Vila Real 52º Circuito Internacional 2023

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4 Índice Ediçao, impressao e publicidade: Mensagem Presidente Município · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 7 Mensagem Vice-Presidente Município · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 11 CIVR 2023 Mapa · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 12 Mensagem Presidente APCIVR · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 15 Parceiros principais · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 17 Mensagem Presidente FPAK · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 19 Mensagem Presidente CAVR · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 23 Comissão Organizadora · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 27 FPAK Campeonato Portugal de Velocidade · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 28 FPAK Legends/Clássicos/1300 · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 30 FPAK Super Legends · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 32 Entrevista Rodrigo Sá · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 34 Entrevista Rui Taboada · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 36 Entrevista Pedro Polido · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 38 Entrevista Mário Pereira · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 40 Café Alfredo · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 42 52ª edição, prova da resistência do Circuito Internacional · · · · · · · · · · · · · · · · 44 O Covilhete na Mesa de Vila Real · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 46 Mapa CIVR altimetria · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 50 Provas de “Endurance” em Vila Real · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 54 PERSONALIDADE: Eduardo Santos Garagem “Aurora” · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 66 EFEMÉRIDE - Foi há 50 anos...Vitória do “TEAM BIP” no Circuito Internacional de Vila Real · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 69 Os Logótipos do Circuito Internacional de Vila Real ao longo dos tempos... · · · 74 Chegar ao Circuito Internacional de Vila Real nas décadas de 1960 e 1970 · · · 78 Vila Real, ímpar! · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 80 Mapa de acessos pedonais · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 85 Agenda cultural · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 86 Mapa acessos · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 88 Agradecimentos · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 90
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Mensagem de Boas Vindas

Quando, em 2014, fizemos regressar o automobilismo à nossa cidade, sabíamos que esta seria uma aposta ganha. Acompanhado por um conjunto de pessoas abnegadas e voluntárias, o Município conseguiu, em apenas 7 meses, pôr de pé toda a estrutura necessária à realização de corridas dos vários campeonatos nacionais. O sucesso alcançado fez-nos perceber que podíamos rapidamente almejar a internacionalização do circuito. E assim, quando a oportunidade de receber o WTCC - Campeonato do Mundo da FIA de Carros de Turismo se colocou no ano seguinte, não a deixamos escapar. Quem diria que, em apenas pouco mais de um ano, passaríamos de um Circuito de Vila Real adormecido, para um Circuito Internacional de Vila Real que recebe a etapa portuguesa de um campeonato do mundo FIA.

O WTCC deu lugar ao WTCR e Vila Real continuou na alta roda do automobilismo mundial. Infelizmente, em 2022, este campeonato foi extinto. Durante o ano que se seguiu muitos promotores foram contactados, muitos acordos foram alcançados e Vila Real tudo fez para continuar a receber uma prova internacional no seu traçado, mas um conjunto de circunstâncias inerentes a esses promotores internacionais impediu alcançarmos esse desiderato.

Assim, em 2023, na 52ª edição do nosso Circuito, as provas Portuguesas serão rainhas! O respeito que os promotores nacionais sempre nos mereceram e principalmente os pilotos Portugueses, muitos deles Vila-realenses, levaram-nos a não por em causa a realização das nossas corridas. Sabemos bem da importância do evento de Vila Real para o panorama automobilístico nacional, nomeadamente para as equipas e pilotos que aqui têm os seus momentos de maior glória e visibilidade. O Mais fácil seria desistir, mas esse não é o nosso espírito. Muito pelo contrário, o Circuito Internacional de Vila Real, em 2023, ficará assinalado por um forte investimento em segurança, em condições para pilotos e público, preparando um futuro que será longo e cada vez melhor.

De facto, as Corridas de Vila Real são muito mais do que uma prova de competição automóvel. São, por um lado, uma parte importante da cultura dos Vila-realenses, que desde 1931 acarinham e apoiam este que é o seu principal cartaz. Este é um evento ao serviço de Vila Real, do Douro e de todo o Norte. O seu impacto económico, o seu significado para a hotelaria, para a restauração, para o turismo, são algo que todos sentimos e que reconhecemos ter extrema importância.

A presença de público nacional e internacional, de jornalistas e de convidados colocam a nossa região num conjunto de radares, onde queremos estar assinalados. Quer a exposição

mediática, quer a presença de tantos visitantes, tem e terá certamente um efeito sobre a notoriedade do concelho e das marcas Vila Real e Douro, com reflexos que vão muito para além do fim-de-semana das corridas e se fazem sentir na capacidade para atrair e fixar investimento.

Por tudo isto, continuamos a considerar que a aposta que fizemos foi correta. Que interpretamos bem o sentir dos nossos concidadãos e que fomos ao encontro do amor que os Vila-realenses sentem pelo desporto automóvel. Esta quase inexplicável afinidade entre as mulheres e os homens da nossa terra e tudo o que envolve velocidade, faz de Vila Real o local certo para que este evento se realize. Também a avaliação positiva feita por espectadores, parceiros, patrocinadores, promotores, e equipas dá-nos ânimo para fazer cada vez mais e melhor. Bem-vindos ao 52º Circuito Internacional de Vila Real!

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Mensagem do Vice-Presidente do Município

Todos os anos, quer os Vila-realenses, quer quem nos vista, aguardam as Corridas de Vila Real com grande expectativa. Transformamos 3 dias de desporto automóvel em 3 dias de espetáculo, de emoção, de adrenalina e de paixão, fazendo deste fim-de-semana um evento singular em toda a região.

Neste 52º CIVR tudo isto está novamente assegurado. Mais uma vez contaremos com grandes máquinas, grandes pilotos e com uma organização exemplar. E a esse propósito quero deixar uma palavra de reconhecimento e gratidão pelo excelente trabalho às duas instituições parceiras que, juntamente com o Município de Vila Real, asseguram a realização deste circuito. Falo obviamente da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real e do Clube Automóvel de Vila Real, aí incluindo dezenas e dezenas de voluntários.

Sabemos que este circuito é sempre um sucesso em termos desportivo. Qualquer aficionado de automobilismo gosta de vir a Vila Real, seja para assistir, seja para participar nas provas. A adesão de pilotos a esta pista, à pista do melhor circuito urbano do mundo, acontece em massa. Os pilotos descrevem estas provas como uma experiência única, e anseiam voltar nas edições seguintes! Já nós, na qualidade de espectadores, reconhecemos a qualidade desses pilotos e dos respetivos carros, e ficamos encantados com a sua destreza e coragem em pista. Dentro ou fora da pista, só quem vive esta experiência entende como é Vila Real a vibrar com as corridas, o nosso calor humano, a nossa amizade e a nossa alegria.

Neste 52º CIVR teremos em disputa as provas dos campeonatos nacionais, que tradicionalmente são muito competitivas, com grandes pilotos, que prometem colocar esta edição num patamar de excelência. A tradicional competitividade nas várias provas e nas várias classes são um cada vez maior motivo de interesse por parte do publico que enche a periferia do nosso circuito, as bancadas, as varandas, os jardins e qualquer local de onde possa haver um vislumbre das disputas dentro de pista. E se desejamos a todos esses protagonistas um fantástico fim-de-semana, não posso deixar de endereçar uma palavra especial a todos os pilotos Vila-realenses, que são muitos. Espero que tenham um fim de

semana com grande sucesso desportivo, que se divirtam em pista e façam como sempre vibrar as pessoas que estão a assistir, ajudando a preservar esta parte do nosso ADN e da nossa cultura. O vosso sucesso é também o sucesso de Vila Real e uma garantia para o futuro do nosso circuito.

Por fim duas palavras para todas e todos os Vila-realenses que são afetados pela realização das Corridas: muito obrigado! A vossa paciência e compreensão são imprescindíveis para que continuemos a alimentar este sonho!

Que seja um grande fim-de-semana para todas e para todos!

Alexandre Favaios, Vice-presidente e Vereador com o pelouro do Desporto

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Bem-vindos ao 52º Circuito

Internacional de Vila Real

Depois de organizarmos durante 6 anos consecutivos uma prova do campeonato do mundo FIA de carros de turismo, a notoriedade do nosso circuito atingiu uma dimensão e um prestígio internacional nunca antes visto. É agora difícil encontrar alguém que esteja ligado ao desporto automóvel que não conheça ou nunca tenha ouvido falar das corridas de Vila Real.

Contudo, e apesar de reconhecermos a importância de uma prova internacional, Vila Real, ao contrário de muitos outros circuitos, é muito mais do que esta ou aquela prova, este ou aquele campeonato.

Ao longo de todos estes anos, Vila Real afirmou-se como o mais importante evento do desporto automóvel de velocidade do nosso país, sobretudo pelo extraordinário ambiente que é capaz de proporcionar a quem nos visita. Publico, equipas e pilotos encontram aqui, na nossa cidade, uma paixão e um entusiasmo, que tornam inesquecível o fim de semana de corridas e os fazem regressar, ano após ano.

Apesar dos inúmeros contratempos que tivemos na organização desta 52ª edição do CIVR e que levaria muitos a desistir, em momento alguma essa hipótese foi por nós equacionada, convencidos que sempre estivemos da importância que o nosso circuito e as nossas corridas têm para os vila-realenses, para Vila Real e para o desporto automóvel.

Em 2023, entre equipas nacionais e algumas internacionais, serão cerca de 150 pilotos a percorrer os 4,7 quilómetros do perímetro do Circuito Internacional de Vila Real e que o voltaram a escolher como o seu palco preferido e o elegem como o rei da velocidade.

Desejamos aos pilotos e equipas uma competição segura e cheia de sucesso. Que cada curva seja enfrentada com destreza, cada ultrapassagem celebrada com entusiasmo e cada volta seja marcada pela busca da perfeição.

Esperamos que quem nos visita possa disfrutar destas corridas empolgantes e testemunhar momentos de pura adrenalina e emoção. Além das competições, convidamos todos a explorar a rica cultura do nosso concelho, a saborear a sua

deliciosa gastronomia e a desfrutar da calorosa hospitalidade que Vial Real tem para oferecer.

Em nome da APCIVR, agradeço às dezenas de entidades que connosco colaboram desde o primeiro dia, assim como aos nossos patrocinadores e parceiros. É também dessas centenas e centenas de pessoas o sucesso que ano após ano vamos fazendo acontecer no nosso evento e sem as quais seria impossível levar esta enorme nau a bom porto. Estamos preparados e deixamos a todos a certeza de mais um fim de semana memorável.

Sejam MUITO BEM-VINDOS AO 52ª CIRCUITO INTERNACIONAL DE VILA REAL.

José Miranda Silva Presidente da APCIVR (Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real)

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Mensagem do Presidente da FPAK

O Circuito Internacional de Vila Real tem este ano uma nova particularidade, será composto apenas pelas provas dos Campeonatos de Portugal de Velocidade. Não sendo o previsto, porque Vila Real habituou-nos a eventos de grande prestígio internacional, tenho a certeza que será igualmente um excelente fim-de-semana de competição e que vai trazer ao norte transmontano corridas muito disputadas e muito interessantes, basta para isso ver o que aconteceu nas jornadas anteriores.

O Campeonato de Portugal de Velocidade está, em termos competitivos, num auge como não se via há muitos anos: não só em termos quantitativos como qualitativos, quer de máquinas quer de pilotos. Logo estão asseguradas corridas de cortar a respiração onde o vencedor será uma incógnita até ao cruzar de meta.

Os Campeonatos de Portugal de Velocidade de Clássicos e Legends estão cada vez mais vigorosos e Vila Real atrai sempre mais e mais participantes, que fazem das suas corridas uma verdadeira festa.

Posto isto, resta-me apelar ao público que mantenha o espírito com que nos habituou nos últimos anos e acompanhe as provas in loco e que façam deste fim-de-semana a verdadeira festa da Velocidade Nacional.

Estarei de perto a acompanhar todo o fim-de-semana.

Bem Haja!

Fernando Machado “Ni” Amorim, Presidente Federaçao Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK)

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Entre quem é!

O Clube Automóvel de Vila Real (CAVR) tem um enorme orgulho, de em parceria com os Vila-realenses mais propriamente o Município de Vila Real e a APCIVR, organizar um dos maiores eventos do desporto automóvel em Portugal, o 52º Circuito Internacional de Vila Real

Reviver tempos que já lá vão, mas que deixaram grande recordações, tais como os 500 Km de Vila Real ou as 6 horas, é algo inexplicável, pois só se sente.

É com um enorme prazer e um gostinho especial que todos os Vila-realenses, onde o CAVR se inclui, agarraram este projeto, que vai permitir de novo, e ao fim de cerca 50 anos, poder no nosso Circuito, ter uma prova de resistência “6 Horas de Vila Real”.

A paixão, por esta modalidade, pelo nosso Circuito internacional de Vila Real, juntamente com o trabalho voluntário de todos os que participam na realização deste evento ao longos dos anos, permitiu criar uma credibilidade e um reconhecimento de nível mundial. O esforço, o trabalho e a dedicação à nossa causa, vai permitir com certeza o sucesso das nossas corridas, assim o julgo.

Por isso mais uma vez, é com muito orgulho e prazer que em meu nome e do CAVR dou as boas vindas a todas as equipas que vão participar no 52º Circuito Internacional de Vila Real.

Aos aficionados do desporto automóvel, desejo um magnifico fim de semana de corridas, e não se acanhem, entrem a porta está sempre aberta, as nossas corridas são de todos os que gostam deste desporto.

De certeza que todos os que nos visitam vão sentir-se em sua casa, pois esse é sempre o nosso objetivo, partilhar o nosso espaço (corridas) com todos sem exceção. Mais uma vez sou repetitivo, mas há frases que exprimem os nossos sentimentos de forma muito clara. As coisas que realizamos, nunca são tão belas quanto as que sonhamos. Mas às

vezes, acontecem coisas tão belas, que nunca pensamos em sonhá-las.

A organização desta prova de automóveis, é não só um orgulho para todos nós, como uma enorme responsabilidade.

Compartilhar com todos vós esta prova, é incrível, e saber que vocês reservaram algumas horas para estar ao nosso lado, no Reino Maravilhoso é fantástico.

Muito obrigado pela atenção e por todas as boas energias, que vão ser emanadas por todos vós.

A todos os que que diferentes formas colaboram com o CAVR neste evento, em meu nome e do Clube que represento, quero agradecer a cada um de vocês, pelo esforço e dedicação que colocam diariamente nas nossas corridas. Obrigado, vocês são a prova de que o sucesso se alcança através de paixão, talento, determinação e trabalho duro.

Um bem-haja a todos.

Não necessitam de puxar o trinque, a porta está aberta!

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Comissão Organizadora:

Município de Vila Real

Representado por Rui Santos Presidente

Alexandre Favaios

Vice-Presidente; Vereador (Educação e Ensino; Desporto, Juventude e Tempos Livres; Desenvolvimento das Freguesias; Defesa do Consumidor - CIAC; Julgado de Paz; Contraordenações)

APCIVR – Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real

Representada por

José Miranda da Silva Presidente

Filipe Fernandes

António China

Adriano Tavares

Nuno Augusto

Eduardo Passos (Presidente Assembleia Geral)

Rui Taboada (Presidente Conselho Fiscal)

CAVR – Clube Automóvel de Vila Real

Representado por Jorge Almeida Presidente

Pedro Polido

Daniel Almeida

Jorge Oliveira

Tiago Fernandes

Oficiais de Prova:

Diretor da prova: Eduardo Ferreira

Responsável pela segurança: Pedro Polido Comissário técnico chefe: Pedro Couto Médico chefe da prova: André Santos Luís

“Press-Officer”: Rodrigo Sá

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©Francisco José “Kiko” Vieira e Brito

FPAK Campeonato Portugal de Velocidade

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©Francisco José “Kiko” Vieira e Brito

FPAK Campeonato Portugal de Velocidade

Legends/Clássicos/1300

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©Francisco José “Kiko” Vieira e Brito ©Francisco José “Kiko” Vieira e Brito
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FPAK Campeonato Portugal de Velocidade

SUPER Legends

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Entrevista a Rodrigo Sá

Qual é o seu papel na Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real e, particularmente, no 52ª Circuito Internacional de Vila Real? Desde quando o exerce?

Durante o fim-de-semana das corridas sou o responsável pelo Media Center e pelo acolhimento aos jornalistas, fotógrafos e correspondentes de órgãos de comunicação social que acompanham este fantástico evento. Esta é uma função que exerço desde 2015. Durante o resto do ano, no que às corridas diz respeito, sou um dos voluntários da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real que organiza e prepara o evento, fazendo o que é necessário, mas com especial enfoque no contacto com os promotores internacionais e na comunicação.

Quantos órgãos de comunicação e profissionais da área, como jornalistas, fotojornalistas e repórteres de imagem, são esperados para o evento? De quantas nacionalidades?

Esse número varia muito, mas é sempre superior a 100. Felizmente as nossas corridas atraem sempre muita atenção porque têm um ambiente único, porque o circuito e o que o rodeia é belíssimo e porque a elevada afluência de público é algo que é cada vez menos comum nos autódromos. Em Vila Real são obtidas algumas das mais bonitas fotos do desporto automóvel, não só dos carros, mas de tudo o que os rodeia.

A chegada de jornalistas ou media partners de outras nacionalidades, que não a portuguesa, é um desafio acrescido ao seu trabalho?

Sim, embora hoje possa dizer que a nossa equipa já está habituada. Tornou-se muito comum receber pessoas de todo o mundo e portanto, quer pela hospitalidade típica portuguesa e transmontana, quer pelo facto de a maioria das pessoas

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falarem pelo menos Inglês, quer ainda por termos uma organização bem oleada, é fácil que essas pessoas sejam bem recebidas e se sintam bem aqui. Normalmente somos elogiados pela forma como os acolhemos.

É importante receber bem e dar todas as condições para que a comunicação seja ainda melhor. Concorda?

Claro que sim. É por isso que reservamos um edifício magnífico, que é o Teatro de Vila Real, para que esses profissionais de comunicação tenham o seu posto de trabalho, acesso a todas as informações relevantes, boas ligações de internet, boa localização, para além de terem sempre acesso a água fresca, fruta e outros alimentos, enfim, todas as condições para projetarem Vila Real cada vez mais longe.

O que difere o Circuito Internacional de Vila Real, em matéria de acolhimento dos media, de outros eventos de automobilismo?

Eu penso que o principal segredo são as pessoas. Tenha a certeza de que todas as organizações querem sempre receber da melhor maneira, mas Vila Real tem gente magnífica, com uma paixão pelo automobilismo e pela sua cidade, e isso acaba por ser transmitido a quem nos visita. Depois, como já disse,

o facto de reservarmos para os profissionais de comunicação um espaço central, confortável e onde eles podem trabalhar e descansar. Não nos esqueçamos que um fotógrafo, por exemplo, para fazer as melhores imagens, tem de percorrer a pé os quase 5 kms do nosso circuito permanentemente. É importante que tenham uma boa base onde regressar.

De onde vem o seu envolvimento e a sua paixão pelo automobilismo e pelas corridas de Vila Real?

Eu não nasci em Vila Real. Quando vim para cá estudar para a UTAD, em 1993, já não havia corridas. Sempre ouvi falar do circuito, aqui e ali via algumas imagens, mas acima de tudo ficava espantado com a paixão e a saudade com que os Vila-realenses falavam disso. Era quase incompreensível para alguém, como eu, que nunca o tinha vivido. Em 2007 vi e vivi finalmente corridas em Vila Real e compreendi, finalmente, o sentimento de toda a gente. As nossas corridas são únicas, de facto. Infelizmente tudo parou novamente em 2010 e quando, em 2014, o circuito regressou de vez e ainda por cima com um campeonato do mundo no ano seguinte, quis contribuir e estar envolvido. Tenho muito orgulho da equipa de que hoje faço parte e que produz, anualmente, milagres que vão para além da compreensão da maioria das pessoas.

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Rui Taboada, Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real: “É uma logística enorme montar o Circuito Internacional de Vila Real”

A Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR) tem a responsabilidade de organizar e de colocar no terreno um evento de grande dimensão e projeção internacional, que envolve anualmente dezenas de milhares de pessoas.

Rui Taboada, da APCIVR, responsável pela segurança do Paddock, é um dos rostos de quem trabalha, com grande afinco e dedicação, durante dias a fio, na para que o circuito continue a ficar na história como um grande evento automobilístico.

risos. Não obstante, a missão de Rui Taboada, assim como de cada elemento da Associação, “é determinante”.

Neste ano, o circuito citadino recebe pela primeira vez, desde há décadas, uma prova de resistência. “Habitualmente recebemos provas de duração mais curta. Neste ano, teremos uma corrida de resistência, que já aconteceu em Vila Real, mas há muitos anos. Hoje, os desafios, em matéria de segurança, são muito maiores”, sublinhou.

Rui Taboada reconheceu, por isso, que a prova “vai testar a resistência da organização É um desafio para todos nós. Estamos a preparar tudo muito bem mas, sem dúvida, que vai testar muito a nossa capacidade de trabalho. É um desafio para o promotor, mas para nós também”, disse.

A expetativa é naturalmente elevada, a julgar pela edição anterior, que a organização considerou “uma das melhores de sempre”. “Temos responsabilidade naquilo que o circuito já foi e que queremos que continue a ser, com um grau de satisfação elevado por parte das pessoas e dos espetadores. O último circuito foi um dos melhores de sempre, o que traz um grande desafio para este ano”, acrescentou.

“A minha função é ser responsável pela segurança na zona do “Paddock”; também preparo a acreditação dos pilotos e demais serviços associados. Faço a ligação entre a organização e a empresa encarregue da segurança. Tenho ainda a cargo da distribuição da sinalética na cidade”, informou Rui Taboada, que confessa estar “pouco habituado aos holofotes. O meu trabalho é mais na sombra”, reconheceu, entre

O responsável, que é neto de um dos promotores do primeiro Circuito realizado em Vila Real, José Augusto Taboada, sente na pele o orgulho e responsabilidade em levar a cabo mais uma edição. “É com muito orgulho que represento o Circuito atualmente depois de o meu avô ter tido um papel determinante no antigo circuito. São tempos diferentes, mas que acarretam novas desafios e grandes responsabilidades”, declarou.

Rui Taboada lembrou, por último, que montar o Circuito em Vila Real requer “uma logística enorme” e, para quem, como ele, não é profissional, “é um grande desafio. Somos uma equipa 100% amadora num evento profissional”, finalizou.

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ENTREVISTA

ENTREVISTA Pedro Polido, vice-presidente do Clube

Automóvel de Vila Real: “Estamos preparados para o que vamos enfrentar”

O Clube Automóvel de Vila Real (CAVR) é a entidade que, em termos desportivos e de segurança, coordena tudo o que acontece dentro de pista, no Circuito Automóvel de Vila Real. A poucos dias de receber mais uma edição das corridas, Pedro Polido, vice-presidente do CAVR, falou-nos dos desafios deste ano, que serão acrescidos pela organização de uma prova de resistência.

temente, do WTCR, foram uma excelente preparação para as 6 Horas de Resistência, das 24H Series. “Não podíamos estar mais bem preparados. A Taça do Mundo e o Campeonato do Mundo de carros de turismo fora excelentes ensaios para aquilo que vamos enfrentar. Em provas de sprint, as intervenções têm de ser feitas no mais breve tempo possível. Nas provas de resistência, a exigência será semelhante”, referiu.

As Corridas de Vila Real “têm especificidades próprias em termos de segurança”. “O trabalho no Circuito de Vila Real é muito diferente do que estamos habituados a fazer noutros eventos. Por se tratar de uma pista citadina, a segurança não é apenas assegurada por mim, mas em coordenação com um conjunto de entidades, como a Associação Promotora, a PSP, a Proteção Civil, etc.”, contou.

O “Race Control” é, por estes dias, o quartel-general de Pedro Polido, uma sala situada no edifício sede do CAVR a partir da qual são as controladas as corridas, nos diversos momentos. “É a partir do “Race Control” que tudo é controlado e acionado. Além de elementos do Clube, está lá o comando da PSP e da Proteção Civil, elementos ligados à segurança e intervenção médica, por exemplo. É onde está todo o comando da corrida. Desde a direção de prova à segurança”, explicou o responsável, acrescentando que são, por isso, três dias muito intensos.

Nas Corridas de Vila Real, assim como em outros eventos desportivos organizados pelo CAVR, ao Pedro Polido cabe, normalmente, toda a responsabilidade em matéria de segurança, mantendo uma ligação muito próxima com o Diretor de Prova. “Ele é responsável por todo o evento desportivo. Na segurança, a minha missão é comandar a pista, desde os comissários, os bombeiros, a entrada da equipa médica, etc., todas as intervenções em pista que resultem de todo o tipo de ocorrências”, informou.

O responsável pela segurança, que está há 20 anos ligado ao clube, conta que as últimas corridas do WTCC e, mais recen-

Certo é que a forma de atuar do clube não vai ser muito diferente de edição passadas, em que aconteceram provas internacionais. “O que traz de novo esta prova é que a corrida nunca pára, tudo o que fizermos será com a corrida a decorrer. Para isso, vamos ter quatro equipas em pontos estratégicos do circuito. Cada uma com uma viatura e três comissários. São eles que vão fazer a remoção do veículo, em caso de despiste. Nesse caso, será mostrada a sinalética, as equipas serão acionadas para o local e ficam a trabalhar numa das faixas, enquanto a corrida decorre”, esclareceu Pedro Polido.

O responsável pela segurança das provas que vão ter lugar ao longo do fim de semana no circuito citadino asseverou, por fim, que estão “preparados para todos os cenários”, num evento que conta com cerca de 250 comissários de diversos clubes, oriundos de Lisboa, Braga, Lousada e Peso da Régua.

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Comandante Distrital da PSP de Vila Real, Mário Pereira: “Vamos garantir que o evento seja um sucesso, na máxima segurança possível”

A organização do 52º Circuito Internacional de Vila Real, que estará em pista entre os dias 14 e 16 de julho, traz preocupações acrescidas em matéria de segurança. O responsável pelo Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Vila Real espera que o evento decorra “sem incidentes” e, para isso, haverá um reforço do dispositivo policial.

Relativamente ao trânsito, o Comando da PSP “fará um esforço adicional para encontrar soluções alternativas, para que as pessoas sejam afetadas o menos possível. Apesar de o circuito automóvel existir, a cidade não pára. Temos de ter respostas para as necessidades do evento, em termos de trânsito, e outras para mitigar o transtorno aos cidadãos. Temos de desviar trânsito, encontrar alternativas e trazer alguma normalidade à circulação das pessoas”, apontou.

Sobre os ajuntamentos de público, muito comuns em eventos desta natureza, Mário Pereira garantiu que a Polícia estará presente ao longo de todo o circuito para “dissuadir alguns comportamentos mais agressivos”, muitas vezes associados ao consumo de álcool. “As pessoas estarão, durante o evento, num clima de festa e de euforia, que por vezes dá origem a algum litígio. Por isso, vamos estar presentes ao longo do percurso, primeiro para dissuadir através da presença de agentes no terreno, apostando na prevenção, mas também temos algumas forças capazes de reagir em caso de necessidade e num curto espaço de tempo”, referiu o Comandante, sublinhando que haverá equipas de prevenção, mas também equipas de reação.

Mário Pereira garante, portanto, que “haverá um maior acréscimo de polícias no evento, que será superior ao ano anterior. Para isso, o Comando da PSP de Vila Real vai socorrer-se dos comandos vizinhos de Bragança, Viseu, Braga e Porto. De referir que a PSP estará também atenta ao fenómeno dos “aceleras”, muito comuns nestes eventos, e que têm lugar no final do dia, depois de abertos os acessos ao circuito citadino.

“Estamos a falar de um grande evento automobilístico que vai acontecer em Vila Real e que traz, desde logo, duas grandes preocupações: as questões do trânsito, pelos constrangimentos da pista no decorrer das corridas, e da ordem pública, pela forte mobilização de pessoas durante o fim de semana”, apontou o Comandante Mário Pereira.

O Comandante da PSP afirmou, por fim, que é um parceiro ativo na organização do Circuito Automóvel de Vila Real, estando ao lado da autarquia e da Associação Promotora, para garantir que “o evento tenha o maior sucesso possível, na máxima segurança possível”.

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ENTREVISTA

Café Alfredo, corridas de Vila Real são “negócio de família”

O Circuito Automóvel vive-se de forma apaixonada na cidade de Vila Real, de tal modo que há negócios, como lojas ou cafés, que há muito integraram as corridas na própria decoração do espaço. Um bom exemplo desse orgulho vila-realense é o Café Alfredo, situado na Rua Jaime Campos, onde o novo traçado se entrelaça com o antigo.

Se entrarmos neste café, que deve o nome ao seu proprietário, sentimos logo essa mística, a começar pelo mural que é possível admirar na parede ao fundo, no qual os pilotos nacionais e locais, que já competiram no circuito moderno, ganham maior protagonismo.

A decoração a preceito surgiu apenas há poucos anos, quando o circuito citadino acolheu as provas internacionais do WTCC. “Depois da vinda do Tiago Monteiro a Vila Real começamos a decorar a parede. Além dele, temos aqui alguns dos nossos pilotos locais”, referiu Fernanda Lourenço, esposa de Alfredo, enquanto mostrava Rafael Lobato, cujo mural tem direito a autógrafo, ou Manuel Pedro Fernandes, filho do mítico piloto vila-realense Manuel Fernandes.

O Café Alfredo abriu portas em 1997 e, apesar de as corridas terem passado na rua em frente, durante décadas, no início da década de 90 foram suspensas por razões de segurança. Não obstante, Alfredo Carneiro, nascido e criado em Vila Real, já sentia o bichinho a crescer. “Sempre gostei muito das corridas. Para mim, ter as corridas aqui tão perto, porque também moro do outro lado da rua, é uma alegria muito grande”, confessou o proprietário.

O negócio, que habitualmente acompanha o fim de semana das corridas, acaba por ser um extra. “Claro que todo o movimento que o circuito traz é benéfico para o café. Ao longo do fim de semana, vendemos muita comida e, principalmente, bebida. Aqui é um local de paragem. Há gente que vem de todo o lado”, lembrou Fernanda Lourenço, que já antevê uma semana de muito trabalho, acompanhado do habitual ruído dos motores.

Este é, por isso, um dois locais de paragem obrigatória para quem quer sentir a adrenalina a pulsar nas veias, de 14 a 16 de julho, com a realização de mais uma edição do mítico circuito citadino.

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ENTREVISTA

52ª Edição, prova da resistência do Circuito Internacional

Quando em 1902 terá sido avistado o primeiro automóvel a circular em Vila Real, logo o ácido desoxirribonucleico (arre, que é difícil…) das gentes “bilarealenses” se baralhou e acrescentou às helicoides de cada ADN espirais, de velocidade vertiginosa, que cheiravam a óleo e gasolina. Os nossos genomas tinham sido enriquecidos com um novo par de cromossomas em uníssono com o som da batida do coração de um motor.

O Império da Paixão foi criado!

Dizem os especialistas (como agora se diz de todos, por tudo e por nada…) que esta poderá ser uma das explicações para a resistência do Circuito Internacional de Vila Real por já 51 edições.

Aureliano Barrigas, Luís Taboada e uns outros temerários de arrojo destemido, acabaram de provar que, em 15 de junho de 1931, a Comissão de Festas da Cidade era capaz de erguer o 1º Circuito de Vila Real, passadas as provas de perícia e os concursos de elegância que, entre outros eventos, auguravam então um futuro a chegar.

Enormes nuvens de pó, nas estradas nacionais da periferia, antes da pavimentação de 1935, brindaram o numeroso público pendurado nos muros e quintas “Estou contente, pois fiz a corrida sem me sujar de poeira; fechei as janelas do cabriolet, carreguei no acelerador… e cheguei primeiro. Era tudo quanto desejava, sobretudo… não apanhar muita poeira”, declarava Gaspar Sameiro, o 1º vencedor, no seu Ford A, a “O Volante”.

Foram 9 as vezes, desde que amanheceu na sua história, que o circuito adormeceu…, mas sempre acordou mais forte de determinação…

O Circuito resistiu!...

Várias glórias dos carros e das motas, pilotos e marcas, amarraram o circuito à memória das corridas e sacudiram o que parecia um pacato ir sonhando. Gaspar Sameiro, Manoel de Oliveira, Vasco Sameiro, Stirling Moss, John Miles, Mike D’Udy, Carlos Gaspar, David Piper, Nicha Cabral, Manuel Fernandes, Vic Elford, Ronnie Peterson, Peter Gethin, António Taveira, Angel Nieto, Costa Paulo, Joey Dunlop, Tiago Monteiro, Tom Coronel, José Maria Lopez e Miguel Oliveira, entre muitos outros, Ford, Bugatti, Allard, BMW, Porsche, Jaguar, Ferrari, Lotus, Lola, Aston Martin, McLaren, Chevron, Honda e tantas outras, tantas que me faltam as mãos e as folhas para os enumerar a todos…

O Circuito resistiu!...

Se considerarmos “Endurance” ou Resistência (como agora se deveria dizer… por tudo e por todos…) uma prova com pelo menos 2 ou mais horas de duração (admitirei eu em analogia ao máximo de duração de uma prova de F1…) as duas edições de Resistência facilmente identificadas serão as 6 Horas de Vila Real de 1969 e os 500 Km de Vila Real de 1970 (cerca de 3 horas de duração).

O Circuito resistia!...

Agora nas 6 Horas de Vila Real de 2023, a Resistência voltaria ao asfalto do Circuito numa “Endurance” de 3 horas a juntar a mais 3. Um promotor entusiasmado com o espetáculo a que assistiu no ano passado, e a querer vir a formatar um futuro Campeonato Internacional incluindo, pela primeira vez, uma prova em circuito urbano, deixa a chave na porta para a realização, na edição deste ano, de uma prova extracampeonato, prólogo do que se pretendia adivinhar…

No correr dos dias, depressa a emoção ultrapassa o entusiasmo e, de ora avante, o olhar escrutina a evolução dos carros e equipas inscritos. O tempo arrasta-se na expectativa do sucesso. Mas não, o tempo não é amigo! Apesar do meu olhar, aceso de querer contornar, ou enganar, a matemática, a prova dos nove só poderia levar ao cancelamento desta prova!

Sim, não é seguramente a primeira vez que esta imposição se agiganta. Sim, não será a primeira vez que, despertando do sonho inacabado, também nós nos sabemos agigantar e criar agora o espetáculo que recolherá, uma vez mais, as sementes da vontade e a carta e guião do futuro.

Navegando por vezes contra mares e marés hostis (se calhar não valia a pena ser tão exagerado… bastaria turvos ou traiçoeiros… haverá mares assim?...) levantaremos a cabeça ao vento e, lavando as lágrimas de sal, conquistaremos o direito à diferença. Somos bons navegadores neste mar de pedras, como diria Torga, e, por isso, resistimos.

O Circuito resiste!

Deixando para trás mentalidades de qualquer portugal dos pequeninos, o Circuito Internacional de Vila Real continuará Grande.

Como me ensinaram, “Um Transmontano só recua para tomar balanço!...”.

Venha a “Endurance” que a Resistência já cá está…

O Circuito irá resistir!...

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O COVILHETE na MESA de VILA REAL

Na nossa Vila Real não podemos esquecer toda a herança gastronómica que recebemos do passado. A Mesa de Vila Real reflete os sabores dos produtos locais que povoam a nossa gastronomia, oriundos da geografia, do clima, dos ares, das vistas do Marão, do Alvão, do Corgo e do Cabril, deslumbram apetites e fazem as delícias de quem nos visita, seduzindo-os. A Gastronomia prima pela frugalidade, pelos produtos simples e sazonais de qualidade excecional. Muitos produzidos em MPB (Modo de Produção Biológica). Uma alimentação à base de amor, de produções próprias, procurando onde eles existirem, de despensa comum, tradicional, usando só em último recurso, produtos de “compra”. Na cozinha trabalhamos os sabores clássicos, sem invenções a estragar. Que o nosso olfato seja despertado pelos perfumes da comida ao lume. Um trabalho de paixão no planeamento, elaboração e apresentação de cada prato.

Na “Bila” abundam várias iguarias diferenciadoras e afamadas. Dentre elas cumpre-nos distinguir e relevar o covilhete, uma tradição secular. “Os covilhetes, espécie de empadas de carne hoje tão divulgadas e representativas da gastronomia vila-realense, que devem o nome ao seu formato, tinham a sua tradição ligada à Feira de Santo António, mais tarde também às Festas do Senhor do Calvário, da Senhora de Almodena e do Circuito Internacional. A Confraria é um forte e decisivo polo dinamizador do covilhete e dos produtos culturais e gastronómicos a ele associados. É um fator de diferenciação motivadora, através da proximidade, entre todos os confrades e a sociedade vila-realense, garantindo covilhetes de qualidade única com a marca de Vila Real, possibilitando sermos referenciados e diferenciados pelo mercado. Para melhor proteger e defender Vila Real, a Confraria criou a MARCA COLECTIVA “ COVILHETE DE VILA REAL”, acautelando assim a nossa riqueza regional, tratando-se de defender, respeitar os normativos vigentes, salvaguardando um produto único que hoje promove Vila Real no contexto nacional e internacional. Hoje, Covilhete é

sinónimo de Vila Real e vice-versa. Possuímos um produto não replicável, graças há qualidade dos ingredientes naturais e aos segredos dos mestres pasteleiros.

A Mesa de Vila Real, pretende consolidar um destino turístico/ cultural/gastronómico, que os novos visitantes descubram os lugares, a paisagem, os cheiros, a gastronomia, que tal como nós, se sintam em casa, em lugares privilegiadamente únicos. Que desfrutem do que é bom, daquilo que faz a diferença. Vir a Vila Real descobrir o sabor da comida de conforto é sinal de sabedoria e inteligência. Uma região bela. Sitiada pelos montes, espelhada nos vales e lagoas. Um presépio gigantesco. Uma ilha no interior da terra, onde as cabeças que fervilham não podem parar nunca. Onde, privilegiadamente, gastando metade conseguimos viver o dobro

A carne maronesa é única, fornecida por animais bem-criados e melhor talhados, com equilíbrio de gorduras e nutrientes. Deve ser temperada somente com ervas naturais,

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“Nesta terra só se come vitela e da boa”. No ano de 1600 existiam dez açougues que forneciam as melhores carnes para os grupos sociais mais privilegiados. A especialidade das nossas tripas aos Molhos, ocupa um lugar especial na Mesa de Vila Real. Este prato típico que parece simples e barato, mas que devido à qualidade dos ingredientes, salpicão, presunto, vitela maronesa fica bastante dispendioso. Além do tempo necessário para os preparativos, com antecedência. Lavagem em várias águas a ferver, estágio em limão, louro, sal, seguida de uma confeção demorada de 3 horas, com azeite e temperos a rigor, com vinho de excelência para aprimorar a cozedura.

A Gastronomia transmontana assenta basicamente em 3 pilares: mulheres, casas senhoriais e conventos, que sem meios de conservação ao dispor tiveram que responder com a experiência, a criatividade e a imaginação.

“Quem bem come e bebe, bem faz o que deve”. Come-se bem em Vila Real. À antiga.

Na nossa Bila, desde 1930, passou a ser moda pegar nas motos e automóveis e dar uma voltinha experimental pelo percurso do famoso e diferenciador Circuito Internacional, aproveitando-se para merendar nas Tabernas de referência que por cá se instalaram.

Em Vila Real criamos proximidade às pessoas, aos produtos do território. O vinho, a gastronomia, a doçaria conventual, transmitem o nosso rosto e identidade. Fogões de lenha, potes, brasas, pichorras de Barro Negro de Bisalhães, tinto e branco da Bila, proporcionam momentos mágicos de convívio e calor humano. Seja na tasca, no restaurante, nos aglomerados locais ou nas casas de cada um de nós, são um produto estratégico que é acarinhado. É através destes lugares que os turistas dizem ter tido as experiências verdadeiramente memoráveis.

As recentes vitórias no prestigiado concurso da RTP, 7 Maravilhas, têm exponenciado as potencialidades da Gastronomia Vilarealense. Hoje Vila Real é também um destino de qualidade à mesa. Quem nos visita essencialmente como destino gastronómico verá que não foi tempo perdido, mas sim um enriquecimento do corpo, da alma e da cultura. Decida-se pelo autêntico.

Hilário Néry de Oliveira Juiz do Conselho de Ilustres da Confraria do Covilhete – Vila Real
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Provas de “Endurance” em Vila Real

Não havendo, que eu conheça, uma definição precisa para prova de longa duração em relação aos desportos motorizados, entende-se, “grosso modo”, que este tipo de provas, também conhecidas por provas de resistência, do francês “endurance”, são competições cuja duração mínima ultrapassa a duração máxima de um Grande Prémio (de Fórmula 1) que, como se sabe, é de 120’ (duas horas de corrida), invariavelmente definidas num percurso em forma de circuito, constituindo-se assim uma prova de velocidade pura, de forma a distinguirem-se das provas mais longas de “Rallye”, muitas vezes apelidadas de “maratonas”.

Na segunda década do século XX, mais precisamente em 1925, a Cidade de Vila Real assistiu àquela que terá sido a primeira prova de resistência a atravessar as suas vias de comunicação. Estamos a falar do “Circuito de Trás-os-Montes” que no dia 23 de Agosto reuniu um conjunto de 11 equipas que percorreram por duas vezes um percurso em forma de circuito constituído pelas estradas que ligavam Chaves, Valpaços, Mirandela, Murça, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Pedras Salgadas e Vidago. A distância total percorrida foi de 370 km o que justifica bem mais que duas horas para completar a totalidade da prova... Entendo que nem os mais puristas terão dificuldade em aceitar ter sido esta a primeira “compétition d’endurance automobile” realizada na região, muito à semelhança de outras que também já se realizavam no continente europeu como por exemplo a “Targa Florio”, iniciada em 1906 por Vicenzo Florio.

De referir que o “Circuito de Trás-os-Montes” antecedeu em cerca de dois anos a também famosa “1000 Miglia”, prova igualmente disputada em Itália. A prova portuguesa deveu-se à visão de um transmontano, José Torres de seu nome, que contou com a colaboração do jornal desportivo “Sporting” e de um grupo de amigos seus.

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©Comendador Elísio Neves ©Vieira e Brito ©Cinemateca Portuguesa ©Comendador Elísio Neves ©Comendador Elísio Neves

A primeira edição do Circuito de Vila Real teve lugar em 1931, graças à visão e arrojo de Aureliano d’Almeida Barrigas, dos seus amigos ligados à representação de importantes marcas de automóveis (Chevrolet/Eng.º Emílio de Sousa Botelho, Ford/Luís Taboada, Fiat e Citroën/José Augusto Taboada) e do Presidente da Câmara de Vila Real em 1928 e de 1933 a 1937, Dr. Emídio Roque da Silveira, contando ainda com a prestimosa e indispensável colaboração do “Automóvel Clube de Portugal”.

Foi simultâneamente o primeiro circuito de velocidade a disputar-se em território luso (!!) o que torna esse acontecimento ainda mais extraordinário e catapultou o automobilismo de velocidade em Portugal que atravessava uma fase de algum marasmo.

Mas desengane-se quem pensa que o Circuito de Vila Real viveu quase exclusivamente de provas “sprint” de curta duração. Vejamos os exemplos seguintes:

- 1931, I Circuito de Vila Real (CVR), vencedores Gaspar Sameiro/Ercílio Barbosa (Portugal) tripulando um “Ford A”, tempo total de 1:54:47,80 horas;

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©Maria Filipa Carvalhais Borges ©Museu do Som e Imagem ©Comendador Elísio Neves ©Comendador Elísio Neves

- 1932, II CVR, vencedor Vasco Sameiro (P), “Invicta 4½-litre S-type” em 1:46:41 horas;

- 1934, IV CVR, António Guedes de Herédia (P), “Bugatti 35B”, 2:05:43,00 horas

- 1933, III CVR, Vasco Sameiro (P) de novo, “Alfa Romeo 8C 2300 Monza”, 2:09:56,40 horas;

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©João Paulo Sotto Mayor ©Comendador Elísio Neves ©Comendador Elísio Neves ©Comendador Elísio Neves

- 1950, XI Circuito Internacional de Vila Real/CIVR (a internacionalização deu-se em 1936) Piero Carini (Itália), “O.S.C.A.”, 2:16:34,20 horas;

- 1951, XII CIVR, Giovanni Bracco (I), “Ferrari 212 Export Vignalle Barchetta”, 2:41:05,98;

- 1952, XIII CIVR, vencedor Casimiro de Oliveira (P) em “Ferrari 225 S Vignale Spider” com o tempo total de 2:35:04,65 horas;

(nota do autor: o vencedor em 1951 foi Giovanni Bracco)

©Foto Marius / Fundo Achiles de Almeida

Já no final da década de 1960, início da década de 1970 disputaram-se na capital do desporto motorizado em Portugal provas assumidamente de “endurance”, a saber:

- 1969, XVIII CIVR, 6 Horas, Taça Circuito Internacional de Vila Real, vencedores David Piper / Christopher “Chris” Craft (Grã-Bretanha), “Porsche 908”, 6:01:06,27 horas;

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©Manuel Taboada ©Vieira e Brito ©Vieira e Brito ©Vieira e Brito
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- 1970, XIX CIVR, 500 km de Vila Real, Taça Circuito Internacional de Vila Real, vencedores Teddy Pilette/Gustave “Taf” Gosselin (Bélgica), “Lola Chevrolet T70 Mk3B”, 3:18:17,19 horas; ©Vieira e Brito ©Vieira e Brito Foto autografada do piloto de nacionalidade belga Teddy Pilette ©Vieira e Brito Lola Chevrolet T70 Mk3B da equipa belga “Racing Team VDS) ©Manuel Carvalho
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Cumpre-nos assinalar também neste aspeto o pioneirismo de Vila Real e da organização (na época a cargo da “Comissão Permanente do Circuito Internacional de Vila Real”), uma vez que a prova de 1969 foi a primeira do género realizada em Portugal continental!

Provas de longa distância premeiam, na nossa ótica, não só a inteligência dos pilotos, a solidez da equipa, pilotos e mecânicos e, naturalmente, a fiabilidade das máquinas que muitas vezes se sobrepõe às performances absolutas dessas mesmas viaturas de competição. “Endurance” é

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©Vieira e Brito ©Vieira e Brito Foto das “6 Horas de Vila Real” da autoria do Amigo António Carlos Moreira a quem, desta forma, prestamos a nossa sentida homenagem. uma tradição do Circuito Internacional de Vila Real. ©Vieira e Brito

PERSONALIDADE: Eduardo Santos Garagem “Aurora”

Nasci, orgulhosamente, numa Cidade Portuguesa que, para além do mais, faz gala de “desde sempre” gostar muito de CORRIDAS!! Só para os mais desatentos falo, evidentemente, de Vila Real.

A minha querida Mãe comunga, naturalmente, da mesma paixão, assistindo desde tenra idade às provas do Circuito Internacional de Vila Real, levada pela mão dos meus Avós - o meu Avô Felizardo teve inclusivamente durante largos anos a função de trabalhar e coordenar os homens e mulheres encarregues de todas as operações de manutenção da pista até ao baixar da bandeira de xadrez.

O meu Pai, tendo nascido em Lisboa, já antes de fisicamente cá ter vindo a primeira vez, em 1979, estava totalmente rendido por tudo aquilo (na altura ainda muito pouco...) que ia absorvendo e apreendendo através de comentários falados e escritos ao que à “Princesa do Marão” dizia respeito e seus eventos motorizados.

É claro que todos nós em casa adoramos CORRIDAS!

Para além desta paixão, sempre me habituei, por educação (agradeço a quem ma transmitiu), a tentar dar o melhor que sei e posso em tudo aquilo que me proponho fazer, não perdendo nunca a oportunidade de o executar de forma a aliar o trabalho com a satisfação da tarefa desempenhada, no fundo, viver as oportunidades e a vida.

Estou eu nesta “retórica narcisista”, pensarão muitos de Vós, para chegar àquilo que verdadeiramente me interessa falar, nesta ocasião de festa e celebração que é a realização da 52ª edição do nosso querido Circuito Internacional de Vila Real, no seu 92º ano de existência: lembrar e marcar a nossa homenagem a um grande Senhor, de Seu nome Eduardo Santos.

Perdoem-me a ousadia, mas tudo aquilo que o Senhor Eduardo foi e procurou ser, falando naturalmente mais da sua faceta profissional, a mais conhecida, é a postura que, na minha modesta opinião, qualquer pessoa de bem deve ter se quer deixar uma marca de competência, amizade, respeito, dedicação, procura incessante de fazer mais e melhor, lutar contra as adversidades, valorizar relações humanas, fugir do facilitismo (...) e que, como acima referi eu também, muito modestamente, procuro seguir. E claro, ambos temos um enorme gosto comum pelas corridas....

“Mestre” Eduardo Santos, que guiou o Porsche que aparece em segundo plano, acompanhado do Pai deste vosso escriba, em Julho de 2015, antes de se dar início ao desfile do “Porsche Club de Portugal” no decorrer do XLV Circuito Internacional de Vila Real. ©Vieira e Brito

Recordarei sempre as histórias que o meu Pai me contou sobre o Senhor Eduardo e a Sua filha adotiva, a “Garagem Aurora” – as visitas “eventuais” à garagem, sempre que não havia aulas e as “obrigatórias”, nos dias que antecediam fins-de-semana de corridas, para ver a preparação dos carros.

A sensação de se chegar a um local único e “sagrado” para quem venera este mundo apaixonante, tive-a também eu, a primeira vez que lá fui levado pela mão do meu Pai, já na segunda (na realidade era já a terceira) localização que a “Garagem Aurora” teve, em virtude do inacreditável infortúnio a que este Homem, e toda a Sua equipa, tinham sido sujeitos uns anos antes.

Entrar em instalações, muito modestas na altura devido às circunstâncias, onde se podiam ver as coroas de louros

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©Garagem Aurora

penduradas nas paredes, as taças e troféus conquistados, os carros de competição, e também os de particulares, serem cuidados, na sua grande maioria representando a marca Porsche, o facto de as afinações dos motores serem feitas lançando mão de um instrumento mais vulgar na medicina – o estetoscópio – foi uma experiência que me deixou recordações inesquecíveis. A estas juntam-se também a visão de carrocerias de máquinas de competição que “Mestre” Eduardo tinha criado, vítimas do fogo que implacavelmente as consumiu, mas que mesmo assim ele guardava no logradouro da garagem, como um Pai que, tendo visto os “filhos” perecerem, quer manter o que deles restou o mais perto possível.

Estas são memórias que me marcaram e moldaram fruto da personalidade de um Homem, a quem todos consensualmente tratam com toda a justiça por “MESTRE” (sin. pessoa dotada de excepcional saber, competência, talento em

qualquer ciência ou arte) que, caso não tivesse nascido onde nasceu, teria seguramente atingido uma notoriedade ainda maior, como os irmãos “Kremer” na Alemanha ou “Almeras” em França!

Antes de terminar quero dizer-lhe um segredo “Mestre” Eduardo, aqui que ninguém nos ouve: a organização do Circuito Internacional de Vila Real, da qual muito me honra e enche de orgulho fazer parte, resolveu, e muito bem, dar mais um contributo, indiscutivelmente justificado, para eternizar a Sua memória. Se reparar bem uma das Suas criações aparece no cartaz da 52ª edição do nosso querido Circuito. Isso ninguém poderá alterar!

Bem-haja “Mestre”.

Momento de partilha e felicidade! “Olha o miúdo veio-me pedir um autógrafo...” terá pensado “Mestre”

de ter este momento valorizado com a Sua assinatura, em baixo do lado direito

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Eduardo. Mais tarde consegui o privilégio na foto. ©Vieira e Brito Circuito Internacional de Vila Real, Julho de 2023

EFEMÉRIDE: Foi há 50 anos...

Vitória do “TEAM BIP” no Circuito Internacional de Vila Real

Consensualmente reconhecida como a equipa (Team do inglês) portuguesa de automobilismo com melhor organização até à altura, deve o seu nome à designação do sponsor principal, o “Banco Intercontinental Português”.

Estiveram na sua génese João Carlos Ferreira de Moura (JCF), empresário e piloto (disputou provas em Vila Real entre 1967 e 1970), Jorge de Brito, presidente do banco BIP e amigo de JCF e Carlos Gaspar (CG), engenheiro mecânico, empresário e piloto de automóveis, tendo esta sua faceta sido muito bem caracterizada por Adelino Dinis quando escreve no “Jornal dos Clássicos @jornaldosclassicos.com”: “...existiram alguns momentos em que Gaspar mostrou que era um piloto brilhante, capaz de ir além do guião, nas poucas vezes em que tal era necessário. A corrida de “Sport” em Vila Real, 1973 é, talvez, o episódio mais extraordinário da sua carreira. A sua vitória contra a oposição nacional e internacional, no mais desafiante circuito português, é uma das prestações mais espantosas do nosso automobilismo, e arruma definitivamente qualquer discussão sobre os seus méritos ao volante”.

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A estes três homens juntou-se a estrutura herdada da “Ecurie Bonnier”, liderada pelo Suíço Heini Mader. ©José Mota Freitas João Carlos Ferreira de Moura em Vila Real “Jaguar E” (1967), “Porsche 911T” (1970) ©João Carlos Ferreira de Moura Imagem (postal) concebido e realizado por Rui Queirós (©Ruic’s) com as assinaturas de Rodrigo Gallego, Carlos Gaspar e João Carlos Ferreira de Moura ©Vieira e Brito

Pelo Team passou a nata dos pilotos nacionais de então: os já citados JCF e CG e ainda Carlos Santos, Mário de Araújo “Nicha” Cabral, António Santos Mendonça e Jorge

Para a edição de 1973 do Circuito Internacional de Vila Real a equipa apresentou dois “Lola T-292” para Carlos Santos e Carlos Gaspar; Carlos Santos utilizou o chassis #HU-47 equipado de um motor Ford FVC/B 1980c.c. com 265 cavalos/9.000rpm; Carlos Gaspar dispunha do chassis #HU-52 com um motor com apenas 1930c.c, menos “puxado”, cerca de 255 cavalos/9.000rpm.. A preparação dos motores estava, naturalmente, a cargo do “mago” Heini Mader. Todos os outros componentes de ambos os chassis eram idênticos: injeção “Lucas”, caixa de velocidades “Hewland” FG-400, óleo “Esso”, velas “Motorcraft”, amortecedores “Bilstein”, travões “Lockheed”, jantes “Gotti” e pneus “Firestone”.

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©Artur Lemos ©Vieira e Brito Pinhol. Fotografia da equipa completa (©Foto Marius) antes do início dos treinos com o autógrafo de Carlos Santos que está junto ao Lola #1 ©Vieira e Brito Imagens dos treinos (©Foto Marius) autografadas por Carlos Gaspar, primeiro piloto e “Team Manager”, e Carlos Santos ©Vieira e Brito Belíssima imagem a cores captada a partir da bancada da reta de meta pela máquina fotográfica do Doutor Manuel Costa Lobo ©Manuel Costa Lobo

Havia fundamentadas esperanças num bom resultado apesar da fortíssima concorrência, cerca de 30 pilotos presentes. As coisas, no entanto, não foram fáceis. Vejamos: Gaspar obrigado a trocar de motor no final do primeiro treino (daí o motor menos “performante”). Acabaria no entanto por obter o segundo tempo absoluto, partindo do meio da primeira linha da grelha. Ainda nos treinos, Carlos Santos tem a “pole” durante quase toda a primeira sessão, apenas sendo suplantado no final por David “Dave” Walker, na altura a disputar o Campeonato do Mundo de Fórmula 1! A sorte seria contudo

madrasta para o virtuoso e conceituado piloto que não conseguiu evitar um despiste na saída da “Curva da Salsicharia” que deixou o chassis #HU-47 inutilizado, não podendo tomar parte na corrida!

E no Domingo dia 1 de Julho de 1973 chega o momento mais aguardado de todo o fim-de-semana. Vai-se iniciar a prova rainha, a corrida de “Sport”-Taça Circuito Internacional de Vila Real que foi transmitida em direto pelo canal nacional de televisão, “RTP - Rádio Televisão Portuguesa ”!

Detentor da “pole-position”, “Dave” Walker, em “GRD S73” da equipa oficial “DART Racing with GRD” (280 cavalos/9.000rpm.!!!), assume o comando desde a partida batendo inclusivamente o tempo realizado nos treinos durante a 12ª volta da corrida.

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©Vieira e Brito ©O Seculo Ilustrado/Alfredo Cunha Peter Gethin por ©Artur Lemos ©O Volante /Álvaro João David Walker por ©Artur Lemos

Carlos Gaspar, que estava imediatamente ao seu lado, falha o arranque (confessou-nos ter engrenado outra velocidade que não a primeira...) e desce sete posições, cruzando pela primeira vez a linha de meta na nona posição. Mas isso só serviu para trazer ao de cima todo o potencial da equipa e do piloto que cerrou os dentes e começou a recuperar posições – à terceira volta estava no sexto lugar, passa para quinto na sexta volta, e, sensacionalmente na sétima volta já se encontrava no terceiro lugar. Daí para a frente tudo fez para alcançar o primeiro lugar tendo batido o record do Circuito (6.925 metros) com o tempo de 2:19:12 à espantosa média 178,173 km/h. Recordamos que apenas uma parte do Circuito tinha uma fiada simples de rail’s metálicos, a restante “proteção” era “proporcionada” por fardos de palha (soltos), passeios, muros, casas, árvores, campos, vinhas, com duas pontes e duas passagens de nível pelo meio. As maiores velocidades eram, naturalmente alcançadas na aproximação à zona da “Timpeira” e no final da zona de “Mateus” com a sua famosa reta. Mas como o próprio dizia “era para ir a fundo, ia-se a fundo”, enquanto batia ruidosamente com o pé no chão mimetizando e recordando o gesto. Alcança a primeira posição à 28ª volta das 33 que a prova teve; a multidão que teve o privilégio de assistir ao vivo e em casa pela televisão exultou! A título de curiosidade a ultrapassagem a Peter Gethin - Chevron B-23

da equipa oficial “Red Rose Racing” (275 cavalos/9.000rpm.), outro piloto que também disputava o Campeonato de Mundo de Fórmula 1, foi feita no local que habitualmente se aponta como aquele que em Vila Real diferencia os BONS dos MUITO BONS: Mateus!!

Nas cinco voltas finais, mesmo com Gethin a forçar o andamento, Carlos Gaspar, com todo o público a encorajá-lo, não perde mais o primeiro lugar, como acontecera em 1972, e VOA PARA A VITÓRIA!!!

Ganhou TODA a equipa do “Team BIP”, ganhou o Circuito Internacional de Vila Real, o seu MARAVILHOSO público, ganhou a cidade de Vila Real e as suas BOAS e “BRAVAS” GENTES e, imperdoável esquecer, ganhou quem foi sempre a retaguarda de tudo o que o Senhor Engenheiro Carlos Gaspar alcançou, a sua maravilhosa mulher, Senhora Dona Anne Gaspar.

Há 50 anos (1973) a história, quase centenária, do nosso querido Circuito foi escrita a letras de ouro!

Extraordinária foto de João Paulo Sotto Mayor que retrata Carlos Gaspar nas “boxes” de Vila Real. À esquerda Anne Gaspar, encoberta pelo capacete do piloto e pelo blusão do “Team BIP” por ele usado. Ambos acompanhados do escultor João Charters d’Almeida (de óculos, em segundo plano na foto), amigo da família Gaspar, que idealizou e desenvolveu toda a imagem gráfica da equipa BIP! ©João Paulo Sotto Mayor

Como nota final permito-me referir algo que, podendo parecer uma inconfidência, porque por ele me foi várias vezes transmitido escrita e oralmente a título particular, na realidade não o é, pois foi sobejamente repetido também em público pelo piloto que digna e merecidamente ganhou uma das edições mais emocionantes do Circuito Internacional de Vila Real; passo a citar “... o respeito e admiração que tenho e terei pelas gentes (de Vila Real) e pelo “meu” Circuito. E pelo de agora que, contrariamente ao que leio, é erradamente comparado com outros (... é) Vila Real – afirmo eu – um Circuito citadino ao qual os outros devem, pela nossa excelência, obediência na comparação. (...) Vila Real existe e deve progredir para chegar outra vez onde já esteve. No topo.” Em 3 de Julho de 2019.

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©Fundo Achiles de Almeida
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©Foto Marius
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1979 a 1991 2007 a 2010 2014 a 2019 2022...
Os Logótipos do Circuito Internacional de Vila Real ao longo dos tempos...
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Chegar ao Circuito Internacional de Vila

Real nas décadas de 1960 e 1970

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©Comissão Permanente do Circuito Internacional de Vila Real
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Vila Real, ímpar!

Os mais de setecentos anos de história concedem a Vila Real o inestimável título de cidade capital de toda uma região. O norte interior, com a sua diversidade ímpar, é partilhado com o acesso privilegiado a essa pérola património da humanidade conhecida como Douro. Rodeada de paisagens e lugares únicos, pela qualidade dos seus ecossistemas, Vila Real é destino cimeiro da Biodiversidade. Na gastronomia, apresenta distinções inigualáveis como uma das sete maravilhas à mesa e maravilhas doces de Portugal. Boas razões para uma visita demorada, plena de sensações e experiências inolvidáveis.

“Entre!…e já está no Reino Maravilhoso.” Miguel Torga

O que visitar?

Palácio de Mateus | Casa de Mateus

Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910. Todos os estudos referentes ao Solar de Mateus são unânimes em considerá-lo uma das obras mais significativas da arquitetura civil portuguesa do período barroco. Não se sabe ao certo em que data é que a Casa começou a ser construída, mas é certo que a sua conclusão se verificou em 1744, a Capela foi terminada em 1750, data que coincide com a época em que o Arquiteto italiano Nicolau Nasoni trabalhou na zona, a quem é atribuída a autoria da obra. Atualmente, a Casa de Mateus é administrada pela Fundação com o mesmo nome, fundada em 3 de Dezembro de 1970, e dirigida pela família, organizando diversas atividades de âmbito cultural, para além de conservar a biblioteca e o museu.

Igreja de S. Domingos | Sé de Vila Real

Classificada como Monumento Nacional, a igreja de São Domingos ou Sé de Vila Real, sede de um convento dessa ordem, foi erigida a partir de 1424 e constitui o melhor exemplo transmontano da arquitetura gótica. Passou por uma primeira remodelação, no século XVI, durante o reinado de D. Manuel, mas foi mais tarde, no século XVIII, que sofreu obras mais profundas. Nesta altura, a primitiva cabeceira gótica foi substituída em benefício de uma mais ampla, profunda e moderna, profusamente iluminada através de janelões nas paredes laterais. É deste período, também, que data a torre sineira (1742). A extinção das Ordens Religiosas, em 1834, significou a decadência do convento. Alvo de um violento incêndio, em 1837, que destruiu grande parte do recheio, só viria a ser restaurado nas décadas de 30 a 50 do século XX, altura em que foi colocado o atual retábulo-mor, obra maneirista do Convento de Odivelas. Mais recentemente, o IPPAR promoveu um projeto inovador, convidando o pintor João Vieira a efetuar um conjunto de vitrais para o edifício. O resultado foi uma composição inspirada no prólogo do «Evangelho Segundo São João», atualmente integrada na estrutura medieval do edifício.

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Parque Corgo

O Parque Corgo situa-se nas margens do rio que lhe dá nome e tem uma área de cerca de 33 hectares; está ligado ao Parque Florestal, um verdadeiro pulmão da cidade e incorpora vários equipamentos: campos polidesportivos, itinerários pedestres, parque de merendas de Codessais (equipado com grelhadores e mesas), piscinas municipais abertas, parque infantil, cafés e casas de chá; é ainda possível ver antigos moinhos, alguns deles recuperados. Na área correspondente ao Parque Florestal está instalado um circuito de manutenção, que convida à prática de hábitos de vida saudáveis. Numa das margens do rio estão as instalações do Centro de Ciência Viva. Esta área da cidade assume um papel primordial na vida dos vila-realenses, havendo uma notória ligação criada entre estes, o rio e todo o ambiente do Parque. Deixe que o rio Corgo seja o seu anfitrião, ele dar-lhe-á a conhecer cada recanto deste Parque! Venha desfrutá-lo!

Parque Natural do Alvão

Esta Área Protegida, tal como o nome sugere, situa-se no conjunto montanhoso definido pelas Serras do Alvão e do Marão e parte da sua área está na zona indefinida de tran-

sição das duas serras. A área do Parque Natural do Alvão corresponde à cabeceira da bacia hidrográfica do rio Olo, afluente do Tâmega, e a uma pequena aba (Arnal) virada a Este, pertencente à bacia do Corgo. É neste parque que se encontra a maior cascata natural da península ibérica, conhecida por Fisgas de Ermelo.

Vegetação e flora: as condições de clima e altitude em simultâneo, são responsáveis pela diversidade e diferenciação da cobertura vegetal. Até ao momento estão inventariadas e referenciadas cerca de 486 espécies de plantas, sendo 25 delas endemismos ibéricos, 6 endemismos lusitânicos e 23 possuem estatuto de conservação.

Fauna: a intervenção do homem no Parque Natural do Alvão tem determinado a manutenção e o equilíbrio entre as diferentes formas de vida da fauna selvagem. Esta atitude tem contribuído para a diversidade biológica ao serem criadas novas unidades ecológicas biótopos, campos agrícolas, lameiros, sebes, etc., que se associam aos biótopos naturais. É na área do Parque Natural do Alvão que encontra apascento uma raça autóctone, que origina uma das mais suculentas e saborosas carnes portuguesas: a Maronesa DOP.

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Aldeia de Bisalhães | Olaria negra Bisalhães é uma aldeia situada na encosta sul da freguesia de Mondrões, concelho de Vila Real. É célebre pela olaria de Bisalhães, mais conhecida por “Barro preto de Bisalhães”. Recorde-se que a decisão de inscrição do barro preto de Bisalhães na lista do património cultural imaterial que necessita de salvaguarda urgente da Unesco foi tomada no dia 29 de novembro de 2016, em Adis Abeba, Etiópia, na sequência de uma candidatura apresentada pelo Município de Vila Real. Este reconhecimento internacional foi um passo fundamental para a valorização da arte ancestral dos Oleiros de Bisalhães, que deixou de estar confinada ao nosso território e passou a ser partilhada com o Mundo.

Destaques da Gastronomia!

Covilhetes

Espécie de “empadas” que devem o seu nome à pequena forma de barro preto (de Bisalhães) em que iam ao forno. Hoje em dia, o molde já não é de barro, mas o nome mantém-se. A tradição desta especialidade é muito antiga e está ligada às festas de Santo António, do Senhor do Calvário e da Senhora da Almodena, que eram as únicas ocasiões em que era vendido. Desde a década de 60 do séc. XIX que os Covilhetes começaram a ganhar notoriedade na Gastronomia Vila-Realense e, no séc. XX, havia pessoas que os vendiam pelas ruas da Cidade em tabuleiros cobertos com panos de linho. Atualmente, podemos comprar Covilhetes numa qualquer pastelaria de Vila Real, pois são comercializados diariamente. Integra o menu das 7 Maravilhas à Mesa de Vila Real.

Pitos de Santa Luzia

Com origem no antigo Convento de Santa Clara, os Pitos de Santa Luzia ganharam forma e paladar pelas mãos de Maria Ermelinda Correia, uma Irmã Imaculada de Jesus que, segundo reza a história, era muito gulosa. Ora, sabendo a Madre Superiora de toda a sua gula, proibiu-a de comer todo o tipo de doces. A Irmã Ermelinda Correia, não conseguindo controlar a sua gulodice, criou um doce cuja forma se assemelhava muito com os pachos de linhaça com que trata-

va os doentes com problemas de olhos. E assim nasceu o Pito de Santa Luzia (padroeira dos doentes com problemas de olhos), uma especialidade com recheio de doce de abóbora e cobertura de massa de farinha, que é um dos ex-líbris de Vila Real. Manda a tradição Vila-realense que as raparigas ofereçam o Pito aos rapazes nos dias da Festa de Santa Luzia. Integra o menu das 7 Maravilhas Doces de Vila Real.

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Carne Maronesa DOP

É nas pastagens da região delimitada pelas Serras do Marão, Alvão e Padrela que esta raça autóctone encontra apascento e são as particularidades deste território que conferem à Carne Maronesa D.O.P. características organolépticas únicas, fazendo dela um produto de topo, que se distingue pela textura tenra e sabor incomparável com que chega à mesa dos consumidores. Para que estas características possam ser verdadeiramente degustadas, a Carne Maronesa deverá ser apenas temperada com sal. Não deixe de provar esta especialidade e, se nos permite a sugestão, acompanhe com um Vinho Tinto Reserva da Adega Cooperativa de Vila Real.

Vila Real, uma lenda…

Reza a lenda, que durante o reinado de D. João I (ou de D. Dinis), durante a campanha de conquista da praça de Ceuta (Marrocos), estaria um grupo de rapazes a jogar o jogo da choca (uma espécie de hóquei medieval), com um pau a que davam o nome de “aleo”. O rei terá criticado a sua despreocupação em tempo de guerra, quando um dos rapazes, D. Pedro de Meneses, que viria a ser o 1º Conde de Vila Real, terá respondido que com o mesmo aléu com que jogavam a choca tratariam dos inimigos. Satisfeito com a resposta, o rei mandou que a palavra aléu fosse inscrita no brasão da cidade.

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Agenda Cultural

Dia 14 de Julho

Concerto

“GNR- Grupo Novo Rock”

https://www.facebook.com/osgnr?locale=pt_PT

22h00

Praça do Município, Vila Real.

Dia 15 de Julho

Concerto

“Expensive Soul”

https://www.expensivesoul.com

22h00

Praça do Município, Vila Real.

“DJ Wilson Honrado”

< https://www.facebook.com/DJWILSONHONRADO> 24h00

Praça do Município, Vila Real.

Concerto

https://www.facebook.com/bandamateus/?locale=pt_PT 22h00

Praça do Município, Vila Real. “Banda de Música de Mateus”

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“DJ João Vaz”

http://joaovaz.pt/?fbclid=IwAR3e8ovsyblck7C5qr2Hhq9p-eVBuMeTjj3MLJaOvnXvUpekcQ7bMkuy-pw 24h00

Praça do Município, Vila Real.

- Exposição de fotografias retrospetiva do “51º Circuito Internacional de Vila Real”, patente no “Museu de Arqueologia e Numismática” de Vila Real (https://museu.cm-vilareal.pt).

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AGRADECIMENTOS

A Organização do 52.º Circuito Internacional de Vila Real agradece a colaboração de todos os que tornam possível a realização deste grandioso evento, nomeadamente:

- Bombeiros Voluntários da Cruz Branca, Vila Real;

- Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real - Cruz Verde;

- PSP - Polícia de Segurança Pública;

- GNR - Guarda Nacional Republicana;

- Freguesia de Vila Real;

- Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil;

- Associação de Comissários de Desportos Motorizados do Estoril;

- Clube Automóvel do Minho;

- Regimento de Infantaria nº 13 - Vila Real;

- Cento Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro;

- Associação de Paralisia Cerebral de Vila Real;

- Teatro de Vila Real;

- Museu do Som e da Imagem, Vila Real;

- Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real;

- EMARVR- Água e Resíduos de Vila Real;

- EDP- Eletricidade de Portugal, S.A.;

- NERVIR – Associação Empresarial;

- Funcionários Municipais de Vila Real;

- Funcionários das Infraestruturas de Portugal – IP;

- Patrocinadores, colaboradores, pessoas e entidades que, direta ou indiretamente contribuem com o seu esforço, tempo e dedicação;

-Comerciantes e Moradores, nomeadamente os situados no perímetro do Circuito;

- Voluntários que colaboram com a organização;

- A todos os que de alguma forma tornaram possível este evento e tenham sido involuntariamente esquecidos.

O NOSSO MUITO OBRIGADO A TODOS, BEM-HAJAM!

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