Tendências 2022: Singulari Consultoria

Tendências 2022

Onde devemos focar nossa energia

Iniciamos 2002 com expectativa de mais calma e “normalidade”, mas as primeiras semanas já deixaram claro que a única certeza é a mudança. Quão preparado você está para lidar com esse mundo volátil, incerto, complexo, ambíguo, frágil, ansioso, não linear e incompreensível?

Como se preparar? Como preparar as empresas?

Na 2ª edição de “Tendências - onde devemos focar nossa energia” trazemos temas importantes que podem contribuir para ampliar seu olhar e ajudar a compreender algumas das mudanças que estão acontecendo. Nesta edição contamos também com a contribuição de especialistas externas enriquecendo nossa publicação. Boa leitura!

para repensar a forma de fazer gestão

Muitos executivos temiam que suas organizações fossem muito lentas, engessadas em estruturas complicadas e muito burocráticas. O que esses líderes temiam, e os dois últimos anos confirmam, é que suas empresas estão organizadas para um mundo que está desaparecendo.

Especialistas da consultoria McKinsey & Company afirmam que a forma de fazer gestão está mudando baseada em quatro grandes tendências:

CONECTIVIDADE ELEVADA

A crescente interconectividade acelera a disrupção, contrariando os princípios da inovação disruptiva.

O fluxo livre de informações colocam à prova as hierarquias existentes.

BAIXOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO

Barreiras no acesso à escala e custos para alcançá-la estão evaporando.

Burocracia interna apresenta mais atrito do que interações externas e transações de livre mercado.

AUTOMAÇÃO SEM PRECEDENTES

O aumento da automação enfraquece o forte pensamento operacional sobre o qual as organizações foram criadas.

200 anos de pensamento da gestão sobre controle e previsibilidade tornam-se obsoletos.

MUDANÇAS DEMOGRÁFICAS

Profissionais da Geração Z e gerações posteriores terão aspirações de carreira novas e completamente diferentes das atuais.

Haverá mais variedade e aprendizado, mais liderança e oportunidades de promovê-la, mais impacto social e mais mobilidade na carreira.

COMO DEVE SER A EMPRESA DO FUTURO?

Baseado no artigo McKinsey: Organizing for the future: Nine keys to becoming a future-ready company

A maneira como as organizações se estruturam atualmente ainda se assemelha muito com a forma de fazer gestão dos séculos passados: hierarquias tradicionais, estruturas matriciais. O problema, muitas vezes, é que com o crescimento dos negócios essas estruturas ganham graus de complexidade que tornam esse modelo pouco funcional.

É de se esperar que esses modelos mecanicistas sejam pouco adequados para o ambiente complexo de hoje. Eles foram construídos para solucionar uniformidade, burocracia e controle, objetivos que minam o que as empresas priorizam agora: criatividade, velocidade e responsabilidade.

A resposta não é modificar os modelos antigos, mas substituí-los por algo radicalmente melhor.

Nove fundamentos organizacionais que destacarão as empresas prontas para o futuro.

Fonte: McKinsey and Co.

Identidade Operacionalização Crescimento

Posicione-se com propósito

Fortaleça os valores

Use a cultura como diferencial

Adote uma estrutura

Fortaleça a tomada de

Valorize mais talentos a capital

Adote uma perspectiva de

Identidade

As pessoas desejam pertencer e anseiam fazer parte de algo maior do que elas. As empresas que se fixam apenas nos lucros perderão espaço para as organizações que criam uma identidade forte que atenda às necessidades dos colaboradores por coesão social, propósito e significado.

As organizações preparadas para o futuro realizam isso de três maneiras: elas deixam claro seu propósito; sabem como criam valor e o que as tornam únicas; e criam culturas fortes e distintas que ajudam a atrair e reter as melhores pessoas.

Operacionalização

Depois que as organizações imprimem sua identidade, elas precisam otimizar para aumentar a velocidade. Os modelos operacionais precisam ser rápidos, ágeis e sem atrito para criar formas de trabalho que promovam agilidade e simplicidade.

Eles precisam permitir que uma rede de equipes dinâmicas e capacitadas encontre espaços de valor, inclusive em níveis menos estratégicos da empresa, onde os colaboradores tendem a estar mais próximos dos clientes.

Crescimento

À medida que a conectividade e a automação aumentam e as expectativas das gerações mais jovens mudam, as empresas devem estar preparadas para uma adaptação ágil e constante se desejam crescer com alguma consistência.

Fazer isso envolve interação frequente com as partes interessadas, tecnologia e equipe. A melhor maneira de garantir isso é aproveitando um ecossistema vibrante de parceiros fora dos limites tradicionais da empresa, construindo plataformas de tecnologia ricas em dados que suportam o crescimento e a inovação, e acelerando o aprendizado para abastecer o mecanismo de talentos de que precisam para ter sucesso.

Construindo uma organização antifrágil

Baseado no artigo McKinsey: Business Resilience

O mundo está passando por mudanças cada vez mais rápidas, imprevisíveis e sem precedentes. Porém, em todos os setores, a maioria das empresas se manteve focada nos ganhos de curto e médio prazo. Os últimos dois anos deixaram claro que para conseguir prosperar no mercado atual é necessário adotar uma nova abordagem.

Os eventos catastróficos se tornarão mais frequentes, mas menos previsíveis. Eles se desenvolverão mais rápido, mas de maneiras mais variadas. A revolução digital e tecnológica, as mudanças climáticas e a incerteza geopolítica desempenharão papéis importantes. Por isso, o mundo de hoje exige mais do que resiliência financeira.

Acredita-se que a verdadeira resiliência requer foco equilibrado em seis dimensões:

Resiliência financeira

As instituições devem equilibrar objetivos financeiros de curto e longo prazo. Uma sólida posição de capital e liquidez suficiente permitem que as organizações enfrentem quedas rápidas na receita, aumento de custos ou problemas de crédito. A maioria das empresas deve se proteger contra a deterioração dos mercados e o acesso reduzido a capital, dívida ou patrimônio líquido.

Resiliência operacional

Organizações resilientes mantêm uma capacidade de produção robusta que pode se flexibilizar para atender às mudanças na demanda e ainda permanecer estáveis em caso de interrupção operacional, tudo sem sacrificar a qualidade.

Resiliência tecnológica

As empresas resilientes investem em uma infraestrutura forte, segura e flexível, incluindo gestão de ameaças cibernéticas. Elas mantêm e utilizam dados de alta qualidade de uma forma que respeita a privacidade e evita preconceitos, em conformidade com todos os requisitos regulamentares. Ao mesmo tempo, implementam projetos de TI grandes e pequenos para acompanhar as necessidades do cliente, demandas competitivas e requisitos regulatórios.

As empresas resilientes promovem uma força de trabalho diversificada na qual os colaboradores se sentem incluídos e podem entregar o melhor desempenho. Elas recrutam deliberadamente os melhores talentos, desenvolvem, aprimoram ou requalificam os colaboradores com flexibilidade e rapidez. A cultura e os comportamentos desejados reforçam-se mutuamente, apoiados por regras e padrões cuidadosamente desenvolvidos, ao mesmo tempo que promove uma tomada de decisão rápida e ágil.

Você é o que você faz. Instituições resilientes alinham seus valores com suas ações, com suas palavras. Uma ampla gama de partes interessadas - de colaboradores a clientes, investidores e a sociedade em geral - procura cada vez mais responsabilizar as empresas de várias maneiras, desde a promessa de sua marca até sua postura em questões ambientais, sociais e de governança (ESG). A resiliência exige um forte senso de identidade que orienta as ações.

Resiliência organizacional Resiliência de reputação

Resiliência do modelo de negócios

Organizações resilientes mantêm modelos de negócios que podem se adaptar a mudanças significativas na demanda do cliente, no cenário competitivo, nas mudanças tecnológicas e no terreno regulatório. Isso envolve manter um portfólio de inovação e valorizar o empreendedorismo. Particularmente em tempos de crise, as organizações resilientes farão apostas estratégicas para evoluir seus modelos de negócios.

L ei G eral de P roteção de D ados

Mais que uma lei, uma porta de oportunidades.

Artigo escrito por Rayane Lins Sócia-coordenadora da Área Civil e Consultora de Privacidade e Proteção de Dados da DD&L

Uma das grandes questões práticas que têm envolvido a proteção de dados e privacidade é sobre a resistência de diversas empresas quanto à adequação à LGPD 1 .

Muito além das empresas serem tão somente convencidas sobre o cumprimento dessa determinação legal, a proteção de dados precisa fazer parte da cultura e dos valores que a empresa acredita. Ou seja, a privacidade e a proteção de dados devem ser crenças defendidas pelas empresas, buscando uni-los aos demais interesses da organização.

1 Lei 13.709, 14.08.2018

Os gestores que ainda não aceitaram a LGPD e sequer iniciaram a adequação em suas empresas costumam pensar de forma equivocada:

LGPD não se aplica ao meu negócio

Dado pessoal é a mesma coisa que informação confidencial LGPD é um obstáculo

As práticas da minha empresa já estão adequadas

A responsabilidade é do meu prestador de serviços

Tenho uma visão geral de registro de operações de tratamento e isso basta

Não acho importante dedicar tanta atenção ao tratamento de dados pessoais

Não importa quais dados devo manter e quais devo descartar, preciso de todos

O que eu sei sobre dados pessoais já é suficiente para o meu negócio

Não preciso de ajuda para adequar a minha empresa à LGPD

Então como transformar a proteção de dados em valor para a empresa?

A capacitação ocorre por meio da aprendizagem, conhecimento e consciência coletiva da importância dos valores. Dessa forma a organização melhora a sua capacidade, desempenho organizacional e, consequentemente gera uma vantagem competitiva.

Portanto, não é possível convencer uma organização sobre algo que ela não conhece ou que não acredita, motivo pelo qual é fundamental que as empresas sejam ensinadas sobre as vantagens do valor da proteção de dados para os seus efeitos e a relevância de toda a organização estar envolvida para que tenha independência de compartilhar e dirimir onde e como utilizar o entendimento que foi transmitido.

É necessário haver mudança de mindset, pois a LGPD existe para proteger os dados dos titulares, o que inclui os empregados e os clientes e, se a empresa não segue a lei, ela não consegue dar tal garantia.

Observe ainda que a LGPD também se aplica às pequenas empresas, logo todos os negócios no território brasileiro, independentemente do tamanho, devem cumprir a lei, de modo que os princípios da LGPD devem ser seguidos pelas empresas, que podem e devem usar a lei como um diferencial.

Melhora no relacionamento com o cliente, pois mostrar que sua empresa se preocupa com a segurança dos dados é uma forma de construir uma imagem positiva junto aos seus clientes e a empresa ganha credibilidade social.

Aumento da segurança jurídica, posto que a LGPD garante a proteção e segurança dos dados pessoais e está alinhada com as legislações de diversos outros países, o que garante a reputação de ambiente seguro para tratamento e utilização de dados pessoais.

Segurança cibernética otimizada, haja visto que trabalhar a privacidade e o uso de dados pessoais com seriedade demanda que as empresas criem fluxos de trabalho mais conscientes e seguros.

Aumento da produtividade, já que ao eliminar informações pessoais desnecessárias ao negócio propicia um aumento na qualidade das informações que são realmente decisivas e necessárias às empresas e os bancos de dados tornam-se confiáveis, pois são alimentados com informações precisas de clientes verdadeiros e relevantes às transações comerciais da empresa.

Estar de acordo com a LGPD significa um investimento extra que traz muitos benefícios, dos quais podemos destacar:

A Cisco Systems, Inc. é uma companhia transnacional americana e a Cisco CyberSecurity publicou a pesquisa Data

Privacy Benchmark Study 2020, a seguir:

A maioria das organizações obtém retornos muito positivos sobre seus investimentos em privacidade.

Para mais de 40%, os benefícios são pelo menos o dobro de seus gastos com privacidade.

Mais de 70% das organizações afirmam receber benefícios comerciais significativos da privacidade, como eficiência operacional, agilidade e inovação.

Para cada libra gasta em privacidade de dados, as empresas estão recebendo £ 2,70 de ROI (Return on Investment), em melhorias em sua mitigação de perda de dados, agilidade, inovação, fidelidade do cliente e outras áreas importantes.

82% das organizações veem as certificações de privacidade, como ISO 27701 e Privacy Shield, como um fator de compra ao selecionar um produto ou fornecedor.

Redução dos atrasos de vendas

Redução de perdas atenuantes de violação de dados

Aumento de 71% decorrente de agilidade e inovação

Conquista de 72% de operacional na eficiência de controle de dados

A empresa se torna 73% mais atraente para investidores

Aumento na construção de lealdade e confiança com os clientes

a sigla que ganhou força e está transformando o mercado

Artigo escrito por Mariana Leite Gerente de Negócios & ESG na Bemol

ESG está transformando a forma como as empresas enxergam a longevidade dos seus negócios, sendo um movimento que promove uma busca incessante por mudanças e, por isso, é necessário conhecer e dar o primeiro passo, sendo um propulsor de novas ações dentro do seu cenário. Não se trata de uma mudança temporária ou ações pontuais, mas de estratégia.

O termo ESG surge em 2004 em uma publicação do Pacto Global¹ em parceria com o Banco Mundial, liderada pelo então secretário-geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, através de um relatório intitulado: “Who Cares Wins”, traduzido livremente como “Quem se importa ganha” ou “Ganha quem se importa”.

Kofi Annan quis incomodar 50 CEOs de grandes instituições financeiras. Imagino que ao ler “instituição financeira”, você começa a concluir os motivos que motivaram Kofi Annan a fazer isso: o resultado efetivo a partir das mudanças que envolvem esse mercado. Até então as discussões sobre o futuro do planeta estavam sendo propagadas sem os resultados esperados. Mas como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais?

As cartas anuais aos CEOs de Larry Fink da BlackRock são outro marco importante. Atualmente a maior gestora de ativos do mundo, administra um patrimônio de mais de US$ 9 trilhões de dólares. Na carta de 2018, Larry Fink trouxe o primeiro recado: as empresas precisariam desempenhar um melhor papel nas melhorias do meio ambiente, comunidades e no aumento da diversidade de suas forças de trabalho, trazendo destaque para a palavra propósito. Em 2019 reforça:

A carta para 2020 traz um recado mais forte: A BlackRock sairia de investimentos que apresentassem alto risco relacionado à sustentabilidade. Ele deixa claro em suas cartas que a comunicação agora não se dá apenas para com os acionistas, mas com todas as partes interessadas, ou seja, comunicação transparente e acessível.

A pandemia acelerou mudanças em todos os aspectos: saúde, futuro do trabalho, governança, cultura das empresas, transformação digital e muitos outros assuntos que contemplam a pauta ESG em diversas estruturas organizacionais, independente, por exemplo, de terem core business semelhantes.

A partir de “Who Cares Wins” foram desenvolvidos os Princípios para o Investimento Responsável (PRI), com o número de signatários que saiu de 100 para quase 4.000 e, segundo o relatório PRI³ de 2021, uma gestão de quase US$100 trilhões de dólares significativa para esse impacto.

Acreditamos que um sistema

As cartas de Larry Fink também ecoaram no mercado com resultados. A própria gestora preparou uma pesquisa intitulada “Pesquisa Global de Investimentos Sustentáveis 2020”4, com 425 investidores em 27 países que administram US$ 25 trilhões de dólares: 54% consideram que os investimentos sustentáveis são fundamentais para os resultados.

financeiro global sustentável e economicamente eficiente é uma necessidade para a criação de valor a longo prazo. Esse sistema recompensará o investimento responsável de longo prazo e beneficiará o meio ambiente e a sociedade como um todo.

Esses investidores planejam dobrar a participação dos ativos ESG em suas carteiras, o que elevará o percentual total de 18% para 37% até 2025.

ESG deixa de ser pauta somente do mundo financeiro e de acionistas.

É importante destacar que mesmo que a sua empresa não esteja listada na bolsa de valores ou relacionada ao mercado de capital, há ainda inúmeras vantagens de incorporar as estratégias, dentre elas:

Ter um efetivo acompanhamento das mudanças de hábitos de consumo Lucratividade: ganhos de produtividade e redução em despesas operacionais

Oportunidade de novos negócios Redução de riscos

Se quiser longevidade, independente da sua configuração, precisará se importar com ESG mesmo com passos mais curtos. Os critérios estão relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e são ponto fundamental para conectar com a matriz de materialidade da sua empresa.

Existem empresas que aproveitam o tema para propagarem uma imagem aparentemente positiva, com ações pontuais e desconectadas de métricas e resultados que realmente trarão as mudanças esperadas. Outras praticam o “Greenwashing”, camuflando, mentindo ou omitindo informações sobre os reais impactos das atividades de uma empresa no meio ambiente.

Mas acredito que você será agente fundamental para a propagação do ESG que contribui para o futuro sem romantismos, com ações efetivas e de visão de longo prazo.

Vamos nos encontrar nessa jornada?

Publicação do Pacto Global

Carta aos CEOs 2019

Pesquisa de Sustentabilidade

O que está por trás de uma experiência do colaborador realmente valiosa

Nos últimos dois anos quantas vezes você parou para refletir e repensar profundamente sobre aspectos da sua vida? Se você está usando seu tempo de maneira adequada ou se sua carreira/empresa fazem sentido na fase que você está vivendo? Essa reflexão foi feita por profissionais do mundo inteiro e em alguns países gerou um fenômeno chamado the Great Resignation, ou a Grande Renúncia, onde milhares de pessoas pediram demissão de seus trabalhos. Vários são os motivos para essa saída em massa, mas construir uma vida com mais propósito, busca por melhores ambientes profissionais e maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional são apontados como os mais frequentes.

Desde março de 2020, a McKinsey entrevistou quase 1000 pessoas para avaliar suas opiniões sobre o trabalho e como ele mudou. Embora a experiência de cada entrevistado seja pessoal e específica para eles, tópicos comuns surgiram.

Os trabalhadores têm sede de confiança, coesão social e propósito.

Eles querem sentir que suas contribuições são reconhecidas e que sua equipe é verdadeiramente colaborativa.

Eles desejam responsabilidades e oportunidades claras de aprender e crescer.

Eles esperam que seu senso de propósito pessoal se alinhe com o de sua organização.

E eles querem um ambiente físico e digital apropriado que lhes dê a flexibilidade para alcançar aquele equilíbrio difícil entre trabalho e vida pessoal.

No cenário atual é necessário pensar em estratégias de engajamento e não apenas de retenção. É pensar em toda a experiência do colaborador (employee experience) e entender que ele tem (e precisa ter!) uma vida rica fora da empresa.

A experiência do colaborador (EX) é como os profissionais internalizam e interpretam as interações que eles têm com e dentro da organização e os contextos que influenciam essas interações.

Para construir uma EX que faça sentido, os colaboradores devem participar do processo de estruturação, co-criando e iterando ao longo do tempo.

Além de uma EX robusta e estruturada, gestores podem contribuir para uma percepção de valor maior quando deixam de colocar – para si e para seu time – o trabalho como a única fonte de realização do propósito. Trabalho deve estar alinhado ao seu propósito de vida, ele não deve SER o propósito.

Resultados positivos da satisfação com a EX:

Para o colaborador

Colaboradores satisfeitos com sua experiência são:

mais propensos a permanecer na organização

mais propensos a se esforçar em suas atividades

mais propensos a entregar alto desempenho

Para a organização

Organizações que têm colaboradores satisfeitos são:

mais propensas a garantir a satisfação dos clientes

mais propensas a inovar em seus processos

mais propensas a conquistar boa reputação

Fonte: Pesquisa Gartner The Modern Employee Experience 2020

Sinais de que um burnout pode estar prestes a acontecer

Os últimos dois anos elevaram os trabalhadores a um novo nível de exaustão. Nesse período, quase 70% dos trabalhadores que fizeram a transição para o trabalho remoto disseram que trabalharam nos fins de semana - com 45% trabalhando mais durante a semana do que antes, de acordo com uma pesquisa de 2020 com 2.800 trabalhadores realizada pela Robert Half, empresa de recrutamento sediada em Los Angeles.

E o esgotamento está aumentando: mais da metade dos trabalhadores disse estar sofrendo de burnout em 2021, contra 43% em 2020.

Burnout é a extinção da motivação ou incentivo, especialmente quando a devoção de uma pessoa a uma causa ou relacionamento falha em produzir os resultados desejados. Desde 1º de janeiro de 2022 passou a ser considerado doença ocupacional e definido como estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso.

Falta de motivação

O burnout é caracterizado por três sintomas principais

Falta de prazer no seu trabalho

Falta de crença na sua capacidade de completar tarefas (sensação de ineficácia)

Embora reconhecer os sintomas seja a chave, é fundamental que a liderança promova uma mudança verdadeira e construa uma cultura que promova saúde e desenvolvimento pessoal, evitando o esgotamento dos colaboradores. Afinal, burnout não é um problema apenas individual. É um problema organizacional!

Existem alguns sinais que podem alertar para um possível burnout como:

Começar a sentir-se desconectado do seu trabalho e de outros interesses

Parar as rotinas que antes lhe causavam prazer e bem-estar, como prática de esportes

Tornar-se mais apático e sem esperança

Ter episódios de névoa cerebral (brain fog), e assim cometer erros banais, esquecer palavras, perder compromissos

Sentir exaustão física e emocional com frequência

A autora do livro The Burnout Epidemic, Jennifer Moss, afirma: “Não só ignorar este problema generalizado e em rápida evolução acarreta muitos custos financeiros, mas os custos humanos são simplesmente inaceitáveis.” Identificar o estresse crônico e lidar com ele antes que se torne um quadro de burnout é vital - tanto para colaboradores quanto para empregadores. Ao identificar sinais de estresse, é necessário promover conversas colaborador-empresa para gerenciar a agenda e garantir que o trabalhador esteja fazendo pausas, reabastecendo seu corpo e mente e estabelecendo limites claros entre trabalho e vida pessoal.

“Para uma relação saudável e equilibrada com a vida profissional é necessário que o indivíduo tenha outras fontes de realização e prazer, e para isso ele precisa ter tempo fora do trabalho.”

Luciana Nogueira Minev – CEO Singulari Consultoria

Organização

Luciana Nogueira Minev Elizabeth