Janecksidoxuva
Naquele dia as nuvens não estavam no pranto precoce habitual. Estavam fulas e amarelas, como quem sofre de invejite, doença (talvez) rara. O seu pastor (o Janecksidoxuva) não as compreendia: teria ele (talvez) feito algo de mal? Tinha a certeza de que lhes tinha dado a ração de algodão certa… Depois ouviu uma risadinha (talvez) maléfica e bem molhada: ― Muihihihihihihihih!
Era uma gota marota e ácida como o limão. E tudo contaminado por causa dela! Quem diria!? Mas agora já não eram
só
nuvens
fulas.
O
Janecksidoxuva espumava da boca como cão com raiva. Só se ouviam gemidinhos vindos do céu. E, sem ninguém saber como, a situação de tensão
transformou-se
campeonato de wrestling:
num
3,2,1… DONG! E a acção começa!!! O Pastor Moçoilo (porque é preciso ter nome para estas coisas) toma o caminho da esquerda e atira-se com toda a força contra Maldade Ridícula! Mas ela escapa e queima a perna direita do Pastor! Buuuuuuuuuuuu! Golpe baixo! A coxear o Moçoilo avança e…DONG! Salva pelo gongo!!!
E começou a chover. Uma chuva ácida, que queima a delicada pele da raiz da planta.
Uma
chuva
perversa,
contorcida e convertida em diabo. Uma chuva poluída, triste e, acima de tudo, artificial, pois não é a Natureza que cria a infelicidade…