Ricardo Aun Sergio Quilici Belczak
INTRODUÇÃO No início dos anos 1980 surgiram os primeiros relatos de tratamento de aneurismas de aorta com a utilização de endopróteses, por Nicholas Volodos e Juan Carlos Parodi. Nas décadas subsequentes houve um imenso avanço tecnológico no desenvolvimento desses dispositivos, com resultados cada vez mais animadores, a ponto de, muitas vezes, contestar-se a indicação de cirurgia convencional para alguns pacientes.1-5 As endopróteses são constituídas da combinação de um esqueleto metálico recoberto por um tecido, geralmente formado por polímeros como o polietilenotereftalato (dácron) e o politetrafluoretileno expandido (PTFEe). O esqueleto geralmente é formado por anéis metálicos de ligas como: tântalo, cromocobalto, cromocobalto e níquel (Elgiloy® ou Phynox®), níquel-titânio (nitinol) e aço inoxidável 316L. As propriedades destas ligas metálicas conferem características específicas a cada uma delas.6 O aço inoxidável 316L é resistente à corrosão, e tem baixo custo e excelente biocompatibilidade. Apresenta menores radiopacidade e resistência que o cromocobalto, que é resistente à corrosão, tem boa radiopacidade e permite a confecção de materiais de baixo perfil. O níquel-titânio apresenta alta elasticidade e excelente memória de forma. Tem excelente biocompatibilidade, é resistente à corrosão e apresenta baixa trombogenicidade. Uma peculiaridade é o fato de que pode ser ativado termicamente, dispensando a utilização de dispositivos como balões para sua expansão.6,7
Porém, aumentando-se o número de ondas, aumenta-se o perfil do dispositivo, uma vez que se faz necessária maior quantidade de metal. O comprimento das ondas (distância entre o pico e o vale, Figura 10.1) influi na flexibilidade da endoprótese, uma vez que o metal é rígido e não acompanha as tortuosidades do vaso. Quanto maior o seu comprimento longitudinal, menor a flexibilidade da endoprótese. Entretanto, ao se encurtarem os anéis para melhorar a flexibilidade, aumenta-se o número de anéis para se manter a sustentação longitudinal, aumentando o perfil do dispositivo. Atualmente, diversas endopróteses apresentam áreas com disposição diferente daquela dos anéis metálicos, de acordo com a necessidade da região da endoprótese. Nas áreas submetidas à tortuosidade, os anéis são menores, gerando flexibilidade; na área de fixação proximal, na qual se faz necessária maior força radial, os anéis possuem mais voltas, e assim por diante.
Comprimento das ondas (distância pico-vale)
Número de ondas
CARACTERÍSITCAS ESTRUTURAIS Anéis metálicos Os anéis metálicos são os responsáveis por diversas propriedades das endopróteses. Caracterizam, de acordo com sua conformação tridimensional e sua relação com outros anéis, a força radial, a flexibilidade, a sustentação e o perfil do sistema de liberação do dispositivo. Na maioria das vezes, são confeccionados com nitinol. O número de ondas influi na força radial, pois quanto maior é o número, maior a força radial aplicada sobre a parede da aorta.
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Figura 10.1 Características dos anéis metálicos das endopróteses
C o p y r i g h t ©2 0 1 6E d i t o r aR u b i oL t d a . B e l c z a k . C i r u r g i aE n d o v a s c u l a r eAn g i o r r a d i o l o g i a . Al g u ma sp á g i n a s , n ã os e q u e n c i a i s , ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .
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Endopróteses
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