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4 CANT OS | D A N Ç A

Movimentos de vanguarda A 13ª TEMPORADA DE DANÇA DO TEATRO ALFA INVESTIU NAS LINHAS DE TRABALHO MAIS MODERNAS PARA COMPOR SUA PROGRAMAÇÃO, QUE CONTA COM NOMES TÃO DISTINTOS QUANTO A CIA. DE DANÇA DEBORAH COLKER E O GRUPO JAPONÊS DE BUTÔ SANKAI JUKU

Em ano de Olimpíadas no País, Deborah Colker tem respirado esporte dentro e fora do palco. Convocada para assinar a cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016, a coreógrafa carioca permanece neste universo também quando à frente de sua companhia de dança. A mais recente criação da artista é VeRo, espetáculo resultado da fusão de Velox (1995) e Rota (1997), duas de suas obras de maior sucesso. O trabalho, que de certa forma homenageia as Olimpíadas, terá sua estreia no dia 23 deste mês e marcará a abertura da 13 a edição da Temporada de Dança do Teatro Alfa, em São Paulo. 032 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6

Por VITÓRIA BATISTOTI

Como de praxe, a agenda do evento mistura trupes brasileiras e estrangeiras que trazem à capital paulista as grandes tendências da dança contemporânea mundial. Entre as nacionais, juntam-se à Cia. de Dança Deborah Colker o celebrado Grupo Corpo, que mostra todo o seu gingado nas coreografias Dança Sinfônica (2015) e 21 (1995), e os bailarinos da Mimulus, também de Belo Horizonte, com o espetáculo Do Lado Esquerdo de Quem Sobe (2006), que recria poeticamente a ocupação desordenada de espaços urbanos da capital mineira. Na ala dos internacionais, a diversidade artística é ponto alto. O Ballet

de Santiago desembarca em solo brasileiro com Zorba, o Grego (2013), adaptação do romance homônimo de Nikos Kazantzakis, que enaltece a mística do povo grego ao representar, a partir da dança, sentimentos como a tristeza e a alegria. Vindo do outro lado do mundo, apresenta-se o aclamado grupo japonês Sankai Juku, representante da segunda geração da dança butô, criada em 1950. Sua obra Meguri (2015) traz oito bailarinos e fala de ciclos e movimentos rotativos num cenário inspirado em fósseis de plantas e animais marinhos que surgiram na era paleozoica. “Quando se junta a música ao gestual e à iluminação, o desdobramento do espetáculo é incrível. É uma experiência quase espiritual”, descreve Elizabeth Machado, superintendente do Teatro Alfa. Em contrapartida às tradições orientais, a Temporada conv idou a companhia francesa de hip hop Käfig para fechar a programação. Tendo as projeções digitais como grande aliada, os onze bailarinos de Pixel (2014) convidam o público a experimentar a fronteira entre o virtual e a realidade a partir de uma coreografia pra lá de contemporânea, que mistura dança, poesia, música e circo.

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FOTOS: FL ÁVIO COLKER/DIV. (ROTA); SANK AI JUKU/DIV. (MEGURI); JOSÉ LUIZ PEDERNEIRAS/DIV. (21); L AURENT PHILIPPE/DIV. (PIXEL)

Aqui, Rota, uma das coreografias de VeRo, da Cia. de Dança Deborah Colker; ao lado, Meguri, de Sankai Juku. Na página ao lado, à esquerda, 21, do Grupo Corpo; e, à direita, Pixel, da Käfig


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