Para refletir A perda do nome Na hora do embarque para o Brasil, o africano era “batizado”; ou seja, perdia seu nome original e passava a ter um nome português. Para certos povos africanos isso era mais doloroso, pois, em alguns lugares da África, o nome dado a uma pessoa tem um significado especial. O nome português, dado no batismo, devia ajudar a apagar da memória do africano todo o seu passado: sua família, seus amigos, sua língua e seu lugar de origem. • O que você sentiria se trocassem o seu nome, e o(a) levassem para um lugar distante e diferente do seu? Como você reagiria?
O trabalho
Cenas de trabalho. À esquerda, detalhe da página 15 do Caderno de Desenho, de autoria de J. B. Debret, c. 1820. À direita, prancha intitulada Costumes do Brasil, c. 1820. Detalhe da página 39 do Caderno de Desenho, de autoria de J. B. Debret.
Jean-Baptiste Debret. Séc. XIX. Gravura. Biblioteca Nacional, Paris
Debret. Séc. XIX. Aquarela. Coleção particular
Os africanos não vieram para a América por vontade própria; foram trazidos para cá para trabalhar. Os escravizados trabalhavam de doze a quinze horas por dia: começavam entre 4 e 5 horas da manhã e iam até o anoitecer. Por vezes, as manhãs dos feriados e domingos eram usadas no conserto de cercas, estradas e em outros serviços. O homem trabalhava como agricultor, carpinteiro, ferreiro, pescador, carregador e em várias outras funções. A mulher cultivava a terra, cuidava dos doentes, colhia e moía a cana, lavava, passava, fazia partos, vendia doces e salgados etc.
Entre os trabalhadores afrodescendentes havia também libertos, nome que se dava àqueles que tinham conseguido a carta de alforria, documento de libertação obtido geralmente após longos anos de trabalho. Os africanos aqui desembarcados trouxeram consigo não apenas sua força de trabalho, mas também suas culturas. E, o que é importante dizer, essas culturas africanas marcaram profundamente nossos modos de viver, pensar e sentir.
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