Na Responsa #03

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Nº 03

fev/mar 2014

TRABALHO? Chegou a hora. E você, vai fazer o quê?


SALVE, SALVE JOVENS DE RESPONSA!

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inda em tempo, feliz ano novo! 2013 foi um ano espetacular para a Rede dos Jovens de Responsa e a expectativa para 2014 é ainda maior. Mais uma vez, os números comprovaram que estamos no caminho certo para mudar o comportamento do jovem referente ao uso de bebidas alcoólicas. Começamos um processo de expansão da rede para fora das comunidades onde nascemos. Em menos de 6 meses, nossa página do face conquistou mais de 100.000 seguidores. O Prêmio dos Jovens de Responsa bombou! Foram mais de 1.000 inscrições e uma competição emocionante. Veja na página 23. Em 2014, queremos ir mais longe. Além de conscientizar o jovem, queremos instrumentá-lo para ser um multiplicador e essa revista, que chega em sua 4ª edição (a primeira foi a edição zero), é uma das principais ferramentas para fazermos isso. Na Responsa #3, em ritmo de carnaval, fala em sua matéria de capa sobre consciência e atitude no trabalho. O Jovem de Responsa, na essência, é um trabalhador. Tem consciência de seu papel na sociedade e atitude para transformar sua realidade local. No trabalho, em 2014, terei um novo desafio. Após pouco mais de 3 anos à frente dos Jovens de Responsa, termino um ciclo. Faz parte da cultura Ambev. Levarei comigo todos os aprendizados e a experiência da rede para desbravar novos caminhos. A partir da próxima edição, vocês já contarão com nossa nova editora, minha amiga Nádia. Tenho orgulho de ser um Jovem de Responsa. CONSCIÊNCIA E ATITUDE SEMPRE! Grande abraço,

RODRIGO MOCCIA - #ANOVAGERAÇÃO (@RODRIGOMOCCIA)

EQUIPE DE RESPONSA (POR ELA MESMA)

Karoline Maia, 19 anos

Vanessa Ribeiro, 19 anos

Maria Nascimento, 17 anos

Matheus Oliveira, 21 anos

Vanessa Oliveira, 20 anos

Kayam Mendes, 17 anos

Harrison Kobalski, 19 anos

Nina Weingrill, 28 anos

Amanda Rahra, 33 anos

Paula Desgualdo, 27 anos

André Rodrigues, 30 anos

Lucas Albin, 26 anos

Guilherme Mello, 24 anos

Rodrigo Moccia, 26 anos

Nadia de Paiva, 36 anos

INICIATIVA: Ambev | CONTEÚDO TÉCNICO: Ambev > Equipe: Ricardo Rolim, Rodrigo Moccia, Guilherme Mello, Nádia de Paiva Rosa e José Roberto Souza Brandi LYNX CONSULTORIA > Equipe: Bettina Grajcer, Bruna de Paula, Fátima Viscarra e Stella Pereira de Almeida | PRODUÇÃO DE CONTEÚDO E PROJETO GRÁFICO: Énois Inteligência Jovem > COORDENAÇÃO: Amanda Rahra e Nina Weingrill; EDITORA DE TEXTO: Paula Desgualdo; EDITOR DE ARTE: André Rodrigues; EDITOR DE FOTO: Lucas Albin; REPÓRTERES: Kayam Mendes, Maria Nascimento, Matheus Oliveira, Vanessa Oliveira, Vanessa Ribeiro; FOTÓGRAFO E PRODUTOR: Harrison Kobalski; COLABORADORES: Bernardo França, Eduardo Medeiros, Juliana Mota, Rômolo, Rômulo Pacheco; AGRADECIMENTOS: Amanda Pina e Daniel Bono.


ÉNOIS_ O que é trabalho pra você? Satisfação, dinheiro, felicidade? Nada disso ou tudo isso junto? No fim, a decisão é mesmo sua.

JDR_ Conheça quem

POR DENTRO_

faz as mídias sociais da rede Na Responsa. E confira os ganhadores do último prêmio Jovens de Responsa..

O que acontece na sua cabeça quando você bebe?

NA LATA_ O que

FIRMEZA?_

pensa um rolezeiro sobre o rolezinho.

É MASSA_ Como se divertir – sem ressaca – neste carnaval.

Como contar as coisas mais cabeludas e constrangedoras para os seus pais?

PAPO KBEÇA_ Como revitalizar os espaços públicos? Conheça coletivos que transformam a cidade.

“O que eu mais gostei na última edição foi a receita de hambúrguer caseiro, a pesquisa com os jovens, impostos dos produtos, invenções pra quando acabar a água... Curiosidades assim são o que chamam a atenção do leitor.” Gisele Amaral, jovem da ONG Bom Pastor “Achei as ilustrações bem mais maduras e com traço mais jovem do que nas outras

E A GRANA?_ 9 curiosidades sobre o dinheiro.

edições. E essa observação não foi só minha: no dia da distribuição da Na Responsa o pessoal, assim que abria a revista, falava da ilustração.” Harrison Kobalski, fotógrafo da revista Na Responsa “Adorei a edição anterior com a matéria sobre os jovens que ensinam. Fez muito sucesso com os novos jovens pela entrevista com o educador

Bruno Correia. Além disso, gostei das dicas do Facebook. É a rede social que está bombando entre as pessoas e a matéria foi rápida, objetiva, interativa e em poucas palavras aprendemos muita coisa com as dicas. Aliás, as dicas são o que mais gosto na revista, são sempre práticas e espetaculares, e acabam ajudando muito.” André Luis Silva, jovem da UNAS

FALE COM A GENTE! Acompanhe nossas redes e receba todos os dias novidades na sua linha do tempo! /naresponsa jovensderesponsa. tumblr.com @naresponsa

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A VOZ DO

MARIA NASCIMENTO HARRISON KOBALSKI

ROLEZINHO

Rafael Oliveira Paixão, 17 anos, é estudante, técnico em informática e rolezeiro. Nossa repórter conversou com ele, por Facebook, depois de um rolezinho que aconteceria no shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo – se a chuva não tivesse atrapalhado o encontro.

Maria: Por que você organizou esse rolezinho? Rafael: Porque eu achei legal o pessoal se encontrar pra beijar, namorar, fazer novas amizades... Então criei o evento. M: Você também veste roupa de marca, como a galera que costuma ir nos rolezinhos? R: Ah, o pessoal gosta, mas eu só compro o que eu posso pagar. Acho um exagero pagar mil reais em um tênis pra correr o risco de ser roubado por aí. M: Por que vocês gostam de se vestir assim? R: Moda dos funkeiros. Como as músicas, todos querem estar mais próximos da pura ostentação. Mas eu não me visto assim, acho meio absurdo.

A VERDADEIRA INTENÇÃO É IR PRA BEIJAR, CONHECER GENTE NOVA E SE DIVERTIR.” 4_NA RESPONSA

M: Você acha que a mídia diz a verdade sobre os rolezinhos? Qual a verdade? R: Algumas sim, outras não. Vejo a mídia dizer que os rolezinhos são arrastões e tal. A verdadeira intenção é ir pra beijar, conhecer gente nova e se divertir. Só que tem uns poucos que vão pra roubar e acabam envenenando o evento. M: O que sua mãe e sua família acham? R: kkkkk elas acham que eu organizo arrastões, mas o Netinho de Paula apareceu quando eu fui prestar esclarecimentos no 66º DP, daí elas ficaram mais sussa. M: Como assim, prestar esclarecimento na 66? O que aconteceu? rsrs R: Ah, nem deu em nada, o delegado era muito gente fina. Ele deu uns conselhos pra nóis, só isso.

M: Mas por que vocês foram detidos? O que aconteceu? R: Não fomos detidos, só fomos chamados pra prestar esclarecimentos. M: Rsrs Mas no final deu tudo certo, né? R: Sim, um advogado ajudou a gente kkkk foi uma experiência muito legal. M: Mas por que o Netinho estava lá? R: Ele vai fundar uma associação com os maiores organizadores de rolezinho, pra fazermos de um jeito mais civilizado. E eu estou envolvido. M: E esse rolezinho de doar sangue, como surgiu? R: Ah, eu tive a ideia quando estava vendo uma entrevista na TV. Uma mulher disse: “esses jovens, em vez de fazer algo de útil, vão tumultuar no shopping”. Daí fiquei pensando, daí veio a ideia. Uma semana depois, várias pessoas vieram com a mesma ideia. M: Parabéns pela ideia! R: Valeu. M: Pretende fazer outros rolezinhos temáticos? R: Hmmm estou pensando em algo que não ofenda os outros, por exemplo, um rolezinho pra entregar currículos. Mas aí a pessoa vai pensar: “Poxa, ele tá me chamando de vagabundo(a)”, sei lá, e essa ideia já é de outra pessoa. Vou ter que sair. Mais alguma pergunta? M: Obrigada por hoje, Rafa. R: Okeys


como se

divertir sem ressaca no

carnaval Tá chegando a época mais agitada do ano – que neste 2014 só vai perder para a Copa do Mundo. Juntamos dicas geniais pra você não ficar de fora (ou ficar, depende da vibe).


A GENTE SE VIRA

UM BLOCO PARA CHAMAR DE SEU MARIA NASCIMENTO

JULIANA MOTA

OS FOLIÕES_ Meio óbvio que é preciso reunir pessoas, né? Crie um evento no Facebook, envie e-mails, distribua panfletos feitos à mão e não deixe de avisar aquela vizinha fofoqueira – em questão de horas, o bairro todo vai saber.

Não é preciso sair do seu bairro para curtir a festa mais animada do país. Um grupo de amigos e vizinhos já é suficiente para começar um tradicional bloco de carnaval. Aqui você encontra algumas dicas para fazer bonito nas ruas da sua cidade!

A BATERIA_ Uma estrutura básica requer, pelo menos, um surdo e uma caixa. As mais completas tem repique, cuíca, sopro... Experimente fazer chocalhos caseiros para encorpar o samba. Este vídeo ensina a criar instrumentos com material reciclado: goo.gl/2nP2ro O NOME_ Concentra Mas não Sai, Vai Quem Quer, Eu Acho É Pouco... Bloco de rua que se preze merece um nome descontraído e criativo. Além de uma marchinha, com um refrão fácil, desses que colam na cabeça.

O SÍMBOLO_ Qual é a imagem que representa o espírito do bloco? Depois que ela estiver definida, pode ser estampada em bandeiras, camisetas, faixas e lenços. Isso ajuda a identificar o grupo a distância.

COLOCAR A CAMISINHA SEM CORTAR

O CLIMA VANESSA RIBEIRO

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Prepara! Tenha camisinhas por perto para não ter que sair procurando. Bolso, gavetas, debaixo do travesseiro... Quanto mais fácil de achar, melhor.

Na hora do preservativo, não precisa parar tudo nem deixar o silêncio tomar conta do ambiente. Beije muito e aproveite para elogiar o seu par.


ROLÊ BARATO AS FANTASIAS_ Luz na passarela que lá vem ela! Que tal organizar uma votação para eleger a melhor roupa? Ou um concurso para escolher uma rainha da bateria? Assim você incentiva a galera a caprichar na fantasia e a manter a empolgação.

DICa #fICa Entre em contato com a prefeitura da sua cidade para checar se é necessário pedir algum tipo de autorização. Uma multa no fim da farra acaba com a alegria de qualquer festa.

FUJA DA FOLIA KAYAM MENDES

ANDRÉ RODRIGUES

Se você é daqueles que acham o carnaval lindo, mas só pela TV, relaxa! A Na Responsa também lembrou do pessoal que quer curtir o feriadão bem longe da muvuca. Fala a verdade: às vezes dá aquela saudade de reunir a galera da infância e brincar na rua, não dá? Então, demorou, vai soltar uma pipa. O pipas.com.br ajuda quem está sem prática. Outra ideia radicalmente anticarnavalesca é – rufem os tambores! – meditar. Isso mesmo. Para entender melhor do que se trata, dá uma olhada nesse vídeo: goo.gl/di0dJL. Ainda rola dar uma pesquisada na programação dos museus. É provável que as exposições estejam mais vazias. O site do Instituto Brasileiro de Museus tem informações sobre o que está rolando em todos os estados: museus.gov.br

DICa #fICa

Procure conhecer bem seu parceiro antes de ir para os finalmentes. Isso evita constrangimentos na hora do vamos ver, inclusive para colocar a camisinha.

Tenha foco. Concentre-se no que está fazendo e procure relaxar. Lembre-se que esse é um momento de prazer. Tensão e ansiedade atrapalham bastante.

Keep Calm and...vá devagar. A pressa para colocar o preservativo aumenta as chances de algo dar errado. Com a prática, tudo fica mais natural.

Durante o carnaval, os postos de saúde municipais fazem distribuição gratuita de camisinha. Em São Paulo, por exemplo, há uma lista de postos por região. Veja aqui: goo.gl/Gjf3zL

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faça você mesmo

MÍMICO

COM QUE

Capriche na maquiagem. Antes de sair de casa, espere secar bem. Isso evita que ela derreta com facilidade.

ROUPA EU VOU?

A camiseta de manga curta e de cor clara dá mais liberdade e evita que você passe muito calor no meio da multidão.

Aprenda a montar dois visuais fáceis, baratos e confortáveis. Já para a rua! VANESSA RIBEIRO LUCAS ALBIN E HARRISON KOBALSKI

Para a fantasia de mímico, você só precisa de peças em tons de preto e branco. Um suspensório ou uma boina completam o look.

EDUCAÇÃO GRÁTIS

VAI DAR

SAMBA KAYAM MENDES

Vem carnaval, vai carnaval, e você aí, acompanhando o samba só na palma da mão. Tem vontade de puxar a música tocando um instrumento de verdade? Demorou! A gente selecionou alguns instrumentos e reuniu indicações de vídeos e sites que podem ajudar nos estudos. Tudo de graça ;)

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O pandeiro tem origem europeia e antes era feito com couro de cabra. Não é muito usado pelas baterias de escola de samba: o mais comum é vê-lo rodopiar nas mãos dos mestres-salas. Quer aprender a tocar o básico? Acesse goo.gl/2o9iRO

O choro da cuíca, também chamado de “ronco da onça”, nasceu no Congo e foi trazido ao Brasil pelos africanos. Nas grandes baterias, o naipe de cuícas é formado por até 30 ritmistas. No aprendatocar. ning.com tem um vídeo de introdução bem legal.

Eis um instrumento prático: o chocalho. Criado pelos indígenas, é essencial na formação da bateria. Sua acústica facilita na hora de cantar o samba. Pra criar o seu e sair chacoalhando por aí, veja o passo a passo: goo.gl/ZPeVUj


Prato firmeza

BONECA Passe batom no centro dos lábios e não se esqueça de marcar bem o blush para ficar com as bochechas rosadas.

- COM MATHEUS OLIVEIRA

PORQUE COZINHA NÃO É LUGAR DE GENTE SEM GRAÇA!

Improvise a sua boneca. Vestidos com babado, cabelo preso, cachos, acessórios... O importante é se divertir. Independentemente da fantasia, use sapatos baixos e confortáveis. Assim, é mais fácil curtir a festa.

pra aguentar o calor!

SORVETE DE COCO E ABACAXI COM HORTELÃ

DICa a C I f # Você pode treinar os ouvidos e conhecer melhor o som desses e de outros instrumentos nos aplicativos Beat Studio, MOGUL e Rap Beats. O site apostilaz.com.br tem cursos em vídeo. E, se quiser compartilhar o que aprendeu, proponha uma oficina de percussão na sua ONG ou escola.

Verão, carnaval e calor pedem... sorvete! A receita desta edição é um mimo rápido e refrescante, para ninguém perder muito tempo de festa na cozinha. Você vai precisar de 1 lata de leite condensado e 1 lata de creme de leite. Coloque o creme de leite no congelador por 20 minutinhos, para separar o soro do creme. Abra a lata e, com a ajuda de um garfo, tire aquela água branca que fica no fundo. Acredite: essa foi a parte mais complicada da receita. Agora jogue o creme de leite e o leite condensado no liquidificador, adicione 1 xícara de leite de coco e a mesma quantidade de coco ralado. Bata por um minuto, e, então, acrescente pedaços de abacaxi e hortelã. Bata de novo por mais um minuto, coloque a mistura em uma vasilha e deixe no freezer por pelo menos 4 horas. Para a calda de abacaxi, coloque alguns pedaços da fruta e 2 colheres de sopa de açúcar na panela. Mande para o fogo. Adicione 1 copo de água de coco, algumas folhinhas de hortelã e 3 cravos da índia. Deixe no fogo por 10 minutos ou até o líquido baixar pela metade e pronto! Sirva com pedaços de abacaxi e folhas de hortelã.

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Acompanhe o Instagram do Gorventuras Culinárias!

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Da esquerda pra direita: Allan, Lata, Paty, Silas e Ricota. Coletivo que mudou a cara da comunidade.

hackers urbanos Seu bairro tem espaços abandonados, canteiros sujos, praças capengas? Tá esperando o quê para dar um tapa neles? Inspire-se em uma galera que, como um hacker, buscou um caminho novo pra resolver um problema antigo. maria nascimento

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lucas albin e harrison kobalski


Faça chuva ou faça sol: a comunidade ajudou o coletivo Revitarte a reunir cimento, tinta, azulejo. Juntos, ele transformaram o escadão em ponto turístico.

Veja o vídeo da galera pondo a mão na massa: goo.gl/luH3py

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escadaria colorida que você vê na foto aqui ao lado, carinhosamente chamada de escadão, fica no Jardim Monte Azul, na zona sul de São Paulo. Ela nem sempre foi assim. Na real, o espaço andava bem esquecido pelo poder público, sem segurança ou iluminação. Até o ano passado, muitos dos seus degraus de cimento estavam quebrados, precisando de um reparo. Aí, o pessoal do coletivo Revitarte juntou vizinhos, amigos, artistas e voluntários e transformou o espaço em uma verdadeira obra de arte a céu aberto, que virou até ponto turístico. “As pessoas vêm aqui, param seus carros e tiram foto”, conta Patrícia Oliveira, 25 anos, integrante do grupo. “A gente não tinha noção da proporção que isso ia tomar”, confessa Leandro Lata, 27, também do coletivo. O mais massa é que a comunidade toda se empenhou, por meio da arte, em melhorar o lugar onde vive. É justamente essa a proposta do Revitarte, uma turma de amigos que começou as reformas no bairro em 2012, com a pintura da casa de uma vizinha. O resultado foi reconhecido até pela prefeitura. Graças ao talento dos artistas e à cooperação da vizinhança – que se manteve resistente mesmo depois de uma chuva ter lavado de uma só vez o trabalho de um dia todo –, o local ganhou iluminação.

Fotos: Gesse Silva

Em Salvador, o grupo Canteiros Coletivos faz um trabalho parecido, só que lá o lance é recuperar canteiros abandonados. Eles arrecadam ferramentas de jardinagem, terra, mudas e tinta para pintura de muros. Então, colocam a mão na massa, o jeito que encontraram para deixar a cidade mais limpa e verde. “Sempre que surge a ideia de uma nova intervenção, programamos um encontro para planejá-la”, conta Débora Didonê, 35 anos, mobilizadora do movimento e educadora da ONG Cipó. “Nossa meta é formar grupos nos lugares em fase de recuperação para que os canteiros sejam mantidos pelos moradores do bairro”, explica. Projetos como o Revitarte e o Canteiros Coletivos nascem de um mesmo impulso: a vontade de melhorar. Nos dois casos, o que mais conta é o espírito colaborativo. E está mais do que provado que tem muita gente a fim de ajudar. Quem sabe os seus vizinhos se animam?

DICa #fICa

revitalize! 1

Reúna seus amigos mais firmeza e proponha algo que possam fazer juntos para deixar o bairro mais bonito e agradável. O alvo pode ser uma praça, uma quadra, um muro...

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Converse com os vizinhos, saiba como cada um pode contribuir e divida as tarefas. Registre o processo em fotos ou vídeo. Ao jogar na rede, mais pessoas podem se inspirar.

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Busque referências. Conhece a Agência PapaGoiaba, do Rio de Janeiro? É um projeto de comunicação formado por 40 jovens, dê uma olhada: fb.me/agenciapapagoiaba. Tem também o OPNI, um coletivo de arte urbana: grupoopni.com.br.

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PANE

NA CENTRAL DE CONTROLE

Quando entra na corrente sanguínea, a bebida alcoólica é transportada para todo o corpo, inclusive para o cérebro. No sistema nervoso, sua ação é bastante complexa e ainda não totalmente conhecida. Mas o fato é que, consumida de maneira indevida, ela bagunça o coreto e nos faz pagar micos históricos. Veja o que pode acontecer na cabeça de quem perde a linha na zoeira. KAYAM MENDES

Assim que alcança a cachola, o álcool tem uma ação depressora sobre os neurônios inibidores, o que leva à excitação. Se o álcool diminui a inibição, a pessoa fica desinibida. Não à toa, a pessoa logo fica relaxada. No começo, é só alegria...

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EDUARDO MEDEIROS

...Mas a animação costuma durar pouco. Ao seguir tomando, aumenta no cérebro a liberação de outro neurotransmissor, o GABA (ácido gama-aminobutírico). Como ele deixa os neurônios preguiçosos, adeus coordenação e autocontrole.

Fonte: Stella Almeida, psicóloga especialista em prevenção - Lynx Consultoria


Quanto mais birita pra dentro, mais áreas da massa cinzenta podem ser afetadas:

Córtex frontal: é ele o responsável pelo nosso senso crítico. Quando o sujeito bebe, não consegue pensar com clareza e perde a noção do que deve fazer ou dizer. Daí, acaba chamando urubu de meu loro.

Medula: ela rege funções como a respiração, o estado de consciência e a temperatura corporal. O álcool dá sonolência, diminui a frequência respiratória e baixa a temperatura do corpo. Sintomas que em nada se ligam ao conceito de diversão, né?

Bulbo cerebal: é ele quem comanda a circulação. A bebida alcoólica afeta essa área, diminuindo a pressão arterial. Resultado: possíveis enjoos e vômitos.

Sistema límbico: é a unidade que controla as nossas emoções. Doses exageradas podem provocar desde ataques de raiva até crises de choro. E bem na frente da gatinha(o) em que você tava interessado(a).

O consumo do álcool pode prejudicar os neurônios e com isso causar deficiências de memória e atenção. Aí você vai mal na escola e não sabe o porquê.

Hipocampo: essa é a parte do cérebro onde são registradas as memórias. Encharcada pelo álcool, ela não fica livre para exercer plenamente suas funções e você pode se esquecer do que fez no dia anterior. Vai que a lembrança é boa? #perdeuplayboy

alerta! Pequenas doses: o sujeito perde a vergonha, fala mais, se sente mais corajoso e disposto – e corre mais riscos. Altas doses: o cara fica se achando, fala demais, pensa que virou o super-homem e fica malzão no dia seguinte.

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Nat谩lia conta com a rotina do escrit贸rio para poder programar a vida fora dele.


EM BUSCA DO

pErfEitO Nem deu tempo de descobrir o que você gosta e o mundo já quer te jogar nas garras do mercado. Mais que isso: você precisa tornar sua vocação uma fonte de renda. Calma! Nenhum trabalho é insignificante. A questão é: o que ele significa para você? vanessa ribeiro

tic-tac

P

lucas albin e harrison kobalski

ara a maioria das pessoas, essa é uma fase crítica. A escola terminou, os pais pedem ajuda para pagar as contas, você precisa de grana para dar seus rolês, alguns amigos decidiram cursar uma faculdade. Aí, vêm as dúvidas: com o que trabalhar? Por onde começar? Tem que ser para toda a vida? Em primeiro lugar, esqueça as fórmulas. O trabalho ideal é aquele que faz sentido para você. Passar o dia no escritório, por exemplo, pode parecer um saco. Não para Natália Barbosa, 20 anos, moradora da zona sul de São Paulo. Assistente financeira, ela simplesmente não consegue imaginar sua vida sem rotina. No último semestre, acordava todos os dias no mesmo horário, pegava o ônibus e batia o ponto às 8h15 da manhã. Fazia as tarefas rotineiras no lugar onde estava empregada e voltava para casa às exatas 18h. Agora, Natália está em período de transição, buscando um novo trabalho. Mas uma coisa é certa: procura algo que ajude a orde-

nar o seu cotidiano. “A rotina é importante pela organização, para fazer as coisas com eficiência e qualidade”, afirma. Assim, ela acha que fica mais fácil de planejar, também, a vida pessoal: namorar, ir ao cinema, ficar com a família... E não é que os números sejam sua vocação desde pequena. Na verdade, ela tem um supertalento como fotógrafa, mas não seguiu na profissão por temer a instabilidade financeira. Optou por estudar gestão financeira e não se arrepende disso. “No começo, fiquei meio perdida, mas logo me encontrei e me senti muito bem em achar minha profissão”, diz. Natália começou a trabalhar aos 17 anos. Um pouco da grana que recebia ajudava a família e o resto ficava para ela. Hoje o trabalho representa muito mais que ganhar dinheiro: “Significa a pessoa que me tornei e as coisas que tenho, tanto materiais quanto em experiência”. Por meio do trabalho, ela deseja alcançar algumas metas que estabeleceu: crescer na carreira, casar, ter filhos e uma casa com cachorro. “Quero muito”, confessa.

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Gutto Thomaz nunca pensou em trabalhar. “Apenas me divirto”, diz o artista.

mágico de oz Aos 15 Anos, Gutto thomAz já estudava mágica, fazia apresentações e viajava para participar de congressos. Tudo com o apoio da família – como não ganhava o suficiente para bancar as despesas das viagens, contava com a ajuda dos avós. Só nos dois primeiros anos de carreira, o artista já tinha viajado para Inglaterra, Argentina e Guatemala, sempre disposto a aprender mais por onde quer que passasse. Depois de atingir a maioridade, voltou para a Argentina, México e passou por várias cidades do Brasil. Começou a fazer espetáculos em São Paulo e juntou dinheiro para trilhar seu caminho com mais independência. Gutto, hoje com 20 anos, encara a vida de uma forma muito particular. Emprego, por exemplo, nunca foi motivo de preocupação. “Nunca pensei em tra-

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balhar com nada, nem com a mágica, apenas me divirto”, explica. “Agora estou trabalhando em viagens, com espetáculo de rua, passando o chapéu. Posso viajar para onde quiser e me bancar em qualquer lugar, uma vida nômade, que se sustenta pela criação artística”, conta. No futuro, ele pretende fazer parcerias e montar espetáculos que envolvam a participação de mais pessoas. Dono de uma filosofia de vida própria, ele diz que não é exemplo para ninguém. “Cada um é o melhor exemplo de si mesmo”, acredita. Em um mundo que está pulsando, sempre em movimento, Gutto defende que não deveríamos nos apegar a modos de pensar e fazer as coisas, e isso inclui as escolhas profissionais. “Não existem várias maneiras de se viver, existe apenas uma: a de cada um”, conclui.

Fotos: Lu Lopes / Divulgação


aS MINaS Uma marca Urbana, que reúne movimentos sociais com uma cara negra e periférica. Essa é a proposta da D’black’s (goo.gl/owbdUJ), a loja de roupas online criada pelas amigas maranhenses Daniela Mirian, 20 anos, Geisa Fernanda, 20, e Thamires Lopes, 16. Depois de fazerem um curso de pintura em tecido, tiveram a ideia de vender roupas customizadas à mão por elas mesmas. Com poucos meses de vida, o negócio – que começou apenas como uma fonte complementar de renda – já tem um retorno legal. “O engraçado é que, quando fazíamos o curso, não pintávamos muito bem, mas hoje a gente até se surpreende”, conta Geisa. Por enquanto, as encomendas são feitas por meio da fanpage, mas a ideia é expandir. “Queremos que a

D’black’s cresça, já vimos projetos pequenos como esse virarem sucesso”, afirma. “Pensamos em comprar uma máquina de estampa mais para frente, para produzirmos muito mais.” A dinâmica do trabalho é bem simples: todas fazem de tudo. Elas administram a página na internet e pintam o mesmo número de camisetas conforme a disponibilidade de cada uma. “Às vezes, uma começa e a outra termina... Afinal, uma mão lava a outra”, diz Daniela. Entre os planos para o futuro, também está a qualificação de pessoas para ajudar na produção. Thamires, a mais nova do grupo, conta com orgulho como é ser uma jovem empreendedora: “É legal a sensação de ter utilidade e criatividade. Vender algo que você fez é sensacional!”

As donas do D’Black’s se orgulham de serem empreendedoras e divulgarem o estilo afro.


Carol Ventura ĂŠ uma experimentadora de empregos. No futuro, quer trabalhar com recursos humanos.


menu desgustação Caroline Ventura, 21 anos, já vendeu alho, entregou panfleto no farol, trabalhou em metalúrgica, foi atendente de telemarketing, barista, caixa de estacionamento, repórter e – ufa! – hoje é funcionária de um supermercado. Passou por tantos processos seletivos que garante dominar as técnicas para mandar bem em qualquer entrevista. “Eu comecei a trabalhar aos 9 anos, porque queria ter as minhas coisinhas”, conta. Depois disso, não parou mais: foi acumulando experiências. Mãe de dois filhos pequenos, ela encontrou no trabalho uma fonte de sustento e um caminho para buscar um futuro melhor. Comunicativa, Carol está feliz e realizada como atendente de supermercado. Aliás, o único trampo que ela não gostou foi o de telemarketing, justamente por sentir falta do contato pessoal. “Não tenho paciência nenhuma de ficar só ouvindo o cliente”, desabafa. No trabalho atual é diferente. “Não deixo os problemas me abalarem e faço tudo bonitinho.” Ela chegou a cursar faculdade de marketing, mas não gostou do curso tanto quanto imaginava. Mais para frente, o plano é tentar uma bolsa para um curso de recursos humanos ou psicologia. Aí quer ser a pessoa que seleciona durante processos seletivos, e não mais a

candidata à seleção. “É trabalhando que eu vou adquirir experiência para isso”, acredita. “Ainda quero ter uma bela carreira.” Em curto prazo, no entanto, ela só quer saber de descansar. “Pela primeira vez na minha vida, eu agendei minhas férias”, diz, sorridente.

DICa #fICa GlückProject.com.br

O site fala bastante da relação que o homem tem com o trabalho e a felicidade.

99jobs.com

De forma gratuita, a plataforma seleciona as empresas que mais têm a ver com o seu perfil.

escolafreelancer.com

Dá dicas de como se tornar um bom profissional freelancer e como se dar bem na área de atuação.

atados.com.br

Disponibiliza vagas para quem procura trabalhos voluntários pelo Brasil.

facebook/oficial.ciee

Dê um like na página do CIEE e receba oportunidades de trabalho em grandes empresas.

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FATOS CURIOSOS SOBRE O

DINHEIRO

Todo mundo quer. Muitos têm pouco e poucos têm muito. Alguns o usam para viver e outros vivem por ele. Conheça um pouco da história do dinheiro, essa estranha invenção da humanidade. KAYAM MENDES

GATO POR LEBRE

O dinheiro surgiu porque as pessoas começaram a ter sérias dificuldades para fazer trocas. Nem sempre se chegava a um consenso sobre o valor das coisas. Três peixes valeriam um porco? Cinco porcos valem uma vaca? Complicado definir, né?

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RÔMULO PACHECO

ROSTINHO FAMOSO

As primeiras moedas surgiram na Lídia, a atual Turquia, no século VII a.C. Elas registravam símbolos religiosos e fatos culturais. Acredita-se que o primeiro líder político a ter a imagem estampada em uma moeda foi o conquistador Alexandre, o Grande.

O PESO DA FORTUNA

Uma das moedas mais bizarras de que se tem notícia surgiu na Ilha Yap, que fica no Pacífico Sul e integra os Estados Federados da Micronésia. O Fei era feito de calcário e podia pesar até cinco toneladas. O que determinava o valor era sua pureza e a lapidação.

PASSA O SAL

Salário tem origem no latim salarium argentum. O termo se refere ao pagamento dos soldados no Império Romano, que era feito em... sal. Aí, sim, o imperador tinha razão em reclamar: “O salário dos soldados está salgado demais para o meu gosto”.


TICKET GRANA

O dinheiro em papel surgiu na Idade Média. As pessoas deixavam seus bens com uma espécie de banqueiro e, em troca, ganhavam um recibo comprovando as posses. Com o tempo, o próprio recibo virou moeda de troca.

NA REAL

O Real foi a primeira moeda a circular no Brasil, trazida pelos portugueses durante o período colonial. Por isso, não podemos dizer que é uma legítima brasileira. E, ao contrário do que muitos pensam, Réis é só o plural de Real, não outra moeda.

A FEBRE DO FRANGO

Em 1994, ano em que o Plano Real foi implantado, os hábitos dos brasileiros passaram por algumas mudanças. Um único real era suficiente para comprar 1 quilo de frango. Na época, o consumo da carne de frango subiu de 14 para 40 quilos por pessoa ao ano.

PAGUE 100 LEVE 1

As notas de 1 real, aquelas verdinhas, deixaram de ser produzidas há 8 anos, em janeiro de 2006. Hoje, como estão fora de circulação, um colecionador paga até 100 reais por uma cédula dessas – desde que esteja em boas condições.

Fonte: Antônio de Pádua Pacheco, mestre em História Social pela Universidade de São Paulo e professor do Ensino Médio em São Paulo.

PAPELÃO VIP

O cartão de crédito é uma invenção americana da década de 1920. Feito de papelão, ele era aceito apenas em restaurantes, hotéis e postos de gasolina. E só os clientes fieis das empresas podiam usar. A versão de plástico surge em 1955.

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Gabriela Gonçalves, estagiária

Paula Farias, gerente de mídias sócias

Alexadre De maio, coordenador

TAMO JUNTO

BOMBANDO NA REDE Conheça a equipe que cuida das mídias sociais e faz a ponte entre as 25 ONGs da rede Jovens de Responsa.

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VANESSA OLIVEIRA

LUCAS ALBIN E HARRISON KOBALSKI

plataforma Na Responsa está no Facebook, no Twitter, Instagram, Google Plus. Tumblr? Também tem, claro! Por trás da atualização diária desses canais todos está um trio ponta firme: Alexandre De Maio, 35 anos, Paula Farias, 25, e Gabriela Gonçalves, 18. Quem acessa as nossas páginas encontra posts sobre educação, cultura, saúde, rolês e ações da rede. “As notícias das ONGs ajudam a diversificar nosso conteúdo, já que temos material de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Minas Gerais”, lista Paula Farias, gerente de mídias sociais. As pautas mostram maneiras de viver com consciência e atitude, desconstruindo a ideia de que beber agrega valor para o jovem. Tem receitas de drinks sem álcool e cobertura de atividades como o Rolê de Responsa e a Balada Black, evento de Heliópolis realizado pelos Jovens Alconscientes em parceria com a UNAS, onde Alê e Gabi conheceram o programa JR. “O exemplo da balada é tão bom que outras ONGs também estão fazendo”, conta Paula. “O importante é mostrar exemplos, de jovem para jovem, para que surja uma identificação”, acredita. Juntas, as páginas ostentam mais de 108 mil seguidores – é mole? Não. Mas eles querem mais. Diariamente, essa turma mapeia o que a rede JR posta atrás de projetos inovadores e boas ideias que possam ser reconhecidos e compartilhados.

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ENTRA LÁ!

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É NOTÍCIA!

É CAMPEÃO

No fim do ano passado, mais de mil inscritos, de 13 a 17 anos de todo Brasil, arrasaram no Prêmio Jovens de Responsa. A galera participou em peso da premiação, que aconteceu em São Paulo, e deu a letra de como se inspirou pra produzir as oito peças vencedoras. Se liga: VANESSA OLIVEIRA

ILUSTRAÇÃO

MÚSICA 1º

Um dia antes de compor a música para o Prêmio Jovens de Responsa, Pablo Pifano, 17 anos, foi a uma festa e viu geral bebendo. A partir daí, foi só mandar uma rima que conscientizasse. Falando em rima, ele tem um grupo de RAP e vários fãs, que adoraram a letra criada para o concurso.

Igor Nova Safra, sobrenome artístico, começou a fazer rima aos 11 anos. Influenciado por caras como Emicida e Criolo, além dos professores Jota Be e U-china, do Avante o Coletivo, ele já havia feito letras que falavam sobre álcool. Foi assim que nasceu a música que levou o segundo lugar.

FOTOGRAFIA Nathália Bomfim tem 17 anos e é estudante. Reuniu os amigos da escola e pediu que cada um levasse objetos que substituissem as bebidas alcoólicas. Na hora da foto, foi só agir naturalmente. Para se aperfeiçoar, Nathália faz curso técnico em processo fotográfico.

O carioca Igor Fernandes, de 14 anos, fez uma superilustração inspirada no filme brasileiro “Totalmente inocentes”, em que um personagem inicia suas falas com a frase “as pesquisas mostram...”. Igor ficou animadíssimo com o material de trabalho que ganhou e está produzindo a todo vapor.

Para ver todos os vencedores, vá até a página do prêmio: goo.gl/15vPpy

Bárbara Zaccarias, 15 anos, é apaixonada por desenho. Sua ilustração mistura momentos envolvendo família, esporte, música e viagens. Ela não imaginava que seria premiada. Depois de ganhar, se convenceu de que conseguiu expressar tudo o que sente no desenho.

Os grafites urbanos serviram de inspiração para a foto tirada por Heloisa Trevula, 17 anos, segundo lugar no pódio. A imagem que ela clicou mostra um pessoal bebendo, enquanto, no primeiro plano, uma menina lê. A mensagem é direta: “Bebendo um bom e velho livro.”

VÍDEO Após noites em claro, Gisele Santos, 15 anos, finalizou o vídeo da vitória. Ela conta que valeu muito a pena produzí-lo. As ideias surgiram com o apoio dos pais e amigos. Não foi o primeiro vídeo de Gisele, que curte registrar momentos importantes de sua vida.

Marcos Gonçalves dá dicas de como evitar o consumo de bebidas alcoólicas. A ideia do vídeo era reunir motivos que explicam por que o jovem não precisa delas. Ele apostou em efeitos que, além de tornarem o vídeo engraçado, abordam o assunto de uma maneira franca.

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TODO MUNDO NA MINHA ÉPOCA – e olha que eu não sou tão velha assim – a moda era o keds e a calça legging. Tinha também um meião que algumas meninas usavam por cima da calça (coisa lhinda!). Pros meninos era o tênis New Balance e a camiseta Polo Ralph Lauren. Um bando de coxinhas. Show. Mas como nascem essas coisas? Alguém me explica? Hoje eu sei: tem a internet. Alguém popular, com seus 50 mil seguidores no Facebook e no Instagram resolve que é legal colocar um óculos com um reflexo capaz de causar acidentes de trânsito e BOOM. Todo mundo entra no rolê. Mas não na minha época. A gente não tinha redes sociais e a internet tava no começo – e era discada. Enfim, voltando ao meu ponto. Como é que essas coisas pegavam? De repente, tava todo mundo de uniforme. O mais engraçado é que minha escola tinha uniforme e a gente odiava usar. Daí, quando podia colocar a roupa que quisesse, tava todo mundo igual. Vai entender. Minha suposição é que a lógica de hoje vale pro passado. Devia ter a ver com alguém popular. Daí um círculo mais próximo copiava. E depois era a escola toda. Eram cortes de cabelo, capas de caderno, canetinhas e até a marca da calcinha. Eu também, oras. Mas não sem alguma resistência. Minha mãe não comprava. E, no fundo, não via sentido em pedir pra ela comprar uma coisa que, de verdade, eu nem tava precisando. Mas fazia minhas adaptações pra ficar parecida – fato. Durou uns dois anos essa fase. Dizem que é porque o adolescente fica numa busca eterna pra se afirmar. Provar pros amigos que tá dentro, que é in, que é cool. Cara, é uma fase engra-

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çada, pra dizer o mínimo. Um dia você acorda e seu cabelo é laranja. No outro tá usando óculos de grau sem precisar. Sei lá. A moda, as marcas e as empresas em geral devem ganhar muito com isso – precisamente 228,9 bilhões de reais, segundo uma pesquisa do Data Popular. E se você está se divertindo, acho até legal. Mas faço um convite pra você pensar comigo. Hoje, depois de (mais) velha, vejo o quanto era tonta por querer me encaixar. A real é que ninguém é igual de verdade. E gastar dinheiro (principalmente o que você ou que seus pais não têm) pra pertencer a um grupo é uma grande, grandessíssima bobagem. Se eu pudesse voltar naquela época, diria assim pra mim mesma: Nina, lembra quando você disse pra sua mãe: “Pô, mãe, mas todo mundo tem esse tênis”. E ela respondeu: “Mas você não é todo mundo”. Cara, ela tinha toda razão. Eu não sou todo mundo. E que bom que eu não sou. Que eu posso fazer minhas próprias escolhas. Que eu posso gostar de coisas diferentes das coisas dos meus amigos. Que comprar ou ter alguma coisa não vai me fazer melhor ou pior do que ninguém. Que bom que eu não sou todo mundo.

Nina Weingrill, jornalista e auto-cabeleireira.


COMO CONTAR

PARA OS SEUS PAIS Pintou o caneco? Surrou a galinha? Bateu no marreco? Falar sobre assuntos delicados em casa não é fácil para ninguém. Mas, com humor e sinceridade, você chega lá. Veja algumas soluções divertidas para evitar engasgos na hora da verdade. VANESSA OLIVEIRA

Que você foi mal na escola

Conte algo que seria terrivelmente mais grave: um objeto de valor inestimável quebrado ou a morte do cachorro. Depois do susto, a notícia não soará tão mal. Escolha bem as palavras: “Brincadeira! Eu APENAS estou de recuperação em matemática”.

BERNARDO FRANÇA

Que você está namorando

Se está faltando coragem para assumir, use o primo do vizinho de cobaia. Diga que ele começou a namorar, que isso é supercomentado e agrega valor. Quando eles se acostumarem com a ideia, vai ser mais fácil desembuchar.

Que você tomou um porre

Além da ressaca, você ficou se sentindo péssimo e está morrendo de vergonha. Simplesmente fale a verdade. Uma conversa aberta com seus pais pode ser acolhedora e esclarecer uma série de dúvidas que rondam a sua cabeça.

Que você não é mais virgem

Banque o especialista. Construa um megapainel com informações e dados sobre a importância do sexo para uma vida saudável. Para tranquilizá-los, diga que você tem se protegido (e use camisinha sempre, claro!).

Que sempre rola bebida alcoólica nos rolês com a galera

Que tal usar a criatividade? Respire fundo e mande uma rima para introduzir o tema. A gente dá uma força com os primeiros versos: Eu adoro um rolê/Mas não bebo nas festinhas/Nunca fui fã de bebida/Como alguns camaradinhas. Yeah!

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que tipo de

amigo é você? 1

Quando vai ao cinema com a galera, você...

a Pesquisa tudo sobre o filme antes e compartilha com os amigos, durante a sessão, para deixá-los informados.

b Não emite opinião nenhuma na hora de escolher o filme ou o tamanho da pipoca. Entra e sai calado. C Ajuda a escolher o filme e inteira a

entrada de um amigo. Ao final, elogia os pontos positivos. D Ao sair da sessão, lista os principais erros de roteiro e atuação.

2

Na roda de amigos, você é...

a Aquele que já viveu todas as histórias que os outros contam.

3

Ouvindo música com um amigo, você...

a Faz questão de dizer quais hits conhece. Às vezes deixa escapar um: “Essa é a minha música!”

b Não reclama nem fala bem, o que tocar está bom. C Apresenta suas canções favoritas e es-

cuta as dele com curiosidade. D Só aceita ouvir o que curte e não perde a chance de criticar o estilo preferido do amigo.

4

Seu amigo te conta que está a fim de uma garota. Você...

a Dá milhares de orientações sobre relacionamentos, já que manja tudo do assunto.

b Um cara de pouca conversa, quieto.

b Diz que ela parece ok.

C Uma pessoa comunicativa, preocupada em interagir e se posicionar nos papos.

C Comenta suas impressões sobre a menina e o incentiva a falar com ela.

D O mais contestador, não resiste a con-

D Tenta alertá-lo sobre os defeitos que

trariar a opinião dos outros.

SE VOCÊ RESPONDEU MAIS A O SEM NOÇÃO Você já fez de tudo e quer compartilhar com o mundo. Talvez não seja por mal, mas não exagere. Procure ouvir mais os outros.

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ouviu falar que ela tem.

SE VOCÊ RESPONDEU MAIS B O FANTASMA Você evita tanto dar a sua opinião que parece que nem está presente. Não se acanhe, pode falar mais, você está entre amigos!

Você sabe escutar? Tem ideias e opiniões relevantes? Ou será que é só mais um na roda da galera? Descubra se você é o tipo de companhia bem-vinda. MATHEUS OLIVEIRA

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Ao acompanhar um amigo às compras, como você se comporta?

a Todas as roupas que caem bem nele se parecem com alguma que você já tem. b Sua resposta padrão é: “Ficou legal”. C Opina sinceramente sobre o look e tenta dar dicas de como combinar cores. D Insiste para que ele compre as roupas que você mais gosta, mesmo que não tenham ficado lá essas coisas.

6

Um amigo está com um problema. Como você ajuda?

a Gasta um longo tempo contando como resolveu o mesmo problema.

b Com o famoso ouvido amigo. Prefere apenas escutar, sem emitir juízos. C É o primeiro a chegar para dar uma força e tenta entender o que está acontecendo antes de sair dando conselhos. D Repete diversas vezes que a culpa de ter se metido na enrascada é dele mesmo. Sem falar no: “Eu avisei”.

SE VOCÊ RESPONDEU MAIS C O CARA Você apoia os amigos, sabe escutar, é interessado e se coloca sempre que necessário. Quem não quer um amigo desses por perto?

SE VOCÊ RESPONDEU MAIS D O MALA As pessoas têm gostos e opiniões diferentes. E você não é o dono da razão. Lide com isso e pare de bancar o “do contra”.

Ilustração: Austin Condiff do The Noun Project


ROMOLO A venda de bebida alco贸lica para menores de 18 anos 茅 proibida, pois prejudica o desenvolvimento desses jovens.


FOTOGRAFE seu

RolÊ Tire fotos de um rolê de responsa e publique no Instagram com a hashtag #naresponsa. Elas podem ser selecionadas para entrar na próxima ediçao da revista ;)

SOMOS MAIS DE

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