Revista MundoGEO 77

Page 1


Geoeduc



SUMÁRIO

8 10

Entrevista

Luiz Alberto Munaretto, instrutor e consultor de VANTs da DCA-BR

32

Latitude

Maior e mais importante evento de geotecnologias da América Latina aconteceu de 7 a 9 de maio, em São Paulo (SP), e reuniu 4.550 empresários, pesquisadores e usuários das informações e tecnologias geoespaciais

Boas novidades para o setor geoespacial do Brasil

44

24

MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014

Capa

Laser Scanner 3D: A revolução na coleta de dados Com inúmeras aplicações, precisão e detalhamento inigualáveis, tecnologia evolui rápido. Mercado brasileiro tem enorme potencial de crescimento

Passo a Passo

Integração entre o Google Maps Engine Lite e o Novo Google Maps - Parte 2

46

Geo ou BIM?

50

Tutorial

52

VANT

40

MundoGEOXperience

Integração com o GIS revolucionando a arquitetura, engenharia e construção

Contando histórias com mapas

Uma ameaça à fotogrametria?

Novas soluções geoespaciais e ideias inovadoras no Geo Hackathon, Geo Academia e atividades paralelas


56 58

60

Controle dos aerolevantamentos

64

GeoQuality

Copa do Mundo 2014

66

Laser Scanner 3D

70

Painel OGC

71

Painel FIG

72

Painel ISPRS

73

Painel IBG

Regulação das atividades pelo Ministério da Defesa

Fragmentação desordenada da zona rural e suas consequências

Qualificação profissional

Cursos online crescem mais que os presenciais

62

TI+GEO

64

Crowdfunding

Crescimento do mercado de sensoriamento remoto

O uso da Nuvem de Pontos

Consórcio Geoespacial Aberto no Brasil

Comissões e estrutura da Federação Internacional de Agrimensores

Congresso de Sensoriamento Remoto e Fotogrametria em Praga

Instituto Brasileiro de Geomática completa um ano de atividades

Desvendando Banco de Dados Geográficos - Parte 2

Geografia no financiamento de projetos e empreendimentos

Acesse artigos complementares na revista online www.mundogeo.com

Colaboraram nesta edição: Adriano Scheuer, Alberto Pereira Jorge Neto, Amauri Brandalize, André Luiz Costa, Arlete Meneguette, Bruno Damas, Carlos Yoshio Morita, Deilson Silva, Eduardo de Rezende Francisco, Felipe de Carvalho Diniz, Fernando Cesar Ribeiro, João Alberto Carvalho, José Augusto Sapienza Ramos, José Gaspar Santos, Lena Halounová, Luise Friis-Hansen, Luiz Dalbelo, Philipe Borba, Rovane Marcos de França, Sérgio Roberto Horst Bamba, Trevor Taylor, Valther Xavier Aguiar, Wilson Anderson Holler

6 14 15 20 22 48 74 75 76

Editorial Web Seção do Leitor Navegando Lançamentos VANTs & Drones OnLine Classificados Guia de Empresas


EDITORIAL

(R)EVOLUÇÃO DO SETOR DE GEO

Revista MundoGEO Publicação bimestral - ano 16 - Nº 77 Diretor e Publisher | Emerson Zanon Granemann | emerson@mundogeo.com Editor | Eduardo Freitas | eduardo@mundogeo.com Assessores Editoriais | Alexandre Scussel | redacao@mundogeo.com Ivan Leonardi | jornalismo@mundogeo.com Estagiário | Fabricio Hein | cursos-es@mundogeo.com Gerente de TI | Guilherme Vinícius Vieira | guilherme@mundogeo.com Comercial | Jarbas Raichert Neto | jarbas@mundogeo.com Marketing | Bruno Born | marketing@mundogeo.com Atendimento e assinaturas | Thalita Nishimura | assinatura@mundogeo.com Dienifher Gonçalves | atendimento@mundogeo.com Dayane Alves | contato@mundogeo.com Administração | Eloísa Stoffel Eisfeld Rosa | financeiro@mundogeo.com Projeto Gráfico e Editoração | O2 Design | o2@o2comunicacao.com.br CTP e Impressão | Maxigráfica MundoGEO www.mundogeo.com | Fone/Fax (41) 3338-7789 Rua Doutor Nelson Lins d’Albuquerque, 110 - Bom Retiro Curitiba – PR – Brasil – 80520-430 Todas as edições da Revista MundoGEO estão online no Portal MundoGEO. O material publicado nesta revista só poderá ser reproduzido com autorização expressa dos autores e da MundoGEO Ltda. Todas as marcas citadas nesta publicação pertencem aos respectivos fabricantes. O conteúdo dos anúncios veiculados é de responsabilidade dos anunciantes. A editora não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Edições avulsas da Revista MundoGEO estão disponíveis para compra no Portal MundoGEO.

6

MundoGEO 77 | 2014

como consultora de um congresso e feira de geotecnologia. Menos de uma década depois, o panorama é totalmente diferente. Todos os assuntos referentes à geomática e soluções geoespaciais foram agrupados na revista MundoGEO - que é a principal publicação sobre geotecnologia da América Latina, em português e espanhol -, o portal tem um informativo diário - em português, espanhol e inglês e tem batido recordes de visitação, os seminários online (webinars) - também nos três idiomas - entraram no dia-a-dia dos profissionais e cada vez contam com mais participantes, as redes sociais passaram a ser tanto uma fonte de pautas como um canal de interação com a comunidade e, hoje, a empresa organiza a maior e mais importante feira e conferência de geotecnologia do Hemisfério Sul, o MundoGEO#Connect, além do novo evento MundoGEOXperience. Ambos os eventos, realizados de 7 a 9 de maio deste ano com mais de 4,5 mil participantes – entre presenciais e online -, foram emblemáticos nesse sentido e evidenciam como a MundoGEO obteve a liderança no setor de mídia e comunicação na região e se posiciona, agora, como um dos principais players globais. ¡Viva la revolución!

Fale conosco

EDUARDO FREITAS Engenheiro Cartógrafo (UFPR) e Técnico em Edificações (UTFPR). Editor do Portal e Revista MundoGEO, Consultor Técnico da Programação do MundoGEO#Connect LatinAmerica, Coordenador de Cursos e Pesquisas do Instituto GEOeduc, Diretor Financeiro da Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos - Regional Paraná (Abec-PR), Tradutor/ Revisor do Informativo para América Latina e Caribe da Associação para a Infraestrutura Global de Dados Espaciais (GSDI) e Tradutor do Informativo para Iberoamérica do Consórcio Geoespacial Aberto (OGC) eduardo@mundogeo.com

Você tem alguma dúvida de que estamos vivendo uma revolução no setor de geotecnologia? Drones, mapas indoor, big data, laser scanner, entre outras tecnologias de ponta estão sendo discutidas pelo cidadão comum, que já interage com a localização como uma commodity. Segundo a revista britânica Nature, as geotecnologias estão entre os três mercados emergentes mais importantes da atualidade, juntamente com a nanotecnologia e a biotecnologia. E estamos apenas no começo desse ponto de inflexão no mercado de geo. A MundoGEO tem evoluído junto com o mercado nos últimos 10 anos, sempre atenta às mudanças e ágil na tomada de decisão para a realização de novas iniciativas e alterações de rumo. Em 2005 ainda havia uma divisão entre as revistas InfoGEO e InfoGNSS - pois o geoprocessamento e imagens de satélites eram abordados de forma separada dos levantamentos de campo -, e o portal MundoGEO contava com um informativo semanal. A interação em redes sociais estava apenas começando, sendo que a maioria das trocas de experiências era feita através de listas de discussão por email. Já os eventos eram somente presenciais, sem nenhuma opção de participação online, e a empresa atuava

Publisher

emerson@mundogeo.com

Editor

eduardo@mundogeo.com

Assinatura

assinatura@mundogeo.com

Marketing e Parcerias

marketing@mundogeo.com

Publicidade

comercial@mundogeo.com


trimble


ENTREVISTA

LUIZ MUNARETTO Instrutor de cursos aeronáuticos e consultor na área de VANTs

Com o tempo, as empresas sentirão necessidade, por questões legais e financeiras, de se profissionalizarem 8

MundoGEO 77 | 2014

Engenheiro eletricista, piloto instrutor da Aviação de Caça e piloto de provas, Luiz Munaretto é instrutor do curso de ensaios em voo, com 25 anos de experiência na área. Coronel da reserva da FAB, Munaretto foi inspetor de aviação (INSPAC) pelo DAC. Ministra cursos aeronáuticos no Brasil e no exterior e provê há 4 anos cursos e consultorias na área de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) pela DCA-BR, onde é especialista, instrutor e consultor de VANTs e em engenharia aeronáutica. Munaretto foi instrutor do Curso VANTs & Drones, realizado no MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014. MundoGEO: Quais os componentes necessários para se efetuar operações com VANTs com segurança? Luiz Munaretto: Vou responder a pergunta com 4 outras perguntas: a) o VANT está regular e obedece as normas da Anac, do Decea e da Anatel? b) o VANT tem documentação operacional e segue um programa de manutenção? c) o piloto do VANT está bem treinado e tem conhecimentos de aerodinâmica, de meteorologia e de regras de tráfego aéreo? d) a empresa tem padrões de operação estabelecidos? Se as 4 respostas foram “sim”, pode-se dizer que essa operação tem padrão um mínimo aceitável de segurança. MG: As empresas do setor de mapeamento estão prontas para atuar com VANTs? LM: A maioria das empresas considera a operação de VANT como uma operação de aeromodelo mais sofisticado e não como uma atividade aeronáutica como deveria ser. Outro aspecto é que as empresas concentram-se na parte da coleta dos dados (razão maior da operação) e confiam demais na baixa probabilidade de falhas, em problemas de tráfego aéreo e no dano a terceiros (pessoas ou propriedades). MG: Como estão caminhando as questões legais para uso de VANTs no Brasil? LM: Para operações experimentais de VANT já existe regulamentação específica da Anac e do Decea. Para operações não-experimentais a Anac deverá aprovar legislação (estima-se) até o fim de 2014. MG: Qual a importância de se ter diferentes níveis de regulamentação? LM: Os diferentes níveis de regulamentação implicarão em que VANTs maiores terão níveis “mínimos” de segurança regulamentares mais elevados. Destaca-se a palavra mínimos, pois a própria empresa pode elevar os seus requisitos para patamares mais altos em beneficio da segurança das operações. Esses níveis irão variar, basicamente, nos requistos de projeto e de manutenção do VANT e na habilitação do piloto.

MG: Quais as possibilidades e possíveis aplicações ainda não estabelecidas para esta tecnologia? LM: Hoje, a maior parte das operações no Brasil se concentram em coleta de dados em uma área específica, tais como: uma plantação, uma obra de engenharia civil, uma mina. Porém, existe um nicho de mercado ainda não explorado: o mercado de operações legais para atender grandes empresas governamentais e privadas, que não aceitariam operações fora da legislação da Anac e do Decea.Tais empresas demandam inspeções em grandes áreas e grandes linhas (florestas, hidrelétricas, fronteiras, linhas de transmissão de energia, oleodutos, gasodutos, estradas etc.). MG: Qual a sua visão sobre o uso civil de VANTs no Brasil? LM: Existe um potencial muito grande de aplicações, conforme mencionado na resposta acima. Em geral, as necessidades de aplicações serão atendidas, na sua maior parte, por operações ilegais. MG: E para uso militar, quais as principais vantagens e como os VANTs já vêm sendo utilizados no país? LM: As vantagens principais em uma operação militar, quando comparado com uma aeronave tripulada, são: o menor custo operacional por hora de voo, a maior autonomia e nenhuma perda de tripulação nas missões. No Brasil, as três Forças Armadas já fazem operações com VANTs, sendo que a Força Aérea e a Marinha já têm emprego operacional regular dessa tecnologia. MG: Como você enxerga o futuro desta tecnologia em relação ao mercado brasileiro? LM: Dada a extensão territorial do País, o emprego ainda é incipiente. O mercado de VANTs pequenos e médios ainda tem muito potencial de crescimento. Com o tempo, as empresas sentirão necessidade, por questões legais e financeiras, de se profissionalizarem e terem uma visão aeronáutica para operação dos VANTs.


furtado

MundoGEO 77 | 2014

9


LATITUDE

CONGEO SUBSTITUIRÁ A CONCAR Governo prepara termos de referência para contratação de dados geográficos pelo poder público EMERSON ZANON GRANEMANN Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do MundoGEO emerson@mundogeo.com

D

uas grandes novidades agitam e animam o mercado geoespacial do Brasil. Primei-

com a comunidade e liberar termos de referência

ro, o Projeto de Lei que está sendo finalizado

depois chegar na produção de mapeamento

pelo Ministério do Planejamento e Gestão para

a partir de sensores ópticos, radar e laser. Este

ser encaminhado para votação no Congresso,

esforço também engloba a implementação de

o qual cria o Conselho Nacional de Geoinfor-

instrumentos e controle das áreas mapeadas,

mação (Congeo). Pelo que sabemos, este novo conselho substituirá a Comissão Nacional de Cartografia (Concar). Esperamos sinceramente que ele seja mais leve e enxuto e que tenha mais representatividade de fato, não só na teoria, dos diversos segmentos que formam a comunidade, como instituições públicas, universidades e as empresas do setor - organizadas através de suas associações. É mais que sabido que o modelo da Concar, desde sua criação há vários anos atrás, não deu certo, apesar do grande esforço dos profissionais envolvidos. Isto pode ser explicado pela burocracia, pouco comprometimento de boa parte dos representantes e ausência de força política, que é histórica neste meio. Reuniões semestrais, realizadas com membros titulares de uma enormidade de instituições, tinham que lidar frequentemente com “recém-chegados” ao tema. As discussões e definições que não avançavam,

MundoGEO 77 | 2014

evitando sobreposição, o que é muito comum hoje nos mapeamentos. Com estes instrumentos, os diversos órgãos públicos poderão usar estes termos para balizar suas contratações de serviços e facilitar o intercâmbio da geoinformação entre os diversos órgãos governamentais. Temos convicção de que estas ações reverberarão nos governos estaduais e municipais, refletindo uma nova postura destes usuários e, com isso, impulsionando o mercado, pois como se sabe mais da metade das contratações de mapeamento vêm das demandas governamentais. Outros desafios se apresentam. Esperamos que os governantes, independentemente de suas convicções partidárias, pensem no setor de geração de dados para planejamento e monitoramento de suas ações com mais atenção. Fazer um país crescer de forma sustentável, criar

junto com as tecnologias e demandas dos usuários se

uma infraestrutura inteligente e monitorar seu

acelerando, acabaram por sufocar os planos da Con-

território exige muito investimento público na

car. Seu grande legado, deixado através do esforço

geração de dados geoespaciais.

da valente equipe, são os avanços da Infraestrutura

É fundamental que o governo invista mais

Nacional de Dados Espaciais (Inde) que, pelo que

nas equipes que virão a ser gestores da Políti-

percebemos, vem sendo valorizada pela comunida-

ca Nacional de Geoinformação, pois nesta área

de como garantia de interoperabilidade e compar-

não se pode pensar em quatro ou oito anos de

tilhamento dos tão disputados dados geoespaciais.

mandato. Movimentos deste tipo têm que ser

Em paralelo, o governo federal promete para

pensados como políticas de Estado de longo

este ano, numa primeira fase, discutir de fato

10

para contratação de imagens de satélite, para

prazo, isto é, de no mínimo vinte anos.


bentley


Hexagon


on (Leica)


WEB WEBINAR NA ÁREA AMBIENTAL REÚNE MAIS DE MIL PARTICIPANTES No dia 13 de maio foi realizado o webinar "serviços ecossistêmicos em avaliação de impacto ambiental", que reuniu 1178 pessoas na sala online. Com quase dois mil inscritos, o seminário foi realizado em parceria com a editora Oficina de Textos, e abordou as origens e os significados do conceito de serviços ecossistêmicos, mostrando as principais diretrizes e orientações atuais para sua aplicação na avaliação de impactos ambientais em projetos e casos práticos. Os participantes ganharam um desconto exclusivo de 20% oferecido pela Oficina de Textos - para aquisição do livro "Avaliação de Impacto Ambiental – 2ª edição”, de autoria de Luiz E. Sanchez, palestrante deste webinar. Visite www.mundogeo.com/webinar para conhecer a agenda completa e acessar os materiais (arquivos pdf e vídeos) de eventos anteriores.

25 MIL FÃS A MundoGEO atingiu no mês de maio a marca de 25 mil pessoas que “curtem” sua página no Facebook. Presente na rede social desde 2010, a MundoGEO posta diariamente conteúdos e curiosidades sobre o mundo das geotecnologias, além de compartilhar oportunidades no setor e realizar sorteios exclusivos. Acesse: www.facebook.com/mundogeoconnect e curta a MundoGEO no Facebook!

RECORDE HISTÓRICO No dia 5 de maio o Portal MundoGEO registrou um recorde histórico de visitação diária, com 8.247 visitantes únicos. "Este recorde histórico é fruto de vários fatores, desde a qualidade da equipe que produz o conteúdo, passando pela sua alta capacidade produtiva, o crescimento da MundoGEO nas redes sociais, a proximidade com o evento MundoGEO#Connect e o interesse cada vez maior da sociedade nas Geotecnologias. Enfim, tudo contribuiu para esta alta visitação, e certamente a marca de 8,2 mil visitas será batida nos próximos meses", comemora Eduardo Freitas, editor e coordenador do portal. Acesse o Portal MundoGEO em www.mundogeo.com e fique por dentro do setor de geotecnologias!

JÁ CONHECE A MAIOR REDE SOCIAL DE GEOINFORMAÇÃO DO MUNDO? GeoConnectPeople é a primeira e única rede social exclusiva do setor de geomática e soluções geoespaciais. Você sabia? + 6.600 é o número de membros na rede + 570 fotos já foram postadas pelos membros + 330 tópicos estão em discussão no fórum + 230 eventos já foram criados na rede + 270 foram as postagens em blogs + 117 é o número de grupos na rede #facts • GeoConnectPeople é a rede social global de pessoas envolvidas com soluções geoespaciais • A plataforma é aberta a todos os usuários e produtores de geoinformação • Os conteúdos são ligados às geotecnologias e suas diversas aplicações • A rede está pautada pelo debate de ideias e a construção colaborativa de conteúdos • O GeoConnectPeople é um projeto social sem fins lucrativos, criado e mantido pelo MundoGEO Acesse http://geoconnectpeople.org e crie o seu perfil!

+Lidas Março

14

Abril

Garmin lança tablet com GPS, Wi-Fi e sistema Android

IBGE mapeia centralidade da gestão do território brasileiro

CPRM produz recorde de mapas geológicos do Brasil

Lançado mapeamento a laser de Pernambuco

Esri lança mapas que ajudam a interpretar a crise na Crimeia

Geógrafos, agrimensores e cartógrafos se reúnem para discutir legislação, currículos e atuação

MundoGEO 77 | 2014


SEÇÃO DO LEITOR REVISTA Primeiramente gostaria de agradecê-los pelo excelente trabalho que estão desenvolvendo em frente à revista MundoGEO. Recebi o anuário 2014 e percebi que o Instituto Federal do Mato Grosso com o curso Geoprocessamento, e Universidade de Cuiabá com o curso de Geografia, ficaram fora da tabela na página 25. São dois cursos importantes na área de geotecnologias.

Antonio Carlos de Oliveira Dias | Cuiabá (MT) Antonio, Obrigado pela dica! Vamos atualizar a lista de cursos para as próximas edições do Anuário. OPINIÃO Gostei dos temas levantados no vídeo "Educação: Como melhorar os recursos humanos", mas me surpreendi por não ter escutado sobre o licenciado em geografia! Este profissional, ao meu ver, tem capacidade de intermediar as aproximações dos profissionais/universidades com a geotecnologia, uma vez que desenvolveu em sua formação não só conhecimentos sobre o tema, mas também maneiras de o repassar por meio da educação.

Patrícia Iribarrem É de importância fundamental o empenho para criar uma rede de conhecimento na qual profissionais de diversas áreas de co-

Exército normatiza e produz dados geoespaciais para a Copa do Mundo 2014 Rogerio Filho O exercito brasileiro está de parabéns pela nova tecnologia!

nhecimento possam compartilhar informações com estudantes, pesquisadores, entidades públicas e profissionais da iniciativa privada. O evento MundoGEO#Connect2014 possibilitou essa difusão de ideias porque propiciou contato com um quadro técnico excelente em aplicações voltadas para a Geotecnologia. Entre os valiosos tópicos que fizeram parte do curso de Banco de Dados Geoespaciais verificou-se a necessidade em criar banco de dados geo; enfrentamento das dificuldades de implementação, de cumprimentos de normas e procedimentos e de coleta e administração de dados e metadados. Penso que o foco agora seja a implementação de políticas de aquisição de dados com foco nas normas da Inde e nos padrões ISO da geotecnologia. O poder público deve ter um papel motivador, através de incentivos financeiros para que empresas da iniciativa privada possam focar na área de aquisição de dados geoespaciais. Parabéns para a equipe técnica da Revista MundoGEO por mais este evento de grande sucesso. Que no ano de 2015 possamos nos conectar novamente com a rede de conhecimento de geotecnologia e com isso implementarmos esses conhecimentos para o desenvolvimento da geotecnologia no Brasil.

Vicente Dias Filho | Mato Grosso

Envie críticas, dúvidas e sugestões para editorial@ mundogeo.com. Por uma questão de espaço, as mensagens poderão ser editadas.

Perfil dos Municípios Brasileiros Miguel Diniz Muito agradecido pelas informações sempre atualizadas. Parabéns!

MundoGEO#Connect 2014 Ejecart Empresa Júnior Excelente evento, parabéns a MundoGEO pela organização. Patricia De Castro Pedro O credenciamento poderia ser mais organizado. No primeiro dia foram 30 minutos aguardando para a impressão da credencial. Base de solos do Brasil Paulo Roberto Cunha Ferraz De interesse para os nossos amigos arquiteto (as), engenheiros e demais profissionais envolvidos na área.

@mrh773 Alarmante población vulnerable a peligros naturales en Peru es mas de 18 millones @MundoGEO @AgendaCAF Nuestra plataforma #GeoSUR presente en @MundoGeo 2014 http://ow.ly/ wQ38I @brunagauterio Bah, tava show de bola o seminário online do @MundoGEO

@gabyqueluz @MundoGEO Olá, gostaria de saber quando terá outro webinar (: @CatastroBogota Todos los detalles de la Feria Tecnológica Espacial MundoGEO#Connect 2014 aquí http://bit.ly/1ksY50T @mundogeo @ Idebogota @XMobots Feira @MundoGEO Connect, sucesso de público! XMobots participando com os drones Echar e Nauru, nos estandes da Alezi e CPE Tecnologia @globalsaopaulo @MundoGEO e @emplasagov promovem maratona de ideias para gestão urbana #Urban #SPglobal @helton_uchoa Assistindo as apresentações no auditório de SIG @MundoGEO Connect

MundoGEO 77 | 2014

15


Santiago


o e Cintra


Santiago


o e Cintra


NAVEGANDO A Rússia lançou com sucesso um novo satélite de navegação Glonass-M

Airbus Defence and Space firmou uma parceria com a BAE Systems para fornecimento de imagens de radar com maior qualidade, precisão e resolução A Hexagon adquiriu a SAFEmine,

CADASTRO AMBIENTAL RURAL É REGULAMENTADO Foi publicado, no dia 5 de maio, o decreto que regulamenta as normas para os programas de regularização fundiária e estabelece o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Quem possuir imóveis rurais deve se inscrever no CAR e iniciar o processo de regularização no caso de danos em áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal e de uso restrito. INFO www.car.gov.br

empresa fornecedora de soluções de segurança para mineração A TomTom firmou uma parceria estratégica com a Micello para ampliação de suas soluções em mapeamento, incluindo espaços internos A Geofusion e a Urban Systems firmaram uma parceria na área de geomarketing, visando crescer mais de

40% em relação a 2013 O IBGE lançou o estudo “Redes e Fluxos do Território: Gestão do Território”, que mapeia o país do ponto de vista da centralização municipal das ligações entre sedes e filiais de empresas O Serviço Geológico do Brasil

(CPRM) lançou seis novos projetos de

DISPONÍVEL BASE DE SOLOS DO BRASIL A Embrapa Informática Agropecuária disponibilizou a maior base de dados de solos do Brasil. Um conjunto de nove mil perfis de solos brasileiros está disponível na internet para acesso público e gratuito. O sistema de informação reúne, em uma única plataforma, todo o resultado de pesquisa sobre o tema que a Empresa produziu nos últimos 40 anos. Os perfis são as unidades básicas do estudo dos solos e o seu conhecimento é fundamental para o planejamento do uso sustentável e conservação dos solos brasileiros. Além disso, a informação obtida nesses perfis gera o avanço do conhecimento em solos tropicais. INFO www.sisolos.cnptia.embrapa.br

ESTADO DO AMAPÁ SERÁ MAPEADO Foi assinado um Convênio entre o Estado do Amapá, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e o Exército Brasileiro, por intermédio do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) e da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), que objetiva à elaboração da base cartográfica digital contínua do Estado do Amapá. De acordo com o documento, as áreas a serem mapeadas serão nas escalas de 1:25.000 e 1:50.000. INFO www.dsg.eb.mil.br

levantamentos aerogeofísicos do Brasil O Exército Brasileiro (EB), por meio da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), anunciou a publicação da Norma da Especificação Técnica para Produtos de Conjuntos de Dados Geoespaciais (ET-PCDG) Recorde! Em 2013, o CPRM disponibilizou 56 novos mapas de cartografia geológica

20

MundoGEO 77 | 2014

PRIMEIRO MAPEAMENTO INDOOR UNIVERSITÁRIO O Senac-SP apresentou um projeto inovador no país, o primeiro ‘Street View Indoor’ de uma universidade brasileira. Com a nova ferramenta é possível fazer uma um “tour” pelas dependências dos três campus do Senac: Santo Amaro, Campos do Jordão e Águas de São Pedro. O Projeto, desenvolvido pela empresa Geoambiente, faz parte da campanha de marketing do vestibular do Senac para o segundo semestre de 2014. INFO www.sp.senac.br/visitavirtual


MAPEAMENTO DE PERNAMBUCO

CBERS-4 SERÁ LANÇADO EM DEZEMBRO

Foi anunciado no dia 31 de março, no Palácio do Campo das Princesas, em Recife (PE), pelo governo do estado, o mapeamento do estado de Pernambuco. O trabalho será executado pelo Consórcio Águas de Pernambuco, formado pelas empresas Esteio (42%), Engefoto (33%) e Aeroimagem (25%), além de mais duas subcontratadas. O Estado de Pernambuco será inteiramente mapeado com Ortofotos e Perfilamento a Laser na escala 1:5.000 (1cm = 50m). Entre as cidades do estado, 17 serão mapeadas com mais precisão, na escala 1:1.000. A área total a ser mapeada é superior a 98 mil quilômetros quadrados e o prazo previsto para conclusão dos trabalhos é de 15 meses. Ao todo, cinco empresas paranaenses estão envolvidas no contrato, que tem um valor de quase 20 milhões de reais.

O lançamento do novo Satélite Sino-Brasileiro de Sensoriamento Remoto (Cbers-4), programado para a segunda semana de dezembro deste ano, na China, foi um dos diversos itens da pauta da 67ª Reunião Ordinária do Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira (AEB), realizada no início de abril. A previsão inicial para lançamento do satélite, que é desenvolvido em parceria entre Brasil e China, era final de 2015. Mas em decorrência da perda do Cbers-3, em dezembro de 2013, devido a uma falha em um dos motores do veículo lançador chinês após partir da base de Taiyuan, os dois países concordaram em reunir esforços e antecipar o lançamento.

IDE#Connect

| INFRAESTRUTURAS DE DADOS ESPACIAIS | GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO GEOESPACIAL |

RBMC CHEGA À MARCA DE 100 ESTAÇÕES

IDE DO ÁRTICO

Cada estação da RBMC é equipada com um receptor GNSS (Global Navigation Satellite Systems – sistemas de navegação GPS + Glonass), conectado a um link de internet, através do qual os dados são disponibilizados gratuitamente no portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em fevereiro de 2014 as organizações responsáveis pelas Agências Cartográficas e Cadastrais da Islândia, Groenlândia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suécia, Rússia, Canadá e dos Estados Unidos firmaram um acordo de cooperação para promover a criação de uma Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) do Ártico para os próximos cinco anos. Segundo os organizadores, o objetivo principal desta IDE é estudar, com dados ambientais, as mudanças climáticas que afetam o nosso planeta e, especialmente, o Polo Norte. O presidente do grupo para os próximos quatro anos será um representante do Canadá, o Diretor do Centro de Informações Topográficas de Recursos Naturais do país.

INFO www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/ rbmc/rbmc

INFO arctic-sdi.org

A Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) dos Sistemas GNSS passou a contar, em março de 2014, com 101 estações, após a integração de cinco novas, localizadas em Araquari e Florianópolis/SC (SCAQ e SCFL), Bacabal/MA (MABB), Sobral/CE (CESB), Afogados da Ingazeira/PE (PEAF).


LANÇAMENTOS A Trimble apresentou a InSphere, sua mais nova plataforma para gerenciamento de informações geoespaciais A Garmin do Brasil apresentou o

Monterra, o primeiro tablet com GPS, Wi-Fi e sistema Android Disponível o software GeoServer 2.5.0, solução que permite a edição, compartilhamento e processamento de dados geoespaciais O Ipea disponibilizou o software

ECOBATÍMETRO BATHY 500MF A CPE Tecnologia assinou um contrato de exclusividade com a SyQwest, empresa que oferece soluções em levantamentos hidrográficos há 150 anos. A partir de agora, a empresa passa a fornecer oficialmente os ecobatímetros monofeixe para mapeamento batimétrico da marca, uma das principais fornecedoras de tecnologia para forças navais. Ideal para águas rasas e profundas, os equipamentos da SyQwest possibilitam a utilização da tecnologia CHIRP, sonar de varredura lateral - equipamento utilizado para obtenção de imagens de regiões submersas, podendo ser empregado para a localização de estruturas naturais e artificiais. INFO www.cpeltda.com.br

IpeaGEO 2.0, solução gratuita que permite o desenvolvimento de análises baseadas em estatística espacial A Associação gvSIG lançou o gvSIG

2.1 RC1, nova versão que oferece diversas novidades A Agência Espacial Europeia (ESA em inglês) lançou com sucesso seu primeiro satélite ambiental Copérnico A Associação gvSIG anunciou que já está disponível para download a versão 5.0 da ferramenta livre i3Geo A Leica

Geosystems anunciou

o lançamento de seu mais recente laser scanner 3D, o ScanStation

P15

O Google lançou o Indoor Maps para o Brasil, já disponível em aeroportos, estádios de futebol e shopping centers distribuídos em mais de 50 cidades A Geofusion lançou o OnMaps

Midia, solução para potencializar a divulgação de mídia exterior A Pitney Bowes anunciou o lançamento da solução Spectrum

Spatial, nova plataforma voltada para Location Intelligence 22

MundoGEO 77 | 2014

MAPA HIDROGEOLÓGICO DE SANTA CATARINA O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em convênio com o governo do Estado de Santa Catarina, elaborarou o Mapa Hidrogeológico de Santa Catarina, na escala 1:500.000. Os resultados alcançados descrevem a situação dos recursos hídricos subterrâneos em Santa Catarina, com destaque para os aspectos geológicos e hidrogeológicos do território, sua potencialidade para explotação, qualidade físico-química das águas subterrâneas e também a indicação das melhores condições de seu aproveitamento. O projeto foi desenvolvido em ambiente de Sistema de Informações Geográficas (GIS), facilitando sua utilização e permitindo ao usuário a realização de algumas tarefas de geoprocessamento, através da visualização e manipulação amigável dos arquivos. INFO www.cprm.gov.br


NEXUS GEOFOTO

ECOGNITION 9

A Nexus lançou o GeoFoto, uma aplicação para smartphones capaz de fazer o levantamento online de dados a partir de fotos e coordenadas GPS. De acordo com a empresa, diferentemente das soluções que já estão no mercado, o processo online permite que as informações da foto, os dados e as coordenadas GPS sejam transmitidos imediatamente para um servidor e disponibilizados para visualização no mapa, no local em que foram tiradas as fotos, em qualquer software de mapeamento.

A Trimble anunciou uma nova versão do seu software eCognition para análise de dados geoespaciais. O eCognition é uma solução para a análise e extração de informações a partir de dados geoespaciais coletados através de plataformas aéreas, de satélite e de mapeamento móvel. O novo eCognition 9 simplifica e reduz o tempo necessário para classificar objetos em conjuntos de dados de imagens. Com a nova versão, usuários podem definir objetos graficamente para agilizar o processo de criação de ‘templates’. Esses modelos são utilizados para identificar automaticamente objetos de interesse na imagem.

INFO www.nexusbr.com

ZENO GIS

A Leica Geosystems anunciou uma série de novidades para a linha Zeno GIS. As novas versões dos dispositivos CS25 plus e CS25 GNSS plus trazem melhorias significativas em desempenho, com maior capacidade de armazenamento, câmera de maior resolução e funcionalidades de comunicação mais rápidas para aprimorar o processo de coleta e gerenciamento de dados de campo. INFO www.leica-geosystems.com

TERRA VIEW POLÍTICA SOCIAL Está disponível uma versão atualizada do software de geoprocessamento Terra View Política Social, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para o Centro de Estudos da Metrópole (CEM). A versão 4.2.2 está disponível gratuitamente no site do CEM, na área de SIG. INFO www.fflch.usp.br/centrodametropole

SUPERSURV PARA ANDROID E IOS A Supergeo Technologies lançou o SuperSurv, um aplicativo GIS que contém diversas funções de coleta de dados em campo, para smartphones e dispositivos móveis da Apple e com sistema Android. O SuperSurv integra as tecnologias GIS e GPS e fornece funções para pesquisas e coleta em campo, como visualização do mapa, consulta, medição, etc.. INFO www.supergeotek.com

GLOBAL MAPPER 15.2 A Blue Marble Geographics anunciou o lançamento do software Global Mapper 15.2. Segundo a empresa, o software ganhou uma nova funcionalidade para automatizar a criação de feições, bem como a adição de várias novas fontes de dados online, incluindo OpenStreetMap e links de dados vetoriais através de serviços de mapeamento da Web (WMS). INFO www.bluemarblegeo.com

INFO www.ecognition.com

OGC PADRÃO PARA CONVERSÃO DE DADOS Um grupo de operadores de oleodutos e gasodutos, prestadores de serviços e representantes da indústria, reuniram-se para discutir o desenvolvimento de um padrão sobre PipelineML/PipeML. Este padrão visa permitir a transferência de dados entre diferentes softwares, sistemas e aplicações sem perda de precisão, densidade, resolução dos dados e, além disso, sem necessitar de conversão entre formatos intermediários ou proprietários.

PITNEY BOWES AUMENTA SUA PARTICIPAÇÃO O OGC anunciou que a Pitney Bowes elevou seu nível de adesão ao comitê técnico para membro principal. Como tal, a empresa participará do Comitê de Planejamento do Consórcio – explorando o mercado e as tendências tecnológicas relevantes – para que o OGC permaneça eficaz e ágil no ambiente tecnológico. Além disso, a empresa passa a participar nas decisões de aprovação final dos novos padrões OGC.

NOVO PADRÃO CITYML 3.0 O OGC anunciou um novo padrão CityGML 3.0. O CityGML é uma estrutura de modelo de dados framework aberto, baseado em padrão de codificação XML para modelagem, armazenamento e troca de modelos. Em 2008, foi adotado pelos membros OGC como um padrão internacional. Além disso, o CityGML está sendo implementado em toda a Europa, Canadá, Oriente Médio e Ásia.

23


CAPA

LASER SCANNER 3D: A REVOLUÇÃO NA COLETA DE DADOS Com inúmeras aplicações, precisão e detalhamento inigualáveis, a tecnologia avança rápido e se aproxima cada vez mais das técnicas convencionais de topografia. Mercado brasileiro tem enorme potencial de crescimento Por Alexandre Scussel

24

MundoGEO 77 | 2014

A

tecnologia laser scanner não pode ser considerada uma novidade nos setores de mapeamento e levantamentos de dados, nem mesmo no Brasil. O que se encontra hoje é a introdução de diversos equipamentos, estes sim, com inúmeros recursos e em constante evolução, de forma surpreendentemente dinâmica. Em 2002, a revista InfoGEO publicou um artigo chamado: “Altimetria à Laser, o que é isso?”, e assim se iniciava a divulgação desta moderna tecnologia no Brasil. Após todo este tempo, é possível afirmar que o laser scanner causou uma revolução silenciosa no mapeamento, principalmente aéreo. Já em 2007, a revista InfoGNSS abordou em sua matéria de capa as possibilidades do levantamento com laser 3D, detalhando esta tecnologia que avança rápido, até mais do que a sua popularização. Naquela edi-

ção, o foco estava em mostrar como o uso de técnicas de detecção remota poderia complementar os trabalhos topográficos. Hoje, os assuntos mais discutidos incluem aumento de produtividade, melhoria do custo-benefício dos trabalhos – inclusive com a diminuição de equipes em campo – e nas dezenas de aplicações e possibilidades desta tecnologia. De acordo com Valther Xavier Aguiar, Diretor Técnico da Esteio Engenharia e Aerolevantamentos, a empresa foi a pioneira, no Brasil, em usar um sistema laser aéreo, começando trabalhos com a tecnologia em 2001: “De lá para cá os equipamentos evoluíram muito. O primeiro que usamos tinha uma capacidade de emissão de 25 mil pulsos laser por segundo. Nos dias atuais já existem equipamentos que podem emitir 1 milhão de pontos por segundo, ou seja, nestes 13 anos a capacidade de


emissão de pontos aumentou quarenta vezes”, afirmou. Ainda segundo Valther, paralelamente ao laser aéreo foram também introduzidos no mercado os equipamentos de laser terrestre, revolucionando os levantamentos topográficos e, mais recentemente, foram lançados os equipamento de laser móvel, permitindo também o imageamento fotográfico georreferenciado. “Isto vem ao encontro da necessidade constante de redução de prazos e custo de levantamento quando comparados aos levantamentos convencionais, sejam aéreos ou terrestres".

LASER SCANNER X TOPOGRAFIA CONVENCIONAL A necessidade de medições em três dimensões não é recente. Inicialmente os dados eram coletados em 2D, sobre um plano horizontal, e fazendo uso de alguma técnica eram complementados com a elevação, tornando-os 3D. Com a necessidade, em cada época buscou-se técnicas de medição que permitissem a obtenção de forma mais rápida e precisa. Apesar de ser a metodologia mais nova nas medições de campo, o laser scanner 3D (LS3D) utiliza o mesmo princípio da estação total, onde basicamente é feita a medição de ângulos e distâncias para o posicionamento tridimencional. A diferença está na coleta abundante de informações num curto período de tempo, feita pelo LS3D, versus a escolha meticulosa de pontos em campo com uma estação total ou GNSS. Popularmente conhecido como laser scanner 3D, este equipamento se desenvolveu rapidamente antes mesmo de sua popularização. A designação se deu pelo uso essencial do Laser para as medições lineares e da varredura (scanner) horizontal e vertical para as medições angulares de forma muito mais rápida que as estações totais. O título 3D surgiu pelo fato dele armazenar, como dado bruto, essencialmente coordenadas XYZ, calculadas em tempo real a partir das medições lineares e angulares. De acordo com Bruno Damas, da empresa Manfra/Hexagon, atualmente o mercado oferece equipamentos capazes de realizar uma poligonal de campo com os mesmos conceitos que seriam utilizados na operação de uma estação total, facilitando a curva de aprendizado por novos usuários e eliminando equipes de apoio para referenciar os projetos laser scanner. “A maior inovação tecnológica, que está sendo percebida nos últimos anos, tem relação com a aproximação do laser scanner das técnicas de topografia convencional. Além disso, os avanços em softwares para geração de produtos através da nuvem de pontos também ganha destaque no mercado, pois é importante reforçar que a nuvem de pontos não é um produto final, mas sim a

ferramenta para geração de produtos com alta precisão e detalhamento”, comenta Bruno. O produto mais básico do laser scanner 3D é a Nuvem de Pontos, a qual é essencialmente a junção de todos os pontos medidos por cenas independentes, num único sistema de coordenadas. Além das coordenadas XYZ, também é obtida a intensidade de retorno do laser para cada ponto, o que ajuda bastante a identificar elementos em campo em função do material e da cor. “A densidade de pontos deve ser adequada com o objetivo do trabalho, sendo que a Nuvem de Pontos permite a obtenção de informações e dimensões diretamente sobre ela, mas exige do profissional conhecimento e habilidade, assim como hardware e software específicos para tal”, afirma Rovane Marcos de França, consultor da Vector Geo4D. Ao interpretar uma Nuvem de Pontos é possível fazer, com grande precisão, o perfilamento dos elementos e identificar exatamente o que se está medindo. “Para aumentar a qualidade no registro, nos pontos em comum ou nos pontos de referência utilizamos targets (alvos) que permitem medir o ponto com maior precisão. Estes targets podem ser de vários formatos, tamanhos e materiais. Com os targets bem distribuídos espacialmente, inclusive em altitudes, garantimos um registro consistente e de qualidade, que atenderá a precisão especificada pelo fabricante”, explica Rovane. Quanto à precisão, nas condições usuais, pode-se dizer que o laser fixo é o mais preciso deles, podendo chegar a valores melhores que uma polegada, entretanto é o mais limitado em alcance. “O laser móvel terrestre está numa posição intermediária em precisão – algo entre uma e duas polegadas, porém maior flexibilidade de uso. Já o laser aéreo possui precisão não melhor do que as duas polegadas, entretanto permite mapear grandes áreas de forma bastante homogênea e com grande velocidade. Em determinadas situações haverá certamente superposição com alguns levantamentos aéreos e topográficos, pois o laser móvel comtempla uma fatia de mercado que se posiciona exatamente entre estas duas modalidades”, explica Valther Aguiar. “Em 2010 a integração, processamento e fotografias foram melhorados. Hoje, há equipamentos capazes de medir a até 4 quilômetros, outros com frequência de 1 milhão de pontos por segundo, outros com fotografias de 70 megapixel integradas. O poder de processamento chega a campo, permitindo inclusive que o registro (união das cenas) seja feito em campo com alguns cliques. O laser scanner 3D móvel conta com câmeras fotográficas que são associadas ao movimento. Os softwares adotam complexos algoritmos para modelagem e extração de informações de forma ágil”, informa Rovane.

“Os novos usuários e as pessoas que estão querendo trabalhar com laser não devem se desencorajar pelos altos valores, porque o mercado existe. As pessoas podem começar a montar um processo e ir construindo isso dentro das empresas. Hoje já existe comercialização de equipamentos semi-novos e locação, portanto as pessoas podem preparar suas equipes e seus negócios, buscando informações para vir a trabalhar com essa ferramenta fantástica” Bruno Damas – Manfra/Hexagon

25


ESCANEAMENTO SOBRE RODAS

“Eu não vejo o laser scanner ficando sozinho na topografia, de forma a descartar as estações totais e receptores GNSS, em virtude de sua próprias limitações, tais como sombras por causa de obstáculos, vegetação, ou até mesmo pela dificuldade em se trabalhar e visualizar esses dados em 3D, no qual o trabalho exige diretamente capacitação dos profissionais envolvidos. Precisamos estar sempre atentos ao que vem pela frente, para que possamos analisar aonde iremos aplicar a tecnologia para não atropelar as coisas, achando que o laser scanner será a salvação de tudo, assim como há profissionais que trabalham com GNSS mas que geram erros muitas vezes grotescos, por falta de conhecimento da própria ciência” Rovane Marcos de França - Vector Geo4D

26

MundoGEO 77 | 2014

O laser scanner terrestre móvel é um sistema formado por diversos sensores, como: laser scanner, câmeras digitais, GNSS, IMU (Sistema Inercial) e DMI (Odômetro). Todos esses sensores integrados irão compor o hardware de campo. A tecnologia tem várias denominações e siglas, sendo as mais conhecidas: Laser Terrestre Móvel (MLS – Mobile LASER Scanning) ou Sistema de Mapeamento Móvel (MMS - Mobile Mapping Systems). “Apesar do Perfilamento Aéreo a laser ser bem conhecido e fundamentado na Cartografia, só mais recentemente a tecnologia do laser móvel vem sendo considerada como ferramenta para coleta de dados tridimensionais em aplicações de mapeamento de corredores (rodovias, ferrovias, etc.)”, declara Amauri Alfredo Brandalize, Diretor Técnico na Esteio. Embarcado em uma plataforma móvel (veículo), a coleta de dados se dará em movimento, onde todos os sensores estarão realizando suas medidas. Posteriormente, com técnicas de pós-processamento dos dados brutos, o usuário irá cruzar todos os dados oriundos desses sensores para obter uma nuvem de pontos 3D associada a imagens digitais. Este dado será a referência para geração de produtos finais aplicados em projetos como cadastro urbano, engenharia rodoviária, engenharia ferroviária, entre outros. “A vantagem do laser scanner terrestre móvel está na agilidade de campo, associada ao detalhamento das áreas de estudo. Esses dados são coletados com a facilidade de percorrer o local com veículos em movimento e, dessa forma, ganha-se em tempo e redução de custos com equipes em campo” afirma Bruno Damas. Os Sistemas de Mapeamento Móvel (SMM) permitem a coleta de informações 3D de milhares de pontos ao longo de uma via, além de imagens e/ou vídeo, enquanto trafega em velocidades normais de estrada. Esta tecnologia embarcada proporciona maior segurança para os serviços de medição e cadastro ao longo de sistemas viários, esta que é uma das principais preocupações nos trabalhos em locais com grande volume de tráfego. “Não serão mais necessários 10 dias de bom tempo para coletar dados em uma estrada de 20 quilômetros por uma equipe de campo. Com um SMM, a coleta de dados pode ser feita em cerca 30 minutos e o processamento de dados em escritório”, explica Amauri Brandalize.

Segundo Valther Aguiar, os principais contratantes da tecnologia laser móvel são aqueles têm necessidade de mapeamento linear, seja de ruas, estradas, ferrovias, hidrovias, dutos e outros. “O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) e algumas concessionárias de rodovias já puderam usufruir desta maravilhosa tecnologia, através da Esteio”, afirma. Um sistema de mapeamento móvel é formado por uma plataforma unificada, que compreende um laser scanner em combinação com receptor GNSS, além de unidade de medição inercial (Inertial Measurement Unit - IMU) e um instrumento de medição de distância (Distance Measurement Instrument - DMI). O laser faz uma varredura de 360 graus do corredor viário com alcance de até 150 metros, medindo 1 milhão de pontos por segundo. As câmaras imageiam também em 360 graus ao redor do veículo com resolução de 2 megapixels e 8 frames por segundo. O sistema pesa cerca de 50 quilogramas e opera por cerca de 10 horas com bateria própria. A qualidade horizontal e vertical é centimétrica, conforme utilização de pontos de controle. Durante o MundoGEO#Connect 2014, a Esteio expôs o Leica Pegasus One, solução completa de mapeamento para digitalização 3D em movimento, que oferece desde o hardware até o software de processamento. A solução captura imagens calibradas e nuvem de pontos, além de permitir o processamento, visualização e interpretação através de um software simples e intuitivo. Indicado para mapeamento de rodovias, áreas urbanas e outras de forma rápida.

Equipamento de escaneamento laser móvel, apresentado pela Esteio no MundoGEO#Connect 2014


“O sistema permite acesso imediato aos seus dados por meio da análise da nuvem de pontos laser. Por exemplo, é possível navegar virtualmente nas imagens ou dados laser, obter visualizações de diversos ângulos, adicionar metadados para formação de um Sistema de Informações Geográficas (GIS) ou calcular distâncias entre objetos da nuvem. As imagens e a nuvem de pontos laser estão na mesma orientação, então ao clicar em um objeto em imagem, imediatamente dá acesso aos dados do laser e vice-versa”, explica Amauri. O acesso detalhado à nuvem de pontos torna esta plataforma ideal, segundo Amauri, para: Inventário de Ativos Rodoviários, com o qual os objetos existentes em uma rodovia podem ser extraídos, modelados e mapeados, incluindo: placas de sinalização vertical, sinalização horizontal, obras de arte especiais, linhas de energia, cercas, ‘guard-rail’, drenagem, vegetação, intersecções, paradas de ônibus, postes, radares, entre outros; e Geometria da Via, que pode ser obtida a partir dos dados laser, permitindo as avaliações de largura de pista e acostamento, alinhamento e desnível de pista, rampa, superelevação, cortes e aterros, contenções e encostas. A situação atual é rapidamente obtida com riqueza de detalhes para posterior análise ou um novo projeto de engenharia.

Nuvem de pontos Laser com feições urbanas destacadas Em 2011, a Esteio Engenharia e Aerolevantamentos mapeou, em um contrato para o IPPUC, a Avenida das Torres, que liga o Aeroporto Internacional de Curitiba à cidade, realizando quatro tipos de levantamentos: laser móvel, laser estático, laser aéreo e ortofotos, em uma integração inédita no Brasil que gerou dados técnicos para os projetos de revitalização desta avenida, inclusive para o projeto do primeiro viaduto estaiado de Curitiba. “De lá para cá, a Esteio vem utilizando esta tecnologia com muito sucesso em diversos projetos de engenharia”, declara Valther. Fernando Cesar Ribeiro, Diretor Operacional da Sigma Geomática, aponta as principais vantagens da uti-

lização de varreduras móveis com laser. “Maior produtividade na coleta de pontos tridimensionais em face à tecnologia laser terrestre estático, numa proporção média de aproximadamente 30 quilômetros por dia. Mas o alto custo inerente à tecnologia envolvida ainda é um empecilho”, declara.

VANTAGENS E DESVANTAGENS As plataformas de laser scanner terrestre (estático ou móvel) possuem como principais vantagens a velocidade de coleta de dados e o alto nível de detalhamento dos objetos/feições, maior velocidade de aquisição e precisão compatível com serviços de engenharia. Além destas, segundo Fernando Cesar Ribeiro, as vantagens do laser scanner permitem reduzir o tempo nos levantamentos de campo sete vezes, em média, em relação ao dos métodos convencionais; exportar para vários formatos gráficos: (CAD, Revit, PDMS, etc.); visualizar e gerenciar direto na nuvem de pontos; modelar desde uma simples planta topográfica 2D até ambientes inteiros; possibilitar revisões sem a necessidade de retorno ao local do levantamento e o resultado muito próximo a uma imagem, devido à maior densidade dos pontos. “O mercado brasileiro superou muitos obstáculos nos últimos anos, principalmente referente à cultura dos profissionais em aceitar a tecnologia e seus produtos. Atualmente, os equipamentos possuem preço justo quando comparados com o nível de produtividade e tecnologia embarcada sendo, em muitas vezes, a melhor e única alternativa”, afirma Bruno Damas. As principais desvantagens apontadas por profissionais e especialistas, além do alto custo ainda encontrado nos equipamentos e softwares, são: necessidade de mão de obra mais qualificada; quantidade muito grande de dados e volume de arquivos, exigindo equipamentos sofisticados; e dependência de uma via para que o veículo possa trafegar, no caso do escaneamento móvel. De acordo com Rovane Marcos França, o mercado no Brasil ainda está incubado. “A tecnologia está sendo mais utilizada na área industrial e mineração, mas mesmo assim numa reduzida participação se compararmos com topografia convencional nestes segmentos. O laser scanner no Brasil está sendo utilizado somente em casos onde outra técnica não atende, seja por causa do prazo ou pelo custo”, afirma. “Uma base de dados de qualidade ainda é pouco valorizada no Brasil, vemos diariamente excelentes projetistas utilizando levantamentos topográficos de péssima qualidade ou de bases não apropriadas para elaboração de projetos executivos, por exemplo. Ainda não se deram conta de que se a base de dados é ruim, o projeto também será ruim”, completa Rovane.

“Acredito que ainda há muito para ser desenvolvido, apesar de hoje termos equipamentos altamente capazes e que levantam milhares de pontos. Mas o maior desenvolvimento que virá está na parte de softwares, pois cada vez mais a nuvem de pontos exige que o trabalho seja o mais automatizado possível, assim precisamos de softwares capazes de manusear e para extrair informações automaticamente. Com o aumento da precisão e da densidade, com clareza para determinar uma forma, aumenta a capacidade e melhoram os algoritmos de extrações automáticas de feições, tanto no laser terrestre quanto no móvel. Como toda tecnologia, a tendência é que os equipamentos se tornem mais baratos e acessíveis ao longo do tempo. Antigamente só se falava em equipamentos a partir de um milhão de reais, mesmo terrestres, e hoje já existem na faixa de 200 mil” Luiz Dalbelo Santiago & Cintra Geotecnologias

27


UM MUNDO INTEIRO DE POSSIBILIDADES

“Hoje o laser scanner já é presente na topografia, e no futuro tem áreas ainda não exploradas, como para meio-ambiente, infraestrutura que está chegando com muita força, construção civil. Essas novas áreas só tendem a melhorar o mercado brasileiro. Quanto à topografia convencional, acho que um não vive sem o outro, o laser scanner complementa a topografia.” André Luiz Costa Hojuara AsBuilt 3D

Os sistemas de medição a laser 3D podem ser aplicados em vários domínios, passando por planejamento digital de fábricas, oceanografia, instalações industriais, arquitetura, patrimônios, infraestrutura, proteção dos monumentos históricos, engenharia, arqueologia, paisagismo, realidade virtual, aplicações forenses, mapeamento de imagens e muito mais, além de aplicações ‘As Built’ para elaboração de plantas topográficas e maquetes virtuais, uma vez que a densidade e a coloração real dos pontos (quando utilizada) passam a sensação de imagens e fotos reais. “Na Toppar, já realizamos o levantamento do Centro Cultural do Liceu de Artes e Ofícios, utilizando um equipamento FARO, e então modelado com software Revit e georreferenciado a partir de poligonal topográfica executada com estação total e lançamento de alvos de referência para conexão das cenas obtidas com laser scanner. Também realizamos o levantamento do estádio João Avelange (Engenhão). Neste caso o cliente contratou apenas a entrega da nuvem de pontos para gerenciamento de informações em software nativo Scene”, declarou Fernando Cesar. A FARO, desenvolvedora de tecnologia para medições 3D, oferece diversas soluções em equipamentos, que vão desde metrologia e documentação 3D até laser scanners terrestres. Os equipamentos Focus 3D Série X possuem dimensões reduzidas e permitem, dentre outros, escaneamento com alcance de 130 ou 330 metros, digitalização inclusive sob luz solar, posicionamento

Escaneamento da Tower Bridge, em Londres

com GPS integrado, e varredura em longas distâncias com baixo nível de ruído na nuvem de pontos. Adriano Scheuer, Gerente de Contas da FARO Laser Scanner, aponta que as aplicações mais comuns no segmento são: Levantamento Topográficos, Documentação 3D, As-built em Geral e Inspeção e Análise. De acordo com informações da FARO, os equipamentos desenvolvidos pela companhia podem ser usados para: • Arquitetura: Criar documentação 2D e 3D precisa para arquitetos ou engenheiros, para facilitar reformas, revitalizações e mudanças; criar um modelo BIM para colaboração de contratados, estudos energéticos, gestão de instalações, etc.; monitorar estruturas ao longo do tempo devido ao atrito e assentamento; executar uma pré‐fabricação de componentes para a construção fora da obra; • Engenharia Civil: Digitalizar rapidamente estruturas inteiras; fornecer aos engenheiros medições da deformação para a colocação de reforço; revitalizar levantamentos à distância sem a necessidade de andaimes e escadas; • Construção Civil: Eliminar retrabalhos e mudanças de alto custo; monitorar o progresso da construção para documentação jurídica e técnica; criar documentação 2D e 3D precisa para facilitar reformas, revitalizações e mudanças; • Patrimônio: Capturar detalhes da superfície e desenvolver modelos 3D para uso em projetos de restauração; documentar as condições em que se encontra para a preservação de construções históricas; determinar o dano existente, mas também pode ser utilizada de forma preventiva e para monitoração contínua; • Geologia: Capturar detalhes da superfície e desenvolver modelos 3D para uso em projetos; documentar as condições em que se encontra para a preservação da área; criar modelos 3D de sítios arqueológicos; • Agrimensura e Topografia: Criar rapidamente mapas topográficos para medir distâncias, áreas e volumes; detectar deficiências de construção e deformação em pontes; gerar visualizações CAD 2D precisas, elevações e perfis de seções; realizar o detalhamento do escritório através de levantamento virtuais; • Túnel e Mineração: Capturar o perfil real do túnel para comparação e projeto; avaliar a capacidade do túnel para novas demandas; realizar mapeamento geológico colorido; recolher informação geométrica da cavidade, como comprimento, volume e forma;


• Cálculo de Volume: Coletar milhões de medições com uma precisão de 2 mm; medição a distância sem necessidade de contato com a área; reduzir tempo de coleta de dados e gerar resultados rápidos e precisos; • Inventário Florestal: Permite avaliação da floresta; otimização e análise de crescimento; • Óleo e Gás: Pode ser usado em projetos que têm grande quantidade de objetos em situações complexas. Os equipamentos podem ser usados para determinar e certificar os volumes de tanques, analisar mapas de desvios, cilindricidade, perpendicularidade, entre outros.

Além disso, os equipamentos da FARO também podem ser embarcados em dispositivos móveis, tais como Drones e veículos automotores, permitindo a obtenção de dados de forma rápida em levantamentos de grande escala; aquisição de dados com nenhuma ou mínima interrupção do tráfego local; e flexibilidade e ampla área de atuação e aplicações. A FARO também oferece a opção de exportar os dados para o WebShareCloud, que permite visualização facilitada, navegar através de fotos pelo projeto; compartilhar em qualquer lugar do mundo, realizar medições e marcar as mesmas, e criar anotações para que os demais possam ter acesso e responder. A ferramenta pode ser vista em www. americas.websharecloud.com. Outros usos que já vêm sendo feitos incluem a virtualização de ambientes para jogos e cinema, elaboração de maquetes eletrônicas, realidade virtual, entre outras.

LASER SCANNER NO MUNDOGEO#CONNECT 2014 Alinhado com as tendências e principais novidades do mercado de geotecnologias, o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, ofereceu entre os dias 7 e 9 de maio um curso voltado especificamente para esta tecnologia, além do seminário Automação Topográfica, que reuniu especialistas, fornecedores e desenvolvedores para discutir sobre esta tecnologia. “O curso de laser scanner terrestre se deu na mais perfeita ordem. Tínhamos sempre em sala mais de 40 alunos do início até o final. Tínhamos três equipamentos de Laser Scanner terrestre em exposição: FARO Focus 3D, um Leica C10 e um ZEB1, disponibilizados respectivamente pela Faro, Hexagon e CPE Tecnologia. A parte da tarde iniciamos as 14h pontualmente no terraço do Centro de Convenções, onde demonstramos um escaneamento sendo executado ao vivo. A Hexagon disponibilizou o equipamento e uma engenheira para que pudéssemos demonstrar. Em seguida voltamos para a sala para fazer o processamento do escaneamento realizado, onde muitas dúvidas puderam ser esclarecidas. Foi muito interessante ver como eles puderam entender com mais propriedade após a demonstração. Na última parte fizemos a demonstração de extração de informações e modelagem nas duas principais áreas de atuação do Laser Scanner Terrestre no Brasil: Industrial e Mineração”, declarou Rovane Marcos França, instrutor do curso sobre Laser Scanner. Na feira de produtos e serviços do evento, várias empresas contavam com modelos de laser scanners em exposição: CPE Tecnologia (equipamentos da Riegl e da Z+F); FARO (linha Focus 3D e Série X); Leica Geosystems; Maptek (I-Site); e Santiago & Cintra Geo-Tecnologias (equipamentos da Optech, Topcon e Trimble), além da Esteio que expôs o Pegasus, equipamento para escaneamento móvel que estava embarcado em um veículo.

GLS 1500 da Topcon

VZ1000 da Riegl

“O laser scanner não é novo no Brasil, mas é uma tecnologia que tem novidades a cada dia, seja em hardware ou em software. Nós que trabalhamos há tempos com prestação de serviços na área, já encontramos obstáculos e dúvidas diferentes de cada cliente. Esta perspectiva nos leva a buscar incansavelmente novas informações, pesquisar novos softwares e investir em capacitação. Acredito que, para o futuro, haverá a integração de sensores, como por exemplo do laser scanner terrestre com GPS, radar, fotogrametria digital, RTK, sensores multi-espectrais, enfim, a tendência é que você consiga extrair o maior número de informações espaciais com um único trabalho de campo, gerando redução de custos.” José Gaspar Santos Lima - TerraScan Engenharia


Embratop


p (geomax)


MUNDOGEO#CONNECT 2014

MUNDOGEO#CONNECT 2014 É SUCESSO DE PÚBLICO E APROVAÇÃO Maior evento de geotecnologias da América Latina aconteceu em São Paulo, entre os dias 7 e 9 de maio, e reuniu mais de 4.550 participantes presenciais e online. Feira com mais de 70 marcas globais mostrou novidades em Drones, equipamentos para topografia, laser scanners, softwares GIS, etc.. Mais de 90% do público aprovou e diz que voltará em 2015

E

ntre os dias 7 e 9 de maio de 2014, participantes de várias partes do mundo conferiram de perto a quarta edição do maior evento de geotecnologias da América Latina. O MundoGEO#Connect 2014, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, aconteceu na cidade de São Paulo (SP), no Centro de Convenções Frei Caneca, e reuniu mais de 4.550 participantes, de forma presencial e online, de mais

de 30 países. Ao todo foram 185 palestrantes, nas quase 30 atividades do evento, e 57 empresas expositoras. Com uma programação renovada e alinhada com discussões e demandas atuais, a conferência contou com seminários, cursos, eventos especiais, workshops, fóruns e encontros paralelos, oferecendo diversas opções de atualização e capacitação em tecnologias e informações geoespaciais.

fotografias: Daniel Franco

Por Alexandre Scussel e Ivan Leonardi

32

MundoGEO 77 | 2014


Avaliação dos participantes do MundoGEO#Connect 2014 100 80 60 40 20 0 91% voltarão ao próximo evento 85% aprovaram o conteúdo dos seminários e cursos 93% aprovaram a infraestrutura do local do evento 93% opinaram que a feira apresentou novidades 95% indicariam o evento a um colega 93% avaliaram positivamente a organização do evento

"O MundoGEO#Connect este ano atingiu seus objetivos plenamente, pois mesmo com a proximidade da Copa do Mundo e da instabilidade econômica - aliada ao ano eleitoral -, atraiu uma grande quantidade de profissionais das mais variadas formações e necessidades", afirma Emerson Granemann, diretor da MundoGEO. "Além disso, tivemos uma expressiva ampliação do público acadêmico, fato que foi apoiado pela maioria dos patrocinadores, que acreditam que a presença deste público vai garantir um melhor preparo dos profissionais que estarão no mercado nos próximos anos", completa. Para Eduardo Freitas, coordenador da programação do MundoGEO#Connect LatinAmerica, o evento deste ano foi desafiador sob vários aspectos, tanto pela quantidade de atividades simultâneas e de palestran-

O evento mais uma vez apresentou uma retrato fiel do mercado, abrindo espaço aos usuários recém-chegados e lançando novidades aos mais experientes na feira e nos seminários. Nos cursos, a grande quantidade de participantes comprovou o DNA de atualização profissional que o evento tem. Emerson Granemann Diretor - MundoGEO

A cada evento como esse que participo aumenta meu respeito e admiração pelo trabalho de vocês. Imagino o quanto seja trabalhoso fazer um evento desse porte, mesmo assim, todos vocês estiveram permanentemente atenciosos e bem humorados. Quero agradecer muito o apoio que deram em nossa participação, superando todas as nossas expectativas. Valeu demais, parabéns! Cláudio Márcio Queiroz Topocart

Parabéns pelo trabalho da organização do evento! John A. Fierro - Trimble Navigation Limited

tes envolvidos quanto pelos eventos que foram realizados pela primeira vez, como o Geo Hackathon e o Geo Academia. "Os números mostram a aprovação da grade e do formato das atividades, mas ainda temos alguns ajustes a fazer para que a conferência de 2015 seja ainda melhor", finaliza. “Na feira de 2014, um dos principais destaques ficou novamente por conta dos VANTs, além dos equipamentos de escaneamento terrestre e as inúmeras soluções inovadoras associadas a informações geoespaciais”, comenta Emerson. Veja nas próximas páginas quais foram os principais destaques e novidades da conferência e da feira do MundoGEO#Connect, que em 2014 reuniu pesquisadores, usuários e empresários do setor geoespacial.

Perfil do público participante

Diretores e Gerentes: 40% Setor técnico: 46% Professores e Estudantes:14%

Primeiramente parabenizo a MundoGEO pela organização de todo o evento MundoGEO#Connect LatinAmerica. Nós, da Aprogeo-SP, agradecemos pela oportunidade de participação e também pelo espaço cedido tanto para o estande quanto para a realização do I Encontro Brasileiro de Geógrafos. Espero que essa parceria possa se renovar para os próximos anos. Mariana Figueiredo de Oliveira Diretora - Aprogeo-SP

33


GESTÃO DA GEOINFORMAÇÃO EM DESTAQUE Reciben los saludos del Ministerio del Ambiente de Perú quedando muy agradecido por la invitación al evento. Esperando participar en los próximos con nuevos proyectos tecnológicos e innovadores que esta desarrollando el Ministerio del Ambiente de Peru. Alexander Montero Perez Ministerio del Ambiente, Peru

Gostaria de agradecer a homenagem à Vale, pelo reconhecimento a um trabalho exaustivo e de muita dedicação. O Prêmio reforça nossa motivação de construir uma estruturada e sólida base de dados geográficos para nossa empresa. A cerimônia foi ótima e muito emocionante, adorei a oportunidade de participar! Parabéns também pela organização do evento em geral, que representou bem a nossa indústria no momento; é sempre uma excelente oportunidade de network profissional e técnico. Nossa apresentação no workshop com a Topocart também teve boa repercussão; sala cheia em todas as apresentações. Patrícia Procópio - VALE

34

MundoGEO 77 | 2014

Com muitos palestrantes internacionais, o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014 contou com vários eventos que tiveram como foco principal o Gerenciamento da informações geoespaciais. Durante os seminários, palestrantes e participantes debateram sobre banco de dados espacias, mapeamentos colaborativos, interoperabilidade das informações, Cidades Inteligentes (Smart Cities), Infraestrutura de Dados Espaciais (IDEs), compartilhamento de dados geoespaciais, entre outros assuntos. Um dos principais destaques da Conferência, o Seminário Gestores Públicos de Geoinformação, era muito aguardado por fornecedores, gestores e usuários de informação geoespacial. Realizado no dia 7, logo após a abertura oficial do evento, o evento contou com palestras ministradas por especialistas do Brasil, Alemanha, Suécia, Canadá, México, Estados Unidos, Uruguai, Espanha, Colômbia, Peru, El Salvador e Venezuela. Com tradução simultânea em inglês, português e espanhol, o seminário foi transmitido pela internet em tempo real. Um dos painéis apresentou e debateu sobre o GeoSUR, a Rede Geoespacial da América Latina e Caribe, com a presença de Santiago Borrero, Ex-Secretário Geral do IPGH e Assessor do GeoSUR; Eric van Praag, Coordenador do Programa GeoSUR; Rigoberto Ovidio Magaña Chavarria, Presidente do IPGH e Diretor do IGCN; Alejandro Coca, CIAT, apresentando sobre a iniciativa Terra-i (Projeto Ganhador do Prêmio GeoSUR 2013); e Alexander Montero Pérez, responsável pelo Portal de Serviços do Geoservidor Minam. O gerenciamento e a organização dos dados geoespaciais também foi discutido nos cursos Infraestrutura de Dados Espaciais; Bancos de Dados Geográficos; Geoinformação para Municípios; e Estatística Espacial e Negócios.

Eric Van Praag e Santiago Borrero no Painel GeoSUR Lotando uma das salas do Centro de Convenções, o Treinamento Padrões OGC de Dados Geoespaciais - ofertado pelo Diretor de Certificação de Interoperabilidade do OGC, Luis Bermudez - abordou os conceitos básicos dos padrões de dados e serviços do Consórcio Geoespacial Aberto. Através de uma parceria inédita firmada entre o OGC e o evento MundoGEO#Connect, empresas e instituições brasileiras puderam se associar sem custos ao Consórcio. Saiba mais sobre esta parceria na p. 70.

Luis Bermudez, Diretor de Interoperabilidade do OGC


ALTA TECNOLOGIA PARA COLETA DE DADOS do estágio atual da legislação de homologação desses equipamentos no Brasil e no mundo. Luiz Munaretto, da DCA-BR, foi o mediador, e iniciou apresentando os aspectos comerciais e legais da operação de VANTs com ênfase na legislação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Anatel e do Ministério da Defesa.

Parabéns pelo evento, de fato foi um sucesso. A Emplasa sente-se gratificada em ter contribuído. Rovena Negreiros Emplasa

Luiz Munaretto foi o instrutor do curso VANTs & Drones Para apresentar sobre as novidades e o estado-da-arte das principais tecnologias utilizadas atualmente na coleta de dados geoespaciais, a conferência ofereceu um curso e um seminário sobre VANTs & Drones; um curso sobre Laser Scanner Terrestre; o seminário Automação Topográfica e o seminário Imagens de Satélites e Aéreas. Durante o Seminário Imagens de Satélites e Aéreas, mediado pelo engenheiro Wilson Holler, da Embrapa Gestão Territorial, um dos destaques ficou por conta da apresentação do General Orlando, que manifestou preocupação em relação à interoperabilidade em operações militares e com o cuidado em defender infraestruturas estratégicas do território nacional. No painel sobre o estado-da-arte em observação da Terra, o destaque foi a apresentação de uma nova constelação que será lançada em 2014, formada pelos satélites Deimos-2 e DubaiSAT-2.

“O Curso de Laser Scanner Terrestre se deu na mais perfeita ordem. Tínhamos sempre em sala mais de 40 alunos do início até o final, e contamos com três equipamentos de Laser Scanner terrestre em exposição: um Faro Focus 3D, um Leica C10 e um ZEB1, disponibilizados respectivamente pelas empresas Faro, Hexagon e CPE Tecnologia”, afirma Rovane Marcos de França, instrutor do curso. O Seminário VANTs e Drones, realizado no dia 8 de maio de 2014, teve como foco mostrar os avanços desta nova tecnologia. Lotando um dos maiores auditórios do evento, este seminário apresentou as principais características dos Drones, de acordo com o peso, altura de voo, sensor e solução de pilotagem, e mostrou resultados concretos das diversas aplicações dos VANTs para mapeamento e monitoramento, além de um panorama

GESTÃO TERRITORIAL EFICIENTE E COM INTELIGÊNCIA Ao longo dos três dias do MundoGEO#Connect 2014, vários cursos e seminários focaram nos desafios, tecnologias e métodos adotados para a melhor utilização dos dados geoespaciais, de forma a conhecer, utilizar e gerenciar o território rural ou urbano. De acordo com Flávio Yuaça, Diretor de Informações Urbanas e Geoprocessamento da Prefeitura de Goiânia, durante o Seminário Geinformação para Municípios foi debatido o conceito de Cidade Inteligente (ou Smart Cities) e os desafios que as administrações enfrentam no Brasil. "Os desafios enfrentados pelas administrações municipais têm mostrado que as ferramentas atuais - GIS, cadastros, ortofotos, sistemas de arrecadação, de controle escolar, de saúde - não são

Hemos viajado con la intención de conocer las novedades en Geomática, que fueran aplicables al nuestro negocio postal. La participación en este tipo de eventos nos permite disminuir esa brecha existente entre nuestra realidad y el mundo de geo. Además de la feria participamos de los cursos de Geomárketing, Geostadística, Bases de datos geoespaciales y VANTs. Mas allá del conocimiento que los mismos nos dejaron, nos permitieron confirmar que estamos en el camino correcto. Gustavo Miraballes - Gerente de Geomática - Correo Uruguayo

35


Deseo que en el futuro la participación internacional en MundoGEO#Connect siga creciendo. Felicitaciones y gracias por el premio y por toda la organización para nuestra participación. Santiago Borrero - ExSecretário Geral do IPGH e Assessor do GeoSUR Colômbia

Agradeço a oportunidade pelo convite; gostei muito da feira esse ano. Geramos muito bons leads. Conte conosco para próximos eventos. Ricardo Pinheiro - HERE Agradeço em ter o privilégio de participar desse grande evento. Fiquei impressionado com a qualidade e escala. Fico à disposição para contribuir sempre que preciso. Erick Sobreiro - Compsis

suficientes para lidar com a complexidade da operação de uma cidade. A mobilidade urbana, por exemplo, é um item preocupante na maioria dos grandes centros urbanos brasileiros", afirma Flávio. “Em uma Smart City, novas tecnologias são utilizadas para melhor utilizar a infraestrutura urbana. No caso da mobilidade, por exemplo, os semáforos podem ser conectados a um Centro Integrado de Operações e Controle, que recebe dados de sensores instalados nos logradouros e que informam a situação do trânsito - quantidade e tipo de veículos, velocidade, acidentes, pontos de congestionamento, etc., completa Flávio Yuaça. Além disso, cinco cursos tiveram ampla participação do público, e instruram sobre Cadastro Ambiental Rural (CAR), Cadastro Técnico Multifinalitário (CTM); Georreferenciamento de Imóveis Rurais; Geo na Gestão Ambiental e Geo na Gestão Municipal.

PROCESSAMENTO DE DADOS GEOESPACIAIS Em 2014, a conferência disponibilizou várias opções de atividades para debater sobre diferentes soluções e ferramentas relacionadas processamento dos dados geoespaciais, atendendo as demandas de usuários e desenvolvedores.

Mini-palestra ministrada no estande da Hexagon

Parabéns pelo evento, que estava muito bem organizado e com palestras muito interessantes. Obrigada pelo convite. Leila Fonseca - Inpe

36

MundoGEO 77 | 2014

A edição 2014 do Fórum Geointeligência para Defesa e Segurança foi dividida em dois momentos. O primeiro discutiu algumas das principais experiências governamentais brasileiras, com palestras da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército, da Guarda Municipal do Rio de Janeiro, Polícia Federal e Ministério da Defesa.

Com mediação de José Augusto Sapienza Ramos, Pesquisador e coordenador-técnico no Laboratório de Geotecnologias da UERJ (Labgis), o Seminário Sistemas de Informação Geográfica reuniu vários especialistas para apresentar e debater as tendências do GIS, abordando os diversos aspectos da tecnologia e seus avanços na sociedade da informação. Representantes de empresas e instituições estiveram presentes para compartilhar experiências, projetos realizados, novas tecnologias e tendências. Google Earth Pro, KML, construções 3D, mapas temáticos, perfis de elevação. No dia 9 de maio, um curso mostrou como explorar ao máximo as ferramentas, aplicações e formatos geoespaciais do Google. Com duração de 6 horas, o curso teve dois momentos. Durante a manhã, a instrutora Arlete Meneguette, Professora Adjunta na Unesp, demonstrou como baixar arquivos SHP e KMZ do site do IBGE, abrir e visualizar arquivos SHP, abrir e manusear arquivos como KML ou KMZ, obter coordenadas geográficas e coordenadas UTM, exibir e medir construções em 3D, etc.. No período da tarde Luis Costa, responsável por Projetos Especiais na Maplink, apresentou sobre Integração do Google Earth Pro com outros produtos Google Geo e sobre o Google Maps Engine Platform.

Cursos sobre CAR e Georreferenciamento de Imóveis Rurais lotaram os auditórios do evento

O segundo momento concentrou discussões sobre tecnologia, soluções e ferramentas para a geointeligência, com apresentações sobre VANTs; Imagens de satélite e seu processamento, softwares e aplicativos. “Ao final do Fórum ficou claro que a geoinformação e as geotecnologias são essenciais para a defesa e segurança,

tendo papel essencial em ações que vão do monitoramento de situações pontuais no espaço e no tempo, como a Copa do Mundo 2014, e os acontecimentos recentes na Crimeia, Ucrania, até a defesa das fronteiras do Brasil, tarefa contínua e que cobre uma grande extensão territorial”, explica Fávio Yuaça, mediador do Fórum.


Google Maps API, Maps Engine, Earth Enterprise, Maps Coordinate, Earth Pro. No Fórum Soluções Google Geo para Empresas, realizado no dia 8 em parceria com a Geoambiente, especialistas do Google e de empresas e instituições parceiras estavam presentes para demonstrar qual a melhor solução para diferentes segmentos e aplicações, e como as ferramentas geoespaciais do Google podem melhorar a eficácia e aprimorar resultados. “O sucesso do Fórum Google Geo se deu em função dos depoimentos dos usuários brasileiros da tecnologia Google Maps for Business. Tivemos a oportunidade de apresentar ca-

sos de sucesso inovadores para governos e grandes empresas, através das mais diversas ferramentas de publicação, colaboração e tomada de decisão, tais como sistemas de gestão de obras públicas, portais de cidadania, salas de cenários para análises ambientais, sistemas para Cadastro Ambiental Rural, ferramenta de análise de produtividade e imóveis rurais e até mesmo Indoor Maps! A nossa parceria com o MundoGEO é de extrema importância para fazer com que o mapa seja a principal ferramenta de trabalho das empresas e governos em nosso país”, explica Felipe Seabra, Gerente de Marketing da Geoambiente.

Parabéns pelo evento! Realmente é notável que em cada ano a quantidade de pessoas e o interesse aumentam. A única sugestão é tentar começar o primeiro dia um pouco mais tarde, isto dará tempo para as pessoas se registrarem e evitar atrasos. Mas realmente ficou muito bom! Gabriel Carvalho | Enterprise Geo Pre Sales - Latam

ATUALIZAÇÃO PARA TODOS! Ao longo do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014 vários eventos paralelos foram promovidos por empresas e instituições, para demonstrar as novidades e projetos em desenvolvimento no setor de geotecnologias. Estes eventos, gratuitos e abertos ao público, foram uma oportunidade para toda a comunidade conhecer o estado-da-arte de projetos e produtos do setor. “Os diversos eventos paralelos foram destaque, pois ofereceram mais opções para o público, movimentando os três dias de evento. No total foram 1.300 participantes online e 3.240 visitantes únicos nos três dias, resultando em mais de 8.300 visitas no evento, fato que comprova que quase a maioria dos participantes ficou no evento todos os dias, mesclando atividades pagas e gratuitas com a visitação na feira", informa Emerson Granemann, Diretor da MundoGEO. No dia 8 de maio a Associação Profissional de Geógrafos no Estado de São Paulo (Aprogeo-SP) organizou o I Encontro Brasileiro de Geógrafos (EBG), com o tema “Formação, Atuação e Fiscalização”. Nesta primeira edição o encontro reuniu geógrafos e estudantes para discutir a necessidade de melhorias na formação acadêmica, as oportunidades no mercado de trabalho e a garantia legal do exercício profissional. A programação do I EBG contou com três mesas-redondas compostas por geógrafos que atuam em instituições de ensino e em empresas públicas e privadas, além de profissionais liberais, representantes de associações de geógrafos e conselheiros do sistema Confea/Creas. Com participação intensa da comunidade de geotecnologia, o Workshop Embrapa Monitoramento por Satélite: Geointeligência em Agricultura e Meio Ambiente apresentou temas relacionados à geointeligência na agricultura e meio ambiente por pesquisadores e instituições parceiras da Embrapa. "Parabéns pelo MundoGEO#Connect 2014, os números são impressionantes. Também destaco, além da quantidade, a qualificação e a diversidade dos segmentos dos participantes

que estiveram presentes no Workshop da Embrapa e visitando nosso estande", comemora Édson Luis Bolfe, Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Monitoramento por Satélite. Outros eventos gratuitos foram realizados durante o MundoGEO#Connect 2014, como o Workshop Calibra, organizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp); e workshops gratuitos pelas empresas Bentley, Sisgraph/ Hexagon e Topocart/Vale, oferecendo oportunidades de atualização profissional e de conhecer novos produtos e serviços de geotecnologias. Aguarde o MundoGEO#Connect 2015! Através de uma parceria entre a MundoGEO e a Associação gvSIG, aconteceram as 6as Jornadas gvSIG da América Latina e do Caribe (LAC), de forma paralela ao MundoGEO#Connect 2014, proporcionando um local de encontro onde técnicos, pesquisadores, desenvolvedores, especialistas e a comunidade latino-americana puderam se reunir, em um ambiente com debates em torno da geomática livre e do software gvSIG. Para conferir os materiais do evento, acesse: http://goo.gl/gE4TK2.

Participei com satisfação, foi um evento grandioso e muito interessante. Agradeço a oportunidade de poder apresentar o Ministério da Defesa e suas capacidades na área da geoinformação. General Div José Orlando Ribeiro Cardoso - Ministério da Defesa

Foi um prazer poder participar e estou à disposição para as próximas edições. Igualmente agradável foi a colaboração com os demais membros da Comissão Avaliadora do Geo Hackathon. Marcelo Gallacci - Gisbi

Acesse os materiais dos seminários e fóruns em: www.mundogeoconnect. com/2014/grade

37


Patrocin ado

p or :

PRÊMIO MUNDOGEO#CONNECT 2014 A 4ª Edição do Prêmio MundoGEO#Connect reconheceu empresas, instituições, marcas, softwares, equipamentos e pessoas que contribuíram para melhorar o setor de geotecnologia no último ano. Todo o processo de votação teve contribuição da comunidade, que escolheu desde as categorias até os ganhadores. Ao todo foram entregues 30 troféus, em uma cerimônia marcada por muita vibração por parte dos vencedores. Confira a seguir os vencedores das 25 categorias do Prêmio MundoGEO#Connect, eleitos através de votação online, e também os cinco prêmios especiais: Instituição Pública de Maior Destaque Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Melhor Instituição de Ensino e Pesquisa Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Melhor Curso de Engenharia de Agrimensura e/ou Cartográfica Universidade Federal de Viçosa (UFV) Melhor Curso de Geografia Universidade Estadual Paulista – Rio Claro (Unesp) Associação Profissional mais atuante Associação Profissional de Geógrafos no Estado de São Paulo (Aprogeo-SP) Empresa mais lembrada de Desenvolvimento de Soluções Geoambiente Empresa mais lembrada de Mapeamento Engemap Empresa mais lembrada: Distribuidora de Imagens de Satélites Santiago & Cintra Consultoria Empresa mais lembrada: Distribuidora de Software de GIS Santiago & Cintra Consultoria Empresa mais lembrada: Distribuidora de Software para Processamento de Imagens Santiago & Cintra Consultoria

1. Patricia Azevedo (Wikimapa) 2. Natalia Aisengart (Wikimapa) 3. Wadih João Scandar Neto (IBGE) 4. Tata Lacale (DigitalGlobe) 5. Jose Roberto Varela (DigitalGlobe) 6. Gustavo Streiff (Santiago & Cintra Geotecnologia) 7. João Rocha (Google) 8. Kleber de São José (Trimble)

Empresa mais lembrada: Distribuidora de Equipamentos de Geodésia e Topografia Santiago & Cintra Geotecnologia Melhor Empresa para Trabalhar Geoambiente Melhor Empresa Júnior no Setor de Geotecnologia Mensurar – Associação Júnior de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica da UFRRJ Melhor Profissional de Marketing Fernanda Ribeiro (CPE Tecnologia) Marca mais lembrada de Estações Totais Topcon Marca mais lembrada de Receptores GNSS Trimble Marca mais lembrada de Laser Scanner Terrestre Riegl Marca mais lembrada de Software Topográfico topoGRAPH Marca mais Lembrada de VANTs Gatewing (Trimble) Marca mais lembrada de Imagens de Satélite DigitalGlobe Marca mais lembrada de GIS ArcGIS (Esri)

9. Franco Ramos (Trimble) 10. Juan Plaza (Trimble) 11. Fernanda Ribeiro (CPE Tecnologia) 12. Anderson Pereira Santos (Mensurar Jr) 13. Renato Benito Felippe Junior (Aprogeo) 14. Luiz Leonardi (Imagem/Esri) 15. Sandro Neto Ribeiro (Senac-SP) 16. Patrícia Procópio (Vale)

Marca mais lembrada de Software de Processamento de Imagens ArcGIS (Esri) Melhor Provedor de Bases de Dados Geoespaciais Google Profissional do Ano – Setor Privado Eduardo Oliveira – Santiago & Cintra Profissional do Ano – Setor Público Antônio Santana Ferraz – UFV Prêmio Especial – Excelência em IDE Projeto IDE Vale Prêmio Especial – Excelência em Mapas Colaborativos Projeto Wikimapa Prêmio Especial – Integração do Setor na América Latina e Caribe Santiago Borrero Prêmio Especial – Excelência em Geo no Agronegócio Embrapa Monitoramento por Satélite Prêmio Especial – Inovação em Mapeamento Indoor SENAC-SP

17. Eduardo Oliveira (Santiago & Cintra) 18. Iara Musse Félix (Santiago & Cintra Consultoria) 19. Ana Cristina Lazzaro (Bentley) 20. Rogério Neves (CPE Tecnologia) 21. Cesar Antonio Francisco (Engemap) 22. Diogo Martins (Topcon) 23. Dorival Junior (Imagem/Esri) 24. San tiago Borrero (GeoSUR)

25. Antônio Santana Ferraz (UFV) 26. Mateus Batistella (Embrapa Monitoramento por Satélite) 27. Izabel Cecarelli (Geoambiente) 28. Felipe Seabra (Geoambiente) 29. Emerson Granemann (MundoGEO) 30. Eduardo Freitas (MundoGEO) 31. Mariana Oliveira (Aprogeo-SP)


Alezi (Hezolinem)


MUNDOGEOXPERIENCE

MARATONA É PRA QUEM PODE! Conheça as novas soluções geoespaciais desenvolvidas para a sociedade e as ideias inovadoras dos jovens talentos no setor de geo Por Eduardo Freitas

O

que têm em comum um sistema de alerta para desastres naturais, uma startup do setor imobiliário e o mapeamento colaborativo de comunidades carentes? Ok, as geotecnologias, mas muito além do uso da localização, estes foram alguns dos temas de destaque do MundoGEOXperience, um novo evento voltado ao desenvolvimento de soluções criativas para a sociedade, através da utilização de informações geoespaciais, que aconteceu de 7 a 9 de maio em São Paulo (SP), em paralelo à 4ª edição do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014. Durante três dias, o MundoGEOXperience foi um espaço de integração, competição e desenvolvimento de soluções inovadoras para atender às demandas da sociedade, utilizando atributos de localização, análise geográfica e colaboração.

GEO HACKATHON

O Geo Hackathon permitiu o acesso - de forma inédita - a dados oficiais sobre a Região Metropolitana de São Paulo, visando a criação de ferramentas para melhor compreensão e gestão dos problemas urbanos 40

MundoGEO 77 | 2014

Dentre as atividades deste novo evento estava o Geo Hackaton, um encontro com o objetivo de elaborar soluções para problemas urba-

nos, com foco na Região Metropolitana de São Paulo. Para esta maratona de desenvolvimento, foram apresentados desafios e disponibilizados dados geoespaciais para que as equipes criarem soluções inovadoras para a sociedade. O Geo Hackathon permitiu o acesso - de forma inédita - a dados oficiais sobre a Região Metropolitana de São Paulo, visando a criação de ferramentas para melhor compreensão e gestão dos problemas urbanos. Ao participar do Geo Hackathon, os desenvolvedores fizeram parte de um amplo debate sobre os problemas de uma grande região metropolitana e suas possíveis soluções. Os participantes contaram com dados fornecidos pelo governo e empresas, softwares proprietários ou livres -, suporte de mentores - de Universidades e empresas apoiadoras -, além de toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento dos aplicativos e sistemas. Confira a seguir quem foram as equipes vencedoras e qual foi a premiação:


• 1° Lugar – Planos de evacuação para situações de alertas de desastres naturais. Desenvolvedores: Aurelienne Jorge e Jether Nascimento R$ 3.000,00 + Visita técnica à Service/ Oracle + Bônus de R$ 900,00 em Cursos Online GEOeduc + 2 Navegadores GPS Garmin + 2 Assinaturas Anuais da Revista MundoGEO • 2° Lugar – InfoPatrimonio, Um webgis com pontos de interesse referentes ao patrimônio histórico da RM de São Paulo. Desenvolvedor: Caio Cardoso Lucena R$ 2.000,00 + Visita técnica à Geofusion + Bônus de R$ 600,00 em Cursos Online GEOeduc + 1 Navegador GPS Garmin + 1 Assinatura Anual da Revista MundoGEO

Projeto sobre alertas de desastres naturais foi o grande vencedor do 1° Geo Hackathon

• 3° Lugar – GeoTur, Aplicativo mobile voltado à indicação de pontos turísticos próximos ao usuário. Desenvolvedores: Luigi Aulicino, Jaime Flores, Arthur Moreira, Roberto Pepato, Robson Luís Monteiro Junior, Vinícius Machuca R$ 1.000,00 + Bônus de R$ 300,00 em Cursos Online GEOeduc + 1 Navegador GPS Garmin + 1 Assinatura Anual da Revista MundoGEO

GEO ACADEMIA Nos dias 7 e 9 de maio aconteceu o Geo Academia, evento que ofereceu oportunidades de divulgação de projetos e resultados de pesquisa aplicada dentro da área de geoinformação. A comunidade científica e acadêmica enviou mais de 50 trabalhos, os quais foram avaliados por uma Comissão especializada, formada por professores e representantes das universidades, governo, empresas usuárias e atuantes no setor e coordenada por Clodoveu Augusto Davis da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Silvana Camboim da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os projetos aprovados foram então apresentados durante o evento. O objetivo desta iniciativa foi aproximar a comunidade acadêmica e a indústria de geotecnologias, propondo soluções inovadoras para os usuários de informações geoespaciais. Confira a programação completa das palestras e

InfoPatrimonio levou o 2º lugar

Equipe do projeto GeoTur ficou em 3° lugar MundoGEO 77 | 2014

41


Mais de 50 trabalhos foram enviados ao Geo Academia

apresentações do Geo Academia no site do evento: http://mundogeoxperience.com/2014/ geo-academia.

EVENTOS PARALELOS Muitas outras atividades aconteceram durante o MundoGEOXperience: • Workshop de Geocolaboração – Neste encontro, profissionais envolvidos com mapeamento colaborativo contribuíram com seu conhecimento local para

aprimorar as informações publicadas em serviços como o Wikimapa e o Google Maps; • Encontro de Startups e Empresas Júnior de Geotecnologia – Espaço para interação entre representantes de empresas juniores e startups, através da apresentação e debate sobre boas práticas e desafios para os empreendedores; • II Encontro de Integração Governo, Universidades e Empresas – Encontro para apresentação de resultados de pesquisas feitos em parceria entre universidades e empresas privadas; • Workshop Porque o Brasil precisa de OpenStreetMap – Espaço para encontro da comunidade envolvida com o OpenStreetMap, um projeto colaborativo para criar um mapa gratuito e editável do mundo. O MundoGEOXperience foi organizado pela MundoGEO e co-realizado pela Emplasa, com o patrocínio da Garmin, Santiago & Cintra Geo-Tecnologias, Santiago & Cintra Consultoria, Service IT Solutions, Oracle e Geofusion. Para mais informações, acesse www. mundogeoxperience.com e saiba tudo sobre este novo evento. A próxima edição já está marcada para 5 a 7 de maio de 2015 em São Paulo. Experimente!


Garmin


PASSO A PASSO

POR DENTRO DOS PRODUTOS GOOGLE GEO

Integração entre o Google Maps Engine Lite e o Novo Google Maps - Parte 2

N ARLETE APARECIDA CORREIA MENEGUETTE Engenheira cartógrafa (Unesp), PhD em fotogrametria (University College London). Docente e pesquisadora do Departamento de Cartografia da Unesp Campus de Presidente Prudente arletemeneguette@gmail.com

o artigo publicado na edição 76 da Revista MundoGEO demonstramos a integração entre o Google Maps Engine Lite e o novo Google Maps, tomando como área de estudo a Unesp - Câmpus de Presidente Prudente, para a qual criamos um marcador personalizado.

Neste tutorial vamos demonstrar como criar uma rota entre dois lugares, sendo possível adicionar mais pontos, escolher o modo (carro, bicicleta ou a pé), bem como detalhar todo o roteiro passo-a-passo. Como sabemos, para fazer uso do Google Maps Engine Lite basta entrar em https://mapsengine. google.com/map/?pli=1 e fazer login com nossa conta do Google. Há duas opções: “Criar um novo mapa” e “Abrir um mapa”.

Ao clicar em “Abrir um mapa” temos acesso a uma listagem de todos os mapas que já criamos anteriormente ou que foram compartilhados conosco. Para dar continuidade ao mapeamento iniciado anteriormente, podemos habilitar a caixa de seleção do mapa, denominada “Locali-

44

MundoGEO 77 | 2014

zação da Unesp – Câmpus de Presidente Prudente”. Em seguida temos que clicar em “Selecionar”. Desta maneira, o mapa personalizado é exibido na tela com a aparência que definimos no tutorial anterior. Podemos escolher o Mapa Básico que desejarmos para ser exibido como plano de fundo, como por exemplo a imagem de satélite mais recente da área que, no caso de Presidente Prudente, é de outubro de 2013. Vamos agora traçar uma rota entre dois lugares e, para tanto, temos que clicar em , o que faz surgir uma nova camada sem título no painel à esquerda. Podemos digitar o nome ou o endereço dos locais de interesse, por exemplo: “Unesp – Câmpus de Presidente Prudente” como ponto de partida e “Moradia Estudantil Bloco A” como ponto de chegada. Também podemos escolher o modo (por exemplo: pedestre). O nome da nova camada pode ser editado, por exemplo: “Rota entre Casa e Escola”.

Este mapa personalizado está disponível para visualização em http://goo.gl/ezbWqb. Podemos visualizar nosso mapa no Novo Google Maps, basta entrar em https://www.google. com.br/maps/preview, clicar na caixa de pesquisa e escolher a opção “Meus Mapas Personalizados” para ver uma lista dos cinco mapas mais recentes que criamos ou que foram compartilhados conosco no Google Maps Engine Lite. O mapa exibido é somente uma prévia, pois para visualizar ou editar o mapa completo é necessário clicarmos em “Abrir o mapa original”, o que nos levará de volta ao Google Maps Engine Lite.


intergeo

MundoGEO 77 | 2014

45


BIM

GEO OU BIM? Integração com o GIS revolucionando a arquitetura, engenharia e construção

C FERNANDO CESAR RIBEIRO Possui graduação em Engenharia Civil e mestrado em Engenharia de Transportes pela USP. Atualmente é colaborador no Laboratório de Topografia e Geodésia na Poli-USP, professor e coordenador do Curso de Edificações do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e professor da Faculdade de Engenharia da FAAP. Ocupa o cargo de Diretor Operacional da Sigma Geomática, onde é responsável pelas aplicações especiais e Laser Scanning fernando@toppar.com.br

A integração das tecnologias GIS e BIM vem da necessidade de usar as especificações das construções num contexto espacial mais amplo para o uso em queries e análises GIS 46

MundoGEO 77 | 2014

omeço esta coluna lembrando da primeira edição da revista InfoGEO, de 1998, na qual nós introduzimos os conceitos da automação topográfica para a comunidade usuária e produtora da geoinformação. Dezesseis anos depois, ainda atuando profissionalmente na área e participando do MundoGEO#Connect 2014, justamente no seminário de Automação Topográfica, pude perceber a evolução enorme na forma de pensar as geotecnologias que se integram em diversos setores. Claro que os avanços tecnológicos constantes têm seu papel decisivo em toda essa história, mas esta forma de pensar, evoluída e integradora, me parece primordial. É de fato impressionante como os usuários se apropriaram das formas de produção de dados e do gerenciamento das informações espaciais em seus projetos, tornando-os multidisciplinares e efetivamente mais completos. Hardware e software há muito tempo não são pensados separadamente, e assim formaram os sistemas que muitas empresas (acertadamente, ao meu ver) transformaram em soluções, pois uniram também a inteligência mercadológica na formação das pessoas e de seus colaboradores. Surgiram novas siglas - GNSS, LBS, VANT, LIDAR, BIM, entre outras - todas com sistemas desenvolvidos para coletar ou receber grandes volumes de dados espaciais que geram produtos finais extremamente detalhados e com produtividade altíssima. E o destaque da letra "I" de informações também promove o caráter de integração, inteligência e de outras dimensões, além das três do posicionamento. Bem, mas como assunto principal a ser discutido nesta coluna: o que é BIM? Provavelmente muitos dos leitores já devem estar familiarizados com a sigla, mesmo porque não é um termo recente, mas é bastante atual. Modelagem de Informações da Construção (Building Information Modeling - BIM) é considerada a mais importante promessa de desenvolvimento na indústria de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção). É uma tecnologia e um conjunto

de processos que permitem a construção de modelos virtuais gerados por meio de ferramentas computacionais com a geometria precisa e com as informações relevantes que darão suporte ao planejamento da construção, fabricação e aos insumos necessários para a realização de um empreendimento. Além disso, a tecnologia BIM, na visualização do que será construído por meio de simulações em ambiente virtual, é o que permite identificar problemas de projeto, construção e operação. Já ouvi depoimentos de usuários relatando a tecnologia BIM como "solucionadora de problemas", principalmente os que atuam no cumprimento de cronogramas e análises de interferências entre as várias especialidades do projeto. Relatos mais otimistas colocam a tecnologia BIM como a integradora definitiva entre o campo e o escritório, o que perseguimos desde os primórdios dos sistemas automatizados de coleta de dados em campo usando Laser Scanner e Estações Totais, com interfaces diretas com as ferramentas computacionais no escritório. É importante considerar também o grande potencial da tecnologia BIM quando integrada a outro sistema que privilegia as informações geoespaciais: o GIS. Essa integração pode colaborar enormemente em áreas como planejamento urbano, cadastros 3D, projetos de infraestrutura e simulações ambientais. Além disso, a integração das tecnologias GIS e BIM vem da necessidade de usar as especificações das construções num contexto espacial mais amplo para o uso em queries e análises GIS. Portanto, creio que despretensiosamente podemos eliminar o "ou" da pergunta do título da coluna e substituir pelo "e". Achei muito feliz a pergunta colocada na seção do nosso seminário do evento: BIM e Geo: Colisão entre dois mundos ou somatório de forças? Espero conseguir responder essa e outras perguntas nas próximas colunas.



VANTS & DRONES GOOGLE ADQUIRE STARTUP DE DRONES O Google anunciou a aquisição da Titan Aerospace, uma startup fabricante de drones dos Estados Unidos. A empresa tem vários projetos de aeronaves movidas à energia solar que podem voar a altura quase orbital, funcionando como satélites. As soluções da Titan ajudarão o Google a coletar fotos de todo o planeta, auxiliando as ferramentas Google Earth e Maps.

DRONE NO REGISTRO DE OBRAS A construtora Tecnisa passará a utilizar drones para filmar e fotografar o andamento de suas obras. A novidade é fruto da última sessão do Fast Dating Tecnisa, encontros de 20 minutos com startups das mais diversas áreas para mostrar ideias, produtos ou serviços diferenciados para a companhia. Já em implantação, o drone irá somar tecnologia à área de relacionamento com o cliente, que envia mensalmente o registro das obras personalizado, conforme a unidade de cada comprador.

VANT PARA MONITORAMENTO DE ÁGUAS Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto Francês de Pesquisa e Desenvolvimento (IRD) e com as universidades federais do Amazonas (Ufam) e do Ceará (UFC), vão desenvolver um drone para ajudar no monitoramento das águas de reservatórios artificiais, lagos e rios do país. Segundo Henrique Roig, professor do Instituto de Geociências da UnB, o objetivo do AquaVant – junção das palavras água e VANT, que dá nome ao projeto – é capturar imagens difíceis de se obter em campo e por satélite e, assim, preencher uma lacuna existente no sistema de sensoriamento remoto. A intenção é diversificar as plataformas de observação para registrar as mudanças ambientais dos corpos d´água com mais precisão.

FAB COMPRA DRONE PARA MONITORAR ESTÁDIOS A Força Aérea Brasileira (FAB) adquiriu um VANT Hermes 900 da israelense Elbit Systems. O contrato assinado inclui o suporte logístico e garantia de um ano do equipamento. Visando o monitoramento da Copa do Mundo 2014, aeronave não tripulada possui um conjunto de 10 câmeras de alta resolução, que permitem a vigilância de uma região inteira. Cerca de 10 pessoas serão necessárias para operar a nova ferramenta. Este sensor que equipa o Hermes 900 até o momento estava disponível apenas para as Forças Armadas de

48

MundoGEO 77 | 2014

Israel. O VANT, classificado como categoria 4, opera com comunicação via satélite. A aeronave opera a 30 mil pés e tem autonomia superior a 30 horas de voo. Nas Américas, o Hermes 900 é operado pelo México, Colômbia e Chile.


IMAGENS DE DRONES NO GOOGLE GLASS Um projeto do Peru pretende contribuir com segurança de monitoramento de áreas perigosas utilizando drones e o dispositivo Google Glass. A ideia surgiu quando o potencial desta tecnologia chamou a atenção

de um grupo de peruanos que desenvolve um projeto com foco em segurança. Com um drone conectado ao Google Glass, o objetivo é mostrar desde o ar o que está ocorrendo nas ruas das cidades monitoradas.

DADOS DA AMAZÔNIA MAPEAMENTOS Aproveitando as vantagens que os drones NA BAHIA

oferecem, desde julho de 2013 o estudante de doutorado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Carlos Celes, utiliza uma aeronave não tripulada para obter dados e estimar o nível de carbono da floresta. O modelo de drone utilizado nas pesquisas é o Md4-1000, feito de fibra de carbono e capacidade para voar cerca de 80 minutos. Entre as vantagens de se utilizar esse equipamento estão o baixo custo de manutenção e operação, além da alta resistência à variação de temperatura (resiste temperaturas de -20°C a 50°C), chuva e poeira. De acordo com Celes, o quadricóptero é mais versátil se comparado com os aviões, que são utilizados para fazer esse tipo de mapeamento.

O Instituto Federal Baiano (IF Baiano) realizará uma nova campanha de voos com VANTs, para a elaboração do mapeamento multifinalitário do Atlas Digital. O IFBaiano recebeu do Comando da Aeronáutica autorização para uso do espaço aéreo dos seus campi para realizar o imageamento com o VANT. O Atlas conterá todas as informações de caráter fisiográfico dos campi – geologia, geomorfologia, clima, solos, hidrografia, relevo, vegetação, uso atual e planejado do solo, - além da infraestrutura básica e predial, informações cadastrais, elementos georreferenciados e vinculados a um mapeamento geral da região de influência dos campi.

RUNCO APRESENTA NOVO VANT DA TRIMBLE A Runco SA, fornecedora argentina de sistemas de medição e controle para geodésia, topografia, cartografia, construção e agricultura, anuncia a mais recente adição ao seu portfólio de produtos. O UX5 é um novo sistema aéreo não tripulado para aquisição de imagens aéreas, projetado pela empresa Trimble. O UX5 é pequeno avião de apenas 2,5 quilogramas e fácil de usar, que permite realizar o levantamento áreas de risco ou de difícil acesso sem comprometer o usuário. É ideal para uso em topografia, cartografia, mineração, engenharia, indústria, petróleo e gás,

engenharia civil, aplicações ambientais, órgãos estaduais, agricultura, silvicultura, entre outras aplicações. "Estamos satisfeitos de adicionar o drone Trimble UX5 à nossa gama de produtos geoespaciais. Na Argentina existe um alcance cada vez maior de novas tecnologias, e este novo produto vai revolucionar a indústria porque é ideal para a aquisição de imagens aéreas e modelos 3D, tarefas antes exclusivas de grandes especialistas em fotogrametria" afirmou Ricardo Runco, presidente da empresa.

49


TUTORIAL

CONTANDO HISTÓRIAS COM MAPAS

Compartilhamento de mapas e fotos com o StoryMaps

V DEILSON SILVA Evangelista Técnico do Sistema ArcGIS, 13 anos de experiência em Sistemas de Informações Geográficas dtsilva@img.com.br

ocê já contou alguma história com mapas? Desde os primórdios, até hoje em dia, o homem tem uma relação especial com a Geografia. Essa relação entre Terra e homem que a Geografia estuda nos permite acreditar que podemos criar um futuro mais equilibrado e sustentável para pessoas, organizações e comunidades, pelo simples fato de usarmos a Geografia de forma responsável. Vivemos a era da inteligência geográfica, que é o uso da Geografia para tomar decisões que melhoram o mundo. Que tal compartilhar informações geográficas com o mundo? É isso mesmo, você pode contar a história de um lugar, mostrar algum evento importante, algum assunto interessante ou divertido, demonstrar uma tendência ou contar a sua própria história usando ferramentas de inteligência geográfica e as suas informações. Este tutorial ajudará você a compartilhar informações geográficas por meio de uma aplicação web de forma simples e intuitiva para todas as pessoas. Vamos criar uma história com mapas e fotos em sete passos?

2. Ao clicar em “Build Tour”, você será convidado a conhecer o ArcGIS Online. Agora você tem três opções: Acessar sua conta de ArcGIS Online, fazer uma avaliação do ArcGIS Online para Organizações ou criar uma conta pessoal de ArcGIS Online. Eu vou usar a conta da Imagem.

1. Map Tour - Vamos criar um mapa que mostrará as cidades-sedes da Copa do Mundo. Acesse http://storymaps.arcgis.com/en/e clique em “Apps”. Você verá vários modelos para criação de aplicações que permitem contar histórias. Escolha o primeiro, “MapTour”, e clique em “Build tour”. 3. Como você usará fotos para ajudar a contar sua história, o StoryMaps solicita que você informe onde estão suas fotos ou vídeos. Eles podem estar no Facebook, YouTube, importar dados de um arquivo csv, etc.. Vamos utilizar o próprio ArcGIS Online como repositório das mídias. Na próxima tela clique em ArcGIS e digite “Fotos”. Este será o nome do repositório de suas mídias. Lembre-se: Se você possui uma licença de ArcGIS for Desktop (Basic, Standard ou Advanced 10.2 ou superior) você tem uma Organização de ArcGIS Online

50

MundoGEO 77 | 2014


4. Agora chegou a hora de usar mapas e gerar informação! Você incluirá os pontos referentes às cidades sede da Copa do Mundo. Na tela de criação de dados clique em “Adicionar > Selecionar ou Baixar figura” e aponte para a figura que está em seu disco. A minha está na pasta Copa do Mundo do meu computador. Escolhi a figura do Estádio Mineirão que baixei do site http:// fotospublicas.com/ (você pode usar fotos de sua propriedade ou algumas que você tenha direito de usar).

tilhe com a comunidade! Para divulgar sua aplicação, utilize o botão “Compartilhar”. Clique em “Configurações” para customizar sua aplicação. Mude o layout, as cores, inclua o logotipo de sua preferência e a extensão do mapa que ficará disponível para o usuário navegar.

5. Após definir a foto, clique na aba “Informações” e insira o título “Estádio Mineirão” e a descrição do estádio. Clique na aba “Local”. Agora você tem a possibilidade de achar o estádio manualmente, através de coordenadas geográficas (graus decimais) ou simplesmente escrevendo “Estádio Mineirão”. Para finalizar, clique em “Adicionar Ponto do Percurso”. 6. Clique nas duas ferramentas “Editar-me”. Coloque o título “Cidade-Sedes da Copa do Mundo de 2014” e o subtítulo “Criado por <Seu Nome>” (inclua seu nome no subtítulo). Clique em “Salvar”.

Esses foram os sete passos para contar sua história com mapas. Há muito mais funcionalidades disponíveis no StoryMaps. Já existem vários exemplos para você curtir! Acesse http://storymaps.arcgis.com/en/gallery para ver o que pessoas no mundo inteiro

7. Agora é com você! Inclua outros estádios, coloque suas fotos e, principalmente, compar-

estão compartilhando. Talvez haja uma história parecida com a sua. Até o próximo Tutorial! MundoGEO 77 | 2014

51


VANTs

VANT: UMA AMEAÇA À FOTOGRAMETRIA? Mapeamento comercial a bordo de aeronaves não tripuladas

N VALTHER XAVIER AGUIAR Engenheiro cartógrafo, diretor técnico da empresa Esteio Engenharia e Aerolevantamentos S.A. e vice-presidente da ANEA – Associação Nacional das Empresas de Aerolevantamento valther@esteio.com.br

O mapeamento que se tem feito com VANT nada mais é que a pura fotogrametria

ão. Definitivamente não! Ultimamente tenho justificado esta resposta diversas vezes. Numa das últimas feiras em que estive, ao comentar essa resposta com um amigo, fui questionado porque os “fotogrametristas” e as empresas de aerolevantamento pouco têm se pronunciado publicamente a respeito dos VANTs. Após este momento decidi que deveria redigir algo sobre o assunto. Antes preciso esclarecer que, embora usual, a pergunta-título deste artigo está propositalmente mal formulada, pois VANT é o veículo e Fotogrametria é a técnica utilizada, portanto, não há como um ameaçar o outro. Talvez chamasse menos atenção, mas, tecnicamente, o melhor título seria: “A Fotogrametria obtida com o uso do VANT é uma ameaça à Fotogrametria Tradicional?” Neste caso, minha resposta ainda seria: não, ou melhor, não ainda! O mapeamento que se tem feito com VANT nada mais é que a pura fotogrametria – seja ela de médio, pequeno ou, mais frequente ainda, a de “micro” ou muito pequeno formato. O que estamos presenciando nada mais é que a evolução tecnológica associada à miniaturização. A aerofotogrametria continua muito ativa e presente no palco das discussões desde o início do século 19, quando ela surgiu. Nestes quase duzentos anos de existência ela vem constantemente sendo posta à prova e, em todas estas vezes, tem se mostrado a melhor ferramenta de mapeamento já inventada. A fotogrametria teve seu primeiro grande impulso quando foi instalada a bordo de balões e, desde então, vem sendo utilizada em diversas e distintas

plataformas: aeronaves, satélites, submarinos, veículos espaciais e terrestres, entre outros. A palestra de abertura da 54ª Semana Fotogramétrica, na Alemanha em setembro de 2013, foi proferida pela Mercedes-Benz. Dois de seus mais sofisticados modelos de automóveis já possuem fotogrametria embarcada, e é uma importante aliada à direção assistida, aumentando muito a segurança ao dirigir. Agora, está chegando a vez de a fotogrametria estar “comercialmente” a bordo de aeronaves não tripuladas. Drone, ROA, RPA, UAS, UAV, UVS, VARP e outras siglas têm sido usadas como sinônimos de VANT – Veículo Aéreo Não Tripulado. A sigla RPAS, do inglês Remotely Piloted Aircraft Systems, atualmente tem sido a preferida pela comunidade. No português a sigla permanece, mas sua leitura é Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas. Assim como a aerofotogrametria, os RPAS curiosamente também existem há muito tempo. Sua existência está registrada na história da aviação desde a segunda década do século passado; entretanto, até então, os RPAS tiveram pouca utilização e em nichos muito específicos. Devido ao estágio de evolução e popularização, neste momento eles estão causando uma revolução na indústria aeronáutica. Existem hoje muitos RPAS à disposição; variam em forma, tipo e tamanho. Quanto ao peso, podem variar de alguns gramas até várias toneladas e com diferentes capacidades de carga – conhecida como payload. O custo pode variar de algumas dezenas até milhões de dólares. O rol de aplicações é tam-

Dois RPAS de uso militar, um de 15 gramas (Prox Dynamics) e outro de 15 toneladas (Northrop Grumman)

52

MundoGEO 77 | 2014


RPAS Swiss Drones com payload de 35 kg e sensor Leica RCD30 de médio formato

RPAS Simepar / Esteio com payload de 2 kg e sensor de pequeno formato

bém muito extenso. No âmbito da fotogrametria ou mapeamento, a grande maioria dos RPAS utilizados possui payload que varia de meio quilo a não mais que quarenta quilos, sejam eles de asas fixas (o mais comum), rotativas, ou de outros tipos. Desde que surgiram, as câmaras aéreas vêm sendo constantemente aprimoradas. Hoje o estado-da-arte em sensores aerofotogramétricos é representado pelos de grande formato como o ADS, DMC e UltraCam, que contam com inúmeros recursos tecnológicos, mas pesam muito mais de cem quilos e têm necessidade de energia superior a cinquenta amperes, suficiente para alimentar uma residência de 150 metros quadrados. Os RPAS com este payload e esta capacidade de geração de energia têm hoje um custo extremamente elevado, e levará ainda algum tempo para que tenham preços competitivos quando comparados com as aeronaves atualmente utilizadas nas aplicações fotogramétricas de grande porte. Entretanto, não existe nenhuma restrição tecnológica para que os melhores sensores aerofotogramétricos – os de grande formato – sejam operados em plataformas aéreas remotamente pilotadas. Sua pouca ou quase nula utilização é principalmente por fatores econômicos e pelos grandes riscos ainda envolvidos nestas operações. Assim como o Google, que vem dando sua enorme contribuição, os RPAS também estão popularizando e deixando a fotogrametria ainda mais conhecida e acessível, muito embora não sejam todos que associem, ou mesmo saibam, que por trás de todo RPAS de mapeamento fotográfico está a fotogrametria, ainda que miniaturizada. Já é possível adquirir um pequeno RPAS “fotogramétrico” pela Internet e com entrega domiciliar. Alguns acreditam que, em um futuro não muito distante, essa entrega também será feita por um RPAS. Esses pequenos sistemas possuem muita tecnologia embarcada, tal como GPS, rádio, sistema inercial, câmara digital, controle por smartphone, etc.. Mesmo no caso de sistemas mais específicos, a miniaturização e consequente simplificação dos sensores e periféricos, para que possam estar embarcados em um

RPA, fazem o usuário do mapeamento com RPAS ter de conviver com problemas há muito tempo esquecidos pelos fotogrametristas. Entre eles são comuns: grande distorção radial, deformações provocadas pelo relevo, excessivo número de modelos estereoscópicos e pontos de controle, baixa resolução radiométrica, etc. Os RPAS, além de atualmente caros e frágeis, possuem vida útil muito curta quando comparada às aeronaves tripuladas em uso. Eles possuem como limite seguro um baixo número de pousos e decolagens – este número é especificado pelo fabricante e é quase sempre inferior a duzentos. Além dessas restrições aos pequenos RPAS, existe ainda o curto alcance do controle à aeronave, incertezas e possíveis restrições na futura regulamentação, e a grande dificuldade em se fazer seguro contra perdas e danos para a aeronave e os equipamentos embarcados. Raros são os envolvidos com o tema que nunca tiveram conhecimento ou experiência com quedas e acidentes envolvendo os RPAS. Isso tudo explica porque os “tradicionais” fotogrametristas não são todos muitos simpáticos ou receptivos a esta ideia. Pode-se dizer, com segurança, que o mapeamento realizado com o emprego de sensores de “micro” formato será quase sempre inferior em qualidade e precisão ao realizado por sensores de pequeno formato e, este, inferior ao de médio formato e, ainda, inferior ao realizado com o emprego de sensores de grande formato. Precisão e qualidade dependem do sensor e da técnica empregada e não do fato deste sensor estar embarcado numa tripulada ou não tripulada aeronave. Alguns potenciais usuários do mapeamento com RPAS se mostraram decepcionados com os resultados obtidos. Os principais motivos foram a pouca experiência em fotogrametria dos executantes; e a grande, ou por vezes descabida, expectativa gerada pela própria indústria, mercado e imprensa. Não há como comparar o produto obtido por um sensor digital de grande formato, desenvolvido especificamente para mapeamento aerofotogramétrico e custo superior a um milhão de dólares, com o produto obtido por uma câmara fotográfica digital comum ou genérica

[...] não existe nenhuma restrição tecnológica para que os melhores sensores aerofotogramétricos – os de grande formato – sejam operados em plataformas aéreas remotamente pilotadas

MundoGEO 77 | 2014

53


que custa somente algumas dezenas de dólares. Resguardando as devidas proporções, é como comparar um Rolls-Royce ao bom e velho Fusca: ambos são carros e possuem quatro rodas, mas, além disso, poucas coisas a mais têm em comum. A UVS International tem publicado anualmente o RPAS Global Perspective. Na atual edição, a 2013/14, a publicação apresenta um quadro com cerca de 1500 modelos de RPAS em produção ou em desenvolvimento. Os Estados Unidos detêm a liderança com o expressivo número de 374 unidades, seguidos pela Rússia com 106 e depois Israel com 96 distintos modelos. O Brasil figura em vigésimo primeiro lugar neste rank de 54 países, com 16 exemplares. No quesito segurança e regulamentação, tudo que os líderes fizerem deverá ser, por princípio, seguido ou considerado pelos demais países. O Federal Aviation Administration (FAA) tem-se mostrado muito cauteloso e prudente na regulamentação desta atividade no espaço aéreo americano. A convivência entre aeronaves pilotadas e remotamente pilotadas no espaço aéreo está a caminho de ser regulamentada. Para o FAA a aviação é uma indústria global e, por isso, nenhuma nação deveria agir de forma totalmente independente. Também afirma que, no futuro, certamente aeronaves tripuladas e não tripuladas irão compartilhar o “mesmo” espaço aéreo. O Brasil também vem trabalhando seriamente nesta regulamentação. Acredito que somente quando os RPAS forem igualmente ou mais seguros que as aeronaves tripuladas, ou quando não ameaçarem a segurança de pessoas ou outras aeronaves, é que a convivência entre ambos será totalmente harmônica e pacífica. Inúmeras são as aplicações para os RPAS, sejam elas militares ou civis, de segurança, policiamento, monitoramento, vigilância, transporte, observação, patrulha, agricultura, controle e combate a incêndios, busca e resgate, mapeamento, entre muitas outras. O uso comercial dos RPAS para mapeamento de alta precisão representa uma minúscula fatia deste universo de atividades e, com certeza, não é a mais nobre das suas aplicações. Considero nobres aquelas aplicações onde o uso dos RPAS, em substituição às aeronaves tripuladas, possa trazer menos riscos aos tripulantes, e cujo resultado técnico, finan-

54

MundoGEO 77 | 2014

ceiro e operacional seja igual ou até mesmo melhor. Acompanhamento de obras, aplicação de defensivos agrícolas, combate a incêndios, controles visuais repetitivos, inspeções de grandes estruturas e voos de reconhecimento são alguns exemplos do que considero hoje nobres aplicações. A fotogrametria realizada pelos atuais RPAS, quando estiver totalmente regulamentada, terá sim seu lugar no mercado e também alguma superposição com os pequenos levantamentos aerofotogramétricos, topográficos e até os satelitais; entretanto, não pode nem deve ser encarada como ameaça à fotogrametria tradicional ou de grande porte, e sim complementar, porém, como tudo, em constante evolução. A lei de Amara diz que “tendemos a superestimar o efeito de uma nova tecnologia em curto prazo e a subestimar o seu efeito em longo prazo”. No mundo dos RPAS esta lei parece ser bem apropriada. É gigantesca a perspectiva de mercado para os RPAS. O desenvolvimento e a evolução de sensores fotogramétricos específicos para este tipo de aeronave trará importantes benefícios também à fotogrametria de maior porte. É extremamente difícil prever quando ou se, de fato, os RPAS irão substituir as aeronaves pilotadas nas operações fotogramétricas de médio e grande porte; entretanto, essa é a tendência. Resta aos entusiastas e fotogrametristas, simpatizantes ou não, acompanharem e aguardarem o desenrolar desta deslumbrante e maravilhosa revolução.

Distorção Radial em imagem obtida pela Esteio com RPAS e câmara de pequeno formato em linha de transmissão da Cemig


MundoGEO 77 | 2014

55


AEROLEVANTAMENTO

CONTROLE DOS AEROLEVANTAMENTOS Regulação das atividades pelo Ministério da Defesa no território nacional

O TEN CORONEL SÉRGIO ROBERTO HORST GAMBA MSC Geociências Aplicadas – UNB e Curso Internacional em Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas –INPE. Atualmente é Coordenador da SECMA (Seção de Cartografia, Meteorologia e Aerolevantamento – Ministério da Defesa) sergio.horst@defesa.gov.br

controle da atividade de aerolevantamento no Território Nacional é prevista no Decreto-Lei N°1177, de 21 de junho de 1971, no Decreto N° 2278, de 17 de julho de 1997, e na Portaria N° 0953, de 16 de abril de 2014, do Ministério da Defesa (MD). O Decreto-Lei N°1177 define, em seu artigo 3°, que o aerolevantamento é o “conjunto das operações aéreas e/ou espaciais de medição, computação e registro de dados do terreno com o emprego de sensores e/ou equipamentos adequados, bem como a interpretação dos dados levantados ou sua tradução sob qualquer forma”. Ainda, em seu artigo 6°, estabelece as categorias de empresas de aerolevantamento, como sendo: categoria A, “executantes de todas as fases do aerolevantamento, categoria B, executantes apenas de operações aéreas e/ou espaciais, e categoria C, executantes da interpretação ou da tradução dos dados obtidos em operações aéreas e/ou espaciais por outras organizações”. A Seção de Cartografia, Meteorologia e Aerolevantamento (SECMA), subordinada à Chefia de Logística, do MD, realiza o controle de todas as empresas de aerolevantamento, que coletam e/ ou realizam geoprocessamento de dados de sensores orbitais e aerotransportados, no território nacional. A tabela abaixo demonstra a evolução da quantidade de empresas de aerolevantamento inscritas no MD, no período de 2011 a 2014:

Categoria A

Categoria B

Categoria C

Totais

2011

24

4

16

44

2012

25

3

27

55

2013

27

3

33

63

27

3

35

65

*2014

*Informações até abril/2014

56

MundoGEO 77 | 2014

Fonte: SECMA

Observa-se um aumento de 47% nas inscrições de empresas de aerolevantamento, de 2011 a abril de 2014. Entretanto, o aumento significativo está nas empresas de categoria C, cerca de 120%. O Decreto N° 2278, em seu artigo 1°, estabelece que o aerolevantamento se divide em duas fases: a aeroespacial, que representa a captação e o registro dos dados, atividade das empresas de categoria A e B; e a decorrente, que se limita à interpretação e à tradução dos dados obtidos, atividade das empresas de categorias A e C. No artigo 4°, o Decreto N° 2278 estabelece que o produto obtido na fase aeroespacial é o original de aerolevantamento, ou seja, negativo de filme, cópia de imagens digitais provenientes de negativo de filme digitalizado, cópia de imagens digitais processadas (ótica, radar, laser e multiespectral) e cópia de dados brutos geofísicos. Neste mesmo artigo, também estabelece que os produtos da fase decorrente são: ortoimagens, ortofotos, mosaicos, mapas de rede, mapas temáticos, mapas hipsométricos, mapas cadastrais, mapas geológicos, mapas magnetométricos, modelo numérico do terreno, modelo digital de superfície, fotoíndice, cartas, entre outros. O controle do aerolevantamento pelo MD, através da SECMA, é realizado por meio de visitas técnicas, onde se verifica a guarda dos originais de aerolevantamento; as instalações de geoprocessamento; e os projetos de aerolevantamento (imageamento aerofotogramétrico, laser, radar e geofísico), tudo previsto na Portaria N° 0953, do MD. Os projetos encaminhados à SECMA, que contém a discriminação das fases aeroespacial e decorrente - anexo F – conforme a Portaria N° 0953, em seu artigo 17, após aprovados, possibilitam a geração da AVOMD (Autorização de Voo do MD). No final do processo de autorização do projeto,


a empresa encaminha à SECMA o anexo J, que contempla as áreas efetivamente imageadas. Após a conclusão desse processo, informações relevantes dos projetos são incluídas no CLATEN (Cadastro de Levantamento Aeroespacial do Território Nacional), disponível no portal do MD: www.defesa.gov.br. A tabela abaixo apresenta uma demonstração da rotina de aprovação de projetos pela SECMA:

Verifica-se na tabela que os projetos aerofotogramétricos e a laser representam 82% das autorizações do MD. Há uma variedade de finalidades dos projetos, como cadastro municipal, mapeamento rodoviário, mapas geológicos, mapeamento da Amazônia, etc.. Neste contexto, o MD cumpre seu papel de controlar as atividades de aerolevantamento no Território Nacional e de auxiliar órgãos públicos nas tomadas de decisões, através do CLATEN.

Número de projetos

Número de projetos aerofotogramétricos e laser

Número de projetos aerofotogramétricos

Número de projetos geofísicos

Número de projetos radar

2011

244

184

13

45

2

2012

230

191

11

26

2

2013

262

224

12

21

5

*2014

78

69

1

6

2

Totais

814

668

37

98

11

*Informações até abril/2014

Fonte: SECMA

57


COPA DO MUNDO

DADOS GEOESPACIAIS PARA A COPA DO MUNDO DE 2014 ALBERTO PEREIRA JORGE NETO Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, Tenente Coronel Engenheiro Cartógrafo. Chefe da 3a Divisão de Levantamento (3a DL) em Recife-PE. Graduado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) alberto@dsg.eb.mil.br

CARLOS YOSHIO MORITA Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, Capitão Tenente Engenheiro Cartógrafo. Adjunto da Subdivisão Técnica da 3a DL. Graduado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) morita@dsg.eb.mil.br

JOÃO ALBERTO BATISTA DE CARVALHO Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, 1º Tenente Engenheiro Cartógrafo. Adjunto da Subdivisão Técnica da 3a DL. Graduado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) joao.alberto@dsg.eb.mil.br

58

MundoGEO 77 | 2014

Customização de produtos geoespaciais para apoiar as ações de planejamento e emprego das Forças de Defesa e de Segurança Os Grandes Eventos realizados no Brasil no ano de 2013 e atualmente no ano de 2014 apresentam-se como um grande desafio às Forças de Segurança Brasileiras. Esta situação tem sua evidência consolidada pelo requerimento crescente de uma gama de ações coordenadas e planejamentos nunca antes vislumbrados. Para assegurar que os eventos transcorram com a devida integridade e segurança, o Governo Federal, sem prejuízo das medidas preventivas, atribuiu às Forças Armadas o papel de Força de Contingência, ou seja, em caso de necessidade, as mesmas serão acionadas para atuar. Nesse sentido, o Exército Brasileiro (EB) está atuando nas atividades de Defesa para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 nas doze cidades sedes e subsedes. Tanto no planejamento da atuação das Forças de Contingência quanto no emprego das mesmas, é necessário que as autoridades incumbidas do processo decisório tenham subsídio para a tomada das ações mais eficazes e, para tal, é fundamental o uso de dados geoespaciais atualizados do terreno. No EB, a responsabilidade pela produção dos dados geoespaciais para apoiar as atividades de Segurança e de Defesa para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 é da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), a qual conta com cinco organizações militares diretamente subordinadas (OMDS), como braços operacionais, cada uma responsável pela respectiva região brasileira onde está sediada, a saber: 1ª Divisão de Levantamento, em Porto Alegre-RS (Região Sul); a 3ª Divisão de Levantamento, em Recife-PE (Região Nordeste); a 4ª Divisão de Levantamento, em Manaus-AM (Região Norte); a 5ª Divisão de Levantamento, no Rio de Janeiro-RJ (Região Sudeste); e o Centro de Imagens e Informações Geográficas do Exército (CIGEx), em Brasília-DF (Região Centro-Oeste).

As OMDS da DSG foram incumbidas de prover os dados geoespaciais atualizados em sua área de atuação, com a finalidade de apoiar as atividades de inteligência, logística, segurança, coordenação e controle dos eventos atinentes à Copa do Mundo que serão desenvolvidas pelos Centros de Coordenação de Defesa de Área das cidades sedes e subsedes e pelas demais Forças de Segurança. Os dados geoespaciais. empregados como insumos necessários para o desenvolvimento do mapeamento das sedes e subsedes da Copa do Mundo, foram cedidos por diversas instituições públicas e privadas, tais como Prefeituras Municipais, Órgãos Estaduais de Mapeamento, Construtoras, Empresas de Abastecimento de Água, Empresas de Abastecimento de Luz, Empresas de Abastecimento de Gás entre outras. Os dados geoespaciais vetoriais fornecidos foram complementados e convertidos para a modelagem prevista na Especificação Técnica para Estruturação de Dados Geoespaciais Vetoriais de Defesa da Força Terrestre (ET-EDGV Defesa FT), estrutura de dados geoespaciais desenvolvida pela DSG, que é uma expansão da ET-EDGV, versão 2.1.3, homologada pela Comissão Nacional de Cartografia (Concar), com a agregação de uma modelagem conceitual e lógica para as feições da Cartografia Cadastral, até a escala de 1:1.000, e feições da Cartografia Temática, relacionadas à temas de Defesa e Segurança, assim como temas correlacionados (defesa civil, patrimônio público, entre outros). De posse dos dados geoespaciais vetoriais estruturados na nova modelagem prevista na ET-EDGV Defesa FT, foi realizada a etapa de reambulação nas cidades sedes e em algumas subsedes, que teve por finalidade, por meio do trabalho in loco das equipes de campo: atualizar as alterações ocorridas nas geometrias dos vetores associados às estruturas e vias das cidades; complementar os atributos previstos


na ET-EDGV Defesa FT; e coletar as informações de interesse do Exército. A partir dos dados geoespaciais atualizados foram produzidos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) em duas dimensões (2D), com precisão planimétrica e densidade de informações compatíveis com as escalas de 1:2.000 ou 1:1.000, dependendo da base de dados fornecida. Além do SIG 2D convencional também foi produzido um SIG 3D, nas escalas de 1:10.000 e 1:1.000, das regiões de interesse do Exército e das Forças de Segurança. Para a construção de tal produto, foram utilizados como insumos o perfilamento LiDAR e modelos digitais de elevação fornecidos por instituições públicas e privadas e dados coletados em campo.

duzidas utilizando-se técnicas de generalização cartográfica das bases de dados recebidas e atualizadas pelas OMDS da DSG. Também foram produzidas cartas ortoimagem nas escalas de 1:10.000 e 1:1.000, modelos digitais de terreno (MDT) e modelos digitais de superfície (MDS) das regiões das sedes e subsedes. Todos os produtos foram elaborados de acordo com a Especificação Técnica para Produtos de Conjuntos de Dados Geoespaciais (ET-PCDG), especificação prevista no Plano de Ação de Implantação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) e elaborada pela DSG, que tem por objetivo descrever os requisitos para cada tipo de produto gerado a partir de conjuntos de dados geoespaciais, estabelecidos no Sistema Cartográfico Nacional (SCN) ou no Sistema Cartográfico Municipal (SCM), para o caso de mapeamento cadastral.

PHILIPE BORBA Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, 1º Tenente Engenheiro Cartógrafo. Adjunto da Subdivisão Técnica da 4a DL em Manaus-AM. Graduado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) borba@dsg.eb.mil.br

SIG 3D da cidade de Fortaleza, com destaque para a Arena Castelão

FELIPE DE CARVALHO DINIZ

Carta Especial da Arena Pernambuco na escala de 1:1.000 SIG 3D da cidade de Manaus, com destaque para a Arena da Amazônia O SIG 3D tem como principal aplicação, no contexto das atividades de Segurança e de Defesa, permitir uma melhor contextualização da consciência situacional para os tomadores de decisão, nos diversos níveis operacionais, além de possibilitar uma série de análises de visibilidade para diferentes finalidades, como por exemplo: definição do posicionamento ótimo de câmeras de vigilância; definição de pontos cegos para a segurança de um ponto sensível; identificação de pontos cegos de uma rota; e posicionamento de tropa para observação. O SIG 3D também tem como propósito ser um centralizador de informações, com as feições não estando somente vinculadas a uma tabela de atributos, mas também a outros tipos de dados e informações, tais como fotos, documentos, gráficos, relatórios, etc.. Além dos SIG 2D e 3D foram produzidas cartas topográficas matriciais nas escalas de 1:25.000, 1:10.000, 1:2.000 e 1:1.000. Tais cartas foram pro-

Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, 1º Tenente Engenheiro Cartógrafo. Adjunto da Subdivisão Técnica da 1a DL em Porto Alegre-RS. Graduado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) diniz@dsg.eb.mil.br

Carta Especial de Manaus na escala de 1:2.000 Todos os dados geoespaciais produzidos pela DSG serão disponibilizados para as instituições que cederam suas bases de dados, já na modelagem da ET-EDGV Defesa FT. As cartas topográficas matriciais na escala de 1:25.000 produzidas poderão ser acessadas e baixadas por qualquer usuário devidamente cadastrado, diretamente do Banco de Dados Geográfico do Exército (BDGEx), no seguinte endereço na internet: www.geoportal. eb.mil.br/mediador. MundoGEO 77 | 2014

59


QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

CURSOS ONLINE CRESCEM MAIS QUE OS PRESENCIAIS A Educação a Distância cresceu praticamente quatro vezes mais que a presencial entre 2011 e 2012

Por Eduardo Freitas

S

egundo dados do Censo da Educação Superior de 2012, divulgados recentemente pelo Ministério da Educação (MEC), em um ano o aumento foi de 12,2% nas matrículas em cursos a distância, enquanto nos treinamentos presenciais houve acréscimo de 3,1%. Por outro lado, o ensino a distância ainda representa apenas 15,8% das matrículas, o que indica grande potencial de crescimento. Em relação a outros países, o índice do ensino a distância no Brasil é baixo e há muito espaço para crescimento. Para isso, é preciso garantir a qualidade do ensino e romper as barreiras que ainda existem quanto aos cursos online. O MEC certifica apenas as instituições que oferecem cursos de nível fundamental, médio, técnico ou superior. Cursos online de atualização ou qualificação profissional não necessitam de portaria de regularização, são válidos em todo o território nacional e os certificados emitidos têm a mesma validade dos obtidos em cursos presenciais.

GEOEDUC A MundoGEO - empresa brasileira líder na América Latina em soluções integradas de mídia, comunicação e capacitação para o setor geoespacial e de localização – anunciou no dia 30 de abril a criação de um Instituto especificamente voltado à Educação, que oferece cursos online, presenciais e In Company, além de pesquisas de mercado. O Instituto GEOeduc – Qualificação sem Fronteiras (www.geoeduc.com) nasce com forte vinculação à MundoGEO, uma marca reconhecida pela sua qualidade nos eventos, cursos e pesquisas que realiza. Com mais de 15 anos de experiência em eventos de atualização profissional, em 2013 a empresa formalizou a criação de um

60

MundoGEO 77 | 2014

setor especificamente voltado à Educação, com o lançamento de cursos online, presenciais e In Company, com mais de 200 alunos que já participaram nos treinamentos. Com um site e uma marca totalmente novos e em sintonia com as expectativas dos usuários e profissionais da geoinformação, o novo Instituto GEOeduc tem como missão gerar valor para os profissionais, equipes de colaboradores, acionistas, instituições, empresas e a sociedade, atuando na qualificação e atualização dos profissionais e na sustentabilidade do setor de geomática e soluções geoespaciais. No site do Instituto é possível acessar facilmente todas as informações referentes aos Cursos Online, Presenciais e In Company, além de pesquisas sobre o mercado de geotecnologias.


CURSOS DISPONÍVEIS ONLINE: • Análise Espacial – Prática com ArcGIS ou QGIS • Cadastro Ambiental Rural – Prática com QGIS • Geodatabase – Prática com ArcGIS • Georreferenciamento de Imóveis Rurais • Introdução ao PDI – Prática com ArcGIS ou QGIS • Introdução ao GIS – Prática com ArcGIS (português e espanhol) e QGIS • Introdução à Cartografia • WebTreinamentos (consulte agenda no site)

PRESENCIAIS: • CAR: Legislação e Capacitação, 12 e 13 de agosto em São Paulo • Georreferenciamento: do Processamento ao Sigef, 14 e 15 de agosto em São Paulo • GeoIncra: por dentro do Sigef (intermediário), 16 de agosto em São Paulo

IN COMPANY • Sob consulta

GEOEDUC PASSA A INTEGRAR A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EAD O Instituto GEOeduc acaba de se tornar membro da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), uma sociedade científica sem fins lucrativos, criada em 21 de junho de 1995 por um grupo de educadores interessados em novas tecnologias de aprendizagem e em educação a distância. Como membro do quadro associativo da ABED, o GEOeduc faz parte de um seleto grupo de instituições que promovem a educação aberta, flexível e a distância. Para saber mais sobre a Abed, acesse www.abed.org.br

MUNDOGEO#CONNECT O estande do GEOeduc foi destaque durante o MundoGEO#Connect LatinAmerica, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais que aconteceu de 7 a 9 de maio em São Paulo (SP). “O lançamento do Instituto GEOeduc durante a feira MundoGEO#Connect 2014 foi um sucesso. A comunidade de geotecnologias aprovou o Instituto e o objetivo foi alcançado”, comemora Ivan Leonardi, tutor dos cursos e treinamentos online GEOeduc. “Muitos participantes tiraram dúvidas quanto às modalidades – Online, Presenciais e In-Company – e aproveitaram a promoção de lançamento para adquirir diversos cursos”, completa.

Estande do GEOeduc no MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014 MundoGEO 77 | 2014

61


TI+GEO

DESVENDANDO BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS Parte 2 : Modelagem do banco, planejar é preciso!

S

JOSÉ AUGUSTO SAPIENZA RAMOS Coordenador Acadêmico do Sistema Labgis. Professor do Departamento de Geologia Aplicada da Faculdade de Geologia da UERJ. Formação na área de Engenharia e Ciência da Computação, atua há mais de 12 anos na área de Geotecnologias com pesquisa, ensino e consultoria sapienza@labgis.uerj.br

O modelo ou técnica de modelagem precisa ter alta expressão semântica e sintática, de forma a atingir melhores representações da estrutura do banco de dados 62

MundoGEO 77 | 2014

eguindo na esteira do meu artigo há duas edições atrás desta revista, quando abordei a necessidade do uso de banco de dados (BD), vou continuar explanando outro tema que ainda suscita muitas dúvidas: modelagem de banco de dados geográficos (BDG). Apesar da representação por dados geográficos ser uma simplificação e abstração do mundo real, isso não implica que a estruturação dos dados geográficos seja simples. Está em qualquer cartilha de gerenciamento de projetos: complexidade aumenta a necessidade de planejamento para que o projeto tenha maior chance de sucesso. Com BDG não é diferente, onde modelo de dados é um planejamento que busca descrever de forma conveniente e sistemática a estrutura e operações do banco sobre objetos e fenômenos nele representados. Além do planejamento, a modelagem gera documentos técnicos fundamentais para uma melhor gestão e compartilhamento dos dados. Em outras palavras, conforme um BD se apresenta mais diversificado e vasto, mais importante a modelagem é. Para fins de exemplo de modelagens de bancos complexos, sugiro o acesso aos modelos de BDG como o ArcGIS Pipeline Data Model (APDM) e Especificações Técnicas para Estruturação de Dados Geoespaciais Digitais Vetoriais (ET-EDGV), disponíveis respectivamente nos links http://goo.gl/u9Q4m6 e http://goo.gl/lglHB4. O modelo ou técnica de modelagem precisa ter alta expressão semântica e sintática, de forma a atingir melhores representações da estrutura do banco de dados. Porém é evidente que os dados geográficos possuem conceitos e estruturas diferenciadas dos dados alfanuméricos, como os relacionamentos espaciais, restrições geométricas e generalizações cartográficas. As técnicas de modelagem tradicionalmente apli-

cadas em sistemas computacionais não geográficos falham na representação eficiente dessas especificidades, trazendo a necessidade de técnicas próprias de modelagem de banco de dados geográficos como o Object-Oriented Data Model for Geographic Applications (OMT-G), o UML-Geoframe e o ArcInfo UML. Grande parte dessas técnicas de modelagem para BDG é baseadas em Unified Modeling Language (UML), uma linguagem para modelagem proposta e amplamente utilizada para engenharia de softwares - incluindo banco de dados - e que segue preceitos de orientação a objeto. Dependendo da finalidade da modelagem do banco de dados geográficos, podemos dividi-la em três etapas: conceitual, lógica e física. A modelagem conceitual objetiva a definição das classes, seus atributos, operações e relacionamentos no mais alto nível de abstração. Nessa etapa não é feita nenhuma consideração sobre a solução computacional adotada, sendo desta forma focada somente na percepção dos usuários sobre a representação dos objetos e fenômenos que devem ser estruturados no BDG. A etapa lógica está atrelada à solução computacional, onde se modelam os conceitos da etapa anterior considerando as convenientes estruturas lógicas fornecidas pela solução. Por fim, há também a modelagem física, onde se detalham estruturas computacionais como armazenamento, acesso e otimização, descendo aos mínimos detalhes computacionais sobre a estrutura interna do banco adotado. Na próxima coluna detalharei e exemplificarei as três etapas de modelagem e quando elas devem ser empregadas na implementação de um BDG. Subsequentemente, destacarei as especificidades da construção lógica e física do BDG. Até lá!


MundoGEO 77 | 2014

63


CROWDFUNDING

A GEOGRAFIA DO CROWDFUNDING Inovação em financiamento de projetos e empreendimentos

E EDUARDO DE REZENDE FRANCISCO PhD em Administração de Empresas pela FGV-EAESP, Bacharel em Ciência da Computação pelo IMEUSP, atua em GIS, Business Intelligence, Pesquisas de Mercado e Satisfação de Clientes. É professor de Métodos Quantitativos, Analytics e Big Data na FGV-EAESP e de Sistemas de Informação na ESPM, Consultor em Geomarketing, Estatística Espacial e Microcrédito e sócio fundador do GisBI e do Meia Bandeirada erfrancisco@gmail.com

A dispersão geográfica é uma das características mais presentes em operações de crowdfunding 64

MundoGEO 77 | 2014

screvo nesta edição da revista MundoGEO para contar-lhes sobre um projeto que desenvolvi em conjunto com meu colega de Wesley Mendes-Da-Silva da FGV-EAESP, nosso aluno Bruno S. Conte e os pesquisadores Cristina Chaves Gattaz e Luciano Rossoni, o qual envolve a inteligência geográfica em um contexto pouco usual: o crowfunding. A indústria financeira, em especial as plataformas e mecanismos de investimento, vem sofrendo um momento de reconstrução perante a sociedade. Investimentos tradicionais, de caráter produtivo, passam a conviver cada vez mais com Private Equity e Venture Capital e, mais recentemente, com o crowdfunding, uma das mais relevantes inovações de financiamento que beneficia diferentes tipos de negócio, como agribusiness, projetos sociais, esportivos e de inovação tecnológica e, em especial, a produção cultural. O crowdfunding significa acessar um ilimitado conjunto de pessoas geograficamente dispersas com a intenção de captar pequenas quantias de dinheiro, com o intuito de financiar um projeto ou um empreendimento. Doação, crédito (com taxa de retorno), recompensa financeira ou até o equity crowdfunding (parcela da empresa financiada) são os modelos atualmente empregados. Crowdfunding é normalmente viabilizado através da internet, pelo emprego da mídia para comunicação social e das redes de colaboração. Plataformas como o Kickstarter, a maior do mundo atualmente, já captou mais de R$ 1,5 bilhão a partir de 5,1 milhões de pessoas, financiando mais de 50 mil projetos criativos. No Brasil, há cerca de 40 plataformas. Catarse é uma das mais proeminentes. Projetos de crowdfunding podem variar expressivamente, segundo seus objetivos e sua magnitude. E a geografia nessa história toda? A dispersão geográfica é uma das características mais presentes em operações de crowdfunding, em consequência das possibilidades oferecidas pela internet. Um estudo sobre a plataforma holande-

sa Sellaband, um site para músicos que desejam captar recursos financeiros para o lançamento de álbuns, analisou a distância entre investidor e empreendedor, tendo-se chegado à média de 4.828 quilômetros, maior que a distância os pontos extremos Norte e Sul do Brasil. Mas será que a distribuição geográfica dos investimentos é diferente conforme o estágio em que se encontram os empreendimentos? Mais ainda, será que existe associação significante entre a distância geográfica entre empreendedor e investidor e o valor dos investimentos em crowdfunding? É aí que a inteligência geográfica se insere. Especula-se que empreendimentos em estágios iniciais tendem a exigir mais informações e os investidores passam a monitorar o progresso e, ainda, participar das decisões acerca da condução do negócio. Essas atividades ocasionam custos, os quais são sensíveis à distância investidor-empreendedor. Por outro lado, o surgimento de plataformas online de crowdfunding proporcionou um ferramental que possibilita a aproximação entre o investidor e o empreendedor, compartilhando informações com maior transparência no orçamento dos projetos e o devido detalhamento da destinação dos recursos captados, diminuindo, literalmente, a “distância” entre eles. Para analisar essas questões ligadas à Geografia, uma amostra de 10 projetos de investimentos, específicos no primeiro álbum de músicos, disponíveis na plataforma Catarse foram analisados. Foram disponibilizadas a cidade do investidor e a cidade do empreendedor investido (dados mais detalhados de localização ficarão para futuras análises, mais locais). Dados socioeconômicos dos municípios foram agregados, a partir do Censo Demográfico 2010 do IBGE. No total, 1.835 operações de investimento compuseram essa amostra. As figuras a seguir ilustram a distribuição geográfica de investimento de um e de todos os projetos.


Visualização da dispersão geográfica dos investimentos recebidos

Os dez projetos da amostra são baseados em seis cidades diferentes: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Itapema (SC) e Niterói (RJ). Apoios foram advindos de 151 municípios brasileiros e de duas cidades estrangeiras não incluídas na análise. A distância média dos apoios foi de pouco mais de 236 quilômetros. Pudemos notar duas coisas: apesar da suposta diminuição de barreiras que a internet proporciona ao crowdfunding, a maioria dos investimentos (56%) está localizada a até 5 quilômetros do local do empreendedor. E, além disso, os investimentos locais também são, em média, superiores aos mais distantes, sugerindo que quanto menor a distância em relação ao empreendedor, maior a propensão a investir maiores quantias, que indica uma associação negativa com o valor monetário do apoio: quanto mais distante, menor o valor do apoio. Estes dados sugerem que no Brasil, contrariando evidências encontradas no mercado europeu de crowdfunding, o financiamento que suporta projetos de artistas em início de carreira parece ser predominantemente oriundo de sua rede de contatos mais próximos. A própria plataforma Catarse, em sua página na internet, reafirma que pelo menos 50% dos recursos financeiros que suportam os projetos vem da própria rede de contatos do empreendedor. Modelos de regressão foram utilizados para prever o valor do investimento a partir da distância “investidor-empreendedor”, dias após iniciado o período de fundraising, e dados do município originador do investimento (PIB per capita, IDH, percentagem de alfabetizados e área). Apesar dos relativamente baixos valores de explicação dos modelos, todas essas

variáveis se mostraram significantes, à exceção do PIB per capita, que mostrou praticamente nenhum efeito na previsão, ou seja, a riqueza produzida no município originador parece não guardar influência sobre a disposição dos investidores. A relação entre a percentagem de alfabetizados e valor investido mostrou-se contra-intuitiva. Quanto maior a parcela de habitantes que se reportam como alfabetizados, menores tendem a ser os aportes de capital. Com relação ao período de fundraising, conforme aumenta o tempo acumulado do projeto hospedado, maior a propensão dos investidores em aportar maiores somas de capital, o que parece indicar aumento gradativo na confiança em investir. E, por fim, a constatação do que a exploração inicial havia mostrado: quanto mais distante encontra-se o investidor, menor sua disposição em investir maiores somas no projeto. O espaço geográfico afeta as relações econômicas em nossa sociedade, mais do que nossa vaga percepção consegue captar, mesmo em um ambiente de colaboração em rede intermediado pela internet. Será que essa influência não percebida da distância no investimento em crowdfunding tem o mesmo comportamento para o mercado de Private Equity e Venture Capital? O que se fala é que as oportunidades surgem conforme se avizinham e se aproximam investidores de investidos, e que também os representantes de fundos de investimento preferem investir em empresas localizadas a no máximo “um voo comercial de ida e volta em um mesmo dia”, para poderem acordar e dormir em casa quase sempre. Práticas de mercado com influência geográfica. Mas isso é papo para uma próxima conversa.

O espaço geográfico afeta as relações econômicas em nossa sociedade, mais do que nossa vaga percepção consegue captar, mesmo em um ambiente de colaboração em rede intermediado pela internet

MundoGEO 77 | 2014

65


GEOQUALITY

SENSORIAMENTO REMOTO E MERCADO Novos materiais e miniaturização impulsionam crescimento do setor

R WILSON ANDERSON HOLLER Engenheiro Cartógrafo, Esp. (UFPR), Supervisor de equipe na Embrapa Gestão Territorial wilson.holler@embrapa.br

[...] sensores de monitoramento de âmbito global terão crescimento de 13,2 bilhões em 2014 para cerca de 17,6 bilhões dólares americanos em 2019

66

MundoGEO 77 | 2014

elatórios sobre o mercado das geotecnologias são importantes, pois revelam o panorama e as tendências no setor em termos econômicos. Esses relatórios trazem informações sobre segmentos de mercado na área das geotecnologias que interessam a pesquisadores; profissionais do governo, do setor privado e também de negócios, tais como gerentes de marketing; além de estudantes de pós graduação e graduação. As projeções, previsões e análises de tendências encontradas nesses relatórios fornecem aos leitores dados e informações que auxiliam a tomada de decisão. Após o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014, o qual estive como moderador do seminário "Imagens de Satélite e Aéreas", resolvi pesquisar algumas tendências de mercado sobre os sensores orbitais, em outras palavras imagens de satélite. Pesquisei também sobre o mercado de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), mas vou deixar para falar sobre isso no futuro. Nesta edição abordarei as imagens de satélite e algumas tendências, em cifras, no mercado americano, principal fornecedor do segmento de sensoriamento remoto orbital. Uma pesquisa realizada pela BCC Research fornece uma visão geral do mercado global de tecnologias de sensoriamento e monitoramento ambiental. O relatório da pesquisa apresenta análises de tendências do mercado global, com dados de 2013, estimativas para 2014 e as projeções de taxas de crescimento anual até 2019.

O relatório estima que sensores de monitoramento de âmbito global terão crescimento de 13,2 bilhões em 2014 para cerca de 17,6 bilhões dólares americanos em 2019, com uma taxa de crescimento anual de 5,9% para o período. Segundo o relatório, há três tendências: a primeira é a revolução tecnológica na concepção e engenharia de sensores individuais e componentes do sensor. A tendência em termos de sensores individuais é para a miniaturização, isto é, baseado em inovações em sistemas micro eletromecânicos (MEMS em inglês) e na utilização de novos materiais, como o grafeno e nanotubos de carbono. Fazendo sensores menores, reduz-se os custos de materiais e exigências de energia, facilitando o surgimento de constelações de satélite. A segunda tendência é a melhoria contínua das especificações técnicas na detecção do sensor. Limiares muito mais baixos de detecção já foram alcançados e este é o caso da detecção de substâncias químicas, por exemplo. Isso faz com que as técnicas de sensoriamento tornem-se mais valiosas e, portanto, mais atraentes para aquisição. A terceira tendência é o desenvolvimento de sensores ambientais e as redes de monitoramento. Há uma explosão no número, extensão e capacidade das redes. No âmbito governamental, as despesas anuais de manutenção e operação dessas redes é de quase 500 milhões de dólares nos EUA. Somente nos EUA, cerca de 250 bilhões decorrem das atividades de monitoramento e controle de poluição, por ano, considerando o uso de imagens orbitais. Sensores ambientais e tecnologias de monitoramento estão se tornando um negócio substancial, o crescimento é quase certo devido ao fato de que as economias globais devem gerir o seu impacto ambiental ou, eventualmente, destruirão a si mesmos. Atualmente os conceitos ambientais estão inseridos na sociedade, forçando revisões nas agendas políticas de governo. Para saber sobre os principais avanços da tecnologia em sensoriamento remoto, leia a coluna GeoQuality da edição 72 da revista MundoGEO.



LS3D

LASER SCANNER 3D O uso da Nuvem de pontos

ROVANE MARCOS DE FRANÇA Professor de geodésia e georreferenciamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) e consultor da Vector Geo4D. Engenheiro civil, técnico em geomensura e Estradas. Experiência em levantamentos com laser scanner há três anos em várias aplicações, usando diversos softwares de processamento e modelagem de nuvem de pontos rovane@vector.agr.br

Alguém arrisca um palpite de quando teremos softwares adotando a tecnologia de realidade virtual, realidade aumentada ou virtualidade aumentada? 68

MundoGEO 77 | 2014

O produto mais básico de um escaneamento 3D é a nuvem de pontos. Porém, este produto ainda não está no alcance de uso para muitos profissionais. Temos aqui três grandes limitações: hardware, software e conhecimento. • Hardware: Como vimos em edições anteriores, a nuvem de pontos é armazenada em arquivos absurdamente grandes, exigindo muita memória RAM, processador de vários núcleos, placa de vídeo dedicada, armazenamento em SSD, entre outros. • Software: Já existem no mercado vários softwares para visualização, extração de informações e modelagens. Eles permitem trabalhar com muitos milhões de pontos num único ambiente, observando os dados em várias vistas simultaneamente (o uso de vários monitores é uma ótima solução). Possuem ferramentas que, com alguns cliques, simplificam a visualização dos dados em planta, cortes, seções e perspectiva, pois a visualização da nuvem de pontos em 3D é confusa e você deve sempre ter ela em movimento para facilitar o entendimento. Mouses em 3D são uma boa pedida, mas o software deve ser compatível. Porém, estes softwares não desenvolvem estudos, análises e projetos, eles são específicos para extrair informação da nuvem de pontos e depois levar para os softwares de desenvolvimento de projetos e análises. Já está ocorrendo uma evolução significativa nos softwares de projetos para fazer uso da nuvem de pontos, mas ainda existem neles muitas limitações de quantidade de pontos e de ferramentas para visualizar e extrair as informações necessárias, forçando o usuário a trabalhar em um ambiente para fazer a extração de pontos e em outro para desenvolver os projetos. Os softwares estão em franco desenvolvimento, e novas ferramentas surgem dia após dia para facilitar a extração de dados. • Conhecimento: A formação profissional nos últimos anos vem sofrendo uma revolução, seja na formação de profissionais mais específicos, seja na capacitação do uso de novas ferramentas e equipamentos para automatizar tarefas que consomem bastante tempo. O trabalho com a nuvem de pontos exige dos profissionais conhecimento avançado dos softwares, para aumento de produtividade e então extrair a informação requerida. A escolha da solução mais adequada exige importante tomada de decisão, pois pode ser necessário o uso de mais de um software, o que muitas vezes acaba sendo a única solução, pois ainda não temos no mercado uma solução única e completa.

Veja que estas três limitações podem ser resolvidas com investimentos financeiros e de tempo, mas ainda deficientes sob o ponto de vista de produtividade no uso da nuvem de pontos. A solução parte para a modelagem de dados, na qual os softwares atuais já trabalham com sólidos e superfícies 3D de forma mais simples, os quais ficam mais fáceis de serem representados em 3D no espaço, recebendo luz, textura e sombras para uma vista mais realística. A limitação de trabalhar em três dimensões, mas ver em duas (o monitor é 2D) é o que mais dificulta o uso de dados em 3D. Alguém arrisca um palpite de quando teremos softwares adotando a tecnologia de realidade virtual, realidade aumentada ou virtualidade aumentada?

Visualização da nuvem de pontos completa

Visualização parcial da nuvem de pontos

Vista superior da nuvem de pontos completa

Vista superior com corte horizontal da nuvem de pontos



PAINEL OGC

OGC AMPLIA PRESENÇA NO BRASIL Consórcio Geoespacial Aberto dissemina sua missão e oferece oportunidades no país

M

eu colega Luis Bermudez e eu participamos do MundoGEO#Connect LatinAme-

estrutura, para a qual a capacidade de trocar informação espacial facilmente e em tempo

rica 2014, de 7 a 9 em maio, em São Paulo (SP).

hábil está se tornando cada vez mais impor-

Ficamos muito satisfeitos em estar presentes,

tante, a fim de garantir a boa administração

pois foi um grande evento para nós.

em todos os níveis. Nestes domínios e em mui-

O Luis ministrou um curso de um dia sobre

tos outros, - como sistemas de ciências da ter-

o Open Geospatial Consortium (OGC), falan-

ra, emergências e desastres, hidrologia, saúde,

do sobre padrões e o Programa de Associa-

modelagem urbana, sensores da web, Internet

ção. O curso foi muito bem sucedido, havia 45

das Coisas, etc. – os Grupos de Trabalho do

inscritos de governos, setores privado e aca-

OGC desempenham um papel essencial em

dêmico, sendo que 13 das organizações são

permitir que a informação geoespacial simples

TREVOR TAYLOR

elegíveis para se tornarem membros do OGC

e complexa possa ser publicada, descoberta,

Director, Member ServicesAmericas and Asia ttaylor@opengeospatial.org

(um lembrete para aqueles que são elegíveis:

avaliada, acessada e compartilhada entre os

lembrem-se de preencher o formulário de

diversos sistemas em redes.

www.opengeospatial.org

adesão enviado após o curso). Representantes

necessidade e a responsabilidade de partici-

têm a oportunidade de usufruir de descontos

par no desenvolvimento e manutenção dos

nas taxas de adesão do Consórcio. Leitor des-

padrões OGC. Afinal, os padrões dão forma

te artigo, se você quer se juntar a nós, visite

para a interoperabilidade. Ao participar de

a página OGC Membership Levels em www.

atividades de padronização, as partes interes-

opengeospatial.org/ogc/join/levels.

sadas podem trabalhar juntas para “legislar”

Durante o evento, fiz uma apresentação intitulada “IDE: A Importância de Padrões e Interoperabilidade para a Boa Administra-

Os governos e grandes organizações têm a necessidade e a responsabilidade de participar no desenvolvimento e manutenção dos padrões OGC 70

MundoGEO 77 | 2014

Os governos e grandes organizações têm a

de outras organizações que fizeram o curso

sobre como seus sistemas serão capazes de trabalhar em conjunto. O OGC oferece a oportunidade de “desen-

ção”, durante o seminário Gestores Públicos da

volvimento conjunto" de contribuições entre

Geoinformação, no dia 7 de maio. Com base

seus membros. Por exemplo: o investimento

em exemplos selecionados do mundo real,

de cada patrocinador do OGC é alavancado

expliquei como tendências atuais de tecno-

pelos investimentos dos outros patrocina-

logia da informação têm implicações para o

dores daquela tecnologia; e o investimento

compartilhamento de dados espaciais entre os

é ainda incrementado pelas contribuições

governos de todos os níveis. Essas tendências

financeiras individuais feitas pelos participan-

também têm implicações para a tecnologia,

tes e provedores desta tecnologia ou produ-

prestadores de serviços e para os membros

to. Ligando as comunidades em torno de suas

do OGC, responsáveis por manter os padrões

necessidades comuns, para que elas possam

atualizados.

atender a essas necessidades por meio de pa-

As áreas mais destacadas incluem Meteoro-

drões de interoperabilidade, é um poderoso

logia e Aviação, Marinha (derrames de petró-

"multiplicador de forças" para os interessados

leo, batimetria) e uso da terra; além da Infra-

em tecnologia.


PAINEL FIG

COMISSÕES E A ESTRUTURA DA FIG Como a Federação Internacional de Agrimensores se organiza para atuar globalmente

N

este artigo, gostaríamos de apresentar um pouco mais sobre a Federação Internacional de Agrimensores. A FIG funciona essencialmente com recursos e contribuição do nosso corpo de voluntários de todo o mundo, os quais são apoiados por suas organizações membros, bem como por seus empregadores, ou ainda pelas organizações que representam. Estas contribuições permitem à FIG estender sua atuação na área da agrimensura para o benefício da sociedade, meio ambiente e economia e, como consequência , aumentar o seu posicionamento e relevância em qualquer lugar onde nossa profissão esteja presente. Grande parte do trabalho e muitas das conquistas da FIG são possíveis graças às “Comissões FIG'sten”. Hoje existem 10 ao todo, que formam o verdadeiro motor que movem a FIG e são formadas por especialistas de geo e outros profissionais da área, espalhados por todo o mundo. Cada comissão é liderada por um presidente, eleito para um mandato de quatro anos pela Assembleia Geral da FIG. As responsabilidades e os planos de trabalho das comissões são aprovados pela Assembleia Geral. Todas as associações-membro podem nomear um delegado nacional para cada uma das 10 comissões e da filial. Além disso, acadêmicos e membros

corporativos podem nomear um correspondente para cada comissão. Além de entregar os programas técnicos em congressos e reuniões, as comissões e seus grupos de trabalho organizam outros seminários e conferências sobre temas técnicos e profissionais, individualmente ou em conjunto (geralmente em colaboração com uma associação membro da FIG ou uma sociedade profissional internacional parceira). As Comissões também buscam oportunidades para participar de eventos promovidos pelas Nações Unidas ou outra agência de financiamento, visando apoiar o desenvolvimento profissional em países em desenvolvimento e em transição econômica. • Comissão 1 - Normas Profissionais e Práticas • Comissão 2 - Educação Profissional • Comissão 3 - Gestão da Informação Espacial • Comissão 4 – Hidrografia • Comissão 5 – Medição e posicionamento • Comissão 6 - Pesquisas de Engenharia • Comissão 7 - Cadastro e Gestão Territorial • Comissão 8 - Planejamento e Desenvolvimento Espacial • Comissão 9 - Avaliação e Gestão de Imóveis • Comissão 10 – Construção, Economia e Gestão Leia mais sobre a FIG em: www.fig.net.

LOUISE FRIIS-HANSEN FIG Manager louise.friis-hansen@fig.net

www.fig.net

A FIG funciona essencialmente com recursos e contribuição do nosso corpo de voluntários de todo o mundo

71


PAINEL ISPRS

CONGRESSO DA ISPRS EM PRAGA República Checa recebe a 13ª edição do evento sobre Sensoriamento Remoto e Fotogrametria

A

LENA HALOUNOVÁ Departamento de Geomática Faculdade de Engenharia Civil, CTU em Prague República Checa halounov@gmail.com

Sociedade Internacional de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto (ISPRS em inglês), juntamente com a Sociedade Checa de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto (SFDP) gostaria de convidar a todos para o XXIII Congresso da ISPRS, o qual terá duração de oito dias e será realizado de 12 a 19 de julho de 2016, em Praga. A semana que antecede o Congresso será dedicado a ISPRS Escola de Verão, que será realizada em Telč, em um edifício histórico da Universidade Técnica da República Checa. A ISPRS organiza congressos a cada quatro anos, focando em apresentar as realizações e conquistas da fotogrametria, sensoriamento remoto e ciências espaciais, tanto do ponto de vista científico quanto comercial. Os temas do Congresso de 2016 serão formados por sessões científicas, organizadas por oito comissões técnicas da ISPRS, e sessões especiais que irão apresentar a cooperação mútua da ISPRS e outras organizações, como a Associação Cartográfica Internacional (ICA). O evento oferecerá também um

programa social para os participantes e seus acompanhantes, como passeios opcionais preparados pelos organizadores, oferecendo a oportunidade dos participantes conhecerem vários lugares bonitos da República Checa e de Praga, além de Visitas Técnicas à Riegl e a Vexcel na Áustria, DLR na Alemanha, etc.. Graças à localização central da cidade anfitriã, Praga, em relação ao continente Europeu e também à sua fácil acessibilidade, o XXIII Congresso ISPRS vai reunir um grande número de cientistas e profissionais da indústria geoespacial. Uma série de atividades científicas, educacionais, técnicas e sociais de qualidade vão acontecer num ambiente encantador, Patrimônio Mundial da Unesco. Para acessar as últimas notícias e conquistas relacionadas com a preparação do Congresso, visite o site do evento e inscreva-se para receber atualizações eletrônicas: www.isprs2016-prague.com.

Castelo de Praga, fundado no século IX, ocupa uma área superior a 72,5 mil metros quadrados

72

MundoGEO 77 | 2014


PAINEL IBG

IBG COMPLETA UM ANO DE ATIVIDADES Instituto Brasileiro de Geomática faz balanço e define açôes futuras

N

o dia 9 de maio aconteceu em São Paulo (SP), durante o evento MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014, uma Assembleia do Instituto Brasileiro de Geomática (IBG), com o objetivo de apresentar a prestação de contas do que foi realizado e o plano de ações para o segundo ano da atual gestão. Realizações do primeiro ano do Instituto Brasileiro de Geomática (IBG):

INSTITUCIONAIS: • Realização de várias reuniões presenciais e online em São Paulo com presença da diretoria e conselho; • Elaboração de cartas a pedido de associados para sugerir mudanças nas especificações de pregões eletrônicos para contratação de serviços do setor; • Atendimento de consultas para comprovar que os associados são empresas do setor para compor documentos preparatórios para licitações; • Elaboração de Plano de Ação Anual para o IBG; • Participação em duas reuniões, em Brasília, visando apresentar o IBG ao Ministério de Planejamento; • Pesquisa entre os associados para levantar faturamento e número de colaboradores, visando começar a dimensionar a força econômica e o índice de empregabilidade do setor; • Envio de carta ao Ministério de Planejamento, solicitando que o IBG faça parte formalmente da Comissão Nacional de Cartografia (Concar); • Aprovação preliminar em caráter ainda informal do Ministério de Planejamento, garantindo um lugar para o IBG nos Fóruns de Gestores Públicos de Geoinformação, cuja missão é a definição da política pública de Geoinformação para o país; •Participação informal de evento da Anac, em São Paulo, que discute a legislação de VANTs e Drones no Brasil; • Atendimento regular de consultas e contato com associadas e demais empresas e instituições; • Recebimento de consulta da Anatel referente à procedimentos e pedindo providências quanto ao uso de frequência de comunicação de empresas do setor nos levantamentos topográficos; • Contato regular com os associados.

MARKETING: • Elaboração de logomarca, folder, site, banners, papel de carta, envelope, informativo e email marketing; • Criação do novo site do IBG, com área restrita para associados; • Contato com associados para a produção e divulgação de notícias; • Elaboração e divulgação de notícias institucionais do IBG para o portal MundoGEO e para outras mídias nacionais e do exterior; • Várias reuniões em Brasília para elaboração de convênio com Agência Brasileira de Apoio à Exportação (APEX-Brasil), para montagem de projeto de suporte financeiro para ações de exportação de produtos e serviços nacionais; • Atuação junto aos organizadores do Intergeo para subsídio na participação de empresas do IBG no evento, realizado na cidade de Essen na Alemanha, em outubro de 2013, no Pavilhão Brasil; • Participação no evento MundoGEO#Connect edições 2013 e 2014, com estande na feira para divulgação do IBG; • Criação e envio de e-mail marketing e informativo para associados e demais empresas do setor;

AÇÕES PARA O SEGUNDO ANO: • Efetuar orçamento preliminar de empresa de pesquisa para fazer um projeto de mapeamento do setor e das demandas; • Viabilizar participação no próximo Fórum de Gestores de Geoinformação, promovido pelo Ministério do Planejamento; • Contratar profissional do setor geoespacial com perfil adequado para atuar no IBG; • Contratar profissional para atuar na área administrativa; • Mapear e definir os processos internos do IBG; • Criar normas, procedimentos e padronização para emissão de documentos; • Estudar a viabilidade de um evento do IBG no primeiro semestre de 2015, em Brasília; • Atender as demandas do IBG quando solicitado juntos aos associados, não associados e demais instituições do setor e da sociedade em geral; • Produzir e divulgar notícias do IBG para a comunidade; • Programar reuniões regulares com diretoria, conselho e demais associados para prestação de contas e coleta de sugestões; • Criar e manter canal de comunicação com os associados; • Manter o site constantemente atualizado; • Criar e manter uma base de dados de associados, demais empresas potenciais associadas, eventos e associações afins; • Montar uma estratégia de busca de novos associados; • Participar de eventos do setor; • Planejar aproximação com outras associações, visando unir esforços; • Enviar carta de apresentação do IBG aos principais órgãos do governo federal (ministérios e autarquias); • Enviar carta de apresentação do IBG para as grandes empresas privadas dos setores de infraestrutura, meio ambiente, mineração, óleo e gás e engenharia em geral. Mais informações em www.ibgeo.org e contato@ibgeo.org.

73


ONLINE As seguintes empresas, presentes no Portal MundoGEO, convidam-no para visitar seus sites com informação atualizada sobre negócios, produtos e serviços. Para participar desta seção, entre em contato pelo email comercial@mundogeo.com ou ligue +55 (41) 3338-7789

ÍNDICE DE ANUNCIANTES Anunciante

Página

Alezi Teodolini

39

Allcomp

80

Bentley Systems

11

CPE Tecnologia

3

Embratop

30, 31 | 69

FOIF

67

Furtado, Schmidt

9

Garmin

43

Geoambiente

54

Geocenter

78 | 81

Geoeduc

2

Hexagon

12, 13

Instituto Brasileiro de Geomática – IBG

55

Manfra

82, 83

Metrica

79

Santiago & Cintra Geo-Tecnologias

16, 17 | 18,19

Santiago & Cintra Consultoria

84

Space Imaging

57

Trimble

9

74

MundoGEO 77 | 2014

CPE TECNOLOGIA

FOIF

GEOAMBIENTE

www.cpetecnologia.com.br

www.foif.com

www.geoambiente.com.br

GEOEDUC

RUNCO

SANTIAGO & CINTRA CONSULTORIA

www.geoeduc.com

www.runco.com.ar

www.santiagoecintraconsultoria.com.br

SANTIAGO & CINTRA GEOTECNOLOGIAS

SATMAP

SUPERGEO TECHNOLOGIES

www.santiagoecintra.com.br

www.satmap.com.br

www.supergeotek.com



GUIA DE EMPRESAS O Guia MundoGEO é a lista mais completa do Brasil de empresas do setor de geotecnologias, divididas em prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos e equipamentos. Acesse www.mundogeo.com/empresa e saiba mais. EMPRESA

SITE

CIDADE

SERVIÇOS Mapeamento

Georreferenciamento

PRODUTOS Outros

Dados e Imagens

Equipamentos

Softwares

Agência Verde

www.agenciaverde. com.br

São Paulo (SP)

Aerocarta

www.aerocarta.com.br

São Paulo (SP)

Aeromapa

www.aeromapa.com.br

Curitiba (PR)

Agrobio

www.agrobio.agr.br

Altinópolis (SP)

Agrosatélite

www.agrosatelite.com.br Florianópolis (SC)

Atlântica Geo

atlanticageorreferenciamento@hotmail.com

Apiaí (SP)

Base Aerofotogrametria

www.base.eng.br

São Paulo (SP)

Bradar

www.bradar.com.br

São José dos Campos (SP)

Bentley

www.bentley.com/pt-BR

São Paulo (SP)

CGI Brasil

www.cgi.com/en/brasil

São Paulo (SP)

Codex Remote

www.codexremote. com.br/

Porto Alegre (RS)

Coffey

www.coffey.com

Belo Horizonte (MG)

Cognatis

www.cognatis.com

São Paulo (SP)

CPE Tecnologia

www.cpeltda.com.br

Belo Horizonte (MG)

EGL Engenharia

www.egl.eng.br

Brasília (DF)

Engefoto

www.engefoto.com.br

Curitiba (PR)

Engemap

www.engemap.com.br

Assis (SP)

Engesat

www.engesat.com.br

Curitiba

Englevel

www.englevel.com.br

Curitiba (PR)

Fototerra

www.fototerra.com.br

São Paulo (SP)

Furtado, Scmidt

www.furtadoschmidt. com.br

São Paulo (SP)

Geoambiente

www.geoambiente. com.br

São José dos Campos (SP)

Geocursos

www.geocursos.com.br

Florianópolis (SC)

Geofusion

www.geofusion.com.br

São Paulo (SP)

GeoJá

www.geoja.com.br

São Paulo (SP)

Geomat

www.geomat.com.br

Belo Horizonte (MG)

Geopixel

www.geopx.com.br

São J. dos Campos (SP)

76

MundoGEO 77 | 2014

• •

• •

• •

• •

• •

VANTs

• • •

• • • • •


Inclua sua empresa no guia online do Portal MundoGEO e na tabela abaixo Informações: (41) 3338 7789 | comercial@mundogeo.com | @mundogeo

EMPRESA

SITE

CIDADE

SERVIÇOS Mapeamento

Georreferenciamento

PRODUTOS Outros

• • •

Geosaber

www.geosaber.com.br

São Paulo (SP)

Geovoxel

www.geovoxel.com.br

Rio de Janeiro (RJ)

Imagem

www.img.com.br

São J. dos Campos (SP)

IPNET Soluções

www.ipnetsolucoes. com.br

Rio de Janeiro (RJ)

Jatobá Engenharia

www.atobaengenharia. com.br

Nova Parauapebas (PA)

K2 Sistemas

www.k2sistemas.com.br

Rio de Janeiro (RJ)

Leica Geosystems

www.leica-geosystems. com.br

São Carlos (SP)

Lo Carraro

www.locarraro.com.br

Bananal (SP)

Medral

www.medralgeo.com.br

São Paulo (SP)

• •

Metalocation

www.metalocation. com.br

São Paulo (SP)

Metro Cúbico

www.metrocubicoengenharia.com.br

Rio de Janeiro (RJ)

Mirante Topografia

www.mirantetopografia. com.br

Belo Horizonte (MG)

Notoriun Tecnologia

www.notoriun.com.br

Brasília (DF)

Novaterra

www.novaterrageo. com.br

Rio de Janeiro (RJ)

NWSOFT

www.nwsoft.com.br

São Luis (MA)

Santiago & Cintra Consultoria

www.sccon.com.br

São Paulo (SP)

Santiago & Cintra Geotecnologias

www.santiagoecintra. com.br

São Paulo (SP)

Sisgraph

www.sisgraph.com.br

São Paulo (SP)

Sitech

www.sitechcb.com

Barueri (SP)

Sitech Sul

www.sitechsul.com.br

Curitiba (PR)

SkyDrones

www.skydrones.com.br

Porto Alegre (RS)

Solution Softwares

www.solsoft.com.br

Matão (SP)

Sovis Sistemas

www.sovis.com.br

Cascavel (PR)

SP Geosistemas

www.spgeosistemas. com.br

São Carlos (SP)

Topocart

www.topocart.com.br

Brasilia (DF)

Topomapa

www.topomapa.com.br

Ourinhos (SP)

TotalSOFT

www.totalsoft.com.br

São Paulo (SP)

Trimble Brasil

www.trimble.com.br

Campinas (SP)

Vanucci

www.vanucci.com.br

Belo Horizonte (MG)

Dados e Imagens

• •

• • •

• •

• •

• •

• • • •

• •

• •

• • •

• •

• •

VANTs

Softwares

• •

• •

Equipamentos

• • •

• •

* Outros = Consultoria, Geomarketing e Sistemas

77


geocenter








Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.