Atlas Ambiental São Sebastião, SP, Brasil

Page 1

Caraguatatuba

Divisa de município

Canto do mar

do Kauffman do Ventura do Arpoador

Enseada

SÃO SEBASTIÃO, SP, BRASIL

do Barro Cigarras

da Figueira

Sepituba Belveder

São Francisco Portal da Olaria do Arrastão Pontal da Cruz Deserta

Porto Grande

Brava

Centro dos Sonhos

do Jardim

Guaecá Deodato

atlas ambiental

Barequeçaba

ATLAS AMBIENTAL

SÃO SEBASTIÃO, SP, BRASIL

Preta

do Cebimar Cabelo Gordo

Grande Zimbros Pitangueiras

das Conchas do Araçá

Ilhabela


Praia de Barequeรงaba


ATLAS AMBIENTAL

Sテグ SEBASTIテグ, SP, BRASIL


P O D E R P ÚBLIC O cip-brasil. catalogação-na-fonte sindicato nacional dos editores de livros, rj

Ernane Bilotte Primazzi | p r e f e i t o

de são sebastião

Wagner Teixeira de Oliveira | v i c e - p r e f e i t o Angela Couto | s e c r e tá r i a

Waltraud Rennert Rossi | s e c r e tá r i a

do meio ambiente de são sebastião

Amadeu Santos Matos | c o o r d e n a d o r

d e e d u c a ç ã o a m b i e n ta l d a s e c r e ta r i a d a e d u c a ç ã o

918.161

Celso Moraes | f o t ó g r a f o

ATL

Christiane Cruz Silva de Morais | c h e f e

d o d e pa r ta m e n t o d e c o m u n i c a ç ã o

Fernanda Palumbo | c o o r d e n a d o r a

Atlas ambiental: São Sebastião, SP, Brasil / [Vinicius Saraceni, diretor-geral].

Fernando Parodi | c h e f e

de são sebastião

da educação de são sebastião

d a d i v i s ã o d e e d u c a ç ã o a m b i e n ta l d a s e c r e ta r i a d o m e i o a m b i e n t e

p e d a g ó g i c a d a s e c r e ta r i a d a e d u c a ç ã o

d a d i v i s ã o d e r e c u r s o s h í d r i c o s d a s e c r e ta r i a d o m e i o a m b i e n t e

Lucília Spiritus | e d u c a d o r a

a m b i e n ta l d a s e c r e ta r i a d a e d u c a ç ã o

Vivian Monteiro Augusto | d i r e t o r a

p e d a g ó g i c a d a s e c r e ta r i a d a e d u c a ç ã o

São Paulo: Vistadivina, 2010. 115 p. : il. (algumas color.), mapas.

VISTA D IVIN A E D ITO RA Vinicius Saraceni | d i r e t o r - g e r a l Felipe Seibel | d i r e t o r

Inclui bibliografia. ISBN 978-85-61951-03-0

de conteúdo

Washington Oliveira | g e s t o r

financeiro

Ana Silvia Fernandes | c o o r d e n a d o r a Bruna de Andrade | a s s i s t e n t e

1. São Sebastião (SP) – Geografia. 2. São Sebastião

Juciléia Portugal | s u p o r t e

a d m i n i s t r at i v a

a d m i n i s t r at i v a

operacional

(SP) – História. 3. São Sebastião (SP) - Condições ambientais 4. São Sebastião (SP) – Mapas 5.

P R O G R AMA MAPA: M U N D O , A M BIE N TE , P E RTE N CIM E N TO E Aç Ão

Educação ambiental.

Atlas ambiental: SÃO SE BA STIÃO , sp , brasil

I. Saraceni, Vinicius.

Vinicius Saraceni | d i r e t o r - g e r a l Felipe Seibel | d i r e t o r

de conteúdo

Meire Cavalcante | c o o r d e n a d o r a

CDD-918.161

Julia Pinheiro Andrade|

institucional

coordenadora pedagógica

Laura Lopes | e d i t o r a Débora Didonê, Dier Marinho, Fernanda Tripolli, Meire Cavalcante e Verônica Mambrini | p e s q u i s a

vistadivina rua irmã pia, 422

Luciana Fuoco | p e s q u i s a

Alessandro Meiguins | p r o j e t o

- 12º andar

www.vistadivina.com

gráfico

Aline Aliste , Gustavo Velho Diogo, Natália Tudrey | e d i t o r e s

05335 - 050 são paulo sp tel. e fax: (55 11) 3768 9999

e texto

lo ca l e t e x to

Este impresso foi produzido com papel proveniente de madeira certificada FSC e de outras fontes controladas. A certificação FSC garante o respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores florestais.

de arte

Isaac Barella | a r t e - f i n a l i s ta Profa. Dra. Sueli Angelo Furlan (depto. de geografia, fflch-usp) | c o o r d e n a d o r a de conteúdo em geografia

Profa. Maria Elena Simielli (depto. de geografia, fflch-usp) | r e v i s o r a Ivana Traversin, Rachel Reis | r e v i s o r a s Juliana Higa Bellini | c o o r d e n a d o r a

cartográfica e de geoprocessamento

Luiz Fernando Messias Bissoli | g e o p r o c e s s a m e n t o

realização:

cartográfica

de texto

e i m a g e m d e s at é l i t e

apoio:

www.programamapa.com.br


E

Quer viajar?Então embarque!

ntender de onde vêm e para onde vão as nuvens que despejam chuva fresquinha sobre nós. Explorar as formas e as cores das pedrinhas no chão. Observar os bichos minúsculos da terra. Aprender por que temos que lavar as mãos antes de comer. Perceber que, para viver em sociedade, todos temos direitos e deveres. O mundo é rico e surpreendente. Com o Atlas Ambiental: São Sebastião, SP, Brasil, você fará uma linda viagem, como se estivesse em uma nave interespacial. Vamos nessa? Então lá vai: o roteiro da aventura inclui conhecer os planetas, as estrelas e os satélites; avistar do espaço os continentes e ir se aproximando do Brasil, do estado de São Paulo, do seu município, dos bairros e... pronto! Você vai ver as praias, as ilhas e muitos outros pontos conhecidos da turma. Chegamos a São Sebastião. Mas não se engane! Não vamos ficar apenas estacionados no município. A nossa nave vai o tempo todo levá-lo a lugares e a assuntos diferentes, que vão e voltam da esfera global para a local. Por exemplo: o movimento de navios petroleiros no porto tem muito a ver com o seu cotidiano, pois o petróleo comercializado

impulsiona a economia de São Sebastião e gera empregos. Isso é a escala local. Porém, o petróleo é exportado para diversos lugares do mundo, como os Estados Unidos e a Europa — o que movimenta a economia do município e interfere diretamente na sua vida. Essa é a escala global. Nesse vaivém, é possível perceber o quanto fazemos parte de tudo o que nos cerca e até do que não podemos ver. Por exemplo: você imagina o que acontece nas profundezas da Terra? Entende por que as estações do ano existem? Sabe de onde vem a água que sai da sua torneira? É um mundo de coisas a descobrir... Com o Atlas, você vai conhecer um pouco dos eventos tradicionais do município, como as festas de São Sebastião e de Santana, descobrir de onde veio o nome de seu município, saber sobre os animais do Brasil, explorar a nossa pré-história e se encantar com muito, muito mais! Oba! Agora que você já sabe que, ao folhear este livro, vai aprender diversas coisas (e de forma divertida), pode se preparar para uma viagem eletrizante. O Atlas é o seu passaporte. Prepare-se. Bom estudo e boa viagem, passageiro! equipe de bordo ( os editores )

O planeta é seu. Entenda-o. E cuide bem dele!



A

A linguagem espacial na escola

leitura das paisagens é um processo em que alunos e professores procuram interpretar diferentes imagens do seu cotidiano. É a possibilidade de observar, registrar, analisar e procurar explicações para as diferentes expressões da paisagem quando tratadas à luz dos problemas socioambientais da atualidade. Problematizar as relações da vida social que criaram o ambiente construído, relações biogeofísicas que explicam a dinâmica climática ou como podemos pensar a gestão dos recursos naturais é a proposta do Atlas Ambiental: São Sebastião, SP, Brasil. Quantas reflexões os alunos podem construir com base no estudo de mapas, imagens e ilustrações! Ao propor uma análise contínua das relações sociais e do funcionamento da natureza em diversas situações, pretendemos que o estudante perceba as implicações geográficas e históricas dessa construção. Para isso, associamos o conteúdo do Atlas a tratamentos didáticos, discutindo as relações entre o presente e o passado; o específico e o geral; o local, o regional, o nacional e o global; e o que resulta de ações individuais e coletivas etc. Existem muitas formas de exercitar e construir essa leitura da paisagem utilizando a cartografia. Colorir

mapas, copiá-los, escrever neles o nome de rios e cidades ou memorizar as informações que trazem representadas têm sido as formas mais usuais de trabalhar com a linguagem cartográfica na escola. Esse tipo de tratamento não garante que os alunos construam os conhecimentos necessários para ler mapas ou para fazer uma leitura do próprio espaço geográfico. A leitura da paisagem e o raciocínio espacial requerem competência do aluno para compreender a representação gráfica. As representações fazem parte do sistema de sinais criados pelo homem para se comunicar com os outros. Pertence, de certo modo, ao campo da escrita. Para ler mapas, é preciso também compreender as diferentes linguagens da informação e como os homens criaram formas de expressar seus conceitos e suas hipóteses por meio dos mapas. É preciso aprender com essa linguagem de forma progressiva na escola. Assim, fotos comuns e aéreas, filmes e vídeos, entre outros, também podem ser utilizados como fonte de informação e de leitura do espaço e para o desenvolvimento da linguagem de representação. Este material ajuda a construir o caminho para formar leitores do espaço geográfico e da sua diversidade de imagens. Boa leitura! prof a. dr a. sueli angelo furlan coordenadora de conteúdo em geografia



É

Ao aluno da rede pública

com prazer que apresentamos o Atlas Ambiental: São Sebastião, SP, Brasil, produzido pela Editora Vistadivina, com apoio de vários setores da Prefeitura e de colaboradores que cederam entrevistas e informações importantes, ajudando na elaboração deste material de excelente qualidade. Mapas, gráficos, infográficos, imagens e textos com linguagem acessível formam o nosso Atlas, que apoiará os educadores no bom desenvolvimento do seu tra-

balho pedagógico. Ele traz aspectos locais, regionais, nacionais e globais, proporcionando a análise da interdependência entre fatos geográficos, históricos, sociais, econômicos e naturais presentes em nossa vida. Dessa forma, esperamos contribuir decisivamente para a tão desejada qualidade da nossa Educação, ajudando na formação da postura crítica e na atuação consciente sobre a realidade do nosso município em relação ao mundo. Façam um bom uso. secretaria da educação de são sebastião

Desejamos que o Atlas semeie a consciência e a preservação do nosso maior patrimônio: o meio ambiente. secretaria de meio ambiente de são sebastião


38

60°W

Estado e país Ma ca pá

São Luís

Belém

Ma na us

AMAZONAS

Nor te

Fo r t alez a

MARANHÃO

PARÁ

CEARÁ

RIO GRANDE DO NORTE

Teresin a

Nat a l

PIAUÍ

PARAÍBA

PERNAMBUCO

36

Paraibuna

Ge or g e to w n

^

Par am ar ib o

Cai en a Guiana ^ Suriname ^ G uia n a Fra n ce s a 23°40'30"S

p

São Sebastião

Brasil

Li ma

^

Br a sí lia

Bolívia

!

Sudes te

São Pa ulo

ESPÍ RI TO SAN TO

Vitó ria

RIO DE JANEIRO

Rio d e J an eiro

PARANÁ Cu r it iba

ór nio

Sul

' 2 3° 27

SANTA CATARINA

Flor ian ó polis

Capital nacional

RIO GRANDE DO SUL Por t o Alegr e

300

Oceano Atlântico

km

São Sebasti ão 75°W

60°W

Capitais estaduais Limites regionais Limites nacionais Limite do território marítimo brasileiro

45°W

As su n ç ão

onde estou

45°46'30"W

^^

^

Bu e no s Air e s

45°36'W

45°25'30"W

Como sair e chegar

Mon t ev id é u

Ocean o Pacífico

c 30°0'W

ltur

0°0'

e erc p

o do

A história dos mapas

espa

16

çã p

60°0'W

ço

Terra

cu

id a de

a

90°0'W

zoom

Ocean o Atlân tico

Malvina s

s

18

is asileiros do Sul

Crianças no mundo

44

I l ha b e l a

30°0'S

San t ia go

108

Ita tinga

Ilhabela

Uruguai

Hinos e bandeiras

Nosso país

ó rni o Arg entina

106

48

Urbanidade

To polâ ndia

São Sebastião

^

46

Galáxia

30°W

23°51'S

Pa r ag u ai

23°51'S

Ilh a M on tã o de Trigo

Chil e

Belo Ho rizo nte

SÃO PAULO

Bairros

^

La Pa z

^

42

MIN AS GERAIS

Goiâ nia

24

Ber tioga

Peru

GOIÁS

Campo Gra nd e

Cara gua tatu ba

0°0'

^

Equ ador

ic d e Capr

SERGIPE Salv ad o r

DISTRITO FEDERAL Bra sília

Cu ia bá

MATO GROSSO DO SUL

Oceano Pacífico

Caraguatat uba

Brasil e São Paulo

Qu i to

Tr ópico

Ba rra do U na

BAHI A

MATO GROSSO

Centro-Oes te

23°40'30"S

Ve n e z u e l a Bo go tá

^

Col ômbia

Local

45°25'30"W

São Sebastião e Centro

Salesópolis

RONDÔN IA

50 Saberes locais

Ma ceió

ALAGOAS Ara ca ju

30°S

20

Car ac as

^

45°36'W

30°0'W

Nordes te

TOCANTI NS

h

45°46'30"W

60°0'W

Palm as

Por t o Ve lho

15°S

22 Ber tioga

90°0'W

Rio Bra n co

Jo ão Pess oa Rec ife

15°S

ACRE

Planeta Terra

AMAPÁ

RORAIMA

Eq u ad o r

40

45°W

Boa V ista

índice temático

30°S

seu atlas

14

Aprenda com o seu Atlas

fim

ist

ia

p ré

-h

ór

e

r ne g

ia

s divi ã

dos p odere

o

s

12 Como o Atlas foi feito

114

Sumário

10

Você está aqui!

Glossário

112 Índices e créditos

110 Concurso/ Bibliografia

10

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

104 Brasil

102 Alternativas renováveis

100 Matriz brasileira

98 Enquanto você dorme

96 Brasil


Como ler este índice

54 Passado e presente

56 Influência dos oceanos

52

58

62

Mudanças climáticas

Sismologia

60

64 Solo em camadas

Relevo

Conceitos

66

Recursos hídricos

68 Escassez de água

cli

ma

O Atlas apresenta vários temas sobre a realidade de seu município e do Brasil. Cada um dos "planetas" deste índice, que tem a Terra como centro, representa um desses temas. Cada um recebe uma cor diferente e, a partir deles, surgem vários assuntos, que são os "astros" de cada planeta. Dos astros, uma pequena imagem e o título antecipam o assunto - ao lado, sua respectiva página. Boa viagem!

70 Lixo

geo

orfol

ogia

m

72 ntabil

74

id a de

suste

Ecossistemas

Unidades de conservação

94

o

nv ese ol

78

human

en vim to

Vegetação do Brasil

o on m

ia

ec

76

d

Biodiversidade

82 92 Geografia médica

88 Direitos humanos

86 Para iniciantes

84

90

Em casa

80

Impactos ambientais na Amazônia

Amazônia sustentável

História local

Emprego e trabalho atlas ambiental: SÃo sebastião

11


seu atlas como foi feito

infográfico

2

3

8 3

fotografia

Você sabia que é possível ler imagens? Feitas sob o olhar de outra pessoa – o fotógrafo –, as fotos retratam cenas, personagens e paisagens do seu município e do mundo. Observe e descubra o que elas revelam! 4

5

gráfico

Pode ser de coluna, em forma de "pizza" ou de linha. O primeiro mostra alterações de dados ou faz comparações. O de pizza indica proporções. E o de linhas retrata uma evolução ou uma tendência em períodos de tempo 5

CLIMOGRAMAS BELÉM - PA

SÃO SEBASTIÃO - SP

100

10°

50

0

BRASÍLIA - DF

400 350

0° J F MAM J J A S ON D meses do ano

40° 35°

350

4

10° 5°

35°

0

20° 15°

100

20° 15°

50

25°

200 150

30° 25°

200 150 100

30°

300 250

300 250

40°

10°

Fonte de água A bacia do Prata e o aquífero Guarani abastecem diversos países da América do Sul

J F MAM J J A S ON D meses do ano

50 0

0° J F MAM J J A S ON D meses do ano

chuvas No verão, os ventos levam chuva para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, que podem sofrer com a seca se a floresta diminuir

Proporções diferentes

O movimento das águas

A água doce não é distribuída igualmente no Brasil

A cobertura vegetal é fundamental para a absorção da água pelo solo

Relação entre extensão territorial, disponibilidade da água e concentração populacional nas cinco regiões brasileiras (em %)

A bacia do Prata se estende por 3 milhões de km², em áreas de Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. No Brasil, fornece água para as regiões Sul e Sudeste. Além de ser a sede da segunda maior usina hidrelétrica do mundo, Itaipu, é bastante usada para a navegação. Esses países também dividem o maior manancial de água doce subterrânea do mundo, o aquífero Guarani. Ele é formado por rochas capazes de reter água e de cedê-la. Esse imenso reservatório, que fica quase todo debaixo da terra, ocupa uma área de 1,2 milhão de km². A água chega até a superfície por meio de poços artesianos e das áreas de recarga.

ÁREA COM VEGETAÇÃO

ÁREA URBANIZADA

100 90 80 70 60 50

DEVAGARINHO

GOTÍCULAS

COM TUDO

SEM SAÍDA

A copa das árvores amortece o impacto da chuva, que também escorre devagar pelo tronco

Ao bater nas folhas das árvores, as gotas se subdividem, caindo suavemente no solo

Sem a copa das árvores, a chuva bate com força no solo, causa erosão na terra e escorre pelo asfalto

O asfalto impede a água de ser absorvida. Por isso, o líquido escoa com força, enchendo rapidamente os rios e provocando inundações

40 30 20

BACIA DO PRATA E AQUÍFERO GUARANI

10

MT

1

0

GO

CentroOeste

MG

Norte

Disponibilidade hídrica

Sudeste

Sul

Extensão territorial

MS SP Pa raguai

RJ

PR

Disponibilidade de água no Brasil (por bacia hidrográf ica)

Oceano Atlântico o

Uruguai 340

km

Aquífero Gu aran i Ba cia do Prata o

60 W

Õ Ô

Õ3 Ô

Õ ÔÕ Ô

1

RS Arge n ti n a

o

50 W

Leia sobre escassez de água na página 68. ATLAS AMBIENTAL: SÃO SEBASTIÃO

67

1

DISPONIBILIDADE DE ÁGUA POR BACIA

! São Sebastião

SC

30 S

Nordeste

Concentração populacional

Bolívia

Fontes: CAS/SRH/MMA, 2001

ventos A força da transpiração da floresta suga o ar do oceano e intensifica os ventos alísios, que carregam a umidade do mar para o continente

25° 20° 15°

o

As correntes de ar que carregam umidade da Amazônia são responsáveis por boa parte das chuvas no Sul do país. Para ter uma ideia do que isso representa, a quantidade de vapor d’água transportada nas nuvens é equivalente à vazão do rio Amazonas, que é de 200 mil metros cúbicos por segundo. Se a floresta diminuir, sua transpiração pode ser menor e alterar a intensidade dos ventos, causando seca no país.

35° 30°

250 200 150

20 S

Correntes úmidas de ar viajam pelo céu até virar chuva no Sul do país

350 300

temperatura (em °C)

Rios celestes

400

40°

400

correntes Os ventos atravessam a Amazônia e rebatem na Cordilheira dos Andes, desviando-se em direção ao Sul do país

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

1

ilustração

vapores A evaporação da floresta produz mais vapor d'água do que o mar, de onde chegam nuvens carregadas

12

7

Fruto de muita pesquisa, a ilustração informa, dá leveza ao texto e embeleza a página. Pode ser feita com várias técnicas, como nanquim (nos quadrinhos da pág. 88), computação (a maioria dos infográficos) e aquarela (nas págs. 48 e 49)

temperatura (em °C)

Sueli Angelo Furlan, professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo colaboração

1

É trabalho em dupla: ilustração e texto juntos! Geralmente, aborda assuntos complicados, em que é preciso mostrar proporções, locais ou detalhes de um processo, como o funcionamento de uma hidrelétrica

temperatura (em °C)

mundo é grande, e você faz parte dele. É a galáxia, mas pode ser a rua de casa... É isso o que o Atlas Ambiental: São Sebastião, SP, Brasil quer mostrar a você. A cada página, textos e imagens vão surpreendêlo com conteúdos riquíssimos para a sua vida e para o seu futuro. Afinal, este é o papel da escola também: formar cidadãos. Sentir-se parte do planeta e do lugar onde você vive é fundamental. E ser responsável pelo crescimento e bem-estar coletivos é o primeiro passo para viver bem. Isso só acontece quando nos dedicamos a estudar, a pesquisar, a investigar e a descobrir como tudo funciona – na natureza e na sociedade. Foi pensando nisso que uma equipe de designers, educadores, fotógrafos, geógrafos, ilustradores e jornalistas assumiu a missão de pensar nos conteúdos e nas linguagens usados no seu Atlas. Cada um teve um papel: o fotógrafo, por exemplo, capturou com olhar perspicaz paisagens, arquiteturas e retratos de moradores da sua cidade. Os designers, por sua vez, criaram ilustrações incríveis, que, somadas aos textos dos jornalistas, se tornaram infográficos – uma forma legal de explicar temas aparentemente complicados, como o funcionamento da economia. A seguir, conheça os recursos que você vai encontrar. Use seu Atlas em sala de aula, converse sobre o conteúdo com os colegas, leia-o em casa e faça o mesmo com a sua família. Partilhe o que você aprendeu. Aprenda com os outros. Isso é bom demais!

O seu município foi presenteado: recebeu um Atlas Ambiental todinho feito com imagens por satélite, infográficos exclusivos, pesquisas detalhadas e conteúdo inédito. E quem ganha com isso é você. Confira como aproveitar ao máximo este material ao descobrir as linguagens utilizadas em cada página.

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O

Confira todos os recursos do Atlas

pluviosidade (em mm)

Aqui há fotos tiradas do espaço, ilustrações, mapas e muito, muito conteúdo. Aproveite!

Página a página

pluviosidade (em mm)

Tire o Atlas a limpo!

1. Amazônica 2. Atlântico Leste 3. A tl ântico Nordeste Ocidental 4. Parnaíba 5. Uruguai 6. A tl ântico Sul 7. Paraguai 8. Atlântico Sudeste 9. São Francisco 10. Tocantins -Araguaia 11. Paraná 12. Atlântico Nordeste Oriental

Õ Ô

Õ 12 Ô

4

10

Õ Ô

9

Õ ÔÕ Ô

7

11

ÕÔ Ô Õ 5

Õ2 Ô

8

6

PROTEÇÃO

ALIMENTO

FLUXO NATURAL

LENÇOL FRACO

“DESERTO” URBANO

A grama diminui ainda mais o impacto da água, protegendo o solo da erosão

Parte da água é retida para alimentar as plantas. A água não absorvida escoa para os rios

A vegetação favorece a penetração da água no solo, que alimenta o lençol freático

A penetração de água no solo é mínima, o que diminui o abastecimento do lençol freático

A falta da cobertura vegetal resseca o solo e provoca mudanças no tempo, causando chuvas concentradas

Fonte: SPR/ ANA, 2005.

ATLAS AMBIENTAL: SÃO SEBASTIÃO

69

texto

Escrito com base em pesquisas e entrevistas, apresenta informações importantes de cada tema do Atlas. Para garantir uma boa leitura, foi revisado tanto no conteúdo como na forma, de acordo com as novas regras da Língua Portuguesa


Quer saber mais? Você pode aprender ainda mais na página do Atlas na internet 8 5

5

6

Você conhece a Wikipedia? Ela é uma enciclopédia online em que qualquer pessoa pode ajudar na elaboração do seu conteúdo. Ferramentas como essa são chamadas de conteúdo colaborativo. O Atlas Ambiental: São Sebastião, SP, Brasil também tem um sistema colaborativo na internet. Por meio dele, é possível acessar o conteúdo deste Atlas de qualquer computador conectado à rede. E não é só isso. Todos podem incluir fatos, dados e histórias sobre o seu município — inclusive você! Assim, as informações sobre sua cidade estarão cada vez mais completas e sempre atualizadas. Corra para o computador e acesse o Atlas na internet!

2

http://programamapa.com.br/wiki

Sempre que você encontrar esse símbolo nas páginas do Atlas, acesse a wiki para ver conteúdos complementares!

6

colaboração

O conteúdo de cada prancha está baseado em entrevistas com profissionais de reconhecidas instituições. Participaram dezenas de especialistas em várias áreas do conhecimento

7

imagens por satélite

São feitas por sensores instalados dentro de satélites, que ficam em órbita ao redor da Terra. Eles são controlados por centros de monitoramento, situados em vários países, e enviam as imagens a computadores em terra

8

mapa

É o recurso de linguagem geográfica mais importante do Atlas. É através do mapa que se localizam lugares e suas características e se informam visualmente dados importantes, como a distribuição de água no planeta e os recursos hídricos do seu município

atlas ambiental: SÃo sebastião

13


seu atlas aprenda com ele

Mapa: faça o seu! O primeiro passo é compreender e desenhar o espaço em que vivemos, como a sala de aula

Q

uando faziam mapas do Brasil, os artistas desenhavam índios, árvores e até grandes naus aportando no litoral. Era como se pudessem ver o país do alto. Mas não existia avião naquela época! Por isso, as iluminuras, como são chamados esses mapas antigos, eram feitas com base em informações pouco precisas: os cartógrafos ouviam os relatos dos navegadores para, então, representar continentes e oceanos. Como era difícil imaginar uma embarcação vista de cima, naus, caravelas e outros elementos apareciam como se estivessem sendo vistos de frente e de lado. Isso não está errado. Mas com as imagens aéreas é possível fazer guias de ruas detalhados de cidades inteiras, com tudo visto do alto. Hoje, esses conhecimentos adquiridos pela humanidade em milhares de anos são ensinados na escola. Aprendemos a observar o espaço em que vivemos, como a sala de aula, para então representá-lo. Estudamos a proporcionalidade, que é a grandeza comparativa entre os objetos, construímos símbolos e organizamos legendas, descobrimos o que é orientação, como usar as coordenadas geográficas e também como se calculam as escalas e como se projeta um mapa. O mapa é a representação da nossa realidade vista de cima, mas bem reduzida. Quando você observa o chão que você pisa, por exemplo, tem dele uma visão “aérea”. É o mesmo que ver a sua cidade a bordo de um avião e, depois, desenhá-la. Dessa forma, representamos a cidade, o estado, o país e o mundo.

c o l a b o r a ç ã o Marcelo Martinelli, professor de cartografia do Departamento de Geografia da FFLCH, da Universidade de São Paulo; e Julia Pinheiro Andrade, professora e geógrafa pela Universidade de São Paulo

14

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

rosa dos ventos Observando o Sol nascer (a leste) e se pôr (a oeste), determinou-se a direção leste-oeste. A norte-sul é perpendicular. Cada sentido é um ponto cardeal. Juntos, formam a rosa dos ventos. Ela surgiu na Grécia Antiga para simbolizar em mapas a direção dos ventos, fundamentais para os navega-

1 na vertical Fazer um desenho do bairro vistode cima é muito diferente. Afinal,estamos acostumados a enxergartudo sempre de frente. Com aajuda de uma foto na vertical,é possível visualizar a proporçãode quadras, ruas e avenidas

dores preverem suas viagens. Por volta de 1300, a rosa dos ventos surgiu sob a forma de uma flor estrelada, aberta em 16 pétalas. Em mapas antigos, a representação dos ventos também era feita por meio de anjos soprando o mundo. A figura abaixo, por exemplo, é de um mapa do século 16.

N NO

NE

SO

SE

O

L S

Bem do alto Com a ajuda de um avião, conseguimos desenhar e planejar guias de ruas As fotos aéreas que mostram de perto a quadra da sua casa são tiradas de dentro de um avião. Com as fotos, estudiosos elaboram a planta da cidade, um tipo de mapa que destaca ruas e avenidas. Dependendo da altura e da rota do voo, o fotógrafo destaca aspectos diferentes da paisagem. Confira abaixo.

2 em três dimensões A foto oblíqua, em perspectiva, distorce a proporção dos elementos (o que está ao fundo é visto bem pequeno), mas ajuda a localizar pontos de referência, como vales e morros, que podem ser destacados na planta

1

1

2

2


Do imenso ao pequenino Veja três escalas diferentes do mesmo lugar escala

1:5 000 imagem de

escala

2008

1:25 000 imagem de

escala

Com imagens em diferentes escalas, podemos ver mais ou menos detalhes. Quanto maior é a escala, mais próximo e detalhado é o que vemos

1:100 000

2008

imagem de

2008

Como se lê Um mapa é cheio de signos, que podem representar elementos isolados ou um conjuntos deles

Com o mapa, é possível representar as características do espaço geográfico, como clima, relevo e população. Existem dois tipos: o analítico, que mostra a distribuição de um fenômeno, e o de síntese, que representa o mapeamento da integração de mais de um fenômeno. Veja os mapas abaixo e entenda melhor:

Morfoclimático

Clima

Vegetação 0° 0°

Vegetação Vegetaçãonatural Natural

Vegetação Natural

Caatinga Caatinga Campos Campos Cerrado Cerrado Floresta Amazônica Floresta Amazônica Mata Atlântica Mata Atlântica Mata dos Cocais Mata dos Cocais Mata dos Pinhais Mata dos Pinhais Pantanal Pantanal Vegetação Litorânea Vegetação Litorânea Campinas do Rio Negro Campinas do Rio Negro

Sã o S eb as ti ã o Sã o S eb as ti ã o

Domínios Morfoclimáticos Domínios morfoclimáticos

Tiposde deClima clima Tipos Equatorial Semiárido Subtropical Tropical Tropical Atlântico Tropical de Altitude

Amazônico - Terras baixas florestadas equatoriais Araucárias - Planaltos subtropicais com araucárias Caatingas - Depressões intermontanas e interplanálticas semiáridas

analítico 0 690 m O mapa à esquerda nomeia e localiza askprincipais unidades de vegetação do Brasil, enquanto o da direita mostra as principais unidades climáticas

Fontes: Girardi, 2005; Simielli, 2007

Sã o S eb as ti ã o

Sã o S eb as ti ã o

Fonte: Girardi, 2005

síntese 0 690 m uma única O mapa morfoclimático agrega kem representação vários analíticos: vegetação, clima, geologia, relevo e solo

Cerrado - Chapadões tropicais interiores com cerrados e florestas-galeria Mares de Morros - Áreas mamelonares tropical-atlânticas florestadas Pradarias - Coxilhas subtropicais Sã o com pradarias mistas Faixa de transição não diferenciada

0

690

Fonte: 1965, in Simielli, 2007

km

O mundo no papel Abaixo, a representação da Terra em diferentes superfícies esfera A Terra é um geoide, ou seja, tem formato irregular: arredondada como uma bola e um pouco achatada nos polos

projeção cilíndrica É como se o globo fosse envolvido por cartolina, em que seriam traçados os continentes

planisfério Feito com base em cálculos, mostra os continentes e os oceanos do planeta em superfície plana atlas ambiental: SÃo sebastião

15

S eb as ti ã


cartografia história

O mundo no papel Da argila à imagem de satélite, os mapas

Muitas visões de mundo Abaixo, exemplos de mapas feitos por cartógrafos que tinham como referência o relato de navegadores

ajudam o ser humano a conhecer o seu planeta

I

magine os primeiros seres humanos do planeta. Nômades, viajavam de um lugar a outro em busca de alimento. Mas será que sabiam para onde ir? Talvez sim. Estudiosos acreditam que a necessidade desses povos de demarcar rotas para retornar ao lugar de origem pode ser o começo da história dos mapas. Na Oceania, os nativos faziam mapas até com galhos de bambu! Hoje, chegamos ao avanço tecnológico de produzi-los com base em fotos aéreas e imagens de satélite. Como, ao longo da história, os autores de mapas não podiam ver o mundo do espaço, como nós, foi necessário ter muita criatividade e contar com ferramentas da época, como bússola e régua de cálculo (usadas ainda hoje), para desenhar vilas, cidades, países e o mundo inteiro. c o l a b o r a ç ã o Jorge Pimentel Cintra, professor da Escola Politécnica, e Marcelo Martinelli, professor de cartografia do Departamento de Geografia, ambos da Universidade de São Paulo; e Julia Pinheiro Andrade, professora e geógrafa pela USP

Evolução mapeada ga sur

Feito de argila, há 2,5 mil anos, representa uma parte da Babilônia: o corte vertical é o rio Eufrates, a cidade está ao centro e, abaixo dela, três faixas representam divisas

16

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

TÁBULA ITINERÁRIA PEUTINGERIANA

De autor anônimo, pode datar entre os séculos 1 e 4. São 11 folhas de pergaminho, muito reproduzidas ao longo do tempo. Nelas, Roma é a área central, de onde partem 12 estradas

TERRA BRASILIS

Feito pelos cartógrafos Lopo Homem, Pedro Reinel e Jorge Reinel, em 1519, faz parte do Atlas Müller. É considerado a primeira carta econômica do Brasil, com imagens de indígenas extraindo o pau-brasil. Hábito da época, os mapas contêm inscrições em latim. As bandeiras sinalizam o avanço português PTOLOMEU

MAPA T-O

No século 7, santo Isidoro usou o padrão circular dos mapas cristãos da época e relacionou três continentes aos filhos de Noé: Ásia (o primogênito), África (o segundo) e Europa (o terceiro)

Geógrafo grego do século 2, teve mapas de projeção cônica reproduzidos no século 15. No dos 12 ventos do mundo, os meridianos não se encontram no Polo Norte e o oceano Índico aparece como um lago

Ao longo do tempo, o mapa ganhou detalhes e cores e teve, em essência, uma função política CARTAS PORTULANAS

Ou cartas náuticas, surgiram entre os séculos 13 e 14. Feitas de pergaminho para orientar as navegações no mar Mediterrâneo e ao longo da costa ocidental da Europa

FRA MAURO

Ele produziu, em 1459, um dos primeiros mapas grandes. Antes só apareciam em livros. Assim, aos poucos, a cartografia deixou de servir de mero complemento ilustrativo de livros

capitanias hereditárias

O cartógrafo George Matthäus Seutter mapeou a divisão políticoadministrativa do país em 1740. Foi um dos desenhos solicitados pelos governadores das capitanias no século 18


são sebastião

GERARDUS MERCATOR

Em 1538, o cartógrafo fez uma das primeiras cartas em que as Américas do Norte e do Sul receberam esses nomes e desenvolveu técnicas para produzir globos terrestres

PLANISFÉRIO DE CANTINO

De 1502, é o primeiro mapa em português do Brasil. Foi concebido por Alberto Cantino, um espião italiano que investigava os avanços marítimos dos navegadores portugueses

ABRAHAM ORTELIUS

Cartógrafo e geógrafo, viajou pela Europa e criou o Atlas Moderno, no qual está o Mapa da América, do século 16. Nele, o novo continente é visto com orla luxuosa e nosso país é chamado de Bresilia

Este mapa, de meados do século 18, mostra a costa de São Sebastião com seus povoados e ilhas. Embora o original esteja na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, é possível encontrar uma cópia digital no Arquivo Municipal de São Sebastião.

PLANISFÉRIO DE PIRi REIS

Feito com informações de navegadores europeus, em 1513, destaca o Ocidente e inclui as cidades de Cabo Frio e Rio de Janeiro. Traz figuras lendárias e míticas, como o unicórnio e criaturas sem cabeça

atlas ambiental: SÃo sebastião

17


180°0'

150°0'W

120°0'W

90°0'W

60°0'W

30°0'W

zoom do espaço a são sebastião

Quer ir do espaço a São Sebastião?

Oceano Glacial Ártico

60°0'N

30°0'N

23°27' N

Eis nosso planeta, a Terra, onde está...

0°0'

Oceano Atlântico

Oceano Pacífico

23°27' S 30°0'S

1 - Albânia 2 - Armênia 3 - Áustria 4 - Bélgica 5 - Bósnia - Herzegovina 6 - Croácia 7 - Eslováquia 8 - Eslovênia 9 - Holanda 10 - Hungria 11 - Kosovo 12 - Lituânia 13 - Luxemburgo 14 - Macedônia 15 - Moldávia 16 - Montenegro 17 - República Tcheca 18 - Romênia 19 - Sérvia 20 - Suíça

Então vamos! 18

atlas ambiental: SÃO Sebastião

60°0'S

Oceano Glacial A

180°0'

150°0'W

120°0'W

90°0'W

60°0'W

30°0'W


°0'

30°0'E

60°0'E

90°0'E

120°0'E

150°0'E

180°0'

1 2 3 4 5

60°0'N 9 4

13

7

20

3

17

8 9

7

10

8 10 18 15 6 5 1611 19 1 14

11 12

2

13

Oceano Pacífico

14 15

30°0'N

16 17 18 19 20

0°0'

Águas profundas Águas rasas Fossas oceânicas Neve e gelo Florestas densas

30°0'S

Zonas áridas

Oceano Índico

60°0'S

Antártico

°0'

6

12

Albânia Armênia Áustria Bélgica Bósnia-Herzegovina Croácia Eslováquia Eslovênia Países Baixos Hungria Kosovo Lituânia Luxemburgo Macedônia Moldávia Montenegro República Tcheca Romênia Sérvia Suíça

0

² 1.300

2.600

990

3.900

km

Quilômetros 30°0'E

60°0'E

90°0'E

120°0'E

150°0'E

180°0'

atlas ambiental: SÃO Sebastião

19


zoom do espaço a são sebastião 90°0'W

60°0'W

imagem de

30°0'W

2004

Car ac as

^

Ve n e z u e l a

^

Col ômbia

Par am ar ib o

Qu i to

0°0'

0°0'

^

Cai en a Guiana ^ S ur in a m e^ G uia n a Fra n ce s a

Bo go tá

Equador

Ge or g e to w n

^

0°00'

Equ ador

Peru

Brasil

Li ma

^

^

La Pa z

^

Br a sí lia

Bolívia Pa r ag u ai

!

Chil e

São Sebastião

^

As su n ç ão

Tr ó 7' 23°2

a pr de C pico

i có rn

io

Arg entina

^

^^

Bu e no s Air e s

Mon t ev id é u 30°0'S

San t ia go

Uruguai

Oce an o Pac ífic o

Oce an o Atlân tico 30°0'S

Legenda

^ !

Limites internacionais Limites territoriais brasileiros Capitais da América do Sul São Sebastião

120°0'W

20

atlas ambiental: SÃO Sebastião

Malvina s 500

km 90°0'W

60°0'W

...a América do Sul, onde está o Brasil...

30°0'W

0°0'


45°0'W

50°0'W

imagem de

2004

20°0'S

20°0'S

MINAS GERAIS

MATO GROSSO DO SUL

! R São José do Rio Preto

! R

! R

Araçatuba

Ribeirão Preto

SÃO PAULO

! R

Presidente Prudente

! R Marília

! R Araraquara ! R

! R

Mogi Guaçu

Bauru

RIO DE JANEIRO

! R Limeira ! R

Jundiaí Sorocaba

! R

! R Campinas

Piracicaba

! R

Guaratin g uetá

! R

! R

São José dos Campos

! O São Paulo ! R

PARANÁ

São Sebastião

! R Santos

Legenda Oc e a no At l â n ti co

Limites estaduais

! O ! R ! R

Cap it a l paulista Centros regionais São Sebastião

25°0'S

25°0'S

Limite do estado de São Paulo

43

50°0'W

...ao qual pertence o estado de São Paulo...

45°0'W

atlas ambiental: SÃO Sebastião

21


45°46'30"W zoom do espaço a são sebastião o 45 46'30"W

45°36'W

45°25'30"W

o 45 36'W

o 45 25'30"W

Paraibuna

23o40'30"S

23°40'30"S 23°51'S

Caraguatatuba

23o51'S

23o40'30"S

23°40'30"S

Salesópo lis

Ber tioga

23 51'S

23°51'S o

São Sebastião

Legenda

Ilhabela

Limites municipais Limite de São Sebastião

22

2,4

km

45o46'30"W

45o36'W

45o25'30"W

45°46'30"W

45°36'Wde São Sebastião... ...onde fica o município

45°25'30"W

atlas ambiental: SÃO Sebastião


Imagem SAAPI © Cortesia ENGEMAP, 2010 - Imagem Digital – SAAPI com GSD de 10 cm

45°24' 03"W

45°23'97"W

23°48'31"S

23°48'31"S

23°48'19"S

23°48'19"S

Centro

55 m 45°25'W

45°24'W

...que possui um centro. Bem-vindo!

atlas ambiental: SÃO Sebastião

23


são sebastião bairro a bairro

io

Onde você está? sa

de

m

un

i

p cí

c ni

íp

io

c ni

íp

io

i u u i v Veja o município m mdividido ao longo da costa, e e d encontre a dsua casa e a sua escola! a a s s i i iv iv D icípio D D

Di

vis

a

m de

un

203

23°45'S

BORACEIA 23°45'S

BORACEIA BORACEIA

45°30'W

45°45'W

45°45'W

45°45'W

m

203

203 m

24

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

m ilhote maracujá

45°30'W

45°30'W

23°45'S


23°45'S 23°45'S

45°45'W45°45'W

45°30'W45°30'W

BARRA BARRA DO UNA DO UNA JUREIA JUREIA

ENGENHO ENGENHO 23°45'S

45°45'W

45°30'W

Parque Estadual da Serra do Mar

BARRA DO UNA

JUQUEY JUQUEY

JUREIA

Ilha Montão Ilha Montão de Trigode Trigo

Nas páginas a seguir, as principais ilhas de são sebastião e suas características

45°46'

Nossas ilhas

45°46'

ENGENHO

23°52'S 23°52'S

ilha monte de trigo

Está localizada entre a enseada da Bertioga e o canal de São Sebastião, a JUQUEY 14 km do continente. Lá, moram cerca de 50 caiçaras, que sobrevivem da pesca. Na ilha não há praia e o desembarque é feito por uma pequena ponte sobre as pedras

atlas ambiental: SÃo sebastião

300 300

m

25

m


23°45'S 23°45'S

45°45'W 45°45'W

Parque Estadual da Serra do Mar

JUQUEY JUQUEY

ilhote cambaquarinha

ilhote cambaquara

ilha das Couves

205 205

m m

26

O acesso é feito por barcos que partem da Barra do Una, Juquey, Boiçucanga e Sahy. Pelo mar, avista-se a pequena caverna Toca da Velha. É procurada por mergulhadores devido aos seus paredões, que impedem a aproximação de grandes embarcações

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

45°43'W 45°43'W

23°48'S 23°48'S

As Ilhas

Situada a cerca de 1,5 quilômetro de Juquey, Sahy e Barra do Una, possui este nome porque tem três elevações que parecem independentes – na realidade, formam uma única ilha. Em suas praias, é possível tomar banho de sol e mergulhar

45°30'W 45°30'W


Parque Estadual da Serra do Mar

23°45'S

23°45'S 23°45'S

45°45'W

45°45'W

45°30'W

45°30'W

45°45'W

SAHY

SAHY

45°30'W

23°45'S

SAHY

45°45'W 45°45'W

45°30'W

45°30'W

BALEIA BALEIA

SAHY

BALEIA

BALEIA BALEIA

45°41'W

45°41'W 45°41'W 24°05'S

24°05'S 24°05'S

45°40'W Arquipélago de Alcatrazes

45°41'W

24°05'S

45°40'W

Situado a cerca de 45 km do porto, é um santuário que abriga aves em época de reprodução, além de ser um refúgio de baleias, golfinhos e tartarugas. Só é possível ser visto de longe, pois sua ilha principal serve de centro de treinamento para a Marinha

190 m

ilha dos Gatos

45°40'W 23°48'S

190

45°41'W

45°40'W

23°48'S 23°48'S

A cerca de 1024°05'S minutos de Camburi, a ilha guarda mistérios. É conhecida por ter sido o refúgio do milionário americano Rockefeller, que na década de 1950 a teria comprado e construído uma mansão (hoje, abandonada) para proteger-se das 45°40'W consequências da Guerra Fria eventuais

190

m m

190 m

190 m

23°48'S

atlas ambiental: SÃo sebastião

27


23°45'S 23°45'S

45°45'W 45°45'W

CAMBURI CAMBURI

Parque Estadual da Serra do Mar

BOIÇUCANGA BOIÇUCANGA

ilhote de tapuá

200 200 m m

28

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

45°30'W 45°30'W


BOIÇUCANGA 23°45'S

45°30'W

45°45'W

Parque Estadual da Serra do Mar

MARESIAS

lage de maresias

190

atlas ambiental: SÃo sebastião

29

m


45°45'W

45°30'W

Parque Estadual da Serra do Mar 23°45'S 23°45'S

MARESIAS PAÚBA

45°45'W 45°45'W

45°30'W 45°30'W

MARESIAS MARESIAS PAÚBA PAÚBA

SANTIAGO

SANTIAGO SANTIAGO

225

m

225 225

30

mm atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

ilhote de apara

TOQUE TOQUE PEQUENO

TOQUE TOQUETOQUE TOQUE PEQUENO PEQUENO


23°45'S

45°45'W

45°30'W

Parque Estadual da Serra do Mar

CALHETAS

TOQUE TOQUE GRANDE

GUAECÁ

ilha Toque Toque

45°31'W

23°51'S

Toque Toque, em guarani, significa ilha. A Toque Toque localiza-se em frente à praia de mesmo nome. É circundada por rochas, não há praias e é desabitada. A riqueza marinha e as águas cristalinas atraem mergulhadores. Em dias de mar calmo pode-se ir remando até lá

210

atlas ambiental: SÃo sebastião

31

m


23°45'S

Parque Estadual da Serra do Mar 45°45'W

BAREQUEÇABA

GUAECÁ

ilhote itaçuce

250

32

m

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

45°30'W


23°45'S

Parque Estadual da Serra do Mar 45°45'W

ITATINGA

45°30'W

OLARIA

VILA VILA AMÉLIA AMÉLIA TOPOLÂNDIA TOPOLÂNDIA

VARADOURO PITANGUEIRAS

Mangue do Araçá

PRAIA GRANDE

ilhote pedroso

PORTO GRANDE

BAIRRO BAIRRO INDUSTRIAL INDUSTRIAL

CENTRO

ilhote de pernambuco

farol do moleque

210

m

33


Parque Estadual da Serra do Mar 23°45'S

45°45'W

RESERVA DU MOULIN

45°30'W

MORRO DO ABRIGO

SÃO FRANCISCO

PORTO GRANDE

PORTAL DA OLARIA

PRAIA DESERTA

ARRASTÃO PONTAL DA CRUZ

200

34

m

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo


Divisa de município

CANTO DO MAR 23°45'S

45°30'W

45°45'W

ENSEADA JARAGUÁ

CIGARRAS

Sítio Arqueológico

Parque Estadual da Serra do Mar

SÃO FRANCISCO 235

atlas ambiental: SÃo sebastião

35

m


onde estou são sebastião

Explore o lugar Qualquer região do planeta pode

São Sebastião vista de cima Veja uma imagem de satélite de parte de seu município e o mapa de uso da terra do mesmo local

ser representada por um mapa

O

Sueli Angelo Furlan, professora do Departamento de Geografia da FFLCH, da Universidade de São Paulo

colaboração

36

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

o

23 46'S

classificação do uso da terra

420

m

o

23 47'S

mapa é uma forma de representar um espaço físico em um tamanho reduzido. Com ele, o Brasil, a América ou qualquer outro lugar podem ganhar medidas milhares de vezes menores do que as verdadeiras e, dessa forma, ser colocados em uma folha de papel. Nesse tipo de linguagem, uma mesma região pode ser representada de maneiras diferentes, dependendo de qual é a informação que a pessoa que criou o mapa quer destacar. É possível, por exemplo, representar a divisão política de países, de estados e de municípios, a hidrografia ou o nome de ruas e bairros de uma cidade. E ainda há outras divisões. Conheça duas delas e entenda como São Sebastião se insere nessa classificação. Microrregião é um agrupamento de municípios vizinhos com características geográficas, econômicas e sociais parecidas. Esse termo foi criado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para facilitar o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, como a construção de uma estrada. São Sebastião, juntamente com os municípios de Ilhabela, Ubatuba e Caraguatatuba, faz parte da microrregião que recebe o nome desta última. Mesorregião é uma subdivisão dos estados brasileiros que reúne várias microrregiões. Existem 15 mesorregiões no estado de São Paulo. A microrregião de Caraguatatuba, da qual São Sebastião faz parte, pertence à mesorregião do Vale do Paraíba Paulista, que engloba outras seis microrregiões e 39 municípios.

o

o

45 25'W

45 24'W

Oceano Área de remanescente de Mata Atlântica Área urbanizada Veget a ç ão herbácea/capoeira

áreas verdes

área urbana

A mata Atlântica tem vários trechos de vegetação preservada próximos à mancha urbana

Próxima à costa, é onde se concentra a maioria dos habitantes de São Sebastião

Leia mais sobre o Parque Estadual da Serra do Mar na página 74.


Qual é o seu caminho? A geografia oferece muitas informações para você se movimentar pelo seu município. Descubra-as! Os caminhos são orientados pelo cotidiano de cada um. De manhã, saímos de casa para ir à escola ou ao trabalho. Na volta, podemos percorrer o sentido oposto ou decidir ir a outro lugar. Se você sabe aonde quer ir e que caminho fazer, já está usando em sua vida o conceito de mobilidade.

São Sebastião tem a Serra do Mar como limite, por isso, no passado, os trajetos eram feitos no sentido norte-sul (pois a linha da costa era a principal referência). E assim foi por muito tempo. Portanto, morar longe da orla significava habitar os sertões, ou seja, as áreas mais interioranas do município.

A construção do trecho da BR 101 entre Rio de Janeiro e Santos (Rio-Santos) aconteceu nos anos 1970 e ampliou a ligação de São Sebastião a outros municípios. Os novos caminhos favoreceram a circulação de pessoas e de mercadorias, impulsionando o desenvolvimento da região.

Para lá e para cá Conheça o caminho de três moradores Salesópolis

de perua

Ca ra g ua ta tu b a

Felipe dos Santos é agente de combate a endemias e, semanalmente, vai de carro do centro a Barra do Una e a Boraceia para fazer monitoramento de combate à dengue

Ber tioga

de barco

Ba rra do Una S ã o S e b a s tiã o

A professora Neide Palumbo conta que, nos anos 1960, quando dava aula em Paúba e em Maresias, não existia estrada. Para chegar às escolas, ela ia de barco, que parava de praia em praia

± 1,9

Topolâ ndia

km de canoa

Trajeto de Felipe Trajeto de Almerindo Trajeto de Neide Bairros São Sebastião

Ita tinga

Almerindo de Almeida Oliveira mora na ilha do Monte de Trigo. Para vender seus peixes ou comprar suprimentos, ele navega 11 quilômetros até Barra do Una Ilha Monte de Trigo

Ilhabela


onde estou são paulo e brasil

Meu Brasil brasileiro

História de tantos atores Muitos passaram. Outros ainda chegam a São Paulo Nenhum de nós estava aqui em 1532, quando Martim Afonso de Sousa tomou posse da capitania de São Vicente. Nem quando os bandeirantes cruzaram essas terras em busca de índios. Muito menos acompanhou as cavalgadas

Terra de Pernambuco, Acre, Goiás, São Paulo, Paraná...

C

o

38

SP

MINAS GERAIS !

-3

20 Ribeirão Preto

-3

00

São Carlos !

-2

94

70

SP -

paranapiacaba Foi a central da companhia de trens São Paulo Railway, que cortava todo o estado

280

Campinas !

São José ! dos Campos 01 Guarulhos -1 ! Sorocaba ! Osasco ! BR Mauá São Paulo ! Santo André Oceano São Bernardo do Campo ! ! R ! Atlântico ! São Santos Sebastião

_ ^

SP -

250

16

BR

-1

_ ^ !

Capitais estaduais Principais municípios (mais de 400 mil hab.)

_ ^ PA R A N Á

! R São Sebastião

Principais rodovias Limites estaduais

75

km

o

De leste para oeste, o uso da terra no estado mudou ao longo dos séculos

1500

1920

1952

A mata Atlântica preservada em sua totalidade

As fazendas de café devastam grande parte da mata nativa

Cidades e rodovias surgem sobre o verde natural

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

RIO DE JANEIRO

SP - 225

-2

Font e : Mauro Victor, engenheiro florestal e ambientalista

18,2%

2000 17,3%

Atenção: restam poucos pontos de mata original

Fon t e: Instituto Florestal do Estado de São Paulo, 2009

Fonte: IBGE, 2007

SP

!

50 0'W

44,8%

o

3 - 15

SP

326

81,8%

São José do Rio Preto

SP

M AT O GROSSO DO SUL

col aboraç ão Francisco Kronka, engenheiro agrônomo do Instituto Florestal de São Paulo; Lucila Reis Brioschi, cientista social da Universidade de São Paulo; e Mauro Victor, engenheiro florestal e ambientalista

Antes e depois da agricultura

_ ^

A ação do homem destruiu parte desta reserva – últimos fragmentos de mata Atlântica semidecidual

20 0'S

MORRO DO DIABO

BR

o

20 0'S

50 0'W

SP -

ercado à direita pelo oceano Atlântico e à esquerda pelos países vizinhos de origem espanhola está o Brasil, localizado na América do Sul. Os números aqui são sempre grandes. Território de 8.514.876 km². População de 193 milhões de habitantes de várias origens, etnias e religiões. São 26 estados mais o Distrito Federal e 5.564 municípios. Todos distribuídos em cinco regiões administrativas: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Temos os climas equatorial, subtropical e tropical. A moeda é o real. A língua oficial, o português. Mas é fácil encontrarmos imigrantes falando italiano, alemão, japonês e chinês, além dos idiomas indígenas. O estado de São Paulo também tem números con­­ sistentes: são mais de 41 milhões de habitantes, espalhados em 248.209 km². Sua economia é a mais rica das unidades federativas, responsável por 33,9% do produto interno bruto nacional (em 2007). São Paulo atrai empresas e trabalhadores de dentro (e de fora!) do país. A capital, de mesmo nome, é a quinta maior cidade do mundo e a maior do hemisfério sul.

dos tropeiros rumo à região das minas e, mais tarde, presenciou a expansão do café. A paisagem que vemos hoje, no entanto, é resultado de todas as transformações ocorridas ao longo da história do estado


A exploração da terra

60°W

45°W

Como as áreas de vegetação são ocupadas

Boa V ista

AMAPÁ

RORAIMA

Eq u ad o r

Ma ca pá 0°

Nas imagens abaixo, você pode conferir um corte sobre as regiões do país: do sul ao norte, de oeste para leste. Em cada um desses pontos está uma extremidade brasileira. No sul, Arroio do Chuí; no norte, Oiapoque; no oeste, Nascente do Rio Moa; e no leste, Ponta do Seixas – este último, também a extremidade oriental da América continental. No corte N-S, repare na mudança dos biomas, que começam nos pampas do Rio Grande do Sul e terminam na Floresta Amazônica. No corte O-L, vemos a floresta equatorial desde o Acre, passando pelo sertão do Pará até a mata Atlântica do litoral nordestino. O desmatamento é maior quanto mais perto das grandes capitais e da faixa litorânea.

São Luís

Belém

Fo r t alez a

Ma na us

AMAZONAS

Nor te

MARANHÃO

PARÁ

CEARÁ

RIO GRANDE DO NORTE

Teresin a

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PIAUÍ

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L

Rio Bra n co

Palm as

Por t o Ve lho

Centro-Oes te 15°S

DISTRITO FEDERAL

GOIÁS

MIN AS GERAIS

Goiâ nia

MATO GROSSO DO SUL Campo Gra nd e

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SERGIPE Salv ad o r

Bra sília

Cu ia bá

vegetação

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ALAGOAS Ara ca ju

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MATO GROSSO

Rec ife Ma ceió

TOCANTI NS

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S

Nordes te

15°S

O

ACRE

Jo ão Pess oa

Belo Ho rizo nte

SÃO PAULO

Sudes te

São Pa ulo

ESPÍ RI TO SAN TO

Vitó ria

RIO DE JANEIRO

Rio d e J an eiro

PARANÁ Cu r it iba

L

Tr ó p ic

SANTA CATARINA

30°S

N

300

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L

Flor ian ó polis

RIO GRANDE DO SUL Por t o Alegr e

Oceano Pacífico

uso da terra

S

C a p r ic o de

Oceano Atlântico

km 75°W

60°W

45°W

Capital nacional Capitais estaduais Limites regionais Limites nacionais Limite do território marítimo brasileiro

30°S

O

Sul

7' 2 3° 2 ó r n io

30°W

atlas ambiental: SÃo sebastião

39


onde estou planeta terra

Navegação mundial A Devido à profundidade marítima, São Sebastião está em uma região portuária privilegiada

s grandes trocas entre as sociedades antigas aconteceram pelo comércio e pelas navegações marítimas. Entre os séculos 10 e 5 a.C., os fenícios dominaram o mar Mediterrâneo, criando entrepostos comerciais e de intercâmbio entre Europa, Oriente Médio e África. Já nos séculos 14, 15 e 16, espanhóis e portugueses se espalharam pelos oceanos com suas

caravelas: comercializavam produtos, como seda, chá, pequenos objetos e especiarias, com chineses e indianos, até que chegaram às Américas. Naquela época, em tempos de guerras por rotas comerciais, conquistar os mares e as áreas protegidas – os portos seguros – era um trunfo sobre os inimigos. As vantagens extrapolam o campo militar. Afinal,

EUROPA

AMÉRICA DO NORTE

Roterdã 2,4% 10.783.825 t

Los Angeles 1,7% 7.849.985 t

roterdã (países baixos)

AMÉRICA CENTRAL ÁFRICA

0° AMÉRICA DO SUL

1.500 santos (brasil)

km

Principais rotas de navegação de 50 a 100 de 101 a 250 mais de 250 (em toneladas)

Principal porto do continente Participação no comércio marítimo mundial (em %) Total de carga movimentada por ano (em toneladas)

los angeles (estados unidos)

40

atlas ambiental: são sebastião

São Sebastião Santos 0,6% 2.674.975 t

Durban 0,6% 2.642.000


ter um porto bem estruturado pode assegurar vantagens em transações comerciais com os demais países. São Sebastião está na terceira melhor região portuária do mundo, o que significa que pode expandir sua capacidade. O Brasil tem uma costa de dimensões continentais e apenas 41 portos marítimos, sendo o de Santos o maior deles. Muitos ainda são especializados,

ligados a um número reduzido de produtos, como é o de São Sebastião, que movimenta prioritariamente petróleo e derivados, produtos siderúrgicos, barrilha (carbonato de sódio) e sulfato de sódio. Imagine se nossos portos fossem modernizados e capazes de levar e trazer produtos e pessoas? Seria possível ir de Rio Grande (RS) até Belém (PA) pelo mar!

singapura (singapura)

ÁSIA

Singapura 6,8% 29.973.200 t durban (áfrica do sul)

OCEANIA

Melbourne 0,52% 2.303.186 t

t

Fontes: World Top Containers Por t; Container Management Magazine, 2008; Atlas du Monde Diplomatique, 2006.

melbourne (austrália)

Alta capacidade O porto de São Sebastião deve se tornar um dos principais do Brasil

Inaugurado em 1952, o porto de São Sebastião já movimentou diversos produtos, como cevada, carros e gado. Atualmente, faz circular basicamente produtos químicos para as indústrias de sabão e de vidro. Mas sua capacidade é bem maior, pois a profundidade de seu canal favorece a atracação de navios de grande porte. Hoje, ele é o sétimo no ranking dos portos brasileiros e uma alternativa ao de Santos (o maior da América Latina). Para absorver o excedente santista, estão previstas reformas – o número de berços (onde os navios atracam), por exemplo, irá de quatro para oito. As mudanças farão do porto um dos mais importantes terminais brasileiros de cargas que não sejam petróleo e seus derivados (nesse tipo de carga, já é o principal do país). O Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), que pertence à Petrobras, é responsável por 92% do movimento do porto de São Sebastião. Por lá, circulam, essencialmente, óleo, derivados de petróleo e etanol. A construção do terminal ocorreu na década de 1960 e alterou a dinâmica da cidade, principalmente no centro histórico, onde o Tebar se localiza. Nas áreas que eram ocupadas pela agricultura surgiram loteamentos populares para os funcionários do terminal. c ol ab oraç ão Fernanda Palumbo, coordenadora pedagógica da Secretaria de Edudação de São Sebastião, e Frederico Victor Moreira Bussinger, diretor-presidente da Companhia Docas de São Sebastião

atlas ambiental: são sebastião

41


45°36'W

45°36'W

São Sebastião

Paraibuna

Caraguatat uba

45°25'30"W

45°25'30"W

Você está aqui!

Ber tioga

Salesópolis

45°46'30"W

c o l a b o r a ç ã o Roberto D. Dias da Costa, astrônomo da Universidade de São Paulo

Ilhabela

palavra “planeta” vem do grego planétés, que significa “errante, que caminha”. Mas você sabe o que é um planeta? Essa definição já mudou muitas vezes. Em 1801, Ceres, um grande corpo celeste que fica entre Marte e Júpiter, foi definido como tal porque orbitava o Sol. Daí, com a descoberta de outros corpos parecidos, a Terra ganhou diversos vizinhos e, em 1851, o sistema solar contava com 23 planetas! Na época, os astrônomos decidiram mudar tudo: só seriam planetas os corpos grandes. Os demais seriam chamados de asteroides. Com isso, a vizinhança da Terra diminuiu e o sistema solar passou a ter apenas oito planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, a própria Terra, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Em 1930, Plutão foi encontrado e o número subiu para nove. Recentemente, com a descoberta dos corpos transnetunianos (veja na página abaixo), o conceito de planeta mudou novamente. Desde 2006, planetas são aqueles que orbitam o Sol, têm massa suficiente para que, pela própria gravidade, assumam a forma esférica e são o corpo gravitacionalmente dominante em sua órbita. Quem não se encaixa nisso é chamado de planeta anão. Apesar de não ser o maior deles, Plutão saiu do ranking de vizinho da Terra e, no fim das contas, foi promovido a representante dos anões.

A

Somos moradores da cidade, do planeta, do sistema solar e da galáxia!

Nós no espaço

23°40'30"S

atlas ambiental: são sebastião 23°40'30"S

42 23°51'S

5

6

8

7

4

3

2

1

pequenos e grandes Confira o diâmetro (em km), a massa (em relação à da Terra) e o tempo de rotação e de translação de cada planeta do sistema solar

8. NETUNO Diâmetro: 49,5 mil Massa: 17,15 Rotação: 0,67 dia Translação: 164,8 anos

7. URANO Diâmetro: 51,1 mil Massa: 14,37 Rotação: 0,72 dia Translação: 84 anos

6. SATURNO Diâmetro: 121 mil Massa: 95,2 Rotação: 0,44 dia Translação: 29,4 anos

5. JÚPITER Diâmetro: 143 mil Massa: 317,8 Rotação: 0,41 dia Translação: 11,86 anos

4. MARTE Diâmetro: 6,8 mil Massa: 0,11 Rotação: 1,02 dia Translação: 1,8 ano

3. TERRA Diâmetro: 12,7 mil Massa: 1 Rotação: 1 dia Translação: 365,25 dias

2. VÊNUS Diâmetro: 12,1 mil Massa: 0,82 Rotação: 243 dias Translação: 224,7 dias

1. MERCÚRIO Diâmetro: 4,8 mil Massa: 0,055 Rotação: 58,6 dias Translação: 88 dias

Veja a relação de tamanho entre os planetas e sua distância do Sol

Gigantes do espaço

6

5

4

3

2

1

6. SATURNO 9,5 UA / 1,43 bilhão

5. JÚPITER 5,2 UA / 778,4 milhões

4. MARTE 1,5 UA / 227,9 milhões

3. terra 1 UA / 149,6 milhões

2. vênus 0,72 UA / 108,2 milhões

1. MERCÚRIO 0,39 UA / 57,9 milhões

perto e longe A distância do Sol é definida em Unidades Astronômicas (UA), uma medida-padrão baseada na distância da Terra em relação à grande estrela

onde estou galáxia


atlas ambiental: são sebastião

43

Essa linda imagem abaixo é uma visão artística do que é a nossa galáxia. Nela, estima-se que exista algo entre 200 bilhões e 400 bilhões de estrelas! Sua massa? Calculase que seja de 1,75 trilhão de massas solares. É gigantesca! Seu nome – Via Láctea – vem do esbranquiçado das estrelas, que lembra a cor do leite. Na ilustração abaixo, veja qual a relação de tamanho existente entre o sistema solar, o cinturão de Kuiper, onde está Plutão, a nuvem de Oort, uma espécie de bolha de cometas, e a galáxia

Do esbranquiçado das estrelas vem o nome da nossa galáxia

Branca como leite

sistema solar Próximos do Sol (no destaque), Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são chamados de planetas rochosos. Os demais, distantes da grande estrela, são chamados de gasosos

via láctea A nuvem de Oort fica pequenininha quando comparada à nossa galáxia. E onde você está nessa imensidão toda? Fácil: faça o caminho inverso e vai chegar ao centro de São Sebastião!

nuvem de oort É como uma bolha gigante, formada por cometas que têm diâmetros entre 30 mil e 100 mil vezes a distância da Terra ao Sol. Eles orbitam em torno da estrela, mas bem longe (para lá de Plutão)

cinturão de kuiper Nele estão os corpos transnetunianos, como Plutão, formados por gases congelados e material rochoso. Eles têm órbitas inclinadas, alongadas e sujeitas à influência gravitacional de Netuno

8

7

8. netuno 30,1 UA / 4,5 bilhões

7. urano 19,2 UA / 2,87 bilhões


mobilidade como sair e chegar

Pé na estrada Os primeiros caminhos de São Sebastião foram determinados pelos índios

Q

uem viveu a época das viagens de trem sente saudade dos velhos tempos. Muitas cidades do Sudeste surgiram à beira das linhas férreas, construídas para transportar café. Mas, com a chegada dos automóveis ao Brasil, a malha ferroviária perdeu espaço. Entre 1928 e 1955, seu crescimento foi de apenas 20%, enquanto as rodovias pipocavam pelo país, expandindo 400%. Hoje, as ferrovias levam só 20% das cargas do país, ante 70% de rodovias. O transporte de passageiros por trens é raro – essencialmente para fins turísticos. Mas ainda é possível voltar ao tempo da maria-fumaça e experimentar um passeio no Memorial do Imigrante, no bairro da Mooca, em São Paulo. Outro meio de transporte é o aéreo. As passagens de avião, que sempre custaram muito no Brasil, ficaram mais baratas desde 2001, com o surgimento de novas

companhias aéreas. Com isso, muita gente que nunca havia voado passou a usar esse meio. Já o transporte aquático é muito pouco utilizado pelos brasileiros, pois serve apenas as regiões litorâneas ou as banhadas por rios navegáveis. Todo esse cenário faz com que nossas opções de grandes deslocamentos sejam restritas. Além do grande número de estradas, tem crescido também o número de carros nas ruas. Isso eleva a poluição da atmosfera e gera o trânsito caótico das grandes cidades. São Paulo, por exemplo, está construindo estradas no entorno para tentar desafogar o trânsito. Mas quem mora lá ou nas cidades vizinhas sabe que o problema ainda não foi resolvido. c ol ab oraç ão Carlos Eduardo Rolfsen Salles, físico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e José Frederico Rensi, engenheiro da Cia Energética de São Paulo

o

45 42'W

O entra e sai de São Sebastião

Aces s o a Sã o S eba st iã o N a t i vi d a d e d a S e r r a

SP 099

Rodovia que corta o município o liga ao litoral sul e norte do estado

d. Ro

Pa r a i b u n a

do

Salesópolis

sT am oio s

SP 055

o

23 40'S

Birit iba M irim

Ca r a g u a t at u b a

Be rt ioga

SP 055

Manoel Hyppó lito Reg o Rod. Dr. B or a c e ia

J u q uey

Sã o S e bas tião B oi ç u c a n g a

Principais rodovias

SP 055

Rua s e avenidas 5,4

44

atlas ambiental: SÃO SebastiÃo

km

São Sebastião

SP -

G ua e c á

05 5

Ce n t r o

Traj eto da balsa

SP 131

Ilhabela

A rodovia Rio-Santos interliga São Sebastião a Bertioga (ao sul) e a Caraguatatuba (ao norte). Outra importante via para o município é a rodovia dos Tamoios, que vem do interior do estado e desemboca em Caraguatatuba. A balsa, operada pela Dersa, comunica o município a Ilhabela.


Estrada circular

Infraestrutura de transporte

O rodoanel terá a extensão total de 170 km

Como pessoas e mercadorias se movimentam

A frota da capital paulista é de 6,7 milhões de veículos (2010). Além deles, milhares de outros, que estão apenas de passagem, congestionam ainda mais o trânsito. Com o rodoanel, que contornará a metrópole, ligando estradas, espera-se amenizar o problema. Os trechos sul e oeste, já concluídos, recebem cerca de 320 mil veículos por dia.

Veja, nos mapas abaixo, que o Brasil oferece inúmeros meios de transporte à população e às empresas: rodovias, hidrovias, ferrovias, portos e aeroportos.

o

Franco da Rocha

SP 348

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Dias

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Av

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Parque Ibirapuera .d os

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Rovdo Ro do ia sv ia s

do bParque Carmo

Catapii sta i s Ca pi

estradas Elas dominam o transporte brasileiro e ligam todas as regiões do país

g is Ré

0° 0°

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6,2

SP 150

Outros meios meios deOutros transporte de transporte

km

Distr itos de São Paulo

SP 160 marginais

Construídas ao longo dos rios Tietê e Pinheiros, são os principais corredores de acesso às rodovias de chegada e saída da capital

a

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Imigrant e s

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SP 021

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Aeroporto de Congonhas

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BR 116

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Campo d e Marte

SP 280

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Governador And ré Franco Montoro

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SP 270

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BR 381 Aeroporto Internacional

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SP 330

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Acesso a São Paulo

46 40'W

Aeropor to Ponto de referência Principais avenidas

APA Capivari-Monos

b

Principais rodovias Rodoanel (em projeto) Rodovia estadual Rodovia federal

Prin cipais aeropor tos cipais aeropor tos PrinPrin cipais portos Prinferroviária cipais portos Malha Malha ferroviária Hidrovias Hidrovias

Fontes: IBGE, 2005; Antaq, 2007

o futuro É preciso investir nos transportes ferroviário e hidroviário, que demandam energia mais limpa Fonte: IBGE, 2005; Antaq,2007 Fonte: IBGE, 2005; Antaq,2007 atlas ambiental: SÃo sebastião

45


cidade urbanidade

Cidade histórica E São Sebastião já foi palco de lutas entre índios, portugueses e franceses

46

m 20 de janeiro de 1502, a expedição liderada pelo navegador italiano Américo Vespúcio passou ao largo da costa de onde hoje é São Sebastião e batizou a região com o nome do santo celebrado naquele dia. A ocupação não foi fácil: os portugueses sofreram forte resistência de índios tupinambá, o que culminou numa grande aliança de tribos entre 1560 e 1567. Liderada pelo cacique Cunhambebe e apoiada por franceses, a Confederação dos Tamoios fracassou e as tribos foram praticamente dizimadas. Mas a influência da cultura indígena ainda é marcante e pode ser conferida, principalmente, no nome de ruas e de praias do município, como Juquey, Camburi e Barequeçaba. Boiçucanga, por exemplo, significa “cobra de cabeça grande” – segundo os indígenas, a serra junto a essa praia teria o formato do réptil.

Passada a revolta e consolidada a colonização, São Sebastião se desenvolveu com a produção de cana no século 17. No início do século 19, o café teve importante papel para o município, que chegou a ter 106 fazendas, produzindo 1.263 toneladas em 1854. Mas com a abolição da escravatura e a abertura da ferrovia Santos-São Paulo, que aumentou a saída de mercadorias pelo porto de Santos, a economia entrou em declínio. Apenas nos anos 1940, com a implantação da infraestrutura portuária, e nos anos 1960, com a instalação do Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), o desenvolvimento econômico foi retomado. Ao fim dos anos 1970, a abertura da Rio-Santos trouxe mais uma oportunidade: o turismo. c ol ab oraç ão Fernanda Palumbo, coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação de São Sebastião

Ilustração baseada em registros de Hans Staden


São Sebastião é nossa! São Sebastião como ela é

Conheça algumas pessoas que são a cara do município

Formada por vários centrinhos, a cidade concentra muitos prestadores de serviços e pontos históricos

igreja matriz

Era sede do povoado e ocupava a área urbana mais privilegiada. Ao seu redor foram construídas, de forma não planejada, diversas moradias

Tradição

Paulo Fortunato é de uma das famílias mais tradicionais da pesca de São Sebastião. Quando era mais jovem, ia pescar antes de o sol nascer e, no começo da manhã, tinha que voltar: já não havia espaço na canoa, de tanto peixe foto de 1919

casa esperança

Testemunho da prosperidade de São Sebastião, o casarão pertenceu a uma família de imigrantes italianos, que montou um comércio com esse mesmo nome

Memória viva

foto de 1906

Álvaro Orselli é um grande conhecedor do município. Primeiro, por ter sido funcionário da primeira agência dos Correios. Depois, porque sua família construiu prédios importantes, como a Casa Dória

Casa da Câmara e cadeia

Símbolo da autoridade, ali funcionavam dois poderes: embaixo, a Cadeia e, em cima, a Câmara, que era ocupada pelos chamados “homens bons”

Liderança indígena foto de 1919

O cacique Vera Mirim é o líder da Reserva Guarani do Rio Silveira. O título era passado de pai para filho, mas agora está implementada a democracia por lá. O cacique é escolhido por meio do voto atlas ambiental: SÃo sebastião

47


cultura nosso país

Brasil miscigenado “V

ejam essa maravilha de cenário.” Assim começa a música Aquarela Brasileira, do compositor Silas de Oliveira. Sua letra homenageia o que o país tem de melhor: o povo e as riquezas naturais. A diversidade de sotaques, cenários, ritmos, danças, religiões, artesanatos, hábitos e costumes faz deste país único muitos brasis. Essa riqueza cultural, constituída em milhares de anos, teve influência dos indígenas, dos europeus, dos escravizados negros vindos da África e dos muitos estrangeiros que chegaram após as guerras mundiais da primeira metade do século 20. A interação entre diferentes povos foi o que tornou o Brasil tão especial: cada região tem suas surpresas. Em Parintins (AM), as coreografias da folclórica dança do boi-bumbá tomam conta das ruas. Em Campina Grande (PB), o forró anima as festas de São João. O famoso arroz com

De ponta a ponta, o país revela hábitos e costumes originados pela mistura de povos

caiçara Da mistura de indígenas, portugueses e africanos, vive da pesca e da agricultura

C o l a b o r a ç ã o Rinaldo Sérgio Arruda, cientista social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e Plácido Cali, especialista em arqueologia e colaborador do Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras (Nupaub)

Em comunidade

Culturas tradicionais do Brasil RR

pequi das cidades do Centro-Oeste dão água na boca – isso sem falar do lombo com couve, tutu e torresmo de Minas Gerais! Rapazes com bombacha e moças com saia rodada se embalam ao som dos acordeons nos centros de tradição gaúcha. Na capital paulista, a urbanidade acolhe as cantinas italianas e a comida japonesa no bairro da Liberdade. E por aí vai! Tudo isso divide espaço, ainda, com as chamadas culturas tradicionais, que levam esse nome por passarem seus saberes e modo de vida por transmissão oral, de geração a geração. Conheça quais são as principais e onde se localizam. Em homenagem a Silas de Oliveira, abaixo algumas delas foram retratadas em aquarelas.

Costumes locais mantêm acesa a tradição de comunidades espalhadas pelo Brasil

AP

AM

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PA

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MT GO DF

Caboclo

MG

Caipira

ES

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SP

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SC

Pescador Praieiro Sertanejo Varjeiro Quilombola

atlas ambiental: SÃO Sebastião

RJ

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48

AL SE

BA

Babaçueiro

Caiçara

PE

TO

RS

560

km

F o n t e Saberes Tradicionais e Biodiversidade no Brasil, 2001

jangadeiro Utiliza para a pesca marítima uma jangada feita de piúba, madeira típica do Nordeste

seringueiro Vive da extração da borracha e faz parte da cultura dos caboclos e ribeirinhos amazônicos


Vaivém

Imigrantes no Brasil Imigrantes no Brasil

A cultura nacional se formou com fluxos migratórios internos e externos RR

Da Europa vieram portugueses, espanhóis e alemães. Anos depois, da Ásia, chegaram japoneses. Na década de 1950, as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste receberam muitos migrantes, principalmente nordestinos, atraídos pela industrialização de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. A ida de sulistas para o Norte em busca de terras para trabalho nos últimos anos originou o termo Amazônia Gaúcha.

AC AC 0°

AP

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mi g r a ç ã o séc u lo 2 0

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Principaisnúcleos núcleos colonização Principais dede colonização estrangeiraentre entre1820 1820 e 1950 estrangeira e 1950 Alemão Alemão

Italiano Italiano

Eslavo Eslavo

Japonês Japonês

SC SC RS RS

550550

Espanhol Espanhol F o n t e Maria Elena Simielli, 2008

sertanejo Vive no sertão, cria pequenos rebanhos de gado e de bode e cultiva grãos e raízes

RN RN PB PB PE

AL ALSE SE

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MG MG MSMS

0,3a a0,5 0,5 0,3 0,7a a0,9 0,9 0,7

PI

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Principais fluxos migratórios na década de 1990

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Menosdede Menos 0,10,1 0,1a a0,2 0,2 0,1

Principais fluxos migratórios no período de 1970 a 1990

MA

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Porcentagemdede Porcentagem população estrangeirosnanapopulação estrangeiros totalem em2000 2000 total

Principais fluxos migratórios no período de 1950 a 1970

AP

km km

Fonte: 2005 2005 FFonte: o nGirardi, t e Girardi, : Girardi, 2005

ribeirinho amazônico Mestiço de índios e brancos, vive à beira das várzeas e pratica pesca e extrativismo vegetal

quilombola Descende de escravizados, mora em fazendas ou terras de negros e vive da agricultura e da pesca atlas ambiental: SÃO Sebastião

49


cultura saberes locais

Marca registrada A Causos, arquitetura, sotaque e hábitos: tudo isso compõe identidades do seu município

Álbum de fotos

50

o longo do tempo, a cultura de São Sebastião se desenhou de acordo com os povos que o habitaram. Cada um contribuiu com mudanças na economia, na arquitetura, na culinária e nas manifestações artísticas e religiosas que hoje fazem parte do seu dia a dia. Antes da colonização, a região era ocupada por índios. A partir do século 17, os europeus chegaram, trazendo seus costumes e a exploração da cana-deaçúcar. Depois, foi a vez de os caiçaras contribuírem com os seus saberes. No século 20, a chegada da Petrobras e a facilitação do acesso ao município trouxeram mais mudanças.

lugar Histórico

Sítio Arqueológico São Francisco

O centro de São Sebastião possui sete quadras e tem edifícios tombados pelo Patrimônio Histórico, como a Casa Esperança. Na costa norte, ficam o Convento Franciscano e a Fazenda Santana, propriedades também tombadas e que contam muito da história do município

Com 200 anos de história, possui 20 000 m² e ruínas de uma fazenda de escravos. É possível ver colunas do imóvel original, paredes e fragmentos de faiança, porcelana e cerâmica. Algumas peças resgatadas do local estão expostas no Arquivo do Patrimônio Histórico

atlas ambiental: SÃO Sebastião

O que atualmente São Sebastião apresenta como patrimônio cultural é resultado de toda essa riqueza acumulada e transformada ao longo da história. Os índios que hoje habitam o município têm costumes bem diferentes dos de seus antepassados. Assim como o modo de vestir e as músicas do período colonial não estão mais na moda. Porém, pode ter certeza de que o sotaque, as comidas típicas, as festas, os hábitos, a arquitetura e o artesanato que hoje você, sua família e seus amigos conhecem têm um pouco de tudo isso. C o l a b o r a ç ã o Fernanda Palumbo, coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de São Sebastião

Reserva Indígena Guarani do Rio Silveira

A reserva, onde vivem 85 famílias, está localizada em meio à mata Atlântica em Boraceia. Fica a 60 quilômetros de distância do centro histórico de São Sebastião. Os índios que lá habitam vivem do artesanato e do cultivo e comércio de produtos agrícolas e plantas ornamentais

Azul-Marinho

Comida típica caiçara, este prato nasceu da abundância de alguns ingredientes na região: peixe, farinha de mandioca, banana e temperos. O nome do prato nasceu pela cor azulada que a banana verde dá ao caldo de sua fervura, no qual o peixe é cozido posteriormente


paisagens

Com um litoral de cerca de 100 km de extensão, São Sebastião apresenta paisagens belíssimas e diversificadas em razão da costa recortada e da proximidade com a Serra do Mar. É o encontro de praias preservadas com a mata Atlântica, que cobre 88,7% do território do município

Festas tradicionais As festas de São Sebastião e de Santana e a Procissão Marítima de São Pedro são três eventos com a cara do município

Teatro municipal

Inaugurado em setembro de 2001, tem capacidade para 400 pessoas e abriga uma média de 20 apresentações mensais. Em 2009, acolheu 240 espetáculos – entre projetos culturais, eventos sociais e particulares – e recebeu um público de 42 mil pessoas

Festa de Santana

praias e condomínios

São Sebastião possui 33 praias. Umas são indicadas para a navegação e o iatismo, outras, para os demais esportes náuticos. Maresias (foto) é sede de campeonatos de surfe, abriga condomínios de alto padrão e possui uma vida noturna agitada

Esta é uma festividade que ocorre há mais de 200 anos. É mantida pela família Rego, proprietária da Fazenda Santana (um antigo engenho de cana-de-açúcar). A festa acontece em julho, em homenagem à Santana, a quem uma capela na propriedade foi construída. É a sede da fazenda que abriga a festa onde ocorrem quermesse e as danças do Boi Investe e a dos índios caiapós

ecoturismo

São Sebastião tem diversas atrações de ecoturismo. Há trilhas pela mata Atlântica, locais indicados para arvorismo, rios e cachoeiras. Em ribeirões, como o do Itu (foto), há passeios para todos os gostos: os mais radicais, que duram até 6 horas e outros mais simples, de 40 minutos

Procissão Marítima de São Pedro

O bairro de São Francisco ainda mantém a tradição da pesca artesanal. Reduto de pescadores devotos de São Pedro, todos os anos, no dia 29 de junho, os moradores realizam uma procissão no mar em homenagem ao santo. Depois de uma missa solene, a estátua de São Pedro é levada de barco até Ilhabela. Atualmente, cerca de 50 barcos participam da procissão

festa de são sebastião

Comemorada em 20 de janeiro, dia do padroeiro do município, a festa tem início com a alvorada – músicos que tocam na porta da Igreja Matriz, às 6 horas, e missa campal. Depois, movimentos sociais folclóricos se apresentam com danças típicas, como a Congada de São Benedito. A procissão com o santo passa pelo centro histórico e a festa chega ao auge com a distribuição de palmas, que representam a espada de São Sebastião, um santo guerreiro atlas ambiental: SÃO Sebastião

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Climas do Brasil

climas d o b r asil

linha do

Tipos de Clima Tipos de Clima Equatorial Equatorial Semi-árido Semiárido Subtropical Subtropical Tropical Tropical Tropical Atlântico Tropical Atlântico Tropical de Altitude Tropical de Altitude

equador

clima conceitos

Sinais da atmosfera Calor, vento e chuva ajudam a prever o tempo e a entender o clima de um lugar

P

arece incrível, mas os telejornais alcançam picos de audiência todos os dias quando exibem a previsão do tempo! Ela é importante para a agricultura, a navegação e as atividades do nosso cotidiano. Hoje, por exemplo, procuramos saber do tempo para decidir que roupa vestir ou marcar um evento ao ar livre. Isso é possível graças aos meteorologistas, que estudam a atmosfera, avaliando o movimento das massas de ar, entre outros fatores, para tentar prever como o tempo será nos próximos dias e o clima nos próximos meses. O clima de um lugar varia muito de acordo com a região do planeta. A linha imaginária do Equador divide a terra nos hemisférios norte e sul, enquanto as linhas de latitude, paralelas ao Equador, definem se o clima é equatorial, tropical, temperado ou polar. A intensidade da radiação solar sobre cada faixa latitudinal, de acordo com as estações do ano, determina se faz calor ou frio. Por ser muito extenso, o Brasil tem seis tipos de clima, com características quente, seca e úmida (confira no mapa).

Um estado, muitas sensações Os termômetros paulistas não estão loucos

Fonte: Girardi, 2005

Tipos de Clima Equatorial Semi-árido Subtropical

Num dia, céu nublado e quente no interior. Na capital, faz sol, mas a sensação é de frio. No litoral? Previsão de chuva e máxima de 25º C. Essas variações do tempo no clima tropical podem ser explicadas por fatores geográficos. Conheça-os e saiba como eles afetam as cidades paulistas

Tropical Tropical Atlântico Tropical de Altitude Fonte: Girardi, 2005

Araraquara

21,7 °C / 1.430,2 mm

F o n t e Instituto Nacional de Meteorologia, 1992

massa tropical continental

LEGENDA

Temperatura média anual

Precipitação média anual

araraquara, sp Mais distante do mar, Araraquara sofre bastante influência da continentalidade, marcada por um clima mais seco e com estações bem marcadas, com grande amplitude térmica

c o l a b o r a ç ã o Emerson Galvani e Tarik Rezende Azevedo, geógrafos da Universidade de São Paulo; e Dinival Martins, engenheiro florestal da Universidade Estadual Paulista em Botucatu

clima ou tempo? A diferença é simples: o tempo nos diz qual a condição atmosférica terrestre de um momento específico (se vai chover ou ventar, se vai ficar nublado, úmido ou se vai esquentar). O clima é o predomínio e a constância dessas características do tempo em um mesmo lugar por um período longo de décadas

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atlas ambiental: são sebastião

Agentes do calor Saiba o que e quem aquece São Paulo A temperatura da capital paulista subiu 2,1 ºC em 100 anos, enquanto no resto do mundo o número foi de 0,7 ºC

queima de combustível Os gases liberados por carros, ônibus e caminhões são lançados no ar em forma de calor

indústria Algumas liberam gases quentes, mas já há empresas que usam a energia térmica no processo produtivo

( !

Guaíra

alimentos Dão energia ao corpo humano, mas seus restos e suas embalagens, amontoados em lixões, viram uma fonte de calor


campinas, sp

são paulo, sp

Sofre menos os efeitos da maritimidade e tem pouca influência da continentalidade (efeito da maior distância em relação ao mar na regulação da temperatura). Campinas também tem sofrido com o aumento da temperatura em decorrência da urbanização, porém em menor grau do que a capital paulista

A proximidade do oceano faz com que o clima seja menos quente e úmido (maritimidade). A altitude também tem efeito na redução da temperatura. Mas a urbanização tem contribuído para o aumento da temperatura na cidade – uma das razões é a produção de calor oriunda da queima de combustíveis

Campinas

massa polar atlântica

Eixo da Terra: inclinado Se ele fosse vertical, durante a translação (volta da Terra em torno do Sol) as estações do ano não existiriam calor no norte Nessa posição, a incidência de luz e de calor do Sol é bem maior no hemisfério norte. A inclinação do globo deixa o sul mais distante, com dias mais frios e curtos

calor no sul A luz e o calor chegam mais à parte inferior do globo. Já na região central, o Sol bate de forma mais constante ao longo do ano, por isso o clima sempre quente

21,3 °C / 1.391,5 mm

São Paulo

19,3 °C / 1.455,0 mm

massa tropical atlântica

São Sebastião

22,6 °C / 2.519,0 mm

pessoas O corpo humano produz calor. Mas só conseguimos perceber a intensidade em aglomerações, como dentro de um ônibus cheio

Conheça os tipos de relevo na página 60.

são sebastião, sp O litoral norte paulista é diferente da costa nordestina brasileira porque sua posição é orientada no sentido leste-oeste e isso faz com que sua serra barre com mais facilidade as brisas marítimas e as frentes frias. O resultado? Este é o litoral mais chuvoso do Brasil!

F o n t e Cepagri/Unicamp, Instituto Agronômico de Campinas (Unicamp) e Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) atlas ambiental: são sebastião

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clima

passado e presente

Esquenta, esfria... N Nenhuma novidade: a mudança do clima da Terra acontece desde o seu surgimento

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os últimos anos, as mudanças climáticas no planeta têm trazido preocupações e dúvidas para cientistas e também para nós, que acompanhamos os noticiários. É possível que a ação humana tenha contribuído para o aumento da temperatura média da Terra (veja mais na página 58). No entanto, a história do globo terrestre revela que o clima sempre sofreu grandes variações, com aquecimentos e resfriamentos alternados. Como esses processos levam bilhões de anos para acontecer, podemos estar em transição. Por isso, não é possível afirmar se as atuais oscilações da temperatura ocorreriam – ou não – mesmo sem a ação humana.

Fato é que os gases na atmosfera são os principais responsáveis por parte dessas alterações nas temperaturas. Quando algum fator causa o seu aumento, seja a erupção de um vulcão de 4,5 bilhões de anos, seja o excesso de veículos que existe atualmente, a primeira reação é da temperatura, que pode se elevar. No longo prazo, esses gases impedem a entrada de raios solares na atmosfera, causando o resfriamento. Por isso, é preciso encontrar formas menos poluentes para viver e se desenvolver. c o l a b o r a ç ã o Marcelo Eduardo Freres Stipp, geógrafo da Universidade Estadual do Norte do Paraná

No começo, tudo era fogo

de 4,5 bilhões a 3,8 bilhões de anos atrás

de 3,8 bilhões a 540 milhões de anos atrás

de 540 MILHÕES a 360 milhões de anos atrás

Veja as variações da temperatura terrestre ao longo da história

A fusão de metais e minerais no interior da Terra liberou na atmosfera gases (oxigênio, hidrogênio, gás carbônico e ozônio), provocando a atividade de vulcões e chuvas intensas, que formaram oceanos e lagos. Não havia vida

O excesso de gases na atmosfera impediu a entrada de raios solares. A temperatura despencou e iniciou-se a primeira era glacial. Havia vida apenas nos oceanos: os organismos unicelulares

Com a dissipação dos gases, a radiação solar pôde dar início ao degelo. O efeito estufa ajudou a reter calor, propiciando a vida de plantas e dos primeiros vertebrados marinhos e anfíbios


v a r ia ç ã o d e tempe r at u r a na te r r a

Frio e calor hoje Vivemos um período interglacial Estamos no Período Quaternário, que se iniciou há 1,6 milhão de anos e teve pequenas eras do gelo. Atualmente, a temperatura na Terra se tornou mais amena. Por isso, alguns estudiosos chamam o atual período climático de “longo verão”. Mas há cientistas preocupados com que o excesso de gases causadores do efeito estufa – como o gás carbônico, liberado na queima dos combustíveis fósseis – impeça novamente a passagem de raios solares na Terra, o que poderia causar o início de uma nova era do gelo.

°C

F o n t e National Aeronautics and Space Administration (Nasa), 2006

de 360 milhões a 248 milhões de anos atrás

de 248 milhões a 65 milhões de anos atrás

de 65 milhões a 1,8 milhão de anos atrás

O movimento das placas tectônicas ativou vulcões e provocou fissuras, liberando gases. A fumaça das florestas em chamas também ajudou a impedir a passagem do sol: mais um período de gelo

Com um novo degelo, a temperatura média subiu para até 15 ºC. Surgiram os dinossauros, cujas fezes fertilizaram o solo! Não se sabe se sua extinção foi devido à queda de meteoros ou à ação de um megavulcão na Índia que liberou gases e aqueceu o clima

A última fase glacial da Terra foi mais rápida. Nela, os hominídeos se deslocaram da Ásia para a América pelo Estreito de Bering: onde hoje existe um mar, eles encontraram uma “passarela” de gelo

atlas ambiental: são sebastião

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clima influência dos oceanos

Água quente? Calor! O A grande capacidade dos oceanos de acumular calor influencia a temperatura da Terra

Brisas

que os oceanos têm a ver com o clima? Tudo! Afinal, cerca de 77% do planeta é coberto por água (cada litro armazena 4 mil vezes mais calor do que 1 kg de ar). Quando em contato com o ar seco, a água dos oceanos evapora. Com isso, o mar esfria e o ar esquenta. Por esse motivo os oceanos influenciam tanto o clima. Nos últimos anos, estudiosos notaram o aquecimento evidente dos oceanos, o que significa mais calor no planeta. Para medir a temperatura da água de forma precisa, pesquisadores utilizam satélites que monitoram a altura dela em alto-mar. A ideia é simples: quando a altura aumenta, significa aquecimento, pois a água quente se expande. O satélite, que orbita a 1,3 km, envia ondas de

colaboração Paulo Simionatto Polito, professor do Depto. de Oceanografia Física da USP, Maurício R. Pinto Alves, chefe da Casa da Agricultura de São Sebastião e Ilhabela, e Antonio Sergio Fernandes, diretor de pesca da Secretaria de Meio Ambiente de São Sebastião

Como a temperatura na terra e no mar causa variação nos ventos

À esquerda, a ilustração mostra o sentido da brisa marítima, do mar para a terra, durante o dia. Isso acontece porque o sol aquece a terra mais rapidamente que o mar. Assim, o ar sobre a terra

ar quente

atlas ambiental: são sebastião

também fica quente mais rápido e sobe, criando um espaço que será ocupado pelo ar que vem de cima do mar, mais frio. À noite, na ilustração à direita, acontece o oposto com a brisa terrestre.

ar mais frio

ar mais frio

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rádio que batem na água e voltam para ele. O tempo que isso leva determina a altura da água. Por cobrir 7 km por segundo, o satélite dá a volta na Terra em duas horas. Ao longo dos anos, isso permite monitorar as variações do clima no planeta e, assim, criar séries históricas sobre o assunto. Comparando a diferença de altura entre dois pontos, é possível também determinar a velocidade das correntes marítimas, responsáveis por carregar salinidade, temperatura, nutrientes e micro-organismos importantes para a vida marinha.

ar quente


Superficiais e profundas

Conheça as correntes que se movem pelos oceanos correntes termo-halinas

correntes superficiais

AMÉRICA CENTRAL

AMÉRICA CENTRAL

superficiais Movidas pela força do vento, demoram em média um ano para dar a volta completa. A do Golfo e a Circumpolar Antártica transportam cerca de 100 milhões de m3 de água por segundo

Mudança das marés

profundas Ao atingir áreas frias, a água evapora rapidamente e perde calor para a atmosfera. Com isso, fica densa e submerge cerca de 4,5 mil km, fazendo o caminho contrário. O ciclo leva cerca de 100 anos

As luas em que a pescaria é mais bem-sucedida

Na cultura tradicional caiçara, o pescador sabe exatamente a hora certa de ir ao mar só de observar a natureza. Tudo influencia: o tipo de pesca, a fase da lua e a corrente marítima. Durante os períodos de lua nova e

lua cheia, a maré está mais alta e oscila bastante. No espaço de tempo entre 6 e 8 horas, ela enche e vaza (baixa) na mesma medida, o que favorece a pesca de cerco flutuante. Já nas luas minguante e crescente, a maré fica

mais baixa e oscila muito pouco, favorecendo a pesca com vara ou molinete e no costão. As correntes marítimas também influenciam. No litoral norte paulista, existe uma grande incidência de peixes migratórios que

vêm e vão de acordo com a temperatura da água. No verão, é possível encontrar cardumes de lula, carapau e sardinha. Já no inverno, os pescadores encontram fartura de tainha, sororoca e pescada.

atlas ambiental: são sebastião

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58

N

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atlas ambiental: são sebastião

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Reduç ã faça s o do consu m eus b rinque o: dos

As árvores derrubadas deixam de capturar carbono, ou seja, de limpar o ar. O excesso de veículos movidos a gasolina e diesel libera toneladas de gases nocivos. Resolver o problema é tarefa de muita gente: governos, empresas, agricultores... E também é nossa. Podemos optar por transporte coletivo (ou pela bicicleta!), reduzir a compra (às vezes desnecessária) de produtos industrializados, reciclar o que for possível, reaproveitar caixas e latas antes de jogá-las fora e plantar árvores. Nada muito difícil!

Pequenas atitudes que reduzem a emissão de gases poluentes

Como fazer a sua parte

veitar: Reapro uso dê novo

c o l a b o r a ç ã o Tercio Ambrizzi, professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo

Cuida do preser com o ver de: ve e p lante árvore s

o espaço sideral, o silêncio é absoluto. Afinal, lá não existe ar e o som não se propaga pelo vácuo. Mas, conforme se chega perto da Terra, o espaço passa a ser preenchido por moléculas organizadas na forma de gás. Ao redor do globo, existe um manto de ar composto de 78% de nitrogênio, 20% de oxigênio, pouco menos de 1% de vapor de água e 0,03% de dióxido de carbono. O restante é uma mistura de outros gases. Rarefeita e difusa no espaço, a atmosfera vai ficando densa conforme se aproxima da superfície terrestre. Próximo ao solo, nas regiões em que as correntes de ar se movem rapidamente, podemos até ouvi-la assobiar: é o vento. A atmosfera é fundamental para a existência da vida no planeta. Além de propiciar o oxigênio que respiramos, ela nos protege dos raios ultravioleta – parte da radiação solar nociva aos seres humanos –, que são filtrados pela camada composta de gás ozônio. Sem a

atmosfera, a temperatura do planeta estaria abaixo de zero: os raios de Sol (e seu calor, claro) seriam refletidos de volta ao espaço, deixando muito pouco calor por aqui. Na medida certa, a atmosfera retém a quantidade de calor necessária para a vida no planeta: é o efeito estufa. A ação humana, porém, tem contribuído para o aumento das emissões de calor. Além do efeito estufa, que já faz a sua parte, retendo calor naturalmente, a emissão de gases poluentes – vindos de automóveis, por exemplo – está aumentando a temperatura além da conta. Essas mudanças afetam a composição da atmosfera e geram desequilíbrios climáticos, como chuvas e furacões intensos e frequentes. Por isso, se a natureza do planeta funciona em harmonia, é preciso conviver obedecendo a esses preceitos.

O efeito estufa permite a vida no planeta, mas a ação humana tem provocado o excesso de calor

Efeito estufa: vilão, não!

clima mudanças climáticas


atlas ambiental: são sebastião

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metano O CH4 vem da queima de biomassa e da flatulência dos rebanhos. Embora poluente, sua quantidade na atmosfera é baixa

óxidos de nitrogênio Originados da queima de biomassa e de combustíveis fósseis. Quando lançados no ar, absorvem radiação, prejudicando a camada de ozônio

sem efeito estufa O calor não seria retido e a temperatura ficaria em torno de -18ºC. A Terra seria inóspita

sem poluição Menos calor, mais vegetação e superfícies permeáveis equilibrariam o meio ambiente

as regiões mais baixas do planeta. Já na zona equatorial, a evaporação pode aumentar, intensificando fenômenos naturais, como furacões e tempestades tropicais. Mas podemos tentar reverter esse quadro! Trata-se de um compromisso de toda a sociedade. Veja a seguir como tudo seria em três situações diferentes. se nada for feito Aumento de eventos climáticos extremos, como chover num só dia o previsto para o mês inteiro

poeira, vapor e poluentes Apesar de menos intensos, também retêm calor. Podem ser emitidos por causas naturais (como vulcões) e humanas (como a queima decarvão e de gás natural)

dióxido de carbono O CO2, liberado na queima de combustíveis, é absorvido pelos oceanos e pelas plantas. Seu excesso, somado aqueimadas indiscriminadas, faz dele o poluente campeão

ozônio do bem A camada de ozônio é a parte da estratosfera em que a concentração do gás é maior. É importante porque filtra os raios ultravioleta, prejudiciais ao ser humano

Ao longo de bilhões de anos, a Terra passou por ciclos naturais de aquecimento e de resfriamento. Além disso, parte das mudanças no clima é natural e não depende da ação humana, como as variações na atividade solar e os eventos vulcânicos. O aquecimento global citado pela imprensa, porém, está relacionado à emissão de gases poluentes – nada natural. Apesar de a emissão estar concentrada em algumas regiões, as consequências são globais, pois as correntes de vento dissipam os gases pelo planeta.

Veja de onde vêm e como agem os gases de efeito estufa

Muitas fontes, um efeito

O aquecimento global provoca, entre outros efeitos, o derretimento de geleiras continentais, como nos Alpes e no Himalaia. No Polo Norte, se o gelo derreter, o nível do mar não muda tanto quanto no Sul, pois o gelo flutua nas águas. Mas no Sul, a coisa se complica. Se derreter, o nível do mar aumentará, inundando

É preciso diminuir a emissão de poluentes

Hora de mudar


relevo são paulo e brasil

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atlas ambiental: SÃO Sebastião

RELEVO DE SÃO PAULO

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60

É constituída por rochas de arenito e basalto, que formam uma faixa bastante desigual. Enquanto de um lado há um declive – uma superfície cuja altura diminui gradualmente ao longo do terreno –, do outro há uma inclinação, difícil até para subir

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colaboração Jurandyr Luciano Sanches Ross, geógrafo da Universidade de São Paulo

cuesta basáltica

Levemente ondulado, no qual predominam as estruturas de colinas amplas e baixas com topos lisos. Na área central, os rios principais estão sempre em paralelo uns aos outros e com traçados ligeiramente inclinados em direção ao rio Paraná

Rio

superfície da Terra é irregular, com pontos dos mais altos aos abaixo do nível do mar. Mas também há planícies. As variedades são muitas: há morros baixos e pontudos; outros altos e planos; e há aqueles de tamanha altura que existe até uma prática para chegar ao seu topo: o alpinismo. O relevo é essa variação de formas e de tamanhos, sustentado por diversas estruturas geológicas, conhecidas como rochas. Apesar dessas diferenças aparentes, é possível encontrar características semelhantes em qualquer tipo de relevo: no fundo, rocha; no meio, solo; e, em cima, forma. O sobe e desce é resultado de fenômenos como erosões e acúmulo de sedimentos – os chamados agentes modeladores –, que atuaram (e continuam atuando) há bilhões de anos! Os de origem endógena (interna) provocam dobramentos e aparentes falhas no relevo. Já os de origem exógena (externa) resultam da ação do clima, da água e também do ser humano, como construções de estradas e túneis. No estado de São Paulo, que possui cinco tipos de estrutura geomorfológica (veja ao lado), o pico mais alto é a Pedra da Mina, na Serra da Mantiqueira. Ela tem 2.798 metros de altitude. O município de São Sebastião se localiza na Planície Costeira, que fica no nível do mar, e também abrange setores da Serra do Mar. No Brasil, as principais categorias de relevo são planalto, depressão e planície. A depressão é um terreno rebaixado por erosão entre os planaltos vizinhos. E a planície, plana e baixa, é resultado do acúmulo de sedimentos em rios e mares.

planalto ocidental

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O estado tem cinco estruturas geomorfológicas

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é possível classificar o relevo desde o fundo do mar até o pico de uma montanha

A modelagem de São Paulo

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Sobe e desce

45°0'W

depressão periférica

planície costeira

planalto atlântico

Porção mais baixa, com altitudes entre 600 e 750 metros, que ocupa parte do oeste paulista, pelos vales do Médio Tietê, Paranapanema e Mogi-Guaçu. O relevo tem forma ondulada de origem antiga, por isso menos resistente à erosão

Inclui as baixadas do litoral, as serras do Mar, de Paranapiacaba e de Itatins – além dos morros da costa e o do Vale do Ribeira. Em São Sebastião, vemos ainda alguns morros marcados por falhas, denominados maciços

Depois da Serra do Mar, é um trecho de rochas cristalinas antigas que forma um conjunto de colinas. Essa estrutura vai do sul do estado (em Guapiara) ao nordeste (em Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira)


s residuais nalto Pla e-amazônicos t r o n

Existe mais de uma forma de dividir o relevo brasileiro

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Veja, na ilustração abaixo, uma simulação do relevo e da vegetação desde o mar de São Sebastião até o interior. É possível observar também os lençóis freáticos

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Do mar ao interior

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s

Mas também há outras duas formas bastante reconhecidas de apresentar as unidades de relevo do país. Uma das primeiras classificações foi elaborada na década de 1940 pelo professor Aroldo de Azevedo. Em 1958, outra classificação foi criada pelo professor Aziz Ab'Saber, que acrescentou outras unidades de relevo.

UNIDADes dE Relevo al no Brasil rginal margin

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Plan Arag ície do uaia Depressão do Tocantins

Um território, três interpretações Como você já sabe, o mapa é uma forma de representar determinado espaço físico. Você também já viu que, muitas vezes, existe mais de uma interpretação possível para apresentar um mesmo fenômeno. Isso acontece com o relevo brasileiro. O mapa ao lado foi elaborado pelo professor e geógrafo Jurandyr L.S. Ross.

s residuais naltos residuais Planalto mazzôônniiccooss a Plaortee--aam n t nor

Veja outras duas formas de representar as unidades de relevo do Brasil. efeitos do continente

Quanto mais para o interior, mais seco é o clima. Logo, a vegetação torna-se menos densa, com árvores menores e troncos retorcidos serra do mar corte do relevo

É um paredão de rocha que se ergue ao longo do litoral paulista. A vegetação dessa região é a mata Atlântica

São Paulo

influência marítima !

São Sebastião

Muitos rios que correm pelo estado deságuam no mar. Restinga, manguezais e florestas de planície são as vegetações mais comuns no litoral

atlas ambiental: SÃO Sebastião

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sismologia ocorrências no mundo

Que tremedeira! Colisões de placas rochosas no interior da Terra causam terremotos e vulcões

Mudança lenta, mas gigante

e repente, a água do copo começa a vibrar, o chão sacode, as janelas estalam e BUM... as paredes despencam! É um grande terremoto. Esse fenômeno acontece com frequência no Japão, na Índia e na América Central e no Caribe. Ocorre que os continentes navegam sobre placas tectônicas. Elas são imensos blocos de rocha irregular que se movem de forma lenta e em várias direções. Os choques constantes entre elas acumulam energia, que, liberada de repente, faz tudo tremer e até muda o relevo. Um exemplo é a Cordilheira dos Andes, na América do

Muito além da Pangeia

A movimentação das placas tectônicas deu origem aos continentes, cujas formas foram definidas após a separação de um supercontinente chamado Pangeia. Além do relevo resultante disso, que pode ser visto em terra firme, no fundo do mar também existem contornos interessantes: no oceano Atlântico, por exemplo, há uma cordilheira submarina que separa a América do Sul da África.

há 2 bilhões de anos Nessa época, as massas continentais estavam reunidas em três microcontinentes, que, posteriormente, fragmentaram-se reagruparam-se

há 1 bilhão de anos Nesse período, conhecido como Paleozoico, surgiram espécies existentes até hoje, como os ancestrais dos cavalos e dos camelos, nas terras da atual América do Sul

Movimento constante A Terra está sempre se modificando

Quando há um terremoto ou um vulcão em erupção, percebemos a movimentação nas camadas profundas do planeta. Esses fenômenos são como uma válvula de escape para a energia acumulada ao longo de milhões de anos!

62

atlas ambiental: são sebastião

Sul, resultado da “trombada” entre a placa pacífica e a sul-americana há 200 milhões de anos. Por lá também existem vulcões ativos, que deram origem à formação montanhosa atual. O raio da Terra tem cerca de 6,4 mil km, mas o mais fundo que o homem já chegou foi a 13 km. Sabemos sobre o interior do planeta por meio do estudo das ondas emitidas durante os eventos sísmicos. Esses eventos revelam que os locais próximos às beiradas das placas são os mais suscetíveis. No Brasil, a terra também treme, mas pouco, pois o país está numa área intraplacas,

há 550 milhões de anos A Pangeia tem esse nome porque pan significa “junto”, e geia, “terra”, ou seja, nessa etapa da história das placas, tudo estava grudadinho e cercado pelo oceano Pantalassa

terremoto A movimentação das placas tectônicas gera energia, que vai se acumulando com o tempo. A liberação repentina dessa força acarreta abalos na crosta

há 230 milhões de anos América e África ainda estavam juntas. Nessa época, viviam imensos répteis – os dinossauros – na superfície do que hoje são Ásia e Europa

vulcões A pressão interna faz com que rochas fundidas, chamadas de magma, rompam a crosta terrestre e cheguem à superfície, numa mistura bem quente de gases, lavas e cinzas


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Eventos sísmicos no Brasil

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ou seja, longe das bordas. As ocorrências por aqui são fracas e, muitas vezes, imperceptíveis. Na escala chamada Richter, que mede a magnitude dos eventos, os abalos brasileiros chegam no máximo a 5 graus – o que resulta em queda de objetos, rachaduras e deslizamento de telhas. Bem diferente do terremoto de magnitude de 9,5 graus na escala Richter ocorrido no Chile em 2010, que fez milhares de vítimas, causou muitos estragos e é considerado o maior sismo do mundo. c o l a b o r a ç ã o Jesus Berrocal, geofísico, e Marcelo Sousa de Assumpção, físico, ambos da Universidade de São Paulo.

!

São Sebastião tremeu

!

O abalo sísmico aconteceu em 2008

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Na noite de 22 de abril de 2008, o chão de São Sebastião balançou. O epicentro do abalo aconteceu na cidade de São Paulo, a 209 km do município. O tremor atingiu 5,2 graus na escala Richter e durou 5 segundos. Pela intensidade, o sismo foi considerado moderado e não fez nenhum estrago. A cada ano, são registrados no Brasil dez tremores de terra com magnitude 3 e, a cada dez anos, os de nível 5

!

AC

!

!

645

! ! !

km

Magnitude dos eventos (em graus na escala Richter)

! ! ! ! ! !

2,0 a 2,9 3,0 a 3,9 4,0 a 4,9 5,0 a 5,9 6,0 a 6,9 7,0 a 7,9

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AP

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AM

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PA

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MA

Nota: eventos coletados entre 1767 e 2000

Fonte: IAG.

há 105 milhões de anos As terras estavam perto da posição de hoje. Foi nesse período, pós-extinção dos dinossauros, que começaram a se desenvolver os mamíferos marinhos

daqui a 50 milhões de anos A cada ano, América e África se distanciam 3 cm. Com o tempo, é possível até mesmo que os continentes africano e europeu se unam

atualmente Alguns pesquisadores descrevem os continentes de hoje como uma colcha de retalhos, resultado de várias quebras de partes que, se juntas, formariam um quebra-cabeça

3

Fundo demais tsunamis A energia dos abalos sob o oceano forma ondas gigantes (tsunamis), que têm velocidade de até 800 km/h

2

O manto é a porção mais volumosa da Terra

1

1

núcleo É composto de uma liga de ferro e níquel e corresponde a 1/3 da massa da Terra. E é separado em dois: o sólido (na parte interna), com raio de cerca de 1.250 km, e o líquido, que envolve o primeiro

2

3 manto Formado por minerais ricos em ferro e magnésio, com temperaturas entre 100 e 3.500 °C. Divide-se em manto superior (400 km), zona de transição (de 400 a 1.000 km) e manto inferior ( de 1.000 a 2.900 km)

crosta Camada superficial formada por rochas de granito e basalto. Em regiões continentais, a crosta tem espessura de 35 km, enquanto nas bacias oceânicas o tamanho é de 6,3 km

atlas ambiental: são sebastião

63


solo camadas

Suporte da vida Nossa existência depende do solo. Por ser um recurso não renovável, é preciso cuidado no uso!

A

lém de servir de base para andar e correr, o solo é um elemento da paisagem muito importante para a humanidade. É dele que conseguimos alimentos para o nosso corpo, terreno para construirmos nossas casas e lugar para acumular água para a geração de energia, entre tantos outros benefícios. Até a umidade do ambiente é influenciada pelo solo, uma vez que, ao absorver os pingos da chuva e depois devolver a água ao ar pelo processo de evaporação, a temperatura fica mais (ou menos) estável durante o dia. O solo não é qualquer amontoado de terra. Cada camada, formada por partículas bem juntinhas, possui uma ordem própria e funções específicas. A matéria orgânica – composto escuro de nitrogênio, potássio, cálcio e fósforo – está ligada à fertilidade, por exemplo. Quando o solo perde essa qualidade, fica pobre, ou seja, sem capacidade de produzir frutas, legumes, verduras... O solo é um bem precioso: apesar da imensa extensão no planeta, cada centímetro dele leva cerca de 10 mil anos para se formar! Por isso, ele não é um recurso natural renovável e precisa de cuidados. Devido ao mau uso, países como Índia, México e Canadá sofrem com a falta de terras agricultáveis.

1.

De cima para baixo Ações na superfície refletem no solo

A erosão é um fenômeno natural, mas certas atividades podem intensificar esse processo. Todas as vezes em que mexemos na terra, retiramos do lugar componentes essenciais, como as minhocas, que, ao circular, favorecem a passagem de ar e de água para outras camadas. O asfaltamento também impede a entrada de água e de nutrientes. Entenda como isso ocorre bem debaixo dos nossos pés.

plantio incorreto É a atividade agrícola irregular perto de rios, lagos e nascentes (as chamadas áreas de preservação permanente). Isso pode provocar assoreamento do rio ou contaminação da água por agroquímicos

c o l a b o r a ç ã o Sidneide Manfredini, agrônoma e professora da Universidade de São Paulo; e Marcos Roberto Pinheiro, geógrafo do laboratório de solos, também da USP

Muito fértil O latossolo é um tipo de solo muito encontrado no país. Por ser rico em matéria orgânica, é ideal para a agricultura. No estado de São Paulo, o mais comum é o roxo, caracterizado pela aparência vermelho-roxeada, porque é rico em minérios, principalmente de ferro. 64

atlas ambiental: SÃO Sebastião

filtragem Parte da água é filtrada pelo solo até chegar ao lençol freático

erosão solar Os raios solares degradam o solo sem cobertura vegetal

ravina A trilha dos animais forma valas que juntam sedimentos e água


2.

pastagem O peso do gado compacta o solo e o torna menos poroso, com menor capacidade para absorver líquidos e nutrientes. A área degradada fica menos fértil e precisa ser tratada para se tornar agricultável

voçoroca A água acumulada abaixo da superfície faz a terra ceder internamente

3.

água suja O que chega ao lençol freático é um líquido poluente escuro (chorume)

periferia Algumas regiões sofrem maior processo de erosão, pela ação do clima, do tipo do relevo ou de práticas humanas prejudiciais, como deixar o solo sem cobertura. Por isso, parte dele é perdida ou rebaixada

4.

área urbana A ocupação de áreas inapropriadas, como encostas de morros e nascentes d’água, provoca o acúmulo de terra (assoreamento), o que atrapalha o fluxo natural dos rios. O resultado: enchente nas cidades

novo relevo Em vez de plantas, lixo e entulho cobrem os solos urbanos

Leia mais sobre lixo na página 70

impermeabilização Asfalto e concreto impedem a evaporação e a infiltração de água no solo atlas ambiental: SÃO Sebastião

65


água recursos hídricos

c o l a b o r a ç ã o Sylvio do Prado Bohn Jr., secretário executivo do Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte - São Sebastião

66

atlas ambiental: são sebastião

o

45 0'W

Bacia hidrográfica Litoral NOrte

Paraíba do Sul Rio Paraíbun a do Su

São Luís do Paraitinga a ! ng iti ra a oP Ri

Rio de Janeiro

a

un

aib ar oP

Ri

São Paulo

l

ão é à toa que apelidamos a Terra de Planeta Água! Apesar de haver oceanos, poços, lagos e rios, nem toda a água desses locais é considerada um recurso hídrico. Ela só recebe essa denominação se puder ser aproveitada para o consumo humano, industrial ou agrícola. Geralmente, os recursos hídricos são encontrados em rios, lagoas, lençóis freáticos e represas. Mesmo sendo um recurso renovável, a poluição e o desperdício podem reduzi-lo drasticamente. Menos de 1% da água do planeta é potável – sendo que de 12% a 16% desse total está no Brasil. A distribuição se dá principalmente por meio de 261 bacias hidrográficas internacionais (pois estão em territórios de vários países). Desde os anos 1990, várias nações se uniram para gerenciar suas bacias, evitando a distribuição desigual e a agressão ao meio ambiente. A bacia do Prata, controlada por cinco países (leia na página ao lado), é ameaçada pelo excesso de hidrelétricas, de hidrovias e de poluição. Além dos governos, os agricultores precisam criar técnicas de uso racional, pois seu setor responde por 88% do consumo mundial. A indústria vem em seguida, com 7%. No consumo residencial, são usados 5%. Os municípios do litoral norte – Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba – possuem um Comitê de Bacias Hidrográficas. Ele estabelece uma ordem para a ocupação das bacias e é composto de representantes do estado, do município e da sociedade. Seu objetivo é planejar melhor o uso da água e instaurar boas práticas de saneamento, além de cuidar para um turismo responsável.

o

45 45'W

o

N

Os mananciais do município são formados pelos rios Claro e Pardo, São Francisco, Ribeirão Grande, Toque Toque Grande, Maresias, Ribeirão do Itu, Juquey e Una.

23 15'S

social e econômico do planeta

São Sebastião possui ao todo 11 sub-bacias, cujos nomes se devem aos seus principais cursos d'água

!

Ubatuba

Alto Tietê Rio Tietê

Litoral Norte

alternativas Um levantamento municipal localizou 112 captações de água que são soluções alternativas de abastecimento à população. Os bairros de Santiago, Toque Toque Pequeno, Camburi, Baleia, Barra do Una, Engenho e Jureia não possuem sistema público de abastecimento. A água chega até lá por soluções alternativas mantidas em parceria com a prefeitura ou de forma independente

!

Caraguatatuba

São Sebastião !

!

Ilhabela

Baixada Santista Altitude ( m)

o

A água é essencial para o desenvolvimento

Água pra todo lado!

24 0'S

Precioso líquido

1.000 800 600 400 200 0

Principais rios Limite da bacia hidrográfica Principais reservatórios

11,3

km

ETA Cristina: capacidade para atender 65 mil pessoas

mananciais O município é abastecido por sete Estações de Tratamento de Água (ETA): Porto Novo, São Francisco, Guaecá, Toque Toque Grande, Maresias, Boiçucanga e Juquey, sendo que a do Porto Novo fica em Caraguatatuba. A de São Francisco opera apenas no verão, quando a demanda é maior. Em breve, duas novas estações entrarão em funcionamento: Boraceia e Cristina. A ETA Cristina será a maior de São Sebastião.

esgoto Desde 1987, o município tem um contrato com a Sabesp para fazer a coleta e o tratamento do esgoto. Atualmente, apenas 35% do esgoto é coletado e tratado. Nos bairros em que não há sistema de esgotamento sanitário, cabe aos proprietários e responsáveis por edificações providenciar um sistema de tratamento individual ou coletivo


climo g r amas BELém - PA

35°

300

30°

300

30°

250

25°

250

25°

200

20°

200

20°

150

15°

150

15°

100

10°

100

10°

50

400

40°

50

350

35°

0

300

30°

250

25°

200

20°

150

15°

100

10°

50

J F MAM J J A S ON D meses do ano

pluviosidade (em mm)

0

BRASÍlia - DF

0

Fonte de água A bacia do Prata e o aquífero Guarani abastecem diversos países da América do Sul A bacia do Prata se estende por 3 milhões de km², em áreas de Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. No Brasil, fornece água para as regiões Sul e Sudeste. Além de ser a sede da segunda maior usina hidrelétrica do mundo, Itaipu, é bastante usada para a navegação. Esses países também dividem o maior manancial de água doce subterrânea do mundo, o aquífero Guarani. Ele é formado por rochas capazes de reter água e de cedê-la. Esse imenso reservatório, que fica quase todo debaixo da terra, ocupa uma área de 1,2 milhão de km². A água chega até a superfície por meio de poços artesianos e das áreas de recarga.

0° J F MAM J J A S ON D meses do ano

0° J F MAM J J A S ON D meses do ano

Bacia do Prata e Aquífero Guarani MT

Bolívia MS

o

SP

vapores A evaporação da floresta produz mais vapor d'água do que o mar, de onde chegam nuvens carregadas

chuvas No verão, os ventos levam chuva para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, que podem sofrer com a seca se a floresta diminuir

Pa raguai

RJ ! São Sebastião

PR SC

Oceano Atlântico RS

o

30 S

correntes Os ventos atravessam a Amazônia e rebatem na Cordilheira dos Andes, desviando-se em direção ao Sul do país

GO

MG

20 S

ventos A força da transpiração da floresta suga o ar do oceano e intensifica os ventos alísios, que carregam a umidade do mar para o continente

Arge n ti n a Uruguai 340

km

Aquífero Gu aran i Ba cia do Prata o

60 W

o

50 W

Leia sobre escassez de água na página 68. atlas ambiental: são sebastião

67

Fontes: CAS/SRH/MMA, 2001

350 pluviosidade (em mm)

35°

temperatura (em °C)

As correntes de ar que carregam umidade da Amazônia são responsáveis por boa parte das chuvas no Sul do país. Para ter uma ideia do que isso representa, a quantidade de vapor d’água transportada nas nuvens é equivalente à vazão do rio Amazonas, que é de 200 mil metros cúbicos por segundo. Se a floresta diminuir, sua transpiração pode ser menor e alterar a intensidade dos ventos, causando seca no país.

40°

350

temperatura (em °C)

Correntes úmidas de ar viajam pelo céu até virar chuva no Sul do país

40°

400

400

temperatura (em °C)

Rios celestes

pluviosidade (em mm)

SÃO SEBASTIÃO - sp


água escassez

Muito pouco no copo A água cobre 77% da superfície da Terra, mas pouco está disponível para consumo

A

penas 2,5% da água do planeta é doce. Boa parte disso está em forma de geleiras e calotas polares e apenas 0,3% vem de rios e lagos. Ou seja, essa pequena parte é o que resta para atender às nossas necessidades fundamentais: alimento e saneamento. É essa água que usamos para abastecer as indústrias, a agricultura e as nossas casas. E, pior, mesmo que os rios se renovem – quando a água evapora e volta à superfície em forma de chuva, neblina e neve –, muitos não podem ser aproveitados porque estão contaminados. No Brasil, estima-se que 70% da poluição das águas seja de origem doméstica e 30% industrial. O desperdício é outro agravante: por aqui, chega a 40%. Na rede de distribuição mundial, esse número é de cerca de 35%. O motivo? Infraestruturas antigas, como encanamentos velhos e quebrados, ligações ilegais, com falhas e vazamentos, e falta de bom senso no uso do recurso. Além disso, a agricultura é o setor que mais consome o líquido para a irrigação do solo com técnicas ineficientes. Mas há exceções. No Oriente Médio, por exemplo, onde a água é salgada, foi criado um sistema de dessalinização e, na agricultura, foram desenvolvidas técnicas econômicas de irrigação, sem diminuir a qualidade das colheitas. Se o mundo todo usasse a água com racionalidade, reduziríamos 40% do consumo do setor, que responde por 88% do gasto mundial. José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia, e Cleide Rodrigues, geógrafa da Universidade de São Paulo colaboração

68

atlas ambiental: SÃO Sebastião

escasse z d e á g u a no m u n d o

Tipos de escassez Rios por perto não significam falta de problemas Os países pobres do mundo sofrem com a escassez econômica de água, pois não têm recursos para administrar suas bacias hidrográficas. Já em lugares semiáridos, como o sertão do Brasil, o problema é físico: a pouca água que existe é salobra.

F o n t e International Water Management Institute

escassez física

escassez econômica

Cidade de Belo Jardim, no sertão brasileiro

Quênia

36 litros(1)

20 litros(1)

jordânia/ oriente médio

Região Metropolitana de São Paulo

94 litros(1)

700 litros(1), mas chega ao índice do Quênia em regiões mais pobres

(1) Litros de água por pessoa/dia

Bem hidratados Nos países desenvolvidos, o consumo de famílias de classe média é de 560 litros por pessoa/dia. Veja ao lado para onde vai a água.

Como as famílias dos países desenvolvidos usam a água

50%

Lavagem de quintal e de carro; jardim e piscina

22,5%

Vaso sanitário, bidê e ducha higiênica

15%

Chuveiro, banheira e pia do banheiro

10%

Tanque e máquinas de roupa e louça

2,5%

Preparo de alimentos e consumo


CP DH ET

14 7 6

8 66 45

6 15 19

27 3 17

42 6 10

Proporções diferentes

O movimento das águas

A água doce não é distribuída igualmente no Brasil

A cobertura vegetal é fundamental para a absorção da água pelo solo

Relação entre extensão territorial, disponibilidade da água e concentração populacional nas cinco regiões brasileiras (em %)

área com vegetação

área urbanizada

100 90 80 70 60 50 40

devagarinho

gotículas

com tudo

sem saída

A copa das árvores amortece o impacto da chuva, que também escorre CP devagar pelo tronco DH

Ao bater nas folhas das árvores, as gotas se subdividem, caindo suavemente no solo

Sem a copa das árvores, a chuva bate com força no solo, causa erosão na terra e escorre pelo asfalto

O asfalto impede a água de ser absorvida. Por isso, o líquido escoa com força, enchendo rapidamente os rios e provocando inundações

ET

140.00%

30

120.00%

20

100.00%

10

80.00%

0

60.00%

CO CentroOeste

40.00%

20.00%

NE N Nordeste Norte Concentração

Concentração populacional

0.00%

Disponibilidade hídrica Extensão territorial

populacional

Disponibilidade hídrica Extensão territorial

Concentração populacional

SE Sudeste

S Sul

Disponibilidade hídrica Extensão territorial

disponibilidade de água por bacia

Disponibilidade de água no Brasil Disponibilidade de água (por bacia hidrográf ica em no m³/sBrasil ) (por bacia hidrográf ica)

ÔÔ Õ Õ ÔÕÔÕ Õ3 Ô

1

1

10

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

Amazônica Atlântico Leste A tl ântico Nordeste Ocidental Parnaíba Uruguai A tl ântico Sul Paraguai Atlântico Sudeste São Francisco Tocantins -Araguaia Paraná Atlântico Nordeste Oriental

10

ÕÔ Ô Õ 7

Õ3 Ô

Õ Õ Ô Ô 4

Õ12 Ô

ÔÔ Õ Õ 9

Õ92 Ô Ô Õ2

ÕÔ Ô Õ Ô Õ Õ Ô Õ Ô 7

11

5

11

8

8

ÔÔÕÔ Õ Õ 6 5

Õ 12 Ô

4

6

proteção

alimento

fluxo natural

lençol fraco

“deserto” urbano

A grama diminui ainda mais o impacto da água, protegendo o solo da erosão

Parte da água é retida para alimentar as plantas. A água não absorvida escoa para os rios

A vegetação favorece a penetração da água no solo, que alimenta o lençol freático

A penetração de água no solo é mínima, o que diminui o abastecimento do lençol freático

A falta da cobertura vegetal resseca o solo e provoca mudanças no tempo, causando chuvas concentradas

Fonte: SPR/ ANA, 2005.

atlas ambiental: SÃO Sebastião

69


lixo para onde vai

Restos gigantescos O lixo produzido por nós interfere na vida dos outros (e vice-versa). É preciso reduzi-lo!

G

eralmente, esquecemos nosso lixo assim que ele é retirado da porta de casa. A sujeira parece ir embora para sempre. Será? Não. Imagine uma montanha formada por garrafas, latas, brinquedos, roupas, restos de comida... Com a nossa participação, todos os dias essa montanha cresce um pouco. O lixo orgânico, formado principalmente por sobras de alimentos, representa 60% de tudo o que descartamos. Esse tipo de lixo libera gases poluentes e um líquido viscoso chamado chorume, formado pela mistura de vários materiais, como tinta de embalagens e restos de comida. Se não houver tratamento do resíduo orgânico, o chorume contamina o solo, o lençol freático e a água. E São Sebastião? Você arrisca um palpite de quanto lixo o município produz? Só de resíduos domiciliares, são cerca de 120 toneladas por dia. Esse número salta para 220 toneladas diárias durante a temporada. Nessa época do ano, existe uma programação especial para a coleta do lixo. Desde 1989, São Sebastião realiza a coleta seletiva de resíduos, sendo que, atualmente, 100% do município é atendido. A média desse resíduo, mesmo em temporada, é de 20 toneladas coletadas por dia – veja no quadro (ao lado) o destino desse material. Mesmo sabendo as consequências causadas pelo lixo descartado nos lugares errados, ainda existem pessoas que jogam resíduos nas ruas e nas praias, o que ajuda a causar enchente, doenças e a poluir o mar. Para termos melhor qualidade de vida, precisamos reduzir a produção de lixo, reaproveitar o que for possível e planejar bem o destino do que sobra. col aboraç ão Christiane Cruz, chefe da Divisão de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente de São Sebastião

70

atlas ambiental: São sebastião

Aterro: meio do caminho Há dois tipos de aterro: o controlado e o sanitário O primeiro, geralmente, é originado de antigos lixões e, apesar de atender às normas de segurança, ainda pode contaminar o terreno. Já no sanitário, destino mais comum dos resíduos domiciliares

(incluindo lixo orgânico), o solo é impermeabilizado para receber o lixo, que é coberto por terra, reduzindo a poluição. O lixo orgânico recolhido é enviado a um aterro sanitário fora do município.

O que não se pode fazer Num lixão, os detritos são despejados sem nenhum tratamento. Veja os perigos que isso pode trazer poluição do ar A decomposição de matéria orgânica libera o gás metano, um dos causadores de efeito estufa

solo contaminado A decomposição do lixo também se transforma num líquido chamado chorume, que contamina o solo

doenças Quando o lixo não recebe nenhum tratamento, é mais fácil haver proliferação de pragas e doenças

mau cheiro O lixo jogado a céu aberto cheira muito mal, o que é desagradável para quem mora na vizinhança


destino do lixo no brasil 0°

Rei da sucata

Resíduos que geram renda

NORTE

Apenas 7% dos municípios brasileiros têm coleta seletiva

Desde 1989, São Sebastião se preocupa com a separação do lixo reciclável. Por isso a necessidade de separar corretamente os resíduos, pois os recicláveis demoram muito tempo para se decompor. A Ecopav recolhe os resíduos comuns e os recicláveis separados pela população. As 600 toneladas mensais de sucatas vão para o galpão da Cooperativa de Triagem de Sucata (Copersuss). Lá, os produtos são separados e vendidos, garantindo, em média, mais de um salário mínimo por mês para cada um dos cerca de 30 associados.

Fontes: Cempre, IBGE, InPev e EducaRede

Cooperativa separa o lixo reciclável do município

Somos campeões mundiais na reciclagem de alumínio e papelão (veja os números abaixo). Apesar disso, só 7% dos municípios fazem coleta seletiva. O serviço atinge 14% da população do Brasil. É que separar lixo custa cinco vezes mais do que recolher os resíduos misturados.

Alumínio >

0,5

48,1% 36,1% 14,7% 1,1%

39,2% 32,9% 21,7% 6,2%

Plástico

Papel

Resíduos orgânicos

> 7,5

> 3,5

> 19,5

> 50

• 43,9% • 1,5% • 21% • 47% • 87% • mais de mil anos • mais de 10 mil anos • mais de 100 anos • 3 meses • de 2 meses a 12 meses legenda produção (em milhões de toneladas) | • reciclagem | • tempo de decomposição >

biogás O gás metano liberado na decomposição orgânica é coletado e vira energia elétrica para a própria usina

NORDESTE

CENTRO-OESTE

Vidro

Sistema integrado

56,8% 27,9% 13.5% 1,8%

NORTE

46,5% 37,1% 9,7% 0,9% 5,8%

C

SUDESTE 40,2% 25,6% 24,1% 4% 6,1%

SUL

Conheça o manejo do lixo em uma usina de compostagem compostagem Montes de resíduos orgânicos são tratados por cerca de 100 dias. O material peneirado serve de adubo

incinerador O lixo químico ou infeccioso (de hospitais) é queimado a 800 oC para reduzir os danos ambientais

esgoto Detritos gerados no funcionamento da usina são tratados antes de ser lançados no rio

chorume Líquido retirado do aterro, armazenado em tanques e tratado. Sua evaporação também gera energia

atlas ambiental: são sebastião

71


vegetação

ecossistemas

Ambiente e vida A O modo de interação de diferentes espécies que vivem no mesmo lugar é o ecossistema

palavra ecossistema significa “sistema onde se vive”, pois vem do grego oikos (casa) e systema (sistema). Trata-se de uma área que se diferencia das outras devido às características ambientais e devido aos seres vivos que nela habitam. Também determinam um ecossistema as relações estabelecidas entre esses seres vivos e a forma como eles interagem com o ambiente. O tronco de uma árvore morta, por exemplo, pode ser considerado um, pois nele habitam seres microscópicos e insetos. Em uma escala maior, há os mais abrangentes, como bosques, lagos e manguezais. Em esferas ainda maiores, existem outros tipos de

ecossistema, como oceanos, bacias hidrográficas ou a mata Atlântica (encontrada em São Sebastião). Por fim, o conjunto de todos – ou seja, o ecossistema global – é chamado de biosfera. Cada um tem uma maneira própria de manter seu equilíbrio. Ações externas, como queimadas, desmatamento ou eliminação de uma espécie, interferem diretamente no funcionamento de cada ecossistema. Por isso, é preciso conhecer e preservar o patrimônio biológico do planeta e do lugar onde vivemos. Sueli Angelo Furlan, professora do Departamento de Geografia da FFLCH, da Universidade de São Paulo

colaboração

Pa r a i b u n a

TIPOS DE ECOSSISTEMA

Salesópolis

SÃO SEBASTIÃO C a ra g u at at u b a Ber tiog a

São Se bas tião

Costão Rochoso Manguezal Praia Oceano At l ânt ico

Mata Atlântica Restinga Área urbana Principais r i os R odovia Rio-Santos

2,2

km

Fontes: prefeitura de São Sebastião, 2007; SOS Mata Atlântica, 2008

72

atlas ambiental: São Sebastião


costão rochoso

Ecossistemas mais comuns A mata Atlântica é o maior entre todos os ecossistemas abaixo Embora São Sebastião tenha diversos ecossistemas, estão listados aqui os principais de cada uma das três grandes categorias: sistemas terrestres, aquáticos e de interfaces litorais. O que ocupa mais espaço é o associado à mata Atlântica. Afinal, vai desde o alto da serra até o encontro com o mar. É um dos ecossistemas mais ameaçados – ele representa o que restou desse domínio que estava presente ao longo do litoral brasileiro.

É o ambiente onde estão os seres vivos que habitam as rochas. Esses moradores vivem ao sabor do vaivém da maré

marinhos

manguezal

mata atlântica

É um ecossistema muito rico. Seus moradores mudam de acordo com o relevo, a luz e as correntes marinhas

É formado por uma associação de animais e plantas que vivem entre o mar e a terra. É uma zona úmida, típica dos trópicos

Representa as florestas que vão desde o alto da serra até o mar. Há uma biodiversidade riquíssima em seus bosques

praia

restinga

rios

O tipo de areia, a topografia da praia e a sua orientação em relação à ondulação do mar determinam a vida no ambiente

Vários ecossistemas litorâneos ocorrem na restinga – entre eles as florestas com arbustos baixos e tortuosos e as lagunas

Dependendo da matéria orgânica e dos sedimentos que transportam, têm águas negras (ex.: rio Una) ou verdes (ex.: rio Puruba)

atlas ambiental: São sebastião

73


vegetação

unidades de conservação

Preservar o verde O Brasil tem mais de 900 Unidades de Conservação para proteger a natureza

os últimos 50 anos, o Brasil passou por um processo de intensa urbanização e de modernização da agricultura. O desenvolvimento rápido, sem o devido planejamento, causou a devastação de parte significativa das nossas áreas verdes e a poluição dos rios. Para proteger a biodiversidade e evitar a degradação do meio ambiente, o governo federal, em 2000, criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), existentes em vários pontos do território brasileiro. São mais de 900 áreas protegidas. O Parque Estadual da Serra do Mar (Pesm) é uma delas e abrange 315 mil hectares. Existem várias categorias de Unidades de Conservação (UCs), cada uma com

uma característica diferente, como a Reserva de Desenvolvimento Sustentável e a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Nesses territórios, é permitido equilibrar a conservação da natureza com o uso sustentável de uma parte de seus recursos naturais. A Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha é uma unidade que protege o entorno das UCs de proteção integral estaduais, como o Pesm e as ilhas que pertencem a São Sebastião, como a Monte de Trigo e a das Couves. O conjunto das UCs – federal, estaduais e municipais – integra o SNUC. c ol ab oraç ão Ronilson José da Paz, analista ambiental

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO Ma t o Gr o ss o do Su l

M i na s G e r a i s

Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Estação Ecológica (Esec) Estação Experimental (EE) Floresta Estadual (FES) Horto Florestal (HF)

Sã o Pa ul o

Parque Estadual (PES)

Ri o d e Ja n e i r o

Parque Estadual Ecológico (PEE) Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Reserva Estadual (RE)

23 27'S

Reserva Extrativista (Resex) Área de Proteção Ambiental (APA) Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha

o

Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) 3

Pa r a n á

12

RPPN Rizzieri Aries Costão do Navio (1), Cebimar (2), Boiçucanga (3)

O c e an o At l â n ti c o

Estação Ecológica Tupinambás

62

Principais rios o

46 54'O

74

atlas ambiental: São Sebastião

km

Fontes: IBGE, 2007; PESM, 2010; FF; IF, 2007


Proteção à mata Atlântica

PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR

A serra do litoral paulista, e toda a sua biodiversidade, constitui áreas de proteção O Parque Estadual da Serra do Mar (Pesm) é o maior do estado de São Paulo. Abrange 23 municípios e tem a maior área contínua de mata Atlântica preservada do país. Cerca de 30 mil de seus 315 mil hectares estão localizados em São Sebastião, o que representa 74,3% da área total do município. Essa região abriga um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas, com flora e fauna de grande biodiversidade (são muitas as espécies de mamíferos, aves, peixes, insetos, répteis, árvores, fungos e bactérias). Por ser muito extenso, o parque é gerenciado por oito núcleos administrativos: Caraguatatuba, Cubatão, Cunha-Indaiá, Curucutu, Picinguaba, Santa Virgínia, São Bernardo do Campo e São Sebastião. O desafio é preservar tanta riqueza natural. Das cerca de 200 espécies de aves nativas desse bioma, como a arara-de-barriga-amarela (foto),131 estão presentes no Pesm, sendo que 42 correm risco de extinção. O palmito-juçara (foto), que alimenta cerca de 70 espécies, também corre sério risco de desaparecer.

Fauna

Estação Ecológica Tupinambás

Arara-de-barriga-amarela Beija-flor dourado

Bicho-preguiça

Garça-branca

Golfinho

Jararaca

Perereca-verde

Ara ararauna

Bradypus tridatylus

Egretta garzetta

Delphinus delphis

Bothrops jararaca

Phyllomedusa burmeisteri

Quaresmeira

Flora

Hylocharis chrysura

Embaúba

Guapuruvu

Manacá da Serra

Orquídea chuva-de-ouro

Palmito-juçara

Pau-brasil

Cecropia pachystachya

Schizolobium parahyba

Tibouchina mutabilis

Oncidium varicosum

Euterpe edulis

Caesalpinia echinata

Tibouchina granulosa atlas ambiental: São sebastião

75


vegetação brasil

Riqueza verde

Domínios vegetacionais

Domínios Vegetacionais Brasileiros

Além da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, o Brasil abriga muitas vegetações ntre 1840 e 1906, uma equipe de botânicos estrangeiros, liderada pelo alemão K.F. von Martius, teve um imenso trabalho: organizar em um livro – o Flora Brasiliensis – todas as espécieis de plantas conhecidas do Brasil. Na época, foram catalogados 22.767 tipos, dos quais 5.939 eram novos para a ciência. Atualmente, com a tecnologia, pesquisadores identificaram uma variedade ainda maior. Temos cerca de 56 mil espécies vegetais catalogadas. Ou, se preferir, 19% da flora mundial! Quando algumas delas estão reunidas em uma região, de acordo com o clima ou o solo, damos o nome de vegetação. Sua importância é imensa: serve, por exemplo, para revestir e proteger o solo, para a nossa alimentação e para a fabricação de medicamentos. Dois grandes tipos predominantes de vegetação cobrem o Brasil: o florestal e o campestre. O primeiro corresponde a 60% do país e se divide em florestas ombrófilas (que podem ser densas ou abertas, têm folhas permanentes e umidade o ano inteiro – é o caso da Amazônica e da floresta pluvial Atlântica) e florestas estacionais (com perda de folhas e umidade em apenas alguns períodos do ano – caso da floresta semidecídua da mata Atlântica). As formações campestres (com gramíneas, arbustos e poucas árvores) estão espalhadas pelo centro, pelo Nordeste e pelo Sul e servem, muitas vezes, para pastagem natural do gado. c o l a b o r a ç ã o Frans Germain Pareyn, engenheiro florestal da Associação Plantas do Nordeste; Sueli Angelo Furlan, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo; e Sueli Matiko Sano, bióloga da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

áreas antropizadas Nome dado às áreas sem vegetação nativa por causa da ação do homem, como a agricultura e a criação de cidades

Conheça os tipos e as características da vegetação brasileira RR AP 0°

AM

R

PA RN

CE MA

PB

PI PE

AC RO

TO

SE

AL

MT BA

América do Sul 300

AC

km A vegetação dos nossos vizinhos

Domínios vegetacionais altiplanos Caatinga Nas áreas planas da Cordilheira dos Andes (entre Venezuela e Campinas do Rio Negro Argentina), a vegetação é rasteira Campos e coberta parcialmente por neve

GO

DF

RR 0°

MG ES

MS

300

km

SP

RJ

Cerrado

Complexo dosavana Pantanal

PR

A região de Los Llanos, na Floresta Amazônica Venezuela, é caracterizada por Mata Atlântica superfície de relva (rasteira), muito semelhante à do cerrado Mata de Araucária Mata dos Cocais

patagônia

Domínios vegetacionais AM Caatinga

Sã o S eb as ti ã o

Campinas do Rio Negro Campos

SC

AC

Cerrado

RO do Pantanal Complexo RS

Floresta Amazônica

Vegetação Litorânea Ao sul do continente (no Chile

e na Argentina), o clima é semidesértico e há planícies com vegetação rasteira, as tundras

Mata Atlântica Mata de Araucária Mata dos Cocais

300

Vegetação Litorânea

km

Domínios vegetacionais

Fonte: Simielli, 2007

76

atlas ambiental: são sebastião

AM

Caatinga

RO


mata atlântica

mata das araucárias

cerrado

Tem mais de 8 mil

Ou Mata dos

com gramíneas,

espécies de plantas­

– desde as emergentes,

como o jequitibá, até as menores, como a

jabuticabeira, que vive na sombra

Tipo de savana,

Pinhais. Em clima

arbustos e árvores

subtropical, tem

de pequeno

plantas coníferas

porte, retorcidas

(com sementes

e com flores

cônicas), como o

vistosas, como as

pinheiro-brasileiro

do pequi

caatinga

campos

mata dos cocais

Composta de

Os Pampas

Essa vegetação

resistentes à seca,

abertas cobertas por

principalmente por

espécies xerófilas, como os cactos. Poucas folhas,

raízes profundas e espinhos

Gaúchos são áreas

a vitória-régia,

plantas com

da Amazônia, como coexistem nesse

cenário alagado.

Em épocas secas,

surgem gramíneas

de mangue, há

raízes expostas.

com árvores baixas e troncos finos,

gramíneas e arbustos

o buriti e

poucas árvores

Nas áreas lodosas

para a agricultura,

como o babaçu,

gramíneas e

Plantas do cerrado e

solos pobres e ruins

famílias de palmeiras,

de pradaria –

vegetação litorânea

A região possui

é formada

vegetação rasteira

complexo do pantanal

campinarana (campinas do rio negro)

a carnaúba

cuidar é preciso Este é o começo de uma ilustração sobre a Floresta Amazônica. Nas páginas a seguir, veja o que anda mal por lá e o que fazer para cuidar melhor dela

Já as rasteiras

são comuns nas

planícies arenosas floresta amazônica

Abriga tanto áreas densas, com plantas de grande

porte e copas altas, como campos de

arbustos baixos

atlas ambiental: são sebastião

77


amazônia

impactos ambientais

Em perigo Uso irregular, espécies em extinção, poluição e desmatamento: a realidade da Amazônia grileiros Vendem terras alheias (com escritura de propriedade falsa) para extração de recursos naturais

78

atlas ambiental: são sebastião

sta cena é uma ilustração. Como a Floresta Amazônica é grande, as ações ilegais retratadas não podem ser vistas assim, juntas. Porém, ocorrem diariamente. Desde o início deste século até meados de 2008, foram derrubados 26.300 km2 de florestas — o equivalente ao estado de Alagoas. Do cerrado, garimpo Minerais raros, como ouro e diamante, são valiosos. As extrações são intensas e muitas, clandestinas

mineradoras ilegais De acordo com o tipo de minério e a tecnologia usada, elas mudam a paisagem com escavações e poluem as águas

que abriga um terço da nossa biodiversidade, restam 37%, e da mata Atlântica, apenas 7%. Ao alterar o ecossistema, também sofremos as consequências: o desequilíbrio interfere na temperatura do planeta, na variedade de espécies vegetais, na oferta de gêneros alimentícios e na paisagem. fronteira agrícola Desmatamento ilegal para agricultura, que desrespeita o espaço de proteção definido pelo governo

fábricas Próximas às florestas, despejam agentes químicos nos rios e lançam no ar gases nocivos à natureza


Na Amazônia (a exemplo de muitos lugares do país), as cidades também avançaram sobre a vegetação de forma desordenada, expulsando os animais do habitat original e poluindo o ar — com a emissão de gases tóxicos por indústrias e automóveis. O lixo jogado nos rios modifica o ciclo da água e a vida dos desmatamento Corte, capina ou queimada ilegal da cobertura vegetal para utilização do solo (na agricultura ou na pastagem)

tráfico de animais São anestesiados e vendidos em feiras livres ou exportados para colecionadores e laboratórios

animais aquáticos. Por isso, é hora de pensar em como crescer sem agredir o planeta. Para isso, depois de ler abaixo o que se faz de errado, vire a página! Augusto Miranda, advogado da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo; Luiz Enrique Sánchez, engenheiro de minas e geógrafo da Universidade de São Paulo; e Mauro Victor, engenheiro agrônomo da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

colaboração

estradas não oficiais Caminhos de terra feitos por empresas particulares cortam habitats de animais e alteram o ecossistema

extração ilegal Em vez de ser cultivados, produtos como madeira e frutos são retirados sem a autorização do Estado

Veja um mapa sobre o desmatamento da Amazônia

queimada ilegal O fogo abre terreno para pasto e plantio, mas atinge outras áreas. E a fumaça se espalha pelo ar

pastagem Com manejo incorreto, o pisoteio dos animais afeta o solo, atrapalha o escoamento da água e provoca erosão

atlas ambiental: são sebastião

79


amazônia

sustentabilidade

Futuro planejado V Como equilibrar crescimento econômico, justiça social e preservação da natureza

Veja um mapa do zoneamento ambiental da Amazônia

80

atlas ambiental: são sebastião

ivemos num planeta com 6,9 bilhões de habitantes. Todas essas pessoas precisam, no mínimo, comer diariamente, vestir-se e morar. É muita gente. São muitos recursos naturais extraídos. Afinal, a matériaprima para produzir alimentos, roupas e casas vem toda da natureza. Já parou para pensar nisso? Sem planejamento, a produção e o consumo desenfreados po-

curso do rio Empresas que levantam hidrelétricas devem controlar a drenagem dos rios para evitar grandes inundações e manter o curso da água

recuperação Ecossistemas degradados não voltam à condição original, mas podem ser reconstituídos, em parte, pela readequação ambiental

dem gerar danos irreversíveis ao meio ambiente (veja na página anterior). Por isso, é preciso aprender o que é desenvolvimento sustentável. O conceito é novo e se apresenta como um desafio para a sociedade contemporânea. Desenvolver-se, agora, deixou de ser crescer a qualquer preço e passou a ser o ponto de equilíbrio entre economia, justiça sorotatividade agrícola Entre as safras, aumenta-se o tempo de descanso do solo ou planta-se uma cultura diferente da habitual

turismo sustentável Há hotéis que oferecem atividades de interação com o local, usando conceitos de sustentabilidade na construção e no funcionamento


cial e meio ambiente. Em 1972, a questão foi debatida na primeira Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o meio ambiente, em Estocolmo, na Suécia. Vinte anos depois, na Eco 92, no Rio de Janeiro, 118 governantes assinaram a Agenda 21, um documento que trata de questões como saúde, lixo e saneamento e estabelece metas para os países signatários.

O Brasil já avançou, criando legislações ambientais, como o Código Florestal e a Política Nacional do Meio Ambiente, que assegura educação ambiental a todos os níveis de ensino. Além disso, foi criado o conceito de Área de Proteção Ambiental (APA), onde são permitidas atividades econômicas desde que os responsáveis assegurem o uso sustentável dos recursos naturais. Mas

replantio Recupera áreas degradadas, respeitando as características da vegetação de cada região e garantindo a biodiversidade

terras indígenas Os índios têm posse e usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos dos locais onde vivem

áreas protegidas Espaços que protegem a fauna e a flora, delimitam o uso (sustentável) da área e restringem sua visitação

mata ciliar Nas margens de rios, córregos e lagos, filtra resíduos químicos, evita a erosão e abriga fauna e flora locais

leis são só o começo. Além da fiscalização, é preciso conscientizar a população. Para reverter o cenário de degradação ambiental, conheça a seguir medidas que desenham uma nova – e melhor – realidade para todos. c o l a b o r a ç ã o Augusto Miranda, advogado da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo; e Luiz Enrique Sánchez, engenheiro de minas e geógrafo da Universidade de São Paulo

indústrias legais Precisam obter licença do poder público, que estuda possíveis impactos ambientais (antes) e fiscaliza (depois)

populações tradicionais As leis garantem o direito à terra e o desenvolvimento sustentável desses grupos, que ocupam 25% do Brasil

atlas ambiental: são sebastião

81


economia

história local

Em crescimento

Conheça como foi a ocupação de são sebastião e por quais caminhos ele se desenvolveu

82

atlas ambiental: SÃO SEBASTIÃO

a década de 1950, o litoral norte de São Paulo era uma região relativamente isolada. Embora de ocupação antiga, era dedicado à agropecuária e à pesca. A partir dos anos 1940, sucessivas ações governamentais criaram condições para o desenvolvimento da região. Dois marcos nessa jornada foram a construção do porto de São Sebastião, em 1954, e a inauguração do Terminal Almirante Barroso (Tebar), em 1968. Nos anos 1960, a ocupação se intensificou. Isso aconteceu porque a capacidade do porto de Santos se saturou, ou seja, ele não dava mais conta de escoar todos os produtos. Por isso, toda a comercialização de petróleo foi transferida para o porto de São Sebastião. A rodovia Rio-Santos, construída nas décadas de 1970 e 1980, também foi outro impulso ao desenvolvimento. Ela facilitou o acesso ao município e trouxe a possibilidade de explorar o setor turístico.

Afinal, as paisagens do litoral norte paulista, que tem um relevo serrano coberto por mata Atlântica e belas praias, são muito convidativas. Isso faz com que a ocupação do lugar não se restrinja apenas aos seus moradores. Na orla marítima, por exemplo, cerca de 46% das habitações são de uso ocasional. O turismo aumentou os empregos na construção civil, na gastronomia, no comércio e nos serviços. Mas a facilidade do acesso também trouxes impactos, como a criação indiscriminada de loteamentos. Atualmente, a costa norte abriga grande parte da população local. As praias ao sul (do centro a Bertioga) concentram a maioria das atividades de veraneio, sendo que a população local se encontra nos bairros de Boiçucanga, Maresias e Juquey. c o l a b o r a ç ã o Kátia Gomes Severi, diretora de planejamento da Secretaria de Habitação; Flávio Nery Conde Malta, arquiteto e urbanista da Secretaria de Habitação; e Antônio Fernandes, diretor de pesca da Secretaria de Meio Ambiente de São Sebastião


As mudanças na vocação As atividades portuárias e turísticas convivem em harmonia O desenvolvimento do estado de São Paulo contribuiu para as mudanças na paisagem original e na atividade turística de São Sebastião. Por causa de uma ocupação sem critérios, o estado, que tinha 83% de seu território coberto por mata Atlântica, atualmente conta com 17,3% de áreas preservadas. Em São Sebastião, as construções ilegais em encostas contribuem para a perda da cobertura vegetal, além de aumentar os deslizamentos de terra. Para inverter o quadro e permitir que o turismo e o meio ambiente convivam em harmonia, é preciso incentivar a sustentabilidade, principalmente por meio da educação, do ecoturismo e do planejamento da ocupação humana.

anos 1960 A foto ao lado é do Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), que foi construído pela Petrobras para a importação e a exportação de petróleo

início do século 20 A praia do centro, em 1906, quando o acesso a São Sebastião era difícil e a pesca e a agropecuária eram as principais atividades econômicas

anos 1970 A construção da Rio-Santos levou os turistas e os investidores das grandes cidades para São Sebastião, que se tornou um balneário turístico

anos 1930 Foto de caiçaras na praia Toque Toque Pequeno, em 1932. Logo depois dessa época, começaram os investimentos na infraestrutura do município

atualmente O município se prepara para receber turistas ao investir em infraestrutura hoteleira e atrações, como trilhas pela mata Atlântica

83


sociedade emprego e trabalho

Motor social Pessoas dividem tarefas para produzir e consumir bens em prol do bem-estar coletivo

A

natureza fornece a matéria-prima. Mas o que faz o barro virar tijolo ou a areia virar vidro é o trabalho humano. Com ele, transformamos recursos naturais em objetos. Ao folhear seu Atlas, você verá que as diferentes paisagens onde há a presença humana – hidrelétricas, plantações, cidades, aterros – derivam dele. É o trabalho também que determina o ritmo de vida: um boia-fria pode morar em vários lugares, de acordo com as colheitas; um empresário pode viver em uma cidade e trabalhar todos os dias em outra. O emprego só existe quando alguém é formalmente contratado e tem os direitos trabalhistas atendidos,

como cumprir uma jornada de trabalho, ser remunerado no período de férias e receber 13o salário. Por falta de crescimento econômico, de melhores oportunidades e de mão de obra mais qualificada, há atividades informais, que desrespeitam as leis trabalhistas. Situações que ferem os direitos humanos devem ser combatidas: entre as piores estão o trabalho escravo (homens e mulheres confinados) e o infantil (em que crianças ajudam a sustentar a casa). Álvaro Comin e Alexandre Abdal, sociólogos do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento; e Maria Aparecida de Moraes Silva, socióloga e professora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e da Universidade Federal de São Carlos

colaboração

Tempo certo A demanda de trabalho do litoral é diferente da dos grandes centros urbanos As grandes cidades têm uma vida frenética. Não param nunca. O litoral, no entanto, possui uma organização de trabalho diferente. Seu ritmo intenso acontece duas vezes ao ano: em julho, com as férias escolares, e em dezembro e janeiro, durante as festas de fim de ano e as férias de verão. Com a chegada dos turistas, a necessidade de mão de obra aumenta. Isso favorece a variedade de empregos sazonais no município, sejam eles ligados à pesca, à construção civil, ao turismo ou ao comércio. Normalmente, esses empregos são temporários, ou seja, duram um curto período e dependem de fatores climáticos.

ca

sa

1

sj 1 são paulo

É um dos maiores centros financeiros do mundo. Já foi um município industrial, mas atualmente é um polo de serviços e abriga os escritórios de muitas das maiores empresas do mundo

2 santos

Seu desenvolvimento sempre esteve atrelado ao turismo e à atividade portuária, intensificada com a exportação e a importação a partir de meados do século 19

0,1%

1999

14,8%

2008

16,6%

17,4%

68,5%

3.111.585 trabalhadores 4.489.076 Agropecuária

Comércio

Indústria

11 milhões de habitantes

atlas ambiental: SÃO Sebastião

sp

69,1%

São Paulo s

84

0,1%

13,4%

Serviços

ss


santos

sj

Evolução do emprego São Sebastião passou por transformações históricas que decidiram os setores de destaque na economia O município já viveu da agricultura, dos engenhos de cana e do café. Mas com a abertura da ferrovia Santos-São Paulo, que ajudou no escoamento da produção do interior até o porto de Santos, a economia da cidade entrou em declínio. Só nos anos 1940, com a implantação da infraestrutura portuária, e nos 1960, com a chegada da Petrobras, que o município retomou o desenvolvimento

econômico. Atualmente, o setor de construção civil é o caragua que mais emprega. A quantidade de empresas terceirizadas que atuam em operações, construções e manutenções de oleoduto, transporte, administração e segurança da Petrobras é grande. O setor de serviços é o segundo empregador. Por ser um município turístico, as necessidades são as mais diversas: dos serviços santos

domésticos à transmissão de dados pela internet. Por fim, a terceira maior oferta de empregos está no comércio. Para integrar todas essas ofertas, a cidade recebeu, em 1997, por meio de parceria municipal, estadual e federal, o Posto de Atendimento ao Trabalhador caragua de São Sebastião (PAT), que cria uma linha direta para aproximar profissionais e empregadores. O PAT oferece serviços e programas

1,8%

0,8%

1999

0,5%

1999

34,8% 45,8%

3

107.782 Agropecuária

29,1%

sjose 7.904 Agropecuária

trabalhadores 183.062 Indústria

caragua sp

5,8%

36,5% 61,7%

51,9%

Comércio

2008

santos

2008

18,5%

Paula Gato Cardim, diretora do Departamento de Relações de Emprego e Trabalho da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Humano de São Sebastião

colaboração

0,7%

6,4%

30,1% 18,6%

gratuitos aos trabalhadores desempregados ou à procura de melhores ofertas de empregos, além de promover a inserção no mercado de trabalho de pessoas com deficiência física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla.

São josé do Campos

sp

615.871 habitantes

sjose trabalhadores Comércio

15.554

Indústria

Serviços

Caraguatatuba

sjose

4

Serviços

57,0%

96.125 habitantes

5

sp

ss

0,8%

1999

2,9%

20,1 caragua

2008

0,8%

1999

0,3%

2008

6,0%

9,8% 15,9%

122.969 Agropecuária

trabalhadores Comércio

São Sebastião

18,8%

73,6%

Agropecuária

73.631 habitantes santos

74,9%

ss

72,2%

76,2%

8.111

4,6%

22,8%

%

2

0,4%

14.547

Indústria

Serviços

sp

trabalhadores 154.235 Comércio

Indústria

Serviços

F o n t e : IBGE e Programa de Disseminação de Estatísticas do

Santos

caragua

3 são josé dos campos

Até 1940, a economia girava em torno da indústria têxtil e da cerâmica. Com a chegada do Centro Técnico Aeroespacial, desenvolveram-se a pesquisa e a santos produção aeroespacial 4 caraguatatuba

No início do século 20, sua principal atividade era a produção e a exportação de sjosefrutas para a Europa. Atualmente, sua economia se baseia no turismo

ss

5 são sebastião

sp

ss

O município já teve a agricultura, a pesca e o comércio como principais atividades. Atualmente, o município investe no turismo, sua principal fonte de renda

santos

Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego(PDTE)

417.098 habitantes

sjose

atlas ambiental: SÃO Sebastião

85


economia para iniciantes

Saber valioso Para suprir suas necessidades e se desenvolver, a humanidade inventou o dinheiro

S

e você tem algum dinheiro e tem que decidir se guarda, compra figurinhas ou come um lanche, já está lidando com economia. É com ele que atendemos às nossas necessidades, seja comprando alimentos no mercado, seja pagando por um serviço. Mas o dinheiro nem sempre existiu. Antes, as pessoas faziam o chamado escambo, ou seja, trocavam objetos e favores. Uma pessoa podia, por exemplo, trocar parte do leite de sua vaca por camarões pescados pelo vizinho. Isso, em comunidades pequenas, funcionava. Mas imagine como o mundo se desenvolveria sem o dinheiro! Quantos camarões seriam necessários para comprar um carregamento de laranja? Ou quantos litros de leite pagariam o quadro de um artista? E o que esse artista faria com tanto leite? A solução foi convencionar um intermediário para as trocas: o dinheiro. Para que notas e moedas sejam aceitas em qualquer parte do território de um país, sua emissão é feita pelos governos federais. Além das transações internas, existem as internacionais. Assim como você compra figurinhas do jornaleiro, a China compra suco de laranja do Brasil, e o Brasil, por sua vez, compra produtos chineses, como brinquedos. Dê uma espiada em volta: a chance de encontrar algo produzido lá fora é enorme. Para facilitar esse tipo de comércio, muitos países se unem em blocos econômicos por motivos políticos, culturais, econômicos ou geográficos. O Brasil, por exemplo, faz parte de um deles, o Mercosul, que inclui Argentina, Paraguai e Uruguai. A união reduz tarifas e torna o comércio mais dinâmico. col aboraç ão Roberto Luis Troster, doutor em economia pela Universidade de São Paulo

86

atlas ambiental: SÃO Sebastião

pequeno produtor Para poder plantar, colher e vender, ele precisa de dinheiro. No banco, faz um financiamento, tomando emprestada a quantia necessária e depois a devolvendo, pagando um pouco a mais

Financiamento

financiamento

custos

lucro

É o empréstimo tomado para a aplicação em um negócio (como a produção de laranja) ou a compra de um bem (como um imóvel)

Com o dinheiro do banco, o produtor pode comprar tudo o que se refere ao processo: das sementes às colheitadeiras

É o que fica com o produtor depois que ele vende sua safra a feirantes ou a centros de distribuição e desconta os custos

Pequeno produtor

Adubo

Defensivo

Sementes

Energia

Arado

Água

Produção

Custos

Força invisível No Brasil, depois que o dinheiro é emitido pela Casa da Moeda, ele passa a circular por bancos, pelo comércio e pelas mãos das pessoas. Confira, tendo como exemplo a produção da laranja, o papel dos elementos financeiros.

juros

banco

A economia move o mundo

São o preço do dinheiro emprestado. Ao pagar o banco, a pessoa devolve toda a quantia e uma porcentagem a mais

Opera transações como empréstimos ou depósitos (para quem recebe salário ou faz poupança)

BANCO Financiamento

grande produtor Com produção maior, precisa de muito dinheiro e investe em mais etapas, como exportação. De suco de laranja, o Brasil supre 50% da demanda e responde por 75% das transações internacionais

Grande produtor financiamento

Com colheitas muito maiores, o grande produtor precisa tomar emprestadas quantias mais elevadas

Adubo

Defensivo

Sementes

Energia

Maquinário

Água

Transporte

Custos produção

A quantidade de laranjas é vultosa, pois precisa atender ao mercado local, à demanda interna do país e os outros países

distribuição

Para alcançar mercados que não são apenas locais, é preciso investir também no transporte dos produtos


O preço das coisas revenda

preço final

Até chegar ao consumidor, a laranja passa por intermediários, como centros de distribuição e mercados

Valor definido de acordo com o custo dos juros e da produção, a margem de lucro e a procura pelo produto

Produção + Preço Financiamento + Lucro

deflação Se há excesso de produtos no mercado, o preço despenca, já que há mais oferta do que procura

As taxas de juro influenciam no valor dos produtos. Se é caro pegar dinheiro emprestado para produzir, o custo – e o preço – sobe. Com juros baixos, os preços caem, as pessoas gastam mais e a economia fica aquecida.

Venda

A tendência é que ele aumente, mas pode estabilizar e até cair

Em fatias Venda

omc

câmbio

A Organização Mundial do Comércio estabelece regras e media os conflitos relativos ao comércio entre países

Venda, troca ou compra de valores de moedas diversas. Em meados de 2010, 1 real (R$ 1,00) comprava 0,56 dólares e 0,45 euros

OMC Feira

Brasil

China

Mercado

Produção Exportação exportação

Quem vende para outros países tem custos adicionais, como tarifas e adequação dos produtos a padrões internacionais

inflação É quando a mesma quantidade de dinheiro compra menos coisas do que antes

pib do brasil

O produto interno bruto é a soma de toda a riqueza gerada pelo país em um ano. Em 2009, o do Brasil foi de 3,143 trilhões de reais

pib da china

Em 2009, a riqueza produzida foi de 4,91 trilhões de dólares. Entram na conta do PIB bens, produtos e serviços

Uma empresa, muitos donos empresa Quando é de capital aberto, tem muitos donos. Sua propriedade é dividida em várias partes, chamadas ações ações Quem as tem participa dos lucros e dos prejuízos da empresa e pode vendêlas a qualquer momento bolsa de valores Reúne quem quer comprar e vender ações. Sem essa instituição, seria mais arriscado e mais demorado fechar negócios

atlas ambiental: SÃO Sebastião

87


direitos humanos

desde o nascer

Para viver bem

“O

Uma vida digna depende de vários fatores. E todos são contemplados pelas leis do brasil

Vida plena: direito a saúde, educação, lazer, trabalho...

homem é do tamanho do seu sonho”, disse o poeta português Fernando Pessoa. Sonhar, planejar a própria vida e fazer escolhas com liberdade são alguns dos direitos garantidos aos seres humanos. Todos precisam de condições dignas de vida, o que inclui saúde, educação, trabalho e lazer. Para avaliar como os governos dos países cuidam de seus cidadãos, a Organização das Nações Unidas (ONU) – instituição internacional que promove o progresso social – criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O indicador mede a relação entre três critérios: educação, longevidade e renda. Em 2008, o Brasil foi considerado lugar de alto desenvolvimento, com índice de 0,856 (o máximo é 1). Essa nota deixou o país na 75ª posição entre 182 nações avaliadas.

Só que existem imprecisões no índice, já que ele não capta, por exemplo, a desigualdade na distribuição da riqueza de um país e as condições em que se encontra o meio ambiente (afinal, esse é um dos pilares da sustentabilidade e fator indispensável para a qualidade de vida). Inspirado na iniciativa, o Brasil criou o IDHM, um índice municipal que usa os mesmos critérios do mundial, mas de forma simplificada. Ele aproxima mais da realidade porque avalia uma amostragem menor, o que reduz a margem de erro. Em São Sebastião, ele é de 0,798. Morando aí, o que isso significa na sua vida? c ol ab oraç ão Flávio Vasconcellos Comim, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Para ter os direitos respeitados, é preciso conhecê-los. Mas o que é indispensável na vida de uma pessoa? Na historinha, João e Maria vivem, desde bebês, com dignidade. Veja só que história legal.

desde cedo O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante à gestante o direito ao pré-natal. Ao nascer, o filho deve ser aleitado e vacinado e ter acompanhamento médico

88

atlas ambiental: SÃO Sebastião

brincar, ler, correr! De acordo com a Constituição do Brasil e o ECA, toda criança tem direito a estudar, a se divertir e a viver em um ambiente seguro e acolhedor, em casa ou na rua

claro como água Sem água potável e rede de esgoto (saneamento básico), podemos ficar doentes. O serviço é uma obrigação do governo e deve ser oferecido a todos os cidadãos

sentir é viver Temos direito de amar, expressar nossa sexualidade e decidir como será a nossa família. Além disso, homens e mulheres devem ter o mesmo tratamento

asas nos pés e na alma Ninguém pode proibir o acesso a locais públicos, como rios, ruas e praias. Preconceito e repressão também são crimes, pois temos direito à liberdade de expressão

trabalho digno! No Brasil, a vida profissional pode começar aos 16 anos. Já o direito à opinião política é garantido em qualquer lugar: em casa, no trabalho, na escola...


Inclusão: escola para todos

Metas do milênio

Caminhos diferentes para direitos iguais

A lei garante escola regular a crianças com e sem deficiência É direito de toda e qualquer criança em idade escolar (dos 4 aos 17 anos) estar na sala de aula regular. Inclusive quem tem deficiência! Classes e escolas especiais não são lugares apropriados, pois excluem as crianças do mundo e do convívio com os colegas. Por outro lado, quem não tem deficiência não tem a oportunidade de viver muitas coisas, como o respeito ao ritmo do outro e a importância de aprender junto.

Para isso, não basta a matrícula: é preciso que a escola tenha adaptações para a acessibilidade (como rampas, sinalização e barras de apoio no banheiro), sala de atendimento educacional especializado (para ensinar braile ao cegos ou Língua Brasileira de Sinais aos surdos, por exemplo) e cursos para os professores. Escola é lugar de todos: não importam a deficiência, a cor, a religião, o pensamento, a sexualidade...

A ONU criou em 2005 um conjunto de medidas, assinado por 191 países, que devem ser atingidas até 2015. As diretrizes exigem o envolvimento de governos, empresas e organizações sociais e foram traçadas por especialistas de vários países. Veja quais são. 1. Acabar com a fome e a miséria 2. Educação básica de qualidade para todos 3. Igualdade entre sexos e valorização da mulher 4. Reduzir a mortalidade infantil

5. Melhorar a saúde das gestantes 6. Combater a aids, a malária e outras doenças 7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente 8. Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento F o n t e : Organização das Nações Unidas (ONU)

em movimento É dever do governo fornecer transporte público eficiente e que atenda às necessidades da população. De carro, a pé, de ônibus, de metrô ou de bicicleta? A opção é sua!

para todos os gostos Forró ou rock? Teatro ou cinema? Nenhuma escolha é melhor que outra. Da música de raiz à eletrônica, o que vale é o acesso à cultura e o respeito às diferenças

experiência O Estatuto do Idoso (e a boa educação) garante o respeito por quem já viveu mais. Dê atenção aos mais velhos: eles têm histórias a contar e muito o que ensinar!

com a turma O idoso tem direito a conviver com outras pessoas e a trabalhar em uma vaga que valorize sua experiência e suas habilidades. Nada de preconceito!

curtir a vida As necessidades dessa fase têm de ser supridas, como óculos e aparelhos de locomoção. E não é só isso! O idoso tem direito a cultura, educação e lazer atlas ambiental: SÃO Sebastião

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sustentabilidade

em casa

Em nosso quintal Todos têm sua parcela de responsabilidade com a natureza. E isso começa em casa

J

á parou para pensar em tudo o que você precisa para viver bem? Água, comida, roupas, energia elétrica... Agora, multiplique isso por 6,9 bilhões de pessoas – o número de habitantes da Terra. Sem mudanças significativas no nosso jeito de viver e de consumir, o planeta não dará mais conta. Por isso, é preciso usar os recursos disponíveis de forma sustentável. Isso permite que crescimento econômico, desenvolvimento humano e equilíbrio ambiental caminhem juntos. Mas a tarefa, além de ser de empresários e de governantes, é nossa também. Simples mudanças nas atitudes cotidianas podem transformar o planeta em um local com mais qualidade de vida – agora e no futuro. A ideia central do conceito de sustentabilidade é abrir mão dos excessos no consumo. Reduzir a quantidade de lixo que produzimos por dia é um bom começo, assim como escolher produtos com menos embalagens, preparar a quantidade justa de comida que vamos comer e reaproveitar restos em novas receitas para evitar desperdícios. Pequenos ajustes na casa, com baixo custo, também reduzem o consumo de água e de energia. Outra característica de projetos sustentáveis é associar soluções e tecnologias. Não é preciso mudar tudo radicalmente, de uma vez, basta lembrar que as ações se somam. Também está ao nosso alcance cobrar e fiscalizar as empresas que produzem o que consumimos e exigir que o governo dê suporte à sustentabilidade. Temos o direito de viver em um mundo com qualidade de vida para nós e para as futuras gerações.

col aboraç ão Luciano Rodrigues Legaspe, geógrafo e consultor sobre reciclagem do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

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atlas ambiental: são sebastião

biodigestor Local onde ocorre a compostagem de fezes e urina, produzindo gás metano (biogás). Isso diminui os resíduos

ar fresco Como o ar quente tende a subir, uma abertura no teto o deixa sair, permitindo a circulação de ar no ambiente

vazão menor Para economizar, instale no chuveiro um redutor de vazão e, na torneira, um compressor redutor

descarga Há modelos que usam de 3 a 6 litros de água a cada acionada. Devem substituir a de válvula

água de reúso Proveniente do chuveiro e das pias da cozinha e do banheiro, pode ser usada novamente na descarga

parede dupla Um vão de 5 cm entre paredes melhora o isolamento térmico, reduzindo a necessidade de ar-condicionado

fogão e chuveiro Usando o gás que vem canalizado do biodigestor, é possível cozinhar e aquecer a água do banho


painéis solares Há os fotovoltaicos e os de baixo custo. Os primeiros geram energia elétrica, mas são caros. Os segundos apenas aquecem a água compostagem Ao pé das árvores, a compostagem, que gera adubo, pode ser feita com palha, folhas e restos de comida

telhas de cerâmica Melhoram o isolamento térmico, principalmente se acompanhadas de uma camada de lã de vidro

horta e pomar Além de capturar carbono da atmosfera, eles aumentam a área permeável do solo, absorvendo a chuva

luz natural O uso de claraboias e de janelas amplas poupa energia elétrica

vento cruzado Vãos em paredes opostas geram correntes de ar que ventilam o ambiente

água da chuva Recolhida por calhas, filtrada e tratada. Não deve ser usada em regiões com risco de contaminação química no ar

composteira Transforma, em menos de dois meses, restos orgânicos em composto, que serve de adubo para o solo

tudo se aproveita Material orgânico vira composto; objetos ganham novas funções e, em última instância, são reciclados

fogão solar Posicionado na angulação certa em dias de sol, cozinha ou esquenta alimentos e chega até 180 ºC

o a Saiba com ade pode ilid b ta susten as mazônia n A a r salva 0 e 81. páginas 8

atlas ambiental: são sebastião

91


saúde geografia médica

Pequenos detalhes Para prevenir doenças como a dengue, simples cuidados e atenção aos detalhes bastam

V

ocê já deve ter ouvido milhares de vezes para não deixar água parada em pneus ou vasos de plantas e para trocar diariamente a água do pote do seu animal de estimação. Mas a preguiça fala mais alto e tudo continua largado, acumulando água? Saiba que, com ações preventivas, você pode ajudar a diminuir o número de casos da dengue no seu município. São Sebastião é um local propenso à incidência da doença devido ao calor e às chuvas constantes. Ao atingir a marca de 300 casos confirmados no município, a dengue é considerada epidemia. Por isso, é importante que seja feita a prevenção corretamente. Da próxima vez em que o agente de saúde for até a sua casa, ouça com atenção as orientações e coloque-as em prática. É em casa que começa a ação para o combate à doença, que pode levar até a morte. Esteja atento!

col aboraç ão Anthoy Érico G. Guimarães, parasitólogo da Fundação Oswaldo Cruz; Antônio Carlos Rossin, engenheiro em saúde pública; e Eliseu Woldman, epidemiologista, ambos da Universidade de São Paulo

Dengue no Brasil Jornada pelo Atlântico

O mosquisto Aedes aegypti recebeu esse nome por causa de sua origem, o Egito. A jornada do inseto até o Brasil começou nos naviosnegreiros no século 16. Hoje, é caso de saúde pública.

Doença: de onde vem Há agentes na água, no ar e no solo

As doenças podem ser causadas por agentes biológicos (como vermes, bactérias, protozoários e vírus) e químicos (substâncias usadas de forma incorreta, como produtos de limpeza, medicamentos e inseticidas).

agente biológico

agente químico

na áfrica Mosquitos puseram seus ovos em moringas. Mesmo depois de vazias, eles sobreviveram à viagem, pois resistem em locais secos por cerca de um ano. Já no Brasil, os ovos eclodiram quando as moringas foram reabastecidas

na água É onde alguns agentes se reproduzem. Beber ou ter contato com ela causa doenças

no solo Estão em terrenos onde há fezes de animais ou de pessoas doentes (esgoto a céu aberto)

no ar Desmatamento e aumento da temperatura podem elevar o número de vetores nas cidades

na água Despejo de esgoto e substâncias tóxicas em rios e mares causa doenças de pele e intoxicação

no solo Quando recebe lixo hospitalar e resíduos industriais sem tratamento, torna-se um perigo

no ar O lançamento de poluentes na atmosfera é responsável por casos de infecção pulmonar

em casa As condições climáticas do Brasil e da África são parecidas e o Aedes logo se adaptou: as fêmeas se alimentam dos sulcos de vegetais e do sangue humano

infecção Quando a fêmea pica alguém que tem o vírus da dengue, ela o transmite a pessoas sadias. Então, as plaquetas do sangue são destruídas, podendo causar hemorragia, que, quando não controlada, leva à morte

em massa Clima, falta de saneamento básico e desinformação são responsáveis pelos casos de dengue em algumas regiões, como o litoral do Brasil. A alta incidência elevou a doença à categoria de endemia em municípios do Sudeste

macho

fêmea

92

atlas ambiental: SÃO Sebastião


Endemias brasileiras Área coincidente (febre amarela e d oença de Chagas) Área sem número expressivo de casos

Endemias brasileiras

Chagas

Área coincidente (febre amarela e d oença de Chagas)

Esquistossomose

Área sem número expressivo de casos

Endemias brasileiras

As endemias brasileiras

febre amarela Na área urbana, é transmitida pelo Aedes aegypti (o mesmo da dengue) e, Leishmaniose Chagas na silvestre, pelo mosquito Haemagogus Malária Esquistossomose Nota: dados relativos à alta incidência das janthinomys. Adoenças. vacina dura dez anos Febre amarela Área coincidente (febre amarela e d oença de Chagas) Febre maculosa Área sem número expressivo de casos

Entenda algumas doenças tropicais

Em 1994, o Brasil erradicou o vírus da poliomielite, que causa a paralisia infantil. No entanto, há algumas doenças que oferecem um risco constante às populações. Fatores ambientais, como o clima tropical, e socioeconômicos são as principais causas. Veja no mapa onde ocorrem algumas dessas moléstias. Endemias brasileiras Área coincidente (febre amarela e d oença de Chagas) Área sem número expressivo de casos

Febre amarela

doença de chagas Causada pelo contato direto com Endemias brasileiras Febre as amarela fezes de um percevejo chamado Área coincidente (febre amarela e dem oençaque de Chagas) barbeiro, se encontra o Febre maculosa Área sem número expressivo de casos protozoário Trypanosoma cruzi Leishmaniose Chagas

Esquistossomose

Chagas Malária

febre maculosa Leishmaniose De origem bacteriana, é transmitida Malária por carrapatos do gênero Amblyomma, Nota: dados relativos à alta incidência das doenças. como o de cavalo, e o estrela, de capivara. Não há vacina Febre maculosa

esquistossomose A doença vem de um parasita chamado Schistossoma, que se hospeda Febre maculosa em caramujos que vivem em água Leishmaniose doce, como a dos rios Malária

Nota: dadosEsquistossomose relativos à alta incidência das doenças.

Febre amarela

Chega de dengue! A prevenção deve ocorrer o ano todo Em 2009, São Sebastião teve 207 notificações da doença. Desse total, 110 casos se confirmaram, sendo que seis foram “importados” de outros municípios. Feche bem as caixas d’água e elimine garrafas, pneus e recipientes sem uso

Principais doenças endêmicas brasileiras Principais doenças endêmicas brasileiras Nota: dados relativos à alta incidência das doenças.

Chagas

Principais endemias brasileiras Esquistossomose Febre amarela

Endemias brasileiras

Área coincidente Febre maculosa (febre amarela e d oença de Chagas)

leishmaniose cutânea 0° Transmitida por insetos do gênero 0° Nota: dados relativos à alta incidência das doenças. Lutzomyia (ou mosquito-de-palha). Esquistossomose É causada pelo protozoário Leishmania Febre amarela e produz feridas no corpo Leishmaniose Área sem número expressivo de casos

prevenção 1 O mosquito coloca ovos em qualquer lugar úmido, e não apenas em água parada e limpa. Portanto, colocar areia nos pratos das plantas não adianta. Eles devem estar sempre secos

Malária Chagas

Febre maculosa

Leishmaniose

malária A região da Amazônia Legal concentra 99,7% dos casos, pois o mosquito vetor, que vive na selva, o Anopheles, só vai para a cidade quando há desmatamento

Malária

Nota: dados relativos à alta incidência das doenças.

prevenção 2 Água sanitária, borra de café ou “receitinhas caseiras” não eliminam o Aedes aegypti. O ideal é usar veneno contra larvas, aplicado por agentes sanitários da prefeitura. Abra a porta para eles!

370 370 km

km Endemias brasileiras Endemias brasileiras

Endemias brasileiras Malária Malária Área coincidente Chagas (febre amarela e d oença de Chagas) Chagas

Área sem número expressivo de casos

Dengue

Febre amarela Febre amarela Chagas Febre maculosa Febre maculosa Esquistossomose Área coincidente (febre de Doença de Chagas) Áreaamarela coincidente Febre (febreamarela amarela de Doença de Chagas) Leishmaniose Leishmaniose Febre maculosa Esquistossomose Esquistossomose Leishmaniose Área sem números expressivos de casos Malária Área sem números expressivos de casos

Fontes: Ministério da Saúde, 2007; SVS/ MS, 2005; Funasa/MS, 2006

tratamento O vírus pode levar até oito dias para se manifestar. Os sintomas são parecidos com os da gripe. Nesse caso, não tome nenhum remédio: procure o posto de saúde e faça o exame de sangue. Para o tratamento, repouso e ingestão de líquidos

Nota: Dados relativos a alta incidência das doenças. Nota: dados relativos à alta incidência das doenças. Nota: Dados relativos a alta incidência das doenças. Fonte: Ministério da Saú de, 2007; SVS/MS, 2005; FUNASA/MS, 2006

Fonte: Ministério da Saú de, 2007; SVS/MS, 2005; FUNASA/MS, 2006

atlas ambiental: SÃO Sebastião

93


94 atlas ambiental: São Sebastião

km

7

12

F o n t e : IB G E ,2 0 0 5

Réptil

Mamífero

Peixe

Ave

Anfíbio

Animais em risco d e extinção (por classe)

550

4

Leia mais sobre o Parque Estadual da Serra do Mar na página 74. Maior macaco das Américas, pesa cerca de 15 kg e só é encontrado nas serras do Mar e da Mantiqueira (SP)

(Brachyteles aracnoides)

muriqui

Só restaram 50 espécimes, na caatinga, em Raso de Catarina (BA). Alimenta-se de cocos de licurizeiro

(Anodorhynchus leari)

arara-azul-de-lear

Tem apenas 50 cm. Antes encontrada no cerrado e na caatinga, agora é vista apenas em zoológicos

(Cyanopsitta spixii)

ararinha-azul

18

11

Símbolo da extinção na mata Atlântica, vive entre a Bahia e Minas Gerais e dorme em troncos de árvores

(Leontopithecus chrysomela)

16

13

mico-leão-dacara-dourada

Assim como nós, os animais também têm direito a morar e a se alimentar

Brasileiros ameaçados

colaboração Sueli Angelo Furlan, do Departamento de Geograf ia da Universidade de São Paulo

visita ao zoológico, muitas vezes, é o primeiro (e único) contato que temos com alguns animais, principalmente os silvestres. Mas esse local de lazer e de aprendizado, infelizmente, está se tornando a única “casa” possível para muitos animais ameaçados de extinção. A arara-azul e a onça-pintada são exemplos. Existem no Brasil mais de 1,8 milhão de espécies de animais catalogadas. Aqui estão 10% de todos os mamíferos do mundo, 13% dos anfíbios e 21% dos peixes de água salgada. Mas a quantidade de animais de cada espécie cai todos os anos. Hoje, existem 618 em perigo de extinção. Em São Sebastião, graças ao Parque Estadual da Serra do Mar, temos alguns animais fora de perigo, como o tamanduá-mirim, uma espécie de porco-do-mato chamada cateto e uma cobra chamada de papa-rã.

A

8

Nota: devido à escala do mapa, as espécies encontram-se localizadas em apenas um ponto de sua área de ocorrência e estão representados apenas alguns animais de cada classe

2

densas do Norte, mas o desmatamento o deixou sem casa e sem comida

Vive de frutas nas florestas

(Ateles paniscus)

14

6

5 10

3

macaco-aranha

9

15

1

17

Para não perder o título de país com a maior biodiversidade do planeta, é preciso preservar

Em defesa da vida animal

onde estou | galáxia biodiversidade brasil


atlas ambiental: são sEbastião

95

Ocupa o topo da cadeia alimentar, equilibrando o ecossistema. Suas garras e sua força não a protegem dos caçadores

(Panthera onça)

onça-pintada

A carne branca é o motivo da caça da ave, que habita a mata Atlântica e é conhecida pelo som que emite

(Tinamus solitarius)

macuco

Também conhecida como gato-do-mato, é comum nas florestas tropicais e está ameaçada devido à caça

(Leopardus pardalis)

jaguatirica

É um mamífero terrestre e aquático que chega a ter 30 kg e 2 m de comprimento. Excelente nadador

(Pteronura brasiliensis)

ariranha

O maior dos jacarés, com 5 m de comprimento, vive na bacia Amazônica. Seu couro é alvo de caçadores

(Melanosuchus niger)

jacaré-açu

Peixe dos rios de cabeceira da bacia do rio Paraíba do Sul. Atinge cerca de 1,5 kg e 40 cm. A espécie é considerada rara

(Brycon opalinus)

pirapitinga-do-sul

É a maior das tartarugas marinhas (chega a ter 2 m de comprimento e 700 kg). Aproxima-se da costa só para reprodução

(Dermochelys coriacea)

tartaruga de couro

Vítima da devastação dos mangues, a ave é vista na região amazônica e em trechos de manguezal (como na Baixada Santista)

(Eudocimus ruber)

guará

Alvo de caça, vive em áreas restritas (no rio Doce, em Minas Gerais, e em matas costeiras de Alagoas ao Rio de Janeiro)

(Lachesis muta rhombeata)

surucucu-pico-de-jaca

Em campos e florestas não densas vive esse mamífero sem dente, lento e inofensivo (o que facilita sua captura)

(Mymercophaga tridactyla)

tamanduá-bandeira

Seus chifres são usados como “troféu de caça”. Habita campos e lugares inundados do Centro-Oeste ao Sul

(Blastocerus dichotomus)

cervo-do-pantanal


pré-história brasil

Nosso passado Antes dos europeus, as terras do Brasil foram ocupadas por grandes civilizações indígenas

V

ocê já ouviu dizer que nossos ancestrais viviam em tribos indígenas espalhadas por florestas? Não foi bem assim. Resquícios milenares revelam que eram povos que se organizavam em classes, dividiam tarefas e planejavam a ocupação do território. Entre 2 mil e mil anos atrás, na Amazônia central, várias etnias constituíram verdadeiros polos de agricultura e de cerâmica. A domesticação de plantas, como a mandioca, provavelmente iniciou-se nessa região há 9 mil anos. A partir daí, o acúmulo de restos orgânicos formou a fértil terra preta, comum na Amazônia. Entre os anos 400 e 1300, na ilha de Marajó, no Pará, havia cerca de 40 mil habitantes, que viviam em casas construídas sobre palafitas de terra. Eram ótimos ceramistas – cultura viva até hoje na região. Essas sociedades litorâneas foram empurradas para o interior e, depois, dizimadas pelos europeus, principalmente por causa da escravidão e da transmissão de doenças. Já no Alto Xingu, em Mato Grosso, há sinais da existência de uma rede de estradas entre aldeias, cercadas de verde.

Recantos históricos De Norte a Sul, restos de seres humanos, de animais e de objetos explicam cenários e costumes antigos Entre os estudos destacados no mapa abaixo, sabe-se que, há 11 mil anos, a paisagem de cerrado abrigava animais de grande porte. Nessa época, um bicho-preguiça chegava a pesar mais de 5 toneladas e a ter mais de 6 metros de comprimento! Esses animais devem ter convivido com humanos primitivos, como Luzia, cujo crânio foi encontrado em Minas Gerais.

ilha de marajó (pa) Há resquícios de 30 aterros que serviam como palafitas e de cerâmicas com mais de mil anos

chapada diamantina (ba) Em uma gruta foi achado o esqueleto completo de um bicho-preguiça gigante de 11 mil anos

amazônia central (am) No município de Iranduba, há sítios com vestígios de habitações construídas há cerca de mil anos alto xingu (mt) No lugar onde fica a aldeia Kuikuru de Ipatse, longos caminhos foram construídos há 1,1 mil anos

c o l a b o r a ç ã o Flávio Calippo, oceanógrafo, e Levy Figuti, arqueólogo, ambos do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo

lagoa santa (mg) Foram achados o crânio de Luzia (de 11,5 mil anos) e mais 500 esqueletos humanos florianópolis (sc) O sambaqui Garopaba do Sul é o maior do mundo: 30 m de altura, 200 m de diâmetro e 3,7 mil anos

estrutura física

Com estrutura física melhor do que a de Luzia, o Homo erectus tinha mais preparo para caçar e se deslocar, pois, com o sedentarismo, sua alimentação era regular. Luzia

96

atlas ambiental: SÃO SEBASTIÃO

são raimundo nonato (pi) Há sinais de carvão fossilizado de 40 mil anos (indício mais antigo do ser humano nas Américas)

Homo erectus


Cultura dos sambaquis

7

Ela se manteve por 6 mil anos e foi, provavelmente, extinta pelo sedentarismo dos tupis-guaranis

São Sebastião

Os sambaquis, existentes entre 10 mil e mil anos atrás, não eram amontoados de conchas, mas, sim, monumentos cuidadosamente edificados para moradia. Geralmente situados no litoral, seu nome vem do tupi-guarani: tampa (marisco) e ki (amontoado). Com tamanhos variados, podiam ter inúmeras funções, como a de cemitério. Mais de mil foram encontrados no Brasil, sendo que cerca de 200 estão no estado de São Paulo. Os mais conservados estão ao sul, devido ao difícil acesso.

vale do ribeira Tem cerca de 30 sambaquis fluviais de 8 mil anos, com restos de animais terrestres e marinhos

2

3

submersos Pelo aumento do nível do mar, alguns sambaquis ficaram embaixo d’água. Sete foram encontrados

cananeia Como o nível do mar variou (entre 18 mil e 5,1 mil anos atrás), são 160 sambaquis em áreas altas e baixas

conchas Significavam a certeza de alimentação e serviam de matéria-prima para construções

4 2

5

6

3

5

4

1

7

1

cubatão Havia mais indícios de peixes do que de conchas: dentes de tubarões serviam de utensílios e adornos

corpos

Nos enterros, objetos pessoais e rituais de fogueira formavam montes sobre as sepulturas

santos Da colonização aos anos 1970, a cal dos sambaquis foi usada para construção e exportação

6

ubatuba Também por causa da depredação do período colonial, sobraram no município dois sambaquis, o do Tenório e o do Mar Virado

ilhabela Há os chamados acampamentos conchíferos, tipo de sambaqui com menor acúmulo de conchas

função Os mais altos poderiam servir de mirantes ou para demarcar território. Os menores, para habitação

tamanho Gerações levavam 400 anos para erguer um sambaqui. Outras poderiam levar dez para triplicá-lo de tamanho

sobrevivência Os sambaquieiros viviam essencialmente da pesca, mas caçavam animais terrestres de médio porte atlas ambiental: SÃO SEBASTIÃO

97


energia enquanto você dorme

O planeta à noite Veja nesta montagem quais nações mais usam energia elétrica no mundo 1

E

sta imagem não existe. Na realidade, é uma montagem com imagens de satélite. Nela, é possível ver como a energia elétrica – tão importante na nossa vida – é usada no mundo. Observe a iluminação dos países da África. Depois, veja o que acontece em países como Estados Unidos e Japão. A relação entre riqueza e uso da eletricidade é evidente. As luzes também indicam o alto consumo de petróleo: muitas ruas e estradas são sinônimo de muitos veículos. Há lugares, porém, em que é até melhor não haver tanta luz, como na Amazônia, onde a floresta precisa ser conservada.

2

c o l a b o r a ç ã o Juan José Verdésio, especialista em energias renováveis da Universidade de Brasília

2 4 1 3

3 1

centro de são paulo

2

marginal do rio tietê

3

marginal do rio pinheiros

4

sp-280 (castelo branco)

5

baixada santista

4

5

No detalhe, a capital paulista, região mais populosa do Brasil, e a Baixada Santista

98

atlas ambiental: São Sebastião

5


10 6 7

12

8

13

11

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

washington d.c. cidade do méxico salvador são paulo

9

buenos aires londres paris madri johannesburgo

14

moscou nova délhi pequim tóquio canberra

atlas ambiental: São Sebastião

99


energia matriz brasileira

A força das águas Q A energia elétrica do Brasil vem da água dos rios, onde existem mais de 500 usinas hidrelétricas

1. barragem Um muro bem largo

uando você corre atrás de uma bola, veste uma roupa ou anda de bicicleta, precisa de energia muscular para se mexer. Todos os dias, somos movidos por energia — para respirar, pensar, estudar. Por isso, precisamos de alimento. Uma cidade, um estado e um país funcionam de um jeito parecido: precisam de energia para que as máquinas das fábricas trabalhem, as ruas sejam iluminadas e os televisores e chuveiros das casas funcionem. No Brasil, as usinas hidrelétricas atendem 92% dos domicílios. A maioria delas concentra-se nas regiões Sudeste e Sul e está interligada nacionalmente por linhas de transmissão com quilômetros de cabos de metal, que transportam a energia por longas distâncias. Isso significa que, quando uma pessoa em São

Sebastião liga qualquer aparelho ou acende a lâmpada de sua casa, a energia pode estar vindo de qualquer usina interligada a esse sistema, do norte ao sul do país. A energia que vem das águas é renovável. Se o nível do rio cai, as chuvas podem voltar a enchê-lo. E o Brasil é um dos países com mais bacias hidrográficas do mundo. Enquanto suas usinas produzem 77% da energia elétrica, a média de outros países chega a apenas 16%. Em menor escala, aqui também há outras fontes de energia, como a termoelétrica (da queima de combustíveis fósseis, como derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural), a nuclear, a eólica (da força do vento) e a solar fotovoltaica.

c ol ab oraç ão Célio Bermann, professor da pós-graduação em energia da USP; Rafael Lourenço dos Santos, especialista em regulação da Agência Nacional de Energia; e Alexandre Ayres Bordin, superintendente regional de distribuição da Copel

Caminho completo

e resistente faz com que a água do rio fique retida, formando um reservatório, como um lago

Como a energia gerada vai parar em sua casa

Instalada dentro de um rio, a hidrelétrica usa a força da água, chamada de hidráulica, para gerar eletricidade. Veja na ilustração como a energia é produzida em uma usina, as transformações que ela sofre durante sua transmissão e o seu percurso até chegar a São Sebastião ou a qualquer outro município.

2. controle Na época de chuvas, o volume

de água pode aumentar e, para evitar risco de rompimento, a usina abre as comportas para controlar a vazão cano 3. pelo A água represada em grande

quantidade atravessa as tubulações da barragem com força, fazendo as hélices das turbinas girar

4.

100

atlas ambiental: São Sebastião

produção Ao girar, as hélices das turbinas criam uma força mecânica tão grande que, ao entrar em contato com ímãs do gerador, viram energia elétrica

5. fuga

Completada a missão, a água é liberada pelo canal de fuga, situado do outro lado da usina, e volta ao seu curso

6. longo caminho

A energia em alta voltagem segue por linhas de transmissão, formadas por torres, fios e cabos de metal, até chegar à subestação da cidade


Rede elétrica

Economize!

Usinas de todo o país se ligam a inúmeras cidades

Atitudes simples, como desligar tudo o que não está em uso, evitam o desperdício

As regiões com melhor aproveitamento de quedas-d’água para a produção de energia ficam longe dos municípios. Por isso, o país conta com 75 mil km de linhas de transmissão para distribuir a eletricidade.

RR

lava-roupas Acumule roupas de toda a família e só ligue a máquina quando o tambor estiver cheio

AP

0°0'

#

geladeira Evite abrir a porta à toa. Quanto mais tempo aberta, mais energia é gasta para que volte a resfriar

# #

AM

MA

PA

CE

RN

# #

# ##

± 440

#

TO

MT

RO

## # ## # # ##

km

Hidrelétricas Linha de transmissão Subsistemas isolados da Região Norte Área não conec tad a ao Sistema Nacional

PE

PI

#

#

# # # # # # GO DF #

#

# BA

# PB # # # AL

SE

chuveiro Reduzir a ducha de 12 para 6 minutos resulta numa economia suficiente para manter uma lâmpada acesa por 7 horas

## #

# # # MG # # # # # ## # # # ### #####ES MS # ##### # ### # #### # # # # # # ## # # ## # ## ## ###### # # ##### ### # SP ## # # # ## # #### # ## # RJ # #### # # # ## ## ## # # PR # # # # #### ### ## # # # # ## SC # # # ## #### # # ### # # #

23°27'S

AC

lâmpadas Sempre apague a luz quando for sair de um ambiente. E peça para seus pais trocarem lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes, que gastam menos

aparelhos de som e tv Não os deixe ligados sem ninguém por perto e tire-os da tomada quando sair de casa

#

ar-condicionado Mantenha portas e janelas fechadas durante o uso e evite mantê-lo ligado em cômodos vazios

ferro elétrico Lembre seus pais que a roupa deve ser passada de uma vez só, começando por tecidos de baixa temperatura

RS IBG E , 2 00 6

46°52'W

70°18'W

Quem gasta mais 7.

controle Na subestação, a tensão da energia é rebaixada para que ela seja distribuída pelos fios dos postes da cidade

8.

fim da linha Nos postes de rua, o transformador reduz ainda mais a voltagem da energia, que chega ao comércio, às indústrias, à escola e, claro, à sua casa

Veja no gráfico onde é usada a energia produzida no Brasil

28,9 % Indústria pesada

22,2 % Residencial

17,9 %

14,3 %

8,7 %

8%

Indústria leve

Comércio e serviços

Setor público

Outros

Fontes: BERMANN, C. com base no Balanço Energético Nacional, do Ministério de Minas e Energia, 2005/2006, e Agência Nacional de Energia Elétrica atlas ambiental: são sebastião

101


energia alternativas renováveis

Fonte limpa Existem fontes energéticas que são inesgotáveis, como a água, o vento e o sol

Os recursos da Terra

Aos poucos, o país aumenta a produção de energias limpas. Para que o resultado seja positivo, é preciso usá-las de forma equilibrada e planejada. A energia derivada da força dos ventos (eólica), por exemplo, é instável, pois nem todo dia eles sopram com intensidade. Por isso, o ideal é explorar outros recursos em paralelo. Hoje, a produção de energia renovável se concentra em quatro frentes (abaixo).

s tipos de energia são muitos e suas fontes também. Quando a obtemos por meio de recursos que RR levaram milhares de anos para se formar no subsolo do planeta ou que são finitos (como petróleo, gás e 0° carvão), a chamamos de não renovável. Já a energia vinda de fontes como água, sol e vento é chamada de renovável, pois esses são recursos que nunca acabam. AM O ser humano depende de energia para viver e se desenvolver: afinal, é a energia que faz funcionar lâmpadas, chuveiros, veículos, usinas, fábricas... Tudo isso pode ser alimentado por fontes renováveis e não renováveis. Esta última, além de acabar um dia, precisa de combusAC tão: é queimada e libera gases poluentes na atmosfera, RO aquecendo-a. No Brasil, ainda cerca de 32% da oferta energética vem do petróleo e de seus derivados. Já os recursos renováveis são mais CATAVENTO GIGANTE ecológicos. Até os combustíveis dos carros, A altura de uma que antes vinham só do petróleo, agora são solar turbina eólica de Osório (RS) gerados de vegetais como soja, mamona, Seu maior potencial está no Nordeste, equivale à no Centro-Oeste e no Sudeste. Nas regiões caroço de algodão, dendê, palma e cana- 290 de 57 pessoas km Sul e Norte, o maior período de nebulosidade de-açúcar – os chamados biocombustíveis. limita a disponibilidade dessa fonte Energia solar (potencial) Eles também são queimados, mas os vegetais dos quais derivam compensam a orgânica Marés (potencial) liberação de gás carbônico porque, antes da Hoje, 53% das usinas do setor energético sua própria energia com a queima Hidrelétricas colheita, funcionam como toda e qualquer produzem da cana-de-açúcar. Já 85% do planta: capturam o CO2, “limpando” do bagaço Biomassa biodiesel daqui é produzido à base de soja (biogás e u sinas - etanol) a atmosfera por meio da fotossíntese. 98 m Parque eólico Conheça outras fontes renováveis no hidrelétricas Para preservar os cursos d’água e suas espécies mapa ao lado. Energia eólica col aboraç ão Juan José Verdésio, especialista em energias renováveis da Universidade de Brasília

vegetais e animais, os reservatórios das usinas Menos de 5 m/s tendem a ser menores. Há mais de 300 pequenas Entrehidrelétricas 5 e 6 m/s no país centrais Entre 6 e 7 m/s

Entre 7 e 8,5 m/s

102

atlas ambiental: são sebastião

As principais fontes renováveis de energia

Mais de 8,5 m/s

Energia Renovável AP

R

AM

AC

MA

PA

CE

RN PB

PI

AC RO

PE AL

TO

SE BA

MT

290

GO

km

Energia solar (potencial) Energia

DF

solar (p

Marés (potencial) Hidrelétricas

MG ES

MS SP

290 km

RJ

Marés (potenci

Biomassa Hidrelétricas (biogás e u sinas - etanol) Parque eólico Energia eólica Menos de 5 m/s Entre 5 e 6 m/s EntreEnergia 6 e 7 m/s

Biomassa (biogás e u sina Parque eólico eólica

Entre 7 e 8,5 m/s

PR

Mais de 8,5 m/s

SC

RS

eólica 70% da população do país está no litoral, região favorável ao uso da energia eólica. Seu maior potencial está no Sul e no Nordeste, onde há cerca de dez usinas

Menos de 5 m/s

Entre 5 e 6 m/s

Entre 6 e 7 m/s

Entre 7 e 8,5 m

Mais de 8,5 m/s

Fonte: Atlas Solarimétrico do Brasil - UFPE Cenbio - IEE - USP, 2008 Fontes: Atlas Solarimétrico do Brasil - UFPE, Cenbio - IEE - USP, Centro Brasileiro de Energia Eólica, 1998 2008, Centro Brasileiro de Energia Eólica, 2008, IBGE, 2000 IBGE, 2000


Energia renovável Como funcionam as principais fontes de energia que são capazes de se regenerar, como o vento, a água e até restos de material orgânico Solar

Geotérmica

Placas fotovoltaicas transformam a

O calor da rocha no centro da Terra aquece

pode alimentar parte ou toda a casa.

"espirrada" do solo, no que chamamos de

luz do Sol em energia elétrica, que O grande desafio hoje é fazer com que essa energia seja armazenada para ser usada em dias de chuva ou à noite

a água, que atinge altas temperaturas e é

gêiseres. As usinas geotérmicas canalizam

o vapor liberado, que alimenta termelétricas.

A Islândia é um dos países que mais exploram esse tipo de energia

Orgânica

Maremotriz

Bagaço de cana, restos de madeira,

A energia maremotriz só é possível quando

Tudo isso pode ser usado como fonte

maré alta; a diferença no volume de água faz

palha de arroz ou milho, lixo orgânico... de energia, normalmente transformado em gás (biogás), óleo (biodiesel) ou

etanol (celulósico) através de queima ou fermentação

há grande amplitude entre a maré baixa e a rodar turbinas de alimentação de energia. Na foz do rio La Rance, na França, a

amplitude passa dos 13 m. Sua barragem tem 750 m de comprimento

Hidrelétrica

Eólica

A força da água alimenta turbinas que

Os moinhos foram as primeiras construções

por uma complexa rede de fios. O Brasil

tipo de energia é muito mais moderna.

geram energia, transmitida para os lares tem a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, a Itaipu. Ela fornece 18,9%

da energia consumida no país e 77% da consumida no Paraguai

de energia eólica. Hoje, a captação desse

No Brasil, a região mais favorável para ela

é o Nordeste, mas é no Rio Grande do Sul que fica o parque eólico de Osório, o maior da América Latina

atlas ambiental: São sebastião

103


divisão dos poderes brasil

O poder da gente V No Brasil, todo cidadão tem direito ao voto livre e secreto, que garante a escolha dos governantes

ocê é um cidadão. Seus familiares e amigos, as pessoas na rua e qualquer brasileiro, também. O significado dessa palavra já variou bastante ao longo da história da humanidade. Entre 500 a.C. e 400 a.C., na Grécia Antiga, o título era dado apenas aos homens livres, apesar de o local ser considerado o berço da democracia – do grego demos (povo) e kratía (poder). Por lá, mulheres, estrangeiros e escravos não votavam e não podiam participar do Conselho dos Quinhentos – que organizava assembleias para decidir desde questões do dia a dia do município até julgamentos e condenações. Aqui no Brasil, os tipos de governo mudaram bastante e, com eles, os direitos civis. Passamos pelo Império, em que todos eram súditos da família real e só votavam os homens livres que tinham poder aquisitivo

que atendesse às exigências da Coroa. Em 1889, com a proclamação da República, instituíram-se o presidencialismo e o voto livre (e secreto) para maiores de 21 anos. Em 1932, o código eleitoral permitiu a participação das mulheres. Passamos por duas ditaduras: uma entre 1937 e 1945, na qual o poder ficou nas mãos de Getúlio Vargas, e outra de 1964 a 1985, instituída pelos militares. Nos dois períodos, o voto popular sofreu restrições e só foi garantido em 1988, com a atual Constituição. Com ela, os analfabetos também passaram a votar. Conhecer a história do país nos incentiva a exercer a cidadania e ajuda a valorizar a conquista das pessoas que lutaram por ela. c ol ab oraç ão Menelick de Carvalho Netto, professor de direito constitucional da Universidade de Brasília

Legislativo, Executivo e Judiciário

Veja qual o papel de quem atua nos Três Poderes que regem o país

Legislativo

federal

Em cada esfera política, elabora leis, fiscaliza e controla os atos do Poder Executivo

congresso nacional No Brasil, existem duas instâncias legislativas independentes: Câmara dos Deputados e Senado

O Executivo colabora com o Legislativo, sancionando ou vetando seus projetos de lei

Executivo

federal

O Executivo define os membros do Judiciário, como ministros do Supremo e dos demais tribunais

Julga de acordo com as regras da Constituição e as leis criadas pelo Poder Legislativo

104

atlas ambiental: são sebastião

federal

Presidente da República Chefe de Estado e do governo, além do comando das Forças Armadas. Mandato: 4 anos

estadual Assembleia legislativa

câmara dos deputados Eleitos pelo povo (por estado), criam leis sobre assuntos de interesse nacional. Mandato: 4 anos empresas públicas (como a Eletrobrás)

Presta serviços públicos por meio de órgãos diretos (ministérios e secretarias) e indiretos (empresas públicas)

Judiciário

Senado Federal São três senadores por estado. Analisam e julgam os projetos de lei elaborados pela Câmara. Mandato: 8 anos

ministérios Cada um coordena uma área específica, como Saúde e Educação

supremo tribunal federal Decide sobre causas em que há violação da Constituição, como trabalho escravo

Tribunal Superior do Trabalho Decide ações sobre causas trabalhistas

estadual

empresas públicas (como bancos estatais)

governador Por estado. Mandato: 4 anos

secretarias (como a de Educação)

deputados estaduais Criam leis sobre assuntos de interesse estadual. Mandato: 4 anos

municipal

municipal

Superior Tribunal de Justiça Dá a palavra final em causas decididas pelos demais tribunais (federais ou estaduais)

Tribunal Regional Federal Julga processos que envolvam a União ou órgãos e empresas públicas

Tribunal Superior Eleitoral Organiza e administra as eleições e garante a execução das leis eleitorais

Tribunal Superior Militar Específico para julgar militares

estadual


85)

diretas já (19

A nova Constituição

histórico O movimento políticos pelos direitos

Veja quais são e para que serve cada um

“Todos são iguais perante a lei” O trecho acima faz parte do Artigo 5O da Constituição Federal, em vigor desde 1988. A elaboração dessa Carta Magna — como também é chamada — foi cercada de expectativa. Afinal, marcava a redemocratização do país após 21 anos de regime militar. Ao todo, o Brasil teve outras sete Cartas, elaboradas por uma Assembleia Constituinte. Apesar de algumas terem sido feitas com a participação da sociedade civil, a última garantiu, definitivamente, o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade — além de eleições diretas para os cargos do Executivo e do Legislativo, incluindo a Presidência da República. Deu, ainda, ao Poder Judiciário a tarefa de interferir sempre que houver lesão ou ameaça aos direitos do cidadão.

câmara municipal

prefeito Por município. Mandato: 4 anos

Secretarias ou departamentos

certidão de nascimento Sem ela, a pessoa não pode acessar serviços públicos (como hospitais e escolas). O documento é gratuito e feito nos cartórios

}

vereadores Criam leis sobre assuntos de interesse municipal Mandato: 4 anos

(em São Sebastião, usa-se o primeiro termo)

Ministério Público

Defensor e porta-voz da sociedade

Recebe as queixas da população, fiscaliza o cumprimento das leis e defende os cidadãos, atuando em causas particulares ou coletivas, ligadas a temas como meio ambiente, direitos do consumidor, crianças e adolescentes, minorias étnicas e sociais e pessoas com deficiência.

Tribunal de Contas

Controle da administração pública

Tribunal de Justiça Órgão judiciário estadual

Tribunal Regional do Trabalho Analisa e julga causas trabalhistas no estado

Tribunal Regional Eleitoral Fiscaliza as eleições no estado

O valor dos documentos

Controla os gastos públicos nos âmbitos municipal, estadual e federal. Órgão independente, fiscaliza de onde vêm as verbas usadas na administração pública e como elas são gastas. Caso haja qualquer irregularidade, seus fiscais podem fazer uma denúncia ao Ministério Público.

registro geral (rg) Traz nome, data de nascimento, foto e impressão do polegar. Feito na Polícia Civil, o porte é obrigatório após os 18 anos

cadastro de pessoa física (cpf) Permite a abertura de conta em banco e empréstimos. Por ele, o governo checa se o trabalhador pagou o imposto de renda

título de eleitor Dá direito ao voto (opcional aos 16 anos e obrigatório após os 18 anos). Identifica o eleitor e evita votos duplicados carteira de habilitação (cnh) Com ela, maiores de 18 anos podem dirigir. Os Departamentos Estaduais de Trânsito a emitem após testes teórico e prático passaporte Necessário para sair do Brasil, é emitido pela Polícia Federal. Exigido em portos, aeroportos e fronteiras internacionais carteira de trabalho Obrigatória a quem trabalha, só é permitida para maiores de 16 anos e registra dados como cargo, salário e período de férias

atlas ambiental: são sebastião

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cultura hinos e bandeiras

Identidade Os símbolos unem as pessoas e as fazem partilhar o sentimento de pertencer a um lugar

T

odo país tem um hino e uma bandeira. Para o povo, não são apenas letra e música ou um tecido estampado, e sim parte de sua identidade. Esses símbolos trazem o sentimento de pertencimento e existem em diversas esferas, como times de futebol, escolas, clubes, estados, cidades e até pessoas! Em Portugal, por exemplo, até o século 19, os hinos eram feitos para os reis. Geralmente, hinos são compostos por renomados maestros e têm letras que enaltecem o lugar e seus fundadores. O do Brasil surgiu para fortalecer sua identidade quando deixou de ser colônia, mas levou um século para ser oficializado. Acredita-se que sua melodia tenha sido composta em 1822 – ano da independência – por Francisco Manuel da Silva, copista da orquestra da corte (que copiava as partituras a mão). A letra só foi escrita em 1909, pelo crítico literário Joaquim Osório Duque Estrada. O hino de São Sebastião foi composto pelo poeta José Geraldo Lemos da Silva, antigo morador do bairro de Boiçucanga. Ele conta que a sua inspiração veio da época das capitanias hereditárias, quando o município era mais importante do que o Rio de Janeiro. A bandeira do Brasil tem uma história curiosa. A frase “Ordem e Progresso” tem origem no lema “o amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim”, criado pelos positivistas franceses. Os governantes da época, porém, entendiam que a palavra “amor” poderia ser mal interpretada e a deixaram de fora. c o l a b o r a ç ã o Marcos Holler, pesquisador de história da música da Universidade do Estado de Santa Catarina; e Agacir Eleutério, historiadora e responsável pelo Centro de Memória e Integração Cultural

106

atlas ambiental: São sebastião

Hino Nacional do Brasil (Letra: Joaquim Osório Duque Estrada Música: Francisco Manuel da Silva) I

II

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó, Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do novo mundo!

Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!

Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó, pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!

Ó, pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do cruzeiro resplandece.

Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - Paz no futuro e glória no passado.

Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza.

Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó pátria amada!

Terra adorada Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó, pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

4

bandeira do estado de são paulo 1 FAIXAS

Símbolo dos dias e das noites em que os bandeirantes lutaram pelo estado

2 RETÂNGULO

Representa o sangue dos bandeirantes derramado durante as conquistas

3 BRASIL AZUL

A cor do mapa significa o vigor e a força dos bandeirantes para o país

4 CORES

Tributo aos povos (brancos, índios e negros) que deram origem ao brasileiro


Hino dos Bandeirantes

(Hino do estado de São Paulo)

(Letra: Guilherme de Almeida Música: Sérgio de Vasconcellos Corrêa) Paulista, para um só instante Dos teus quatro séculos ante A tua terra sem fronteiras, O teu São Paulo das “bandeiras”! Deixa atrás o presente: Olha o passado à frente!

bandeira do brasil

bandeira de SÃO SEBASTIÃO

1 CORES

1 BRASÃO

O verde remete às florestas; o amarelo, ao ouro; e o azul, ao céu

Representa o escudo flamengo-ibérico, também chamado de “escudo português”, que evoca a origem lusitana

2 ESTRELAS

Os 27 estados no céu do Rio de Janeiro. São Paulo fica abaixo do Cruzeiro do Sul

3 LEMA

É atribuído ao filósofo francês Augusto Comte, que tinha seguidores no Brasil

4 FORMATO

É uma adaptação da bandeira imperial, na qual o escudo português ficava no losango

2 CORES

O azul do brasão simboliza a justiça, a nobreza, a perseverança e a lealdade

Vem com Martim Afonso a São Vicente! Galga a Serra do Mar! Além, lá no alto, Bartira sonha sossegadamente Na sua rede virgem do Planalto. Espreita-a entre a folhagem de esmeralda; Beija-lhe a Cruz de Estrelas da grinalda! Agora, escuta! Aí vem, moendo o cascalho, Botas-de-nove-léguas, João Ramalho. Serra-acima, dos baixos da restinga, Vem subindo a roupeta De Nóbrega e de Anchieta. Contempla os Campos de Piratininga! Este é o Colégio. Adiante está o sertão. Vai! Segue a entrada! Enfrenta! Avança! Investe!

Norte-Sul-Este-Oeste, Em “bandeira” ou “monção”, Doma os índios bravios. Rompe a selva, abre minas, vara rios; No leito da jazida Acorda a pedraria adormecida; Retorce os braços rijos E tira o ouro dos seus esconderijos! Bateia, escorre a ganga, Lavra, planta, povoa. Depois volta à garoa! E adivinha através dessa cortina, Na tardinha enfeitada de miçanga, A sagrada Colina Ao Grito do Ipiranga! Entreabre agora os véus! Do cafezal, Senhor dos Horizontes, Verás fluir por plainos, vales, montes, Usinas, gares, silos, cais, arranha-céus!

3 COROA

Símbolo de autonomia, suas oito torres (apenas cinco são visíveis) classificam a cidade como sede de comarca

4 HASTES DE CANA

Como suporte, fazem alusão à indústria açucareira, primeira da região

Hino de São Sebastião (Composição: José Geraldo Lemos da Silva) Desde os tempos das capitanias Primórdios desta imensa nação Sob a história, que é tão longínqua Desbravaram e povoaram este chão Azulado por um lago natural E pela verde selva em comunhão Com areias mornas de um jardim tropical Tudo isso é nosso São Sebastião

Sem menosprezo aos heróis do passado, Um povo entusiasmado que fez deste lugar Paragem obrigatória de barqueiros e tropeiros, Mercadores, mensageiros, da terra e do mar Sem mencionar tantos feitos de outrora E os de agora não se pode negar Por aqui o ouro metal passou, O ouro verde parou, para o ouro negro chegar

Por Deus, somos privilegiados Sempre visitados por quem sempre quer voltar São Sebastião, éden de felicidade! Até com a posteridade que o presente quer legar

Por Deus, somos privilegiados Sempre visitados por quem sempre quer voltar São Sebastião, éden de felicidade! Até com a posteridade que o presente quer legar

atlas ambiental: São sebastião

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cultura crianças no mundo

Planeta das crianças T Brincar ajuda a criança a crescer saudável. Com os amigos, e junto da natureza, é melhor ainda!

irar os sapatos e pisar na areia. Sentir os grãozinhos passar por entre os dedos e, de repente, refrescar as canelas nas ondas do mar. Assim é viver na praia: sair correndo em busca das conchas mais bonitas, cavar um buraco tão grande que pensamos ser capazes de chegar ao Japão, construir castelos de areia e nos transformar em sereias. Aliás, do que você gosta de brincar? A praia é um espaço tão democrático que ali se pode fazer de tudo, desde que os limites – seus e dos outros – sejam respeitados. Lá é possível brincar de pipa sem se preocupar com os fios de eletricidade, também dá para jogar bola sem quebrar vidraças. E, se a bola cai na esteira vizinha, aprendemos a pedir desculpas e a diminuir a força do chute. É assim que aprendemos a lidar com o inesperado, pois nem tudo acontece do jeito

Brincadeiras e costumes A criançada pelos continentes

São Sebastião, SP, Brasil

Na praia, tudo é possível. Castelos de areia se transformam em fortalezas. Amigos se transformam em companheiros de bola, de pipa e de corrida. E não precisa nada além de água e areia para soltar a imaginação e viver, cada dia, uma nova história

Peru - América do Sul

Vestida com casacos de lã de lhama, um animal parente do camelo, a criançada se diverte carregando filhotes no colo para mostrar aos turistas

108

atlas ambiental: São sebastião

que imaginamos. E isso é bom, pois nos ajuda a crescer. Em São Sebastião tudo isso é possível. O contato com a natureza faz com que a criançada aprenda a importância da preservação do espaço litorâneo. A praia também guarda histórias de famílias que cresceram ali. Todos os dias ou só nos fins de semana. Não importa. O que vale é guardar na lembrança o dia em que você aprendeu a pescar ou a nadar; ou quando fez um castelo de areia incrível; ou, ainda, quando ensinou o amigo a perder o medo das ondas. Se você e todas as crianças acreditarem que a praia, assim como o mundo, também é a sua casa, nosso planeta e seus lindos lugares terão vida longa. c ol ab oraç ão Caio Vilela, fotógrafo e autor do livro Um Mundo de Crianças


Irã - Ásia

por Apaixonados nianos futebol, os ira calça jogam bola de causa comprida por âmica. da religião isl isso, r po m bé m Ta o as meninas nã assistir vão ao estádio os aos jog

Etiópia - África

Nas tribos das montanhas, as crianças usam roupas e chapéus tradicionais. Longe das cidades, andam muito até a escola e adoram brincar e correr

Laos - Ásia

Nas ruas, as crianças sorriem e dizem “sabaidi”, que significa “oi’ em lao, o idioma do país. Nas festas budistas, jogam água umas nas outras para desejar felicidade Canadá América do Norte

Em Nunavut, os pequenos esquimós, como são chamados por lá, só veem o Sol duas horas por dia no inverno. No verão, os dias ficam claros até de madrugada, quando andam de bicicleta

atlas ambiental: São sebastião

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saiba mais concurso

O artista é você! E Veja como participar de um concurso para

mostrar a todos o município que você deseja!

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atlas ambiental: SÃO Sebastião

m que São Sebastião você gostaria de viver? Esse é o tema de um concurso muito especial, promovido exclusivamente aos estudantes que têm acesso ao Atlas Ambiental. A proposta é simples: ilustrar como você imagina São Sebastião no futuro. Com um material tão rico em mãos, você e seus colegas poderão observar melhor o lugar onde vivem, analisar o que existe de bom nele, o que ainda precisa melhorar e qual o papel de cada um na construção de

um município melhor. Fale com o(a) professor(a) de arte e já prepare o material para criar a sua ilustração. Vale lápis de cor, nanquim, carvão, tinta, colagem, tecido... Aqui no seu Atlas, você tem vários exemplos de técnicas artísticas que podem inspirar o seu trabalho, como quadrinhos, aquarela, ilustração e foto. Seja você o artista a desenhar um lugar melhor para se viver. Pergunte ao(à) professor(a) como participar e boa sorte!


Referências bibliográficas AB'SABER, Aziz. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 4ª edição. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007 ARRUDA, Rinaldo S.V.; DIEGUES, Antonio Carlos. Saberes tradicionais e biodiversidade do Brasil. 1ª edição. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2001

FUNARI, Pedro Paulo; NOELLI, Francisco Silva. Pré-história do Brasil. 3ª edição. São Paulo: Contexto, 2006

FURLAN, Sueli Angelo. Tudo que você queria saber sobre plantas. 1ª edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2007 GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Novo atlas geográfico do estudante. 1ª edição. São Paulo: FTD, 2005

BERMANN, Célio. Energia no Brasil: para quê? Para quem? Crise e alternativa para um país sustentável. 2ª edição. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2003

HEITOR, Frúgoli Júnior. Centralidade em São Paulo: trajetórias, conflitos e negociações na metrópole. 1ª edição. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006

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atlas ambiental: SÃO Sebastião

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saiba mais

índices

Índice geral

Seu Atlas | Índice temático................................................................ p. 10

Clima | Influência dos oceanos................................................ p. 56

Direitos humanos | Desde o nascer......................................... p. 88

Seu Atlas | Aprenda com ele........................................................... p. 14

Relevo | São Paulo e Brasil...................................................... p. 60

Saúde | Geografia médica........................................................ p. 92

Seu Atlas | Como foi feito. ............................................................. p. 12 Cartografia | História....................................................................... p. 16 Zoom | Do espaço a São Sebastião. .............................................. p. 18 São Sebastião | Bairro a bairro................................................ p. 24 Onde estou | São Sebastião..................................................... p. 36 Onde estou | São Paulo e Brasil.............................................. p. 38 Onde estou | Planeta Terra...................................................... p. 40 Onde estou | Galáxia............................................................... p. 42 Mobilidade | Como sair e chegar............................................ p. 44 Cidade | Urbanidade............................................................... p. 46 Cultura | Nosso país................................................................ p. 48 Cultura | Saberes locais........................................................... p. 50 Clima | Conceitos................................................................... p. 52 Clima | Passado e presente...................................................... p. 54

Índice de mapas

Sismologia | Ocorrências no mundo....................................... p. 62 Solo | Camadas....................................................................... p. 64 Água | Recursos hídricos......................................................... p. 66 Água | Escassez....................................................................... p. 68 Lixo | Para onde vai................................................................. p. 70 Vegetação | Ecossistemas........................................................ p. 72 Vegetação | Unidades de conservação...................................... p. 74 Vegetação | Brasil.................................................................... p. 76 Amazônia | Impactos ambientais............................................ p. 78 Amazônia | Sustentabilidade................................................... p. 80 Economia | História local....................................................... p. 82 Sociedade | Emprego e trabalho.............................................. p. 84 Economia | Para iniciantes...................................................... p. 86

Sustentabilidade | Em casa...................................................... p. 90 Biodiversidade | Brasil............................................................. p. 94 Pré-história | Brasil................................................................. p. 96 Energia | Enquanto você dorme.............................................. p. 98 Energia | Matriz brasileira.....................................................p. 100 Energia | Alternativas renováveis...........................................p. 102 Divisão d0s poderes | Brasil ..................................................p. 104 Cultura | Hinos e bandeiras...................................................p. 106 Cultura| Crianças no mundo..................................................p. 108 Saiba mais | Concurso............................................................p. 110 Saiba mais | Referências bibliográficas...................................p. 111 Saiba mais | Índices e créditos................................................p. 112 Saiba mais | Glossário............................................................p. 114

Vegetação do Brasil................................................................. p. 15

Acesso a São Sebastião ........................................................... p. 44

Disponibilidade de água por bacia........................................... p. 69

Mapa morfoclimático do Brasil............................................... p. 15

Mapa dos transportes no Brasil .............................................. p. 45

Tipos de Ecossistema de São Sebastião................................... p. 72

Clima do Brasil........................................................................ p. 15 Mapa antigo de São Sebastião ................................................ p. 17

Mapa-múndi ......................................................................p. 18/19 América do Sul ....................................................................... p. 20 Estado de São Paulo ............................................................... p. 21 São Sebastião .......................................................................... p. 22

Mapa de bairros ................................................................. p. 24-35 Classificação do uso da terra ................................................... p. 36 Trajeto dos moradores ............................................................ p. 37 Principais cidades de São Paulo .............................................. p. 38 Cobertura vegetal de São Paulo .............................................. p. 38 Brasil político ......................................................................... p. 39

Rotas de navegação .............................................................p. 40/41 112

Clima | Mudanças climáticas.................................................. p. 58

atlas ambiental: SÃO Sebastião

Acesso a São Paulo ................................................................. p. 45 Culturas tradicionais do Brasil................................................. p. 48 Migração século 20 ................................................................. p. 49 Imigrantes no Brasil ............................................................... p. 49 Clima do Brasil ....................................................................... p. 52 Variação de temperatura na Terra ........................................... p. 55 Correntes oceânicas ................................................................ p. 57 Relevo de São Paulo ............................................................... p. 60 Unidades do relevo no Brasil .................................................. p. 61 Eventos sísmicos no Brasil .................................................... p. 63 Bacia hidrográfica litoral norte ............................................... p. 66 Bacia do Prata e aquífero Guarani .......................................... p. 67 Escassez de água no mundo .................................................... p. 68

Destino do lixo no Brasil ........................................................ p. 71 Unidades de conservação do estado de São Paulo ................. p. 74 Parque Estadual da Serra do Mar - São Sebastião................... p. 75 Domínios vegetacionais .......................................................... p. 76 Mapa da dengue .................................................................... p. 91 Endemias brasileiras ............................................................... p. 93 Animais em risco de extinção ................................................. p. 94 Mapa da pré-história no Brasil................................................ p. 96 Mundo à noite ....................................................................p. 98/99 Rede elétrica brasileira...........................................................p. 101 Energia renovável ..................................................................p. 102


Créditos Capa e quarta capa: Imagem: 2010, Vistadivina/2003, Quickbird

P. 23 Imagem de satélite: Engemap

Contracapa: Reginaldo Pupo Terceira capa: Celso Moraes

P. 24 a 35 Imagem de satélite: Spotmaps Dados das escolas: Secretaria da Educação de São Sebastião Fotos das ilhas: Celso Moraes

P. 12 e 13 Imagens do livro: Vistadivina P. 12 e 13 Imagens do livro: Vistadivina P. 14 Ilustração sobrevoo do avião: Sattu Foto da cidade: Geodados Tecnologia Imagens oblíqua e vertical: Spotmaps P. 15 Mapas: Vistadivina Ilustração de projeção cilíndrica: Alexandre Jubran Primeira e segunda fotos aéreas: Prefeitura de São Sebastião/2009 Terceira imagem de satélite: 2010, Vistadivina/2000, USGS, Landsat 7 ET M P. 16 Tábula Itinerária Peutingeriana: Biblioteca Nacional de España Reprodução fotográfica da imagem de Fra Mauro (feita com imagem do Acervo da Fundação Biblioteca Nacional-Brasil): Angelo Antonio Duarte Mapa T-O, Ptolomeu e Terra Brasilis: Acervo da Fundação Biblioteca Nacional - Brasil Ga Sur: Georama Cartas portulanas: University of Alabama Capitanias Hereditárias: Instituto Cultural Banco Santos P. 17 Gerardus Mercator, Planisfério de Cantino e Planisfério de Piri Reis: Acervo da Fundação Biblioteca Nacional-Brasil Mapa de São Sebastião: Arquivo Municipal de São Sebastião Abraham Ortelius: Van Der Krogt P. 18, 19, 20, 21 Imagens de satélite: 2010, Vistadivina Nasa Earth Observatory P. 22 Imagem de satélite: 2010, Vistadivina/ USGS Landsat 7 ETM

P. 36 Classificação do uso da terra: Vistadivina Imagem de satélite: Spotmaps P. 37 Mapa do trajeto dos moradores: Vistadivina/Prefeitura de São Sebastião Fotos de Felipe e Almerindo: Reginaldo Pupo Foto de Neide: Felipe Seibel P. 38 Mapa de São Paulo (maior): 2010, Vistadivina/Nasa Earth Observatory Mapa do desmatamento em São Paulo: Eli Sumida Foto do Morro do Diabo: Viento del Cambio Foto de Paranapiacaba: Fabio Raphael P. 39 Mapas do Brasil político: Vistadivina Perfil da vegetação: Sattu Mapa do Brasil: Vistadivina P. 40 e 41 Planisfério: 2010, Vistadivina/Nasa Earth Observatory Porto de Durban: Esthr/Flickr Porto de Los Angeles: wirralwater/Flickr Porto de Singapura: Dmitry Klimenko/ Flickr Porto de Melbourne: irene/Flickr Porto de Roterdã: www.portogente. com.br Porto de Santos: www.sindmar.org.br Porto de São Sebastião: Celso Moraes P. 42 e 43 Ilustração galáxia: Sattu Imagens de satélite: Vistadivina Pág 44 Mapa acesso a São Sebastião: Vistadivina Foto da placa: Reginaldo Pupo Foto da vista: Arquivo Parque Estadual da Serra do Mar

P. 45 Mapa acesso a São Paulo: Vistadivina Mapas dos transportes: Vistadivina Foto do rodoanel: Dolf P. 46 Ilustração: Sattu P. 47 Fotos antigas da Cadeia e da Igreja Matriz: G. Stanzione Foto antiga Casa Esperança: Comissão Geografica e Geologica do Estado de São Paulo Foto da Casa Esperança: Reginaldo Pupo Foto Cadeia: Prefeitura de São Sebastião Foto da Igreja Matriz: Celso Moraes Fotos do Geovani, Álvaro e Adolfo: Reginaldo Pupo P. 48 e 49 Mapa da cultura tradicional: Vistadivina Ilustrações: Meire de Oliveira Mapa imigrantes no Brasil: Vistadivina Mapas migração do século 20: Eli Sumida P. 50 e 51 Foto centro histórico: Reginaldo Pupo Foto Sítio Arqueológico São Francisco: Reginaldo Pupo Foto Reserva Indígena Guarani do Rio Silveira: Reginaldo Pupo Foto azul-marinho: Felipe Seibel Foto praias e condomínios: Carla Arena/ Flickr Foto ecoturismo: Luciano Vieira Foto paisagens: Adriana Mattoso Foto Teatro Municipal: Reginaldo Pupo Foto festa de São Sebastião: Celso Moraes Foto festa de São Pedro: Celso Moraes Foto festa de Santana: Arquivo Histórico de São Sebastião P. 52 e 53 Ilustrações: Alexandre Jubran Ilustração do eixo da Terra: Sattu Mapa clima do Brasil: Vistadivina P. 54 e 55 Ilustração: Sattu Mapa da variação de temperatura: Eli Sumida/Nasa Earth Observatory

P. 56 e 57 Mapas: Eli Sumida Ilustração: Sattu P. 58 e 59 Ilustração: Sattu Foto do menino na bicicleta e garotos sentados: Kiko Ferrite Foto dos cestos, da mão de criança nas mudas de planta e reciclagem: Angela Sevin P. 60 e 61 Mapa do relevo de São Paulo: 2010, Vistadivina/ NA SA`S Earth Observatory Mapa das unidades de relevo: Vistadivina Ilustração corte de relevo: Alexandre Jubran P. 62 e 63 Ilustração: Tato Araújo e Sattu Mapa de sismologia: Vistadivina P. 64 e 65 Ilustração: Alexandre Jubran P. 66 Mapa da bacia hidrográfica: 2010, Vistadivina/Nasa Earth Observatory P. 67 Ilustração dos rios celestes: Sattu Mapa da bacia do Prata e aquífero Guarani: Vistadivina Climogramas: Vistadivina P. 68 e 69 Ilustração: Sattu Mapa da escassez: Eli Sumida Mapa da disponibilidade de água no Brasil: Vistadivina Ilustrações: Sattu P. 70 e 71 Ilustrações: Sattu e Alexandre Jubran Fotos reciclagem: Reginaldo Pupo Mapa de destino do lixo no Brasil: Eli Sumida P. 72 e 73 Mapa tipos de ecossistema: Vistadivina Foto Costão Rochoso: Celso Moraes Foto Marinho: Elsie C. Orabona Foto Mangue: Luciano Vieira Foto Mata Atlântica: Paulo Brabo Foto Praia: Bruno Buccalon Foto Restinga: Helder Foto Rio: Mari & Nacho

P. 74 e 75 Mapa unidades de conservação: Vistadivina Imagem de São Sebastião/parque: Spotmaps Fotos animais: Arquivo Parque Estadual da Serra do Mar Fotos Guapuruvu/Manacá da Serra: Mauro Guanandi Foto Bicho-preguiça: Ana Cotta Foto Golfinho: Diego Daca Foto Jararaca: Peterson Leivas P. 76 Mapa: Vistadivina Foto do Altiplano: Kanji Roushi Foto da Savana: Juan Jaén Foto da Patagônia: Tibby Jones

P. 90 a 97 Ilustrações: Sattu Mapa das endemias: Vistadivina Mapa animais em risco de extinção: Vistadivina P. 98 e 99 Imagem de satélite: 2010, Vistadivina/ NOAA's National Geophysical Data Center Imagem de satélite menor: 2010, Vistadivina/Image Science and Analysis Laboratory, Nasa-Johnson Space Center, "The Gateway to Astronaut Photography of Earth" P. 100 e 101 Ilustrações: Sattu Mapa da rede elétrica: Vistadivina

P. 77 Ilustração: Alexandre Jubran Foto da mata Atlântica: Glauco Umbelino Foto da Mata das Araucárias: Felipe Miguel Foto da Campinarana: Daniele Gidsicki Foto da Caatinga: Maria Hsu Foto dos Campos: Edu Fon Foto da Mata dos Cocais: Laison Bandeira Foto Complexo do Pantanal: Raphael Milani Foto da vegetação litorânea: Luísa Alvim Foto da Floresta Amazônica: Veronique Foto do Cerrado: Chris Diewald Debord

P. 102 e 103 Mapa energia alternativa: Vistadivina Foto energia solar: Anna/Wiki Foto energia orgânica: SXC.hu Foto hidrelétrica: Alexandre Marchetti/ Itaipu Binacional Foto energia geotérmica: Gretar Ívarsson/ Wiki Foto energia maremotriz: Wiki Foto energia eólica: Folhapress

P. 78 a 81 Ilustração: Alexandre Jubran

P. 106 e 107 Ilustração das bandeiras: Alexandre Jubran Foto São Sebastião: Luciano Saraceni

P. 82 e 83 Foto São Sebastião: Luciano Saraceni Foto Praia da Frente: Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo Foto Toque Toque Pequeno: Agnello Ribeiro dos Santos Foto Rio-Santos: Arquivo DER Foto ecoturismo: José Boaventura de Freitas/sxc.hu P. 84 a 87 Ilustração: Céllus

P. 104 e 105 Organograma:Céllus Foto: Folhapress Imagens dos documentos: Eduardo Delfin

P. 108 Foto das crianças de São Sebastião: Reginaldo Pupo Foto das crianças peruanas: Caio Vilela P. 109 Fotos: Caio Vilela P. 108 Foto: Pedro Moraes

P. 88 e 89 Ilustração: Caeto

atlas ambiental: SÃO Sebastião

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Entenda termos e palavras A

AGENDA 21 Roteiro de ações e metas para o século 21 que visam ao desenvolvimento sustentável, assinado na Conferência Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro. p. 81 ASTEROIDE Qualquer dos pequenos corpos celestes que gravitam em torno do Sol, na maioria em órbitas situadas entre as de Marte e Júpiter. p. 42 ASTRÔNOMO Especialista na observação e no estudo sistemático do universo sideral e dos corpos celestes com o objetivo de situálos no espaço e no tempo e explicar suas origens, seus movimentos e suas características. p. 42 ATERRO CONTROLADO Antigo lixão, destino mais comum dos resíduos sólidos domiciliares, que passa a receber lixo após se adequar a normas mínimas de segurança. Se mal operado, pode voltar a comprometer a qualidade das águas subterrâneas. p. 70 ATERRO SANITÁRIO Dentro das normas, possui impermeabilização do terreno e tratamento dos gases e dos líquidos (chorume) eliminados na decomposição do lixo, diminuindo a poluição. p. 70 ATMOSFERA Camada de ar que envolve a Terra. Tem 5 km de altura e é formada por cinco subcamadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera. p. 44, 52, 54, 57, 58, 59, 91, 92, 102

B

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BIOGÁS Combustível gasoso liberado por biodigestores e na produção de fertilizantes naturais. p. 71, 90, 102, 103

ESCAMBO Relação de compra e venda em que um objeto é trocado por outro, e não por moeda. p. 86

C

ESTATUTO Conjunto de regras que organiza o funcionamento de grupos, instituições, órgãos, estabelecimentos e empresas. p. 88, 89

CALOTA POLAR Região centrada na zona polar de um planeta, coberta por gelo e com latitude elevada. p. 68 CAPITANIA HEREDITÁRIA Forma de administração territorial do império português, em que a coroa doou lotes de terras a particulares para que colonizassem e explorassem determinadas áreas do país. p. 16, 38, 106, 107 CARTÓGRAFO Profissional que trabalha na confecção de mapas (também chamados de cartas cartográficas). p. 14, 16, 17 CLARABOIA Abertura ou janela envidraçada de alto de edifícios ou casas que permite a entrada de luz. p. 91 COMBUSTÃO Queima de algo em estado líquido, sólido ou gasoso, que libera gases. p. 102 COMPOSTEIRA Estrutura que permite transformar resíduos orgânicos em adubo natural por meio de decomposição. p. 91 COMPRESSOR REDUTOR Aparelho que comprime a vazão da água de uma torneira, por exemplo, aumentando a pressão e diminuindo o volume de saída de água. p. 90

BACIA HIDROGRÁFICA Também chamada de bacia de drenagem de um curso d’água. É o conjunto de terras que drena a água das chuvas para o curso de água. Constitui uma área geográfica, medida em quilômetros quadrados. p. 66, 67, 68, 69, 95, 100

CÔNICO Que tem forma de cone. p. 16, 77

BIODIGESTOR Equipamento para transformar resíduos orgânicos, como fezes e urina, em adubo. p. 90

ECOLÓGICO Diz-se das interações entre os meios físicos e bióticos, também entre o homem e o meio ambiente. p. 45, 74, 102

atlas ambiental: SÃO Sebastião

CENTRO DE MONITORAMENTO Responsável pela observação contínua de uma determinada região ou ecossistema. p. 13

E

ESTRATOSFERA Camada mais afastada da atmosfera, localizada depois da troposfera (a camada mais próxima). p. 59

F

FLATULÊNCIA Emissão de gases pelo ânus, pum. p. 59 FOTOVOLTÁICO Que converte energia luminosa em energia elétrica ou eletromotriz. p. 91

G

GLOSSÁRIO Parte da publicação em que se dá a explicação de palavras obscuras ou em desuso. p. 10, 114

H

HOMINÍDEO Considerado o maior primata (com peso entre 48 e 270 kg e cérebro mais desenvolvido), é da família dos chimpanzés, gorilas e seres humanos. p. 55

I

ILUMINURAS Peças originadas da arte ou ato de ornamentar texto, página ou letra inicial, com desenhos, arabescos, miniaturas e grafismos diversos. p. 14

L

LENÇOL FREÁTICO Reservatório de água subterrânea decorrente da infiltração da água da chuva no solo. p. 64, 65, 69, 70 LONGEVIDADE Qualidade do que tem durabilidade. Duração da vida (de um indivíduo, de um grupo, de uma espécie). p. 88

M

MANEJO SUSTENTÁVEL Gestão do ambiente e de seus recursos (madeira, alimento e água, entre outros) de modo que seu uso seja constante e não sofra redução num futuro indefinido. p. 80 MATA CILIAR Vegetação situada nas margens dos rios e mananciais que funciona como uma espécie de “cílio” e protege os cursos de água do acúmulo de terra. p. 81 MEIO AMBIENTE Conjunto de fatores físicos, biológicos e químicos que cerca os seres vivos, influenciando-os e sendo influenciado por eles. p. 56, 59, 66, 70, 74, 79, 80, 81, 83, 88, 89, 105, 111 MIGRAÇÃO Movimento de entrada (imigração) ou saída (emigração) de indivíduo ou grupo de pessoas entre países diferentes ou dentro de um mesmo país, por razões principalmente econômicas. Entre os animais, os fatores ambientais estão associados aos deslocamentos de algumas espécies durante períodos do ano. p. 112, 113

O

ORGÂNICO Pertencente a uma classe de compostos químicos que contém cadeias ou anéis de carbono ligados a hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, incluindo plantas e animais. p. 64, 70, 71, 73, 91, 96, 102, 103, 113

P

PALAFITA Conjunto de estacas que sustentam habitações construídas sobre a água. p. 96 PERGAMINHO Documento escrito sobre pele preparada de cabrito ou ovelha ou sobre papel sem cola de aspecto semelhante à pele dos animais. p. 16 PERMEÁVEL Diz-se dos corpos que deixam outros corpos atravessarem seus poros. A água que passa por um tecido é um exemplo. p. 91

POÇO ARTESIANO Grande buraco cavado de forma perpendicular ao solo até atingir o lençol freático. (água subterrânea). p. 67

RENDA Total das quantias recebidas por uma pessoa ou entidade em troca de trabalho ou de serviço prestado. p. 71, 85, 88, 105

POLUIÇÃO Degradação dos aspectos físicos ou químicos do ecossistema, por remoção ou adição de substâncias. Rios que recebem esgoto sem tratamento são

REPRESSÃO Ação de reprimir, castigar, punir. p. 88

meios comuns de poluição, mas essa alteração ambiental também pode ser atmosférica, térmica ou sonora. p. 44, 58, 59, 66, 68, 70, 74, 78 PROJETO DE LEI Texto ou versão preliminar de lei antes de ser aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo Executivo – dois dos poderes do Estado. p. 104 PROPORCIONALIDADE Característica do que é proporcional. Aquilo que se mantém na mesma relação que outra coisa em intensidade, grandeza ou grau. p. 14

Q

QUATERNÁRIO Período geológico. É o atual período de evolução da estrutura das rochas no planeta Terra, iniciado entre 1 milhão e 600 mil anos atrás. O resultado desse período é a disposição de hoje dos continentes. p. 55

R

RAIO ULTRAVIOLETA Radiação eletromagnética com um comprimento de onda menor que o da luz visível e maior que a dos raios X. A palavra ultravioleta significa “mais alta que a violeta”, já que essa é a cor visível com comprimento de onda mais curto e maior freqüência. p. 58, 59

S

SALOBRA Dissolução com alguns sais ou substâncias na água que a torna desagradável ao paladar. A água do sertão nordestino é um exemplo. p. 68 SENSOR Dispositivo que responde a estímulos físicos (como calor, luz, som e pressão) e transmite um impulso correspondente. Com ele, é possível, por exemplo, detectar focos de queimada e desmatamento. p. 13 SUSTENTÁVEL Qualidade de um elemento que permite a sua utilização no longo prazo de forma a não agredir o meio-ambiente e garantir o bem-estar social. p. 74, 80, 81, 90, 111

T

TARIFA Percentual cobrado com base no valor de uma mercadoria ou de um serviço. p. 86, 87 TENSÃO Intensidade de energia elétrica que percorre fios e cabos ou que alimenta um circuito elétrico, como o de uma TV. p. 101 TRANSAÇÃO Negócio, operação ou ato comercial (de compra ou venda). p. 41, 86

RAREFEITO Qualidade de substâncias ou compostos que se tornam menos densos ou numerosos. p. 58

U

REDUTOR DE VAZÃO Conjunto de peças usado no interior de tubulações para diminuir a vazão de líquidos. Pode ser utilizado para diminuir a vazão d’água na torneira ou no chuveiro. p. 90

V

UNICELULARES Seres compostos por uma única célula, como as bactérias. p. 54

VAZÃO Quantidade de líquido que passa por uma corrente, em uma unidade de tempo, como litros por segundo. p. 67, 90, 100

Este livro foi composto nas fontes Adobe Caslon Pro e DIN, em papel Couché Brilho 115 g/m3, impresso em offset na Pancrom Indústria Gráfica em julho de 2010


cost達o de toque toque grande


Boraceia

Jureia Engenho

Barra do Una Juquey Conchas

do Sahy Preta

Ilhas das Couves

Baleia Camburizinho Camburi

Ilha dos Gatos

Boiçucanga

Brava de Fora

Maresias

Paúba

Santiago Toque Toque Pequeno

Ilhote do Apara

Calhetas Toque Toque Grande

SÃO SEBASTIÃO, SP, BRASIL

As Ilhas

Ilha Toque Toque

Conhecer o local onde moramos, em qualquer que seja a escala, é fundamental para que cuidemos de nosso espaço. Afinal, só zelamos por aquilo a que nos sentimos pertencentes. O objetivo do Atlas Ambiental: SÃO SEBASTIÃO, SP, Brasil é estimular a noção de pertencimento de forma a contribuir para que as novas gerações desempenhem um papel ativo neste mundo que as cerca. ISBN 978-85-61951-03-0

9 788561 951030

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Brava


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