6. ANÁLISE LINGUÍSTICA E SEMIÓTICA Monclar Guimarães Lopes (UFF)
Objetivos Ao final deste capítulo, você deve ser capaz de compreender... • por que defendemos uma gramática do texto; • como promover atividades de análise linguística pautadas em textos; • algumas estratégias de significação em semioses não verbais. Não existe ação de linguagem – ação necessariamente textual – que dispense o concurso da gramática, que dispense o concurso do léxico e de fatores contextuais que sejam relevantes para o êxito da comunicação. (ANTUNES, 2014, p. 31)
Introdução No primeiro capítulo deste livro, tendo como base os documentos oficiais, sobretudo os PCN (BRASIL, 1998) e a BNCC (BRASIL, 2018), esclarecemos que o principal objetivo do ensino de Língua Portuguesa é o desenvolvimento da competência discursiva. Sendo assim, deve o aluno, ao longo de toda a Educação Básica, tornar-se proficiente na leitura e produção de textos de variados gêneros. Sob esse ponto de vista, a gramática assume um papel secundário, sendo considerada como um instrumento necessário para a expressão linguística nas mais variadas situações de interação. Vale ressaltar que, embora não neguemos a instrumentalidade da gramática, vemo-la de uma perspectiva diferente: a gramática assume uma perspectiva textual e discursiva, isto é, dissociamos a ideia de que a gramática se restringe aos níveis fonológico, morfológico, sintático e semântico da língua. De fato, além desses níveis, a gramática apresenta propriedades