Jornalismo e guerras de memórias nos 50 anos do Golpe de 1964

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Este livro se insere neste cenário propício para a investigação das guerras de memórias no (ciber)espaço midiático sobre a efeméride do cinquentenário da instauração da ditadura militar (1964-1985), ao se debruçar sobre as produções jornalísticas em Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, portal G1 e Último Segundo, setor jornalístico do portal iG.

allysson martins

Allysson Viana Martins é professor de Jornalismo e coordenador do MíDI - Grupo de Pesquisa em Mídias Digitais e Internet na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), fez estágio doutoral no Laboratoire Communication et Politique du Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Jornalista pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), trabalhou como coordenador de comunicação e editor de site jornalístico em Salvador, onde atuou como professor em instituições de ensino superior pública e privada. Entre suas publicações, destacam-se os e-books “Crossmídia e Transmídia no Jornalismo” e “Afrodite no Ciberespaço”, este uma coorganização.

jornalismo e guerras de memórias nos 50 anos do golpe de 1964

Allysson Viana Martins

O jornalismo brasileiro contribuiu para a criação de um ambiente favorável à deposição do presidente João Goulart, com a efetivação do golpe de 1964. Em períodos de coerção, com o estado empenhado em manter uma perspectiva única da história, as versões do passado se alinham às perspectivas dominantes e geram silenciamentos. Essas lacunas entre as memórias e a história propiciam as guerras de memórias, ou seja, a ausência das recordações nas narrativas oficiais. Hoje, a mídia possui ainda mais relevância nas sociedades e as memórias adquirem dinâmicas inovadoras com as mídias digitais.

Vivemos hoje uma situação extremamente conflituosa em que – claramente – estão firmemente estabelecidos campos contrapostos quanto ao significado, desdobramentos e consequências dos fatos em torno da construção e efetivação do que – para alguns – foi o Golpe de 1964 e – para outros – um Movimento Restaurador ou até mesmo uma Revolução Redentora. Não será por demais temerário afirmar que, enquanto sociedade, nunca estivemos tão divididos em torno de uma determinada temática política e de um fato histórico. Neste momento da história política brasileira, trabalhando com especial ênfase a dimensão (hiper) mediática do fenômeno das guerras de memórias, o livro de Allysson Martins explora, em particular, o lugar e o papel do jornalismo na constituição da memória social daquele período e suas atualizações no momento presente. À competência com que efetua o movimento de resgate de todo o histórico da temática, junta-se a oportunidade da escolha do campo de controvérsia que ilustra a aplicação do método em seu trabalho: os conflitos em torno da memória coletiva na comemoração dos 50 anos do Golpe Militar no Brasil. Marcos Palacios


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