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Revista do Movimento Encontrão - Pastoreio & Missão - Edição 04 - Ano 2013

movimento Pastoreio & Missão

Ministério, vocação ou profissão?

Prefiro evitar a fadiga!?

Meu 1º pequeno grupo

EDITORIAL

Ao trabalharmos nesta edição da revista Movimento, nosso constante pensamento era o de levar você, leitor, a refletir sobre o caminho que tem percorrido, o caminho que tem indicado aos que estão à sua volta, e a tarefa nobre dada por Deus a todos nós. Ou seja, o fato de sermos todos sacerdotes gerais, povo exclusivo de Deus, chamados para anunciar suas boas novas, e a decisão de investirmos nosso tempo em guiar e cuidar daqueles que Cristo nos confiou.

Missão e Pastoreio são as palavras que resumem cada letra escrita nesta revista e que convidam você a refletir sobre as várias formas como isso pode ser feito, a partir de exemplos e dicas dados pelos autores de cada texto. Aproveite, leia, aprecie as imagens, deixe-se inspirar por aquilo que o Espírito Santo de Deus, por meio desta revista, quer nos ensinar. Permita ter sua fé edificada e, caso ainda não a esteja vivenciando, experimente a fé em Jesus, que traz uma paz que só ele pode dar.

Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.

(1Pe 2.9)

Revista Movimento Revista de circulação interna do ME Edição 4 Ano 2013 Tiragem: 3.000 exemplares Distribuição gratuita

Diretor Executivo ME: Airton Härter Palm Editorial: Joana Bauer Wulff Projeto Gráfico: Vagner Martins Revisão: Simony Ittner Westphal Diagramação: Vagner Martins

2013

22 e 23 de junho Encontro de Lideranças 12 a 15 de agosto Encontro de Obreiros 15 e 16 de agosto Encontro Espírito Santo & Missão 24 e 25 de agosto Encontro de Profissionais Liberais e Empresários Crsitãos 14 e 15 de setembro Encontro de Líderes do Ministério Infantil 21 a 25 de outubro II Congresso Nordestino de Missões Acompanhe a agenda atualizada em www.me.org.br

ERRATA

AGENDA

EXPEDIENTE

Joana Bauer Wulff

Movimento Encontrão Rua Francisco Caron, 630 CEP 82120-200 - Pilarzinho Curitiba/PR |41| 3302-5100 - me@me.org.br www.me.org.br

Queremos esclarecer uma informação publicada no anúncio do ME na página 15 da revista anterior, em que escrevemos que os pastores americanos chegaram ao Brasil em 1965.

O correto é que os missionários americanos já atuavam em várias comunidades do Brasil antes de 1965, mas nesse ano começaram a priorizar a evangelização e o discipulado junto com pastores pietistas, com o que se pode definir o início do ME.

PERSPECTIVA

PREFIRO EVITAR A

FADIGA!?

Na edição passada de nossa revista, Nestor Nath tratou da superficialidade nos dias atuais. Superficialidade que se mostra não só pela leviandade dos conhecimentos, mas também dos relacionamentos, dentro e fora das nossas comunidades. Não é de se estranhar que isso aconteça, afinal de contas, vivemos uma época determinada pela velocidade, esquecendo-nos de que essa mesma velocidade nos faz diminuir o campo de visão. Apenas para ilustrar esse fato, quando se está a uma velocidade de 35 km/h o ângulo de visão reduz-se para 105º, a 65km/h cai para 70º e a 100km/h chega a apenas 45º, quando o normal é enxergarmos 120º.

Os cristãos sempre tiveram em Jesus o exemplo claro de uma vida a serviço. Mas atualmente mesmo fora desse ambiente as pessoas começam a se dar conta de que a velocidade pode não ser o melhor jeito; não fosse assim, James C Hunter não teriam feito tanto sucesso com o livro o Monge e o Executivo, no qual exalta comportamentos de um líder como sendo aquele que serve. Mas afinal, se isso está ficando assim tão mais claro, por que é tão difícil encontrar pessoas/líderes dispostos a servir?

Talvez ao voltarmos ao próprio exemplo de Cristo encontraremos a resposta, afinal, sua vida nos convida a sair do “piloto automático” e ir em direção a alguns lugares: - O templo como casa do Pai e local de acolhimento e comunhão.

- O meio da multidão (não para ouvir mais barulho) mas para: - Acolher as PESSOAS (Lc 18.16) - Ouvir as PESSOAS nas suas súplicas (Mt 9.27ss) - Sentar com as PESSOAS, comer e conversar (Lc 19.1ss) - O Getsêmani como local de silêncio e oração (Mt 26.36ss) - A cruz como exemplo maior de abnegação, entrega ao serviço e obediência.

PASTOREIO E MISSÃO SÓ ACONTECEM COM PESSOA e não é exatamente a quantidade de tempo que dedicamos àqueles que estão à nossa volta que faz a diferença, mas a sinceridade e a entrega com que fazemos isso, e não adianta tentar disfarçar, até as crianças sabem quando estamos inteiros ou só de corpo presente. Nesse sentido, podemos dizer que os bons relacionamentos não se constroem na correria, é preciso dedicação de tempo.

Nós não somos o descanso, mas podemos ser o instrumento através do qual nosso próximo conheça a graça e a misericórdia contida nas palavras de Jesus quando diz “Venham a mim, todos os que estão cansado e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Mt 11.28” Ildo Wilde Presidente do Movimento Encontrão

“

Venham a mim, todos os que estão cansado e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês.

(Mt 11.28)

”

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MORDOMIA CRISTÃ

...Mas, eu e a minha

família serviremos ao

Senhor”.

Josué 24.15

Mordomia cristã é amar, é colocar a vida e os bens a serviço do Reino de Deus.

Jesus, quando lavou os pés dos discípulos, conforme João 13.1-12, perguntou: “Vocês entenderam o que eu fiz?”. O que Jesus fez? Não só lavou os pés. Jesus andava, visitava, ensinava, orava, pregava o evangelho do Reino, curava toda sorte de doenças e enfermidades, compadecia-se das multidões que estavam aflitas e exaustas e as alimentava.

Jesus, na conhecida parábola do bom samaritano, em Lucas 10.25, explicou o lado prático, coerente da atitude cristã do amor, quando diz: “Vão e façam o mesmo”.

Amar é doação, é sofrer; quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor (1Jo 4.8).

A conduta cristã do amor é manifestada quando a injustiça é corrigida e o necessitado é atendido. O amor de Jesus tem poder de mudar o nosso comportamento, nossa conduta, e nos faz sentirmo-nos responsáveis pelas necessidades dos outros.

Cito como exemplo a Solange Fernandes Schneider Monteiro. Certo dia, quando ainda cursava a faculdade de enfermagem, antes da teologia, a professora

levou os alunos ao hospital para praticarem injeção nos pacientes e, quando chegou a sua vez, ela não conseguia achar a veia do paciente. Solange então se desesperou, foi chorar com a colega, que a consolou, dizendo: “Não chora!

Tenta de novo!”. Solange respondeu com soluços: “Mas os pacientes não tem paciência!”.

Diante da professora, a amiga estendeu o braço à Solange e disse: “Pica, treina aqui no meu braço”. E, com facilidade, Solange conseguiu achar a veia da amiga. Jesus estendeu os dois braços e disse aos soldados: “Podem picar, treinem!”. Não foi com agulha nem com o prego liso que conhecemos, mas foi com pregos cheios de farpas e pontas.

Isso é amor e doação. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que entregou seu Filho por mim e por você. E o que nós fazemos? Vamos levar água para quem tem sede; Jesus é a água viva que mata a sede.

Vili Schneider Agricultor em Cruz Alta/RS

“

O amor de Jesus tem poder de mudar o nosso comportamento...

”

PASTOREIO

PASTOR DE ALMAS – UM “CUIDADOR” QUE É CUIDADO POR DEUS Indicar um caminho no sentido de pastorear foi e sempre será uma obra de excelência. No contexto do relacionamento, conselheiro e aconselhado vivenciam uma troca de experiências, na qual ambos são ajudados.

Tal como nesta comparação: certa vez, alguém sonhou que pregava o Salmo 139 e, do microfone no qual falava, jorrava uma água cristalina e suave que o refrescava e lavava. Ao acordar, encontrou a revelação sobre o lindo sonho que teve. E, na orientação do Espírito Santo, entendeu que, quando se prega para alguém, para uma alma aflita, angustiada ou pesada pelos pecados, o primeiro a ser ministrado é quem prega.

No mundo grego, o papel do indicador de caminho era atribuído aos filósofos. Estes tinham a missão de ensinar ética, moral, política, enfim, apontar o caminho da cidadania aos jovens gregos. E, entre as várias filosofias, quase sempre o fim último do ensino apontava para a promoção de vida, e esta em comunidade. Aristóteles ensinou o caminho do equilíbrio por meio da chamada “mediania aristotélica”, quer dizer, um conceito que entendia o homem como um “ser-a-vir-a-ser”. O conselheiro, no caso o Filósofo, tinha o compromisso de indicar esse equilíbrio que, no contexto grego, seria por meio do correto uso da razão e da contemplação.

No mundo hebreu, a tarefa de pastorear era dos sacerdotes, dos profetas e dos pais. Sempre em consonância com princípios de responsabilidade para com Deus, para com a Palavra que indicava o caminho que o povo deveria seguir, e com princípios familiares, que eram sagrados por serem orientações da Palavra também. Eram pais-sacerdotes, pais-profetas e pais-chefes de família. E tudo acontecia no cotidiano, enquanto estavam “andando pelo caminho” (Dt 6).

Atualmente, no entanto, encontramo-nos em diversos desafios quanto ao pastoreio nos relacionamentos.

Estamos na pós-modernidade, cuja filosofia se dirige para o individualismo. E, com isso, os relacionamentos estão sendo desaprendidos, fato que agrava os conflitos de ordem mental e o vazio existencial. Nesse ínterim, está o grande desafio do chamado pastoral (ou dos curadores de almas, conforme conceito de Martinho Lutero). Já que a função do curador de almas é de “apontar o caminho” para que o outro possa se encontrar consigo mesmo, com o próximo e com Deus, retomar esse indicativo parece resgatar o papel do pastor e conselheiro de almas.

Esse é o modelo do pastoreio de Jesus, o Caminho a Verdade e a Vida. E na imitação do Mestre, cabe a cada “curador de almas” buscar seus talentos e dons para o exercício desse ministério. É um ministério que inclui a evangelização do homem sem Cristo; a edificação para os nascidos de novo; e a construção do caminho a ser seguido por meio do aconselhamento.

E motivação ao pastoreio deve passar pela “paixão por almas”, quer dizer, deve ser exercida por aquele que vivencia, no seu dia a dia, o cuidado do supremo Pastor. Que lança sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado... (1Pe 5.7), e também que reconhece ser parte do sacerdócio do todos os crentes (1Pe 2.9).

Andar com Jesus, com sua Palavra e com o Espírito Santo garante esse aprendizado.

Iara e Ilson Barbosa Psicologa e palestrante Sidrolândia/MS

“

lança sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado... (1Pe 5.7)

”

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APRENDIZADO

O APRENDIZADO MÚTUO FAZ PARTE DA CAMINHADA CRISTÃ No início de março de 2011, minha esposa, Márcia, e eu nos mudamos para São Gabriel da Palha/ES. Dois anos se passaram e, no decorrer desse tempo, irmãos falam a respeito do meu crescimento. Dizem ser evidente a diferença desde o meu início até agora. Glória a Deus por isso! Acredito que isso seja natural em qualquer área. O normal é que haja o desenvolvimento saudável do trabalhador, como também do trabalho realizado.

No entanto, tenho me perguntado sobre quando

deixarão de notar o meu crescimento.

Será quando eu tiver 15 ou 30 anos de ministério, ou menos, e achar que já sei de tudo?

Quando, na adolescência, comecei a aprender a tocar violão, agarrei-me ao pensamento de que estaria sempre e em constante aprendizado. Aprendo facilmente a fazer coisas, apenas olhando, observando outros. Dirigir, por exemplo. Mesmo ao ver pessoas mais novas e com “menos experiência” tocando violão, sempre aprendia algo novo. Ainda é assim hoje. Estou ciente de que não estou totalmente pronto. Sei que devo me permitir ser alguém ensinável.

Olhando para o texto de Provérbios 19.20, que diz: Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará sendo sábio, reflito e creio que o acabará sendo sábio não tem o seu fim na fase adulta. Ao menos, não deveria ter esse limite. É fácil e, ao mesmo tempo empolgante, incentivar jovens líderes a participarem de encontros de capacitação. Muitas vezes, o dilema está em motivar adultos, sejam eles leigos ou clero, pois fica

evidente a dificuldade destes, que já têm uma considerável caminhada de vida, em se deixarem guiar. Assim também é notória a sua dificuldade em se permitir serem ovelhas. Tornarse como criança, como disse o Senhor Jesus, não é fácil, ainda mais quando já se está na fase adulta, quando já se é dono do próprio nariz.

Na primeira carta de Pedro, capítulo 2.2 diz: Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação. Os primeiros versículos deixam claro que aqueles que leram essa carta pela primeira vez eram novos na fé, “recém-nascidos”. O desafio que tomo para mim, e que desejo com carinho a todos, é que tenhamos o cuidado de não pressupormos que já somos adultos suficientemente e, com isso, deixarmos de lado o crescimento para a salvação, do qual Pedro falou. Minha

oração é para que não percamos o desejo de sermos nutridos, para crescer com saúde.

Osmir Sena (Bigs) Missionário em São Gabriel da Palha/ES

“

Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará sendo sábio. (Pv 19.20)

”

TESTEMUNHOS

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DISCIPULADO COM JOVENS E ESTUDANTES

SER E FAZER DISCÍPULOS

Em seu excelente livro sobre esse tema, Howard Hendricks lamenta a grande falta de mentores no meio cristão, e afirma que “o crescimento espiritual raramente resulta da assimilação

O discipulado foi uma das vertentes que levaram ao avivamento espiritual, surgido entre nós, nos anos de 1960 e 1970 do século passado, que hoje conhecemos como o Movimento Encontrão.

Para mim e para a Vera, tem sido muito gratificante voltar a essa ênfase ministerial nos últimos anos. Trabalhar o discipulado se tornou nossa prioridade e tem dado um novo colorido aos nossos dias. Temos três grupos bem estruturados, que envolvem mais de trinta pessoas, entre obreiros e estudantes de teologia, cônjuges e namorados(as).

Aparentemente, são poucas pessoas, mas considerando as reuniões que temos agendado durante o ano, com cada uma dessas equipes, as visitas destas em nosso Sítio, o tempo e a dedicação individual, as atividades ministeriais conjuntas que começamos a programar e, especialmente, nossas visitas às casas dos irmãos e suas comunidades para passar tempo juntos, isso ocupa boa parte de nossa agenda. Como se depreende, nós cremos e praticamos um discipulado relacional, e isso tem seu preço em termos de tempo, estudo, atenção e desprendimento.

Nós queremos estar disponíveis aos irmãos e irmãs, às suas necessidades pessoais, às suas histórias, suas atividades ministeriais e também ao acompanhamento de suas lideranças. São viagens, reuniões, retiros, estudos, compartilhamentos e papos sem fim madrugada a dentro.

de informações, … mas assim como conhecer a Cristo

requer relacionamento, o crescimento em Cristo também o requer. E um mentor é aquele que

melhor pode ajudar-nos nesse relacionamento com o Senhor.

Isso se deve ao fato de que a maioria das pessoas não precisa ter mais conhecimento. O de que precisamos realmente é deixar que outros nos conheçam. Não precisamos de mais regras para seguirmos. O de que precisamos de fato é que alguém nos ajude nisso. Precisamos de alguém que acredite em nós, permaneça conosco, nos guie e represente Cristo para nós. Precisamos do apoio, da sabedoria, do exemplo e da força de um mentor. Precisamos de seu sorriso, de seus abraços, de sua repreensão e de suas lágrimas”. Essas frases resumem, para mim, de forma magistral, a verdadeira essência do discipulado, tal como procuro praticá-lo, acompanhando, desde 2006, aqueles estudantes da FATEV que buscam esse crescimento. Além da falta de mentores já mencionada, temos ainda outro grande empecilho: não gostamos de nos abrir com nossos segredos diante de outra pessoa, por medo de nos sentirmos condenados ou até mesmo o sermos de fato. E esses segredos, muitas vezes guardados a sete chaves, impedem, com muita força, o nosso crescimento. Patinamos continuamente, caímos e regredimos e, muitas vezes, até retrocedemos por completo. E, não por último, o espírito individualista, que permeia o nosso mundo pós-moderno, bem como, infelizmente, também as nossas igrejas, leva-nos a crer, erroneamente, que vamos conseguir vencer sozinhos, cada um por si... Enfim, vejo, no discipulado, a grande oportunidade de desenvolvermos todo o potencial que Deus nos deu, por meio do acompanhamento de alguém que nos veicula o amor incondicional de Cristo, com sabedoria, compreensão e encorajamento.

Dieter Kirch Terapeuta na FATEV em Curitiba/PR

Creio que não é necessário discutir, no âmbito do Movimento Encontrão, a importância do discipulado, muito menos, o mandado bíblico de Jesus para que o pratiquemos. Podemos, talvez, discutir modelos, mas essa não é nossa tarefa agora.

Quero relatar um pouco da experiência da comunidade Apóstolo Pedro, do centro de Jaraguá do Sul. Cheguei à cidade em 2004, enviado pela IECLB, e ouvi sobre uma grande evangelização acontecida pouco tempo antes, na qual mais de 100 pessoas aceitaram Jesus como seu SENHOR e Salvador. Diante disso, a pergunta foi: onde estão essas pessoas? A resposta foi surpreendente e inquietante: passados apenas alguns meses, não se sabia onde estavam essas pessoas. Parecia óbvio que o discipulado deveria seguir a evangelização. Não

é normal gerar um filho e depois abandoná-lo à própria sorte, e isso também vale para a vida de fé.

Comecei a falar da importância do discipulado para a caminhada de fé.

Descobri que alguns irmãos foram discipulados por pastores que nos antecederam. Esses irmãos estavam dispostos a discipular outros. Em nossas comunidades de origem, Grasiela, minha esposa, e eu tivemos o privilégio de sermos acompanhados numa relação de discipulado, mesmo com métodos diferentes. Juntamos as pessoas dispostas e todo o material que tínhamos e construímos um método, optando

Percebemos o cuidado mútuo ou co-pastoreio se tornar uma atividade paralela dentro desses grupos, e destes para outros ao seu redor. Isso é fantástico, considerando a realidade individualista e solitária na qual vive a maioria dos obreiros das igrejas. E é também uma forma prática de alcançar um número maior de pessoas e colocá-las neste contexto do discipulado e do Reino de Deus.

O discipulado é uma volta ao modelo de ministério que Jesus nos legou. O imperativo de Mateus 28.18-20 ainda está de pé.

Redescobrir isso, para lá dos sessenta anos de idade, enriqueceu nossas vidas e nos fez ver a relevância de nossa missão e ministério.

Sergio e Vera Schaefer Discipuladores Butiá/RS

pelo discipulado individual, pessoal, e elaboramos uma apostila com assuntos básicos sobre fé cristã.

Eram, no início, poucas pessoas, e algumas muito assustadas, achando que não tinham condições de transmitir conhecimento.

No decorrer do processo, foram descobrindo que discipulado tem pouco a ver com material, conteúdo ou método, mas sim, com ajudar pessoas a caminhar na sua nova vida

de fé. Não descartamos o material ou método inicial. Ele é útil, mas a ênfase, desde o princípio, foi o relacionamento. Temos, hoje, em torno de 120 pessoas envolvidas no ministério de discipulado. Nem tudo funciona como gostaríamos, nem todos chegam à maturidade e produzem frutos, alguns não permitem que áreas da sua vida sejam trabalhadas e abandonam a relação.

Outros nos surpreendem à medida que firmam seus passos, e caminham com ousadia com Jesus. Não tem preço participar dos primeiros passos de uma pessoa e depois vê-la conduzindo outros no exemplo de Jesus.

Para nós, o discipulado vale a pena, é atual, alegra e edifica a comunidade.

Daniel Andréas Port Pastor em Jaraguá do Sul/SC

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Ministério vocação ou profissão

A palavra do SENHOR veio a Jonas, filho de Amitai, com esta ordem: “Vá depressa à grande cidade de Nínive e pregue contra ela, porque a sua maldade subiu até a minha presença”. Mas Jonas fugiu da presença do SENHOR, dirigindose para Társis. Desceu à cidade de Jope, onde encontrou um navio que se destinava àquele porto. Depois de pagar a passagem, embarcou para Társis, para fugir do SENHOR (Jn 1.1-3).

Deparando-nos com o texto de Jonas 1.1-3, percebemos algo muito contextualizado com a nossa realidade: uma pessoa com uma identidade conhecida, que tem uma referência de família e recebe um chamado de Deus, no qual é vocacionado por ele, para a missão de anunciar a mensagem do Senhor. O interessante aqui é que Jonas ouviu e entendeu sua missão, mas a sua disposição/reação foi totalmente direcionada para longe da vontade de Deus. Ele toma a decisão de ir a Társis, e não ao lugar para o qual Deus o chamou e designou que fosse, Nínive. E você, tem

certeza de que o lugar no qual está é onde Deus quer que esteja? Você já pensou em servir a Deus no ministério de tempo integral?

Cremos que um dos grandes equívocos que somos levados a cometer é reduzir nossas vidas à própria carreira profissional. Não nos referimos a bivocacionados. Existe um chamado geral e um chamado específico. O geral (bivocacionado) diz respeito a todas as pessoas que confessam a Jesus como Senhor e Salvador. A cada uma dessas pessoas

é conferida a tarefa de testemunhar do amor de Deus no lugar em que está e por onde passar, sendo sal e luz do mundo. Todavia, alguns são vocacionados por Deus para uma tarefa específica.

Renunciar à sua vida a fim de anunciar, de tempo integral, o evangelho de Jesus Cristo, levando pessoas a terem um encontro pessoal com Cristo e capacitando-as na tarefa de fazer outros discípulos. No entanto, isso, a maioria não quer!

Precisamos fazer uma reflexão mais profunda sobre a vida. Em algum momento, temos de fazer uma escolha, que determinará todo o nosso futuro. Ter a consciência da missão e, a partir disso, fazer as escolhas, pois a humanidade geme com dores de parto, clamando por uma orientação; e nós, cristãos, sabemos onde encontrá-la: Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Nisso, a cultura imposta pelo mundo corporativo, com suas demandas crescentes e competitividade acirrada, tem feito com que muitas pessoas compreendam suas vidas como sendo sinônimo de carreira profissional. No entanto, a espiritualidade cristã procura nos despertar para a realidade de que não podemos reduzir nossa vocação à nossa própria carreira. Vocação integral não é apenas profissão!

Vocação integral,

você já pensou nisso?

É possível que você já tenha pensado nisso. Entretanto, acompanhado esse pensamento, vieram alguns questionamentos, tais como: “Vocação integral ou profissão? O que vou fazer? Tem mercado de trabalho? Quanto vou ganhar? Onde vou morar? Que condição de vida eu terei ou manterei? Que status isso pode me dar?”. E, no final, lembra-se: “Igreja, vocação, ministério, lidar com pessoas, pregar a Palavra, administrar os sacramentos?”. Tudo isso é complicado, meio difícil, pensamos que não é para nós! Por que ficamos nos escondendo atrás de nossos medos?

A resposta é uma só! Se o Senhor chama, a única atitude é dizer:

“Eis-me aqui. Envia-me!” (Is 6.8), porque quem vocaciona é Deus,

na ação do seu Santo Espírito. Não sou eu quem o digo, mas é o próprio Jesus quem diz: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi

para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome” (Jo 15.16). O Senhor da seara chama, e qual é a nossa ou a sua resposta?

Eu, Benito, tive que responder ao chamado de Deus. Com 29 anos de idade, uma profissão estabilizada, mantendo um salário mensal satisfatório e crescente a cada semestre, com casa, carro na garagem e dinheiro na conta. O que fazer, se tenho a clareza de que Deus me chama? Só pude dizer que sim! Reunir a família, compartilhar do chamado recebido, e, claro, pedir a bênção deles, encerrar os compromissos assumidos e assim, aos 30 anos, fazer as malas e ir estudar teologia. Posso dizer, hoje, que foi a decisão mais acertada que tomei. Tenho experimentado, a cada dia, a maravilha de servir a Deus e de trabalhar na sua obra. Trabalho, como estagiário, desde 2010, na comunidade do bairro Primavera, em Novo Hamburgo/ RS. Tenho sido capacitado e suprido em tudo, a cada dia, por Deus. Ver pessoas chegando à fé, sendo um instrumento de Deus para a restauração de lares, relacionamentos, vínculos familiares, além de incentivar e motivar outros na fé. Certamente não haveria profissão que pudesse conceder isso. Quero seguir na vocação integral por toda a minha vida.

E você, já pensou na sua vocação? Se você tem certeza do chamado, então pare de fugir e de negar, como Jonas! Decida-se! Tome uma atitude.

O Senhor está com você!

Benito Holz Konflanz e Bruno Kesler Gauthier Estudantes de teologia da EST – São Leopoldo/RS

“

“Eis-me aqui.

Envia-me!”

”

Isaías 6.8

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UNIVERSIDADE

SER CRENTE E UNIVERSITÁRIO:

MISSÃO POSSÍVEL? OS DESAFIOS DE FAZER MISSÃO NAS

UNIVERSIDADES Pesquisas recentes, desenvolvidas pelo Instituto Barna Group Research em universidades dos Estados Unidos, apontam um índice assustador: 50% dos jovens cristãos que

entram nas universidades abandonam a fé antes de concluírem seus estudos. Por meio

de nosso envolvimento com a MUNIL (Missão Universitária Luterana) em Florianópolis, temos percebido que essa triste estatística é realidade também aqui no Brasil.

No entanto, por que isso acontece? Resumidamente, porque as universidades vêm, ao longo dos últimos séculos, se tornando um campo fértil de ideologias materialistas e ateístas (não temos espaço suficiente para relatar os acontecimentos históricos dessa mudança de cenário, mas você pode pesquisar sobre o Iluminismo para saber mais).

Atualmente, a universidade não é um ambiente amistoso para o cristão. Quando chega ao meio acadêmico, o “calouro” é bombardeado com ideias e concepções que fazem completa oposição ao cristianismo. Os convites para festas são intermináveis e, além disso, há uma generalizada falta de clareza em relação à vocação, isto é, uma dificuldade de perceber a relação entre fé em Cristo e aquilo que se estuda na academia e que, posteriormente, será a profissão.

Há vários outros desafios, mas esses anteriormente citados – a ausência de capacidade apologética, a tentação da satisfação dos prazeres próprios e a incompreensão do lugar na sociedade como crente – acabam ocasionando uma ruptura no compromisso com o evangelho. Cremos que muitas das intempéries sofridas na universidade poderiam ser evitadas com uma preparação “pré-vestibular” nas famílias e igrejas locais.

Todavia, além disso, cremos (e temos visto na prática) que a missão entre universitários é essencial para o fortalecimento

dos cristãos que nelas chegam e para o anúncio do evangelho àqueles que ainda não o conhecem.

Fazer missão na universidade e com universitários é algo muito dinâmico, porque a vida do universitário é permeada de alegrias e tristezas, e o fundamental na missão é justamente caminhar junto aos universitários ao longo da rotina estudantil.

Quem sabe, seja este um dos “segredos” de como permanecer crente na universidade: viver em comunhão! Almoçar juntos no restaurante universitário, orar em grupos, jogar futebol, estudar a Bíblia, compartilhando as dúvidas; no fim do semestre, tomar um banho de mar e, assim, em comunhão, perceber a grandeza de Deus. Nas alegrias e tristezas da vida acadêmica, permanecer em comunhão com Deus e com outros cristãos. Dessa forma, além de permanecer firme na fé em Jesus Cristo, o universitário pode ser instrumento nas mãos de Deus para trazer outros a essa maravilhosa comunhão!

A igreja, por sua vez, precisa estar atenta: não podemos vacilar na oração. Precisamos nos

comprometer em orar por nossos irmãos, filhos, amigos, etc., que estão nesse ambiente tão hostil. E também

precisamos encarar a responsabilidade de preparar e apoiar os universitários em seus desafios. Por que investir tanto tempo e dinheiro em cursinhos prévestibular, mas não investir na edificação da fé prévestibular?

Se você está fazendo faculdade, não demore em encontrar outros crentes para caminharem juntos rumo ao Alvo. Mesmo que não exista um grupo organizado, lembre-se que onde há uma reunião em nome de Jesus, ali ele está. Busque-o com todas as suas forças! Conte também com a MUNIL, seja para saber como se preparar antes da universidade ou como não se desviar do Caminho dentro dela. Afinal, ser crente e universitário pode não ser fácil, mas é possível, sim, e é muito bom!

Acauã A. Rolim – estudante de teologia da FATEV e Gustavo Speckhann – estudante de engenharia sanitária e ambiental da UFSC, ambos coordenadores da Missão Universitária Luterana MUNIL (www.munil.org).

“

Nas alegrias e tristezas da vida acadêmica, permanecer em comunhão com Deus e com outros cristãos.

”

ONG SERVOS

MISSÃO TEM A VER COM QUALIDADE DE VIDA ¹ CD Verde como o sertão, Airton Palm. | ²,³ C. René Padilla, O que é Missão Integral, Viçosa – MG: Ultimato, 2009, p.20.

COMO A “ONG SERVOS” TEM MUDADO A REALIDADE DOS SERTANEJOS O nordeste é conhecido por suas secas. Na verdade, é a região

semidesértica mais populosa do mundo. É onde a miséria humana nos lembra de duas coisas: que o Brasil é um país do terceiro mundo e que a grande maioria dos seus líderes não tem um sentimento patriótico e de amor ao próximo. É no sertão que o Brasil atinge os mais vergonhosos indicadores de subnutrição, mortalidade infantil, prostituição, gravidez na adolescência, corrupção, violência, analfabetismo (um dos mais altos do ocidente), e a renda per capita é uma das mais baixas da América Latina.

No entanto, o nordeste também é conhecido por ter um povo amável, hospitaleiro e trabalhador, e uma cultura riquíssima e uma culinária extraordinária.¹

2. Padaria Escola (Crato/CE): curso de padeiro e confeiteiro – capacitação profissional por meio de aulas presenciais, práticas e teóricas. Realizando parcerias com SENAC, Bolsa Família, etc.

3. Artesanato (Crato/CE): cursos de pintura, decoupage, fuxico, chinelos decorados, corte e costura; oferecidos para pessoas carentes da comunidade.

Entendendo que somos geração eleita, sacerdócio real para anunciar as grandezas de Deus (1Pe 2.9), foi fundada a ONG SERVOS, para que assim se pudesse, de uma forma mais estruturada, anunciar o evangelho de Jesus Cristo, por inteiro, a todas as pessoas. Pois “a missão é fiel ao ensinamento das Escrituras na medida em que se coloca a serviço do Reino de Deus e sua justiça”.²

Hoje a ONG SERVOS tem quatro projetos em desenvolvimento, ali onde a Missão Zero atua: 1. Sítio Modelo (Araripina, Ouricuri/

PE e Barbalha/CE): sistema de irrigação para produção contínua durante todo o ano. Possibilita a ampliação da renda dos produtores que residem na zona rural.

Os três primeiros são projetos de geração de trabalho e

renda. E o quarto é um projeto de desenvolvimento humano,

no bairro mais carente e violento da cidade.

Por meio dos projetos houve um aumento na renda familiar; melhoria na nutrição, pois possuem alimentos de qualidade para o consumo; acesso à água encanada nas residências, possibilitando maior higiene para os moradores; cursos de capacitação, que têm resultado em profissionalização, elevação da autoestima e melhoria na qualidade de vida dos sertanejos.

A ONG SERVOS, com seus projetos, tem buscado “transformar a vida em todas as suas dimensões, segundo o propósito de Deus, de modo que todas as pessoas e comunidades humanas experimentem a vida abundante que Cristo lhes oferece”.³ Faça parte dessas mudanças e contribua com nossos projetos!

Yramaia Kayser Coordenadora da ONG Servos

4. Vida Plena (Araripina/PE): atende a 60 crianças e adolescentes, vítimas de violência, abusos e exploração, com diversas atividades desenvolvidas no turno inverso da escola, incentivando as crianças a estarem na escola estudando e com um bom nível de aprendizado.

Dados de contato da ONG SERVOS: ongservos@yahoo.com.br Facebook ONG SERVOS Conta bancária: Banco do Brasil Agência 0600-9 C/C 21540-6 CNPJ 12.651.343/0001-03

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GRUPOS PEQUENOS

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º MEU pequeno GRUPO

Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1 Pedro 2.9) O passo inicial para atendermos ao proposto no texto de 1 Pedro 2 é entendermos que a ordem foi dada

Onde devo começar?

Logo nos vem a ideia de que precisamos sair de casa e, quem sabe, ir para bem longe. Bom, a todos.

talvez isso seja o mais conveniente, pois lá longe ninguém nos conhece. Por outro lado, um bom lugar para iniciarmos essa tarefa é em nossa própria casa, junto aos nossos amados. Muitos proclamam que a família é o bem mais precioso sobre a face da terra, mas então, por que se cuida tão mal dela? Em quantas famílias, existe um tempo de oração e meditação na Palavra do Senhor, de forma diária, em que se reúnam todos e onde todos possam ter a oportunidade de ouvir, agradecer e pedir pelo cuidado de Deus?

Vale a pena insistir nesse ponto. Assim nossa casa irá se tornar um polo de

pegar outro quando todos sabiam aquele sem gaguejar), contar histórias bíblicas em linguagem infantil, nossa leitura e meditação e ainda um tempo em que cada um podia trazer e colocar diante de Deus seus anseios, suas necessidades e também expressar sua gratidão. Muitas vezes, éramos interrompidos pela batida na porta de algum dos meninos da vizinhança, que vinha pedir para brincar com o Jefferson. Descobrimos que, na verdade, ele vinha para poder escutar as histórias bíblicas, pois ao dizermos que agora era a hora de nosso tempo de“culto”, ele pedia para participar, prometendo ficar bem quietinho, só ouvindo.

Nossa casa precisa se tornar um centro de referência de vida cristã. As pessoas vão “ler” em nós a Bíblia que não leem em sua própria casa. Precisamos proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Quer um jeito melhor do que esse? Torne sua casa, sua família um lugar de proclamação e vivência cristã! Não precisa nem falar.

E, tal qual uma pedra lançada na É só viver. Sejamos não só bons água, forma círculos; a Palavra ouvintes da Palavra de Deus, de Deus passa a se espalhar mas excepcionais praticantes à nossa volta. Lembramos com dela. Amém! saudades do tempo em que, com divulgação da Palavra de Deus.

nossos filhos ainda pequenos, nós nos reuníamos depois de cada almoço para cantar (a Jaqueline tocava violão), decorar versículos bíblicos (só se poderia

Claudio e Lorita Gernhardt Conheça este ministério: www.mfcfeliz.com.br Ivoti/RS

PROJETO EQUADOR

UM EQUADOR,

DUAS VISÕES:

JANELA PARA O FUTURO

Por dois anos consecutivos, a bússola de Deus me aponta um único norte, o Equador. Em 2012, aconteceu a primeira viagem

missionária para a capital, Quito, e neste ano, desembarcamos em Cuenca, cidade Patrimônio Cultural da humanidade. Um mesmo país com dois contextos bastante diferentes, que foram sentidos na prática missionária, e mostraram como o Espírito Santo de Deus atua nos seus escolhidos.

Nenhuma vez titubeei sobre o ide, mas não posso negar que, na primeira experiência no campo missionário, um misto de emoções aflora. Nosso local de evangelização, o bairro de La Colmena, é o mais violento de Quito, no entanto, os meus medos e a minha insegurança eram outros: bater à porta, ser recebida, falar de Jesus, o que fazer e o sucesso.

No entanto, não estava sozinha naquele barco, nele estavam outros irmãos, com talentos especiais, para ajudar a remar. E Deus agiu sobre mim por meio desses irmãos, extraindo os dons que ele mesmo havia dado à sua filha.

Então foi caminhar nas ruas de La Colmena na dependência de Deus, auxiliar no planejamento, no teatro, testemunhar e tudo mais que o Espírito Santo

inspirasse. Sucesso é palavra dos homens, para Deus é graça.

Durante essa primeira caminhada missionária, experimentei muitas coisas, mas a melhor delas é o primeiro amor. Este transpõe todas as barreiras, pois não é impedido pela sujeira, não sente cheiro, não se incomoda com ladeiras, pobreza e aguenta situações limite. Tudo isso porque você só tem olhos para o próximo, é o Espírito de Deus enchendo você do primeiro amor.

A distância entre Cuenca e Quito não é somente sentida em quilômetros.

As ruas são mais amplas e abertas, porém, as pessoas são mais fechadas ao evangelho. Sentir, viver e lidar diariamente com essa situação faz parte do

ide, do ser missionário, do pertencer a um grupo, do amar ao próximo, do servir e honrar a Deus. É anular-se por completo e, mesmo assim, sentir-se inteiro e feliz.

Em Cuenca, Deus não ensinou somente a mim, mas nos ensinou, ao grupo, que as expectativas não nos pertencem, e elas são pedras no caminho da evangelização. Era necessário prosseguir e entender que, às vezes, os caminhos de Deus são distintos dos nossos. Então foi feito um reajuste de rota, que permitiu que abríssemos uma janela e víssemos com mais clareza as futuras missões no Equador.

Cinthya Sell Voluntária no Projeto Equador/Missão Zero Curitiba/PR

REDE DE ORAÇÃO

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UMA REDE DE PERSEVERANÇA: O POVO DE DEUS UNIDO EM ORAÇÃO

Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração (Rm 12.12).

A oração é uma dádiva preciosa que Deus nos concedeu. Já tentei imaginar o que seria da igreja, se Deus não tivesse dado o privilégio da oração. Sem dúvida, a igreja mal teria nascido e já teria morrido.

São realmente muitos os motivos que levam o povo de Deus a buscar a Deus em oração. O versículo acima orienta a sermos perseverantes, e é importante destacar que ele está “embrulhado” em uma palavra que nos desafia à mutualidade. Além de orar pelas necessidades pessoais e locais, somos chamados a ser perseverantes na oração em favor de toda a igreja. O apóstolo Tiago também escreve: Portanto,

confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz (Tg 5.16).

me chama a atenção o desejo daqueles irmãos sofridos: a oração da igreja livre. O incrível é que nisso todos nós podemos ajudar. Orar significa nos colocar ao lado; carregar com o outro um pouco do seu fardo; dividir a sua dor ou nos alegrar junto. Orar significa que todos nós dependemos do mesmo Deus de amor, misericórdia e graça; que estamos unidos na mesma fé e que amamos os nossos irmãos.

Perseverar na oração significa não perder a confiança; deixar Deus revelar propósitos mais profundos; aprender a ser igreja e filhos do Senhor.

Lutero devolveu o entendimento de que todos os cristãos são dignos de se apresentar a Deus a fim de orar uns pelos outros. Não apenas os clérigos, mas todos os crentes, pois todos são sacerdotes reais (1Pe 2.9).

Vivamos, pois, perseverantes na oração uns pelos outros. Não desanimemos. A igreja será fortalecida e atingirá o alvo de Cristo, que é completar a sua obra em nós.

Elfride Krause Missionária em Ijuí/RS

Quando leio relatos de cristãos perseguidos, sempre

“EU SEI QUE DEUS

RESPONDE

ÀS ORAÇÕES” Esse é o título de um livro escrito pela missionária Rosalind Goforth, esposa do missionário Jonathan Goforth, que atuaram no início do século passado na China. O testemunho dessa mulher me inspirou a

confiar nesse Deus Todo-poderoso desde a minha mocidade.

Em todas as difíceis situações que eles passaram por levar o evangelho àquela nação, o relato da providência de Deus em suas vidas foi marcante. E é a esse Deus que tenho confiado minha vida, e essa confiança tenho ensinado. Foi ele que ouviu o meu clamor quando passei pelo “deserto”.

A Rede de Oração do ME tem sido muito especial, pois sabemos que pessoas que nem conhecemos ficam orando umas pelas outras. Falei para

meu filho que isso é ser cristão. Há mais de um ano, solicitei que orassem por dois irmãos meus; um deles continua testemunhando que é Deus quem o tem sustentado na doença tão cruel. Minha irmã veio a falecer, mas,

no período de sua doença, o Senhor trabalhou em seu coração, liberando perdão e reconciliação. Creio que Deus atuou em sua vida fortemente, nesse período, e ela descansou nele.

Jesus nos tem ensinado a vigiar e orar.

Sinto não ter anotado todas as respostas do Senhor, mas sei e confio que Deus

responde às orações.

Odete Nelda Hennig Schwebel Lucas do Rio Verde/MT

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