Artigo Uma abordagem paisagística para o tratamento de rodovias urbanas

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Uma abordagem paisagística para o tratamento de rodovias urbanas: O caso da BR-153 em Erechim-RS. ST2 – MULTIFUNCIONALIDADE DA PAISAGEM E DOS USOS E ATIVIDADES NOS ESPAÇOS LIVRES SILVA, Emerson dos Santos

Mestrando, UFRGS, emersonssilva@ufrgs.br

FAVARETTO, Angela

Doutora, UFFS, angela.favaretto@uffs.edu.br

ZAMPIERI, Fábio Lúcio Lopes

Doutor, UFRGS, fabio.zampieri@ufrgs.br

RESUMO

O conflito gerado pela presença de rodovias em trechos urbanizados é complexo e de grande importância para o planejamento das cidades contemporâneas. Este artigo apresenta o estudo sobre a relação da BR-153 com o espaço urbano de Erechim - RS a partir da abordagem da paisagística. Neste trabalho, o principal objetivo é explicar os procedimentos metodológicos para leitura da paisagem da estrada, diagnóstico e a estruturação das diretrizes projetuais para integração da rodovia com a paisagem urbana. Propõe-se a mitigação dos conflitos gerados entre o tecido urbano e a malha rodoviária através da criação de novos valores paisagísticos: ecológico, visual e cultural e, assim, promover a requalificação do espaço urbano. Adotam-se os seguintes procedimentos: revisão bibliográfica para compreensão da problemática; contextualização da área; leitura paisagística com abordagem multiescalar: Macro, Meso e Micro, e definição de diretrizes projetuais. Por fim, os procedimentos metodológicos são avaliados quanto ao atendimento à complexidade do objeto analisado.

PALAVRAS-CHAVE: paisagem; rodovia; espaço urbano.

1 INTRODUÇÃO Entender o impacto causado por rodovias em tecido urbano é complexo e de grande importância para o planejamento das cidades contemporâneas, uma vez que a mobilidade urbana tem sido uma demanda constante. A partir do processo de expansão das cidades durante o século XX, atrelado à industrialização e somado ao impulso da indústria automobilística e privatização das ferrovias, diversos projetos rodoviários foram sistematizados para atender às novas demandas. Contudo, muitos destes aspectos foram negligenciados ao desconsiderarem o tecido urbano como parte deste processo. Segundo Lisboa (2002) os traçados no planejamento das primeiras rodovias foram projetados e construídos através dos métodos de engenharia moderna e consideravam apenas os aspectos geométricos e geotécnicos. Algumas destas implantações tiveram partes suas inseridas em trechos urbanos, com população urbana em sua adjacência, e, portanto, são classificadas como Travessias Urbanas (FREIRE, 2003). Inicialmente compreende-se que a rodovia pode ser uma barreira sócio-espacial, fato aferido através dos estudos da Sintaxe Espacial pela análise de algumas medidas como: integração global e conectividade. Conforme abordado por Silva, Trogello e Zampieri (2013) ao proceder

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