A natureza e o comportamento da luz são estudados há muito tempo. Na Grécia antiga, uma das teorias mais aceitas por volta do século V a.C. afirmava que a luz era composta de partículas emitidas pelos olhos, que atingiam os objetos e os iluminavam. Essa ideia, que já havia sido refutada por Aristóteles no século IV a.C., pode estar presente nas concepções alternativas de muitas pessoas quanto à natureza da luz e ao funcionamento da visão. A visão de raio X do Superman, por exemplo, tem um funcionamento que parece baseado nessa concepção: o herói emite feixes de raio X dos seus olhos e estes revelam o que há atrás de paredes ou outros corpos. Comentar esse exemplo com os estudantes e questionar se eles consideram que essa possibilidade é plausível. Analisar as respostas para avaliar a compreensão dos estudantes acerca do comportamento da luz e do funcionamento da nossa visão. A partir de questões como “Por que não conseguimos enxergar no escuro?” e “Quais são as diferenças entre ler em uma tela de computador e uma página de livro impresso?”, encaminhar a conversa para que os alunos compreendam que nós só conseguimos enxergar um objeto quando nossos olhos captam a luz que foi emitida (corpos luminosos) ou refletida (corpos iluminados) por ele. Feito isso, convém explicar que os raios X atravessam uma grande variedade de materiais sem serem refletidos, e que por isso a visão de raio X do Superman seria inconsistente tecnicamente.
Reflexão
AS CORES NÃO SÃO REAIS.
Assim como as ondas sonoras podem ser refletidas ao atingir uma superfície, o mesmo pode ocorrer com as ondas eletromagnéticas. Dependendo da superfície, a reflexão pode ser regular ou difusa. Vamos analisar exemplos que envolvem a luz visível. Ao incidir sobre superfícies planas e lisas, como espelhos ou metais polidos, os raios luminosos sofrem reflexão regular, isto é, são refletidos de maneira ordenada. É por esse motivo que conseguimos visualizar nitidamente os reflexos em um espelho. A reflexão difusa ocorre quando os raios luminosos incidem sobre superfícies irregulares, como uma parede ou as páginas deste livro. Nesse caso, eles são refletidos em direções diferentes, de maneira desordenada. Por esse motivo, não conseguimos enxergar reflexos olhando para uma parede pintada.
IMAGENS FORA DE PROPORÇÃO.
A
B ILUSTRAÇÕES: ALEX SILVA
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
Representação simplificada do comportamento dos raios luminosos durante a reflexão regular (A) e a reflexão difusa (B).
Na reflexão, o raio de luz é refletido com o mesmo ângulo que ele incidiu sobre a superfície. Imagine uma reta perpendicular à superfície de um espelho, que o atravessa exatamente no ponto em que o raio de luz incide. O ângulo que o raio incidente forma com essa reta é igual ao ângulo que o raio refletido forma com ela. Normal Raio incidente i
r
Raio refletido
A normal é uma reta perpendicular ao espelho que cruza o ponto onde o raio luminoso é refletido. Na reflexão, o ângulo i que o raio incidente forma com a normal é igual ao ângulo r, entre o raio refletido e a normal.
Em espelhos planos, as imagens refletidas não alteram a forma nem o tamanho dos objetos, ao contrário do que ocorre em espelhos esféricos. Nos espelhos convexos, por exemplo, as imagens refletidas são menores que os objetos reais. Já os espelhos côncavos são capazes de produzir imagens refletidas maiores que os objetos reais, desde que o espelho esteja suficientemente próximo deles. A
B
Raios incidentes
Raios refletidos
Raios incidentes
Representação simplificada da reflexão em espelho convexo (A) e côncavo (B).
Raios refletidos
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