Filosofia autentica

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reproduç ão/museu rodin, paris, fr anç a

Foi um filósofo e teólogo alemão. Buscou estabelecer um conhecimento geral sobre a arte da interpretação dos textos e discursos, chamando a atenção para o papel dos indivíduos na construção do sentido dos mesmos textos e discursos. Dedicou-se também a identificar a Religião como uma área específica entre os saberes. Obras mais conhecidas: Hermenêutica e Sobre a religião.

ao seu conteúdo um tratamento próprio de outros saberes. Com efeito, Prometeu é uma personagem da mitologia grega, intermediário entre os deuses e os humanos, e responsável por um ato de violência contra os deuses: junto de Epimeteu, seu irmão, Prometeu havia recebido dos deuses a tarefa de produzir os animais e os seres humanos. Epimeteu se ocupou dos animais e deu a eles vários dons, como a força, a velocidade, as asas, as garras etc. Quando quis produzir o ser humano, já não tinha mais recursos para dar. É por isso que ele se chamava Epimeteu, que, em grego, significa “aquele que reflete depois de ter agido”. Prometeu, então, roubou o saber divino, simbolizado pelo fogo sagrado do Olimpo (residência dos deuses) e o deu aos humanos. Por direito, o fogo era reservado aos deuses; e Prometeu sabia disso (seu nome significa “aquele que vê e reflete antes de agir”). Como castigo, Zeus, o maior dos deuses, condenou Prometeu a ser acorrentado no alto do monte Cáucaso, aonde todos os dias vinha uma ave devorar seu fígado. Para seu sofrimento ser ainda mais forte, seu fígado se refazia todos os dias. A condenação previa que ele sofresse por 30 mil anos, mas Hércules o libertou, oferecendo, em troca de Prometeu, o centauro (um ser que era metade homem, metade cavalo) de nome Quíron.

friedwater/Cre ative Commons

Friedrich Schleiermacher (1768-1834)

Stonehenge, Reino Unido. Alguns lugares do mundo, como Stonehenge, são conhecidos por despertarem em seus visitantes o senso do mistério e contribuem para o sentimento de dependência de que falava Schleiermacher.

O mito de Prometeu representa o orgulho humano e sua vontade de ignorar os deuses, ou, mais do que isso, de querer igualar-se a eles ou até superá-los. Por essa razão, Schleiermacher o associa às tentativas filosóficas de ignorar a especificidade da experiência religiosa ou de explicá-la com base em outros saberes. REPRODUÇÃO/ACERVO PARTICULAR

Anônimo (séc. XVIII), Prometeu acorrentado, escultura em terracota.

E X E R C Í CI O

B

p. 496

1. O que permite afirmar que na experiência reli-

giosa a pessoa experiencia a si mesma sem que, por isso, ela viva uma ilusão ou uma fantasia? 2. Por que Friedrich Schleiermacher defendeu a

Auguste Rodin (1840-1917), La main de Dieu ou la création (A mão de Deus ou a criação), 1896, escultura. A experiência de sentir-se plasmado por um criador é um dado fundamental da vivência da fé religiosa.

necessidade de identificar um sentimento especificamente religioso? 3. Qual o conteúdo do sentimento religioso se-

gundo Schleiermacher? 4. Observando sua própria vida, você considera

que possui sentimento religioso? Justifique sua resposta.

A e x p er i ê n c i a re l i g i os a

Capítulo 13

Unidade 2

313


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