

Gostaria de ter lançado mais para o início deste ano de 2023, mas umas séries de acontecimentos não permitiram. A coisa é assim mesmo. Não adianta chiar. Eis que nasce mais este manifesto das profundezas, em pleno meio de março. E graças a galera que contribuiu com um troco, senão... Nem agora teria conseguido imprimir. Um forte abraço a todos que fortaleceram a caminhada. Agradeço também ao grande Borges Kxias por ter enviado mais uma capa para o Reboco e a todos que cederam seus escritos. Graças a isso começamos com um mega texto do irmão Rodrigo Ktarse, trazendo muita reflexão e questionamentos. Logo a seguir, Karina Albuquerque, vocalista da Banda Praga, trás um jorro de sensações. Na sequência apresentamos a banda de horror punk Realife, com o seu horror cotidiano. Panda Reis faz um balanço do ano passado para este e pontua o que parece, mas não é. Seguindo vamos de poesia porrada com Gutemberg F. Lok e Guilherme de Andrade. Virando a página nos deparamos com as linhas causticas de Alexandre Chakal, em um poema que tive a oportunidade de colaborar a convite do mesmo. Valeu, parceiro. E o Grande Fumaça trás a questão sobre a violência contra as mulheres no underground. Para quem pensou que tinha acabado, Edson Baptista apresenta seus quadrinhos sem iguais, para fechar o pacote bem daquele jeito. Só gente querida e que tenho na mais alta consideração. Fico satisfeito em fechar esta edição com uma gangue maldita dessa reunida. Agora vejam com seus próprios olhos página a página e rebelem-se. O conformismo é a corda que nos enforca, o comodismo é a guilhotina que nos degola e a mentira é a agulha que fura nossos olhos.
Se tem um bagulho que me faz refletir constantemente aqui na quebrada, é a sinistra engrenagem que lubrifica a máquina macabra de moer o povo do gueto, máquina macabra de aprisionamento em massa dos pobres, pretos periféricos. Porra mano, se for citar a quantidade de vezes que presenciei choros e gritos de desespero das mães aqui da quebrada, inclusive a minha, por ter recebido a notícia do aprisionamento de seus e suas filhxs e tal, sinceramente seriam infinitas páginas com nomes a serem citados, porém vai ficar para outro momento essa citação, vou sintetizar e focar resumidamente sobre a minha percepção sobre a lógica perversa de encarceramento em massa do povo do gueto.
Pega a visão:
Primeiramente invoco uma rima do F.C. que diz; Periferia é campo fértil pra brotar história trágica/Biografia da desgraça infinita em páginas.
Historicamente, a prisão é uma invenção da modernidade e está remetida ao modo de produção capitalista. O capitalismo é um sistema socialeconômico de exploração e dominação tanto da natureza, quanto do humano e suas leis e regras permitem uma classe social se achar superior a outra. Por exemplo; burguesia e proletariado, dirigentes e dirigidos, aristocratas e classes populares, periferia e centro, casa grande e senzala,


playboys e os crias de quebrada e etc., Nessa porra de sociedade capitalista, as relações sociais são medidas e determinadas pelas coisas que possuímos, objetos de consumo e de status social, e nesse sistema a coisificação dos objetos de consumo ganham vida própria, no qual captura a psique humana pela magia hipnótica das mercadorias e assim vamos sendo educados para sermos valorizados pelas coisas que possuímos. Nossa socialização, nesse sistema, está carregada de condicionantes consumistas, fazendonos valorizar o ter e não o ser, você vale o que tem, se não tem, não é ninguém. Então parça, no resumo, essa sociedade é uma verdadeira detenção sem muros, e estamos todxs aprisionadxs por algemas, celas e grilhões visíveis e invisíveis, porém essa prisão está constituída através das mercadorias que transforma tudo que é vivo em coisificação, no qual vai servindo para atender os desejos dos indivíduos com doses cavalares de consumismo. E o que isso tem a ver com o aprisionamento em massa do povo do gueto? Simplesmente digo, sem medo de errar, que não existe capitalismo sem aprisionamento do povo do gueto! Raciocine comigo, parça: Entendo que as potencialidades humanas, como empatia, cooperação, solidariedade , horizontalidade, apoio mutuo e etc, são potencialidades incompatíveis com o capitalismo, no qual, entram em choque constante com esse sistema, pois sendo

E se xs manxs da quebrada lerem isso …
a sociedade capitalista voltada para produção de mercadorias, no qual essas mercadorias estão acima da vida, e toda a engenharia macabra de funcionalidade desse sistema servem para lubrificar a dominação e exploração humana e da natureza em sua totalidade, aprendemos freneticamente a competir a todo momento, a naturalizar as hierarquias sociais, inculcamos em nossas mentes que uns nasceram para vencer e comandar, enquanto outros nasceram para a derrota e para serem comandados e que devemos obedecer pacificamente as autoridades que estão acima de nós na piramide social. Enfim, o capitalismo é por si só um sistema de aprisionamento mental e física e as prisões de ferros e concretos foram construídas para aprisionar todos nós. Se você nunca foi preso, é porque você está domesticado, docilizado e condicionado pelo consumismo, porque você provavelmente tem algum objeto de consumo e algum status social para ostentar, porque você consegue exibir para a sociedade e para as autoridades que não passa de mais um pacato cidadão, um colaborador honesto, um bom pagador pontual de empréstimos, dividas e impostos, você não faz greve, você não tem coragem nem de roubar uma caneta do seu trabalho ou um chiclete do supermercado, você não tem empatia e solidariedade com a luta dos oprimidxs, você não se organiza e não se envolve com movimento so-
cial, não usa drogas, ou seja, você não representa perigo para o sistema, pelo contrário, você é uma peça fundamental para a manutenção e funcionalidade do capitalismo, você é um animal totalmente domesticado e condenado a morrer sobre a hipnose do consumismo. Obedecer cegamente o algoz é seu dever de cidadão de bem, você é um escravo que ama seu senhor.
Então, parça, se você leu esse bang, pode concluir convictamente que as mães do gueto que sofrem ao verem sexs filhxs sendo presxs, é porque existe sim uma lógica macabra e perversa do sistema capitalista voltada para manutenção desse sistema em que o lucro está acima da vida, pois além do que eu descrevi acima, tem outras engrenagens que lubrificam a máquina macabra de aprisionamento em massa do povo do gueto, e entre tantas engrenagens também temos, por exemplo, os setores empresariais e governamentais, principalmente a indústria da segurança, que fazem lucros exorbitantes com a mão de obra cativa Também não podemos esquecer que juízes, advogados, promotores, policiais, carcereiros que são os profissionais públicos atuantes dentro da legalidade, lucram pra caralho com a indústria da criminalidade e, nessa lógica operante, xs únicxs que se fodem cotidianamente são xs manxs de quebrada que estão no corre da vida loka tentando sobreviver na ilegalidade, xs que se encontram na parte mais baixa da hierarquia do crime, enquanto outrxs
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estão hipnotizadxs pela lógica dos símbolos de vitória do capitalismo, cristalizadxs pela ideologia do fique rico ou morra tentando.
Por fim, espero que de alguma forma essas minhas indagações sobre as prisões possam contribuir para a reflexão dxs manxs de quebrada que acompanham o trabalho do meu par-ceiro Fabio da Silva Barbosa, do zine Reboco Caído.
Tamo junto, rapa. Por Rodrigo Ktarse
Sensações
E caem, em tons de púrpura imaginários
Que lamentam o tenso existir, de um maior terror que se intensifica nesse ser…
E assim segue, nessa agonia que não se esvai, longe de um término e tampouco de um início
Tropeços que se encontram na baliza de um acaso, sobre lágrimas pesadas que destoam da solidão que se avizinha
Nessa dança funesta que segue sendo a vida, em cores que vibram em um vento passageiro
Sobre escadas de sangue que se banham em lamentos, seguindo essa estrada sinistra
E assim vou, derramando fluidos que se perdem em meu rosto sobre contrações de ardor
E a dor prevalece, indomável e fugaz, o antro de loucura que se faz presente
É um sino, que badala nessa mente anunciando o que não chega, o temido fim
E assim segue a caminhada, por pedras pontiagudas, que minam a vontade
Um segundo de ilusão, torna a viva essa memória, daquilo que não passou
Sobre essa sensação, é um falso motor, um choque nervoso que foi implantado para minimizar a dor...
Realife é uma banda de horror punk de Goiânia que não se propõe a repetir o que outros já fizeram no estilo. Para isso, o punk rock dos caras recebe um tempero extra de hardcore e metal. As letras também não ficam apenas no campo do terror, mas recebem uma carga de fatos e situações da vida real, como o próprio nome da banda já indica. Então, mostrando esse diferencial, a banda está lançando um




O terror real novo trabalho e se dispôs a trocar essa ideia com o Reboco Caído.
Comecemos pela formação da banda e a definição do som.
Cleitus Magno: Cleitus Magnum nos vocais, Z-Bastien na guitarra, Tártaro na bateria e Pouca Bala Johnson no baixo. O som é um Horror Punk (estilo que mistura punk rock com temas de terror) com bastante influência de Hardcore e Metal. A ideia sempre foi não parecer outras bandas do gênero, esoaroriginaldentrodoestilo.Sempre que se fala em Horror Punk, lembram Misfits, mas a sonoridade da Realife é distinta em vários aspectos. Como o próprio nome da banda diz, mesclamos fatos e situações da vida real a temas de terror. Se é pra ser assustador, “nada é mais assustador que a vida real.”




Pude observar que vocês tem uma boa produção. Como manter o ritmo dessa produção?
Cleitus Magno: O underground não é fácil e a gente se esforça muito pra manter tudo acontecendo.Aprodução do álbum levou alguns anos até que ficasse realmente pronta e já estávamosmuitoansiososparaolançamento.
Antes do lançamento, participamos de algumas coletâneas nacionais e internacionais voltadas ao estilo. Uma dos EUA, do selo Cranial Nerve Records, outra da Rússia, chamada Black Kingdom Records, e estaremos em Setembro de 2023 em uma outra da Inglaterra, chamada We Are Horror Records. Estamos negociando ainda o lançamento físicodonossoprimeiro álbum,oCesium137.
Esse novo trabalho já foi lançado?
Cleitus Magno: Lançamos, mas ainda não avisamos, não divulgamos oficialmente, mas logo estaremos fazendo isso. Não marcamos data de lançamento porque não aguento de ansiedade (kkkk), então só publicamos e pronto. Mas mesmo assim muita gente tem perguntado e ouvido na plataforma Bandcamp. Logo estará em todas as plataformas de streaming, aí faremos toda as divulgações.
E os shows?
Pouca Bala Johnson: Os últimos anos fo-ram de muita luta. No âmbito político, da saúde e social. Foi uma grande tragédia tudo que aconteceu nesse período de 4 anos. Mas agora estamos voltando com
tudo!! Fizemos alguns shows em 2022 (nossos primeiros shows), mas como todos sabem, foi um ano muito complicado. Mas em 2023 a cena está voltando com tudo e estamos tendo shows e rolês quase todo final de semana. Novas bandas, novos espaços e a presença de um público mais jovem nos shows e rolês e isso é muito foda, pois são o futuro disso tudo. Seguimos tocando e topando tudo.Aidéia da Banda sempre foi “tocar até em festa de criança”. Queremos fazer nosso som, nosso show e espalhar nossa mensagem e idéia.
Cleitus Magno: Os shows tem sido cada vez melhores, o pessoal tem comparecido, apoiado e tem sido fantástico. O pessoal tem nos seguido não só nas redes sociais, mas também nos eventos. Depois da pandemia, demorou um tempo até que a cena se reerguesse, mas a sensação é de que a parada tá crescendo novamente.
Há quantas anda a cena em Goiânia?
Pouca Bala Johnson: Estamos nos unindo bastante pela música, o que é ótimo!! Nos divertimos, vemos bandas novas, vamos a lugares novos e
conhecemos pessoas novas. O povo goiano que não é ligado a cena, começou a nos notar. Mas ainda sim, eu honestamente, acredito que de-veria existir uma melhor organização política dentro da cena. Quando se olha para fora, somos bem “primitivos” se comparados a SP, por exemplo. Não temos reuniões, a não ser pelo som. Não nos organizamos, não trocamos ideia para algo que fuja da música. O movi-mento punk em si está muito difuso e precisa se unir no mundo real.
Para finalizar... Fiquem a vontade. Cleitus Magno:Quero agradecer ao interesse e a opor-tunidade dada pelo zine Reboco Caído e a Editora Merda na Mão. Agradeço a todos que nos apoiam e que já nos apoiaram até hoje, pois sem vocês seríamos somente uma banda ensaiando. Obrigado pela energia e pelo carinho que a gente tem sentido. Obrigado pela mente aberta em receber um estilo que não é muito comum em bandas poraqui. Continuem a nos apoiar, pois sempre teremos novidades e sem vocês nada disso tem sentido.
Pois é... o sonho de todo anarquista , comunista , anticapitalista , foi roubado. Esses bolsonaristas roubam tudo mesmo. Roubaram os símbolos nacionais (bandeira, hino e etc)dos nacionalistas e patriotas que desde o golpe militar de 1889 suaram muito para criálos e popularizá-los (todos de muito mal gosto, é verdade, porém isso pode ser puramente desgosto e um verdadeiro asco aos símbolos nacionais particularmente meu). Esses ditos bolsonaristas roubaram até a camisa da seleção brasileira (não que ambos não se mereçam) dos torcedores de futebol.
Sim, a invasão do planalto, câmara e STJ sempre foi algo sonhado por qualquer revolucionário popular, anarquista einsurgente que anseia a destruição do sistema capitalista, e esse simbólico ato nos foi roubado.
Lógico que um abismo infinito separa ambos os casos. A invasão ocorrida em Brasília no dia 07 de Janeiro de 2022, foi qualquer coisa, menos uma tomada popular do poder. Aquele bando de boi de piranha não passaram de peões de um jogo de xadrez, onde temos vários personagens envolvidos, de infiltrados no governo (não menos liberal e de política empresarial- capitalista, mas muito mais humanista e tecnicamente mais preparada para um mundo democrata – capitalista)à células militares, que em uma cópia
deslavada da invasão no Capitólio nos EUA, inversamente teve reação contrária ao que ainda sonhava Bolsonaro, sua família e grande parte da população (não esqueçamos que esse fascista, genocida, teve expressiva votação nas urnas), fortalecendo o novo governo e as instituições democráticas.
Veja como o ano inicia e olha que até mesmo uma guerra na Europa fica em segundo plano, uma guerra que deveria trazer preocupações para todos os povos do globo, mas é tratada como uma “briga de casal”, sem levar em conta questões muito mais complexas e preocupantes, pelo menos por aqui. Alguns irão dizer que cada um deve se preocupar com seus problemas internos. Se tratando de Brasil, levando em conta o caos vivenciado nos últimos quatro anos, é compreensivo esse raciocínio. Porém, não somos uma ilha, e muito se espera do Brasil de Lula, que como todos sabem, tem boa relação internacional. Então é inevitável que isso influenciará o novo velho governo.
Então o planeta Terra deu mais uma volta em torno da sua estrela e a civilização cristã chega a 2023 da era cristã, mas o que acontece daqui pra frente, com a maioria miserável que vive abaixo da linha da pobreza, em subempregos (quando os tem), que sofre de um racismo secular e desumano, os LGBTQIA+ que morrem assas-
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sinados, como em nenhum lugar do mundo, e sem empregos muitos acabam recorrendo a prostituição, o que acontece com as mulheres que além do feminicídio brutal e crescente, sofre com discriminação e sexismo enraizado em uma sociedade machista, o que acontece com os povos originários que vem sendo massacrados desde que os europeus aqui chegaram ?
Promessas sendo feitas e talvez mais humanidade em se tratar desses assuntos (isso é notório) são relevantes nesse novo governo, mas temos apenas migalhas em maior número, apenas a manutenção da social democracia representativa, uma válvula de escape para a pressão realmente popular.
Mas, como necessário, alguns de nós seguimos otimistas com a evolução natural da espécie humana para autogestão (mesmo que isso leve milhares de anos) e sua tendência natural em busca da real liberdade.
Por Panda Reis
NASCIDO EM 1971.
Eu
Governo militar
Não fazia bem nenhum
Era sempre comum
Anos de chumbo
De terror e loucura
Quantas pessoas mortas Pela ditadura?
Não podia falar Não podia cantar Não podia pensar Não podia, não podia...
Por Gutemberg F. Loki.Vapor
o Vapor some na neblina sentinela da correria observa toda a periferia encanta os becos e vielas com seus versos do dia a dia mete marcha na literatura porque sem gíria a poesia perde a essência e a vida não faz sentido
Vapor em suas linhas desenha as cores da favela distribui poemas nos muros poemas contra a violência denuncia a vida sofrida a falta de comida no prato o esgoto a céu aberto o racismo e o sangue derramado do povo periférico.
Eu nasci
Em 1971
Tortura e morte
Vapor trafica seus versos enquanto sonha que dias melhores sejam parte da vizinhança na quebrada
Por Guilherme de Andrade
A linda e tradicional Família.
Cães leprosos e Cadelas dementes
Aquecem o ninho de serpentes.
Vestindo camisas da seleção com bandeiras, bíblias e armas na mão
Imploram ditadura e censura para toda nação.
Querem o caos em nome do seu único deus.
Desejam a morte de pretos, índios, gays e judeus.
Almejam pastagens no lugar de florestas.
Elegem mitos abutres que os desprezam, enganam e detestam.
São radicalmente contra maconha e afirmam ser vítimas, mas são viciados em antidepressivos, drogas elitistas e traficam cocaina.
Falam de amor à familia, mas matam as esposas, engravidam as filhas e abortam os netos indesejados em clínicas clandestinas.
São armamentistas em nome da segurança, mas se tornam assassinos, promovem feminicidios e exaltam a matança, os torturadores e veneram terroristas apenas por vingança.
Usam a liberdade para oprimir, ofender, difamar, agredir, matar. Sua essência é enganar e alegar demência.
Cretinos sem cultura, ignorantes, dementes com delírios elitistas.
Bradam que a macumba é coisa de preto viado e satanista. Juram de morte e violência quem os confronta de forma pacífica.
Quando Vamos Falar Sobre a Violência Contra as Mulheres no Underground?
São casos e mais casos que vez por outra surgem nas redes sociais, isso quando não são abafados, as vítimas tem vergonha ou são induzidas por amigos do(s) acusado(s), supostas amigas como também as ameaças dos seus algozes. Recentemente vi relatos de mulheres sis e trans informando que sofreram violência dos seus companheiros, em alguns casos as vítimas estavam revoltadas, pois alguns desses agressores ainda estavam de rolê com grupos que dizem lutar pela liberdade individual e coletiva, inclusive rebatem esse tipo de violência.Apergunta é: Porque não foram expulsos da cena?
Creio que essas pessoas devem ter amigxs que não levam a sério até mesmo o que discursam, escrevem e cantam nos shows e redes sociais. Não basta a violência cometida no seio de uma família de regime Patriarcal, conservadora e abusiva, as mulheres que fazem parte de movimentos punks etc que foram em busca de proteção e conhecimento por se tratar de ambientes que são opositores radicais aos comportamentos repressivos, acabam sofrendo com a violência dentro destes segmentos.
O caso mais recente veio a tona há algum tempo atrás, quando integrantes da banda Cérebro de Galinha foram acusados (e um dos integrantes assumiu a culpa) pela ex baixista da mesma de assédio sexual.
Por Alexandr e Chakal Colaboração: Fabio da Silva Barbosa
Então falemos a língua que entendem e coloquemos fogo em todos os fascistas, racistas e canalhas intransigentes.
Como também outro integrante foi agredido num show por assediar uma jovem. O bom de tudo isso foi a rapidez com que a coisa veio a público e de imediato foram banidos do meio underground, porém não é sempre assim que funciona e muitas das vezes esse tipo de gente é blindada por pessoas do próprio underground, pessoas que para alguns são referência e quando ele ou ela se pronúncia, põe em xeque a voz da vítima.
Bem, como disse, ocorreram casos e um deles foi em Recife, onde uma mina punk sofreu violência do companheiro. O bom é que a galera de lá tomou a responsa expulsando o falso punk, ao mesmo tempo em que começaram uma série de debates sobre o ocorrido e não pararam por aí. Vez por outra estão tendo vários rolês de fortalecimento do combate a violência contra as mulheres e o público LGBTQIA+. É justamente para isso que o underground existe e tem que fazer a sua parte e não se calar.
Por Fumaça
