Corrente Contínua 240

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César Fechine Mais de oito mil pessoas se emocionaram com o show do cantor e compositor Milton Nascimento, realizado na comercial da quadra 312 Norte, em Brasília, pelo projeto 30ª Noite Cultural T-Bone, em setembro. O cantor levou o público ao delírio ao fazer uma retrospectiva de sua carreira, interpretando clássicos como Canção da América, Coração de Estudante, Travessia, Nos Bailes da Vida e Maria Maria, entre outros. A Noite Cultural T-Bone tem como objetivo principal democratizar o acesso à população do Distrito Federal em atividades musicais gratuitas. O show de Milton Nascimento teve o patrocínio da Eletrobras Eletronorte, Petrobras e Governo do Distrito Federal. Leia a seguir a entrevista do cantor à revista Corrente Contínua. muito emocionado quando participa de eventos em que todas as classes sociais podem se divertir juntas. Não se consegue fazer show sem energia, nem a física, nem a elétrica. Energia é fundamental para tudo. Como vê os esforços das empresas na busca de formas limpas de geração de energia, como a eólica e as fontes hidráulicas? Eu acredito muito na busca por fontes naturais de energia. E eu tenho muita fé de que este é o caminho certo para o futuro dos nossos filhos. O Brasil está se tornando um país pioneiro na busca por uma energia que não cause danos ao meio ambiente. Por isso mesmo, é preciso que governos e empresas invistam somente neste tipo de empreendimento, que gere energia de uma forma limpa e sustentável. Uma mensagem para os quase quatro mil empregados da Eletrobras Eletronorte - uma das patrocinadoras deste evento, que trabalham todos os dias para garantir a geração de mais energia para o País. Gostaria de dizer a todas essas pessoas para que elas continuem seguindo seu próprio caminho, fazendo as coisas do jeito que elas considerarem certas, mas sem nunca deixar de ouvir o coração, nunca.

Público no show do cantor Milton Nascimento

Eletronorte

Milton Nascimento, é verdade que houve um professor durante a sua infância que o reprovou num teste de música? Essa história aconteceu quando eu tinha por volta de 12 anos de idade, e morava na casa da minha madrinha, no Rio de Janeiro. Era fim do meu primeiro ano no ginásio, e eu tinha que fazer uma prova na escola, que era o Colégio Tijuca Uruguay. E, nessas provas, eu acabei sendo reprovado em desenho e canto. Em seguida, eu me lembro também que isso enfureceu tanto meu pai, que eu tive que voltar para Três Pontas (MG). Chegando lá, fui fazer as mesmas provas de canto e desenho para entrar no Ginásio São Luis. Na primeira, de desenho, fiz a serra de Três Pontas, que depois ficou famosa na capa do meu disco “Geraes” (1976). E depois, na prova de canto, eu escolhi a música “Riders in the sky” (Stan Jones). Acabei passando nas duas e o professor que fez meu teste ficou muito emocionado, pois, por coincidência, essa também era a música preferida dele. Qual a importância dos sonhos para você? Nada na vida dá certo se a pessoa parar de sonhar. E eu levo isso comigo, sempre. Todos os nossos objetivos devem estar focados na busca de nossa realização pessoal. Você continua, como todo artista, “nos bailes da vida, indo onde o povo está”. O que significou para você cantar nas ruas da cidade criada por JK? Eu tenho uma relação com a cidade de muitos anos. Já participei de tudo quanto é evento na cidade, de protestos até posse de presidente. Brasília faz parte da minha vida. É importante o apoio das empresas públicas a artistas e eventos culturais populares, como o realizado em Brasília? Com certeza! Ainda mais quando as empresas fazem um evento gratuito para o público, em espaço aberto, como foi esse que eu participei agora promovido pelo T-Bone. Isso sim é demais! E a gente fica

Eletrobras

Cultura

“Nos Bailes da Vida”

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