Revista Escada 09

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T / Priscilla Scurupa

Transformando conhecimento

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Ciro Karam Geara e Heraldo Fantinatti eram colegas do curso de Design Gráfico, na Universidade Positivo. Faziam

trabalhos juntos e se complementavam nas funções. Com a experiência profissional que adquiriram em estágios, empregos em agências de publicidade e escritórios de design, unida ao desejo de empreender, tiveram a ideia de abrir um negócio próprio. “Percebemos uma oportunidade de elevar a importância do design definindo-o como uma essencial ferramenta de negócios que vai além da estética e funcionalidade”, conta Geara. Assim surgiu a Granada Design, uma das empresas participantes da Incubadora de Empresas e Negócios da Universidade Positivo. A história da Granada demonstra que o espírito empreendedor pode se desenvolver na universidade. Os alunos, em contato com o conhecimento e cheios de vontade de conquistar espaço no mercado de trabalho, são fontes de ideias criativas que só precisam de um empurrãozinho para serem colocadas em prática. Uma boa solução nesses casos são as incubadoras de negócios. As incubadoras são ações sociais com o objetivo de apoiar temporariamente projetos

empreendedores inovadores, oferecendo a eles o pontapé inicial em seus negócios com suporte logístico e tecnológico, treinamentos, consultoria empresarial, contábil e jurídica. Assim, os novos empresários podem transformar suas ideias em soluções mercadológicas viáveis a custo e risco bem menores do que se o fizessem por conta própria. No Brasil existem hoje 384 incubadoras em atividade. Só no Paraná, são mais de 30. A Incubadora de Empresas e Negócios da Universidade Positivo é uma delas. Regulamentada em 2008 para atender à demanda de criação e consolidação de empresas de base inovadora a partir do conhecimento gerado no espaço acadêmico, “prepara empresas para que desenvolvam autonomia, visão e tomada de decisão fundamentada, promovendo o empreendedorismo sustentável e a geração de empregos e renda”, explica a coordenadora do projeto, Giselle Dziura. “Cerca de 20 empresas já passaram pelo processo de incubação. Atualmente, uma pré-incubada, 12 incubadas e três graduadas. Todas estas ocupam lugar de destaque no mercado”, conta. Durante o processo de incubação, as empresas passam por três estágios: pré-incubação, incubação e graduação. Na primeira etapa, a equipe estabelece planos e modelo

de negócio. Segundo Geara, este é o momento mais complexo. “A pré-incubação é a parte fundamental, é quando o empreendedor entende como sua empresa funcionará, os gastos iniciais, a previsão de uma estabilidade financeira e do crescimento”, explica. A incubação, segunda fase, pressupõe que a ideia do projeto está madura e pronta para sair do papel. É quando os conhecimentos acadêmicos são colocados à prova, isto é, são utilizados e avaliados segundo as condições específicas de cada empreendimento. Durante essa etapa, os alunos recebem também treinamentos e desenvolvem capacitação técnica e administrativa. Por fim, a graduação e inserção da empresa no mercado. Para a coordenadora do Centro de Inovação Empresarial do ISAE/FGV, Regina Lopes, em um mercado regido pela competitividade, as orientações oferecidas pelas incubadoras são vitais para os novos empreendimentos e para a economia do país. “Empresas que passam por um processo de incubação se tornam mais fortes e com maior chance de sucesso de permanecerem firmes no mercado”, afirma. “Além disso, atrelar o nome da Universidade ao da nossa empresa nos gera mais credibilidade na negociação e, principalmente, estabilidade no mercado”, complementa Geara.


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