Jornal ipanema 755

Page 14

14

SAÚDE

CORPO EM FORMA & SAÚDE

JORNAL IPANEMA / 22 de fevereiro de 2014

Desvio ou escoliose na coluna?

Estamos no tempo das

A Quiropraxia

fobias

pode te ajudar!

“escolares” É uma situação mais comum nesta época do ano: na porta, da escola algumas crianças resistem à chamada do bedel ou da professora para entrar. A criança se agarra ao familiar que a acompanha, chora, grita, se joga no chão ou, às vezes nem sai do carro que a levou até a escola. Não importa a idade, a cena costuma ser diferente apenas quando estamos de frente do adolescente (a partir dos 13 anos de idade). O adolescente muitas vezes nem sai de casa: dorme tarde para não levantar a tempo da aula, retarda em aprontar-se para sair, refere dores diversas, às vezes chega a vomitar, apresentar episódios de diarreia, sudorese, aceleração dos batimentos cardíacos ou frequência respiratória. Várias são as formas que as crianças ou adolescentes se utilizam para evitar o retorno e ou a continuidade das atividades escolares. Para esses quadros, onde o sofrimento é visível, onde não existe tempo que dê conta da adaptação, ou ainda quando percebemos claramente o sofrimento da criança/adolescente que está tentando permanecer dentro do ambiente escolar, nós chamamos esse quadro de sintomas de Transtorno Fóbico Ansioso, que para os leigos foi batizado de Fobia Escolar. Alguns ainda chamam de Transtorno de Ansiedade de Separação. A fobia se caracteriza por um temor injustificado de um objeto ou situação, cujo contato é fonte de intensa reação de angústia. Em verdade o objeto ou situação fobígenos não são fontes de perigo real e sim imaginário, a exemplo do medo do escuro, de animais, de pessoas estranhas, de tempestades. Assim, a fobia é um sinal e um substituto de um conflito que não se resolveu para a criança. A fobia escolar esconde angústia de separação dos pais e/ou da família, é mais frequente em crianças tímidas, inseguras e com medo de situações novas. Responde por 2,4% a 3,3% do total de Transtornos de Ansiedade na população e a prevalência é igual para ambos os sexos. A causa dos transtornos ansiosos infantis é muitas vezes desconhecida e provavelmente multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais diversos. Entre os indivíduos com esses transtornos, o peso relativo dos fatores causais pode variar. De uma maneira geral, os transtornos ansiosos na infância e na adolescência apresentam um curso crônico, embora flutuante ou

14

episódico, se não tratados. Na avaliação e no planejamento terapêutico desses transtornos, é fundamental obter uma história detalhada sobre o início dos sintomas, possíveis fatores desencadeantes (exemplos: crise conjugal, perda por morte ou separação, doença na família e nascimento de irmãos) e o desenvolvimento da criança. Sugere-se, também, levar em conta o temperamento da criança (exemplo: presença de comportamento inibido), o tipo de apego que ela tem com seus pais (exemplos: seguro ou não) e o estilo de cuidados paternos destes (exemplo: presença de superproteção), além dos fatores implicados na etiologia dessas patologias. Também deve ser avaliada a presença de comorbidade, ou seja, outras patologias que também possam estar presentes. De modo geral, o tratamento é constituído por uma abordagem multidisciplinar, que inclui orientação aos pais e à criança, terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia dinâmica, uso de psicofármacos e intervenções familiares. A parceria entre pais, profissionais e escola é fundamental para que a criança/adolescente sinta-se acolhida, estimulada a supera-la esses limites e confirme assim a segurança e cuidado no ambiente escolar. Claudia Cristina Pereira Gomes Antila é psiquiatra da Infância e Adolescência e psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo

Algumas pessoas se queixam de dores nas costas, outras nem percebem, mas já apresentam algum sinal de problemas na coluna. A simples observância entre a altura dos ombros ou a percepção de um lado do peito parecer maior do que o outro ou ainda quando as roupas não caem simetricamente no corpo, estes são sinais de desvio na coluna. Cerca de 2,3% das crianças com idade entre 10 a 16 anos apresentam Escoliose. Geralmente acomete as meninas com frequência de 5 a 8 vezes maior do que nos meninos. As curvaturas tendem a progredir durante os estirões de crescimento da criança. Escoliose é um problema que afeta a coluna vertebral provocando desvio para os lados, resultando em um formato parecido com a letra “C” ou com a letra “S”, e pode comprometer bastante a saúde e a qualidade de vida. Pode ocorrer também, rotação das vértebras, e quando isto acontece, é muito comum encontrar uma espécie de gibosidade na região das costas. A Escoliose pode ser classificada assim quando apresenta uma alteração do alinhamento da coluna com desvio maior do que 10°, abaixo disto é classificada como um desvio de coluna. O diagnóstico é feito pelo exame clínico e pelo raio-x. Quando a escoliose não é severa, pode passar despercebida pela fase da adolescência, pois geralmente não produz dor, e pode, portanto, ser difícil de detectar. Nestes casos, quando se entra na fase adulta, pela parada do crescimento, a maioria das curvas tende a não mais incomodar e permanecerem estáveis com nenhuma, ou pouca progressão. Entretanto, em algumas pessoas, as curvas podem progredir devido à degeneração e desgastes das articulações e, assim, causar dor. Como um carro desalinhado, a princípio afeta a direção, posteriormente o desgaste de um pneu é maior de um dos lados, depois o consumo de pastilhas de freios desiguais, e assim por diante. Em alguns casos mais graves, pode alterar a capacidade de respiração, pela deformidade do tórax e diminuição do espaço para os pulmões. A presença de osteoporo-

se também pode causar aumento rápido das curvas pela alteração do formato dos ossos. Portanto, a prevenção da osteoporose e o reforço muscular são muito importantes nas pessoas com escoliose. A escoliose é classificada em 3 tipos: Idiopática (causa desconhecida, a mais comum), Neuromuscular (nos casos de paralisia cerebral, poliomielite, etc.), ou Congênita (adquirido no nascimento onde há falha na formação da coluna). O tratamento da escoliose depende de diversos fatores, são eles: idade do paciente, flexibilidade da coluna, tamanho da curvatura e a causa que levou à escoliose. Muitas vezes são indicados coletes, porém estes ameaçam a autoimagem do adolescente, podem causar problemas de autoconsciência, pelo fato do colete realizar a função muscular. Não existem medicamentos para tratamento das escolioses, nem suas causas são evitáveis. Em casos mais graves, a cirurgia pode ser o tratamento mais apropriado, porém, deve ser avaliada com muito critério e só é indicada, quando o tratamento conservador não apresentar resultados satisfatórios. Técnicas manuais de manipulação da coluna, como a Quiropraxia são bem vindas porque ajudam a restaurar o movimento das articulações da coluna vertebral, evitando quadros tensionais, pinçamentos e processos inflamatórios por sobrecarga e, ainda evitam a progressão para formas mais graves nos casos das crianças e adolescentes. Ajudam e muito na melhor qualidade de vida em todas as faixas etárias dentro do quadro clínico de cada um.

Raul Sartorelli é quiropraquixista


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.