Conexão 2.0 - Pré-História

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QUASE-MORTE: como ciência e religião explicam essas experiências

PRÉ-HISTÓRIA

Sabemos muito pouco sobre ela, mas o suficiente para separar ficção de ciência. Conheça a versão criacionista sobre esse período ENTENDA O SUCESSO DE VENDAS DA BÍBLIA

AO PONTO: O DOSSIÊ SOBRE A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

IMAGINE SE JESUS - EXISTIDO 2013 | 1 NÃO TIVESSE JAN MAR

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Jan-Mar 2013 – Ano 7 no 25

Exemplar: 6,60 – Assinatura: 21,00

ENTENDA. EXPERIMENTE. MUDE

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Da redação

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Editor Wendel Lima

“NÃO É A MAMÃE”

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William de Moraes

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BIRRENTO, INTROMETIDO e temperamental. Irritante e engraçado ao mesmo tempo. Quem não se lembra do Baby, o pequeno dinossauro rosa, que aprontava todas e que ficou conhecido pelos chavões: “não é a mamãe!” e “você precisa me amar!”? Pois é, nesta edição, a Conexão 2.0 deu uma viajada no tempo e foi até a Pré-História. Lá, não deu pra entrevistar a Família Dinossauro nem Os Flintstones, mas colhemos informações que vão ajudar você a enxergar a vida nas cavernas com outros olhos. Ainda no túnel da História, nossa próxima parada é uma estação que fica a 2 mil anos no tempo. Entrevistamos o professor universitário que há 30 anos estuda as evidências históricas da ressurreição de Cristo. Gary Habermas garante: a tumba de Jesus ficou vazia naquele domingo de Páscoa! Quem afirma ter ressuscitado, ou quase isso, são os pacientes que relataram ter passado pela chamada experiência quase-morte (EQM). Eles juram ter visto espíritos, uma luz no fim do túnel e o próprio corpo, sem vida, na cama do hospital. Sinistro? Você não viu nada... A Conexão 2.0 foi pesquisar o que a ciência e a Bíblia dizem sobre esse assunto do além. Mas, falando sobre o mundo dos vivos, já imaginou como seria o Ocidente se Jesus não tivesse nascido? Você verá que o Homem de Nazaré, que está vivo, inspirou mais do que a fé de 2 bilhões de pessoas. Sem o exemplo e os ensinos dEle, ministérios como o Chama Coral, de Curitiba, não existiriam. Nesse coral, por estranho que pareça, o mais importante não é ser afinado, mas visitar hospitais e adotar crianças com HIV atendidas pela ONG liderada por essa galera. Eles não foram adotados, tiveram que se virar nas ruas de São Paulo, mas por causa da fé em Deus e do gosto pelos livros, dois garotos se tornaram doutores. Não é enredo de novela, mas uma história real que virou documentário, e a gente foi atrás pra conferir. E, para que você não vá parar na sarjeta, separamos dicas de administração financeira. É a chance de esticar seu salário ou mesada. Sinceramente? Se eu fosse você não deixaria de ler esta edição! Ela “não é a mamãe”, mas vale a pena ter sempre por perto. Boa leitura! *** Quem estreia com tudo nesta edição é o Eduardo Rueda. Formado em Teologia e com grande talento para a escrita, ele já assina as seções Perguntas e Aprenda. Fã de longa data da Conexão 2.0, agora ele tem a missão de fazer mais leitores se apaixonarem por esse ministério. Vida longa ao Rueda e gratidão ao Diogo Cavalcanti, nosso ex-companheiro!

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5 CONECTADO

A OPINIÃO DE QUEM SEGUE E CURTE A GENTE

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GLOBOSFERA

WEBSÉRIE, PRECONCEITO, EMPREENDEDORISMO E FICÇÃO CRISTÃ

10 ENTENDA

POR QUE A BÍBLIA É DISTRIBUÍDA AOS MILHÕES

22 PERGUNTAS

SERVIÇO MILITAR, LIBERDADE, A HISTÓRIA DO ÁTOMO E CARNAVAL

30 APRENDA

A ESTICAR SEU DINHEIRO

8 AO

ELE AO B DEF

1

18 REPORTAGEM

EXPLICAÇÕES PARA AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE

26 M

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ITO, E

ÕES

RDADE, E

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... SE CRISTO NÃO TIVESSE EXISTIDO

8 AO PONTO

ELE PESQUISOU DO ATEÍSMO AO BUDISMO, MAS DECIDIU DEFENDER A FÉ CRISTÃ

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CAPA

A VERSÃO CRIACIONISTA DA PRÉ-HISTÓRIA

Revista trimestral – ISSN 2238-7900 Janeiro-Março 2013 Ano 7, no 25 Capa: Thiago Lobo

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

Editora dos Adventistas do Sétimo Dia Rodovia Estadual SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900 Site: www.cpb.com.br / E-mail: sac@cpb.com.br Serviço de Atendimento ao Cliente Ligue Grátis: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h30 Sexta, das 7h30 às 15h45 Domingo,das 8h30 às 14h Editor: Wendel Lima Editor Associado: Eduardo Rueda Projeto Gráfico: Marcos Santos e Éfeso Granieri Diretor Geral: José Carlos de Lima Diretor Financeiro: Edson Erthal de Medeiros Redator-Chefe: Rubens S. Lessa Gerente de Produção: Reisner Martins Gerente de Vendas: João Vicente Pereyra Chefe de Arte: Marcelo de Souza Chefe de Expedição: Eduardo G. da Luz Colaboradores: Edgard Leonel Luz, Orlando Mário Ritter, Ivan Góes, Antônio Marcos Alves, Marco Antonio Leal Góes, Enildo do Nascimento, Almir Augusto de Oliveira, Douglas Jeferson Menslin, Areli Barbosa, Aquino Bastos, Elmar Borges, Nelson Milanelli, Ivay Araújo, Ronaldo Arco, Donato Azevedo Filho e Carlos Campitelli

26 MUDE SEU MUNDO

Assinatura: R$ 21,00 Avulso: R$ 6,60 www.conexao20.com.br

O CORAL EM QUE A MÚSICA É UM DETALHE

Tiragem: 29.500

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LIÇÃO DE VIDA

OS GAROTOS DE RUA QUE VIRARAM DOUTORES

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Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

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Os sonhos fazem parte da nossa vida. O sucesso nos estudos, uma profissão, uma carreira... Quais são seus sonhos? Como realizá-los? A educação é essencial para conquistar o sucesso. Nossa escola oferece o ponto de partida para uma vida plena de

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realizações. ________ Editor

Educação Adventista – compromisso com o futuro de seus sonhos!

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educacaoadventista.com.br


Informação Conectado & Opinião Globosfera

Texto Wendel Lima Design Marcos Santos

Ao ponto Entenda

conexao20@cpb.com.br

Desabafos, sugestões, interação e dúvidas para a seção Perguntas? É aqui mesmo!

Escrevo para elogiar o artigo “Imagine se a Bíblia fosse nosso manual de sustentabilidade”. Conheço outras revistas da CPB, mas foi a primeira vez que li a Conexão 2.0. Recebi um exemplar na capelania das Faculdades Adventistas da Bahia, onde trabalho. Adorei! O artigo de capa me deixou positivamente chocada. Parabéns para o autor e o pessoal do design também! Obrigada pelo artigo “Se Deus existe, por que sofremos?” Às vezes, o próprio sofrimento sufoca aquilo em que cremos a seu repeito... Foi bom lembrar. “Eutanásia”: gostaria que escrevessem mais sobre isso. Destaco também a matéria “Sangue bom”. Tento incentivar meus alunos a doar sangue, apesar de eu não poder doar. Uau! Foi muita emoção para uma única revista. Penso que vou virar cliente! Tenho 40 anos e sinto que a geração atual precisa de mais conteúdo de qualidade.

A Conexão 2.0 tem tudo para contribuir na transformação dessa realidade. Karina Grace Estudo na Universidade de Pernambuco, em Petrolina. Há três anos assino a revista e ela tem me ajudado muito, pois trata de temas da atualidade de maneira mais ampla e divertida. Fagner Pereira Muito boa a matéria de capa sobre política! O comentário do Diogo Cavalcanti também foi ótimo! Sou professor de sociologia no Colégio Adventista de São Miguel Paulista, em São Paulo, e estou recomendando a leitura da revista para os alunos e amigos. Vou planejar algumas aulas para abordar o assunto a partir desta reportagem, “Além do voto”, e motivar os alunos a participar do projeto Parlamento Jovem. Isaias Araújo da Silva

facebook.com/conexao20

No blog, você tem os bastidores da revista, o complemento das matérias e acesso às edições anteriores.

Alexandre Pereira: Gostei da minha revista! Diego Ignacio Barreto: Parabéns aos organizadores da Conexão 2.0. A revista está show!

twitter.com/conexao_20 @GleidysAngel: Em um único dia no transporte público, li a revista toda. Leitura que alimenta e edifica a alma de quem tem fome de conhecimento. Amei! É show de bola a reportagem sobre o que diz uma camiseta. Tive que emprestar meu exemplar para uma amiga, é contagiante! @MkRogge: Gente, a @conexao_20 se supera a cada edição. Quanto mais eu leio, fico mais “viciado” nessa revista. Ainda bem que esse vício Deus aprova. Guardo todas as edições e não pretendo deixar de assinar. Sempre reservo o dinheiro para renovar a assinatura... rs

@gioeugenia: Minha @conexao_20 finalmente chegou! E na hora certa: mais um sábado começou e eu descanso com a revista que é a cara do jovem adventista! Quem não assina, não sabe o que tá perdendo!!! #tudodebom #devorando @AlceuFilho: Recebi a @conexao_20. Ótimo design e excelente conteúdo! Parabéns @conexao_20 !

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conexao20.com.br

Saiba o que vai ser publicado, opine sobre os conteúdos que já saíram e compartilhe com os amigos que não têm a revista.

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© Fotolia e Divulgação

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DOIS HOMENS, SEM O MEIO

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Para arriscar perder um emprego de 6 milhões de dólares anuais, mais toda a visibilidade de uma série como Two and a Half Man, é preciso insanidade ou fé. A segunda motivação parece ter sido a escolha do ator Angus T. Jones, o Jake da sitcom. A entrevista em que Angus fala de sua conversão ao adventismo e desaconselha qualquer um a assistir à série teve quase 2,5 milhões de visualizações. Mais do que a polêmica, o que vale destacar é que Angus deve ter descoberto algo melhor, para abrir mão de tanta fama e dinheiro. É sobre essa descoberta que ele falou ao programa Turning Point: http://migre.me/ceiHr.

EU S/A

Segundo a organização Endeavor, 60% dos universitários brasileiros estão na aula sonhando em abrir seu próprio negócio. Mas a pesquisa feita com 6.215 estudantes também mostrou que falta empenho e formação técnica para chegar lá. Apenas 38% dos que desejam empreender gastam tempo estudando sobre o tema e 24% disseram que estão se preparando para isso, guardando dinheiro. Esse quadro talvez explique outro resultado: somente 8,8% dos universitários já são empreendedores. A oportunidade pode estar na própria universidade. Mais de 60% das faculdades pesquisadas já oferecem disciplinas sobre criação de empresas.

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© alphaspirit | Fotolia

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No dia 16 de março, 8 milhões de jovens adventistas e seus amigos do mundo todo vão experimentar o cristianismo prático. Nesse sábado, haverá menos sermão e mais ação. No chamado Dia Global da Juventude, vestidos com a camiseta do projeto mundial e conectados pela tecnologia, voluntários vão fazer a diferença através de projetos comunitários. Para o Brasil, está prevista uma campanha massiva de doação de sangue nas principais capitais. Acesse os sites vidaporvidas.com e gcyouthministries.org e participe!

Fonte: folha.com.br

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Carlos Seribelli

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Divulgação WMF Martins Fontes

Fui para a igreja. Não sei se volto

DIA GLOBAL DA JUVENTUDE

Divulgação

Ilustração sobre foto de divulgação Warner Channel

Texto Wendel Lima Design Marcos Santos

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Carlos Seribelli

Facebook EVANGÉLICO

O ABRAÇO VENCEU O PRECONCEITO

Com 144 mil visualizações no You Tube, o vídeo do ministério Unidos na Web mostra jovens evangélicos distribuindo abraços na Parada Gay de Goiânia (http://migre. me/cdu4i). Levantando cartazes com a frase “Me dê um abraço, Jesus te ama!”, os voluntários ganharam a simpatia dos manifestantes. O gesto sinalizou que os dois grupos podem dialogar, se homossexuais e religiosos se desarmarem. Apesar de desaprovar o estilo de vida gay, os cristãos deveriam tomar a iniciativa de aproximação, como Cristo faria.

A rede social faithvillage.com foi lançada no início de outubro. A ideia é atrair a comunidade evangélica, 26% da população adulta norte-americana, para um espaço virtual de desenvolvimento da fé, troca de experiências e colaboração com causas cristãs. Católicos também estão de olho na ideia. O modelo de navegação é uma mistura de rede social e jogos online, como Farmville. O site já conta com uma livraria e disponibliza espaço para que organizações e pessoas anunciem, compartilhem e vendam conteúdo. Em breve, a rede deve migrar para outros idiomas, além do inglês.

Divulgação: www.beyond.info

NÁRNIA PARA ADULTOS

Diferentemente de As Crônicas de Nárnia, voltada para o público infantil, na Trilogia Cósmica, da editora WMF Martins Fontes, C. S. Lewis tem seu alvo nos adultos. Em três volumes, ele discute filosofia cristã através de uma bem-amarrada trama de ficção científica e viagens interplanetárias. No primeiro livro, Além do Planeta Silencioso, Ransom, o personagem principal, conhece o planeta Malacandra, onde não existe pecado. No segundo, Perelandra, Ransom viaja a mando de Maleldil, o ser que criou o Universo, para ajudar Eva a vencer o Não-Homem. Já no livro Uma Força Medonha, a história se passa na Terra, onde um grupo deseja impor uma nova ordem mundial e Ransom precisa preparar um contra-ataque. Boa dica para quem gosta de refletir sobre ciência, religião, ética e teologia, em um enredo cheio de suspense.

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A BUSCA

Divulgação WMF Martins Fontes

Divulgação

Fonte: gospelprime.com.br

Já pensou que, por trás da culpa, existe a busca por paz? E que sua inconformidade com a morte é porque seu chip original procura um sentido para tudo? Os anseios mais comuns da humanidade são o tema da websérie Beyond the Search (Além da Busca). São 14 capítulos apresentados por três pessoas que viajam o mundo (com passagem pelo Rio de Janeiro) para contar histórias que explicam a visão de mundo da Bíblia. Dor, esperança, desastres e verdade estão entre as questões do projeto que já recebeu oito prêmios cinematográficos. Para quem quer olhar além: vimeo.com/beyondthesearch. JAN-MAR

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Ao ponto

Texto Luiz Gustavo Assis Ilustração Carlos Seribelli

O ADVOGADO DA FÉ

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Qual é a importância da apologética? A apologética é crucial na pregação. Atualmente, muitos cristãos têm sido confrontados com uma variedade de ideias, tais como o misticismo da Nova Era, pós-modernismo e o neo-ateísmo. Vendo o evangelho ser desafiado dessa forma, os cristãos precisam ser informados sobre os fundamentos que sustentam os ensinamentos mais importantes de sua crença. No mínimo, a mensagem do evangelho inclui a divindade, morte e ressurreição de Jesus. É claro que nós precisamos mais do que simples fatos. Além de convencido, é preciso estar comprometido pessoalmente com Cristo. Para esse propósito, a apologética é crucial. Como um jovem cristão deve responder às críticas de professores e universitários céticos? 8 |

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Eu daria dois conselhos: (1) estudar as evidências disponíveis para que sejam capazes de responder aos questionamentos, conforme o texto de 1 Pedro 3:15; (2) além disso, o fim desse verso declara que os cristãos não deveriam apenas ser bem preparados, mas responder de maneira respeitosa, sem raiva ou orgulho. Isso não é apenas correto, mas a oportunidade de serem ouvidos. Quais são os questionamentos mais comuns contra a ressurreição de Jesus? Os fatos históricos que levam às evidências para a ressurreição são tão fortes que os críticos profissionais geralmente admitem que Jesus realmente apareceu de alguma forma após Sua morte. Praticamente todos os estudiosos reconhecem que pelo menos os discípulos de Jesus tiveram experiências reais de algum tipo. Porém, alguns críticos dizem

que não podemos ter certeza do que os discípulos viram. Como você tem defendido a ressurreição? A melhor maneira de abordar esse assunto, em minha opinião, é demonstrar que esse evento é histórico, usando apenas fatos em que os acadêmicos céticos reconhecem e aceitam. Em outras palavras, ao usar uma lista de fatos históricos que os críticos acreditam, é possível argumentar, com uma base sólida, que a ressurreição é a melhor explicação para aqueles dados. Essa é a abordagem que tenho seguido em minhas publicações sobre a ressurreição. O que é o argumento da “tumba vazia”? A maioria dos acadêmicos críticos reconhece que a tumba em que Jesus foi sepultado foi descoberta vazia. Isso é frequentemente assumido devido a muitos fatores. Por exemplo,

as pessoas da época não gostavam de testemunhas femininas, e, apesar disso, os quatro evangelhos listam mulheres como as primeiras a testemunhar a tumba vazia. Já que os relatos, muito provavelmente, não foram inventados pelo testemunho das mulheres, estudiosos admitem que eles só podem ser factuais. Outras evidências para a tumba vazia incluem as fontes múltiplas que relatam o evento; as implicações do antiquíssimo texto de 1 Coríntios 15:3, 4 [possivelmente, Paulo citou aqui um credo cristão elaborado apenas cinco anos após a morte de Jesus]; e que os líderes judeus tentaram desmentir a ressurreição. Outro ponto é que Jesus foi enterrado em Jerusalém, onde os oponentes dos cristãos também moravam e, caso pudessem desmentir a ressurreição, teriam feito isso facilmente. Por isso, é comumente admitido que a tumba de Jesus estava vazia.

Douglas Assunção / Imagem: Fotolia

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CRIADO EM UM lar batista, por mais de dez anos Gary Habermas teve sérias dúvidas sobre o cristianismo. Na sua busca por respostas, pesquisou do ateísmo ao budismo, até concluir que, se a ressurreição de Jesus foi real, o cristianismo seria a única religião verdadeira. Sua tese doutoral na Michigan State University mostrou que há bons argumentos racionais para crer que a tumba de Cristo ficou vazia no domingo de Páscoa. Habermas deu uma palhinha para a Conexão 2.0 sobre o tema que já lhe rendeu mais de 30 livros e 1.800 palestras: a defesa da fé cristã.


Faculdades Adventistas

escolhas hoje, e escolher bem a faculdade que você vai cursar é o primeiro passo para alcançar seu sonho. As faculdades

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com

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Um futuro promissor depende de suas

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adventistas oferecem uma formação de qualidade em diversas áreas e, acima de tudo, preservam os valores cristãos. Douglas Assunção / Imagem: Fotolia

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seus O FUTURO SONHOS

COMPROMISSO

________ Designer ________ Editor ________ Ger. Didáticos

Campus em Benevides, PA – Cachoeira, BA – Lavras, MG – Ivatuba, PR Engenheiro Coelho, SP – Hortolândia, SP – São Paulo, SP JAN-MAR 2013 | 9 www.educacaoadventista.org.br/ensino-superior

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Entenda

Texto Wendel Lima Design Marcos Santos Ícones © Fotolia e Vandir Dorta Jr.

BÍBLIA

COMO A

SE TORNOU

UM BEST-SELLER

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livro mais vendido e lido no mundo – 32 milhões de exemplares em um ano – tem batido recordes de distribuição no Brasil. Em 2011, somente a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) produziu 7,4 milhões de cópias. Mas fazer o Livro Sagrado dos cristãos chegar à maioria das casas do país não foi fácil. Essa história fascinante teve em seu roteiro uma menina do País de Gales, o divórcio entre Igreja e Estado no Brasil e a loucura dos evangélicos que fundaram uma editora sem a intenção de ganhar dinheiro.

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Divulgação SBB

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Para ter uma Bíblia, Mary Jones trabalhou duro por seis anos e ANDOU sozinha 40 KM.

D. Pedro II,

Wikipedia

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Por causa dela, foi fundada a primeira sociedade bíblica do mundo, em Londres, em 1804.

146 sociedades

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distribuem Bíblias completas ou porções dela em 2.500 IDIOMAS, em

200 países.

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EM TERRAS TUPINIQUINS

Os primeiros exemplares chegaram ao Brasil com os protestantes franceses e holandeses, nos séculos 16 e 17.

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que LIA A BÍBLIA todos os dias, recebeu um exemplar protestante, em 1881. O imperador deu uma forcinha para os evangélicos. A separação entre Igreja e Estado, em 1891, deu liberdade para o avanço protestante e a produção de Bíblias. Durante 193 ANOS, os padres só autorizaram a leitura de edições católicas.

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BÍBLIA

SAGRADA NVI

PRODUÇÃO EM MASSA

Até a criação da SBB, em 1948, americanos e ingleses imprimiram Bíblias em português.

106 milhões

MINHA

BÍBLIA

de BÍBLIAS foram produzidas pela SBB em 17 ANOS em gráfica própria. A editora, a maior do gênero no mundo, respondeu por 47% da produção nacional, em 2003. A Bíblia mais barata custa R$ 2,50. Antes da web ou call center, as sociedades bíblicas investiram na venda de casa em casa, a chamada colportagem.

I,

os m81. oros.

ae ersBíS, ma as.

A Bíblia também tem ganhado mais destaque. No calendário nacional, por exemplo, o segundo domingo de dezembro é o dia dela.

Além de pop, a Bíblia é cult. Ela tem um centro cultural no Rio, e um museu e biblioteca em São Paulo. O acervo tem 17 MIL VOLUMES, com exemplares em 1.000 LÍNGUAS.

Em 2006, mais de 200 monumentos e praças já haviam sido dedicados à BÍBLIA.

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As EDIÇÕES PERSONALIZADAS fazem sucesso. Na capa, aparece desde LOGO de centenário de IGREJAS até ícones de TRIBOS URBANAS.

Depois de migrar dos rolos para o livro, a BIBLIA entrou na era DIGITAL através dos softwares, sites e aplicativos.

DA PRAÇA AO MUSEU

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PARA TODOS OS GOSTOS

Foi preciso investir em versões e paráfrases mais atuais, como a NTLH, NVI, Bíblia Viva e A Mensagem.

BONS DE BÍBLIA

Nos ANOS 90, o número de evangélicos dobrou: 26 MILHÕES. A popularização da Bíblia pegou carona nesse crescimento.

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foi a participação das editoras evangélicas na produção nacional, em 2003. Os protestantes compram mais Bíblias, seja para leitura ou evangelização.

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Os ADVENTISTAS são bons de Bíblia. Eles venceram o CONCURSO BÍBLICO INTERNACIONAL (1961), e as duas primeiras COMPETIÇÕES NACIONAIS (1966 e 1971).

________ Editor

Fontes: História da Bíblia no Brasil, de Luiz Antonio Giraldi (SBB, 2008); sites unitedbiblesocieties.org e sbb.org.br; Dr. Erní Seibert, secretário de Comunicação e Ação Social da SBB.

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Interpretação Capa & Reflexão Reportagem

Texto Wendel Diogo Cavalcanti Lima Design Design Éfeso Éfeso Granieri Granieri Ilustrações Ilustração Thiago Vandir Lobo Dorta Jr.

Perguntas Imagine

JUNTE AS PEÇAS

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No quebra-cabeças da Pré-História, evolucionistas e criacionistas buscam encaixar as partes. Leva vantagem quem conhece o quadro completo

CONTAR A HISTÓRIA que antecedeu a História, sempre foi uma tarefa mais fácil para cineastas e ilustradores, do que para cientistas, historiadores e teólogos. A falta de informações sobre esse período, força qualquer pesquisador ou curioso do assunto a recorrer, em algum momento, à especulação. Na ficção, o tema já rendeu bons sucessos na indústria cultural, como o filme a Era do Gelo, já na quarta produção; o desenho Os Flintstones, lançado na infância dos nossos pais e que ganhou versão para o cinema em 1994; e a série de TV Família Dinossauro, exibida nos anos 90 em três emissoras brasileiras.

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Os neandertais foram humanos e deixaram suas pegadas nas pinturas rupestres. Mas as cavernas não foram o endereço dos homens apenas na Pré-História

NO INÍCIO, AS DEFINIÇÕES O conceito de pré-história foi elaborado no século 19, em um contexto de imperialismo europeu, que buscava justificativas para a dominação de povos mais “atrasados”. Nascia ali a definição de história associada ao início da escrita. Logo, tudo o que antecede o registro dos documentos mais antigos – em cuneiforme mesopotâmico e hieroglífico egípcio, datados de 3.200 a.C.) – é classificado como pré-história. A escrita, sem dúvida, é uma fonte de informação mais rica do que um artefato sem sinais gráficos, mas, na ausência de documentos, o caminho é recorrer à cultura material (cerâmicas, pinturas e artefatos), campo da Arqueologia, e aos fósseis humanos, passatempo dos paleoantropólogos. JAN-MAR

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FALTAM MUITAS PEÇAS Mas quando se trata de investigar as evidências que ajudariam a reconstituir essa época ainda obscura da trajetória humana, sobram perguntas sem respostas. Do lado evolucionista, há um consenso dogmático, mais baseado em um paradigma filosófico construído nos dois últimos séculos do que em peças que se encaixam no grande quebra-cabeça fóssil. Para esse grupo, o homem tem origem comum com os símios e evoluiu ao longo de centenas de milhares de anos – tempo em que aprendeu a andar sobre dois pés, a se abrigar em cavernas, manipular acidentalmente o fogo, registrar seus hábitos e crenças nas paredes das grutas, e finalmente desenvolver ferramentas de pedra, bronze e ferro. Do lado dos criacionistas, as pistas também não são muitas, pelo menos no campo da ciência. Mas, por considerarem a Bíblia um documento confiável e histórico – e não um mito, como os céticos – os cristãos levam vantagem na busca por resgatar esse tempo perdido. Como afirma o professor de Pré-História da Universidade Estadual da Paraíba, Matusalém Alves Oliveira, “o historiador não pode desprezar nenhuma fonte”. Ainda que ela seja religiosa e contrária às suas hipóteses. É do fundo dessa caverna quase inexplorada que esta matéria pretende achar alguns vestígios dos primeiros passos do homem na História, ou melhor, na Pré-História. Quem nos ajudará nessa viagem no tempo são cientistas e teólogos criacionistas. Optamos pela interpretação deles como uma alternativa à teoria evolucionista, já bem divulgada e que até aqui moldou nossa imaginação.

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Para facilitar o estudo desse período que, segundo os evolucionistas, começou há mais de 1 milhão de anos, Christian J. Thomsen, em 1816, criou os termos Idade da Pedra (1 milhão a 3.200 a.C.), do Bronze (3.200 a 1.200 a.C.) e do Ferro (1.200 a.C. até hoje). Seu insight aconteceu quando organizava os artefatos do Museu Nacional da Dinamarca e percebeu que esses três materiais predominavam nas ferramentas das civilizações mais antigas. O PROBLEMA DAS DATAS Para os evolucionistas, o desenvolvimento tecnológico desses artefatos representaria a evolução cognitiva do homem. Teríamos avançado da pedra para o ferro, do simples para o complexo. Já os criacionistas entendem que essas ferramentas representam apenas o desenvolvimento cultural do homem, e não o biológico. Isso explicaria por que, há poucas décadas, foram ainda encontradas comunidades isoladas que apresentaram hábitos e organização social dignos da Idade da Pedra. Para os criacionistas, o período da pedra, do bronze e do ferro não foram necessariamente sucessivos e longos, mas contemporâneos. Os que questionam a cronologia evolucionista se mostram mais cautelosos quanto aos métodos de datação. “Para datar a idade relativa de um vestígio de osso orgânico, não fossilizado, é usado o Carbono 14, mineral radioativo que tem uma vida média de desintegração que chega a 5.750 anos. Portanto, uma idade maior do que essa está sujeita a toda dúvida”, pondera Rúben Aguilar, doutor em Arqueologia pela USP. FÓSSEIS Se a Arqueologia tem suas limitações para reconstituir a Pré-História, com o estudo dos fósseis humanos não é diferente. Entre os paleoantropólogos a evolução é unanimidade, mas as divergências são quanto às linhagens macaco-humanas. Quem afirma isso no artigo “A busca dos ancestrais de Adão”, na revista Diálogo Universitário,1 é a Dra. Elaine Kennedy, Ph.D em Geologia pela Universidade do Sul da Califórnia (EUA).

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O ELO CONTINUA PERDIDO

Os desenhos sobre a suposta linhagem evolutiva do homem são mais obra de arte do que ciência. Elos importantes ainda não foram achados. Durante essas décadas de busca, a mídia elegeu alguns fósseis como celebridades da Pré-História. Veja alguns deles.

Neandertal

Achado em 1856, perto do Rio Dussel, no vale de Neander, na Alemanha. Tinha cabeça grande, era baixinho e robusto. Em 1956, os doutores William Straus e A. Cave disseram que a postura encurvada do fóssil era decorrente de uma doença deformativa: a osteoartrite.

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Homem de Java

Em 1890, o professor Eugene Dubois encontrou dois dentes molares, um crânio pequeno e um fêmur na Ilha de Java, Indonésia. Estudos indicam que o fóssil era de um gibão gigante ou de um homem com doenças degenerativas.

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Os antigos homens das cavernas devem ter sido marginalizados e condenados ao isolamento por alguma razão, como doenças degenerativas

A Dra. Kennedy aponta lacunas da teoria evolucionista em três áreas: paleoantropologia, filogenética e antropologia molecular. Na paleoantropologia, há dificuldades quanto à classificação dos fósseis em uma linhagem ascendente que chegue até o homem moderno. O homo habilis, por exemplo, foi identificado como homo em função apenas dos artefatos que foram encontrados próximos a ele, e não por andar ereto, como é o padrão de classificação desse grupo. A dificuldade de organização dos cladogramas, diagramas em forma de árvore ramificada que procuraram mostrar as relações de parentescos dos seres vivos, também é enfrentada pelos filogeneticistas. Segundo a Dra. Kennedy, há pelo menos sete cladogramas, e os evolucionistas costumam optar por aquele que mais favorece a evolução. No campo da antropologia molecular, que estuda as semelhanças de proteínas e DNA dos hominídeos, a tese questionada é de que o tempo teria cuidado da diferenciação entre os símios e o homem (cerca de 5 a 7 milhões de anos). Os evolucionistas não sabem dizer quando as espécies afins teriam se separado geneticamente. O start de um possível “relógio molecular”, que funcionaria num ritmo constante de mudança do DNA, é a suposição deles. A Dra. Kennedy conclui que boa parte dos métodos utilizados e das interpretações feitas são condicionados pelo ponto de partida evolucionista e que esse mosaico de características dos fósseis torna difícil a classificação deles pelo conhecimento disponível hoje.

Fonte: Professor Rúben Aguilar, doutor em Arqueologia pela USP.

Boisai

Piltdown Em 1911, na Inglaterra, foram encontrados vários fragmentos de ossos da face, petrificados, de formatos curiosos e com um grande canino. Em 1953, foi confirmada a fraude. O crânio era fossilizado, os demais ossos não, e o dente era de um símio moderno.

Na Tanzânia, em 1959, foram achados 400 fragmentos de ossos, que formaram um crânio, chamado de Zinjanthropus boisei. O problema: a camada geológica onde o fóssil foi escavado tem 1,75 milhão de anos, mais antiga que o aparecimento do homem na Terra; e, outro crânio mais moderno achado perto dali foi estimado em 1,8 milhão de anos.

Homem de Pequim

Em cavernas perto de Pequim, em 1929, foram descobertos desenhos rupestres, um crânio de tamanho pequeno, ossos avulsos e esqueletos de animais. Em 1938, foi relatado que haviam ali 38 indivíduos fossilizados. Um achado! Mas, esses ossos sumiram na Segunda Guerra Mundial. JAN-MAR

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OUTRO OLHAR Os criacionistas olham de maneira distinta esses mesmos fósseis. Entendem que parte deles se trata de símios extintos e, os demais, de seres humanos com deformidades e de raças que conviveram e tiveram sua diferenciação determidada pelo isolamento geográfico, adaptação ao clima e cruzamento genético. “Os erectinos parecem ter sido humanos. Talvez sofreram os graves efeitos da reprodução no seio da família e de um estilo de vida prejudicial. Os australopitecos podem ter sido um tipo extinto de macaco.

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Lanças, machados e arpões de pedra e ossos foram algumas ferramentas encontradas nas cavernas

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Cobriam os mortos com grandes ossos e pedras para proteger os cadáveres das aves de rapina

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Eles não parecem ter relação com as espécies atuais”, explica o paleontólogo Dr. Raul Esperante, pesquisador do Geosciente Research Institute (GRI), instituição da Igreja Adventista, com sede na Califórnia (EUA). Quanto aos australopitecos, mais conhecidos como a Criança de Taung e Lucy, segundo o Dr. Esperante, foram símios extintos. “Eles eram muito semelhantes aos seres humanos, mas tinham um cérebro do tamanho do cérebro de um chimpanzé e algumas características que sugerem que viveram em árvores”, completa o Dr. Esperante. Já em relação aos neandertais, ele afirma: “Provavelmente, eles viveram em cavernas. A forma de seu crânio é diferente da atual, e a capacidade cerebral é maior que a do homem moderno. Eles formaram uma cultura, eram altamente inteligentes e possuíam alguns traços típicos decorrentes, talvez, das adaptações ao clima e à mastigação de alimentos difíceis. Ao que parece, foram mais fortes do que nós.” O QUE É UM HOMEM? Essa interpretação criacionista tem como base a definição do que é o homem e a dificuldade de encaixá-la nas linhagens evolutivas. “Uma abordagem prática é classificar um fóssil na categoria homo quando a massa e a proporção corporais, as dimensões dos dentes e as adaptações do esqueleto mostram maior semelhança com os humanos modernos do que com os fósseis dos australopitecos”, esclarece o Dr. Ronny Nalin, pesquisador do GRI e Ph.D em Ciências da Terra pela Universidade de Pádua, na Itália. Partindo desse referencial, o Dr. Nalin diferencia dois supostos ancestrais do homem. Para ele, o homo habilis está mais para australopitecos do que homo, porque, apesar de andar sobre dois pés, tem braços semelhantes aos de macaco, enquanto a estrutura física do neandertal se parece com a dos 16 |

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esquimós. Por isso, alguns pesquisadores brincam que, se um neandertal barbeado, de terno e usando um iPhone entrasse no metrô de Nova York, passaria despercebido. HOMEM DAS CAVERNAS Ao que tudo indica, o neandertal foi o homem das cavernas. Para os criacionistas, ele foi humano e habitou nas grutas da Europa e Ásia oriental. O Dr. Nalin cita, por exemplo, um estudo publicado na prestigiada revista Science, em 2010, que mostra que algumas populações de hoje carregam em seus segmentos genômicos de DNA vestígios dos neandertais.2 “Se dois organismos podem cruzar e produzir descendentes férteis, eles pertencem à mesma espécie. Portanto, o neandertal pode ser considerado humano”, confirma o pesquisador. Os criacionistas ressaltam que escolher as cavernas como casa e ter hábitos da Idade da Pedra não são exclusividades das comunidades pré-históricas. “Os homens das cavernas são homens que viveram ou talvez ainda vivam em cavernas, já que essa condição de vida faz parte da história humana até períodos recentes”, justifica o Dr. Rubén Aguilar, fazendo referência a algumas comunidades descobertas nas últimas décadas no interior da África e nas ilhas do Sul do Pacífico. MODO DE VIDA Se a identidade dos homens das cavernas está mais ou menos definida, faltam informações sobre o modo de vida desses grupos. O professor Matusalém, coordenador do Núcleo de Estudos Pré-históricos da UEPB, tem se dedicado a estudar e ensinar o tema, ainda pouco explorado pela literatura criacionista. Em seu livreto A Pré-História na Perspectiva Criacionista, ele faz referência ao livro do naturalista Harry Baerg, autor do clássico criacionista O Mundo Já Foi Melhor.

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Pegavam peixes com utensílios de vime durante a desova e os secavam para usar no inverno

Para Matusalém, os homens das cavernas foram os marginalizados da Pré-História, pessoas que por doença ou inadequação social foram expulsas das sociedades estabelecidas, tendo assim que viver em lugares isolados. As cavernas, segundo o professor, têm as condições climáticas ideais para preservar o que esse grupos registraram. O que os desenhos mostram, via de regra, são os hábitos de caça e pesca como atividades de sobrevivência e ritos religiosos. “Nos lugares mais particulares das cavernas eram oferecidos sacrif ícios aos deuses, suplicando a eles por sucesso nas caçadas ou a manutenção da fertilidade”, descreve o professor, que tem alguns artigos publicados sobre a arte rupestre da Paraíba. “Alguns grupos mais estabilizados e com nível cultural mais elevado construíram habitações mais permanentes, cultivaram a terra e domesticaram animais. Em certos lugares da Europa, houve uma religiosidade mais elaborada, como mostram os megalíticos de Stonehenge”, exemplifica o professor. Matusalém também cita textos bíblicos que dão pistas sobre a organização social desse período. Segundo ele, há referências sobre grupos isolados que viviam em cavernas no livro mais antigo da Bíblia (Jó 30:3-8); e sobre a criação de animais, cultivo da terra, desenvolvimento musical e urbano e uso da metalurgia em tempos bem remotos (Gn 4:16-24). PERGUNTAS SEM RESPOSTA No fim das contas, o que é certo sobre a Pré-História é que ainda faltam muitas peças do quebra-cabeça. Os criacionistas se perguntam: Onde estão os fósseis dos homens gigantes que habitaram a Terra ou dos que foram mortos no dilúvio? Ou por que os fósseis aparecem nas camadas estratigráficas, organizados como se realmente tivessem evoluído?

Os evolucionistas, por sua vez, também coçam a cabeça em busca de respostas. As transições-chave da linhagem evolutiva não foram demonstradas de forma inequívoca. O elo ainda está perdido? Ou por que o Homo sapiens demoraria milhares de anos para dominar ferramentas rudimentares e passar a escrever? Essa ignorância parcial sobre nosso passado tem seus benefícios, conforme argumentou Gary W. Burdick, Ph.D em Física pela Universidade do Texas, em seu capítulo do livro Mistérios da Criação.3 Burdick defende que a humildade é fundamental no estudo das ciências e da teologia. “Não devemos nos surpreender se as tentativas de conciliar a ciência com a teologia nos levarem a mais perguntas sem resposta. Isso não quer dizer que a ciência e a teologia estejam em guerra ou que um lado deva ser o vencedor; e o outro, o derrotado. Ao contrário, isso nos dá mais uma indicação de que Deus e a realidade são maiores do que nossa compreensão”, argumenta, insistindo que a pesquisa em ambas as áreas deve continuar. Mas, Burdick lembra que talvez algumas questões nunca serão respondidas pela ciência, nem pela teologia. Para essas perguntas, os cristãos parecem levar mais uma vantagem. A mensagem central do evangelho é a salvação e não as explicações sobre a realidade que nos cerca. Logo, ainda que o homem não mate suas curiosidades intelectuais, a solução para suas necessidades existenciais já existe e está disponível. Quem acredita no relato da Bíblia sobre a Pré-História tem uma visão antecipada do quadro completo e não se desespera quando uma peça ou outra parece não se encaixar. Referências 1 Kennedy, Elaine. “A Busca dos Ancestrais de Adão”, Diálogo Universitário 8(1), 12-15, 34 (http:// dialogue.adventist.org/articles/08_1_kennedy_p.htm ). 2 R. E. Green et al., “A Draft Sequence of the Neandertal Genome”, Science 328 (2010): 710-722 3 Gibson, L. James e Rasi, Humberto M. (orgs.), Mistérios da Criação (CPB, 2013). JAN-MAR

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Desenhos nos lugares mais escondidos das cavernas apontam para rituais religiosos em favor do sucesso na caça

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Reportagem

Texto Fernando Torres Design Éfeso Granieri Ilustrações Carlos Seribelli

A VIDA E A MORTE P

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Respostas científicas e religiosas para o crescente fenômeno da experiência quase-morte

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VER A CARA DA MORTE já não é mais sinônimo de passar para o lado de lá. Com o avanço da Medicina, muitas pessoas dadas como mortas conseguem voltar à vida nas UTIs. Trazem consigo relatos impressionantes, tais como flash-backs, a sensação de sair do corpo e flutuar sobre ele, a passagem por um túnel iluminado e o encontro com familiares mortos e seres espirituais. A experiência é mais frequente do que parece. Uma pesquisa do periódico britânico The Lancet, realizada na Holanda, revelou que 18% de 344 pacientes entrevistados já haviam passado por eventos semelhantes.

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DELÍRIO OU REALIDADE? As respostas do fenômeno, batizado de experiência quase-morte (EQM) – tradução para near-death experience – se enfileiram em campos opostos. De um lado, a perspectiva espiritualista tende a interpretar os relatos como evidências da vida após a morte. Filmes, romances, novelas e programas de TV também seguem essa tendência. Vide o recente exemplo da novela global Amor, Eterno Amor, em que o personagem Fernando (Carmo Dalla Vecchia) abandona o próprio corpo na mesa de cirurgia. Em contraste, a comunidade científica nega que essas experiências sejam sobrenaturais. Desde os anos 2000, diversas equipes neurológicas em todo o mundo se debruçam sobre a questão e já oferecem respostas bastante contundentes. “Até hoje a ciência não foi capaz de reproduzir em sua totalidade as sensações de uma real EQM. No entanto, estudos que estimularam determinadas áreas cerebrais conseguiram mimetizar algumas sensações da experiência, como a luz clara e a sensação de túnel, por exemplo”, afirma o cirurgião cardiovascular Leonardo Miana, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais. Cinco hospitais da cidade mineira integram a equipe de pesquisas internacional Aware Study, coordenada pelo médico britânico Sam Parnia, da Universidade Cornell, em Nova York, um dos maiores especialistas em EQM no mundo. O estudo ocorre hoje simultaneamente em vários países, com o intuito de descobrir o que acontece com a consciência de 1.500 sobreviventes de parada cardíaca intra-hospitalar – cem deles são brasileiros.

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E POR UM FIO

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1. SENSAÇÃO DE DESPRENDIMENTO DO CORPO (AUTOBILOCAÇÃO) E DE FLUTUAR SOBRE ELE 2. PASSAGEM POR UM TÚNEL COM LUZ BRILHANTE

7. RETORNO AO CORPO

O QUE ACONTECE DURANTE UMA EQM?

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3. ENCONTRO COM SERES ILUMINADOS OU ENTES QUERIDOS

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6. FRONTEIRA ENTRE A VIDA E A MORTE NO FIM DO TÚNEL

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TESTANDO O SOBRENATURAL “Colocamos prateleiras voltadas para o teto com figuras aleatórias que, supostamente, só podem ser vistas por alguém olhando do teto para o leito, ou seja, alguém que estivesse realmente tendo uma experiência extracorporal”, descreve Miana. Se o paciente recuperado relatar algumas das figuras, isso significa que o cérebro, embora inativo, conseguiu de alguma forma ter percepções. “Também são avaliados diversos testes psicológicos e neurológicos nas pessoas que referem EQM e nas que não referem”, completa o médico. Além da veracidade das lembranças, a luz no fim do túnel, relatada pela maioria das pessoas, também já tem uma hipótese bastante convincente: a queda brusca de oxigenação no cérebro, que provocaria a ativação das células da visão e a explosão de impulsos elétricos. A tese foi apontada em 2009 pelo anestesiologista Lakhmir Chawla, da Universidade George Washington (EUA). Ele e sua equipe estudaram a atividade cerebral de sete pacientes, cerca de trinta segundos a três minutos antes de virem a falecer, e publicaram um artigo no respeitável periódico Journal of Palliative Medicine.1 “Acreditamos que os pacientes que sofrem paradas cardíacas, mas são reanimados com sucesso, podem se lembrar das imagens e memórias desencadeadas por esta 20 |

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cascata. Oferecemos isso como uma potencial explicação para a clareza na qual muitos pacientes têm ‘experiências fora-docorpo’ a partir de um evento próximo da morte”, pontua o texto. FORA DE SI Já a sensação de deslocamento do corpo físico, chamada de experiência extracorporal, foi relacionada ao estímulo do giro angular, lobo localizado no setor cerebral responsável pela percepção espacial. Em 2002, ao examinar uma paciente com epilepsia, o neurologista suíço Olaf Blanke descobriu que pequenas descargas elétricas na região afetam a orientação de espaço, podendo quebrar a unidade entre a mente e o corpo e criar a sensação de flutuação. “A estimulação também provocou transformações ilusórias nos braços e nas pernas e deslocamentos em todo o corpo, indicando que as experiências fora do corpo podem refletir uma falha do cérebro”, resume o artigo, publicado na revista científica Nature.2 CÉREBRO CONDICIONADO Há ainda outros indícios. Pesquisadores da Universidade de Kentucky, em Lexington (EUA), observaram que as situações de proximidade com a morte, durante um sono induzido por anestesia,

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5. MOMENTOS DE FLASHBACK E BALANÇO DA EXISTÊNCIA

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4. SENTIMENTO DE PAZ E SERENIDADE; A DOR DESAPARECE

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Quem já teve: 8 milhões de estadunidenses, segundo o Instituto Gallup, a maior referência mundial no tema.

ativam os mesmos mecanismos neurológicos que entram em ação quando uma pessoa tem o conhecido “sonho lúcido” (a sensação de plena consciência do sonho e o “poder” de interferir na história). A tese vem de um estudo do Centro de Pesquisas de Experiências Fora do Corpo (OOBE Research Center, em inglês), na Califórnia (EUA). Quatro grupos de 10 a 20 pessoas foram observados durante o sono, com a orientação de imaginarem ao máximo a ideia de estarem entrando por um túnel com fim luminoso. Dezoito dos voluntários afirmaram terem sido capazes de sonhar com isso. Conclusão: as EQM podem ser um reflexo condicionado do cérebro, isto é, um sonho realista. Tendo em vista que esse campo de estudo é recente, ainda há muito para se descobrir. Mas há outro fato intrigante em comum nos depoimentos: ao voltar das EQMs, a maioria dos pacientes tende a se transformar. “Essas pessoas tendem a evoluir posteriormente com uma melhor interação com o meio ambiente, melhor aceitação dos problemas e um menor medo da morte, comparados aos sobreviventes que não apresentaram EQM”, avalia o médico Leonardo Miana. Em outras palavras, é como se a pessoa interpretasse a experiência como uma segunda chance de viver e fazer tudo diferente.

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NOVA VIDA “A experiência quase-morte dividiu a minha existência em

ENTRE O REAL E O SOBRENATURAL

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RAIO X DAS EQMS

Saber o que acontece após a morte angustia a humanidade há milênios. Isso explica o interesse pelos relatos das experiências quase-morte (EQM), muitas vezes interpretadas como um pálido reflexo do que acontece no “lado de lá”. A Bíblia, porém, tem uma resposta diferente. Quem explica é o teólogo Adriani Milli Rodrigues, mestre em Ciências da Religião pela Umesp, doutorando em Teologia pela Universidade Andrews (EUA), e professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo. Em linhas gerais, qual é a concepção bíblica sobre as EQMs? Ela se diferencia dos extremos da perspectiva espiritualista e materialista. Ao contrário do espiritualismo, a descrição bíblica da realidade da natureza humana se aproxima da tese científi-

Quando: A expressão só foi sistematizada em 1975, com o livro Vida Após a Vida, do médico e psicólogo Raymond Moody Jr. A obra relata a experiência de 150 pacientes.

duas partes, interrompeu um caminho conturbado de caos e ódio”, conta o advogado Solon Michalski, de Petrópolis, RJ. Ele passou por uma EQM aos 22 anos, quando sofreu um acidente de automóvel, envolvendo um caminhão, em Santa Catarina. Com fraturas expostas, Solon ficou em coma por dez dias, até que, em estado letárgico, começou a ter a sensação de que estava se deslocando do corpo. “Entrei em um túnel ascendente e, à medida que avançava, senti alívio e bem-estar crescentes. Um ser iluminado surgiu diante de mim, porém, ao mesmo tempo, comecei a relembrar acontecimentos marcantes de minha vida, que me envergonharam”, relata. Solon também viu um jardim, teve a intenção de entrar nele, mas foi impedido pelo “ser de luz”. Subitamente, a experiência acabou e ele se viu novamente na mesa do hospital, onde os médicos tentavam reanimá-lo. Depois disso, Solon se voltou para uma vida menos apegada ao material e entendeu a experiência como um evento de extremo significado, uma “diplomação para a vida”. Vale lembrar que não é preciso ficar cara a cara com a morte para valorizar o sentido da vida. A oportunidade de viver com propósitos é dada a todos, a cada dia. Referências 1 “Surges of Electroencephalogram Activity at the Time of Death: A Case Series”, de Lakhmir S. Chawla, Seth Akst, Christopher Junker, Barbara Jacobs, and Michael G. Seneff. Journal of Palliative Medicine, nov 2012: online.liebertpub.com/doi/abs/10.1089/jpm.2009.0159 2 “Neuropsychology: Stimulating illusory own-body perceptions”, de Olaf Blanke, Stphanie Ortigue, Theodor Landis e Margitta Seeck. Nature, nov 2012: nature.com/nature/journal/v419/n6904/ abs/419269a.html

ca/materialista de que não existe vida fora do corpo. Em outras palavras, a morte não representa uma transição para outro estado de existência (Sl 6:5; 146:4; Ec 9:5, 6, 10). Contudo, em contraposição ao materialismo, o pensamento bíblico reconhece a dimensão sobrenatural como importante componente da realidade. Isso significa que as EQMs não são, necessariamente, reduzidas ao fenômeno de alucinação. Em que sentido as EQMs podem realmente envolver o mundo sobrenatural? A complexidade e as diferentes situações envolvidas nas EQMs dificultam uma resposta simples. Mas, com base na visão bíblica de realidade, tais experiências podem ser um engano, já que o mundo sobrenatural se caracteriza por um grande conflito entre as forças do bem (Deus e seus anjos) e do mal (Satanás e os demônios). Dessa forma, os pretensos contatos com os mortos são, em realidade, uma comunicação com a personificação e engano dos demônios (2Co 11:14). Por isso, Deus proíbe qualquer pretenso contato com espíritos via necromantes e feiticeiros (Lv 19:31; 20:27; Is 8:19). JAN-MAR

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O que são: relatos de lembranças ocorridas durante uma ameaça real à vida, em estado de inconsciência e morte clínica (ausência de batimentos cardíacos, parada respiratória e atividade cerebral nula).

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Design Marcos Santos

Básica

LIMITES, QUEM PRECISA DELES?

Texto Eduardo Rueda Imagem Fotolia

Linda. Provocante. Dona de um corpo quase perfeito. Ninguém teve maior intimidade com as câmeras do que ela. As objetivas pareciam sugá-la, transformando-a num ícone feminino que exalava sensualidade. Expunha-se sem constrangimento e adorava ser vista nua. A maior estrela produzida por Hollywood, Marilyn Monroe, era dona não só de um belo corpo, mas também de uma triste história. Por trás da bela atriz, havia uma mulher solitária e esquizofrênica, e que idolatrava o próprio corpo. Marilyn tinha obsessão por espelhos. Era vista muitas vezes parada, horas a fio, diante da própria imagem. Uma atriz em pânico, que vomitava antes de cada tomada de cena e tinha convulsões quando precisava interpretar uma fala. Com uma vida desregrada e frustrada em seus casamentos, Marilyn não tinha limites para suas aventuras sexuais. Vivia à custa de barbitúricos, anfetaminas, tomava injeções de Nembutal três ou quatro vezes por dia e tinha pilhas de remédios antidepressivos e estimulantes. Usou drogas de todos os tipos e quilates até sua morte, precoce, aos 36 anos – por overdose. Ninguém no cinema foi mais insegura, solitária, desesperada e infeliz que Marilyn Monroe: uma prisioneira de si mesma. “Ser livre é fazer o que eu quero, não ter limites.” Esse é o conceito de liberdade mais comum hoje. O exemplo de Marilyn mostra que “fazer o que eu quero” nem sempre implica ser livre. Uma vida sem princípios morais pode, no fim das contas, ser um grande prejuízo – uma existência vazia. Estudos mostram que os limites fazem parte da formação do ser humano. A ausência deles pode levar à histeria, ataques de raiva, distúrbios de conduta, incapacidade de concentração, dificuldade para concluir tarefas, baixa produtividade, problemas psiquiátricos, etc. Por outro lado, quem sabe viver com os limites tem mais chances de afirmar a autoestima e a autonomia, ser equilibrado e bem-sucedido. Por isso, a Bíblia é, ao mesmo tempo, o livro dos limites (Êx 20:3-17) e da liberdade (Jo 8:32; Lc 4:18; 2Co 3:17; Gl 5:1; Tg 2:12). Os “nãos” de Deus são sempre para o nosso bem.

Linda, sensual e... vazia

Fontes: Marilyn últimas sessões, de Michael Schneider (Alfaguara, 2006); “Minha pele, meu vestido”, resenha de Ignacio de Loyola Brandão; “A importância do senso de limites para o desenvolvimento da criança”, de Daisy A. Almasan e Alex L. T. Álvaro (Revista Científica Eletrônica de Psicologia, nov. 2006)

Curiosa 27257 – CONEXÃO 01/2013

Texto Eduardo Rueda

A HISTÓRIA DO ÁTOMO Bola de bilhar, pudim de passas e Sistema Solar. Esses são os “apelidos” mais conhecidos para os modelos atômicos elaborados até hoje. Começando na Grécia Antiga, até as descobertas mais recentes, o átomo foi imaginado de maneira diferente pelos gênios da Física e da Química. Veja a seguir um resumo dessa história.

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John Dalton (1766-1844) 2 Maciço, indivisível e indestrutível. Joseph Thomson (1856-1940) 3 É divisível, descobrem-se os elétrons (carga negativa).

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Leucipo e Demócrito 1 (5º século a.C.) Partícula indivisível.

Ernest Rutherford (1871-1937) Sua maior parte é espaço vazio; núcleo positivo, com elétrons ao redor.

Hoje, existem dezenas de estudos voltados à descoberta de novas partículas. Entre eles está o famoso Bóson de Higgs que, entre outras coisas, torna possível a transformação de energia em matéria. Fonte: Breidi Albach, professor e mestrando em Química; Física conceitual, de Paul G. Hewitt (Bookman, 2002); e site www. fisicaequimica.net/atomo/historia.htm>

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Niels Bohr (1885-1962) 5 Elétrons organizados em níveis de energia (órbitas ou camadas).

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James Chadwick (1891-1974) A existência dos nêutrons é comprovada (carga neutra).

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Ponto de vista Texto Alex Machado Imagem Fotolia

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“Matei 255 pessoas no Iraque” – afirmou orgulhosamente Chris Kyle, o atirador mais famoso do exército americano. Ele não se arrepende do que fez, porque acredita que Deus lhe deu essa missão. No seu livro American Sniper (Atirador Americano), Kyle chega a dizer que “Deus soprou” uma bala que matou um homem que estava a 2.100 metros dele. A obra polêmica trouxe à tona uma velha questão: O cristão deveria combater em guerras e participar de outras atividades típicas do serviço militar? Separamos três posições sobre o assunto.

Não

Para alguns religiosos, o serviço militar é totalmente incompatível com os ensinamentos do cristianismo, porque representa os interesses do governo dos homens e não do reino de Deus. Assim, além de não prestarem o Serviço Militar Obrigatório (que exige porte de armas), também procuram evitar o Serviço Cívico Alternativo Obrigatório (atividades burocráticas e/ou comunitárias), o temido alistamento aos 18 anos. Esse grupo, as Testemunhas de Jeová, também se recusa a jurar à bandeira e a portar armas.

Sim

Há os que consideram uma honra servir nas forças armadas. Afirmam que o cristão deve ser submisso às leis de seu país. Segundo eles, em caso de convocação para a guerra, os cristãos devem participar com o desejo de fazer o bem. Devem ir com o coração cheio de amor pelos adversários. Assim, se precisarem derramar o sangue de outros, isso não será considerado pecado. Essa é a posição da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, os mórmons.

Depende

Há cristãos que reconhecem a necessidade de se pagar tributos e respeitar o poder civil, como prescreve o Novo Testamento, mas evitam toda participação em ações de guerra e derramamento de sangue. Esse grupo, conhecido como não combatentes, não se opõe ao Serviço Militar Obrigatório e, em caso de convocação para a guerra, recomenda a prestação de serviços alternativos, como, por exemplo, atividades de primeiros socorros. Assim pensam os adventistas do sétimo dia. Fontes: Anuário das Testemunhas de Jeová (Sociedade Torre de Vigia, 1991); revista Despertai! (6/5/1975 e 8/7/1971); revista Adventist World, março de 2008; sites das Testemunhas de Jeová (jw.org/pt), dos Mórmons (alaum.net) e dos adventistas (biblicalresearch.gc.adventist.org/documents/noncombatancy.htm).

Não se sabe ao certo a origem dele. Tudo indica que suas raízes estão na Antiguidade, em festas celebradas aos deuses, associadas a fenômenos astronômicos e aos ciclos da natureza. Com os gregos e romanos, essas festas se tornaram mais sofisticadas, mas sempre regadas a bebida e sexo. Com o passar do tempo, o carnaval foi adotado pela Igreja (Católica), passando a ter uma “cara” mais religiosa. Mas, no Concílio de Trento (1545-1563), o carnaval voltou a ser uma festa popular. No século 18, o carnaval chegou ao Brasil, trazido pelos europeus. Hoje, de acordo com o Guinness Book, o maior carnaval do mundo é o do...

Rio de Janeiro É a segunda maior metrópole do Brasil. É a cidade brasileira mais conhecida no exterior, a maior rota de turismo internacional e o principal destino turístico da América Latina e do Hemisfério Sul. Os 1,7 milhões de turistas estrangeiros que visitam o Rio anualmente são atraídos pelas praias de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca, o Estádio do Maracanã, a Biblioteca Nacional, o Pão de Açúcar, o morro do Corcovado e o...

Cristo Redentor Inaugurado em 12 de agosto de 1931, ele tem 38 metros de altura, 1.145 toneladas e está a 710 metros acima do nível do mar, no Parque Nacional da Tijuca. A estátua foi desenhada pelo artista plástico Carlos Oswald e projetada pelo arquiteto francês Paul Landowsky. Ambos se inspiraram em Jesus Cristo que, na Bíblia (1Co 5:7), é chamado também de Cordeiro...

Pascal É um adjetivo referente à ou próprio da Páscoa, quando se comemora a morte e ressurreição de Cristo. Também é o sobrenome de um dos mais brilhantes cientistas de todos os tempos. O francês Blaise Pascal, com apenas 11 anos, reconstituiu as provas da geometria euclidiana até a Proposição 32; aos 12, compôs um tratado sobre os sons e, aos 16, outro sobre as divisões cônicas. Foi o inventor da máquina calculadora e demonstrou a existência do vácuo. Pascal acreditava em Cristo, o Redentor – embora não morasse no Rio –, e não pulava carnaval. JAN-MAR

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Texto Eduardo Rueda

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Tudo ligado

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Imagine

Texto Robson Fonseca e Wendel Lima Design Marcos Santos Ilustração Carlos Seribelli

... se Cristo não tivesse existido A HISTÓRIA MUNDIAL é dividida em antes e depois de dEle. Isso significa que qualquer grande feito da humanidade terá como referência, na linha do tempo, o que Cristo fez. Mas a presença de Jesus no calendário vai além. Todo ano, Ele tem pelo menos duas datas cativas: Natal (nascimento) e Páscoa (morte e ressurreição). Dessa maneira fica difícil acreditar que um simples homem poderia ter influenciado tanto o Ocidente e ainda arrebatar 2,3 bilhões de seguidores. O impacto do cristianismo sobre o desenvolvimento do mundo moderno é o que você confere agora.

SANTA CASA

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Se você já acha que nosso sistema de saúde é precário e os planos de saúde são caros, sem o cristianismo a ideia de tratamento para todos não existiria. A defesa da igualdade nasceu da crença de que todos têm o mesmo valor diante de Deus. O primeiro hospital do Ocidente, por exemplo, foi construído por uma cristã, em 400 d.C. O mais antigo em funcionamento, Hotel Dieu (Hotel de Deus), em Paris, foi criado no 7º século d.C. E mais: os conventos contribuíram para o surgimento da enfermagem moderna; a Cruz Vermelha foi criada por um evangélico; e o ensino cristão sobre o cuidado com o corpo tem previnido muitas doenças.

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Fontes: A verdade sobre o cristianismo, de Dinesh D’Souza (Thomas Nelson, 2008); How Christianity Changed the World, de Alvin J. Schmidt (Zondervan, 2004); E se Jesus não tivesse nascido?, D. James Kennedy e Jerry Newcombe (Vida, 1999); J. Matthew Ashley, teólogo e professor de história do cristianismo; Maurizio Russo, doutor em história das civilizações; e Tiago Rossendy, teólogo.

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AMIGOS DA ESCOLA

Até o cristianismo, escola era lugar da elite. A educação das massas, assim como a universidade, tem raízes cristãs. O gosto pelo estudo foi herdado do judaísmo e o incentivo para a alfabetização foi dado na Reforma, para que o povo lesse a Bíblia. Criadas nos anos de 1.200, as três primeiras universidades do mundo – Oxford, Paris e Bolonha – eram cristãs. Das 123 primeiras faculdades americanas, quase todas foram organizadas para formar missionários. Sem contar as inúmeras redes educacionais mantidas por igrejas, como a adventista, que atende quase 2 milhões de alunos em 150 países.

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TODOS SÃO IGUAIS

Considerada uma propriedade do esposo ou pai, a mulher não era autorizada a falar em público ou sair de casa. Foi o cristianismo, inspirado no exemplo de Jesus (Jo 4: 9-30; 11:311), que deu um novo status à mulher. As crianças também receberam atenção especial de Cristo (Mt 19:14) e dos cristãos, que construíram orfanatos, combateram o infanticídio e o aborto. Diferentemente dos romanos e atenienses, que escravizavam de 50% a 75% de sua população, os cristãos tiveram influência direta no fim da escravatura do século 19. Seja nos escritos de Paulo (Fm 16) ou na militância evangélica na Inglaterra e Estados Unidos, cristianismo e dignidade andam de mãos dadas.

LUCRO NÃO É PECADO

Graças à Reforma, a Europa foi religiosamente preparada para justificar e desenvolver o capitalismo. Ao contrário dos padres que viam no lucro um pecado, Calvino defendeu que a prosperidade era sinônimo da bênção de Deus. Para ele, condenável era cobrar juros em excesso e dos pobres. Posteriormente, os mandamentos bíblicos de não roubar e não cobiçar (Êx 20:15, 17) seriam utilizados na defesa da propriedade privada. A ética protestante também ensinou que o trabalho não é um mau necessário, mas o único caminho digno para a sobrevivência (2Ts 3:10). A despeito das desigualdades, esse pensamento trouxe muito desenvolvimento – que o digam os Estados Unidos.

DEUS E O TUBO DE ENSAIO

Hoje supostamente separadas como água e óleo, ciência e religião têm uma longa história juntas. A revolução científica foi precedida pela protestante. Diferentemente dos gregos que só queriam entender a natureza, os cristãos do século 16 estudavam o mundo natural para aproveitar melhor o que Deus havia criado. Para isso, gênios como Francis Bacon, Johannes Kepler, Blaise Pascal e Isaac Newton usaram a razão e a experimentação. Foram os religiosos que fundaram a sociedade científica de Londres, em 1660, e que até hoje, também como cientistas, ajudam no progresso da humanidade.

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É verdade que a influência de Cristo não pode ser completamente calculada e nem para por aqui. Ela ganha maior alcance a cada pessoa atraída e transformada pelos ensinos e exemplo do Homem-Deus. Afinal, ninguém como Ele mudou pessoas de tal forma, a ponto de influenciar o mundo. JAN-MAR

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Ação Mude seu mundo

Texto Márcio Tonetti Design Éfeso Granieri

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Lição de vida Aprenda

Divulgação Chama Coral

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Para saber +

chamacoral.com.br youtube.com/chamacoral2011

No ritmo da solidariedade

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O FIM DE SEMANA prometia muita música, energia e diversão. Naquela sexta-feira, 13 de maio de 2011, o professor de Educação Física, Paulo Trindade, na companhia de alguns colegas, era um dos 45 mil espectadores da terceira edição do Lupa Luna. Eles queriam curtir um dos maiores festivais de música do Paraná, com uma mega estrutura voltada para atrações de pop-rock, onde se reúne gente de todo o Brasil. Logo na entrada do show, Paulo recebeu um flyer que prometia mais diversão que o Lupa Luna e, o melhor, de graça. O chamado “Leo Luda”, divulgado no panfleto, pareceu ser um programa in-

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teressante, por isso foi para o bolso de Paulo, em vez de ir para o lixo. O título “Leo Luda”, uma brincadeira com a expressão bíblica “Leão de Judá”, em referência a Jesus, fazia um contraponto ao nome “Lupa Luna”. Luna, por sua vez, era a deusa da Lua para os romanos. Mas Paulo não fazia a mínina ideia da conotação religiosa do trocadilho. Ele imaginou apenas que fosse alguém aproveitando o nome para atrair a atenção. “O que me chamou a atenção foi justamente esse lance de você ter a curiosidade aguçada, de olhar e perguntar o que era aquilo, pois o flyer não dizia do que se tratava”, conta.

A FESTA A ação fazia parte de uma campanha do Chama Coral, ministério organizado em 28 de outubro de 2006 a partir da iniciativa de alguns voluntários do bairro Portão, em Curitiba. Durante o “Lupa Luna”, no ano passado, os integrantes decidiram que iriam até o local do evento para convidar e atrair os jovens para um programa diferente e descontraído, mas espiritual. Paulo guarda o flyer, que fica dentro do carro até hoje, com o anúncio daquilo que, num primeiro olhar, prometia ser uma balada: “A energia continua em outra vibe. Neste domingo todo mundo vai estar lá”, dizia o panfleto. A ideia da “vibe cristã”

Ícones: Fotolia e Vandir Dorta Jr.

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Neste coral, a música é só um detalhe, o importante mesmo é a disposição de fazer a diferença

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OUTRA VIBE O que Paulo presenciou foi uma festa diferente das que estava acostumado a frequentar, mas ali também havia um grupo de jovens repleto de energia e com muita disposição. Decidiu voltar outras vezes, chegando ao ponto de passar de mero espectador a um dos integrantes do Ministério Chama Coral. Paulo gosta de música, embora confesse que não é a pessoa mais afinada do mundo. Nem precisava mesmo. Por mais estranho que possa parecer, esse é um coral que não faz teste de voz. “Todo mundo que vier, canta. Esse é nosso princípio básico”, afirma o diretor do Ministério Chama Coral, Jefferson de Castro.

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MÚSICA E AÇÃO SOCIAL Em datas comemorativas, como o Dia dos Pais e Dia das Mães, o Ministério

100 CRIANÇAS COM HIV “ADOTADAS”

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160 CORISTAS

Ícones: Fotolia e Vandir Dorta Jr.

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um grupo que canta, existe uma equipe que trabalha para imprimir um novo ritmo na vida de pessoas que moram em asilos, orfanatos ou que se encontram hospitalizadas. Claro, a música acaba sendo um instrumento para esse fim. No ano passado, um sonho cultivado desde 2011 se tornou realidade com a criação do Instituto O Amor Chama. Os recursos gerados com a venda do primeiro CD do coral, aliás, serão revertidos para essa causa social. Uma das ações da ONG é adotar crianças da Apav e Acoa, duas entidades sociais curitibanas que abrigam crianças portadoras do vírus HIV. O papel do coral é entregar presentes e promover a festa do Dia das Crianças. Cem menores dessa instituição já foram ajudados.

“A primeira preocupação nossa é dar maturidade e sustentabilidade espiritual para a moçada. Cantar é apenas uma consequência, é o que menos preocupa a gente”, afirma o maestro Kleber Augusto. Quem ainda não ouviu esse som pode até pensar que, por conta disso, a interpretação musical não é lá aquelas coisas. Engana-se. A harmonia produzida pelas 160 vozes dá gosto de ouvir e o coral se prepara para lançar seu primeiro CD em março. ONG Mas, no fundo, a música é apenas um detalhe nessa iniciativa jovem. Além de

2.500 PAIS E MÃES HOMENAGEADOS

Chama Coral também entra em cena, organizando serenatas com o objetivo de valorizar a relação entre pais e filhos. Cerca de 2.500 pessoas já foram homenageadas nessas apresentações. Por meio da música, eles também trazem alegria e esperança para dezenas de pacientes em hospitais. Na Capital paranaense, 400 pessoas já receberam a visita dos integrantes nos Hospitais da Cruz Vermelha e do Trabalhador. Outra frente de atuação do instituto é a distribuição de cestas básicas para famílias pobres e pessoas desabrigadas por causa de desastres naturais. Nas cidades paranaenses de Tijucas do Sul

e Inácio Martins, 2.300 moradores foram atendidos. TIME DO BEM Diego Garcia Pierchak, 24, também faz parte desse time que vive para fazer o bem. Ele, que já foi jogador de futebol profissional, com passagem por clubes como Figueirense (de Santa Catarina) e Juventude (Uruguai), hoje faz bonito em outra área. Diego conta que, desde a infância, cultivou o sonho de praticar a solidariedade. “Quando cursava o Ensino Fundamental, nossa classe visitou uma entidade social que atende crianças portadoras de necessidades especiais, físicas e mentais em Curitiba. Aquilo me sensibilizou e meu maior sonho era ganhar dinheiro para ajudar essas crianças”, relata. Recentemente, quando essa possibilidade parecia mais próxima do que

400 PACIENTES VISITADOS

nunca, ele rejeitou uma proposta de um clube paulista, no qual ganharia 30 mil reais por mês. O coral, os amigos e os princípios religiosos falaram mais alto e ele dispensou aquela que, para os agenciadores e empresários, seria a oportunidade da vida dele. Como titular, no entanto, da equipe de 160 componentes do coral, ele entende que não há preço que pague um gesto de gratidão resultante de uma atitude solidária. “O Ministério Chama Coral foi uma bênção na minha vida e está abençoando outras pessoas”, garante Diego. Ele descobriu que, nesse coral, a música é só um detalhe.

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Divulgação Chama Coral

havia sido sugerida pela direção do coral como uma forma de atrair os jovens que não vinculam igreja à curtição.

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Lição de vida

Texto Anderson Sousa Design Éfeso Granieri

OPOSTOS 27257 – CONEXÃO 01/2013

Os garotos de rua que encontraram na leitura o caminho para a universidade

FALTAVAM ALGUMAS HORAS e a expectativa era de ansiedade e ao mesmo tempo de alegria pela exibição do nosso Trabalho de Conclusão de Curso, o conhecido e temido TCC. Era a segunda semana de dezembro de 2009 e lá estavam Marisson, Rodrigo, eu e a galera que nos ajudou na produção do vídeo, inclusive os protagonistas do documentário. A partir daquela noite, a lição de vida dada por dois amigos, ex-moradores de rua, seria potencializada pelo nosso trabalho, inspirando assim mais pessoas a buscar superação. Embora aquele momento marcasse o fim da nossa tarefa acadêmica, anos mais tarde, para nossa surpresa, o vídeo motivaria pessoas dentro e fora do Brasil.

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Michele Marques

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Veja o documentário e os bastidores da produção no nosso site (conexao20.com.br).

O INÍCIO A ideia do documentário foi motivar estudantes sem muitas perspectivas a ingressar em uma faculdade. Seria interessante que mais pessoas pudessem ter acesso ao ensino que tivemos no Centro Universitário Adventista de São Paulo (unasp.edu.br). Dessa maneira, o projeto foi sendo amadurecido e formatado com a ajuda do amigo Tuiu Costa. Como a maioria dos universitários brasileiros, nosso grupo de trabalho também tinha enfrentado muitas dificuldades para ingressar na faculdade e concluir o curso de Jornalismo. Por isso, nossa identificação com a história dos protagonistas foi automática, sentimento que impulsionou toda a equipe a dar seu melhor. UM MODELO Uma história especial de sucesso, fé e superação também nos serviu de modelo e referência para

a fundamentação teórica: a trajetória do Dr. Benjamin Solomon Carson. Um menino pobre que se tornou neurocirurgião de fama mundial. Nascer em um contexto desfavorável de Detroit, não impediu Ben Carson de chegar, aos 33 anos, à direção do Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, EUA. Sua história também foi contada em um filme, em 2009, estrelado por Cuba Gooding Jr. AS LIÇÕES Na produção sobre os doutores brasileiros, procuramos destacar três aspectos: infância, amizade e caráter. Para ambos, os primeiros anos foram marcados por brigas familiares, surras e maus-tratos em casa. Situação que os levou a morar nas ruas de São Paulo. Eles tiveram oportunidades de sobra para se desviarem do caminho da dignidade, mas optaram pelo sonho acadêmico. A amizade, construída quando dormiam em bancos de praças públicas, serviu de refúgio emocional, em substituição à família que deixaram. Antes de dividir sonhos, Luiz e Daniel aprenderam a repartir o pão de cada dia. Para nossa surpresa, a simplicidade e humildade aprendidas nas ruas não foram perdidas com a mudança de vida. Luiz Cietto fez pós-doutorado em Direito Sanitário e foi o coordenador do curso de Enfermagem da Unicamp; Daniel Silva se formou em Enfermagem e Direito, trabalhou como auditor fiscal da Receita Federal e agora tem um escritório de advocacia. Durante as gravações, ambos fizeram questão de atribuir a Deus a reviravolta de sua vida. Algo raro em tempos de popularidade meteórica e sucesso instantâneo.

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O RECADO Nossa produção tinha que deixar claro o que inspirou os dois amigos a mudar de vida: a busca incansável por conhecimento através da leitura. Isso foi repetido inúmeras vezes pelos protagonistas durante as gravações. “Sem ela, a leitura, seria impossível sonhar com a carreira acadêmica”, diziam eles. Mais dois elementos-chave não poderiam ficar de fora: a dedicação pessoal e a fé em Deus. Aliás, a espiritualidade foi o que norteou o desfecho do vídeo. A soma dessas características na biografia do Dr. Luiz Cietto e Dr. Daniel da Silva nos convenceram de que essa história precisava ser contada. Uma história com surpresas, emoção, forte apelo motivacional e convite à reflexão.

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Aprenda

Texto Eduardo Rueda Ilustração Carlos Seribelli

Como esticar seu dinheiro ELE NÃO É FEITO DE BORRACHA, mas todo mundo gostaria de esticá-lo, nem que fosse apenas para cobrir as despesas do mês. Pra ajudar você, que quer dar um up na vida financeira, a Conexão 2.0 conversou com gente que entende de contas e separou algumas dicas que cabem no bolso.

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INVISTA NA CARREIRA

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Antes de pensar no dinheiro, pense em como vai ganhá-lo, na sua carreira. Se você já definiu sua profissão, ótimo! Se não, é bom começar a pensar. Mergulhe em sua área, especialize-se, aprenda tudo o que puder, estude mais. Seja arrojado, criativo. Invista em conhecimento (mais variedade do que quantidade) e idiomas.

TEMPO EXTRA

Gastar alguns feriados, horas extras ou mesmo duas férias trabalhando ou estudando não é desperdiçar sua juventude. Mas, tome cuidado! Você pode se tornar um workaholic. Não coloque o trabalho acima das prioridades: Deus, saúde e família.

MOSTRE SERVIÇO

No começo, a pior parte do trabalho costuma ficar para os novatos. Não se preocupe: faça seu melhor e se destaque! 30 |

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SEJA HONESTO

Respeite colegas, concorrentes e até rivais. O sucesso duradouro não se constrói passando por cima dos outros. Seja diplomático e educado com todos.

TENHA DEUS COMO SÓCIO

O dinheiro não é a raiz de todos os males, mas o amor a ele, o egoísmo, sim (1Tm 6:10). Somos derrotados por esse sentimento quando nos esquecemos de que Deus é o dono de tudo (Sl 24:1) e que nada é conquistado sem a permissão dEle (Dt 8:18). A melhor maneira de reconhecer isso, é devolvendo regularmente 10% da renda (dízimo) para a igreja (Ml 3:8-11).

NÃO GASTE ANTES

Não torre seu dinheiro antes mesmo de ele cair na conta. Elimine as compras parceladas, cheque pré-datado e especial, cartão de crédito, etc. Sempre que possível, compre a vista.

PLANEJE E CONTROLE

Faça um orçamento. Calcule todas as suas despesas, o que realmente precisa e estipule o quanto deve gastar. Mas não fique só na teoria. Ao longo do mês, verifique se as metas estão sendo cumpridas e faça os ajustes necessários.

POUPE

Pra quem está começando a carreira, a tradicional poupança ainda é o melhor investimento. Rende uns trocados de juros por mês e serve de reserva para emergências. Fontes: Gustavo Cerbasi, autor dos livros Casais inteligentes enriquecem juntos (Gente, 2004) e Como organizar sua vida financeira (Campus, 2009); Antonio Tostes, apresentador do programa Saldo Extra, da TV Novo Tempo; e Laudecir Mazzo, diretor financeiro da sede central paranaense da Igreja Adventista.


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ISAAC&CHARLES

“Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, Seu eterno poder e Sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas” (Romanos 1:20). Durante séculos, a cultura ocidental esteve fortemente conectada à cosmovisão cristã. Por essa razão, a resposta para qualquer pergunta estava enraizada na crença em Deus, como Criador e Mantenedor de tudo, e na Bíblia, uma revelação divina, digna de toda confiança. Muitos dos fundadores da ciência moderna, inclusive Copérnico, Galileu, Kepler, Pascal, Boyle, Newton e Halley, acreditavam nesses conceitos centrais.

Leia este livro e descubra a resposta Nesse contexto, Mistérios da Criação é uma obra atual. O livro vinte perguntas sobre fé e ciência com as quais os cristãos se deparam para essa e muitas outras com frequência. Os organizadores reuniram um grupo internacional de experientes cientistas, pesquisadores e pensadores que oferecem perguntas. importantes reflexões e esclarecimentos a respeito dos mistérios que

Leia esse

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L. JAMES GIBSON é PhD em biologia pela Universidade de Loma Linda. Em 1984, tornou-se pesquisador do Geoscience Research Institute, assumindo a direção da instituição de pesquisa em 1994. Seus principais interesses incluem biologia histórica e a relação entre a criação e a ciência. Ele escreveu uma grande quantidade de artigos e capítulos para várias publicações. Também participou em muitos seminários sobre fé e ciência ao redor do mundo. É o editor da revista Origins.

tambem

Vida Cris tã

Ciência e Religião

HUMBERTO M. RASI completou o PhD em literatura e história hispânica na Universidade de Stanford e estudos pós-doutorais na Universidade Johns Hopkins. Ele serviu como professor e reitor de pós-graduação na Universidade Andrews e como diretor mundial do Departamento de Educação da Igreja Adventista do Sétimo Dia. É o diretor do Institute for Christian Teaching e lançou a revista Diálogo Universitário. Embora aposentado, ele continua a apresentar palestras e coordenar projetos relacionados ao ensino superior.

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Novos vislumbres, novas perspectivas. Este livro desafiará você a ir além dos seus limites para conectar-se a um Deus que é muito maior que você. 32 |

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O livro aborda questões sobre fé e ciência. Tem reflexões e esclarecimentos partindo de convicções básicas: o registro bíblico é essencial para a doutrina cristã, fé e ciência podem andar juntas e nossa compreensão da realidade é progressiva.

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Publicidade: Sara Campos/ Tirinha: Michelson Borges e Joêzer Mendonça/ Ilustração: Fotolia

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cercam a criação. Todos eles compartilham de algumas convicções básicas: o registro bíblico é um componente essencial da doutrina cristã, fé e ciência podem andar juntas e nossa compreensão da realidade é progressiva.

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Nos últimos 200 anos, nossa cultura, particularmente a comunidade científica, tem se afastado da cosmovisão cristã e assumido uma postura que descarta qualquer intervenção sobrenatural na origem, funcionamento e manutenção do mundo. Como resultado, duas visões filosóficas opostas polarizam o debate.


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