[edição de quarentena]
Na poesia de Getulio, é um "corpo desorganismo" que assume a frente, como que entregue aos outros corpos numa proposta de trocas abertas à vida. Uma troca que alcança momentos de beleza singular em poemas como "Vou", onde lemos, num diálogo intenso com a avó, os versos: "Conto-te o caos?/ quando me mostrar a não lembrança". Assim contando-lhe, conta-nos, dá uma chance ao deslembrar como parte da poesia, pra que a gente não perca aquilo que nos falta. [Guilherme Gontijo Flores]