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ENTREVISTA - DR. ROSAURO DE AGUIAR
Implante coclear em Salvador PARA OS PACIENTES QUE CONVIVEM COM A AUSÊNCIA de percepção auditiva, a evolução no uso de próteses e nas novas técnicas para implantes ampliam as perspectivas de recuperação do sentido lesado. O implante coclear é um exemplo de procedimento que vem tornando possível a percepção, em alguns casos, quase perfeita de sons, consistindo em uma prótese inserida na cóclea - parte interna do ouvido - e outro dispositivo na parte externa. Sendo usado desde os anos 70, chegando ao Brasil somente na década de 90, o implante funciona de modo similar ao de um microfone capaz de captar o som ambiente. Atualmente, existem, aproximadamente, mais de 400.000 usuários em todo o mundo que ouvem por meio desse dispositivo. Desde 2003, o médico e especialista em otorrinolaringologia pela Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia - SBORL – Dr. Rosauro Rodrigues de Aguiar, trabalha com esse procedimento em Salvador. Com especialização em Bauru, São Paulo, primeiro centro de implantes do país, hoje, ele desenvolve a prática em outras cidades e participa de cursos e congressos pelo mundo.
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Em que consiste a técnica de implante coclear? O implante coclear é um dispositivo eletrônico de alta tecnologia, também conhecido como ouvido biônico, que estimula eletricamente as fibras nervosas remanescentes, permitindo a transmissão do sinal elétrico para o nervo auditivo, a fim de ser decodificado pelo córtex cerebral.
Como o aparelho funciona para permitir a audição? O funcionamento do implante coclear difere do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), que apenas amplifica o som. O implante coclear fornece impulsos elétricos para que o usuário recupere a capacidade de perceber o som.
O implante coclear é indicado para todos os pacientes? A técnica se destina a pacientes que tenham perdido a audição e que não conseguem mais benefícios com próteses auditivas convencionais, chamadas de aparelhos auditivos. Também é indicada a pacientes que já tenham nascido com a deficiência, surdez congênita, aquela causada por diversos fatores.
Como funciona a cirurgia? Para a implantação, se faz uma mastoidectomia, que é a abertura do osso que fica atrás da orelha e, após a exposição do ouvido médio, procede-se uma cocleostomia, ou seja, abertura da cóclea para então ser inserido o feixe de eletrodos. A cirurgia dura cerca de uma hora e meia, com incisão única de 4 a 5 cm. Após 30 dias, o implante é ativado, com o funcionamento do componente externo ou processador de fala, que é a prótese auditiva capaz de transformar o som em estímulos elétricos audíveis ao paciente.
Dr. Rosauro de Aguiar
E durante o pós-operatório, o que é necessário? De uma maneira geral, essa fase é confortável, carecendo, apenas, de repouso relativo e uso de anti-inflamatórios.
Após a cirurgia, o som que esses pacientes ouvem é similar ao reproduzido para uma pessoa saudável? No princípio, a percepção sonora que o paciente experimenta é um pouco confusa, mas o processo de adaptação é muito rápido, principalmente para aqueles que já ouviam normalmente.
Quantos desses implantes foram feitos em Salvador? Até o momento, já realizamos aproximadamente 80 implantes, sendo que 50 deles foram para pacientes carentes, através do SUS, no Hospital Santo Antônio. Contamos com uma equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogos, neuropediatras, radiologistas, psicólogos, geneticista, dentre outros profissionais.
Existe limite de idade para se submeter a essa cirurgia? No caso de pacientes com surdez congênita, aqueles que já nascem com a deficiência, quanto mais cedo, melhor, pois o aprendizado da fala se torna bastante difícil a partir do quarto ano de vida. No caso de pacientes que venham a perder a audição, o que pode limitar a indicação do implante são problemas de ordem clínica.
Tire suas dúvidas: roka.r@uol.com.br
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