar na vinha, devem, é claro, possuir profundo conhecimento do Movimento (carisma, mística, pedagogia etc.). Contudo, mesmo sendo este item fundamental, por si só não basta. Como o trabalho é com pessoas, é preciso algo mais que um tratamento tecnicamente 3


correto; é preciso humanidade, a atenção do coração. E o próprio Papa Bento XVI nos ensina: “... além da preparação profissional, requer-se também, e sobretudo, a `formação do coração`: é preciso levá-los àquele encontro com Deus em Cristo que neles suscite o amor e abra o seu íntimo ao outro de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento, (...), mas uma consequência resultante de sua fé, que se torna operativa pelo amor” (Deus caritas est,59). Diz o Eclesiastes (3,1) que “debaixo do céu há momento para tudo e tempo certo para cada coisa:”, portanto “espere” (mas não

espere muito!) o momento de realizar o programa do cristão - o programa do bom samaritano, o programa de Jesus. Amados irmãos, não será este período do Advento uma boa ocasião para fazer acontecer “o programa do Menino Jesus” entre os feridos e necessitados de amor? Que nossa esperança nos leve até o presépio, até Belém, até Jesus! Unidos em oração, desejamos, do fundo de nosso coração, que tenham todos um Abençoado Natal e um Fecundo Ano novo!  Cida e Raimundo CR Super-Região

A ESPERANÇA NOS MOVE! Está chegando o fim de mais um ano... Alguns ficam aliviados, porque finalmente o ano está acabando; outros ficam com a sensação de missão cumprida... E outros ainda, se sentem agradecidos e felizes, porque olham tudo o que passaram como um aprendizado e uma grande oportunidade de crescimento espiritual. É Natal mais uma vez! É Jesus chegando! O festivo acontecimento de Belém envolve todo o mistério de nossa fé: Jesus se faz Homem para nos salvar. Descobrir o Menino Deus em nossos corações é realmente viver o Natal como tempo de fraternidade, paz e amor sem medida. É redescobrir os valores de fé e vida 4

contidos em cada um de nós. É tempo de permitir que o coração sinta a alegria de sonhar sem limites... Tempo de nos aproximarmos de pessoas especiais, que Deus colocou em nossas vidas, para falar o quanto elas nos são importantes. É penetrarmos no mistério do Natal (visível invisibilidade divina), aceitando o desafio de verdadeiros discípulos e missionários d’Ele: tornar Deus visível! Para este NATAL, coloquemos nossa vida familiar, profissional, equipista e pastoral, nossos anseios e nosso empenho na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, sinal visível do Reino de Deus. CM 468


Ele enviou Seu Filho ao mundo para reunir toda a humanidade numa grande família de irmãos: “Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será nosso rei... e haverá paz em todo o seu reino...” (Is 9,5-6).

“Ele é a Eterna Criança, o Deus que faltava. Ele é o humano que é natural, Ele é o divino que sorri e que brinca. E por isso é que eu sei com toda a certeza Que Ele é o Menino Jesus verdadeiro”.

(Fernando Pessoa)

É quando renasce em nós a esperança, que significa esperar e acreditar que algo acontecerá, mesmo quando há indicações contrárias. É ter fé. “E assim nós, que encontramos segurança nele, nos sentimos muito encorajados a nos manter firmes na esperança que nos foi dada. Essa esperança mantém segura e firme a CM 468

nossa vida assim como a âncora mantém seguro o barco” (Hb 6 18-19). Esta fé e esperança requerem muita perseverança acompanhada de testemunho, principalmente no mundo atual, quando o apelo midiático do verdadeiro sentido do Natal é outro. Devemos, pois, nos deixar guiar pelo Espírito Santo, que nos leva a viver no amor de DEUS e no amor ao próximo, pois só n’Ele temos a esperança e a certeza para olhar o futuro e a garantia de um amor autêntico e duradouro. Que o verdadeiro sentido do Natal renove em cada um de nós a esperança de um mundo melhor... Alegremo-nos todos! Pois é quando o céu aproxima-se da terra e o mundo fica mais perto de DEUS! Desejamos a todos os EQUIPISTAS um verdadeiro Natal e um abençoado ano de 2013!  Equipe da Super-Região por Hermelinda e Arturo 5


Ecos do XI Encontro Internacional

A RESSONÂNCIA DO XI ENCONTRO INTERNACIONAl A preparação que nos convidava ir à cidade de Brasília, transformouse numa apoteose de cores, unidade, festa, celebração e experiência de Deus e de irmãos e especialmente o Ginásio Nilson Nelson, foi a escola de aprendizagem de vida espiritual e vida conjugal, de acolhida alegre e internacionalidade fraterna. Partilho alguns momentos que ainda ressoam no meu coração daqueles dias: as pregações, o espírito de internacionalidade, o pregador, as celebrações, os grupos de reflexão, a confraternização e a alimentação. Cresceu, com certeza, nos participantes, como eu, um sentido de pertença alegre e mais comprometido com a causa principal do Movimento: a Espiritualidade Conjugal. Quem me dera que todos tivessem presentes a este evento! O eixo direcional do nosso Encontro muito importante foi o texto bíblico do amor concreto: Lc 10,2537 que marcou cada hora desses dias abençoados. “Ele o viu”: conhecer para cuidar bem. Esta premissa é chave do verdadeiro amor, pois ver o outro de forma real é de fato uma postura de quem ama e abre a porta em direção ao outro principalmente quando é o cônjuge. O casal Carla e Carlo Volpini nos disse que “há verbos nesse texto que nos lembram do Cuidar do Outro e somos desafiados a este movimento exterior de amar o próximo olhando-o internamente” e que devemos “aproveitar o erro do outro para aju6

dá-lo a ser o que Deus pensa dele”. Ser vivenciadores da “Generosidade do Amor pelas estradas que percorremos” e que “somos chamados a tocar o outro com amor. O nosso amor faz o outro viver, faz o outro ficar curado. O amor trabalha pela vida. O outro sem vida deve gerar em nós o exercício do amor cristão”. Quem ama cuida, pois o serviço do amor é cuidar. Nosso coração ficará pequeníssimo diante de tantos irmãos e irmãs que passam por todos os tipos de necessidades e profundas tentações contra a família, contra a pessoa e contra o cônjuge. “Quando o outro se sente amado, o amor torna-se escola de vida, de acolhida, de superação, de esperança, de novos projetos e de coração novo”. O poder do coração se encontra no amor. Levaremos este poder a tantas pessoas que encontramos no caminho. Aprendamos a cuidar dos casais e sejamos incansáveis, aprendamos a cuidar da família e sejamos impertinentes e aprendamos a cuidar de nossa espiritualidade e sejamos perseverantes. Enfim, guardem no coração esta partilha porque ainda ressoam muito forte estas palavras e espero que soem nos que estão na caminhada. Nossa Senhora nos auxilie nos passos daqui para frente. Já estou aguardando o próximo!  Pe. Lucivaldo da Silva SCE Região Norte II Manaus-AM CM 468


XI ENCONTRO INTERNACIONAl NOSSO TESTEMUNHO Queridos amigos, Queremos compartilhar com vocês nossa alegria em ter participado do XI Encontro Internacional em Brasília. Por si só um momento especialíssimo, mas que, para nós, teve um sabor ainda mais especial em virtude das circunstâncias em que isso se deu. Desde o início, era grande nossa expectativa, e tão logo as inscrições foram abertas efetuamos a nossa, e buscamos motivar os casais de nossa Região a também fazê-lo. Tudo o que se referia ao Encontro, merecia uma atenção especial de nossa parte. O tempo foi passando, e quando nos demos conta estávamos em abril/2012 a três meses do evento, foi quando nossas tribulações tiveram início. Nessa ocasião, Bento, em um exame de rotina, teve diagnosticado um tumor na próstata, em um estágio precoce, e um outro no intestino, este já em um estágio mais avançado que exigia uma imediata intervenção cirúrgica. Como todo ser humano, nos abalamos, mas nos entregamos nas mãos de Nossa Senhora pedindo sua intercessão a Deus para que nos desse confiança e tranquilidade para enfrentar essa delicada situação que, entre outras consequências, nos distanciava da participação no Encontro Internacional. Deus foi tão bom conosco, que CM 468

nos encheu de confiança ao ponto de nos permitir contagiar a todos, principalmente a nossos filhos. Faltando 15 dias para o início do Evento, em 06 de julho, Bento foi operado e tudo indicava a impossibilidade de nossa ida. Porém, fortalecidos na Fé, robustecida pela proximidade da Proclamação do Ano da Fé, pelo Sumo Pontífice Bento XVI, nos colocamos em oração, juntamente com nossa família e todos os nossos amigos, particularmente os das Equipes de Nossa Senhora e nos colocamos totalmente nos braços de Nossa Senhora, certos de que Ela estava nos carregando no colo. Em 14/07, já de retorno à nossa casa, tivemos, em um primeiro momento, o sentimento de que realmente não daria para irmos. Porém, não perdemos a Fé. Foi aí, nesse momento que as demonstrações de carinho e solidariedade de nossos irmãos equipistas se intensificaram: do casal responsável pelas inscrições em nossa Província, veio a notícia de que a coordenação do Evento havia conseguido uma cadeira de rodas para o Bento ali se locomover; os casais de Nova Friburgo se ofereceram para levar nossa bagagem, pois não podíamos pegar peso; diariamente recebíamos ligações de confiança e incentivo e, principalmente, tínhamos notícias de que todos rezavam por nós. 7


Diante de tanto carinho, Bento foi tendo uma excelente e rápida recuperação e vimos que por obra e graça de Nosso Senhor nossa ida estava se viabilizando. Foi assim que em 21/07, sábado, com o coração transbordando de alegria e gratidão, voamos para Brasília. Lá chegando, as demonstrações de carinho e solidariedade continuaram: no hotel fomos recebidos por Débora e Adão que, a partir daí não nos deixaram um só momento, verdadeiros anjos, enviados pelo Senhor, que nos ajudaram a vencer nossas limitações; nos deslocamentos, tivemos o apoio da equipe de trabalho que estava sempre nos esperando nas portas das vans para nos acomodarem e a cadeira de rodas que recebemos no primeiro dia do evento, tão logo chegamos ao ginásio. Ali, e no Centro de Convenções, nos víamos cercados pelo carinho e apoio de todos, particularmente pelos casais e sacerdotes de nossa Província e Região que ali estavam: Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Volta Redonda, Itaipava, Niterói, Rio, Minas Gerais e Espírito Santo. A eles, posteriormente se juntaram os casais e conselheiros que compuseram nosso círculo. Foram momentos inesquecíveis, ricos em formação, congraçamento, troca de experiência e espiritualidade, uma verdadeira Eclésia, em que se podia sentir a presença viva do Espírito Santo. Dentre esses momentos, destacamos a Missa de abertura quando o Bento disse haver sen8

tido, quando se tocou no nome de Pe. Caffarel e seu processo de beatificação, um forte impulso de a ele se dirigir em oração, solicitando sua intercessão para sua recuperação. Assim ele fez e disse ter sido invadido, nesse instante, por um grande sentimento de paz e a certeza interior de que ela se daria. E isso de fato aconteceu; hoje ele está plenamente restabelecido, tendo sido inclusive, afastada a necessidade de quaisquer outros tratamentos adicionais: quimioterapia, radioterapia etc. Deus seja louvado em seus anjos e santos e que nunca nos falte, e a todos que deles necessitarem e a eles se dirigirem com fé e confiança, as intercessões de Pe. Caffarel e do Beato João Paulo, que, juntos a Nossa Senhora e todos os santos, estão ali, junto ao Pai, esperando por nossos pedidos. Encerramos, pedindo que todos, sem exceção, acreditando realmente que o Senhor faz maravilhas em nossas vidas, sejam, nesse Ano da Fé que se iniciou em 11.10.12 e se estenderá até 24.11.13, testemunhas de que vale a pena seguir a Deus, ter o Sacramento do Matrimônio e participar de um Movimento tão rico que são as Equipes de Nossa Senhora, onde readquirimos o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus e do Pão da Vida, oferecidos como sustento de todo aquele que é seu discípulo.  Sandra e Bento Eq.03 - N. S. Rosa Mística Nova Friburgo-RJ CM 468


Falta menos de um ano para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em julho de 2013 (JMJ). A Arquidiocese do Rio de Janeiro, dias atrás, lançou o anúncio, em forma de apelo: “Preparai os caminhos do Senhor!” (cf Lc 3 3-6). Bem pensado, pois a JMJ, de 23 a 28 de julho de 2013, vai ser a ocasião para um encontro intenso com o Senhor - este é seu objetivo fundamental. Serão centenas de milhares de jovens, senão milhões, que se movimentarão pelo Brasil todo e se dirigirão ao Rio: um momento de graça especial de Deus para os jovens e para toda a Igreja. Por isso, é necessário preparar caminhos e ambientes, para acolher bem essa visita de Deus. O encontro será tanto mais proveitoso, quanto mais for bem motivado e preparado. Encontros com Deus acontecerão de muitas formas: nos muitos encontros com os jovens, que crêem e testemunham sua fé em outras partes do mundo; através da reunião “em nome de Jesus”, uma vez que Ele prometeu estar presente onde dois ou mais se reunirem em Seu nome. A JMJ será um grande evento eclesial e acontecerá “em nome do Senhor”. Encontros com o Senhor acontecerão na Eucaristia, na escuta da Palavra de Deus, no Sacramento da Reconciliação e na presença do Papa, Sucessor de Pedro... CM 468

Os caminhos do Senhor passam pela máxima difusão da JMJ entre os jovens, a preparação dos grupos que participarão e sua inscrição, pelo site da Jornada (www.rio2013.com). As informações e orientações do Comitê Organizador já estão lá, à disposição de todos. Pais, educadores, responsáveis por organizações eclesiais, Paróquias, Congregações, Pastorais, Movimentos, Associações, Novas Comunidades, procurem todos apoiar os jovens, para darlhes a possibilidade de fazerem essa experiência única; é a melhor coisa que podem fazer por eles! Não se arrependerão, pois será marcante para o resto da vida dos jovens que participarão da JMJ. E isso significa também apoiá-los na consecução dos recursos necessários para a inscrição e a viagem. Preparar os caminhos do Senhor, para a JMJ-2013, significa ainda criar um clima favorável nas próprias famílias, comunidades e organizações da Igreja, para a realização da Semana Missionária, de 17 a 21 de julho de 2013, antes do Encontro do Rio. Serão necessárias muitas famílias e instituições acolhedoras para hospedarem os milhares de jovens que virão de muitos países para um intercâmbio cultural, religioso e missionário com nossos jovens. Serão necessários muitos voluntários em cada paróquia, para proporcionarem boa acolhida e 9

Igreja Católica

OS JOVENS ESTÃO CHEGANDO!


hospitalidade aos jovens. Significa ainda boa organização da Semana Missionária da JMJ, para a participação nas várias atividades propostas. A JMJ requer também estruturas adequadas para o transporte com segurança e conforto para tantos hóspedes, que virão de fora do Brasil, bem como para os jovens que, em todo o nosso País, se mobilizarão e dirigirão para o Rio. E aí já não depende mais das comunidades e organizações eclesiais, mas das autoridades competentes. Enquanto há preocupações

com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, ainda não percebo que haja preocupação com a JMJ de julho de 2013! Vivemos um ano de graças especiais para a juventude, um “tempo favorável”; que ele não passe, sem que eles aproveitem muito! “Tenho medo de que o Senhor passe por mim e eu não lhe dê atenção”... Preparai os caminhos do Senhor!  (no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, ed. de 31.07.2012) Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

CNBB lança cartaz da Campanha da Fraternidade 2013 A CNBB apresentou o cartaz da Campanha da Fraternidade 2013, que tem como tema “Fraternidade e Juventude”, e o lema: “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8). O cartaz faz alusão à convocação para a Jornada Mundial da Juventude, evento que reunirá milhares de jovens de todo o mundo no Rio de Janeiro em 2013. O encontro será precedido pela Semana Missionária, evento realizado pelas Arquidioceses de todo o Brasil. Segundo o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, o tema da CF 2013 reforça a opção da Igreja pela juventude. “Tendo como referência a cruz de Jesus Cristo, o cartaz traz, em primeiro plano, uma jovem que demonstra alegria em responder ao chamado que Deus lhe faz. A Igreja acredita nessa disponibilidade da juventude, nessa resposta do jovem que encontra na sua comunidade a abertura, a provocação e a oportunidade para um serviço à Igreja e à sociedade”. 10

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ANO DA FÉ Tendo em vista a nova Evangelização para a transmissão da fé cristã, Bento XVI convoca um sínodo em Roma. Sínodo significa caminhar juntos em direção à mesma meta, na esperança de intensificar a ação evangelizadora. O Ano da Fé traduz a preocupação da Igreja Católica, que enfrenta o distanciamento de milhares de cristãos batizados. A pergunta fundamental sobre a crise de fé é: Por que os cristãos abandonam a Igreja? Isso significa que abandonam a fé? Será que os cristãos buscam a felicidade, como se o amor de Deus e ao próximo não mais importasse? Será que estamos vivenciando uma espécie de ateísmo? A sociedade de consumo condiciona a vida e as escolha das pessoas. O valor que brota da fé cristã não coincide com a busca da felicidade apresentada pelos padrões ordenados pela sociedade atual. Executando a legítima luta pela sobrevivência pessoal e familiar, a sociedade de consumo induz as pessoas à excessiva preocupação consigo mesma. Vive-se um clima acentuado de individualismo e autossuficiência. Exemplos: leva-se vantagem sobre os outros; casais se unem por um tempo e decidem não gerar filhos; a preocupação geral é ganhar dinheiro para gozar a vida; o interesse pelas coisas substitui o interesse pelas pessoas; dá-se mais importância a um cão de CM 468

estimação do que por melhorias de condições de vida dos empobrecidos e descartados da sociedade. É isso aí. Os valores da fé são suplantados pela busca de viver até que Deus se encarregue de sacudir a vida da gente com alguma prova. Deus não desiste de nós. Seu amor para conosco é incomensurável. A fé é dom de Deus. A fé leva os filhos e filhas a buscarem a felicidade na fraternidade solidária aberta aos outros. A fé abre horizontes de esperança e amor a Deus e aos semelhantes. A fé é dom de Deus que aviva a sua imagem em nós. Duvida-se se alguém encontraria o sentido da existência sem amar seus semelhantes. A fé é acompanhada de amor e de esperança. A fé nos faz sair do egoísmo e nos leva ao encontro dos outros. Será que a fé cristã tende ao desaparecimento? Dando por descontada a interpretação da fé deste ou daquele credo religioso, evitemos confundir fé e religião. O pressuposto da fé cristã reside no dom que recebemos de Deus. A fé é dom divino, transcendente, sobrenatural. A fé não depende da minha opinião. Não sou eu quem cria a fé. Deus vem ao meu encontro e me concede gratuitamente o dom da fé. Deus ilumina todo ser humano que vem a este mundo. Deus tem cada ser humano como seu filho e filha. Se os valores da fé não incidem 11


na vida e no comportamento das pessoas, talvez seja porque muitos cristãos batizados não são orientados e acompanhados na fé. Os valores decorrentes do Evangelho de Jesus talvez sejam abstratamente conhecidos, mas

pouco praticados na vida.  (Dom Aldo Pagotto - Arcebispo Metropolitano da Paraíba) Colaboração do Diácono João Batista Eq.09 - N. S. da Assunção Pindamonhangaba-SP

ADVENTO É o tempo do Advento, o período que prepara o Natal. Veremos passar por nós quatro domingos e seremos chamados a aguardar a vinda de Jesus na esperança e numa alegria crescente, mas ao mesmo tempo, numa atitude de vigilância e de meditação. Na verdade, desde o primeiro domingo, a Igreja recorda-nos a vinda gloriosa de Cristo, no fim dos tempos – comemoramos a espera do povo de Deus, de que João Batista, José e Maria serão os representantes eleitos, mas vivemos também o nosso próprio Advento, esperando o Senhor que virá visitar cada um de nós. Ao longo dos três domingos que se seguem, Isaías convidanos à fidelidade, João Batista à conversão, Maria ensina-nos a disponibilidade e José a confiança - podemos estar certos, o Senhor virá ou, segundo o espírito da liturgia, o Senhor vem! O Advento era já celebrado no século IV, antes mesmo que a 12

festa do Natal fosse separada da Epifania. Os celebrantes revestem-se de roxo, a cor da penitência, mas também da sobriedade, da pobreza daqueles que se preparam para uma festa que cumulará todos os seus desejos. O símbolo mais conhecido do Advento é a coroa, decorada com bolas e fitas. Ela rodeia as quatro velas que serão acesas, uma após outra, ao longo deste período. Contudo, parece que a coroa não é herança de uma longa tradição - aparentemente, ela foi “inventada” por um pastor luterano no século XIX. De qualquer forma ela baliza o nosso caminho e conduz-nos, luz após luz, para a claridade irradiante da noite de Natal. Desejamos a todos os leitores uma caminhada de Advento vivida na paz e na esperança!  Lúcia e Rubson Eq.02B - N. S. das Graças Ribeirão Preto-SP CM 468


O Natal renova em nós um duplo compromisso: o de olhar para o Menino do Presépio e o de olhar para a humanidade. A presença do filho de Deus em nosso meio é a maior prova do amor de Deus por nós. Ele vem ao encontro dos homens e mulheres de boa vontade, com um apelo de paz e um convite à vida fraterna. Muitos não o acolheram há dois mil anos, pois foram incapazes de perceber a realização dos planos do Senhor numa humilde gruta. A simplicidade de Deus e seu amor preferencial pelo fraco, desprotegido e pobre são para muitos um obstáculo, em vez de ser uma ponte. Aceitariam mais facilmente um Deus que se manifestasse com poder e riquezas. É preciso ter um coração de pastor para reconhecê-lo da maneira como ele próprio quer se manifestar. O Natal nos leva a olhar também para a humanidade. Em Cristo, todos são nossos irmãos e irmãs e esperam de nós um gesto semelhante ao dos pastores de Belém. O amor de Jesus nos leva a olhá-los com o seu olhar. Descobriremos, então, que neles o próprio Senhor está presente. Amá-los significará escutá-los, levar-lhes o Evangelho, guiá-los e têlos em nosso coração no momento da prece. Amá-los significará também, muitas vezes, trabalhar para que sejam valorizados e respeitados, para que tenham pão, casa e emprego, dada sua máxima dignidade: criados à imagem de Deus, são seus CM 468

filhos. Filhos no Filho Jesus. Tudo isso nos mostra que, mesmo com a presença do Menino Jesus em nosso meio, continuaremos enfrentando problemas. Anima-nos, porém uma certeza: não estaremos mais sozinhos. Ao nascer pobre, o Menino que nos é dado nos ensina, antes de tudo, que o ser – ser uma pessoa livre, ser filho de Deus e irmão de todos, ser vocacionado para a vida eterna – é muito mais importante do que o ter – daí ser importante procurar riquezas que não se estraguem ou enferrujem (cf Mt 6,19). Ele nos ensina, também, a necessidade de ter o seu olhar sobre o mundo, sobre a vida e sobre as pessoas. Colocando-nos em seu lugar, qual a visão de mundo que teremos diante de nós? Veremos inúmeras pessoas que nos cercam: estão elas recebendo nosso amor? Veremos milhares de pobres e empobrecidos, pessoas sem pão e sem perspectivas, num país que está entre os que mais produzem riquezas. Poderemos ficar indiferentes? Veremos pessoas tristes e aflitas: o que faremos para diminuir seu sofrimento? Veremos pessoas alegres: como ajudá-las a manter essa felicidade e de que maneira, juntos, poderemos espalhá-la? Nosso mundo, hoje, é um imenso presépio e dele fazemos parte. Um menino nos é dado. Nele o Pai nos acolhe. No coração de cada homem e mulher nasce novamente, a esperança.  Dom Murilo S. R. Krieger 13

natal

NATAl É COMPROMISSO


Maria

NOSSA SENHORA DE TODAS AS EQUIPES O nosso Movimento é Cristocêntrico, tem como intercessora Nossa Senhora e, são muitas as denominações da nossa mãe. A fé e a devoção à N.S. é algo imensurável. Mesmo com pouco escrito na Bíblia sobre a escolhida, é o que nos basta para venerá-la. A pureza de Maria é percebida por ocasião da anunciação, quando a resposta divina à sua pergunta: “Como se fará isto, se não conheço homem algum?” (Lc 1,34), é dada pelo poder do Espírito: “O Espírito Santo virá sobre ti” (Lc 1,35). O Plano de Deus, desde a plenitude dos tempos, estava sendo confirmado. Ao ser concebido como homem no seio da Virgem Maria, o Filho Único do Pai é “Cristo”, isto é, ungido pelo Espírito Santo. Nascido da Virgem Maria: o que a fé católica crê acerca de Maria funda-se no que ela crê acerca de Cristo, mas o que a fé ensina sobre Maria ilumina, por sua vez, sua fé em Cristo. A predestinação de Maria: “Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4), mas, para “formar-lhe um corpo”, quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, “uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27). A nova Eva: quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela escolhida para ser a Mãe do seu Filho. Assim, como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuiria para a vida. 14

A Imaculada Conceição: para ser a Mãe do Salvador, Maria “foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função”. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”. Esta “santidade resplandecente, absolutamente única” da qual Maria é “enriquecida desde o primeiro instante de sua conceição” lhe vem inteiramente de Cristo: “Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime”. Ele a “escolheu nele (Cristo), desde antes da fundação do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no amor” (Ef 1,4). Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida. “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra...”. Como diz Stº Irineu, “obedecendo, se fez causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano”. A verdadeira devoção a Maria é aquela que nos conduz à seu Filho. Maria está junto de Jesus e junto a nós, em nossa caminhada. Conhecê-la mais, nos levará a sermos melhores seguidores de Jesus. Portanto, qualquer oração para Maria nos coloca em sintonia com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Feliz do nosso Movimento que tem Nossa Senhora no nome e intercedendo por todas as equipes. Lucinha e Marcos Eq.10 - N. S. dos Pastores de Fátima Olinda-PE CM 468


Se há um conhecimento vital que se perdeu ao longo do tempo é o conhecimento das virtudes. Se na época clássica dos gregos e no cristianismo até a Idade Média as virtudes ocupavam um lugar privilegiadíssimo na vida humana, hoje elas ficaram praticamente esquecidas. Não estão na pauta de preocupação das pessoas no mundo moderno, não estão na lista de prioridades das pessoas em geral. O mundo moderno, imbuído de um profundo materialismo e de consumismo, preocupa-se em “ter” coisas materiais, “ter” dinheiro, “ter” status profissional, “ter” prazer, e não em “ser”: ser melhor. Aristóteles já afirmava, mais de dois mil anos atrás, que a felicidade do homem está nas virtudes e não no dinheiro, no prazer e na fama. Nesse sentido, vale a pena ler Ética a Nicômaco, um livro atualíssimo e bastante acessível intelectualmente, no qual se desenvolvem essas ideias. O cristianismo, com os ensinamentos de Cristo, está em plena conformidade com o ideal aristotélico: o que torna o homem feliz é adquirir as virtudes, isto é, identificar-se cada vez mais com Jesus Cristo, que teve todas as virtudes em grau máximo. O que torna o homem feliz, qualquer que seja a circunstância da sua vida, é crescer em caridade, bondade, sinceridade, laboriosidade, fé, esperança, humildade, alegria, justiça, paciência, prudência, generosidade, temperança, ordem e aproveitamento do tempo, fortaleza etc. etc. Dessa forma: CM 468 462

a) a preocupação em crescer nas virtudes não pode parar (esse é o trabalho que faço na direção espiritual: ajudar as pessoas a dar passos contínuos nas virtudes, tendo como modelo Jesus Cristo); b) todo problema humano está relacionado à falta de virtude. Ex.: a ausência de paz é a falta da virtude da fé; a tristeza é a falta da virtude da esperança; a insegurança, a ansiedade significam a falta de virtude da confiança; o não saber perdoar é a falta de virtude da humildade; o vazio da vida e a solidão, a falta de virtude da caridade etc. c) crescendo em virtudes, fazemos melhor toda a realidade da nossa vida: o trabalho, as obrigações e nos capacitamos para ser melhores como marido, esposa, namorado, filho, irmão, pai, mãe, amigo etc. De tal modo que podemos dizer que o segredo para nos tornamos, por exemplo, excelentes como marido ou esposa é sermos mais caridosos, mais pacientes, mais humildes, mais generosos; d) a virtude é o que dá estabilidade e credibilidade à nossa vida. Não somos bons porque “falamos” que somos bons, mas porque “fazemos” o bem. A promessa de ser bom sem o enraizamento nas virtudes é fogo fátuo; e) convençamo-nos de que a razão da nossa felicidade não está na posse dos bens materiais, mas no crescimento interior; 15

Formação

CONHECIMENTO DAS VIRTUDES


Façamos o propósito de dedicar tempo à nossa melhoria pessoal e à leitura de livros que nos ajudem a crescer nas virtudes. Crescendo em virtudes, nós nos pareceremos cada vez mais com

Jesus Cristo e adquiriremos a luz que Ele possuía no seu coração. (Pe. Paulo M. Ramalho)  Contribuição de Nyza e José Eq.04D - N. S. do Carmo São Paulo-SP

O PRÓXIMO (lc 10 25-37) Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê (1 Jo 4,20).

Certa ocasião, ainda antes de entregar minha vida a Deus, eu vinha caminhando na rua com um amigo quando vimos um homem caído na calçada, espumando pela boca. Aquilo me sensibilizou e liguei de um orelhão para o pronto socorro, pedindo ajuda. Aí meu companheiro me disse: “Estás dando uma de bom samaritano”. Eu nunca imaginaria que estivesse falando dessa história que Jesus contou a um mestre da lei, mas ela é tão conhecida porque é muito expressiva e traz um recado importante para nós. Penso que tanto aquele mestre da lei como o sacerdote, o levita e o samaritano são retratos daquilo que nós também somos. O mestre da lei representa as pessoas que estudam 16

e sabem o que Deus quer delas, mas ficam somente na teoria, não praticam o que aprenderam, contentam-se consigo mesmas e assim caem em contradição. O sacerdote é o líder religioso que se acha importante e acaba sendo vítima do seu orgulho. O levita, imagino, representa as pessoas para quem parece suficiente seguir formalidades religiosas, como frequentar uma igreja ou observar algumas regras, mas que se afastam de quem realmente precisa do seu amor. O samaritano é aquele que nos surpreende, prestando auxílio ao próximo. Todos nós temos momentos em que um ser humano ferido necessita de uma resposta às suas necessidades, e então precisamos deixar de sermos mestres, sacerdotes ou levitas para transformar-nos em samaritanos, e não importa para quem seja, aliás, muitas vezes não será aquele que achamos mais simpático. “COM O AMOR

DE DEUS NÃO SE ESCOLHE A QUEM AMAR”. 

Colaboração da Eq. 02 - N. S. de Fátima Santa Luzia-PB CM 468


Pesqueira-PE

No dia 23 de setembro de 2012, estiveram em nossa cidade de Pesqueira os Casais da Super-Região Brasil: Cida e Raimundo, o novo Casal Provincial Nordeste, Conceição e Macedo, e o nosso Casal Regional Paizinha e Arlindo. A semana de preparação para nós foi de uma expectativa muito grande porque, pela primeira, vez o Setor Pesqueira recebeu tão ilustre visita. Com simplicidade eles disseram que não eram nada ilustres. Ao depararem-se com a calorosa acolhida sentiram-se emocionados e felizes de saber que realmente tínhamos nos empenhado em dizer que ser Casal Equipista é muito bom! Que para nós o Sacramento do Matrimônio tem muito valor! Que fazer parte do Movimento das Equipes de Nossa Senhora em busca da santificação é o sonho de todo equipista, lembrando o que Jesus nos disse: “Sede santos como meu Pai é Santo!”. Reportando-nos ao início do encontro, a Equipe 01, Nossa Senhora CM 468 462

das Graças, os esperava, em comitiva, com uma faixa de boas vindas para recepcioná-los na entrada da cidade. Ao chegarem ficaram emocionados e surpresos com aquela recepção. Ali já começava a Visita. Depois saímos em comboio pelas ruas da cidade, acenando lenços brancos, buzinando alegremente e nos dirigimos ao Salão de Cristo Rei onde, na véspera, todas as equipes reuniram-se para preparar-lhes uma exposição. Cada equipe contou sua história. Lembrancinhas, mimos, fotos, cada um dos presentes queria ficar um pouco com eles. O local do nosso encontro ficou lindo. Estão de parabéns todos os casais do Setor Pesqueira. Temos certeza de que eles formaram um belo pensamento a nosso respeito. A Equipe de animação preparou uma música homenageando-os e nós ficamos felizes porque, ao observarmos as suas expressões, sentimos que eles estavam felizes por estarem em nosso meio. Depois das apresentações chegou o momento das perguntas. Eles disseram que aquele era o momento de tirar as dúvidas, e as perguntas foram surgindo e todas foram respondidas. Acreditamos que as dúvidas foram dirimidas. Ao término do encontro voltamos para as nossas casas e ao seio das nossas famílias. Não nos esqueceremos desta manhã de domingo 17

Vida no Movimento

VISITA DA EQUIPE DA SUPER-REGIÃO BRASIl


que não nos deixou cansados, ao contrário, nos deixou imbuídos do sentimento de gratidão a Deus por ter feito nascer na França a semente do nosso Movimento: o casal que procurou a pessoa certa, o nosso fundador Padre Caffarel. Daqui para frente, vamos nos comprometer com a mensagem do Pe. Caffarel deixada por eles: “Mais valem quinhentas

equipes fortes do que cinco mil medíocres”. Temos certeza de que o Setor Pesqueira será um Novo Setor. “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é digno de mim”  Suzete e Otoniel Casal Responsável de Setor Pesqueira-PE

SESSÕES DE FORMAÇÃO

PROVÍNCIA LESTE SF NÍVEL II - REGIÃO RIO V No 1º final de semana de Agosto, 28 casais da Região Rio V, participaram da SFN II, realizada no Colégio Regina Coeli, no bairro da Usina no Rio de Janeiro. Nosso formador foi o Pe. Lídio, SCE da Eq.131B. Com muito entusiasmo e sede de conhecimento, os participantes acolheram as orientações apresentadas num clima de muito carinho e atenção. O tema abordado foi “A Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo”, a partir dos documentos: Christifideles Laici, 18

Puebla, Medellín, Santo Domingo e Aparecida. Todos participaram ativamente dos trabalhos em grupo e da partilha dos assuntos estudados. “Ide pelo Mundo e Evangelizai”; e “Jesus Cristo, Caminho, Verdade, Vida”. Com base nestas passagens foram apresentadas as ações evangelizadoras atuais e suas propostas para alcançarmos a unidade e o cumprimento de nossa missão como cristãos na Igreja e no Mundo. Um casal apresentou o trabalho que vem fazendo à frente da Pastoral Familiar e sua importância junto CM 468


às ENS, desde a preparação dos casais para o Matrimônio, e o pós-Matrimônio, para engajá-los em movimentos e ou pastorais. Tivemos também uma palestra que tratou da importância da política na vida do cristão e no dever do cidadão na prática do voto consciente, baseado em propostas políticas com conteúdo que visem ajudar as famílias e não provocar sua “falência”. Destacamos também a Confraternização de sábado à noite, com

a convivência animada e brincadeiras, entre os participantes, num belo momento de descontração. Procuremos responder ao chamado que o Senhor nos faz a cada dia: “Ide vós também, trabalhar na minha vinha” (Mt 20,4). “Como fizeram os discípulos e os primeiros cristãos, façamos também nós a mesma coisa” (Pe. Lídio).  Zezé e Isaías CR Setor D Rio de Janeiro-RJ

PROVÍNCIA SUL I SF NÍVEL III - REGIÃO SP SUL I Foi realizado no 1º final de semana de setembro, no Centro Familiar Maria Medianeira, a SFN III. Estiveram presentes 37 casais participantes, que saíram radiantes com tantas bênçãos. Missas celebradas por Frei Nestor (Setor Mogi B) e Padre Vanderlei Malaquias (Setor Arujá). As palestras foram maravilhosas e muito rica foi a troca de experiências nas reuniões de grupo. E um fato que está sendo destaque na região, desde a realização do EACRE deste ano, tem sido a acolhida dos casais. Desta vez os casais de Mogi das Cruzes receberam os casais do ABC CM 468

e de Santos em suas casas e todos foram unânimes em dizer o quanto esta experiência cristã nos faz crescer; ver Jesus Cristo no irmão. Todos saíram motivados. Nesta formação foi feito o anúncio sobre a mudança dos nomes dos setores do ABC 1, 2 e 3, passando respectivamente para São Caetano, São Bernardo/Diadema e Santo André. Com esta nova designação os Setores passam a ter nome de cidades, assim como ocorre em praticamente todo Brasil.  Benita e Ruy CR Região São Paulo Sul I Mogi das Cruzes-SP 19


ENCONTROS PROVINCIAIS 2012 PROVÍNCIA LESTE A alegria de ser cristão e de servir nas Equipes de Nossa Senhora marcou o Encontro da Província Leste, realizado de 19 a 21 de outubro, em Belo Horizonte-MG. O novo casal responsável pela Província Leste, Bete e Carlos Alberto, com alegria e confiança, transmitiu as Orientações e ações a serem realizadas em 2013. Frei Arthur, SCE da Província, destacou as tensões e divisões vividas pelo povo por causa de Jesus. Afirmou, ainda, que: quanto mais bebemos da água viva, mais nos purificamos nos nossos relacionamentos e na espiritualidade, que nos preservam das tensões e nos conduzem a uma nova atitude de vida. Contamos também com a presença de Cida e Raimundo, CRSRB, que nos encantaram com a simplicidade, alegria e amor com que servem ao Movimento. Durante sua palestra, destacaram que os casais

que assumem responsabilidades no Movimento, têm a singela missão de maternidade e paternidade junto ao seu Colegiado e sua equipe de base. Em cada palestra ou flash foi percebido o testemunho de vivência e pertença ao Movimento. Nas celebrações litúrgicas, os SCE testemunharam, através de suas homilias, o profundo amor às ENS, destacando a importância da relação harmônica entre os sacramentos da Ordem e do Matrimonio. Também foi enfatizado o valor da igreja doméstica, onde o casal assume o seu sacerdócio dando o alimento e a partilha da palavra, aos filhos. No Envio, o Casal Provincial nos convocou a “Ousar o evangelho” com amor e confiança, tomando o exemplo de Maria e, sem nada temer, viver o amor de Deus a serviço do próximo, com o coração transbordando de felicidade pelo chamado à missão.  Sônia e Aramis CR Região Rio V

PROVÍNCIA NORDESTE “Todos vós, conforme o dom que cada um recebeu, consagrai-vos ao serviço uns dos outros, como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pd 4,10). Está neste versículo da carta de Pedro a essência do Encontro de Mipibu, no Rio grande do Norte. Foi exatamente isto o que fomos fazer lá: “receber” para, depois, cada um, “dar” aos seus respectivos Setores. 20

Estávamos envoltos pelo manto de Maria e sob o sopro do Espírito Santo, que desperta no discípulo o sentimento de pertença e o desejo de servir. Naquele agradável e sereno local, à beira de uma lindíssima lagoa, quase 200 pessoas, dentre elas 35 sacerdotes, representando 11 Regiões e 66 Setores, receberam a substância necessária para nutrir as inúmeras Equipes, a fim de que CM 468


nenhuma padeça de “anemia espiritual”. Num clima de fraternal igualdade, de coincidência de objetivos, de acolhimento sem igual da parte dos anfitriões (Região Rio Grande do Norte I), em que se pôde observar no olhar de todos o brilho a traduzir os ideais sonhados por Henri Caffarel, transcorreu, nos dias 19, 20 e 21 de outubro, o Encontro da Província Nordeste. Como se não bastassem os múltiplos “mimos” despejados em todos os momentos, quer nas palestras de formação, painéis, reuniões de grupo, noitada de confraternização, tocantes liturgias, com linda solenidade de posse dos novos CRS e SCE, ainda recebemos outra graça, o Padre Miguel, SCESR Brasil, que nos nossos corações depositou consistente matéria para desenvolvermos a caminhada da vida espiritual em casal, embasada no lema do ano 2013: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7, 37). Conceição e Macêdo, CRP e o Pe. Neto, SCEP, estreando com o ardor de quem se contaminou pelo fogo do Espírito, auxiliados pelos Casais Regionais e seus Conselheiros Espirituais, “tocaram fogo” na Província, demonstrando o entusiasmo, a abneCM 468

gação e o zelo com que cuidam da missão a eles confiada por Deus. Sem entrar na essência do conteúdo do Encontro, tão bem transmitida, visto que será amplamente divulgada e debatida nos EACRES das diversas Regiões, apenas queremos dizer das “marcas” que ficaram gravadas no coração de todos, dentre elas as deixadas pelo testemunho sobre a Missão e também pelas diversas palestras. Ainda respirando o clima do XI EI que convidou todos a “Ousar o Evangelho”, partimos, missionários que somos, com o intuito de cumprir a tarefa para a qual o Senhor nos destinou, determinados a concretizar o “Vai, e também tu, faze o mesmo”, em todos os percursos, mas especialmente no “caminho espiritual da vida em casal”. Por fim, queremos dizer o quanto nos sentimos privilegiados por participar de um evento que aquece o coração com um amor gratuito e faz acontecer em nossas vidas um novo Pentecostes, ensejando, deste modo, que possam os outros dizer: “Vejam como eles se amam”.  Elen e Colares CR Região CE II Fortaleza-CE 21


Raízes do Movimento

A VIRGEM NO lAR 1 Além de ensinar aos esposos como viver o mistério do “sim”, um sim cada vez mais pleno, Nossa Senhora ensinar-lhes-á primeiro que ninguém pode verdadeiramente dizer a outrem se antes não disse sim a Deus. Pois aquele que consente a Deus, recebe em herança o poder do amor divino e pode dizer com toda a sinceridade: “A força através da qual te amo não difere daquela através da qual existes”. (Claudel). É o próprio amor de Deus que passa por seu coração para atingir outro coração. Consinta ele melhor, abra-se mais e o amor divino será nele uma perene nascente a jorrar. Se é verdade que devemos consentir a Deus antes de dizer sim a outrem, deve-se acrescentar que este sim dito a outrem renova o consentimento a Deus. Assim, para esposos cristãos, dar-se um ao outro é dar-se a Deus e é também, simultaneamente, transmitir àquele que se ama as graças recebidas para ele de Deus; abrir-se à presença do outro é acolher em si a vida divina da qual é portador e que nos oferece; já a possuímos, é verdade, mas não é possível desenvolvê-la cada vez mais? O amor vem de Deus, vai a Deus e só pode viver perfeitamente em Deus. Aquele que repudia o amor divino nunca conhecerá a plenitude do amor humano. Não se ama verdadeiramente afora de Deus. É impossível aos esposos prescindir da presença divina. “Os amantes nunca

estão sós” escreve G. Thiben: “Se Deus não está neles para uni-los, está entre eles para separá-los”. Esta presença faz a alegria dos esposos cristãos, porque sabem que não somente não é ciumenta e lhes impõe de moderar seu amor, mas, muito pelo contrário, exige que se amem cada vez mais; tanto mais que os fortifica e os ajuda nesta difícil e magnífica empresa. E quando, às horas sombrias, não veem mais a estrada, quando a grande presença divina os intimida, ainda podem recorrer à sempre vizinha e terna presença da Virgem Maria. O casal também, como cada um dos esposos, deve dizer sim a Deus. O coração do casal, esse coração novo, o único fruto dos dois corações que se deram um ao outro, deve consentir a Deus e dar-se a Ele. Então, o sim do amor a Deus, que muitas vezes será renovado, chama o sim de Deus, que será para o lar fonte de vida e mais tarde rio de vida, e dará origem no curso dos séculos, a um povo de filhos de Deus. Porque o casal disse sim, a vida está nele, jorra dele, e vai fecundar a terra, mistério esse próximo ao da Anunciação. A Virgem gerou a cabeça, o casal gera os membros. O casal descobre maravilhado que, unindo seu sim ao de Maria, colabora com Ela e contribui a dar Cristo ao Pai e aos homens.  Henri Caffarel

1 Pe. Henri Caffarel. Carta Mensal nº 4 de julho de 1957, p. 9. 22

CM 468


No Matrimônio a passagem da paixão para o amor, do “sentir” para o “querer bem”, é uma exigência. Ninguém deseja ser amado por qualidades, mas somente por amor. Desejamos ser amados por aquilo que somos, incondicionalmente, mesmo com os nossos limites. Dentro do casamento, mesmo quando duas pessoas desejam se amar percebem-se conflitos: a real capacidade de amar que o outro tem e a expectativa em torno desse amor; a capacidade que desejamos que o outro tenha; a necessidade de querer todo o amor possível, e a necessidade do outro de querer ser incondicionalmente amado. Numa reflexão breve, teríamos profunda consciência de nossa fragilidade, da nossa limitação de amar. Mas, por outro lado, se refletirmos em nosso íntimo sobre o quanto gostaríamos de ser amados, chegaríamos à conclusão de que seria incondicionalmente, plenamente e infinitamente, mesmo sabendo que não seria justo desejar algo que o outro não é capaz de nos dar. Se ficássemos na superficialidade do drama dos limites do amor humano, seríamos consumidos pela impaciência e frustração, pois não somos capazes de corresponder às suas exigências. Concluiríamos não ser mais suficientes para o outro e nem o outro para nós. Como duas pessoas podem se bastar se ambas são “esgotáveis”? E quanto ao desejo de algo mais, da sede do infinito? O homem CM 468 462

por si só poderia responder a necessidade mútua deste amor infinito? Ao experimentar essa necessidade, que faz parte da nossa humanidade, concluímos que existe alguma coisa ou Alguém que sempre se dá novamente a conhecer e é inesgotável no amor. Ter esta consciência nos impulsiona para o desejo de amar e ser amado infinitamente, mesmo sabendo das barreiras dos nossos limites. Ao optarmos pelo amor percebemos que existe um nível na pessoa amada que o amor humano não consegue atingir, e é neste inatingível que aquele que é o próprio amor revela-se gratuitamente. Aqueles que experimentam verdadeiramente o amor afirmam que nele há uma força que ultrapassa nossos limites. É neste instante que o ímpeto pelo infinito reconhece a pessoa amada não como limite, mas como “sinal”, que aponta para um amor maior, inesgotável e pleno: Deus. Na vida matrimonial percebemos que a pessoa amada, nos seus limites, é capaz de suscitar o desejo pelo infinito. O amor é um “sinal”, “sacramento”, que nos aponta para Deus. Nosso casamento já não se esgota em si mesmo, mas em tudo remete a Cristo, e por este motivo podemos ser plenamente felizes e realizados nele.  Aline e Victor Eq.06C - N. S. de Fátima Rio de Janeiro-RJ 23

Testemunho

MATRIMÔNIO SINAL DO AMOR DE DEUS


GRANDE ESCOLA DE VIDA Chegamos ao fim de uma gratificante missão. Foram pouco mais de três anos de muito trabalho, não vamos negar, mas de muitas graças também. Foi notória a ação do Espírito Santo, soprando a todo instante, na maneira que deveríamos conduzir cada situação. Estar à frente do Setor foi como estar em uma grande escola, onde a humildade, a tolerância, a paciência e a dedicação fizeram parte da grade curricular. No aspecto “conjugalidade” recebemos uma grande lição. Lembramo-nos muito bem quando Ester e Renato, no momento do convite, juntos com Stella e Paulo nos disseram que a conjugalidade seria o grande segredo, pois, se não conseguíssemos fazer as coisas juntos, sendo exemplo para os irmãos, não conseguiríamos, também, exercitar a correção fraterna. Agradecemos muito por estes ensinamentos; tivemos a oportunidade única de nos fortalecer como casal e tornarmo-nos pessoas melhores. Não podemos esquecer a nossa equipe de trabalho (sacerdotes, casais ligação e casais apoio), sem cuja colaboração não teríamos conseguido. Foi uma parceria sólida e muito boa que se transformou em amizades verdadeiras. Estivemos unidos do início 24

ao fim. Lamentamos pelo falecimento de Frei Ivo, SCE do Setor: seus aconselhamentos e lições de espiritualidade nos fazem, e continuarão fazendo, muita falta. Mas, como o Senhor não cessou de derramar graças, providenciou logo um outro SCE, integrando o Padre Juvaldes a esta nossa maravilhosa equipe. Enfim, agradecemos, imensamente, a cada um, pelo trabalho pelos irmãos, em nome de Deus, e pelas ações de colegialidade verdadeira nos momentos menos agradáveis. Nossa Equipe de Base, que graça! Apoiou-nos e nos incentivou em todo instante, participando “em peso” da maioria dos eventos que realizamos. E a todos os casais equipistas do Setor, que confiaram e acreditaram em nós, e nos proporcionaram esta riquíssima experiência de viver o nosso amor fraterno. Saímos, não só com a sensação de missão cumprida, mas com a sensação de ter passado por uma grande escola de vida. Ao novo CRS, Natália e Marcelo, desejamos que tenha a mesma sede que tivemos e aproveitem a extraordinária oportunidade de ser instrumento vivo nas mãos de Deus.  Lúcia e Mário CR Setor Niterói C Niterói-RJ CM 468


QUAL A NOSSA INTERCESSORA? Começamos agora e já temos história para contar! Em nossa última reunião da Experiência Comunitária recebemos as explicações a respeito do próximo passo, a Pilotagem, e logo perguntamos como aconteceria a escolha da Nossa Senhora que seria a padroeira da nossa equipe. Fomos informados de que o próprio grupo escolheria sua padroeira e também quais as Nossas Senhoras já haviam sido escolhidas pelas outras equipes. Assim combinamos que na reunião seguinte levaríamos as sugestões para escolha. Ao chegar a nossa casa, procuramos na Internet para conhecer as que não haviam sido escolhidas e ler sobre a história que as envolvia. Apreciamos muito a história de Nossa Senhora do Carmo, e combinamos que daríamos essa sugestão ao grupo. No período entre uma reunião e outra fui fazer uma consulta médica e enquanto aguardava comecei a folhear revistas, como sempre aquelas edições antigas e desgastadas. Enquanto remexia em busca de outra me deparei com uma nada comum em salas de espera, “Revista Ave Maria”, edição de julho de 2011, que dentre outras matérias interessantes trazia às páginas 20 e 21, uma com o seguinte título: “O escapulário de Nossa Senhora do Carmo”. Após a leitura perguntei à recepcionista se podia levar a revista, pois queria mostrar em casa e depois na reunião de equipe, no que CM 468

fui prontamente atendida. No dia 17 de fevereiro, reunimo-nos para a nossa primeira reunião de Pilotagem, conhecemos o casal Vera e Luiz Antônio e o Padre Cássio, que passaria a ser o nosso Conselheiro Espiritual. Apresentamos nossa sugestão para a padroeira e outras duas também foram dadas, Nossa Senhora da Luz e Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos, como forma de homenagear o Padre João Batista que havia nos acompanhado durante o ano anterior. Após ouvir todas as opiniões o grupo optou pela sugestão dada por nós. Ao encontrarmos o Padre João Batista comentamos qual Nossa Senhora tinha sido escolhida para ser nossa padroeira e, para nosso espanto, ficamos sabendo que o dia dedicado a ela, 16 de julho, tinha sido o dia em que ele fora ordenado. Sem sabermos, Deus estava preparando uma homenagem mais do que especial ao caríssimo Padre que nos acompanhou. Nossa pretensão é, enquanto equipe, todos passarmos a usar o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, pois seu uso vai ao encontro daquilo que para nós é também um dos objetivos das Equipes: o compromisso de seguir os passos de Maria, buscando servir a Cristo e às outras pessoas, desconhecendo fronteiras e medidas na prática do amor e do serviço fraternos.  Any e Carlos Eq.14B - N. S. do Carmo Goiânia-GO 25


Vivência PLENA DA MISSÃO EVANGELIZADORA Entre tantas riquezas de reflexão que nos foi propiciado neste ano de 2012, pelos temas estudados, um, especialmente, queremos partilhar com os irmãos equipistas. Refere-se ao capítulo VI, que traz a seguinte abordagem:“A vida como vocação”, onde o questionamento sugerido para discussão em equipe, iniciava com uma forte e profunda frase de São Francisco de Assis:“Pregue o Evangelho o tempo todo. Se necessário use palavras”. E, sequencialmente, nos interpelava se já havíamos tido uma experiência pessoal, em que nossa ação ou de alguém refletira o amor incondicional de Deus. Após a realização do estudo e esgotada a absorção do que o tema tinha a nos proporcionar, empreendemos a responder a indagação. Relatamos a seguir: “Sim, entre várias e inúmeras experiências vividas, em que provamos o amor concreto de Deus manifestado em nossas vidas, queremos exemplificar, usando um testemunho de verdade e doação plena ocorrido dentro de nossa própria equipe, por parte do amado casal Cleusa e Joseph (ela com 63 anos e ele com 77), a quem, entre tantos ensinamentos, queremos referenciar pelo gesto de amor e doação junto à Escola Nova Vida. Eles desempenham uma vocação que, por vezes, ultrapassa os li26

mites físicos pela convicção de que podem e têm a missão de formar crianças mais equilibradas e conscientes, contribuindo assim para uma sociedade melhor. É nítido e evidente que só pelo amor a Deus é possível essa dedicação, em prol do outro, em que o fruto desse trabalho reflete nas famílias. O casal nos ensina com simplicidade e ação a como responder ao chamado de Deus e viver o dever missionário de ajudar o outro. Casal cristão que demonstra com a vida o desejo legítimo de transmitir-nos a sua experiência e provar-nos que o Cristo é a fonte de toda vida conjugal. Podemos ainda dizer do grande despojamento, que nos encanta, por parte do casal em estar atento às necessidades do próximo; suas ações não têm limites quando a questão é ajudar outros casais, tanto materialmente quanto a viverem plenamente o seu matrimônio cristão.” É enriquecedor conviver com pessoas que nos remetem à vivência viva e reta do Evangelho. Certamente na pessoa deste casal foi possível experimentar de forma concreta a essência do tema deste ano “Vai, e também tu, faze o mesmo”!  Gislaine e Henrique Eq.02 - N. S. de Nazaré Luziânia-GO CM 468


Numa breve conversa em uma de nossas reuniões de equipe surgiu este assunto: “Como seria nossa vida hoje se não tivéssemos entrado nas ENS?” Entramos nas Equipes todos recém-casados e, antes mesmo de adquirirmos qualquer mau hábito como casal, começamos a praticar o que o Movimento nos propõe. E hoje, olhando para trás, percebemos que o Movimento nos ensinou coisas muito preciosas. O Dever de Sentar-se nos propõe: parem, conversem (sem brigar) e avaliem juntos o que deve ser melhorado. A Regra de Vida nos propõe: parem, reflitam e estabeleçam uma ação para melhorar aquilo que deve ser melhorado. O Retiro nos propõe: parem tudo... e reavaliem sua relação com Deus, consigo mesmos, com o cônjuge. Tudo isso sustentado pela Escuta da Palavra e a Meditação, que são o alicerce e o alimento do cristão nesta caminhada de busca por ser melhor e aprofundamos nosso diálogo com Deus. Na Oração Conjugal nos abrimos à escuta do outro na presença de Deus. Em nossa equipe, realizamos também a oração familiar, com nossos filhos, sendo eles ainda crianças e adolescentes. Pedimos e temos a confiança de que as palavras do Evangelho ecoarão em seus corações e transbordarão para suas vidas. CM 468 462

Aprendemos com os PCEs a parar constantemente e reavaliar nossa vida, nosso relacionamento e nossas atitudes. Aprendemos também a aproveitar esta pausa para readequar, reestruturar e reinventar tudo o que for preciso para que o nosso bem maior, que é a família, não se perca. Aprendemos a viver em constantes recomeços e retomadas, aprendemos a viver com amor e correção fraterna. Hoje olhamos para nossas famílias fortes e unidas, vemos nossos filhos rezando conosco, e pensamos: Como seria a nossa vida sem as ENS? Difícil... Não queremos nem pensar em como seria se não tivéssemos entrado nas ENS! Reconhecemos a bênção de sermos chamados para o Movimento ainda no início de nosso Matrimônio. Esta consciência que temos, deve-se em especial aos equipistas de mais tempo, que com sua generosidade nos acolheram no Movimento como equipe mais jovem e compartilharam suas experiências. Lembramo-nos de alguns que deixaram a mensagem: “gostaríamos de ter iniciado nossa caminhada nas ENS há mais tempo”. Por isso agradecemos a Deus por esta graça que nos foi concedida. Nossa Senhora Mãe Rainha, rogai por nós!  Eq.13A - N. S. Mãe Rainha Curitiba-PR 27

Partilha e Pontos Concretos de Esforço

COMO SERIA NOSSA VIDA SEM OS PCEs?


ORAÇÃO CONJUGAL Ao aceitarmos escrever este testemunho, não avaliamos de início a tamanha responsabilidade de tal tarefa, mas após aceitarmos o desafio, pedimos a Nossa Senhora das Graças que nos iluminasse e abençoasse nosso trabalho. Desde o início de nossa caminhada nas ENS notamos que boa parte dos casais tinha uma tendência de mais facilmente vivenciar os PCE’s individuais, pois sozinho pode-se fazer a Escuta da Palavra, a Meditação, e até mesmo a Regra de Vida. Observamos que, nas pilotagens que realizamos, alguns casais gostavam de rezar juntos e, às vezes, a partir daí, faziam o Dever de Sentar-se iniciando, em alguns casos, com a leitura do Evangelho e pedindo a presença do Espírito Santo para abençoar aquele maravilhoso ato. Mas não é isso que o PCE Oração Conjugal e o nosso Movimento orientam. É algo mais sublime e profundo, embora não queiramos dizer que rezar juntos, fazer a leitura do Evangelho e pedir a presença do Espírito Santo para a realização de um PCE conjunto não seja importante. A Oração Conjugal bem realizada pelo casal pede um despojamento de suas dificuldades de falar intimamente, um cônjuge ao 28

outro, sem segundas intenções. É essa a essência. O que imaginamos é que olhando para o seu cônjuge peça que naquele dia ele tenha fé, esperança, amor, alegria, proteção divina, bons pensamentos, bons momentos de vivência com todos e com você e olhando para ele diga que a (o) ama muito. Pode ter certeza de que este dia será diferente na vida, para quem fez e quem recebeu a Oração e a Declaração de Amor do cônjuge. Não se deve esquecer de complementar suas palavras dizendo que Deus a (o) ama muito, e quanto é importante para a sua vida, para sua família, para a comunidade e para as equipes de Nossa Senhora. Notamos que o casal que realiza bem a oração conjugal não tem grandes dificuldades com o Dever de Sentar-se e nem com a sua convivência conjugal, tornando-se assim um importantíssimo PCE como nos foi frisado por ocasião da Pilotagem. Somos muito gratos às equipes e aos seus ensinamentos, pois aprendemos a ter um para com o outro, um amor diferente, abençoado, um verdadeiro amor Ágape comprometido com Deus e com a família.  Iolanda e Tadeu Eq.02B - N. S. das Graças Goiânia-GO CM 468


REGRA DE VIDA: CORREÇÃO E APRIMORAMENTO As Equipes de Nossa Senhora têm como objetivo ajudar os casais a progredir no amor a Deus e aos outros. O “caminhar para a santidade, nem mais nem menos”, como dizia o padre Caffarel, é a meta de todo o cristão. Receber o convite para participar eternamente do convívio divino é o maior prêmio que uma pessoa poderá ganhar: “Vinde abençoados de meu Pai, tomai posse do reino preparado para vós desde a criação do mundo” (Mt 25,34). É essa a saudação que ansiamos ouvir. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora é um dos caminhos da Igreja que pode nos levar à santidade. Para tal, oferece aos que por ele optarem, uma vida em equipe, orientações de vida e a prática dos pontos concretos de esforço, vivenciados numa espiritualidade conjugal. Entre os pontos concretos de esforço (PCE), está a Regra de Vida. Este PCE é apresentada como “uma atitude ou diversas atitudes práticas que se tomam, para progredir na direção de um crescimento espiritual e humano” (Guia das ENS, VI). Para cumprir o mandamento do amor mútuo, “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15,12), temos que superar dificuldades e desenvolver virtudes. A Regra de Vida, a exemplo dos demais PCE, é uma “ferramenta” que nos ajuda tanto a combater falhas como a realçar dons e virCM 468

tudes. Ela nos encaminha a um aprimoramento da vivência cristã. Auxilia-nos nessa mudança de vida (conversão), nos aproximando mais dos irmãos e de Deus. Ao falar sobre a Regra de Vida, quase sempre, a relacionamos a algo a ser corrigido. Essa maneira de ver o PCE, talvez tenha sua razão de ser, no fato de salientarmos com mais frequência as deficiências a serem corrigidas. A Regra de Vida, no entanto, tem outro aspecto muito importante, mas, pouco salientado: aprimorar as qualidades e desenvolver os dons. Trabalhar o que temos de bom para melhorá-lo a cada dia, também faz parte deste Ponto Concreto de Esforço. O Movimento tem um documento específico sobre este PCE: A Regra de Vida. E ele nos diz: “A Regra de Vida é, portanto, o ponto sobre o qual cada membro do casal decide pessoalmente concentrar seus esforços a fim de melhor seguir sua direção de crescimento e responder com alegria ao chamado que Deus lhe dirige” (A RV, pág. 12, Ed. 2010). Mais adiante, o documento esclarece que embora a regra de vida seja pessoal, tem uma abrangência comunitária: “Cada um dos cônjuges é convidado a assumir uma regra de vida pessoal. Não uma regra de vida que vise somente a um progresso individual, mas um esforço que está atento para que a vida do 29


casal, da família e a vida em sociedade também progrida” (A RV, pág. 15). Para que a Regra de Vida produza os efeitos esperados é bom que ela seja simples, precisa e escrita. Outro ponto que não se pode deixar de lado é a revisão periódica. É importante analisar as estratégias e as ações que estão sendo tomadas. Devemos mudar de regra de vida quando os objetivos são alcançados ou quando surgir uma nova necessidade. A condição humana impõe limites no nosso relacionamento

com Deus e com os outros. No caminhar de cada dia, encontramos dificuldades que podem nos distanciar de um encontro mais profundo com um e com outro. Elas podem nos desviar e até nos afastar do objetivo final: a felicidade plena em Deus. Devemos estar atentos para identificar e combater estas dificuldades. A oração e as graças de Deus são imprescindíveis para conseguirmos alcançar os objetivos propostos.  Glória e Bartolomeu Eq.14A - N. S. Desatadora dos Nós Jaboatão dos Guararapes-PE

EXPERIÊNCIA DE ORAÇÃO As Equipes de Nossa Senhora são um meio privilegiado de vivência conjugal, por isso está pautada na experiência de oração de cada casal equipista, pois a oração é o elemento essencial na vida de todo cristão, “é o diálogo pessoal do indivíduo e da comunidade com Deus” (Papa João Paulo II). Logo que entramos nas Equipes de Nossa Senhora percebemos que os Pontos Concretos de Esforço nos ajudariam a fortalecer a nossa espiritualidade conjugal. Já fazíamos a oração diária, de forma individual, e com a introdução dos PCEs percebemos que poderíamos aliar o que já fazíamos com essa nova maneira de oração proposta pelas Equipes. Foi então, que procuramos fazer essa oração matinal agregando os três PCEs: Escuta da Palavra, Meditação e Oração Conjugal. 30

Queremos, como casal, partilhar essa experiência que as Equipes de Nossa Senhora nos proporcionaram: a descoberta de rezarmos juntos, e “lá se vão quase vinte anos”. Ao despertar de um novo dia agradecemos a Deus mais um dia que ganhamos para viver. Não só agradecemos, mas pedimos perdão por nossos deslizes e também para louvar o Senhor que é o caminho, a verdade e a vida. Como sabemos que apesar dos nossos esforços sempre estamos sujeitos a errar, iniciamos nossa oração matinal com o pedido de perdão: “Confesso a Deus Todo Poderoso e a vós irmãos que pequei muitas vezes, por pensamentos, palavras e obras”... Crendo na misericórdia do Senhor e no nosso esforço para diminuir as nossas quedas, invocaCM 468


mos o Espírito Santo para que nos ajude, nos anime e nos dê força, coragem e inteligência para vivermos esse dia e todos os dias de nossas vidas com muita alegria, muito amor e muita paz no coração, e que, tudo que fizermos no dia de hoje e sempre seja para o engrandecimento do reino de Deus. Pedimos ao Espírito Santo para iluminar nossas vidas, cuidar dos nossos pensamentos, organizar nossa maneira de ser, de agir e de pensar, sempre direcionado ao Evangelho e nos defender e nos livrar de todos os perigos, de todos os males e de todas as tentações, pedindo especialmente pelos nossos filhos, demais membros de nossas famílias, pelos casais equipistas, assim como por todas as pessoas do mundo, pois afinal somos filhos de Deus e necessitamos, permanentemente do seu amor e da sua misericórdia. Perdoados e iluminados pela

luz do Espírito Santo, fazemos a leitura do Evangelho que a liturgia diária nos propõe; em seguida fazemos a meditação da Palavra de Deus trazendo para nossas vidas, e buscamos desse Evangelho uma mensagem que nos ajudará a vivenciarmos o amor de Deus nesse dia. Certos de que temos um caminho delineado para viver mais um dia, pedimos a intercessão de Nossa Senhora junto a seu Filho amado para proteger e animar todas as famílias do mundo, dando-nos a paz e a unidade e que sejamos cada vez mais humildes e caridosos uns para com os outros, dentro e fora dos nossos lares. Encerramos nossa oração matinal rezando o Magnificat, ponto de unidade do Movimento, pois “O Poderoso fez em nós maravilhas e santo é o seu nome!”.  Eunice e Lúcio Eq.10C - N. S . de Belém Belém-PA

ESCUTA DA PALAVRA: A DIFÍCIL ARTE DE OUVIR A DEUS! A busca por Deus faz parte da essência do ser humano. De uma forma ou de outra temos a necessidade de nos aproximarmos d’Ele. É um mistério maravilhoso que nos faz sentir a sua falta e nos anima a procurá-lo. Confiamos a Ele o nosso íntimo, o nosso caminho, a nossa vida, movidos pela fé que nos encoraja e nos leva adiante. Mas se queremos e necessitamos tanto da CM 468

presença de Deus em nossa vida, por que é tão difícil ouvi-LO? Talvez o maior sinal de amor de Deus por nós, foi nos ter dado a liberdade. E, tomados por essa liberdade, nos deixamos ser guiados pela famosa “correria do dia a dia” e destinamos pouco tempo para ouvi-LO. Muitas vezes apenas não conseguimos. Nosso ritmo, nossa ansiedade, nosso costume, 31


nossa programação, nosso conforto, nossa preguiça, parece que tudo colabora e impede para que não O ouçamos de verdade. E até nos esforçamos porque, afinal de contas, escutar a Palavra de Deus é um Ponto Concreto para nosso crescimento espiritual. Precisamos acalmar o nosso espírito e fazer com que a nossa relação com Deus seja mais profunda. Ele tem tanto a nos falar! Escutar a Deus através de suas palavras é ouvir os seus ensinamentos e sentir por inteiro o que Ele quer de nós e para nós. Ouvir é uma forma de comunicação, e quando não conseguimos ouvir a voz de Deus é porque também não estamos nos comunicando por inteiro com Ele. Um sábio perguntou a seu aprendiz: - Por que temos dois ouvidos e uma só boca? E este lhe respondeu: - Certamente é porque temos que escutar mais do que falar! E o mestre replicou: - Pode até ser! Mas acredito que, se temos dois ouvidos e uma só boca, é porque temos maior dificuldade em ouvir. E Deus tem muito a nos falar!

A Bíblia, fonte viva da Palavra de Deus, traz através de seu conteúdo a grande mensagem de amor por nós. Portanto, se queremos de verdade sentir o amor pleno, temos que dar ouvidos às palavras contidas na Bíblia. É Deus falando aos nossos ouvidos, ao nosso coração. Muitas vezes nos esquivamos, pois queremos apenas ouvir o que nossos ouvidos gostariam de ouvir, mas nem sempre é o que Deus quer e precisa nos falar. Mergulhar na mensagem de Deus é se despojar dos próprios desejos e se colocar à disposição dos desejos do Pai. Ele tem tanto a nos falar! Portanto, como pessoa e como casal, devemos deixar que a “Escuta da Palavra”, um dos PCEs de nosso Movimento, faça parte de nossa rotina, pois assim a cada dia Ele soprará em nossos ouvidos e sobre nossa alma, permitindo que cada vez mais tenhamos a mesma consciência do Pai que tanto nos ama e nos quer bem. Escutar a Palavra de Deus é um meio de santificação!  Solange e Kleber Eq.04A - N. S. da Santíssima Trindade Dourados-MS

Acesse nosso site conheça, veja como está rico em informações e dinâmico!

www.ens.org.br 32

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RETIROS

PARAGUAÇU PAULISTA Aconteceu nos últimos dias 04 e 05 de agosto, o Retiro Anual do nosso Setor. Mais uma vez, fomos agraciados com nosso pregador Frei Carlos Alberto Trindade, que, com grande sabedoria e humildade, nos deixou todos muito entusiasmados com seus ensinamentos sobre o Sacramento do CASCAVEL-PR Nos dias 24 a 26 de agosto tivemos a imensa alegria de participarmos de mais um Retiro - Ponto Concreto de grande valia para a nossa vida conjugal. Momento de parar para escutar o que Deus nos quer falar. Frei Natal iniciou nosso Retiro com um momento de Maria e um terço à luz de velas ao ar livre. Aos poucos nos conduziu ao silêncio. No sábado pela manhã, iniciou com um pequeno filme do Bom Samaritano e nos levou a refletir sobre o amor ao próximo. Embora tenhaCM 468

Matrimônio, suas responsabilidades e suas graças. Esteve presente grande número de casais, inclusive uma equipe em Pilotagem. Estamos felizes por mais um PCE vivenciado, sob a luz do Espírito Santo e a Sagrada Eucaristia.  Maria e Sílvio Eq.03 - N. S. de Nazaré Paraguaçu Paulista-SP mos ouvido muito sobre esta parábola no XI EI em Brasília, percebemos que a reflexão não se esgotou, e que muito podemos aprender, refletindo-a. Pois foi o que aconteceu: percebemos que se não amarmos o próximo verdadeiramente, nossa vida perde o sentido. Amar não é tirar do outro para mim, mas esvaziar-se, de mim para o outro. Muitas vezes tentamos enumerar o próximo numa ordem: o cônjuge, os filhos, os familiares, a equipe, no entanto, a parábola do bom Samaritano nos ensina que não há alguém que não seja nosso próximo. Que não somos apenas cristãos na 33


Igreja, em casa ou na equipe, quando vestimos a camisa. Em todos os ambientes que frequentamos, devemos ser os mesmos, nas palavras e nas atitudes. O nosso bem está em fazer o bem para o outro. E o bem é aquilo que protege, promove a vida, a fraternidade, a comunhão. É prestar atenção no outro. Nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas, que fique surdo ao brado do outro. Pois a salvação do outro tem a ver com a nossa salvação. Se vivo bem, respingo o bem; se vivo mal, contamino. Quando um cristão vislumbra no outro a ação do Espírito Santo, não pode deixar de dar glórias ao Pai. Foi o que sentimos, no sábado à noite, durante a adoração ao Santíssimo. Um momento único, vivido pelos casais participantes do Retiro. Frei Natal nos levou a sentir e ouvir o Pe. Caffarel diante de Jesus no Sacrário, a nos falar com tanta ternura que não pudemos conter as lágrimas. Foi um momento de graças e bênçãos derramadas sobre os casais. Domingo pudemos compreender quando o silêncio é comunicação. Deus não fala enquanto nós falamos. Se quisermos ouvi-Lo, precisamos silenciar nosso cora-

ção e nossa alma aos murmúrios externos, e ouvir no mais profundo de nosso ser a voz de Deus. “Na medida em que o verbo cresce, a palavra se torna silêncio” (João da Cruz). A mística dos PCEs, relacionada ao texto de At 2 41-47, nos ensina que pôr em comum e partilhar é ir além de uma simples prestação de contas e que a Equipe é uma pequena Igreja que se forma para olhar os outros com os olhos de Deus. Nela, os casais se reúnem por Cristo, unicamente. Se assim não for, perde sua razão de ser. A espiritualidade é a vivência que leva às virtudes, dons e graças. Essa vivência nas ENS levou os casais a mudarem ao longo dos anos, e essa experiência foi passando a outros casais. É um Movimento querido por Deus. Pe Caffarel nos ensinou, a partir das experiências que teve de Deus. Os PCEs nos convidam a atitudes que devemos assimilar e pôr em prática num caminho de conversão, que pouco a pouco vai transformando a nossa vida. Agradecemos imensamente ao Frei Natal, por partilhar conosco sua sabedoria com carinho e dedicação.  Olga e Adalberto Eq.01 - N. S. Aparecida Cascavel-PR

PIRACICABA-SP (Setor B) Realizou-se nos dias 01 e 02.09.2012 no Mosteiro de São Bento em São Paulo, nosso retiro, tendo por pregador, D. João Evangelista Kovas,OSB. O que podemos dizer deste

Retiro? Para nós foi um dos melhores. Os PCEs foram revisados de uma forma clara e objetiva. Dom João nos mostrou que os PCEs são obrigações que devem partir do coração. Se nossa motivação não estiver viva, estamos

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fadados a negligenciá-los. Pertencer a uma ENS é aceitar a iniciativa de Deus para nós. E o Retiro é um dos PCEs vitais para o cristão equipista, retirar-se, sair de sua rotina e hábito, passar de uma posição para outra, para olhar de longe o que está acontecendo. O cotidiano mata o espírito, e nosso espírito é criativo, por isso é necessário sair da rotina e nos renovarmos com a escuta da palavra de Deus no silêncio. Fazer silêncio é abrir espaço para

uma manobra interior, criar espaço para que Deus nos fale, e, ouvindo sua palavra, possamos criar uma hierarquia de valores sobre o que é essencial. Quando não fazemos silêncio somos pessoas superficiais; a superficialidade dos bons é o maior mal do mundo. Quem não pratica o silêncio não reza bem e não tem discernimento das coisas.  Maria Helena e Edwar Eq.04B - N. S. Aparecida Piracicaba-SP

RIO DE JANEIRO-RJ (Setor A – Região Rio III)

do Retiro Anual do Setor A - Região Rio III. Nosso pregador foi Frei Lorivaldo do Nascimento, que veio do Paraná para nos brindar com ensinamentos, reflexões e orações. Partindo da parábola do Bom

Cheios de expectativas subimos a montanha do Sumaré nos dias 15 e 16 de setembro, para participarmos CM 468

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Samaritano (Lc 10,37), demos início às nossas reflexões sobre o Amor ao Próximo, quem é o nosso próximo e como podemos demonstrar esse amor. Lembrando Marta e Maria, refletimos sobre a oração e o agir, vendo que as duas (Marta e Maria) têm que caminhar sempre juntas em nossas vidas. Frei Lorivaldo fez toda a ligação com os PCEs, refletindo as passagens bíblicas de Ef 5 25-33; Ecle 3 1-8 e Col 3 20-21, mostrando-nos que amar a Deus é também amar nossos irmãos.

Refletimos também sobre a Família, nossa Igreja doméstica, que é o fundamento de nossas vidas. O Retiro é uma fonte inesgotável de sabedoria e espiritualidade que nos transforma para que possamos viver esses momentos de profunda emoção, tendo sempre em nossos corações as palavras de Jesus: “Vai, e também tu, faze o mesmo” (Lc 10,37).  Apparecida e Edson CR Setor A Rio de Janeiro-RJ

MOGI DAS CRUZES-SP

No 4º dia: Lc 10 38-42 - o grande dilema de sabermos o que é essencial, e o que é fundamental. Maria escolheu o essencial. No nosso dia a dia, somos Marta ou Maria?

No final de setembro de 2012, participamos do nosso Retiro Anual. Na verdade começamos o Retiro uma semana antes, pois a equipe que cuidou da elaboração do roteiro enviou-nos como tarefa a leitura da palavra e uma pergunta, para cada dia da semana: No 1º dia refletimos: Lc 1 2638 - o Sim de Maria, o Sim da disponibilidade, de quem estava cheia de graça, cheia do Espírito Santo; O meu sim ao Movimento das ENS, pode ser comparado ao sim de Maria? No 2º dia: Lc 1 39-56 - a oração do nosso Movimento: o MAGNIFICAT; Consigo ter a humildade, a dedicação e a disponibilidade com meus parentes, como teve Maria com Isabel? No 3º dia: Lc 10 25-37 - base do nosso tema de estudo: “Vai, também tu, faze o mesmo”; Qual a minha atitude em relação ao irmão necessitado? 36

No 5º dia: Rezamos o terço.

Durante o Retiro, tivemos a honra e a graça da presença de Padre Flávio Cavalca, que nos presenteou com uma palestra sobre os Alicerces/História das ENS, dissenos que: “As ENS surgiram num momento privilegiado da nossa história, ou seja, num momento de mudança, de renovação da nossa Igreja e de uma revalorização do casamento. Na verdade as ENS são presentes de Deus, para nós e para a Igreja. Como presente é, portanto, inspiração do Espírito Santo. O nosso Carisma é pura inspiração do Espírito Santo, ou seja, é um conjunto de ideias vindas do Espírito Santo. CM 468


E quais são essas ideias: O casal é chamado à perfeição Cristã, à santidade; O sacramento do Matrimônio é um caminho para a santidade. A perfeição é buscada na vida em equipe, pois é ela a pequena Igreja. Finalizando, o que devemos fazer na vida para percorrer este caminho de santidade: • Cumprir o compromisso batismal; • Viver para Cristo; • Como Cristo;

• Por Cristo; • Numa entrega sem condições; • Para glorificar a Deus; • Como testemunho de vida. Ao final, Pe. Flávio Cavalca foi enfático: “para sermos missionários de Cristo, temos que ser competentes. Não podemos ser sapateiros de meia-sola”.  Donizetti da Silvia Eq.09B - N. S. Madre de Deus Mogi das Cruzes-SP

O RETIRO ANUAl: FAZER, A CADA ANO, UM RETIRO “Vamos sozinhos para algum lugar deserto, para que vocês descansem um pouco”. (Mc 6, 31)

Ter, a cada ano, um tempo suficiente para se colocar num lugar isolado, diante do Senhor, se possível em casal, num retiro que permita uma reflexão sobre sua vida, na presença de Deus. O retiro é um tempo privilegiado de parada, de escuta, de oração e uma oportunidade de renovação espiritual. É também um tempo forte para voltar-se para dentro de si mesmo e fazer um exame geral de vida, sobretudo sobre o nosso caminho de crescimento. É, muitas vezes, uma possibilidade de melhorar o conhecimento do pensamento divino, que é entendido de uma maneira fragmentária ou sumária, nas nossas leituras da Palavra e na nossa vida do dia a dia. Os casais das Equipes de Nossa Senhora são encorajados a tirar proveito da atmosfera especial dos retiros para se renovarem. São convidados a deixar os locais onde vivem e onde trabalham para que possam escutar a Deus e entender o plano que Ele tem para o casal. (Guia das Eq. Nossa Senhora - p. 27)

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Pe. Caffarel

CONVITE A UM AMOR MAIOR Convidamos os equipistas de todo o Brasil a RENOVAREM suas inscrições como Membros da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel em adesão à causa de sua beatificação. Também convidamos os que ainda não são colaboradores da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel a que o sejam. Essa é uma maneira de dizer como somos gratos pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora e que acreditamos que a sua criação foi uma Obra inspirada por Deus e assumida pelo

Pe. Caffarel que, durante muito tempo, dedicou grande parte de sua vida a esta causa. Acreditamos na generosidade de todos vocês e no compromisso que cada equipista tem com o nosso Movimento. Esperamos uma resposta positiva e urgente. Veja como fazer sua renovação ou uma nova inscrição, utilizando o quadro abaixo. Sempre unidos em oração.  Cida e Raimundo CR Super-Região

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO PADRE CAFFAREL RENOVAÇÃO 1. Pagar no Banco do Brasil a Contribuição Anual Conforme valores a seguir: • Membro associado ...........R$ 33,00 • Casal associado .............. R$ 50,00 • Membro benfeitor ........... R$ 83,00 (ou mais) Banco do Brasil 001 - Agência no 1636-5 Conta corrente 44747-1 - Equipes de Nossa Senhora 2. Escrever, em letra de forma, no verso do recibo do banco o nome completo de cada um dos cônjuges (no caso de casal) ou da pessoa que está associado, ou preencher a ficha abaixo. Obs. No caso de tratar-se de uma Equipe, além de ser o nome da Equipe deve ser acrescentado o nome do Setor, da Região e da Província. 3. Enviar o recibo do depósito bancário e ficha de inscrição para o Secretariado Nacional: Rua Luís Coelho, 308, 5o andar cj. 53 – 01309-902 – São Paulo FICHA DE INSCRIÇÃO Novos Associados Sobrenome _____________________________________________________________ Nome ______________________________ CPF ______________________________ Código Postal _______________ Cidade ___________________________________ E-Mail _________________________________________________________________ Data: _______/_______/________

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Assinatura____________________________

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“Vai, e também tu, faze o mesmo” O samaritano ensina-nos a agir e ousar o Evangelho! O capítulo “Estar próximo da humanidade e curar o amor” foi um incentivo para sermos mais solidários em relação aos demais. Levou-nos a refletir sobre a situação vigente na sociedade, particularmente, no tocante aos casais separados, divorciados, recasados e em crise. Concomitantemente, motivou-nos a ter atitudes semelhantes ao samaritano, tais como: compaixão, atendimento e cuidado com os ferimentos dos que passam em nosso caminho e caminham conosco. Devemos ser mais solidários com as dores e os sofrimentos dos semelhantes, além de ajudar na prevenção dos problemas que surgem a dois. Igualmente, dar atenção àqueles que vivem em desarmonia, demonstrando nossa

atenção, de forma despreconceituosa e sem julgamentos em relação às suas vivências, isto é, apenas compreender. Mas, para isto, é necessário, além da boa vontade, um empenho maior de preparação e orientação, de tal forma que esta “assistência” possa ajudar realmente aos necessitados na cicatrização de suas feridas e encorajá-los a recomeçar tudo outra vez, de maneira diferente e mais sábia. Acreditamos que este tema provocou profunda reflexão e desejo de tomada de atitudes, em relação especial, aos casais em crise ou mudanças. Somente desta forma estaremos “próximos da humanidade”, disponíveis a ajudar, entender e desempenhar o apelo de Jesus: “ Vai, e também tu, faze o mesmo”.  Maria José e Wilmar Eq. 05 - N. S. Aparecida Nossa Senhora da Anunciação Juiz de Fora / MG

AGIR A Segunda Inspiração (1988) assegura que as equipes como tal “não se engajam numa determinada ação em conjunto, pois cada casal deve encontrar o apelo que o Senhor quer que ele responda. [...] mas o Movimento tem um carisma próprio e não pode “se esquivar de seus semelhantes e dos apelos de Bispos, especificamente na Pastoral Familiar. É importante também que as equipes se abram a outros meios sociais e se preocupem com as necessidades de seus países, de preferência aquelas assinaladas pelas Igrejas locais.” E entre os campos de ação das atuais necessidades da pastoral familiar, ele citou: “ajudar os casais em dificuldade e os divorciados - recasados.” (Extraido do Tema de Estudo 2012 - p. 57)

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Tema de Estudo

ESTAR PRÓXIMO DA HUMANIDADE E CURAR O AMOR


notícias

BODAS DE DIAMANTE Irany e Nereu

No dia 29.11.2012, o casal que integra o Movimento como cofundador da Equipe 01 de Florianópolis-SC em 08.05.1955, a primeira Equipe de Santa Catarina e também a primeira fora de São Paulo e que teve a graça de ter o Casal Pedro e Nancy Moncau como Casal Piloto, comemorou, além dos 57 anos de integração ao Movimento das ENS, os seus 60 anos de forte vida matrimonial: Bodas de Diamante! Comemoraram a festa da felicidade, numa Celebração Eucarística na Catedral Metropolitana de Florianópolis onde também firmaram o compromisso matrimonial. Os 09 filhos, 04 genros, 05 noras, os 14 netos e seus cônjuges, e os 02 bisnetos estão repletos de alegria e de gratidão aos queridos pais, avós e bisavós. A Equipe de Nossa Senhora do Desterro (denominação da Paróquia que está comemorando o seu tricentenário de instalação) se rejubila com essa data e o feliz casal irmão. 40

BODAS DE OURO Jandira e Osvaldo

No dia 15.09.2012, na Igreja Nossa Senhora da Saúde, comemoraram suas Bodas de Ouro, com Missa em Ação de Graças, presidida pelo Pe. César Leandro Padilha e com a participação de muitos equipistas. Com 40 anos no Movimento das Equipes de Nossa Senhora é o casal fundador pertencente à Eq. N. S. Mãe da Igreja em Porto Alegre-RS. São testemunho de conjugalidade e amor. Que Deus os abençoe sempre! Amelinha e Toninho No dia 22.09.2012, comemoraram suas Bodas de Ouro com uma missa em Ação de graças celebrada na Capela do convento Sagrado Coração de Jesus, tendo como celebrantes Pe. Aurélio Pereira-SCJ, Pe. João Back-SCJ, CM 468


Helenice e Antonio

Pe. Leandro (ex-conselheiro da equipe), Pe. Jairson-SCJ, Diácono Flavio e Frei Rogério, atual conselheiro da equipe. Presentes, seus 02 filhos, noras, 05 netos e 01 bisneta, além dos amigos e familiares que juntos agradeceram a Deus pelas graças recebidas. (Eq.14B - N. S. do Santo Sudário - Taubaté-SP)

Comemoraram no dia 17 de novembro 50 anos de sacramento do matrimônio, com missa de Ação de Graças celebrada pelo SCE Padre José Ernani Angelini. Fazem parte da Eq.13B - N. S. da Divina Graça em Sorocaba-SP. Sônia Maria e Flávio

Cledite e João

No dia 07.09.2012, o casal celebrou suas Bodas de Ouro com uma Santa Missa, na Igreja de São Cristóvão, presidida pelos Padres Emanuel e Jerônimo. Estiveram presentes, filhos, netos, noras, genros e familiares e muitos amigos do casal. Um belo testemunho de amor e conjugalidade. Que com a proteção de Nossa Senhora, continue sendo para nós um verdadeiro exemplo. (Eq.03B N. S. Aparecida - Parelhas-RN). CM 468

Integrantes há 34 anos da Eq.04A N. S. do Bom Conselho em São Paulo Capital, comemoraram 50 anos de casados, no dia 07.07.2012. Foi um dia muito especial e cheio de surpresas para eles. Houve a renovação do compromisso matrimonial e a bênção pelo nosso SCE Pe. José Assis. Na sequência, um belo almoço organizado pelas filhas, genros e netos. A equipe, alguns amigos íntimos do casal e demais familiares estiveram presentes para parabenizá-los e desejar felicidades ao casal que tanto colaborou para o nosso Movimento. Que Nossa Senhora os proteja e que Jesus continue sendo o caminho que os conduz ao Pai! 41


Mª Angela e Cícero

Alice e Pedro

No dia 21.07.2012, o casal celebrou com a família suas Bodas de Ouro, no Santuário Nacional N. S. Aparecida-SP, participando da Celebração Eucarística, com espírito de fé e gratidão. Posteriormente, festejou com a Equipe e seus familiares, em um almoço na sua fazenda, num ambiente decorado pela natureza de um verde exuberante e lindas flores e, sobretudo, de muita alegria e amizade. Após uma emocionante acolhida feita pelo casal, iniciamos um momento de oração, enriquecido com belos testemunhos sobre o casal dados pelas filhas, netos, genros e pelos irmãos de equipe, com a benção de nosso querido SCE Frei Patrício de Moura Fonseca, OFM. Agradecemos a Deus, pelos 50 anos de Matrimônio dos irmãos, pelo exemplo que nos testemunham de que “o Matrimônio é um lugar de amor, um projeto de felicidade e um caminho de santidade”. Que Deus os proteja sempre! (Eq.01B - N. S. Auxiliadora- Divinópolis-MG)

Integrantes da Eq.13A - N. S. Mãe dos Homens no Rio de Janeiro, comemoraram no dia 03.05.2012 suas Bodas de Ouro em Santana do Deserto (MG), juntamente com o SCE Pe Bento, os casais de sua equipe, 5 filhos, 8 netos, genros e noras, e a Comunidade da Fazenda Cachoeira, que participaram deste momento tão alegre, dando graças a Deus pela feliz caminhada.

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Maria e Mário No dia 22.09.2012, comemoraram os 50 anos de uma feliz vida matrimonial. O casal, participante ativo do Movimento, pertence à Eq.06 – N. S. do Caminho da Esperança em Araçatuba-SP. Na missa, celebrada pelo Pe. Guabiraba, Sacerdote Conselheiro Espiritual Regional, realizada na Catedral Nossa Senhora Aparecida, compareceram os casais atuais da equipe, ex-participantes da equipe, casais equipistas do Setor, amigos e familiares, que agradeceram e louvaram a Deus os 50 anos de união do casal pelo Sacramento do Matrimônio. CM 468


40 ANOS DE EQUIPE

ENS em Manaus No dia 20.06.1972 foi lançada uma semente em Manaus, a semente do Movimento de Espiritualidade Conjugal, da Igreja Católica Apostólica Romana, denominado Equipes de Nossa Senhora; plantada para saciar a sede e a fome de casais, por uma vida conjugal plena, cheia de amor, felicidade, compreensão e fidelidade.

As Equipes de Nossa Senhora, em Manaus, cresceram e multiplicaram e aquelas 02 Equipes lançadas naquele ano há 40 anos, hoje são 43 equipes, ajudando e acolhendo casais que praticam a vivência do Evangelho, testemunhando o amor de Cristo através do Sacramento do Matrimônio. Para comemorarmos tão festiva data foi celebrada uma Santa Missa no Colégio Dom Bosco, cheia de simbolismo por parte dos casais da Equipe 1. Tivemos a presença do nosso casal Provincial Fátima e Canêjo e do nosso casal Regional Juranda e Sidney. Ao término da Celebração Eucarística tivemos uma confraternização entre os casais equipistas, seus filhos e convidados. O Senhor faz em nós maravilhas! Parabéns ENS Manaus pelos 40 anos! (Graça e Encarnação Eq.06D - Nossa Senhora de Fátima Manaus-AM) Eq.02B - N. S. das Vitórias

Ao longo dos anos aprendemos o carisma e mística e que tínhamos grandes desafios para manter a nossa unidade: - Compartilhar a boa nova de Jesus Cristo e “lutar” para o nosso bem-estar como casal e integrar cada vez mais nas nossas comunidades; - Estimular o diálogo entre os casais. CM 468

No dia 15.10.2012, mesma data do início do Movimento das ENS em Brasília-DF, comemorou seus 40 anos de fundação ocorrida em 43


15.10.1972. Na residência da genitora do Casal Fundador e atual CRE, Lícia e Artur. A história da Equipe 2 é a própria história das Equipes de Nossa Senhora em Brasília. Ao todo 25 casais já integraram a Equipe que já teve 16 Casais Ligações. Frei Jamaria foi o 1º Conselheiro Espiritual; Pe. Wallace, o 12º, é o atual Sacerdote Conselheiro Espiritual. Como parte das comemorações dos 40 anos, todos seus integrantes participaram da Celebração Eucarística, na Igreja de N. S. das Vitórias, (Padroeira da Equipe). Ao final da Celebração, a Equipe ofereceu ao Casal Fundador e CRE, uma placa de prata com dizeres alusivos à comemoração. Seguiu-se alegre a confraternização em uma churrascaria da cidade com toda a Equipe e seus familiares. (Erenita e Attanazio)

jubileu DE PRATA DE SETOR

Graças no dia 16 de setembro na Igreja Matriz, com a presença dos casais equipistas. Em Valparaíso, no dia 28 de outubro de 1987 foi realizada a primeira reunião que formou a Eq. 01 - N. S. Aparecida e a Eq.02 N. S. da Felicidade, que deram os primeiros passos para uma caminhada abençoada e alicerçada, que rendeu bons frutos. Hoje com 11 equipes, sendo 09 em Valparaíso, 01 em Bento de Abreu e 02 em Mirandópolis, totalizando 76. Os casais com muito orgulho comemoram essa grande data. Obrigado, querida mãe de Jesus, pela sua intercessão e proteção! Obrigado a todos Conselheiros Espirituais, Acompanhantes Espirituais e a todos os casais que disseram sim a esse abençoado Movimento.

JUBILEU DE PRATA DE EQUIPE Eq. 17A - N. S. da Confiança

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora do Setor de Valparaíso, nesse ano de 2012 comemora 25 anos de existência. Para abrilhantar essa data realizou no dia 6 de setembro, um Jantar Dançante, no clube da ADCU com a banda ‘Pra quinteto falta um’. O evento recepcionou 135 casais. Ainda em comemoração aos 25 anos foi realizada uma Missa em Ação de 44

No dia 12.08.2012 completou 25 anos de caminhada e comemorou com uma Missa em ação de Graças e um jantar festivo. A Equipe compõe a Região Norte II em Belém-PA. É composta de 8 casais e seu atual conselheiro é o Pe. Wagner Fernandes. CM 468


JUBILEU DE OURO SACERDOTAL

ORDENAÇÃO SACERDOTAL

Frei José Bertoldi “O Senhor fez em mim maravilhas”! (Lc 1 49) Esta foi a citação bíblica escolhida por ele em sua Ordenação Sacerdotal, no dia 15.12.1962, na cidade de Petrópolis-RJ. Este amor a Maria o levou a aproximar-se das Equipes de Nossa Senhora. Em toda a sua trajetória de vida, por onde passou deixou seu registro como Conselheiro Espiritual, começando por Petrópolis (RJ) em 1971/1972 e depois em 2002/2003; Curitiba (PR) em 2004-2005; São Paulo (SP) em 2006/2007; Campo Largo (PR) em 2008/2009 e ao chegar em Gaspar (SC), em 2010, assumiu as Equipes: N. S. do Perpétuo Socorro e N. S. da Imaculada Conceição. E, pela grandeza de sua alma, ainda aceitou ser o SCE do Setor A de Blumenau (SC). O coroamento desta sublime trajetória de vida religiosa acontecerá em 16.12.2012, quando nosso Bispo Diocesano Dom José Negri presidirá na Igreja São Pedro Apóstolo de Gaspar, às 10 horas, a Missa de celebração do seu Jubileu de Ouro. Só nos resta louvar e agradecer a Deus por termos em nosso convívio esta pessoa iluminada e repetir em alto e bom tom, o que disse Is 52,7: “Quão formosos são os pés dos que anunciam o Evangelho”. Parabéns, Frei José, que Maria o cubra com seu manto sagrado de amor! (Denise e Laércio - Eq.91A - N. S. do Perpétuo Socorro - Blumenau-SC)

Pe. Dalvinei de Jesus Foi com muita alegria e grande emoção que tivemos no dia 07.09.2012 a Ordenação do Pe. Dalvinei de Jesus que no dia 09.09.2012 celebrou sua 1ª Missa na Igreja Santa Edwiges com a participação dos Equipistas do Setor Contagem-MG.(Eq.12 - N. S. do Silêncio)

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Diácono Sidnei Antônio Ferreira Rigobelo No dia 04.02.2012 o Conselheiro Espiritual da Eq.05 - N. S. Mãe Rainha foi ordenado Sacerdote pela imposição das mãos do Arcebispo Dom Irineu Danelon, na cidade de Presidente Alves-SP, na Paróquia Santa Cecília.

VOLTA AO PAI João da Neila No dia 28.03.2012 Integrava a Eq. 09B N. S. Imaculado Coração de Maria Goiânia-GO Luzia (do João) No dia 07.10.2012 Integrava a Eq.03B N. S. dos Impossíveis Manaus-AM Pe. Claudio Walmir Rossini No dia 21.10.2012 Era SCE da Eq.17B N. S. de Guadalupe

Manaus-AM

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Reflexão

UMA PALAVRA AOS EDUCADORES Após o início da catequese e das atividades escolares, gostaria de ter uma palavra com os pais e educadores. Façamos nossa reflexão a partir de um verbo presente na vida dos pais, professores, catequistas e educadores de todos os níveis: o verbo educar. Este verbo é composto pelo prefixo ex, que em Latim significa ‘de dentro para fora’, e pelo verbo ducere, que significa conduzir. Educar é “levar para fora”, “conduzir de dentro para fora”. A etimologia da palavra traz consigo um verdadeiro projeto pedagógico, também para a vida espiritual. O desenvolvimento da personalidade exige do indivíduo uma abertura para com o ambiente externo. Quando esta abertura é retardada ou não acontece, um grande projeto da natureza fica frustrado ou em parte ou totalmente. Que projeto fica frustrado? O crescimento da pessoa. Ninguém nasce para permanecer num mesmo estado. Quem não se desenvolve, frustra o próprio ato de nascer, em outras palavras, atrofia-se, deixa inacabado o seu projeto. Falamos de crescimento no sentido físico, mental e espiritual. Imagine, por exemplo, uma criança. Imagine, agora, um pai que, sob o pretexto de não violar a individualidade do filho, prefere não interferir na vida dele. O que acontecerá? Entregue a si mesma, a criança se fecha no egocentrismo. Geralmente, pela falta de referências, perde os padrões de comportamento, perde o respeito para com outras crianças e perde o respeito para com a autoridade. Aí está o papel do verdadeiro educador. Sua função é evitar que o desenvolvimento 46

psicológico, social, afetivo e espiritual da criança seja frustrado pelo isolamento. Para que isso não aconteça, ele conduz a criança para fora de si mesma. Isolamento, egocentrismo, fechamento. Como é grande a força desagregadora do individualismo! Nem sequer existe possibilidade de negociação com uma pessoa fechada. Imagine um mundo cheio de pessoas que não saem de si mesmas! Que tragédia! Quanto derramamento de sangue! Não resta dúvida de que o aumento da violência está intimamente ligado ao fechamento dos indivíduos. Cada um se agarra a seus interesses individuais, por mais absurdos que sejam; poucos estão atentos ao bem comum. Exatamente por esse motivo, ninguém pode permanecer aprisionado em si mesmo. É necessário que se liberte de si e ganhe a oportunidade de se conhecer e de se desenvolver plenamente. O ato de sair de si mesmo abre o indivíduo não somente para os outros, mas também para o Criador, para Deus. Sair de si mesmo implica, também, um movimento espiritual; implica uma derrubada de todos os muros que fecham a pessoa para Deus. Quantas pessoas têm o espírito atrofiado; vivem fechadas para Deus, isoladas na autossuficiência. E qual o resultado disso? A frustração, a perda do sentido da vida, a violência, a futilidade. Neste sentido, todos nós precisamos ser constantemente “educados”.  Pe. Givanildo dos Santos Ferreira SCE Eq.09B - N. S. de Fátima Brasília-DF CM 468


Um dos meios de relacionamento que mais avançou desde a metade do século passado cada vez mais com um impulso extraordinário é o da comunicação. Nossos pais comentavam que seus avós ficaram assustados com o aparecimento do rádio! Desconhecedores dos segredos da natureza desvendados pela ciência, a tendência era a de demonizá-lo e ver nele e noutras invenções os sinais do fim do mundo previsto para o ano 2.000! Aos poucos, a comercialização o popularizou começando pelas famílias mais abastadas; em seguida pelas da classe média até finalmente a se generalizar como indispensável nas residências, locais de trabalho e meios de transporte. O progresso continua... A tecnologia avançada permite agora que qualquer pessoa possa carregá-lo consigo, minimizado nos inúmeros tamanhos e com os mais variados recursos! O rádio, como complemento da telefonia, foi uma das primeiras consequências do boom que desencadeou a revolução na comunicação. Mas, em pouco tempo, já não

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se satisfazia ouvir alguém seja pelo rádio, seja pelo telefone. Era preciso ter a sua imagem. É a vez da televisão! Atualmente os elementos, o rádio, o telefone, a televisão se compõem e se associam. A amplitude não tem limites, desde a TV de tela plana panorâmica à miniatura sofisticada de um iphone. Vemos no Evangelho que não passaram despercebidos por Jesus Cristo os elementos de comunicação que seriam básicos para sua missão evangelizadora: conhecê-lo e ouvi-lo. O que o distingue não é a sua aparência física nem as palavras proferidas ao acaso como simples apelos impessoais. Ele quer atingir o coração das pessoas. Um dia, dois discípulos de João Batista, desejosos de conhecer melhor o Mestre apresentado pelo profeta, resolveram ir procurá-lo. Com a natural timidez das pessoas simples, não sabendo como começar a conversa, a primeira ideia que lhes veio era mais uma curiosidade: Mestre, onde moras? Jesus sabia o que estava por trás daquela pergunta aparentemente inocente. Não perdeu tempo em descrever a localização, a casa! Simplesmente lhes disse: Venham ver! Continua o texto (Jo 1,38) que os discípulos foram, viram e esse contato os levou optar pela 47

atualidade

VER E OUVIR COM A AlMA


adesão ao grupo dos discípulos de Jesus. No evangelho de Lucas (Lc 7,22), aos dois que precisavam levar a resposta de uma pergunta feita por João Batista, responde: Vão contar a João o que estão vendo e ouvindo... Lc 7,22. Em sua pregação, Jesus insiste com os discípulos e com os que o procuram que prestem atenção às suas palavras e vejam as suas obras. Ver e ouvir são as atitudes fundamentais para a conversa entre as pessoas e também com Deus. Mas o que constatamos é que apesar de toda a tecnologia, do uso cada vez maior dos celulares, dos sofisticados aparelhos de som, da perfeição das imagens dos aparelhos de TV há muita gente solitária e infeliz. Muitas tentam sair do vazio de suas vidas em compensações superficiais e relacionamentos fugazes.

O Pequeno Príncipe foi alertado pela raposa de Saint Exupéry que o essencial era invisível aos olhos. Com o coração se vê melhor! A riqueza do diálogo para48

doxalmente manifesta-se quando se consegue ver e ouvir com a alma. Quando a capacidade intelectiva é associada à sensibilidade consegue apreender a essência da mensagem transmitida e a intenção de seu transmissor: a sua verdade. Os meios de comunicação colaboram para a aproximação das pessoas entre si e na religião encontram a forma de chegar até Deus. Ela oferece meios para que as pessoas se façam vistas e ouvidas por ele. As multidões se aglomeram, os templos estão cheios, as celebrações cada vez mais participadas. E da parte de Deus, como ele se posiciona? Que visionário audacioso pode se arvorar em ser autêntico intérprete da divindade? Enquanto a procura estiver limitada ao que é finito, seu coração estará inquieto. É a eterna busca do homem através das religiões. Como os discípulos de João, se ele chegar até Jesus, vendo-O e ouvindo-O com a alma, encontrará a resposta de que precisa para conversar com Deus e descobrir o sentido da vida.  Pe. Paulo D’Elboux, SJ SCE Região Rio I e Região São Paulo II CM 468


Meditando em Equipe Em 1521, os espanhóis conquistaram o México a ferro e fogo, e deram início a um dos processos de subjugação mais violentos da história mundial. E foi precisamente nesse contexto de destruição e dominação que, dez anos depois, em 1531, Maria, com cara de índia mexicana, apareceu ao índio mexicano, recentemente convertido ao Cristianismo, Juan Diego. Esta aparição é o mais eloquente exemplo de uma enculturação bem sucedida. A partir de então, teve início verdadeiramente a evangelização da América Latina. Atualmente, a grandiosa Basílica de Guadalupe, na cidade do México, é o santuário cristão mais visitado do mundo: cerca de quinze milhões de peregrinos lá aportam cada ano.

Escuta da Palavra em Lc 1, 46-55 Sugestões para a meditação: 1. Por que o cântico de Maria se chama Magnificat? 2. Disse João Paulo II: “O Magnificat é o hino da opção preferencial pelos pobres”. Busque no texto a explicação desta sentença. 3. Disse Maria: “O Poderoso fez em mim grandes coisas” (v. 49). Cite algumas dessas “grandes coisas”. 4. “Doravante todas as gerações me chamarão de bem-aventurada” (v. 48). Tal afirmação não parece uma falta de humildade da parte de Maria? Frei Geraldo de Araújo Lima, O. Carm.

Oração Litúrgica “Maria, por ser uma autêntica contempladora, tem essa fortaleza interior. Basta analisar o Magnificat. Maria inteira é uma harpa vibrante, dirigida para o Senhor. Neste hino, a Mãe não tem nenhum ponto de referência a si mesma. Só incidentalmente lembra-se de si mesma, e para declarar que é “pouca coisa”. O canto de Maria está na mesma linha, assombrada e contemplativa, do Salmo 8: “Senhor, nosso Deus, como é admirável o teu nome em toda a terra”! E tem as mesmas notas harmônicas de Paulo: “Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Como são insondáveis teus pensamentos, como são indecifráveis teus caminhos” (Rm 11,33)! O Magnificat se resume nisto: “Isabel, como é magnífico o nosso Deus”! (Inácio Larrañaga).


NOITE FELIZ

Noite feliz, noite feliz Ó senhor, Deus de amor Pobrezinho nasceu em Belém Eis na lapa Jesus, nosso bem Dorme em paz, ó Jesus Dorme em paz, ó Jesus Noite feliz, noite feliz Ó Jesus, Deus da luz Quão afável é teu coração Que quiseste nascer nosso irmão E a nós todos salvar E a nós todos salvar Noite feliz, noite feliz Eis que no ar vem cantar Aos pastores, seus anjos no céu Anunciando a chegada de Deus De Jesus salvador De Jesus salvador

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luís Coelho, 308 • 5º andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (0xx11) 3256.1212 • Fax: (0xx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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