Azul 37 completa

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#37 MAIO SÃO PAULO RECEBE EXPOSIÇÃO DE PABLO PICASSO AS PRINCIPAIS FESTAS DE SÃO JOÃO NO NORDESTE A DENSA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE DEBORA BLOCH

A ADMIRÁVEL MISTURA DO VINTAGE COM O MODERNO NA CAPITAL PORTUGUESA, PRIMEIRO DESTINO DA AZUL NA EUROPA

lisboa



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AZUL MAGAZINE #37

Sumário

M A I O 2 016

26

32 34 14 Editorial 16 Expediente 18 Colaboradores

42 58

4 CANTOS

54

26 28 32 34

Agenda Exposição Literatura Cinema

HIGHLIGHTS

56

52

42 52 54 56 58 60 62 66

Menu Concierge Hotspot 5 Perguntas Take 5 Vitrine Olhar Azul Colunas

Mário Magalhães Mara Salles Denise Campos de Toledo

AZUIS

130 Novidades 133 Curtas 136 Linhas de Ônibus 138 Experiência Azul 141 Mapa de Rotas 146 Panorâmica 010 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6



Sumário 78

DESTINOS

108

78

Lisboa

90

Festas de São João

O clima autêntico e cosmopolita da capital portuguesa

Diversão e muita dança nos principais arraiais do Nordeste

100 Belém

100

O Festival Ver-o-Peso e as atrações imperdíveis da cidade

103

Bonito A artista plástica Nina Pandolfo indica o melhor do destino

EM FOCO

90 012 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

108

Debora Bloch

116

Favela Orgânica

122

Sociedade

126

A Tal da Castanha

A trajetória da atriz que cresceu entre as coxias

O ambicioso projeto que visa ao fim do desperdício de comida

A economia colaborativa e a nova maneira de consumir

A start up que lançou o primeiro leite à base de castanha-de-caju



Editorial Azul opera em novo terminal de Viracopos Caro leitor,

Antonoaldo Neves PRESIDENTE

014 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

RETRATO: DIVULGAÇÃO

Nossa casa está de cara nova: o aeroporto Os aviões, que foram completamente remodelade Viracopos, em Campinas, principal centro dos, juntamente com o excelente atendimento de de operações da Azul, inaugurou no mês passanossa equipe de Tripulantes, conferem o melhor serviço internacional oferecido a partir do Brasil do o novo terminal de passageiros, o T1. Agora, para a Europa e os Estados Unidos. todos os voos da companhia, os domésticos e os Se você está se programando para aproveitar internacionais, partem do local. A Azul conta, inicialmente, com dez posições as férias de julho no exterior, não deixe de conferir equipadas com fingers, além de outras com emos pacotes da Azul Viagens, nossa operadora de barque remoto. Nossa expecturismo. Além de opções para tativa é de que, até novembro, a Europa, via Lisboa, a empresa mais posições com fingers e um fechou uma nova parceria com pátio para as aeronaves ATR, ina Norwegian Cruise Line e, a DO NOVO TERMINAL tegrado ao novo terminal, sejam partir de agosto, oferece ainDO AEROPORTO DE entregues, ampliando ainda mais da mais opções de cruzeiros VIRACOPOS SAIRÃO o conforto de nossos Clientes. partindo de Miami, via Fort Do novo terminal sairão tamLauderdale. TAMBÉM OS VOOS DA bém os voos da Azul para Lisboa, Outras novidades nas maAZUL PARA LISBOA, que têm estreia marcada para o lhas doméstica e internacional QUE TÊM ESTREIA dia 22 de junho. As passagens da da Azul estão a caminho. A MARCADA PARA nova operação já estão à venda companhia deve iniciar nos com preços bastante atrativos. próximos meses voos para Sor22 DE JUNHO” Seremos a única aérea brasileira riso, no Mato Grosso, Lages, em a ligar Brasil e Portugal em freSanta Catarina, e Santo Ângelo, quências diretas, com opções de conexão para 80 no Rio Grande do Sul. A capital uruguaia, Montedestinos em 35 países servidos pela TAP desde a vidéu, também será servida por voos da empresa, capital portuguesa. com operações previstas para ter início em julho. Além da conveniência de conexões e horáAgradeço a você, Cliente Azul, a confiança e rios, a bordo dos jatos Airbus A330, os Clientes a preferência de voar conosco. Desejo uma boa da Azul desfrutam de uma experiência exclusiva. leitura e um excelente voo!



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A ADMIRÁVEL MISTURA DO VINTAGE COM O MODERNO NA CAPITAL PORTUGUESA, PRIMEIRO DESTINO DA AZUL NA EUROPA

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#37 MAIO

Gerente Administrativa

Thuany Tirapani

SÃO PAULO RECEBE EXPOSIÇÃO DE PABLO PICASSO AS PRINCIPAIS FESTAS DE SÃO JOÃO NO NORDESTE A DENSA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE DEBORA BLOCH

lisboa

A ADMIRÁVEL MISTURA DO VINTAGE COM O MODERNO NA CAPITAL PORTUGUESA, PRIMEIRO DESTINO DA AZUL NA EUROPA

IMPRESSÃO CTP, Impressão LOG & PRINT e Acabamento Gráfica e Logística S.A. Tiragem

70.000 exemplares

thuany@azulmagazine.com.br

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AZ UL LI NHAS AÉRE AS BRAS ILE IRAS MA IO 2016

A Z UL L I NHA S AÉ R EA S B RA S I L E I R AS MA I O 2016

37

37

Foto da capa Chema Llanos

Azul Magazine não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de Azul Magazine ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em seu poder uma carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada por pessoa que conste do expediente.

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A Azul Magazine é uma publicação mensal da Editora Ferrari com conteúdo desenvolvido pela Azul Magazine, uma parceria entre as empresas Azul Linhas Aéreas e Editora Ferrari. 016 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6



Colaboradores Chema Llanos FOTÓGR AFO

Há cinco anos em São Paulo, o espanhol é expert em registros de viagens e artes cênicas e também adora fotografar famílias de comunidades isoladas. São dele as imagens de Lisboa, primeiro destino da Azul na Europa e que estampa a capa desta edição.

Daryan Dornelles

Leonardo Wen

FOTÓGR AFO

FOTÓGR AFO

Já teve suas imagens impressas em mais de 100 capas de discos, de Chico Buarque a Marcelo Jeneci. Em 2014, lançou o livro Retratos Sonoros, uma compilação de cliques de músicos brasileiros. Nesta edição ele assina os retratos da atriz Debora Bloch.

Nascido em Brasília, estudou fotografia em São Paulo, Londres e Lima, e hoje mora no Rio de Janeiro. Colabora em publicações estrangeiras, como o jornal alemão Die Zeit e o holandês Volkskrant. Para este número ele registrou os cenários das principais vinícolas do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha.

Pedro Henrique França

018 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

Cíntia Bertolino J O R N A L I S TA

Natural de Jundiaí (SP), já colaborou em revistas como Travel+Leisure, Casa e Comida e Piauí e escreveu para o caderno Paladar, do jornal O Estado de S.Paulo. Saiu da redação para estudar cultura alimentar e comunicação, em Bra, na Itália. Aqui, ela relata detalhes das visitas oferecidas pelas vinícolas do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul.

FOTOS: LEONARDO WEN (CÍNTIA BERTOLINO); ARQUIVO PESSOAL

J O R N A L I S TA

Também roteirista, passou pelo jornal O Estado de S.Paulo e pela revista Joyce Pascowitch. Recentemente colaborou em publicações de Nova York, onde morou durante um ano, antes de estabelecer residência no Rio de Janeiro. Já, trabalhou no programa Esquenta, da Globo, e hoje atua como freelancer. Para esta Azul Magazine ele entrevistou a atriz Debora Bloch.


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28 Exposição São Paulo recebe mostra em homenagem a Pablo Picasso

32 Literatura Gero Camilo lança livro escrito durante temporada no México

4 cantos

34 Cinema Amores Urbanos retrata desventuras da geração de 30 anos

28

FOTOS: RMN- GRAND PAL AIS/JEAN- GILLES BERIZZI/DIV. (O BEIJO); DIVULGAÇÃO

34


4 CANT OS | A G E N D A

maio dia

5

Vivo Open Air BRASÍLIA, DF

A iniciativa de cinema a céu aberto dá início à sua programação na capital federal, onde os espectadores poderão assistir a filmes inéditos em salas brasileiras, além de clássicos da sétima arte, como O Iluminado (1980). Destaque para a animação O Menino e o Mundo (foto), longa nacional que concorreu ao Oscar este ano. No segundo semestre, o festival desembarcará em Recife. PONTÃO DO LAGO SUL, SHIS QL 10, LOTE 1/30, BRASÍLIA. DE 5 A 22 DE MAIO. QUA. A SÁB., ÀS 18H; DOM., ÀS 16H. R$50

dia

6

VIVO.COM.BR/OPENAIR

Gota D’Água [A Seco] RIO DE JANEIRO, RJ

Sucesso do teatro na década de 70, a transposição da tragédia grega Medeia para a realidade de um conjunto habitacional do subúrbio carioca, originalmente escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes, em 1975, volta ao palco numa adaptação de Rafael Gomes. Com a adição de novas canções e pequenas citações de letras de Chico, a peça Gota D’Água [A Seco] desenrola-se a partir do fim do romance de Joana (Laila Garin) e Jasão (Alejandro Claveaux) e gira em torno do embate sobre injustiças sociais. THEATRO NET RIO, R. SIQUEIRA CAMPOS, 143, COPACABANA, RIO DE JANEIRO. DE 6 DE MAIO A 26 DE JUNHO. QUI. A SÁB., ÀS 21H; DOM., ÀS 20H. ENTRE R$50 E R$150 21 2547 8060

THEATRONETRIO.COM.BR

dia

14

Almir Sater, Renato Teixeira e Sérgio Reis SÃO PAULO, SP

A música caipira é homenageada na turnê Tocando em Frente, que reúne no palco estes três grandes nomes da vertente. O repertório é composto dos maiores sucessos do trio, como Chalana, de Almir Sater, Amanheceu, de Renato Teixeira, e o clássico Menino da Porteira, de Sérgio Reis. Clientes TudoAzul têm 30% de desconto na compra de ingressos para o show. ESPAÇO DAS AMÉRICAS, R. TAGIPURÚ, 795, BARRA FUNDA, SÃO PAULO. SÁB. (14), ÀS 22H30;

dia

17

11 3868 5860

ESPACODASAMERICAS.COM.BR

Casa Cor dia

SÃO PAULO, SP

O Jockey Club recebe a mostra de decoração que convida arquitetos, designers e paisagistas a pensarem a casa como um espaço de celebração da vida. A novidade deste ano é a utilização do Ambulatório do espaço. Construído no início do século 20, o prédio será restaurado e entregue ao Jockey após o evento. Entre os profissionais escalados para a exposição estão Roberto Migotto, David Bastos, Brunete Fraccaroli, Dado Castello Branco, Guilherme Torres, Pedro Lázaro e João Armentano. JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO, AV. LINEU DE PAULA MACHADO, 775, CIDADE JARDIM, SÃO PAULO. DE 17 DE MAIO A 10 DE JULHO. TER. A QUI., DAS 12H ÀS 21H; SEX. E SÁB., DAS 12H ÀS 21H30; DOM., DAS 12 ÀS 20H. ENTRE R$52 E R$150

026 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

CASA.ABRIL.COM.BR/CASA-COR

15

Nivea Viva Rock Brasil FORTALEZA, CE

A quinta edição do evento promete uma viagem cronológica pelos hits do rock nacional nas vozes de Nando Reis, Paula Toller, Pitty e Os Paralamas do Sucesso. Começando com Banho de Lua (1960), de Celly Campello, o roteiro de 35 músicas contempla sucessos da Jovem Guarda, dos Mutantes e da Tropicália, passa pelas décadas de 80 e 90 e chega a canções deste século. Depois de Fortaleza, a festa segue para Salvador (22), Brasília (5/6) e São Paulo (26/6). ATERRO DA PRAIA DE IRACEMA, AV. HISTORIADOR RAIMUNDO GIRÃO, 800, FORTALEZA. DOM. (15), ÀS 17H. GRÁTIS

NIVEAVIVAROCKBRASIL.COM.BR

FOTOS: SILVANA MARQUES/DIV. (GOTA D’ÁGUA [A SECO]); PEDRO GUIDA /DIV. (BOURBON FESTIVAL); DIVULGAÇÃO

DOM. (15), ÀS 20H. ENTRE R$180 E R$280


Música dia

17

Cinema

TV

Esporte

Dança

Literatura

Exposição

Teatro

Outros

Mostra de Animação Russa RIO DE JANEIRO, RJ

Pela primeira vez na América Latina, o evento leva à capital fluminense 45 títulos produzidos de 1950 a 2014. Entre eles estão O Velho e o Mar (foto), baseado no livro de Ernest Hemingway e dirigido por Alexander Petrov, que ganhou em 2000 o Oscar de melhor curta de animação, e O Conto dos Contos, principal obra do artista Yuri Norstein. A mostra possui ainda uma programação de mesasredondas e palestras sobre o tema. CAIXA CULTURAL, AV. ALMIRANTE BARROSO, 25, CENTRO, RIO DE JANEIRO. DE 17 A 29 DE MAIO. R$4 21 3980 3815

CAIXACULTURAL.COM.BR

dia

20

Bourbon Festival PARATY, RJ

Desfrutar do charme da histórica cidade litorânea e, de quebra, assistir a shows de jazz, blues, R&B, soul e música brasileira ao ar livre é a proposta do evento, que este ano faz sua oitava edição. Nas mais de 30 horas de programação, espalhadas por praças, igrejas e outros endereços do município, já estão confirmados nomes como Dianne Reeves, Walter “Wolfman” Washington e Tony Lindsay. CENTRO HISTÓRICO DE PARATY, DE 20 A 22 DE MAIO. GRÁTIS

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dia

20

Festa do Pinhão LAGES, SC

O festival de celebração do famoso ingrediente do Sul do País tem programação que se estende por nove dias e conta com apresentações de Zé Ramalho, Anitta, Naldo Benny, Só Pra Contrariar, Victor e Leo, entre outros. Durante o evento serão realizados também os tradiconais concursos Sapecada da Canção Nativa e Sapecada da Serra Catarinense.

dia

21

Virada Cultural SÃO PAULO, SP

dia

29

Parada do Orgulho LGBT SÃO PAULO, SP

PARQUE DE EXPOSIÇÕES CONTA DINHEIRO, AV. LUÍS DE

As 24 horas ininterruptas de programação cultural na capital paulista voltam em uma edição recheada de grandes nomes da música nacional e performances artísticas que ocuparão diversos bairros. O festival deste ano contará ainda com um aquecimento: o Happy Hour Artístico será realizado na véspera (20), em 12 pontos do centro da cidade – da Praça da Sé à Avenida Ipiranga –, das 17h às 23h.

CAMÕES, 2330, CONTA DINHEIRO, LAGES. DE 20 A 29 DE

VÁRIOS PONTOS DE SÃO PAULO, SÁB. (21) A DOM. (22),

Com o tema “Lei de Identidade de Gênero Já! Todos Contra a Transfobia”, a festa não será feita apenas de cores e folia, mas também de luta e discussão. O Mês do Orgulho LGBT terá uma extensa programação realizada antes mesmo da Parada, com palestras, debates e outras atividades para unir todos em prol da aprovação da Lei de Identidade de Gênero, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados.

MAIO. INGRESSOS PARA OS SHOWS ENTRE R$40 E R$150

DAS 18H ÀS 18H. GRÁTIS

AV. PAULISTA, SÃO PAULO. DOM. (29), ÀS 10H. GRÁTIS

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027


4 CANT OS | E X P O S I Ç Ã O

Talentos múltiplos NA MAIOR RETROSPECTIVA DE PABLO PICASSO EM 12 ANOS NO PAÍS, O INSTITUTO TOMIE OHTAKE RECEBE OBRAS DE TODAS AS FASES DA CARREIRA DO PINTOR, QUE INCLUEM ATÉ PEÇAS DE CERÂMICA E FOTOGRAFIAS Por MÔNICA REOLOM

028 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

Doze anos após a última retrospectiva de sua carreira no Brasil, o espanhol Pablo Picasso ganha nova exposição inteiramente dedicada a ele em São Paulo. Lembrado como um dos fundadores do cubismo e autor de pinturas icônicas, como As Senhoritas de Avignon (1907) e Guernica (1937), o artista será agora agraciado com uma ampla mostra que promete exibir ao público “todas as facetas do gênio”, segundo a curadora Emilia Philippot. “Dos primeiros anos da juventude até os últimos períodos de criação, a seleção compreende as diferentes fases de sua obra e coloca em destaque certos temas de predileção do artista”, afirma.

Batizada de Picasso: Mão Erudita, Olho Selvagem, a mostra entra em cartaz no dia 22 deste mês no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e traz 153 peças que contemplam da pintura à escultura, passando por desenho, gravura, cerâmica e fotografia. Assim como a exposição realizada na Oca, no Parque Ibirapuera, em 2004, todos os trabalhos vêm do Museu Picasso, em Paris – desta vez, porém, em maior quantidade. O local é uma espécie de arquivo pessoal do artista, já que as obras lá exibidas são as que ele conservou em seus ateliês ou readquiriu, após serem vendidas, ao longo de sua vida. “Aqueles que puderam ver


Na página anterior, a escultura L’Orateur, de 1933, e um retrato de Pablo Picasso de 1961. Nesta página, de cima para baixo, Portrait d’Homme (1903) e Joueurs de Ballon Sur La Plage (1928)

a mostra há 12 anos vão encontrar algumas peças conhecidas, mas descobrirão, sobretudo, materiais inéditos, como os estudos sobre o balé Pulcinella (de Igor Stravinsky) e uma coleção de fotogramas feitos nos anos 1950 em colaboração com o fotógrafo francês André Villers”, aponta a curadora. O percurso é cronológico e se articula em torno de dez seções que compreendem os grandes marcos da carreira do pintor. Estão lá o Picasso cubista, que explora a figura do violão; o clássico, dos esboços em aquarela de figurinos para o balé russo; o surrealista, das banhistas pintadas dos anos 1920; o engajado, dos estudos de Guernica; e o experimentador, que se renova nas décadas de 50 e 60 por meio da cerâmica e da fotografia. “Certamente sua obra é conhecida, mas muito frequentemente reduzida a clichês ou a visões parciais que não fazem justiça à amplitude e à diversidade dos territórios abordados, tanto técnica quanto estilisticamente”, salienta Emilia. No entanto, apesar de apostar no viés não convencional do trabalho do espanhol, a exposição também traz obras estabelecidas, como O Beijo (1969) – que esteve em São Paulo em 2004 – e Deux Femmes Courant Sur La Plage e La Danse Villageoise, ambas pintadas em estilo neoclássico no início da década de 20. Completam a coleção 12 fotografias de autoria de Dora Maar, amante de Picasso e musa inspiradora, e dois filmes que mostram o processo de criação do artista: Guernica (1949), de Alain Resnais e Robert Hessens, e O Mistério de Picasso (1956), de Henri-Georges Clouzot.

Picasso: Mão Erudita, Olho Selvagem Instituto Tomie Ohtake, R. Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo. De 22 de maio a 14 de agosto. Ter. a dom., das 11h às 20h. R$12; grátis às terças-feiras INSTITUTOTOMIEOHTAKE.ORG.BR 11 2245 1900

FOTOS: MARIANNE GREENWOOD/GET T YIMAGES (RETRATO); RMN- GRAND PAL AIS/HATAL A BÉATRICE/ DIV. (L’ORATEUR); RMN- GRAND PAL AIS/SUCCESSION PICASSO, 2015/DIV. (PORTRAIT D’HOMME ); RMN- GRAND PAL AIS/OJÉDA RENÉ- GABRIEL /DIV. (JOUEURS DE BALLON SUR L A PL AGE )

029


FOTOS: PATRICE SCHMIDT/MUSÈE D’ORSAY/DIV. (A CASA; A ITALIANA; PERFIL DE MULHER); HERVÉ LEWANDOWSKI /MUSÈE D’ORSAY/DIV. (FRITIL ÁRIAS COROA-IMPERIAL EM VASO DE COBRE )

4 CANT OS | E X P O S I Ç Ã O

Revolução cromática

COM ESTREIA MARCADA PARA O DIA 4 DESTE MÊS, EM SÃO PAULO, A EXPOSIÇÃO O TRIUNFO DA COR PROMOVE UM MERGULHO NA ESTÉTICA PÓS-IMPRESSIONISTA, COM OBRAS DE VINCENT VAN GOGH, PAUL GAUGUIN E TOULOUSE-LAUTREC, ENTRE OUTROS

C

M

Por VITÓRIA BATISTOTI

Y

CM

Após o sucesso de Impressionismo: Paris e a Modernidade, que levou filas gigantescas ao Centro Cultural Banco do Brasil em 2012, o museu paulistano investe novamente numa mostra de mestres da pintura. Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Toulouse-Lautrec, Léo Gausson e outros grandes nomes estão reunidos em O Triunfo da Cor, com abertura marcada para o dia 4 deste mês. Como o título já anuncia, a seleção de obras revisita um momento artístico de matizes e tonalidades realçados: o pós-impressionismo. 030 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

As 75 obras que compõem a mostra, inéditas no Brasil, pertencem aos acervos do Museu d’Orsay e do Museu de l’Orangerie, ambos parisienses, e buscam discutir as relações de continuidade e ruptura do movimento com o impressionismo, do qual os artistas pós-impressionistas se originam, mas se distanciam ao amadurecerem outras técnicas. “As pinturas do final do século 19 na França começam a produzir uma imagem de mundo que não está mais tão ligada aos cânones da academia, que não

tem a preocupação de atender o mundo em sua realidade. Agora, há o toque da cor, do desenho e uma pintura que lembra aspectos simbólicos e subjetivos”, comenta Roberta Saraiva, diretora-executiva da Expomus, empresa responsável pela vinda da exposição ao País. Os diferentes estilos pessoais e técnicas dos artistas pós-impressionistas estarão distribuídos em quatro módulos, indo desde a aplicação do pontilhismo de Georges Seurat e Vincent van Gogh à inspiração na natureza tropical do Taiti

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nas obras de Paul Gauguin. As palhetas de cores vibrantes são o ponto de convergência das peças apresentadas . “O Triunfo da Cor é uma continuação da exposição anterior, com obras da história da arte mundial vindas de um acervo clássico desse período na França. É uma oportunidade única”, destaca Roberta. A boa notícia é que já é possível evitar as filas no CCBB. Os interessados em visitar a exposição poderão realizar gratuitamente o agendamento virtual, por meio do site Ingresso Rápido ou do aplicativo do CCBB (disponível para Android e iOS). Depois da passagem por São Paulo, a mostra segue para o Rio de Janeiro, onde cumpre temporada entre 20 de julho e 17 de outubro.

O Triunfo da Cor CCBB, R. Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo. De 4 de maio a 7 de julho. Qua. a seg., das 9h às 21h. Grátis 11 3113 3651 AF_Azul_MeiaPagina_20x13_CentroOeste_Brasilia.pdf CULTURABANCODOBRASIL.COM.BR INGRESSORAPIDO.COM.BR 355712_MAAE_Atlantica Hotels_200x130

1

Na página anterior, a obra A Casa (1886-1888), de Léo Gausson. Nesta página, em sentido horário, Perfil de Mulher (1896), de Aristide Maillol, Fritilárias CoroaImperial em Vaso de Cobre 15/04/16 18:37 (1887) e A Italiana (1887), ambas de Vincent van Gogh

15/04/2016 - 19:59

031


FOTO: CELINA GERMER/DIV.

4 CANT OS | L I T E R A T U R A

Ócio criativo O ATOR E ESCRITOR GERO CAMILO LANÇA NESTE MÊS CAJITA DE MONERÍAS, LIVRO DE POEMAS QUE COMEÇOU A ESCREVER NOS INTERVALOS DAS FILMAGENS DE UM LONGA, NO MÉXICO, EM 2004 Por MARIA JÚLIA LLEDÓ

Consagrado no cinema por filmes como Carandiru (2003) e Cidade de Deus (2002) e presença constante nos palcos brasileiros, o polivalente Gero Camilo – que estará em cartaz de 26 de maio a 5 de junho na Caixa Cultural de Salvador com as peças Caminham Nus Empoeirados e Aldeotas – tem uma faceta menos conhecida do público: o cearense é também profícuo escritor e poeta. E a quarta obra de sua trajetória na literatura, Cajita de Monerías (Editora Edith), chega às livrarias neste mês. A primeira incursão de Gero na poesia – ele é autor de A Macaúba da Terra, Aldeotas e Casa Amarela, todos em prosa – começou a tomar forma nos intervalos das filmagens de Chamas da Vingança, do norte-americano Tony Scott, realizadas na Cidade do México, em 2004, mas foi mesmo finalizada no Brasil. Ao todo, a obra possui 60 poemas que falam sobre amor, solidão e andanças.

Como foi o processo de criação de Cajita de Monerías? Chovia muito no México e havia manifestações populares por toda a cidade. Por isso as filmagens atrasaram. Nesse período, comprei meu primeiro notebook. A sensação foi a de pegar um bloco em branco. Era a primeira vez que tinha um computador que pudesse levar para todos os lados. Ele virou meu caderno digital.

Cajita de Monerías Editora Edith, R$25

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Como surgiu a ideia do título do livro e por que lançá-lo só agora, em 2016? Quando recebia visitas em casa, lia as poesias que estava escrevendo, o que fez com que um amigo mexicano me apelidasse de cajita de monerías, expres-

são que significa caixinha de surpresas. Gostei do nome, mas não consegui me dedicar ao livro na época. O Cajita ficou guardado até o dia em que o escritor Marcelino Freire o leu e me instigou a tirá-lo da gaveta. E qual o teor das poesias? Elas têm a ver com o viajante, o andarilho, o poeta que vai por aí dizendo seus poemas. Retrata um pouco a nossa América Latina e faz essa ponte entre o Brasil e o México, o passado e o presente. Sou bem cara de pau e também escrevi em espanhol, língua que amo. Em alguns poemas misturo palavras em português e em espanhol, mas não é portunhol (risos).


Nosso amor pelo que fazemos só não é maior que o seu.

É difícil descrever o quanto é grande um sentimento como esse. Costumam dizer que é quando nasce um bebê que nasce também uma mãe, mas não é verdade. A mãe já percebe o que está acontecendo, antes mesmo do resultado do teste. É algo que faz parte da natureza e é mais forte do que qualquer tentativa de explicação. Inspirados por esse exemplo, nós, da rede Bosch Car Service, colocamos todo o carinho e dedicação no seu carro, porque também amamos o que fazemos. Escolha uma das nossas 1.200 oficinas em www.boschservice.com.br


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FOTO: DIVULGAÇÃO

Thiago Pethit, Maria Laura Nogueira e Renata Gaspar em cena de Amores Urbanos

Retrato geracional “Vamos agitar essa vida besta.” Assim terminava um e-mail que a cineasta e roteirista Vera Egito mandou a um grupo de amigos em março de 2014. A frase engraçadinha era, na verdade, uma convocação para a primeira reunião de equipe de seu longa de estreia, Amores Urbanos, nascido justamente a partir da observação da rotina e do comportamento daquela turma de destinatários. O filme, que entra em cartaz no dia 19 deste mês, é um retrato geracional à la Frances Ha, longa de Noah Baumbach que fez sucesso em 2013 ao mostrar a trajetória de uma jovem bailarina em Nova York. Em Amores Urbanos, a cidade é São Paulo e a protagonista é a aspirante a estilista Julia (Maria Laura Nogueira). Ao lado de dois amigos que vivem no mesmo prédio, interpretados 034 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

por Renata Gaspar e pelo cantor Thiago Pethit, ela luta para superar adversidades amorosas e profissionais. Anti-heróis da geração de 30 anos que vive nas metrópoles, os personagens foram livremente inspirados em conhecidos da diretora. “É um filme de autoficção, referencial. A primeira cena, quando a Julia descobre que o namorado tem outra, é baseada em uma história que ouvi de uma amiga”, revela Vera, que ganhou notoriedade ao escrever os roteiros de À Deriva (2009) e Serra Pelada (2013) ao lado do marido, o também diretor Heitor Dhalia. De baixo orçamento, o longa foi filmado em apenas 17 dias. As locações foram quase todas cedidas por conhecidos – do apartamento em que Julia mora ao restaurante em que ela vai jantar com os pais – e a equipe foi en-

AMORES URBANOS, PRIMEIRO LONGA DE VERA EGITO, ESTREIA NO DIA 19 DESTE MÊS E MOSTRA A VIDA DE TRÊS JOVENS QUE ENFRENTAM DESILUSÕES AMOROSAS E PROFISSIONAIS EM SÃO PAULO Por MARINA AZAREDO

xutíssima. Por conta disso a diretora de fotografia Camila Cornelsen não usou refletores ou qualquer tipo de maquinário. “A iluminação é toda natural. Foi uma condição que eu impus para fazer o longa”, conta Vera. A escolha do elenco não foi diferente. Os papéis de Maria Laura e de Pethit foram escritos especialmente para eles, amigos de Vera de longa data. Para a protagonista, o maior desafio foi não interpretar a si mesma. “Várias vezes no set, quando terminávamos uma cena, a Vera me dizia: ‘essa é a Maria Laura, e não a Julia’. E ela tinha razão. No fim, acho que consegui uma atuação extremamente natural. Eu olho e vejo que não sou eu ali”, afirma a atriz.

Amores Urbanos Estreia no dia 19 de maio





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42 Menu Um roteiro pelas principais vinícolas do Vale dos Vinhedos, no RS

52 Concierge O charme invernal do Rio do Rastro Eco Resort, em SC

FOTOS: LEONARDO WEN ( VALE DOS VINHEDOS); ARIEL MARTINI (LIBERDADE)

highlights

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54 Hotspot Endereços imperdíveis na Liberdade, reduto oriental de SP

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Comer,

beber

e contemplar DEGUSTAR UM VINHO ÀS CEGAS, PARTICIPAR DE UM JANTAR HARMONIZADO COM A BEBIDA OU ATÉ BRINDAR AO LADO DE UMA CACHOEIRA. AS VINÍCOLAS DO VALE DOS VINHEDOS, NO RIO GRANDE DO SUL, INVESTEM NA CRIATIVIDADE E OFERECEM EXPERIÊNCIAS ENOGASTRONÔMICAS QUE ENCANTAM PELO CENÁRIO E PELO PALADAR Por CÍNTIA BERTOLINO Fotos LEONARDO WEN

Elas cultivam a uva, selecionam os cortes, produzem os vinhos e os comercializam nos mercados interno e externo. Ainda assim mantêm os olhos focados no turismo: mais de 30 vinícolas do Vale dos Vinhedos – região da Serra Gaúcha que abrange cidades como Bento Gonçalves e Garibaldi – abrem as portas de suas propriedades, incluindo as áreas de parreirais, espaços de fabricação e restaurantes, para que o visitante vivencie um pouco do vasto universo da bebida. É com um forte acento italiano que os profissionais das vinícolas conduzem os turistas por uma viagem pela cultura do vinho, uma herança deixada pelos primeiros imigrantes que ali se estabeleceram. Ao mesmo tempo que preservam 042 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

parte dessa história, também miram o futuro, a ponto de colocar a região como uma das grandes produtoras de espumantes de qualidade no mundo. Embora o processo básico de produção das bebidas seja um só, cada vinícola tem uma trajetória particular e apresenta um cenário especial, detalhe que faz com que os passeios tenham identidades distintas. E, como um bom vinho fica ainda melhor quando acompanhado de uma boa comida, elas investem forte em degustações enogastronômicas. Afinal, ganhar o visitante pela barriga também faz parte da tradição italiana. Conheça a seguir sete das principais vinícolas que oferecem visitas guiadas na região:


Na página anterior, plantação da vinícola Miolo. Nesta página, degustação às cegas e almoço na Dal Pizzol Vinhos Finos

Dal Pizzol Vinhos Finos “As pessoas visitam a Dal Pizzol não apenas para tomar uma taça de vinho, mas para ter uma experiência diferente”. É assim que Rinaldo Dal Pizzol, ao lado do irmão Antonio, descreve a vinícola da família. Exagero? Nem tanto. Além de ótimos rótulos, o local oferece uma experiência enriquecedora aos turistas, que vai da gastronomia à cultura. A dica é começar o tour pelo pequeno Ecomuseu da Cultura do Vinho, dedicado a acessórios, rótulos clássicos e equipamentos relacionados à bebida. O melhor, no entanto, está ao ar livre: numa área de cerca de um hectare (ou um campo de futebol) concentram-se 400 variedades de uva, oriundas de mais de 30 países. A experiência batizada de Vinhedos do Mundo, realizada em parceria com a Embrapa, visa a preservar e estudar espécies de Vitis vinifera.

Mas não pense que as uvas estão ali só para exibição. Desde 2011 a Dal Pizzol faz uma assemblage (mistura) de frutas de origens diversas para uma edição especial do chamado Vinho do Mundo, que não é comercializado. “O vinho não é só um produto alimentício. Ele faz parte da cultura e da história do homem, além de ser um patrimônio que o brasileiro precisa conhecer mais”, diz Antonio. Com agendamento prévio, a visita também pode incluir uma interessante degustação às cegas e um delicioso almoço num restaurante às margens de um lago. Na curta caminhada até o espaço não é raro encontrar pavões e patos circulando tranquilamente. À mesa, os vinhos da casa acompanham muito bem as batatas com cheddar e ervas finas, o espeto de frango e legumes e as massas. Para finalizar a refeição sem sair do tema, há mousse de iogurte natural com calda de uva.

Dal Pizzol Vinhos Finos Rod. RS 431, Km 5,3, Faria Lemos, Bento Gonçalves 54 3449 2255 DALPIZZOL.COM.BR

DESTAQUES Enoteca 2011

Assemblage 40 Anos 2012

Dal Pizzol Brut

Vinho potente. Perfeito para acompanhar carnes e massas com queijos fortes, como o roquefort. R$102,20

40% merlot, 30% cabernet sauvignon, 15% nebbiolo, 15% tannat. Ideal com cordeiro ou carnes de caça. R$132,20

Espumante feito com o método tradicional com chardonnay e pinot noir. Tem delicado aroma tostado e boa acidez. R$74,25

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Cooperativa Vinícola Aurora

DESTAQUES Aurora Millésime Cabernet Sauvignon 2012 Lançado neste ano, é frutado e combina com queijos fortes. R$92,30

Aurora Varietal Riesling Itálico Tem aroma de frutas tropicais. Acompanha bem frutos do mar e sashimi. R$24,70

Pequenas Partilhas 2014 De cabernet franc, descansa seis meses em barricas de carvalho. Para carnes e massas. R$62,20

A vinícola de Bento Gonçalves – que acaba de completar 85 anos – foi a pioneira em oferecer visitas guiadas, em 1967. Uma vez por lá, os turistas percorrem as dependências da fábrica, passam pelas caves nas quais o vinho descansa e terminam o tour provando alguns rótulos da casa. Já longe do centro, no município vizinho de Pinto Bandeira, onde a vinícola produz uvas para alguns de seus melhores vinhos, são realizados almoços e jantares especiais (apenas para eventos, a partir de reserva), harmonizados com as bebidas: o lombo de porco combina muito bem com o Chardonnay Pinto Bandeira 2014 e a picanha churrasqueada fica ainda melhor com o Cabernet Sauvignon Millésime 2009. Durante a refeição conhece-se mais sobre a Aurora, que nasceu como cooperativa e mantém-se assim até hoje. Atualmente conta com 1100 famílias fornecedoras de uvas para as 13 marcas e mais de 200 itens produzidos, entre vinhos finos, feitos a partir de milhares de variedades de Vitis vinifera, de mesa, preparados com uvas americanas, e sucos de uva.

Cooperativa Vinícola Aurora R. Olavo Bilac, 500, Centro, Bento Gonçalves 54 3455 2000 VINICOLAAURORA.COM.BR

Assim que chegou a Bento Gonçalves, em 1897, o italiano Giuseppe Miolo recebeu um pedaço de terra do governo, o lote 43, no qual cultivava uvas. Apesar de a família só ter começado a produzir de vinho comercialmente no fim dos anos 1980, em pouco tempo a vinícola se consolidou como uma das maiores do Brasil. A propriedade é bem estruturada para receber visitantes. Além de conhecer a fábrica e os processos de produção, há como agendar degustações e relaxar ao ar livre Wine Garden. Em dias bonitos é possível aproveitar as mantas e as almofadas dispostas no gramado e se deliciar com um piquenique farto de empanadas, brusquetas e queijos. Bem acompanhados, é claro, de vinhos e espumantes da casa. A marca, que em um ano bom chega a fabricar 12 milhões de litros de vinhos finos, dispostos em 100 rótulos, não concentra sua produtividade apenas em Bento Gonçalves. Ela também cultiva uva na Campanha, região na fronteira com o Uruguai, em Campos de Cima da Serra, quase na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, no Vale do São Francisco, na Bahia, e ainda tem parcerias com produtores de Argentina, Chile, Espanha e Itália.

Miolo Wine Group Rod. RS 444, Km 21, Bento Gonçalves 54 2102 1540 MIOLO.COM.BR

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FOTO: DIVULGAÇÃO

Miolo Wine Group

DESTAQUES Miolo Lote 43 2011

Quinta do Seival Alvarinho

Miolo Millésime Brut 2011

Produzido com ótimas safras. Com notas de carvalho, homenageia a história da família. R$163

Elaborado 100% com uva alvarinho, de Portugal, tem boa acidez e aroma de mel e damasco. R$93,44

Fabricado pelo método tradicional, só é produzido em anos com boas safras de chardonnay e pinot noir. R$109,41


Família Geisse

DESTAQUES Rosé Cave Geisse

Cave Geisse Nature

Blanc de Blanc Brut

100% pinot noir, possui aroma frutado e floral. Bom para acompanhar peixes e sobremesas à base de frutas. R$93

Os espumantes Nature não têm adição de açúcar, são secos e frescos. Este é 70% chardonnay e 30% pinot noir. R$88

100% chardonnay, passa 30 meses em contato com as leveduras para desenvolver aromas complexos. R$105

Em 1975, o chileno Mario Geisse chegou a Bento Gonçalves com o objetivo de instalar a fábrica da Chandon. Porém, fisgado pela beleza de Pinto Bandeira – que até 1990 era distrito de Bento –, comprou um pedaço de terra e ali instalou a própria vinícola alguns anos depois. “Meu pai ficou impressionado com o potencial da área para produzir espumantes”, conta Daniel Geisse, hoje à frente do negócio. Mas o que há de tão especial em Pinto Bandeira? Solo vulcânico, com basalto muito antigo, fragmentado e um microclima que produz uvas com níveis baixos de açúcares e alta acidez. Ou seja, um conjunto de características que remetem à região francesa de Champagne. Apesar da pequena produção – são 230 mil garrafas por ano –, os excelentes rótulos Geisse já angariaram fama internacional e elogios da inglesa Jancis Robinson, uma das maiores especialistas em vinhos do mundo. Já a beleza da vinícola está à altura dos vinhos. Além da visita à fábrica e da degustação, o turista pode agendar a imperdível Geisse Experience, um passeio de veículo 4x4 em meio aos vinhedos e à mata nativa da propriedade.

Família Geisse Linha Jansen, s/nº, Pinto Bandeira 54 3455 7461 CAVEGEISSE.COM.BR

Vinícola Don Giovanni Antiga proprietária do conhaque Dreher, que foi vendido para a Diageo na década de 70, a Don Giovanni voltou sua atenção e sua energia ao espumante há alguns anos. Dos 18 hectares de vinhedos da propriedade, a maior parte é composta de pinot noir e chardonnay, destinados ao carro-chefe da casa – atualmente, 80% da produção da vinícola é de espumante. No restante da área crescem cabernet franc, merlot, tannat e ancellotta. O negócio da Don Giovanni, sem dúvidas, é fazer vinho. Mas o turismo tem se tornado cada vez mais importante. Desde que foi inaugurada, em 1997, sua pousada se tornou uma atração especial. Tanto que a alcachofra ali cultivada e servida no risoto da casa já está quase tão famosa quanto a beleza dos parreirais que ladeiam a vinícola. A hospedagem está instalada em uma casa dos anos 1930 e se abre para um pátio com churrasqueira e forno a lenha potentes, que os hóspedes podem agendar para usar. Entre uma refeição e outra, as caminhadas entre os vinhedos são ótimas opções. Para ficar ainda melhor, basta uma taça de espumante à mão.

Vinícola Don Giovanni Linha Amadeu, Km 12, Pinto Bandeira 54 3455 6294 DONGIOVANNI.COM.BR

DESTAQUES Don Giovanni Nature

Don Giovanni Brut

Don Giovanni Ouro

75% chardonnay e 25% pinot noir, produzido pelo método tradicional. Tem acidez notável. R$75

75% chardonnay e 25% pinot noir, possui aromas frutados que remetem ao abacaxi e à maçã. R$75

60% chardonnay e 40% pinot noir. A cor dourada é resultado de 36 meses de maturação. R$130

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Vinícola Salton

DESTAQUES Lucia Canei Salton 100% pinot noir, de várias safras. Presta homenagem à matriarca da família. R$1.155

Salton Poética 80% pinot noir e 20% chardonnay. Com aroma frutado, combina com canapés e pescados. R$252

Salton Gerações Antonio Nini Salton Com quatro tipos de uvas, passa 12 meses em barricas de carvalho. R$621

Com mais de 100 anos de trajetória, a vinícola levou um tempo para focar na produção de espumantes, que aconteceu apenas nos anos 2000. Mas, desde então, figura como uma das líderes do mercado. Para justificar tamanho sucesso, Gregório Salton, da 4ª geração da família e um dos enólogos responsáveis pela empresa, aponta: “Para fazer vinho é preciso sensibilidade. Estar disposto a entender o que a bebida quer transmitir”. A fábrica da vinícola, um prédio imponente inspirado na arquitetura das villas italianas, fica em Tuiuty, distrito de Bento Gonçalves. Aberta aos visitantes, oferece três opções de tours guiados, com degustação – é preciso agendar. A visita Evolução começa por uma sala estreita e alongada, com afrescos no alto da parede que narram momentos distintos da história da empresa e da família. Passarelas suspensas no topo da planta fazem com que o turista caminhe perto dos imensos tanques de inox. Ao final, faz-se um tour pela “cave da evolução”, que fica oito metros abaixo do nível da rua – mais não se pode dizer, para não estragar a surpresa.

Vinícola Salton R. Mário Salton, 300, Tuiuty, Bento Gonçalves 54 2105 1000 SALTON.COM.BR

Vinícola Peterlongo O espumante brasileiro deve muito ao visionário italiano Manoel Peterlongo. Alguns anos após se instalar em Garibaldi, ele começou a produzir champanhe em 1913, seguindo o método tradicional usado na região de Champagne, na França. Dois anos depois, fundou a Vinícola Armando Peterlongo, em homenagem a seu único filho. Empenhado em fazer bons espumantes, instalou a casa de modo a aproveitar as condições climáticas da região. No subsolo da construção, a cave onde os vinhos descansam foi feita com pedra basalto para manter a temperatura entre os 12 e 13 graus, mesmo no auge do verão. Visitantes podem agendar um passeio para conhecer a propriedade, que termina com uma degustação a céu aberto. Ao longo do tour, fatos que marcaram a trajetória da Peterlongo são contados. O imbróglio envolvendo a França é um exemplo: na década de 50, produtores do país entraram com uma ação contra a vinícola para proibi-la de usar o termo “champagne”. Mas o Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu a favor da Peterlongo, já que ela fabricava champanhe antes de a região francesa definir os padrões em sua apelação de origem controlada, em 1927.

Vinícola Peterlongo R. Manoel Peterlongo Filho, 216, Garibaldi 54 3462 1355 PETERLONGO.COM.BR

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DESTAQUES Elegance Com uvas chardonnay e pinot noir e elaborado pelo método tradicional, tem acidez delicada. R$161,90

Peterlongo Presence

Moscatel Rosé

Leva uvas chardonnay e pinot noir, possui aroma frutado e acompanha bem carnes. R$63,10

Preparado com a uva moscato de Hamburgo. Combina com doces de frutas. R$63,10


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s Vinhedos

ONDE FICAR Hotel Villa Michelon A arquitetura remete às antigas construções dos primeiros imigrantes italianos que se estabeleceram na região. Os quartos são amplos e o hotel possui um memorial do vinho e ampla área verde.

Vale do to s no Laghet Quatro noite Bento Viverone, em café, com Gonçalves, dos e tour jantar, trasla las pelas viníco SAÍDA EM 15

Inaugurado em 1953, mantém certo charme de antigamente com o conforto da modernidade. Seu restaurante é uma das atrações da cidade. R. LUIZ ROGÉRIO CASACURTA, 510, CENTRO, GARIBALDI 54 3462 2166 HOTELCASACURTA.COM.BR

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FELICIDADE BORBULHANTE No século 17, produtores de Champagne, na França, notaram que o vinho começava uma segunda fermentação, já na garrafa, com o fim do inverno rigoroso. O que poderia ser um problema se tornou uma engenhosa solução: nascia assim o champanhe. Enquanto na região francesa o espumante só pode ser feito de uma maneira, no resto do mundo tem preparos diferentes. Confira os dois métodos mais usados em sua fabricação:

• Método tradicional No também conhecido champenoise, o vinho passa por uma segunda fermentação na garrafa. Durante o processo, elas são fechadas com tampas provisórias, dispostas em cavaletes e giradas diariamente durante dois meses para que as leveduras mortas se acumulem no gargalo e sejam extraídas antes de fechadas com rolha. É o método mais artesanal e caro.

• Charmat Mais rápido e mais barato, foi o responsável pela popularização do espumante. Nele, o vinho passa por uma segunda fermentação em tanques de inox com temperatura controlada, para acelerar o processo. Foi criado em 1895 pelo enólogo italiano Federico Martinotti, mas recebeu o nome de Eugène Charmat, que patenteou o processo em 1907.


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Receita de

renovação TRADICIONAL PONTO DE COMPRAS GASTRONÔMICAS DA ZONA OESTE PAULISTANA, O MERCADO MUNICIPAL DE PINHEIROS PASSA POR UM PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO COM A ABERTURA DE RESTAURANTES DE CHEFS ESTRELADOS E A CHEGADA DO INSTITUTO ATÁ, DE ALEX ATALA Por MARINA AZAREDO

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A velha peixaria continua lá, a mercearia de grãos integrais também e o hortifruti ainda domina o ambiente. Mas o deque outrora abandonado agora é ocupado por clientes de um badalado restaurante nordestino, o açougue está se preparando para inaugurar uma área batizada de “butique de carnes” e o antigo box de laticínios será reaberto neste mês como um espaço inspirado nas delicatessens novaiorquinas. Por muitos anos relegado ao esquecimento devido às obras urbanísticas que tomaram conta do entorno, o Mercado Municipal de Pinheiros, tradicional ponto de compras da Zona Oeste paulistana, ganhou ares de renovação em um movimento capitaneado por três chefs famosos da cidade. Criado por Alex Atala, o Instituto Atá é um dos inquilinos mais recentes. Com o objetivo de valorizar a culinária sustentável e estruturar a cadeia alimentícia, o projeto inaugurou em março três boxes dedicados aos biomas brasileiros. Neles é possível encontrar produtos como o mel branco de Cambará do Sul (RS) e a pasta de pequi, do Cerrado.


FOTOS: ROGÉRIO VOLTAN (AMBIENTE E ROYAL MEAT); LUCAS TERRIBILI/DIV. (COMEDORIA GONZ ALES); RUBENS K ATO/DIV. (ALEX ATAL A); DIVULGAÇÃO (DADINHOS MOCOTÓ)

Na página anterior, Checho Gonzales no balcão da Comedoria. Nesta página, em sentido horário, Germano de Almeida no açougue Royal Meat; Alex Atala, criador do Instituto Atá; o ambiente do mercado; e os dadinhos de tapioca do Mocotó Café

CULTO À CARNE DE SEGUNDA

“O Mercadão [no centro de São Paulo] se tornou um grande polo que agrega ingredientes das cozinhas dos imigrantes. Por que não fazer do Mercado de Pinheiros esse espaço para difundir os ingredientes brasileiros? A ideia é fortalecer a nossa cozinha e abordar os nossos diversos biomas, cada um com seus ingredientes, suas culturas”, explica Atala. Mas o processo de renovação do espaço, inaugurado em 1971, começou há algum tempo com o boliviano Checho Gonzales, que, em 2012, passou a organizar ali a feira O Mercado, que vendia comida de qualidade a preços módicos. Dois anos depois, notando o potencial do lugar, abriu a sua Comedoria Gonzales, que aos sábados chega a atender 650 pessoas ávidas por pratos como o galeto com batata e o cebiche – com b mesmo – de manga com frutos do mar.

Um ano depois, Gonzales ganhou um “concorrente” estrelado. Em dezembro do ano passado, o Mocotó, restaurante nordestino da Zona Norte de São Paulo, famoso pelas longas filas, abriu uma espécie de versão pocket no local. Batizado de Mocotó Café, o pequeno estabelecimento serve café da manhã, almoço e petiscos ao longo do dia – com destaque para os dadinhos de tapioca e o baiãode-dois. “Este é um novo momento para o mercado, que andava um pouco esquecido. As novidades trouxeram público e uma nova energia”, afirma Alex Gomes, parceiro do chef-celebridade Rodrigo Oliveira e responsável pela cozinha do estabelecimento. Os reflexos do público mais jovem e descolado já começaram a aparecer. “Gosto de interagir com todas as idades, tento sempre entender o que já vinha sendo

Além do D.O.M., do Dalva e Dito e do Riviera Bar, Alex Atala inaugurou em abril mais um empreendimento gastronômico em São Paulo, em parceria com três sócios. Especializado em carnes, o Açougue Central prega a máxima do aproveitamento total do alimento, transformando todas as partes do animal em cortes ricos em sabor e textura. Um exemplo é o tomahawk, localizado na parte dianteira do boi, rebatendo o imaginário de que esta região não é saborosa. Sete de paleta, músculo, ossobuco, timo (glândula do crescimento do boi) e orelha de porco são outros exemplos de cortes trabalhados lá. A cozinha é comandada pelo chef argentino Alejandro Peyrou. AÇOUGUE CENTRAL, R. GIRASSOL, 384, VILA MADALENA, SÃO PAULO 11 3095 8800

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O QUE COMPRAR NOS BOXES DO INSTITUTO ATÁ

MEL BRANCO (1kg). R$34

Originário de Cambará do Sul, pequena cidade do interior gaúcho famosa pela produção da iguaria. Tem sabor suave e cremosidade intensa. Pode ser usado no molho da salada, para adoçar bebidas e como acompanhamento de pães e biscoitos.

Cerrado e Caatinga

PASTA DE PEQUI (300g). R$18

O fruto da árvore nativa do Cerrado tem sabor pronunciado e pode ser explorado de diferentes formas. O prato mais conhecido é o arroz com pequi, mas ainda é usado para preparar galinhada, carnes, suflês e até pão. Também disponível nas versões polpa e creme.

Amazônia e Mata Atlântica

CACHAÇA DE JAMBU (700ml). R$75

A cachaça desta erva da Amazônia – que também é usada para preparar o tradicional tacacá – chama a atenção por provocar dormência nos lábios. Justamente por isso é recomendável degustá-la com petiscos quentes, crocantes e apimentados.

QUEIJO SERRANO. R$36, o quilo

CASTANHA DE BARU (100g). R$8

PIMENTA BANIWA (35ml). R$40

COPA ARTESANAL. R$64, o quilo

SABONETE DE BABAÇU (90g). R$4

PICOLÉ DE CAMBUCI. R$6

feito aqui”, diz Bruno Alves, 34 anos, representante da “novíssima geração” de empreendedores que ali chegaram. Ele assumiu recentemente a administração do box Laticínios D’Oro, transformandoo na Dëlika, um espaço onde os clientes poderão montar seus próprios sanduíches, com diferentes opções de charcutaria. “Vamos resgatar a velha decoração e fazer um ambiente inspirado nas delis de fora, mas com gostinho brasileiro”, diz ele, que prevê finalizar a reforma neste mês. Há 21 anos no mercado, Germano de Almeida também já planeja a reestruturação de um de seus quatro espaços. O açougue Royal Meat deve ganhar em julho uma espécie de butique de carnes, com venda de chope e uma churrasqueira. “O cliente vai ter o privilégio de experimentar a carne antes de comprar”, promete ele, que há alguns meses já trabalha com os chamados cortes especiais. Bife 050 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6

ancho, prime rib e chorizo fazem sucesso principalmente com o público mais jovem. Com a chegada dos novos ares e algumas queixas de que o mercado estaria passando por um processo de “gourmetização”, o desafio dos recém-chegados e antigos permissionários é conviver em harmonia e não afastar os velhos frequentadores. Para fomentar o comércio local, por exemplo, o Mocotó Café e a Comedoria Gonzales compram parte dos ingredientes que usam dos seus vizinhos fornecedores. E atribuem outros significados ao termo que já ganhou conotação pejorativa. “O que é gourmetizar? O que tem sido feito aqui é incentivar produtores que antes não tinham tanta qualidade”, defende o pioneiro Checho Gonzales. “Se gourmetizar é trazer para o consumidor produtos que ele não conhecia ou não tinha acesso, acho que estamos no caminho certo”, completa Atala.

Mercado Municipal de Pinheiros R. Pedro Cristi, 89, Pinheiros, São Paulo 11 3813 3194

FOTOS: ROGÉRIO VOLTAN

Pampas



HI GHLIGHT S | C O N C I E R G E

40 03 1181

o io do Rastr Serra do R s no Rio do Quatro noite Resort Rastro Eco SAÍDA EM 7/8

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COMO IR única A Azul é a erar voos op a empresa a. O Rio úm para Crici co Resort E o tr as R do tuito aslado gra oferece tr ao ar p o rt o p do aero zul Clientes A hotel aos 40 03 1118 VO EA ZU L. CO

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Inspiração alpina INSTALADO NO ALTO DA SERRA CATARINENSE, A 68KM DE CRICIÚMA, O RIO DO RASTRO ECO RESORT OFERECE AOS HÓSPEDES ACONCHEGANTES CHALÉS EM UMA ESTRUTURA QUE PROPORCIONA O CONTATO COM A NATUREZA Por SOFIA FRANCO Fotos ANNA CAROLINA NEGRI

052 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

A quase 1500 metros de altitude, a reconfortante visão da madeira queimando lentamente na lareira do Chalé da Mata é uma boa síntese do que o Rio do Rastro Eco Resort oferece: aconchego, bem-estar e tranquilidade em meio ao friozinho da Serra Catarinense. Localizado nas montanhas de Bom Jardim da Serra, cidade a apenas 68 quilômetros de Criciúma – destino servido exclusivamente pela Azul –, o hotel é um oásis para quem quer curtir as baixas temperaturas, mas também se aventurar em meio à exuberante natureza da região.

Assim como as demais 17 acomodações da propriedade, o Chalé da Mata foi projetado para conciliar o luxo com os atrativos naturais, que vão de cânions a mirantes. Isso sem perder as características de um legítimo hotel de montanha – no inverno, a temperatura facilmente se aproxima de zero grau. Detalhes de madeira e de pedra na decoração, em tons de marrom, bordô e verde, criam uma ambientação rústica que remete aos Alpes europeus. No centro do quarto, a cama king size possui lençóis térmicos para uma agradável noite de sono.


Na página anterior, o mirante do Rio do Rastro Eco Resort. Nesta página, em sentido horário, o quarto do Chalé da Mata, a área externa do hotel e o churrasco no Galpão Crioulo

Visto da varanda climatizada, o pôr do sol refletido nas águas do lago Iembó é imperdível – e garantia de imagens campeãs de curtidas nas redes sociais. Mas, uma vez por lá, a dica é deixar o celular de lado e sentar-se para contemplar a paisagem e o silêncio. Se ainda assim quiser companhia, escolha uma boa leitura e esqueça o relógio. Como se não bastasse, o chalé mais luxuoso do resort conta ainda com uma jacuzzi com vista do campo. Os jatos de água quente são um deleite para os músculos cansados depois dos passeios e das atividades do dia, e nem as toalhas aquecidas são motivo suficiente para desistir da ideia de um longo banho. Como se vê, é o clima que dita as atividades na Serra do Rio do Rastro. Com neblinas que vão e vêm, é possível passar pelas quatro estações do ano em um único dia. Entre as principais atrações, os cânions e as cachoeiras das redondezas podem ser percorridos a pé ou em cavalgadas pelos morros. Ao entardecer, o passeio fica mais romântico e, de brinde, pode-se subir no mirante do

hotel para se degustar um bom vinho acompanhado de uma seleção de queijos e admirar o sol descendo no horizonte e sumindo atrás das montanhas. Na área comum da hospedagem, as raízes da cultura gaúcha que permeiam a região – o hotel está a 30 quilômetros da divisa com o Rio Grande do Sul – podem ser apreciadas durante o Galpão Crioulo. O evento realizado aos sábados na propriedade traz as tradições locais para os visitantes: sempre há um bom churrasco de fogo de chão, chimarrão e uma gaita para embalar a confraternização, com direito a exibição de danças típicas. Uma prenda para arrematar a experiência nas baixas temperaturas do Sul do Brasil.

Rio do Rastro Eco Resort Rod. SC 390, km 402, Bom Jardim da Serra, Santa Catarina. Entre R$570 e R$1.960 48 9931 6100 RIODORASTRO.COM.BR

PARA MANTER-SE AQUECIDO Opções indoor O casarão principal da propriedade é equipado com piscina térmica interna e jacuzzi externa aquecida, saunas seca e úmida, além de salas fitness e de massagem

Sem sair do lugar Se o tempo virar e a chuva cair, o hotel tem sala de jogos e uma seleção de DVDs e livros à disposição dos hóspedes que preferirem aproveitar sua estada dentro dos chalés

Delícias coloniais O café da manhã e o chá da tarde oferecidos no restaurante são recheados com iguarias típicas da região, como cuca e biscoitos, além de uma variedade de geleias para acompanhar. Para o jantar, o tradicional entrevero, feito à base de pinhão e carnes, é uma boa pedida


HIGHLIGHT S | H O T S P O T

Do outro lado

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1

Liberdade São Paulo (SP)

Rua dos Estuda

4

Viaduto do

7

Glicério Rua da Glória

O BRASIL TEM A MAIOR POPULAÇÃO JAPONESA FORA DO JAPÃO E BOA PARTE DELA ESTÁ EM SÃO PAULO. NO BAIRRO DA LIBERDADE, NO CENTRO, A INFLUÊNCIA NIPÔNICA – E TAMBÉM DAS CULTURAS CHINESA E COREANA – FICA EVIDENTE EM LOJINHAS COM ACHADOS INCRÍVEIS, RESTAURANTES DE GASTRONOMIA EXÓTICA E KARAOKÊS ANIMADOS

Av. L iberd ad

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5

Rua Galvão Bueno

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Rua Thomaz Gonzaga

Por VITÓRIA BATISTOTI Fotos ARIEL MARTINI

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Rua Barão de Igua

1 Tenman-Yá A loja faz sucesso com artigos para mesa e cozinha, todos com motivos orientais. Importados do Japão, os produtos se dividem em enfeites avulsos (a partir de R$20) e conjuntos mais elaborados (a partir de R$200). Estes últimos vindos de Arita, cidade referência na produção de cerâmica. R. DOS ESTUDANTES, 19 11 3209 9960 TENMANYA.COM.BR

2 Choperia Liberdade

3 Izakaya Issa

O karaokê mais popular da cidade é um ponto turístico do bairro. Além das cantorias, o local de decoração kitsch tem mesas de sinuca e opções de comidinhas que vão de frutos do mar a pizza. Nos fins de semana a casa fica cheia e a espera para se soltar no microfone pode ser longa.

Equivalente aos botecos brasileiros, os izakayas são locais frequentados pelos japoneses após o trabalho. No Issa, acomode-se no balcão e deguste saquês e shochus. As opções de petiscos se distanciam dos crus: há bolinhos de polvo (foto) e okonomiyaki, espécie de pizza japonesa.

R. DA GLÓRIA, 523

R. BARÃO DE IGUAPE, 89

11 3207 8783

054 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

11 3208 8819


4 Marukai Vale a pena se aventurar pelos corredores apertados da loja em busca de ingredientes para preparar rapidamente um prato oriental, como molho, massa pré-cozida e legumes já cortados para yakissoba. Se a fome apertar, bandejinhas de sushi e bentôs logo na entrada são uma boa e acessível pedida.

5 Bakery Itiriki No fim da tarde os preços desta padaria baixam e dá para levar mais por menos, mas não há tantas opções de quitutes como pela manhã. Isto porque a produção deste ícone do bairro é diária e ali só são vendidos quitutes fresquinhos. Entre os mais consumidos estão o exótico bolo de chá verde e o delicioso folhado de morango (foto). R. DOS ESTUDANTES, 24 11 3277 4939

BAKERYITIRIKI.COM

R. GALVÃO BUENO, 34 11 3341 3350

MARUK AI.COM.BR

6 Livraria Sol É preciso um só passo após a saída da estação de metrô Liberdade para avistar a livraria que, desde 1949, traz títulos de editoras japonesas para o País. O extenso acervo contempla mangás, livros, revistas, dicionários e até trabalhos técnicos – além de lançamentos, há obras clássicas. PÇA.DA LIBERDADE, 153 11 3207 6367

LIVRARIASOL.COM.BR

7 Minikimono Especializada na tradicional vestimenta japonesa, trabalha com confecção própria e também com itens importados. Tem quimonos para todos os sexos, idades e ocasiões, como festas, danças folclóricas, prática de artes marciais e até uniformes de sushiman. Os preços variam entre R$88 (curtos) e R$398 (longos). R. DA GLÓRIA, 312 11 3208 0322

8 Lamen Kazu Difundir a cultura do lámen e proporcionar ao máximo o autêntico sabor do prato é o objetivo da casa, que importa diretamente do Japão alguns dos ingredientes de suas receitas. O destaque do cardápio é o missô tyashu (foto), que leva caldo de missô e fatias de lombo de porco. R. THOMAZ GONZAGA, 51 11 3277 4286

LAMENK AZU.COM.BR

MINIKIMONO.COM.BR


H I GHLIGHT S | 5 P E R G U N T A S

eólica Uma das empresas pioneiras na geração de energia eólica no Brasil, a Casa dos Ventos atua desde 2007 na prospecção, no desenvolvimento e na implantação de usinas e atualmente é dona de um extenso portfolio de projetos instalados e em andamento, todos nos estados do Nordeste brasileiro. Suas plantas totalizam 5300 megawatts de capacidade, o que corresponde a 25% de toda a energia desse tipo viabilizada no País. Sem se abater com a crise econômica, a empresa prevê inaugurar dois novos projetos ainda este ano, 056 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

Por MARINA AZAREDO

em Pernambuco e no Ceará, e seu maior complexo em 2017, na divisa entre Piauí e Pernambuco, com investimento total de R$3,7 bilhões. “Em 2012, a energia eólica correspondia a 1% da matriz energética nacional. Hoje são 6%, mas acreditamos que pode chegar a 25%. É uma fonte muito barata e que oferece mais segurança do que as hidrelétricas, por exemplo, pois funciona bem mesmo em períodos de seca”, afirma Lucas Araripe, diretor de projetos e novos negócios da companhia. Aqui, ele fala mais sobre o mercado e os planos da Casa dos Ventos.

FOTOS: EDU MORAES/DIV. (RETRATO) E DIVULGAÇÃO

Vocação

A CASA DOS VENTOS, EMPRESA QUE ATUA NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE ENERGIA EÓLICA NO PAÍS, PROMETE INAUGURAR TRÊS USINAS EM BREVE. LUCAS ARARIPE, UM DOS DIRETORES DA COMPANHIA, APOSTA NO CRESCIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DO SETOR NA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA


Na página anterior, Lucas Araripe, diretor de projetos e novos negócios da Casa dos Ventos; complexo em Caetés, em Pernambuco (acima); e na Chapada do Araripe, no Piauí (abaixo). Nesta página, turbinas em João Câmara, no Rio Grande do Norte

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Qual o potencial do Brasil para geração de energia eólica? Ainda há muito a ser explorado? Hoje o País tem nove mil megawatts instalados e outros nove mil sendo construídos. Há estudos que afirmam que poderíamos gerar 400 mil megawatts. A energia eólica está evoluindo: as turbinas estão mais altas e com as pás maiores, sendo capazes de produzir cada vez mais. O Brasil conseguiria gerar tudo o que precisa apenas usando a força dos ventos. Mas o ideal é ter um pouco de cada fonte. Se fosse 70% eólica seria uma tragédia, porque ela é sazonal. Hoje esses nove mil megawatts são 6% da matriz energética, mas este número pode chegar a 25%. É um crescimento muito interessante, pois é uma fonte que funciona bem no período de seca, quando as hidrelétricas ficam em risco.

Com tanto potencial, por que ainda estamos atrás de outros países, como a Dinamarca, onde 40% da matriz energética vem de turbinas eólicas? Assim como em outros setores, as coisas aconteceram um pouco mais tarde no Brasil. Mas hoje temos uma cadeia de suprimentos fortes, o BNDES financiando os investimentos e bons players locais e internacionais. Além disso, nós temos muita água, o que nos permitiu desenvolver projetos hidrelétricos. Na Dinamarca não existem grandes rios, então eles precisaram começar a usar o vento. Hoje, por exemplo, a Inglaterra investe em usinas offshore, com turbinas no mar. Aqui, isso ainda deve demorar para acontecer porque temos 400 mil megawatts de potência apenas em terra.

Por que o foco dos negócios da Casa dos Ventos está no Nordeste? Apesar de haver locais do Sul – principalmente no Rio Grande do Sul – que também têm ventos fortes, propícios para a geração de energia eólica, consideramos o Nordeste melhor porque, ao longo do ano, a média de geração oscila menos. Temos uma produção mais constante e também não há variações na direção do vento, como acontece no Sul. Por esses fatores, a mesma máquina produz mais no Nordeste do que no Sul. Resumidamente, o vento é mais abundante e de melhor qualidade no Nordeste.

A Casa dos Ventos está investindo R$3,7 bilhões em três novos projetos. A crise não chegou para o setor? Esses projetos não foram afetados pela crise porque ela veio depois que os leilões do governo foram realizados. Após ter vencido um leilão, um contrato estabelece qual preço o governo vai pagar pela sua energia e, nesses casos, isso foi feito há dois anos. O que acontece é que a crise impacta negativamente a quantidade de energia que o País vai precisar e como ela será alocada. A demanda passa a ser menor porque o País está crescendo menos. Essa situação pode afetar os leilões que serão realizados daqui para a frente, mas não os contratos que já assinados. De qualquer forma, o governo tem feito um esforço para investir em energia eólica, por ser uma fonte mais limpa e rápida, ecologicamente correta.

Em sua missão, a Casa dos Ventos promete investir em projetos que valorizam o desenvolvimento sustentável. Como isso é feito? Para dar um exemplo, só nesses novos projetos, R$15 milhões serão destinados a causas sociais. Onde esse recurso será investido é algo que depende muito, mas em geral procuramos ajudar a sanar as principais carências da região. Recentemente, em uma comunidade de Pernambuco, reformamos escolas, construímos quadras e criamos um plano para dar poder às comunidades com as principais lideranças locais. O objetivo é sempre melhorar as condições de vida daquela população. Além disso, quem cede o local para instalação das turbinas fica com um percentual da energia gerada.

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HI GHL IGHT S | T A K E 5

Recantos preservados

COM GRANDES ÁREAS VERDES E DIFERENTES ESPÉCIES DA FLORA E DA FAUNA LOCAIS, OS JARDINS BOTÂNICOS SÃO ESPAÇOS QUE ATRAEM VISITANTES INTERESSADOS EM CONTEMPLAR A NATUREZA SEM SAIR DA CIDADE. SELECIONAMOS CINCO OPÇÕES PARA VOCÊ PASSEAR E ESQUECER A LOUCURA DAS GRANDES METRÓPOLES Por VITÓRIA BATISTOTI

Curitiba (PR) Marca registrada dos cartões-postais da capital paranaense, seu jardim botânico foi criado na década de 90 à imagem dos jardins franceses. A área verde se estende por mais de 17 hectares e conta com espécies nativas e exóticas da fauna nacional como o pinheiro do Paraná, ícone da região. A famosa estufa de três abóbadas oferece uma visão panorâmica do parque. 41 3264 6994

CURITIBA.PR.GOV.BR

Belém (PA) Os 15 hectares do Jardim Zoobotânico Amazônico, também conhecido como Bosque Rodrigues Alves, guardam exemplares de plantas da floresta e abrigam mais de 20 espécies de animais. Chama a atenção o peixe-boi amazônico, maior mamífero de água doce das Américas. Para quem deseja se aventurar, há boas opções de trilhas gratuitas. 91 3277 1112

BELEM.PA.GOV.BR/SEMMA/BOSQUE

Brasília (DF)

cê A Azul leva vo stinos: de co cin os para res para há voos regula , Brasília, Curitiba, Belém Janeiro de o Ri e e cif Re 40 03 1118 .BR VO EA ZU L.C OM

Rio de Janeiro (RJ) Herança da presença da família real no Brasil, o mais antigo jardim botânico do País foi inaugurado em 1808. A área de 46 hectares surpreende os visitantes com espécies das floras nacional e internacional. Entre as opções de lazer destacam-se o orquidário e o Museu do Meio Ambiente. Vale a pena ainda se arriscar na trilha histórica de dois quilômetros, com monumentos artísticos e arquitetônicos. 21 3874 1808

JBRJ.GOV.BR

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61 3366 5597

JARDIMBOTANICO.DF.GOV.BR

Recife (PE) Área de proteção ambiental e único refúgio de Mata Atlântica na cidade, o espaço tem uma coleção de bromélias, um cactário, um orquidário e um criadouro de abelhas nativas. Ponto especial dos seus 10,7 hectares é o Jardim Sensorial, concebido para que pessoas com deficiência visual descubram a natureza por meio dos outros sentidos. 81 3355 0002

JARDIMBOTANICO.RECIFE.PE.GOV.BR

FOTO: ANA HUARA /DIV.

COMO IR

O Jardim do Cerrado, como também é conhecido, ocupa uma área de impressionantes 500 hectares e conta com trilhas a serem vencidas a pé ou de bike. O espaço abriga o centro de pesquisa Cerratense, destinado à conservação do bioma – parada obrigatória para contemplar a bela vista da capital federal.



HIGHL IGHT S | V I T R I N E

A marmita da Mustard, que imita uma geladeira, tem três compartimentos e vem acompanhada de um garfo e uma colher. Pode ser levada ao micro-ondas sem a tampa. R$99,90

O piquenique pode deixar de ser aquele momento cheio de improvisos com a bolsa da Copa & Cia. Ela possui um jogo de quatro pratos, quatro taças e quatro pares de talheres. R$290,50

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Feito em casa

PREPARAR AS PRÓPRIAS REFEIÇÕES É A MAIOR GARANTIA DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL. CONFIRA UMA SELEÇÃO DE ITENS MODERNOS E PRÁTICOS PENSADOS ESPECIALMENTE PARA LEVAR COMIDAS E BEBIDAS PARA O ESCRITÓRIO, PARA O PARQUE OU ATÉ MESMO EM VIAGENS Edição THAIS LUTTI Produção NATHALÍ ISQUIERDO

De nylon, a bolsa da 2goBag traz três potes de 470ml cada e guarda um segredinho: uma divisão térmica na parte de baixo. R$424,99

O squeeze dobrável de silicone da Camicado comporta líquidos quentes ou frios e pode ir ao congelador. Quando vazio, há como ser comprimido, cabendo no bolso. Sua capacidade é de 500ml. R$59,90 CAMICADO.COM.BR

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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A garrafa térmica de 350ml da Papel Craft é divertida e funcional. Conserva muito bem tanto um café quentinho quanto bebidas geladas. R$135 PAPELCRAFTLOJA.COM.BR

Feita de silicone, a marmita flexível da Sanremo pode expandir ou diminuir os seus compartimentos. Com capacidade para 1,15 litros, ela vem com talheres acoplados à tampa. R$59,90 MULTICOISAS.COM.BR

Da Tok&Stok, o kit porta-refeição Lunchbox possui pote com três divisões, cinta elástica para auxiliar no fechamento e bolsa térmica com alça. R$129,90 TOKSTOK.COM.BR

Simples e moderna, a marmita Bento tem dois compartimentos de 500ml independentes. Pode ser levada ao micro-ondas, ao congelador e à máquina de lavar louças. R$220 BENTOSTORE.COM.BR

A bolsa térmica da Pacco pode ser carregada na bike ou no carrinho de bebê. Feita de jeans ecológico, tem forro impermeável, dois bolsos e um compartimento para garrafa ou mamadeira. R$98 PACCOBY.COM.BR

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HIGHL IGHT S | O L H A R A Z U L

Instantâneos CONFIRA ALGUNS DOS MELHORES CLIQUES FEITOS PELOS CLIENTES AZUL E PUBLICADOS NO INSTAGRAM

@evelinsampaio PR É um privilégio ver o dia nascer assim na chegada à capital paranaense

@cidadaodumonde_ BA Fiquei um bom tempo admirando as cores deste céu inesquecível!

@fabisociale PE Noronha é daqueles lugares que roubam o seu fôlego já à primeira vista

@kellypinheiro28 BA Viajo toda semana e sempre procuro fotografar cenas mágicas como esta

@maxivini RJ Day off bem aproveitado com os amigos na Praia dos Cavaleiros

@van_ninja RJ Uma das melhores vistas da Região dos Lagos é de dentro de um avião

Quer ver sua foto na próxima edição da revista? Use a hashtag #azulmagazine no Instagram

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@acostamento93

www.acostamento.com.br


HIGHL IGHT S | O L H A R A Z U L

Maria Medeiros e seu filho Matheus no simulador da UniAzul, em Campinas

A rotina de uma supermãe NA AZUL DESDE JANEIRO DE 2009, A COMANDANTE MARIA MEDEIROS DIVIDE SEU TEMPO ENTRE VOOS, AULAS NA UNIAZUL E O FILHO MATHEUS, DE 4 ANOS Retrato HELENA MARC

Mesmo com os horários “mais malucos possíveis”, a comandante Maria Medeiros, de 44 anos, é a prova de que é possível conciliar a aviação com a maternidade. Com uma escala que muitas vezes inclui madrugadas, fins de semana e feriados, a baiana teve de se planejar para dar à luz Matheus, hoje com 4 anos, mas garante que a sua vida ficou mais completa desde então. “A profissão é importante, porém eu precisava pôr em prática meu lado materno”, afirma. Há mais de 20 anos no ramo da aviação, Maria também é instrutora de voo na Universidade da Azul (UniAzul), centro de treinamento de pilotos da companhia, que fica em Campinas. Assim, tem de dividir seu tempo entre dar aulas, voar e estar com a família. “Em cima da minha escala de trabalho eu consigo montar a de mãe”, conta ela, que mora em Vinhedo (SP), a 21 quilômetros do principal hub da companhia. A comandante afirma que os horários considerados ruins por outros profissionais, entretanto,

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acabam ajudando-a a ficar mais próxima do filho. “Consigo manter com ele uma rotina até melhor do que se eu tivesse uma ‘profissão normal’. Na maioria dos fins de semana eu trabalho, mas tenho folga às segundas-feiras e às vezes às terças. Isso me ajuda a acompanhar a rotina escolar do Matheus”, explica. Maria ainda não sabe se estará com o filho neste Dia das Mães, já que normalmente trabalha aos domingos. Mas ela compensa a ausência de outras formas. “Eu me preocupo mais com o Natal e a Páscoa, que são datas mais importantes para as crianças. Nesses casos, faço um esforço para estar perto.” Além disso, ela faz questão de esquecer do trabalho no momento em que chega a sua casa – e de estar focada nos afazeres profissionais quando está pilotando ou dando aulas. “O piloto tem de estar totalmente dedicado à aviação durante o seu expediente. Graças à estrutura que tenho em casa, fico tranquila de deixar meu filho e dizer a ele: ‘Agora eu vou voar’.”



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COLUNA Mário Magalhães

A ciência do pão-durismo

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Mário Magalhães é jornalista e escritor. Recebeu 25 prêmios jornalísticos e literários. Foi ombudsman da Folha de S.Paulo. Quando criança, dizia que no futuro sua profissão seria “passageiro de avião”

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RETRATO: LEO AVERSA

m amigo desenvolveu uma técnica para o gados, mas não abrem a mão para nadar. O Chico prato pesar pouco no restaurante a quilo. gracejou: “Tem gente que acha que ser pão-duro é Pensando bem, não é mera técnica. Clas- pagar mico. Mas o Gastão não paga nada. Nunca”. sificar assim o resultado do seu empenho seria Outro mão-fechada das artes foi o protagonista subestimar a sofisticação da empreitada. Ele fun- da peça O Avarento, do Molière. O dito-cujo guardou uma ciência para comer mais pagando menos. dava todo o dinheiro em casa. Triste sina. Como Monta um prato de três andares, com bife suculento dizia o jornalista Vittorio Buttafava, “o absurdo da e verduras diáfanas. Só coloca o azeite depois de avareza está no fato de que o avarento vive pobre passar pela balança. Não sei se sente mais prazer e morre rico”. E conta vantagem, como um conhecom a comida ou por não gastar demais. cido que jamais pegou o metrô de Nova York, para Incentivado a publicar suas onde vai de férias. Gastar para descobertas e lições em livro, quê?, ele pergunta. Só anda a pé. o sovina prefere não comparDe táxi, nunca. Vangloria-se de UMA COISA É AS tilhar o que aprendeu. Parece ver toda Manhattan “de cima”, que ele devora muito mais esmesmo chovendo. Se neva, tranCIRCUNSTÂNCIAS ca-se no hotel. trogonofe do que os colegas, o OBRIGAREM A que a conta nega. Seu segredo? O unha de fome difere do APERTAR O CINTO. Maneirar nas colheres de carpoupador. Este sabe que, como as OUTRA É MANTER A ne e arroz, encobrindo-os com incertezas espreitam, é recomenuma montanha de batata palha, dável se precaver. Para o murriCARTEIRA LACRADA mais leve que pipoca. nha, ainda que o dinheiro sobre, COMO OBSESSÃO Restaurante é lugar onde todo dia é dia de vacas magras. EXISTENCIAL” os muquiranas se traem. Um Uma coisa é as circunstâncias compadre meu, da mesa mais obrigarem a apertar o cinto – até modesta à mais metida a besta, abre as refeições se para trocar de carro ou economizar para a viagem queixando dos preços no cardápio. A bronca ante- de verão. Outra é manter a carteira lacrada como cede sua mania de pedir para misturar ingredientes obsessão existencial. de pratos diversos. E querer filé à parmegiana sem Há quem confunda certas parcimônias com queijo. O compadre anda pelas ruas com as mãos no pão-durismo. As porções microscópicas da nouvelle bolso – se tropeçar, babau. cuisine não foram obra de cozinheiros mesquinhos, Mãos no bolso eram característica do mão de mas modismo gastronômico. Não é o caso do sujeito vaca Gastão Franco, personagem do Chico Anysio. que, quando a ligação cai, sempre espera para lhe “Pão-duro, não! Eu sou controlado”, era o seu bor- telefonarem e pagarem a chamada. Aí, o diagnósdão. O Gastão é daqueles tipos que morrem afo- tico flagra um pão-duro patológico.



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COLUNA Mara Salles

Vacas magras

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Mara Salles é chef do restaurante Tordesilhas, em São Paulo

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RETRATO: LEO AVERSA

ma amiga me contou uma história muito ali tirinhas de tomate, pimentão e cebola. Usava boa. Sua mãe preparava a galinha inteira. toda a sua esperteza para esticar o gosto no que Ela e o pai adoravam a cabeça, que sempre cozinhava, e a comida nunca faltava. Também não ficava para ele. Afinal só tinha uma. sobrava, porque tudo era delicioso e na medida. Num dia em que teriam visita a mãe pediu a ela Mais tarde aprendi o nome das técnicas que que fosse ao açougue e trouxesse um quilo de coxa. minha mãe dominava: o colágeno do pé de porco Em frente ao balcão de vidro, diante de umas cabe- para espessar o feijão, o sabor do glutamato natural çonas de galinha, ela matutou, comparou o preço do tomate e do queijo curado, que realça o gosto da da coxa com o da cabeça e falou para o açougueiro: comida, conhecido pelos japoneses como umami; o “Minha mãe mandou comprar um quilo de coxa, efeito maillard das carnes caramelizadas no fundo mas o senhor pode me dar dois quilos e meio de da panela; o confit, conserva da carne em banha. cabeça mesmo”. O açougueiro Coisas que, para nós, tinham oudisse: “Melhor você levar a coxa, tros nomes: borras, refogados, não é para visita?” E ela: “Não, apurados e batidinhos, sapecanão, vou levar a cabeça mesmo, dos e dourados, latas. HOJE, MESMO COM OS que, além de bem mais barata, Nem minha mãe nem a mãe ALIMENTOS PELA HORA é mais gostosa”. da Neide frequentaram escola DA MORTE, UM TANTÃO de gastronomia, de economia Foi para casa se gabando DE GENTE INSISTE EM da esperteza com o pacotão de ou tiveram aulas sobre direitos cabeças e o lucro enroladinho humanos ou sustentabilidade. COMER SÓ A PARTE na mão. Dali um pouquinho, lá Mesmo assim, diplomaram muita BRANCA DA GALINHA volta a menina com o pacotão, gente e fizeram a escola de comer E GARANTIR SEU FILÉ” toda desenxabida, toda envergoa galinha de cabo a rabo, porque nhada, pedindo para o açougueia morte do bicho nunca pode ser ro fazer a troca. Nem a Neide nem o pai comeram em vão. Hoje, mesmo com os alimentos pela hora cabeça naquele dia. da morte, um tantão de gente insiste em comer só Frequentei essa mesma escola, a do aperto, a parte branca da galinha e garantir seu filé, ainda do se vira, do a gente dá um jeito! Na casa dela era que este venha de vacas magras. cabeça de galinha; na minha, manjuba frita ou Mães de outros lugares, de outros costumes, berinjela com molho de tomate da xepa e um so- por sorte, inspiraram chefs a usar o ingrediente prinho de queijo ralado. Tinha também o bife de de forma respeitosa e diversificada. Restaurantes fígado ou a língua, em dias de feira. Bife de coxão classudos e estrelados do mundo inteiro oferecem iguarias como língua de boi, plantas alimentícias não mole era um evento. “Seu Virgílio, minha mãe mandou o senhor me convencionais, bochecha de porco, peixes pequenos, dar R$16 de bife.” O tanto que desse era divididi- rabo e foie gras, claro. Entretanto, ao usar o fígado nho, um pedaço para cada um, sem direito a bis. da ave, os cozinheiros já pensam em trabalhar com Para render mais minha mãe puxava o arroz na outras partes do ganso – as asas, as costelas e até frigideira cascuda dos bifes, não sem antes refogar a cabeça. Este é o tom moderno da gastronomia.


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COLUNA Denise Campos de Toledo

Um horizonte para a crise

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Denise Campos de Toledo é jornalista especializada em economia, comentarista da Rádio Jovem Pan e da TV Gazeta, além de palestrante, escritora e editora do site economiaemfoco.com.br

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RETRATO: ROBERTO SEBA

Brasil tem um longo histórico de crises. ca – a política do primeiro mandato da presidente Mas a atual, sem dúvidas, é a pior que já Dilma –, que, na verdade, foi a origem da crise, bem enfrentamos porque, na verdade, é uma antes dos embates políticos. Agora é esperar que o desfecho da crise política combinação de crises – a econômica, a política, de confiança e ética. As investigações da Lava Jato es- estabeleça uma perspectiva concreta de gestão mais cancararam a estrutura de corrupção que envolvia eficiente da economia, para que se possa ter um a relação entre o público e o privado. Reforçaram a horizonte de recuperação. Mas não vai ser fácil. A crise econômica, à medida que envolveram algumas resistência política é forte e o mergulho da economia das maiores empreiteiras do País e a Petrobras. foi muito profundo. A tão esperada correção de rota passa por mais medidas contracioAs investigações, denúncias e nistas, impopulares. prisões ainda deram munição para a crise política ao mostrar Com a economia em recesA CRISE POLÍTICA o grau de irregularidades comesão e a queda de atividade dos vários setores para compensar a tidas com recursos públicos, por REFORÇOU A interesses partidários e pessoais. receita mais fraca, provavelmente ECONÔMICA, AO E a crise política reforçou a teremos de encarar mais aumentos TRAVAR AS AÇÕES econômica ao travar as ações de impostos. É preciso sinalizar DO GOVERNO E do Governo e ampliar um clima com uma evolução das contas, ende insatisfação que culminou quanto não ocorrem reformas mais AMPLIAR UM CLIMA no processo de impeachment amplas, como a da Previdência. A DE INSATISFAÇÃO contra a presidente. Desgastado, recuperação da confiança exige QUE CULMINOU o Governo por um bom tempo um maior compromisso com a NO PROCESSO DE tentou bater de frente com um questão fiscal. O que não impede Congresso oposicionista ou que medidas pontuais de estímulo IMPEACHMENT” aos investimentos, à competitivibarganhar apoio, sem muito sucesso. Propostas que poderiam ter dado algum dade, às exportações e mesmo ao crédito possam horizonte para a economia foram modificadas dar algum oxigênio à atividade econômica. e, em várias ocasiões, substituídas por pautasMas não dá para ter ilusão. Pagamos uma conta bombas, que complicaram a situação. pesada por todos os equívocos cometidos na gestão Poucas iniciativas no sentido de dar algum da economia, que culmiram na crise política. E agora fôlego à economia ficaram atreladas ao interesse temos pela frente o custo da correção desses erros em obter apoio de movimentos sociais, de em- e de tudo de ruim que eles produziram. É preciso presários, de políticos, sem muita avaliação das reconstruir os pilares de sustentação do cresciconsequências para a economia. Foram liberações mento com estabilidade econômica. E isso não vai pontuais de crédito, de mais verba para programas acontecer de uma hora para a outra. Foram anos sociais, reduções de preços administrados. Ações de retrocesso. Mas é bom, pelo menos, termos um que lembraram a chamada Nova Matriz Econômi- horizonte. O Brasil já perdeu tempo demais.


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78 Lisboa O astral cosmopolita do primeiro destino da Azul na Europa

90 Festas de São João As principais comemorações juninas na região Nordeste

destinos

FOTOS: CHEMA LL ANOS (LISBOA); L AURO VASCONCELOS/DIV. (SÃO JOÃO)

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103 Bonito Nina Pandolfo indica atrações da cidade sul-mato-grossense


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DAMA

contemporânea Apesar da trajetória longeva, Lisboa não ficou parada no tempo. Soube preservar sua tradição e inovar em áreas como arte, gastronomia e vida noturna. Agora, você pode conferir a personalidade contagiante da cidade voando com a Azul – a companhia estreia frequências diretas entre Campinas e a capital portuguesa no dia 22 de junho Por BRUNA TIUSSU Fotos CHEMA LLANOS


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E

la é do século 7 a.C e não tem nenhuma vergonha de exibir sua idade. Tal qual uma senhorinha antenada, Lisboa vangloria-se de sua densa e rica história, cujo auge está na época das grandes navegações dos séculos 15 e 16, quando os portugueses conquistaram o “Novo Mundo”. Ao mesmo tempo, mantém os dois pés fincados no universo contemporâneo. Os edifícios com arquitetura inovadora, os museus interativos, as concept stores, os mercados gastronômicos e os bares com agito madrugada adentro são “acessórios” indispensáveis para essa lady moderninha.

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Segura do poder de sua luz – aquela enaltecida nos poemas de Fernando Pessoa –, ela brilha sem constrangimentos. E atrai para si pessoas de todas as tribos e faixas etárias, ávidas por conhecer a fundo sua atraente personalidade e seus segredos mais bem guardados. A mistura entre o vintage e o inovador tem sido o cartão de visitas dessa dama portuguesa nos últimos anos. E com sucesso. Ela foi a 14a cidade europeia mais procurada por turistas estrangeiros em 2015, segundo pesquisa feita pela MasterCard, e ocupa a 11a posição entre os destinos mais populares do mundo no quesito preço-qualidade, de acordo com ranking do site Trivago.

A vantagem econômica, aliás, somada ao astral cosmopolita, faz dela local ideal para grandes eventos e festivais – Bruce Springsteen e Maroon 5 desembarcam lá neste mês para tocar no Rock in Rio (dias 19, 20, 27, 28 e 29); Arcade Fire, Radiohead e Pixies marcam presença em julho, no Festival Nós Alive (de 7 a 9); e empresários de vários países vão à cidade em novembro, para o evento de tecnologia Web Summit (entre os dias 8 e 10). Grande, aconchegante e alegre, a Praça do Comércio (ou Terreiro do Paço) é o coração de Lisboa, do tipo que sempre tem espaço para mais um. Localizada na Baixa, sua área mais antiga, reúne moradores e visitantes espalhados pelo chão,


Na página anterior, panorâmica de Lisboa vista do alto do arco da Rua Augusta. Nesta página, no alto, elevador da Glóoria, um dos ícones da capital portuguesa; e, acima, tradicionais varais dos edifícios de Alfama

pelas mesas ao ar livre dos restaurantes e pelas muretas que beiram o Rio Tejo. O local representa uma das principais cicatrizes dessa diva portuguesa: antigo palácio da coroa, foi totalmente demolido no terremoto que assolou a cidade em 1755 – detalhes do ocorrido são contados na visita ao Lisboa Story Center, museu

interativo ali localizado. Mas ele também demonstra sua capacidade de se reerguer. Basta subir até o topo do Arco da Rua Augusta, aos fundos da praça, para ver o clima animado que toma conta da capital. Lá de cima também se notam as curvas de Lisboa. Partindo da Praça do Comércio para a direita ou para a esquerda estão as sete colinas em que a cidade está situada. Ainda que sejam íngremes, vencer suas ladeiras a pé é essencial para desbravar e se apaixonar por sua elegância veterana. Seguindo pela direita, no sobe e desce da Alfama, vê-se o imponente Castelo de São Jorge no alto e encontra-se um modo de vida autêntico, um orgulho português. São famílias morando em prédios com fachadas de azulejos, roupas em varais balançando ao vento, pequenas tascas com receitas caseiras de bacalhau e portinhas que escondem casas de fado. Algumas vias do bairro terminam em mirantes com belas panorâmicas e são o caminho do centenário bonde elétrico 28 – apesar de ter se transformado em atração turística, ele ainda leva muitos lisboetas ao trabalho e à escola. 081


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Nesta página, casa típica do Bairro Alto. Na página ao lado, à esquerda, frequentadores da LX Factory; à direita, um grafites do complexo; e, no centro, região de bares do Cais do Sodré

Nas rotas que seguem à esquerda da Praça do Comércio há mais da personalidade forte da capital. Ao redor da Praça Príncipe Real, antigos edifícios e sobrados representam hoje uma de suas facetas mais descoladas: abrigam concept stores de marcas contemporâneas e designers e estilistas da nova geração. Mas, próximo dali, no Bairro Alto, antigos edifícios e sobrados similares continuam sendo lares de famílias e senhorinhas chiques e fofas, retratos perfeitos da própria cidade e figuras constantes nas ruas durante o dia. Depois de se recolherem, porém, quando a noite já caiu, a região torna-se reduto da boa mesa e da boemia, com incontáveis restaurantes e bares.

PRODUTOS

Locais

Conservas Com embalagens retrô, sardinhas, atuns e patês são suvenires perfeitos da cidade. Custam a partir de 2 euros cada

Ginjinha Bebida símbolo de Lisboa, é um licor feito com a ginja, fruta parecida com a cereja. A dose custa a partir de 1,40 euro

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EUROS QUE RENDEM Confira hospedagens e atrações grátis ou com preços convidativos:

The Independent Hostels & Suites Ocupa um belo casarão do Bairro Alto, com decoração moderna. Diárias a partir de 10,40 euros, em quarto compartilhado THEINDEPENDENTE.PT/HS

Living Lounge Hostel Descolado e organizado, fica entre o Chiado e a Baixa. Diárias a partir de 12 euros, em quarto compartilhado LISBONLOUNGEHOSTEL.COM

Museu Berardo Instalado no bairro Belém, possui vasta coleção de artes moderna e contemporânea, com obras de mestres como Picasso, Dalí e Andy Warhol. Grátis MUSEUBERARDO.PT

Museu do Design e da Moda (MUDE) Localizado na Rua Augusta, exibe mobiliários de várias vertentes e peças de alta-costura. Grátis

Apesar da idade, Lisboa valoriza muito a vida noturna. Após os primeiros drinques no Bairro Alto é a vez de os bares e baladas do Cais do Sodré mostrarem a vitalidade da cidade. Muitos apresentam uma aparência décadence avec élegance, afinal, estão no bairro em que os antigos marinheiros se divertiam madrugada adentro. E a maioria faz o tipo democrático, onde todos os públicos são muito bem-vindos. O mais famoso e disputado deles é a Pensão Amor, aberta em 2011. Sua decoração com temática sensual presta homenagem a um bordel que ali fez história – há até uma livraria com títulos eróticos.

Não por acaso, o grupo de empreendedores por trás do lugar é o mesmo que exaltou o lado hype da capital ao investir, em 2008, na LX Factory, epicentro cultural e criativo que a coloca em posição de igualdade com destinos como Berlim e Londres. Ocupando o espaço de uma antiga indústria, o complexo, todo grafitado, dedica-se a arte, design, gastronomia e música. A Ler Devagar é um misto de livraria, café e museu; a Kiss the Cook oferece aulas rápidas de culinária; a Cantina é um restaurante instalado no antigo refeitório dos operários; e a Retrô Shop vende artigos dignos de antiquários.

MUDE.PT

Adega do Batefundo Fica na Graça e serve, desde 1948, ótimas receitas com bacalhau, frutos do mar e carne de porco. Pratos a partir de 6 euros 351 21 886 2255

Manteigaria Silva A loja centenária da Baixa é onde os lisboetas compram conservas, queijo da Serra da Estrela e bacalhau. O quilo do peixe custa a partir de 11 euros MANTEIGARIASILVA.PT


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Em sentido horário, entradinhas feitas de conservas do restaurante Can The Can; ambiente do Bica do Sapato, na beira do Rio Tejo; e atendendente do Mercado Campo de Ourique

COMO UM REI Durante as filmagens de O Convento (1995), do diretor português Manoel de Oliveira, John Malkovich apaixonou-se por Lisboa, a ponto de manter um relacionamento com ela: o ator é um dos sócios do restaurante Bica do Sapato, localizado na beira do Tejo. Com mais de 15 anos de história, a casa ainda é uma das estrelas da culinária contemporânea da cidade, opção perfeita para uma experiência gastronômica memorável. Vale reservar euros extras para uma refeição completa: comece com o queijo de cabra gratinado com queijo de figo (13 euros), siga com o bacalhau seco grelhado com espinafres salteados e ovo pochê (19,50 euros – foto) e termine com a torta de limão (8,50 euros).

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Também ligada no que está em voga na gastronomia, Lisboa não ficou presa às tradições e atualizou seu cenário. Ou melhor, tratou de prestigiar os seus ingredientes em conceitos inovadores. Alguns mercados, além de vender frutas e legumes, oferecem uma área destinada a quem deseja fazer uma refeição ali. Os dois melhores exemplos são o Mercado de Campo de Ourique, onde é possível contar os turistas nos dedos, e o Mercado da Ribeira, mais conhecido por conta da localização, quase aos pés do Rio Tejo. Em ambos encontram-se bacalhau, polvo, embutidos e outras iguarias portuguesas como protagonistas de pratos contemporâneos.

Nessa mesma lógica, restaurantes como o Can The Can, em plena Praça do Comércio, tornaram-se points concorridos nos últimos três anos ao desenvolverem receitas a partir das típicas conservas nacionais. A mesma sardinha, o mesmo bacalhau em posta, os mesmos filetes de cavala e a mesma muxama (lombo de atum seco) antes considerados alimentos muitos simples, agora são vistos como produtos refinados por portugueses e estrangeiros. Sentar-se em seu terraço, sob a luz do sol refletida no Rio Tejo e com um bom vinho português para acompanhar a comida, é como receber um abraço apertado dessa dama encantadora que é Lisboa.


TESOUROS DO ENTORNO Com área total menor que a do Estado de Pernambuco (são apenas 92 mil quilômetros quadrados), é difícil chegar a Portugal e ficar numa só cidade. Coladas a Lisboa por exemplo, a apenas 30 quilômetros de distância cada, estão Cascais e Sintra, duas preciosidades do País que podem ser desbravadas em passeios de um dia. Por muitos conhecida como “Riviera portuguesa”, Cascais é destino de veraneio de ricos, famosos e da família real – sua “casa”, o Palácio da Cidadela, abre as portas para os visitantes quando não está ocupada. É a chance de conhecer quartos e salas de estar e de jantar onde importantes reuniões políticas são realizadas até hoje. A vila tem um Centrinho simpático e praias, como a do Guincho e a do Tamariz, que agradam famílias, surfistas e amantes dos esportes aquáticos. Sua enorme marina é ponto importante do lugar: ela sedia eventos e tem uma escola de vela, windsurfe, stand up paddle, entre outras modalidades.

Já Sintra, situada na encosta de uma serra, foi classificada como Patrimônio Mundial pela Unesco em 1995 por conta de sua rica herança medieval. Castelos e palácios se espalham pela vila a distâncias facilmente vencidas a pé e transportam o turista para uma época de outrora. Ali também não faltam restaurantes com o melhor da culinária local e endereços que vendem os famosos doces conventuais – feitos à base de ovos –, como pastel de Belém, papo de anjo e barriga de freira. Outro destaque monumental é a Quinta da Regaleira, misto de jardim e museu concebido pelo arquiteto italiano Luigi Manini a pedido do proprietário, o brasileiro Antônio Carvalho Monteiro. Erguido ente 1898 e 1912, abriga construções curiosas. A mais marcante é o poço principal, com 27 metros de profundidade, uma escada em caracol que leva até o fundo e todo um clima de mistério – reza a lenda que o local oculta significados alquímicos relacionados à Maçonaria e à Ordem dos Templários.

Acima, à direita, uma das torres da curiosa Quinta da Regaleira; ao lado, a orla sofisticada de Cascais; e, abaixo, panorâmica da cidade de Sintra

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ONDE FICAR

ONDE COMER

Tivoli Jardim Lisboa

Can The Can

Lisboa à Noite

Este quatro estrelas chama a atenção pela localização – a dez minutos de caminhada da Baixa e do Bairro Alto –, pelos quartos confortáveis e pelo farto café da manhã. O acesso à rede wireless, no entanto, é restrita às áreas comuns.

Além do ambiente descolado – fica na Praça do Comércio, com mesas a céu aberto –, destaca-se pelas receitas que privilegiam as tradicionais conservas portuguesas e os pescados. Entre os pratos principais, o polvo com espinafre e broa de milho é irresistível.

Um dos restaurantes do Bairro Alto frequentado por turistas e moradores que desejam uma refeição típica portuguesa, com pratos e vinhos locais, em um ambiente acolhedor. Peixes, como linguado, atum e robalo, e frutos do mar, como polvo, camarões e mariscos, são os protagonistas das receitas.

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Heritage Avenida Liberdade Localizado na via que abriga as grandes grifes internacionais, o hotel está instalado em um edifício do século 18. Possui decoração clássica, uma bela biblioteca e um bom bar. AVENIDA LIBERDADE, 28, CENTRO 351 21 340 4040

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Lezíria Parque Hotel A 15 minutos do aeroporto, está próximo às principais vias de acesso para o Porto, o Algarve e a Espanha, além do centro de Lisboa. Seus 103 quartos são equipados com ar-condicionado, cafeteira elétrica e Wi-Fi grátis. O restaurante Aquarius serve gastronomia típica em sistema de buffet.

351 91 400 7100

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R. DAS GÁVEAS, 69, BAIRRO ALTO 351 21 346 8557

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Martinho da Arcada De 1782, é o café mais antigo da cidade ainda em funcionamento. Um dos endereços preferidos de Fernando Pessoa – até hoje há uma mesa em homenagem ao poeta –, também funciona como restaurante, com opções que vão do bacalhau à Martinho (regado com azeite e com batatas) às sardinhas assadas.

Park

PÇA. DO COMÉRCIO, 3, BAIXA

CALÇADA DO COMBRO, 58, BAIRRO ALTO

351 21 887 9259

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Ocupando o rooftop de um edifícioestacionamento, o bar tem mobiliário de madeira e muitas plantas, assemelhando-se a um agradável jardim suspenso. Funciona à tarde e à noite, com boa oferta de drinques e hambúrgueres a serem apreciados com a bela vista da cidade. 351 21 591 4011

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Gigantes de

SÃO JOÃO Com estruturas turísticas potentes e shows populares, as festas juninas no Nordeste viraram megaeventos que misturam tradição e entretenimento para multidões Por ROSA JORGE

FOTO: CÉSAR DI CESÁRIO

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em forró, quadrilha, curau, bolo e quentão. Mas também tem Alceu Valença, Elba Ramalho e o “anjo perfeito” Wesley Safadão. Gigantes em estrutura, atrações e público: é assim que são hoje, no Nordeste, as festas de São João. Para o turista que quer se divertir, tudo isso é mais que uma rima: é uma solução. Brincadeiras à parte, está chegando a época do ano em que o católico São João Batista, em 24 de junho, e seus vizinhos de mês, Santo Antônio (13) e São Pedro (29), viram temas de festa. Das troças de casamento na roça de antigamente (“Com a filha de João / Antônio ia se casar / Mas Pedro fugiu com a noiva / Na hora de ir pro altar”), organizadas por comunidades, cada qual no seu canto, os arraiais viraram grandes eventos culturais, com patrocínios milionários e até um mês inteiro de atrações. Seguem firmes e fortes as apresentações de quadrilhas, que se converteram em verdadeiros espetáculos de sons, coreografias e figurinos, em disputas concorridíssimas. Também permanecem as receitas simples e cheias de brasilidade, para

comprar em barracas e comer em pé, passeando. A tudo isso somam-se, atualmente, shows dos principais artistas populares em atividade: sejam os medalhões do ritmo, como Elba e Alceu, sejam os novatos que arrastam multidões, como o Safadão que, no ano passado, apresentou seus sucessos arrasa-quarteirão para públicos de até 90 mil pessoas nos dois maiores “arraiás” do País, Caruaru e Campina Grande. Além deles, que disputam amistosamente o título de maior São João do mundo (mas a paraibana Campina Grande saiu na frente e garantiu para si o site omaiorsaojoaodomundo.com.br), outras localidades fazem ótimas e divertidas festas. Aracaju e seu Forró Caju; Salvador e mais dezenas de cidades na Bahia; São Luís do Maranhão, com seu boi-bumbá. Cada cidade trata de incrementar os próprios festejos com tradições locais, como os pífanos pernambucanos, de forma que tem para todos os gostos. É separar os vestidos coloridos, as camisas xadrezes – tudo muito leve, já que mesmo nos meses de outono e inverno, o Nordeste é quente – e embarcar na festa. 091


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Campina Grande PB Na segunda maior cidade paraibana (fica atrás apenas da capital João Pessoa), com 400 mil habitantes, os festejos de São João neste ano vão de 3 de junho a 3 de julho. O Parque do Povo é o principal polo de atrações e, em seu palco, sob uma pirâmide de bandeirinhas, apresentam-se cantores populares e muitos grupos de forró. Wesley Safadão está confirmado, bem como Elba Ramalho, Zé Ramalho, Biliu de Campina, Lucy Alves e o Padre Fábio de Melo. Com o tema “Venha Curtir as Tradições”, a festa quer mostrar diversas culturas do Nordeste. O humorista Shaolin, que morreu em janeiro, será homenageado. Como em todos os anos, haverá o Festival das Quadrilhas Estilizadas e o casamento coletivo – em 2015 mais de 100 casais participaram. Além disso, o evento contará com um atrativo adicional: a Tocha Olímpica passará por Campina Grande um dia antes da abertura do evento. A montagem de sua megaestrutura já começou: há até cidade cenográfica, onde são representados pontos turísticos icônicos do município, como a Catedral e o prédio dos Correios, tudo funcionando como barracas, restaurantes e pontos de venda de artesanato. Os distritos de São José da Mata e Catolé também recebem palcos. Outro distrito, Galante, é o ponto de chegada da Locomotiva Forrozeira, que parte de Campina Grande e segue um percurso de duas horas, com muita música e bebida – este ano haverá sete saídas (o ingresso custa R$110).

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ininterruptos (desde 1983)

31

dias de festa em 2016

SAOJOAODECAMPINA.COM.BR

43

mil m2 no Parque do Povo, mais três polos descentralizados

200

atrações em 2015, entre shows, trios de forró e quadrilhas

750 pares

no Quadrilhão Mexe Campina, em 2015

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Caruaru PE Ano a ano, show a show, Campina Grande, na Paraíba, e Caruaru, em Pernambuco, disputam o título de maior São João do mundo. Uma decisão difícil – as duas festas, que recebem cerca de dois milhões de visitantes cada, desfilam números grandiosos:

22

anos ininterruptos (desde 1994)

26

dias de festa em 2016

FOTOS: REINALDO TOSCANO/DIV. (CAMPINA GRANDE); AGUINALDO LIMA /DIV. (CARUARU)

CARUARU

Para evitar discórdias, a Tocha Olímpica vai passar também pela cidade pernambucana, no dia 30 de maio. Ela será conduzida por atletas até o Pátio de Eventos Luiz Gonzaga, mesmo endereço onde, cinco dias depois, em 4 de junho, começa a festa de São João, que neste ano vai até o dia 29. As atrações não foram divulgadas até o fechamento desta edição, mas o evento de Caruaru também aposta em megashows e, em geral, tem o núcleo central da programação muito parecido com o de Campina Grande. Por outro lado, ele enfatiza a cultura local: cerca de 80% dos artistas contratados são da região. A abertura oficial dos festejos, por exemplo, costuma ser feita por uma banda de pífanos, conjunto instrumental de percussão e sopro tipicamente pernambucano. Em 2015, a Banda de Pífano Zé do Estado abriu a festa, que teve também homenagem a Heleno dos Oito Baixos, show da dupla Zezé di Camargo e Luciano, além de trios pé-de-serra, repentistas, declamadores e emboladores. Um dos pontos altos do arraial ocorre no próprio dia de São João, 24 de junho. O desfile dos bacamarteiros – homens que, segundo a tradição, têm a importante missão de acordar os santos juninos com tiros de bacamarte – reúne mais de 20 batalhões, com até mil integrantes cada. Imperdíveis ainda são as exposições de comidas gigantes, com enormes versões de clássicos nordestinos, como a broa de milho e o munguzá, o Festival de Quadrilhas e a Maior Fogueira do Mundo, no dia de São Pedro (29). FACEBOOK.COM/SJDECARUARU

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mil m2 no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga, mais cinco polos descentralizados

400

atrações em 2015, entre shows, trios de forró, bacamarteiros e quadrilhas

27

grupos no Festival de Quadrilhas Estilizadas

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D EST INOS | F E S T A S D E S Ã O J O Ã O

Aracaju SE Onipresente nos festejos de São João do ano passado, Wesley Safadão estava lá, no palco montado na Praça de Eventos, entre os mercados do centro da capital sergipana. Outra figurinha fácil, Elba Ramalho também fez seu show no Forró Caju, que atrai cerca de um milhão de pessoas nas dez noites de festival – com cinco shows cada uma, em média, a partir das 20 horas. Aviões do Forró, Mastruz com Leite, Calcinha Preta são alguns dos grandes nomes do forró brasileiro que já mostraram seu talento no evento sergipano, hoje considerado um dos principais da vertente no País. Promovido pela Prefeitura, o São João de Aracaju ainda estava com datas e programação em aberto até o fechamento desta edição. De certo mesmo é apenas que a festa ocorre nos dias próximos ao de São João, em 24 de junho. SAOJOAOEMSERGIPE.COM.BR

A capital baiana entrou de vez para a lista das cidades brasileiras com as melhores festas de São João. Seu evento faz parte de um grande projeto com 60 cidades que recebem incentivos do governo estadual para montar seus arraiais – Cachoeira, Mucugê, Lençóis, Cruz das Almas, Jequié, Santo Antônio de Jesus e Senhor do Bonfim são as mais procuradas. As datas de 2016 estavam sendo definidas até o fechamento desta edição – mas a programação costuma se estender ao longo de dez dias, os cinco dias anteriores e os cinco posteriores à data de São João, 24 de junho. No ano passado, mais de 100 shows gratuitos animaram o Pelourinho e os bairros do Subúrbio Ferroviário. Nomes como Elba Ramalho, Daniel, Mastruz com Leite e Saulo Fernandes se apresentaram no Centro Histórico de Salvador, um dos cinco destinos mais visitados por turistas estrangeiros no Brasil. Barracas de comidas típicas juninas – e de acarajé, claro – e quadrilhas também estão garantidas. SAOJOAOBAHIA.COM.BR

094 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

FOTOS: TATIANA A ZEVICHE/SETUR/DIV. (SALVADOR); ANA LICIA MENEZES/DIV. (ARACAJU)

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São Luís MA No São João maranhense a quadrilha é apenas um dos tipos de dança tradicional a ocupar o centro das atenções nos arraiais da capital São Luís. Estrela mesmo é o supertradicional bumbameu-boi, mas grupos de cacuriá e tambor de crioula também fazem várias apresentações – as datas dos festejos deste ano ainda não haviam sido divulgadas até o fechamento desta edição. Em 2015, a Praça Maria Aragão, o Ipem (Clube dos Servidores) e a Vila Palmeira abrigaram as principais atrações, com boa infraestrutura para o público nos espaços que por lá são chamados de terreiros. MA.GOV.BR

Por seu próprio gigantismo, as principais festas de São João do Nordeste têm cardápio variadíssimo, que chega a ser multinacional. A depender da localidade, é possível encontrar de massas a comida mexicana. Mas o milho, as carnes de sabor forte, o leite e a cachaça, ingredientes do dia a dia da culinária nordestina são os que compõem os pratos mais tradicionais. São comidas brasileiríssimas e cheias de “sustança”, ótimas para repor energias depois de muito arrasta-pé. Para fazer uma boquinha, petiscos e porções são ideais. Tapioca, cuscuz – feito de farinha de milho flocada –, milho cozido ou assado e, na Bahia, acarajé, cabem nessa definição. Receitas como baião-de-dois (arroz, feijãofradinho ou de corda, carne de sol e queijo coalho, na foto acima), arrumadinho (feijão, farofa, charque e temperos arrumados em camadas), buchada de bode e carne de sol com queijo coalho valem uma refeição. De sobremesa, bolo de milho, tapioca, amendoim e coco; arrozdoce, canjica e seu primo munguzá (que existe também na versão salgada); pamonha e curau. A bebida mais típica é o quentão, com cachaça, gengibre e temperos.

OLHA A COBRA! Os vestidos, os rituais de cumprimentos entre damas e cavalheiros, o bailar sempre em pares... Tudo nas quadrilhas juninas dançadas no Brasil lembra os bailes nas cortes europeias da Idade Média, onde a tradição teve origem. Trazida ao País pelos nobres portugueses que vieram junto com a família real, no século 19, e pelas missões culturais francesas na mesma época, a dança aos poucos deixou a sala de estar das casas mais ricas para ganhar os terreiros das festas rurais. E foi, claro, adaptada: das roupas feitas com tecidos de chita coloridos e bem mais simples à trilha sonora, o forró. Originalmente, eram quatro os pares de participantes, daí o nome. Historiadores afirmam que já em meados de 1840 havia quadrilhas populares, especialmente no Rio de Janeiro, então capital do Império Português. A cidade é, inclusive, sede da quadrilha que é provavelmente a mais antiga do Brasil em atividade contínua: a Quadrilha do Sampaio, que está completando seis décadas – foi fundada em 1956 na região do Meier. O grupo abre a temporada de arraiais deste ano com apresentação em sua própria casa, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Engenho Novo, no primeiro fim de semana de junho. FACEBOOK.COM/QUADRILHADOSAMPAIOORIGINAL

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FOTOS: REINALDO TOSCANO/DIV. (RIO DE JANEIRO) ; ANTONIO A ZEVEDO/DIV. E FERNANDA CUENCA /DIV. (SÃO LUÍS)

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D EST INOS | B E L É M

Metrópole EFERVESCENTE Recém-nomeada Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco, Belém celebra seus sabores este mês com o Festival Ver-o-Peso e convida o visitante a conhecer seus endereços turísticos

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estino cheio de história, Belém oferece uma memorável experiência aos sentidos com suas cores, fachadas de azulejos e seus sabores inusitados, como o do tacacá, do jambu e da maniçoba. No fim de 2015, às vésperas de completar 400 anos, a capital paraense se juntou a outros 115 municípios do mundo que possuem o título de Cidade Criativa – no caso de Belém, por causa da sua variada e rica gastronomia. Confira uma seleção de programas para conhecer melhor a cidade:

100 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

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Complexo Feliz Lusitânia O conjunto arquitetônico compreende um forte, um centro cultural, uma praça, uma igreja e uma catedral. Ponto turístico imperdível, a Casa das 11 Janelas, que já foi residência de um senhor de engenho e um hospital, tem acervo com obras de artistas como Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi. CASA DAS 11 JANELAS, PÇA. DOM FREI CAETANO BRANDÃO, S/Nº, CIDADE VELHA

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Mangal das Garças Às margens do Rio Guamá, o parque de 40 mil metros quadrados reproduz a diversidade da flora paraense. O local também abriga aves, equipamentos de lazer e um restaurante, além de ter uma torre com vista deslumbrante da cidade. O borboletário é atração à parte. PASS. CARNEIRO ROCHA, S/Nº, CIDADE VELHA 91 3242 5052

Festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense Um dos maiores e mais antigos eventos de gastronomia da região Norte chega à sua 14ª edição – vai ocupar toda a cidade de 21 a 29 deste mês. A intensa programação é composta de aulas, de palestras, da feira Chefs na Praça e de jantares. Estrelas da cozinha contemporânea, como Alex Atala e Claude Troisgros, já confirmaram presença.

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Jantares magnos Dois restaurantes aclamados da cidade receberão chefs convidados neste mês, dentro da programação do Festival Ver-o-Peso. Em 26 de maio, Pedro Artagão e Alberto Landgraf cozinham ao lado de Ângela Sicilia, no Famiglia Sicilia. No dia seguinte, é o Benjamin, instalado em um casarão centenário, que terá um menu feito a seis mãos: Flávia Quaresma e Pablo Oazen juntam-se ao chef da casa, Sergio Leão. FAMIGLIA SICILIA AV. CONSELHEIRO FURTADO, 1420, BATISTA CAMPOS

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Mercado Ver-o-Peso Theatro da Paz Inspirado no Teatro Scala de MIlão, o espaço foi construído com o dinheiro oriundo do Ciclo da Borracha e batizado em alusão ao fim da Guerra do Paraguai, em 1870. Chama a atenção sua arquitetura imponente e decoração com objetos europeus, como o grandioso lustre e as estátuas de bronze francesas. Tem capacidade de 1,1 mil lugares e acústica perfeita para espetáculos líricos. R. DA PAZ, S/Nº, CENTRO

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Carinhosamente chamado de “Veropa”, o mercado, cuja estrutura de ferro foi trazida da Europa no século 19, é a maior marca da capital paraense. Peixes com o pirarucu e o tamuatá, frutas como o bacuri e o cupuaçu, castanhas e uma infinidade de outras iguarias podem ser encontrados ali. O açaí (foto na página anterior), tradicional produto da região, é vendido puro, com uma crocante farinha de tapioca e um peixe frito como acompanhamento. AV. BOULEVARD CASTILHO FRANÇA, S/Nº, CIDADE VELHA 91 3230 3926

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DEST INOS | E U F U I

Bonito P E L A A R T I S TA P L Á S T I C A

Nina Pandolfo

FOTO: PRISCIL A PRADE/DIV.

Eu queria conhecer um local com muita natureza e minha escolha foi a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Parti de Campo Grande bem cedo e pude contemplar o nascer do sol num horizonte em que a rodovia parecia não ter fim. As tonalidades eram hipnotizantes! Já no percurso, vi vários animais silvestres atravessando a estrada sem nenhuma preocupação. Em um momento parei o carro no acostamento para admirar os bichos e aguardar tranquilamente a sua travessia. É muito comum que eles cruzem a via e, por isso, é importante dirigir em uma velocidade baixa. Já na cidade os passeios são especiais, com natureza exuberante e fauna abundante. Muitos dos animais lá não se sentem ameaçados com a presença dos humanos e alguns se aproximam tanto que é possível tocá-los. Acho maravilhoso o fato de ainda termos locais assim, onde os bichos vivem em perfeita harmonia com o homem. Por fim, gostaria de destacar um lugar: a Gruta do Lago Azul. Não me esqueço da cor da água, fruto do reflexo do sol – não é permitido nadar ali, mas ainda assim vale muito a visita. Se estiver programando as férias com antecedência, tente ir de dezembro a janeiro: pela manhã, o sol incide diretamente na entrada da gruta e torna o azul ainda mais intenso.

Beleza hipnotizante A ARTISTA PLÁSTICA NINA PANDOLFO CHEGOU A BONITO, NO MATO GROSSO DO SUL, GUIADA PELOS ENCANTOS NATURAIS DO DESTINO Em depoimento a LUIZA VIEIRA


D ES T INOS | E U F U I

Um banho relaxante em uma cachoeira é sempre bemvindo! Antes de voltar para o hotel, aconselho fazer uma pausa para um lanchinho delicioso e uma boa prosa com o proprietário da fazenda onde a atração está, que sempre tem causos para contar.

Esta dica é para os mais aventureiros. A partir de um buraco no chão, desce-se 72 metros de rapel até uma gruta escura e imensa, do tamanho de um campo de futebol. Lá embaixo o visitante faz um passeio de bote para observar as formações rochosas. Há também a possibilidade de fazer flutuação – certificados podem, inclusive, mergulhar.

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Uma trilha de 300 metros leva à entrada da gruta. À primeira vista, parece apenas uma caverna. Mas, conforme você desce a escadaria de mais de 300 degraus, começa a perceber um clarão azul, fruto da incidência do sol na água cristalina. Parece que a iluminação é artificial, de tão vistosa. É realmente incrível!

104 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

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Após uma trilha deliciosa, há um mirante para apreciar a nascente, bem transparente. Uma vez no rio, é hora de flutuar. A visibilidade é de dezenas de metros e piraputangas e outras espécies de peixes fazem companhia ao turista durante o passeio.


Confira as dicas de Nina Pandolfo para curtir o melhor de Bonito:

1 Cachoeiras do Rio do Peixe Devido à diversidade de peixes e plantas e à água supercristalina e tranquila, os rios da região mais parecem aquários. Vários deles oferecem a flutuação, como o Rio da Prata e a Nascente Azul, onde você se equipa com snorkel e roupas de neoprene e apenas segue o fluxo, boiando. A sensação é de estar em outro mundo.

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3 Gruta do Lago Azul ROD. TRÊS MORROS, 22KM A PARTIR DE BONITO

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Em uma cidade vizinha a Bonito, o passeio é indicado para qualquer momento do dia, mas eu fui no fim da tarde, quando as araras voltam para suas casinhas. Numa caminhada por uma trilha tem-se a visão panorâmica do chamado Buraco, onde elas se refugiam. Seus ruídos, o voo no entorno da cratera... É tudo muito mágico!

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108 Debora Bloch A trajetória agitada de uma atriz com mais de 30 anos de carreira

116 Favela Orgânica Receitas e orientações para pôr fim no desperdício de comida

emfoco

FOTOS: DARYAN DORNELLES (DEBORA BLOCH); LEO AVERSA (REGINA TCHELLY)

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122 Sociedade Compartilhamento: o modelo que está mudando as relações de consumo


E M FOCO | D E B O R A B L O C H


NAS ASAS DA

MATURIDADE Às vésperas de completar 53 anos e com mais de três décadas de carreira, Debora Bloch mantém a vitalidade emendando um trabalho no outro. Atualmente em cartaz com a peça Os Realistas, ela começa a gravar ainda neste mês uma nova série da Globo Por PEDRO HENRIQUE FRANÇA Fotos DARYAN DORNELLES

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E M FOCO | D E B O R A B L O C H

ebora Bloch tinha nove anos quando deu início às aulas de balé. Todo dia, independentemente dos passos que aprendia, voltava à barra e ao princípio básico: o pliê. Voltar à essência é algo que ela também encontraria no ritual do teatro, para onde levou a mesma disciplina da dança. Ela demorou um tempo, porém, para aceitar a atuação como destino a seguir. Chegou a estar certa de que seria bailarina e passou no vestibular para estudar história, mas a vida lhe reservou cursos de teatro com Ivan Albuquerque e Rubens Corrêa e o palco entrou de vez em seu caminho. Aos 16, foi indicada para um teste para substituir Lucélia Santos na peça Rasga Coração (1980), ao lado dos já consagrados Raul Cortez e Ary Fontoura. E passou. Sua vida tomava outro rumo. O pliê ficou na memória. Prestes a completar 53 anos, no dia 29 deste mês, e com mais de três décadas de carreira, a atriz segue esbanjando talento no palco. Até o dia de seu aniversário ela permanece em cartaz no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, com o espetáculo Os Realistas, que já cumpriu temporada no Rio de Janeiro – com direito a inúmeras críticas elogiosas – e para lá retorna entre julho e agosto, antes de viajar pelo Brasil.

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Além de atuar na companhia dos amigos Mariana Lima, Fernando Eiras e Emílio de Mello, Debora também é a produtora da montagem – cargo que assume em todas as suas peças desde Fica Comigo Esta Noite (1990). Com texto do americano Will Eno, espécie de Samuel Beckett da nova geração, e direção de Guilherme Weber, a trama coloca dois casais em cena para refletir sobre amor, finitude e incomunicabilidade. “Esse espetáculo é uma novidade transformadora na minha trajetória. Os Realistas me fez reencontrar a importância desse lugar na minha vida. O lugar para onde quis ir quando decidi ser atriz”, diz ela. Devota da dramaturgia, Debora trabalha duro para dar o melhor de si no palco. E, para isso, volta sempre à essência, exatamente como fazia nos tempos de balé. “O teatro tem a sala de ensaio, onde você retorna para a base. Ele é mais físico, tem que ter um corpo e uma voz disponíveis. Eu gosto de chegar duas horas antes para começar a deixar os problemas de fora e mergulhar naquele universo “, explica. Esse universo, aliás, foi a ela apresentado ainda na infância pelo pai, o também ator Jonas Bloch. Desde criança Debora acompanhou cenários, figurinos, diálogos e textos brotarem da sala de sua casa. Entre um e outro ensaio, ouviu do pai que o importante é ser feliz. E guardou para si um ensinamento que repete como mantra ao analisar sua trajetória. “Vai ter sempre alguém para dizer que você é a melhor e a pior atriz do mundo. Nunca acredite em nenhum dos dois. Eu nunca acreditei.” Por conta das raízes artísticas ela cresceu sob a luz dos holofotes. Ainda no início da década de 80, quando dava os primeiros passos no mundo das artes, já era um sucesso entre os amigos. Aluna do Colégio São Vicente de Paulo, na Zona Sul carioca, estudava, fazia balé

Debora Bloch posa para fotos no Clube dos Macacos, na Zona Sul do Rio de Janeiro


VAI TER SEMPRE ALGUÉM PARA DIZER QUE VOCÊ É A MELHOR E A PIOR ATRIZ DO MUNDO. NUNCA ACREDITE EM NENHUM DOS DOIS”

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FOTOS: LEO AVERSA /DIV. (OS REALISTAS); ACERVO PESSOAL

Em sentido horário, Debora Bloch ao lado de Diogo Vilela, no longa Bete Balanço (1984); ainda criança, com o pai e a irmã; contracenando com Luiz Fernando Guimarães, na peça Fica Comigo Esta Noite (1990); e no espetáculo Os Realistas (2016)

ESTÁ NO SANGUE Jonas Bloch, ator, pai e mestre de Debora, fala sobre a filha:

e estava em cartaz no teatro à noite. “Todas queriam ser a Debora. Ela era uma mulher irresistível, linda, livre, bailarina, atriz. Sempre muito feminina, antenada, amiga do Cazuza, da galera do Circo Voador. Era uma luz”, lembra a atriz Fernanda Torres, que foi sua colega de escola e companheira de cena na montagem Duas Mulheres e um Cadáver (2000). Nessa época, o teatro lhe proporcionou conhecer Luiz Fernando Guimarães, que veio a ser um grande parceiro cênico. A amizade se concretizou de vez nas gravações de TV Pirata

(1988), programa de humor da Globo que é referência até hoje para as novas gerações. “A gente ficava muito na cama, tipo amantes, pensando em um espetáculo para fazer. Encontramos o Fica Comigo Esta Noite e permanecemos cinco anos em cartaz. Foi uma química absurda. A Debora é muito talentosa e não se deixa vencer por obstáculos. É teimosa como eu. Essa teimosia é o que faz a gente ir adiante”, diz Luiz, que ainda dividiu o palco com a amiga em Cinco Vezes Comédia (1996) e o set na novela Cordel Encantado (2011), entre outras atuações.

“Quando Debora estava decidindo o que faria da vida ela me contou sobre seu interesse em ser atriz, mas disse que não sabia se tinha talento. Propus que fizesse um curso de teatro, onde poderia sentir isso melhor. Foi o que ela fez. Ainda bem que escolheu essa carreira, que, apesar de tão difícil, é o seu lugar. Ela tem uma paixão pelo trabalho que a rejuvenesce, por isso está tão jovem e bonita. Ela atua com uma verdade, uma carga emocional e uma humanidade que impressionam. E, como filha, é muito fofa, sempre querendo dar conselhos e acompanhar meus trabalhos. Tenho admiração e orgulho pelo que ela é. Qual pai não se orgulharia de uma filha como Debora?

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E M FOCO | D E B O R A B L O C H

FOTOS: BA ZILIO CAL A Z ANS/ T V GLOBO/DIV. (T V PIRATA); ALEX ANDRE ERMEL /DIV. (À DERIVA)

ZOOM

No alto, Debora em cena do filme À Deriva (2009), ao lado de Laura Neiva; e, acima, no humorístico TV Pirata (1988), com Regina Casé

De lá para cá, Debora emendou um projeto no outro na televisão, no teatro e também no cinema. Sua estreia na telona se deu em 1984, com Noites do Sertão, inspirado em um conto de Guimarães Rosa. O longa, filmado em algumas cidades mineiras, proporcionou-lhe a chance de recuperar suas raízes – nascida em Belo Horizonte, foi para São Paulo com seis anos e, aos 13, mudou-se para o Rio, de onde nunca mais saiu – e garantiu seus primeiros prêmios, nos festivais de Brasília e Gramado. Mas foi o filme seguinte, que acabou estreando antes, que deu a ela a música transformada em trilha sonora para a vida e que ainda a persegue: Bete Balanço. 114 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

Agora, simultaneamente a Os Realistas, ela embarca em mais uma aventura televisiva: neste mês começa a rodar a série global Justiça, de Manuela Dias, com direção de José Luiz Villamarim e previsão de estreia no segundo semestre. Assim como a peça, a produção também tem preenchido e instigado Debora em uma das melhores fases de sua vida. Madura, mãe e solteira, depois de quase 20 anos de casamento (sete com o diretor de fotografia Edgar Moura e outros dez com o chef Olivier Anquier, com quem teve os filhos Julia e Hugo), ela não deixa dúvidas de que está muito bem assim. “Sinto-me muito mais livre hoje do que aos 20 anos. A maturidade é libertadora. Você já conquistou algumas coisas, sabe que não vai conquistar outras, entende seus limites e precisa cada vez mais de menos. Foco só o que é essencial.” Independente, sim. Sozinha, nunca. Mulher de conteúdo e do teatro – porém, longe de ser blasé –, a atriz se interessa por mil coisas e está sempre cercada de amigos. Faz questão de compartilhar reflexões sobre o mundo e é expert em dar e provocar boas gargalhadas. “Eu gosto da troca. O maior prazer do meu trabalho é esse. Minha maior frustração é quando essa troca artística não acontece. Eu já passei por isso e foi muito solitário”, conta ela, que espera abraçar muitos projetos pela frente e deseja envelhecer no palco com a vitalidade de Mick Jagger.

Viajar é preciso Quando está de folga – o que é raro –, a primeira coisa que Debora pensa é em fazer as malas. Adora pesquisar os lugares que deseja conhecer. Porém é do tipo que foge dos programas turísticos. “Já fui não sei quantas vezes a Paris e nunca subi na Torre Eiffel”, diz. Ela achou o Marrocos interessante culturalmente, surpreendeu-se com a civilidade de Amsterdã, curte uma metrópole como Nova York, mas é para o Sul da Bahia, onde tem casa, que ela gosta de ir para descansar

Afetos artísticos Entre seus trabalhos mais importantes ela cita Noites do Sertão (1984), Bete Balanço (1984) e o belo e denso À Deriva (2009) como marcantes passagens pelo cinema. Na TV, aponta o TV Pirata (1988) e o especial A Vida como Ela É (1996). No palco, não hesita em indicar Fica Comigo Esta Noite (1990) e Os Realistas, sua peça atual

Mestres do riso Quando se mudou de São Paulo para o Rio, ela logo se encantou com o humor do Asdrúbal Trouxe o Trombone, companhia dirigida por Hamilton Vaz Pereira que revelou nomes como Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães. Na hora em que surgiu o convite de Guel Arraes para o TV Pirata – com ídolos do Asdrúbal e redatores como Luis Fernando Verissimo, Mauro Rasi e Miguel Falabella –, ela mergulhou. “Foi uma faculdade de humor com os melhores professores. Ali encontrei minha turma na TV. Foram três anos de muito aprendizado”


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Especiais Roberto Carlos. Seis programas, de 1990 a 1995, repletos de convidados e clássicos inesquecíveis, pela primeira vez na TV por assinatura. 30 de abril a 04 de junho Sábados • 22h


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Uma visionรกria na

COZINHA Por MANUELLA MENEZES Fotos LEO AVERSA

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A paraibana Regina Tchelly descobriu a fórmula – e muitas receitas – para diminuir o desperdício de alimentos. Agora, com o projeto Favela Orgânica, ela compartilha seus segredos com o Brasil e o mundo

R

egina Tchelly nunca tinha ouvido falar em “empoderamento” feminino, empreendedorismo ou alimentação orgânica quando desembarcou no Rio de Janeiro vinda da Paraíba. Em 2001, esses temas não estavam no noticiário, nas capas de revistas e nos debates nas redes sociais – bem, há 15 anos estas sequer existiam. Mas, mesmo sem plena consciência, ela começou a pôr em prática tais conceitos para mudar a sua história e a de quem cruza o seu caminho: Regina, hoje com 34 anos, é o nome por trás do Favela Orgânica, iniciativa pioneira que tem como objetivos modificar a relação das pessoas com os alimentos, evitar o desperdício e cuidar do meio ambiente através de palestras e oficinas. Ao chegar à capital fluminense, a paraibana, natural de Serraria, ficou chocada com o que viu: trânsito caótico e uma enorme quantidade de comida jogada fora. “Na minha cidade sempre tivemos a preocupação de aproveitar tudo. O que não ia para a panela dávamos para os animais ou virava adubo”, conta. Se contra a poluição e o barulho dos carros ela não tinha como lutar, tão logo conseguiu o primeiro emprego, como empregada doméstica, tratou de fazer a sua parte para evitar os gastos desnecessários à mesa. 117


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NA MINHA CIDADE, O QUE NÃO IA PARA A PANELA DÁVAMOS PARA OS ANIMAIS OU VIRAVA ADUBO”

Dona de um sotaque carregado e de muito carisma, fez amizades nas feiras que frequentava e ganhou acesso livre ao que antes ia para o lixo. Com cascas, talos e folhas em mãos colocou a imaginação para funcionar no fogão. Sua patroa na ocasião, adepta de um menu saudável, enxergou o talento da funcionária e a incentivou a cozinhar cada vez mais. Regina gosta de citar o caso do brócolis, que ela mesma evitava colocar em seus pratos. “Para vencer minha própria resistência me coloquei o desafio de prepará-lo de uma maneira que conquistasse meu paladar”. Cinco receitas depois, comemorou a missão dada e cumprida.

RECONHECIMENTO DE EMPREGADA DOMÉSTICA A PALESTRANTE E PROFESSORA. VEJA ALGUNS PRÊMIOS E HOMENAGENS CONCEDIDOS A REGINA TCHELLY:

> Prêmio Donne Che Ce L’Hanno Fatta (Mulheres que Fazem), na Conferência Mundial de Mulheres 2015, em Milão

> Homenagem no Evento Trip Transformadores 2015

> Prêmio Toda Extra 2014, na categoria Toda Tempero

> Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2013, na categoria microempreendedora individual

> Prêmio Aliança Empreendedora 2013, na categoria comunidades do Brasil

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Na página anterior, Regina no Morro da Babilônia. Nesta página, ao lado, na casa do aposentado João Batista, que plantou uma pequena horta na laje; e, abaixo, muffins por ela preparados

Mas a doméstica não queria mudar apenas os seus hábitos e os da patroa. Moradora do Morro da Babilônia, na Zona Sul da capital fluminense, inscreveu-se na Agência de Redes para a Juventude, iniciativa da Prefeitura que procura ações para desenvolver as comunidades cariocas. Já batizado de Favela Orgânica, seu projeto baseava-se na filosofia do desperdício zero, ensinando às pessoas como aproveitar cada parte do alimento e o que fazer com o que realmente não fosse à mesa, como a compostagem. Mas, como em toda história com final feliz, Regina sofreu um baque logo no início. Ela lembra até hoje a data em que foi rejeitada pela banca examinadora. “Era 30 de agosto de 2011. Mas quer saber? Foi o melhor não que recebi. Segui em frente com a ideia e, menos de um mês depois, com apenas R$140, ministrei a primeira oficina para algumas mulheres da minha comunidade. Elas nunca tinham feito nenhum curso na favela e me apoiaram. Viram logo de cara que, com esse conhecimento, poderiam ter uma vida melhor, com economia domiciliar e comida na mesa para os filhos e, de quebra, colaborariam com o meio ambiente.”

Na semana seguinte, mais uma oficina – e o número de frequentadoras quase dobrou. Com a ajuda das redes sociais, a iniciativa ultrapassou fronteiras e ficou conhecida até mesmo em outros países. Após alguns meses, Regina assinou os cardápios de um jantar para o príncipe Harry, da Inglaterra, e de um coquetel para o ator norte-americano Harrison Ford, além de ter participado de eventos importantes, como a Rio +20. Foi ainda a primeira mulher brasileira a lecionar na italiana Universidade dos Estudos de Ciências Gastronômicas, em Pollenzo. No Brasil, ela já rodou de Norte a Sul propagando sua sabedoria e sua experiência. “Eu trabalho com o ciclo do alimento, que é o ciclo da vida. Para manter essa roda girando em harmonia, precisamos nos olhar de dentro para fora, pensar e repensar nossa forma de consumo. Para que desperdiçar tanto? O meu consumo reflete na casa do vizinho, direta ou indiretamente. O lixo traz insetos que causam doenças, e por aí vai.” Mas o sucesso não subiu à cabeça da empreendedora. O jeito de paraibana arretada continua o mesmo, e o endereço no Babilônia não mudou – e nem vai, garante. Ao longo de sua trajetória,

RECEITA MUFFIN DE CASCA DE ABOBRINHA COM MAÇÃ E CANELA • Cascas de duas abobrinhas • Uma maçã com casca cortada em cubos • Chia a gosto • Uma xícara de farelo de aveia • Uma xícara de farinha de trigo • Uma cenoura ralada • Três colheres de sopa de óleo de coco ou de semente de girassol • Uma xícara de açúcar mascavo • Uma colher de sopa de fermento em pó • 300ml de suco de laranja Modo de preparo: Bater todos os ingredientes, com exceção do fermento, no liquidificador. Incluir o fermento depois que formar um creme. Misturar e despejar a massa em uma forma untada. Levar para assar por 20 minutos em forno pré-aquecido a 180 graus

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FOTO: SABY MAVIEL /DIV.

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Acima, registro da participação de Regina no Sirha World Cuisine Summit, realizado em Lyon, em 2015; à esquerda, muffins de talo de agrião e casca de cenoura com tomate e maionese de inhame; e, abaixo, a empreendedora com alunas de uma das primeiras oficinas do Favela Orgânica

ZOOM Plantar para colher Além das oficinas nas comunidades, Regina incentivou e ajudou os vizinhos do Morro da Babilônia e do Chapéu Mangueira a ocuparem pequenos espaços, antes inutilizados, com hortas. É o caso da laje na casa do aposentado João Batista, que cultiva ervas e folhas com vista do mar. “Quero promover a ideia de que todos somos capazes de produzir alimento, não importa a área que temos”, afirma

FOTO: DIVULGAÇÃO

De olho no futuro

também fez cair por terra preconceitos por ser ex-empregada doméstica e nordestina. “Quando chego às faculdades para dar oficinas e sinto aquele olhar de suspeita sobre minha competência, quebro essa visão com autoconfiança. Eu sei o meu valor, a minha missão e me acho uma pessoa incrível!” Não é à toa que, além de falar sobre alimentação, também faz palestras motivacionais. Visionária, Regina colocou em pauta – e na mesa – temas que só entrariam em voga anos mais tarde. O resultado é 120 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

uma agenda cada vez mais disputada. Aos eventos de gastronomia alternativa, às palestras e às oficinas dos temas Consumo Consciente, Aproveitamento Total dos Alimentos, Hortas em Pequenos Espaços e Compostagem Caseira, em breve devem se juntar novos projetos. Ainda este ano ela pretende reunir 100 receitas para lançar um livro e ter seu próprio programa de TV. Os detalhes ainda são segredo, mas prepare-se para ouvir falar de assuntos que só virarão tendência daqui a alguns anos.

Entre seus próximos projetos estão a oferta de cursos para ensinar as mães a reaproveitarem os alimentos nas papinhas de bebês e a conscientizarem as crianças sobre a importância de acabar com o desperdício de comida

Pelo mundo Em 2015, além de participar de eventos na Itália, Regina esticou a viagem para a França. Em Lyon, compôs uma mesaredonda do Sirha World Cuisine Summit, encontro dedicado ao setor hoteleiro e à gastronomia. E em Paris participou de uma edição da Disco Soupe, movimento com filosofia parecida com a do Favela Orgânica, organizada como uma forma de protesto contra a prisão de três jovens que recuperavam alimentos descartados por supermercados. “O que é mais criminoso? Desperdiçar produtos em boas condições ou recuperá-los?”, questiona



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A nova era do

ESCAMBO

Uma das grandes tendências do século 21, a economia colaborativa mudou a ideia básica de consumo ao apostar na troca de serviços e no compartilhamento de recursos. No Brasil, o modelo já chegou aos segmentos de transporte, gastronomia, moda e até assistência técnica Por MÔNICA REOLOM Foto SAMUEL ESTEVES

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FOTO: DIVULGAÇÃO

O

quarto está vazio, o vestido nunca saiu do armário, o carro permanece esquecido na garagem. Para dar uso a esses bens, empreendedores têm aplicado o princípio dos “3Rs” da sustentabilidade – reduzir, reutilizar e reciclar –, tornando-se assim agentes da chamada economia colaborativa (ou do compartilhamento). Apontado como grande tendência do século 21, o novo modelo ganhou impulso com o desenvolvimento da web e tem alterado o conceito básico do que é consumir. É por meio da tecnologia que desconhecidos dispostos a dividir recursos (automóveis, roupas, alimentos, entre outros itens) ou a trocar serviços (que vão de hospedagem a manutenção de eletrônicos) se encontram e “fecham negócios” com custos reduzidos. “É uma forma de consumo que prefere alugar ou pegar emprestado a adquirir algo novo”, afirma Ladislau Dowbor, professor da PUC-SP e estudioso do tema. Além da vantagem financeira, o princípio da colaboração proporciona novas experiências. No best seller Sociedade com Custo Marginal Zero, o economista norteamericano Jeremy Rifkin enfatiza seu lado benigno e o defende como único caminho possível para a sociedade: “O compartilhamento representa a melhor parte da natureza humana. Diminuir o consumo compulsivo, otimizar a economia e estimular uma forma de vida mais sustentável não é só louvável, mas essencial se quisermos garantir nossa sobrevivência”. De carona no ritmo acelerado da internet, empresas que apostaram na tendência não tardaram a se consolidar no mercado – e muitas partiram de ideias bem simples. Um dos exemplos mais bem- sucedidos é o Airbnb, site de aluguel de casas e quartos que começou em 2008, quando os moradores de um loft de São Francisco, na Califórnia, resolveram abrir seu apartamento para turistas e se surpreenderam ao ver que, além de mochileiros, apareceram uma senhora e um pai de família. A plataforma cresceu e atualmente tem 2 milhões de acomodações em 191 países. Já o Uber, que não para de angariar usuários, surgiu em 2009, quando um canadense e um norte-americano precisavam voltar ao hotel após uma conferência na França e não achavam um táxi. Conectando usuários e motoristas a partir de um toque de celular, a empresa está hoje em mais de 400 cidades em 60 países. Iniciativas nacionais também já garantiram seu espaço com a nova tendência. Veja a seguir empresas brasileiras que têm se destacado no mercado colaborativo.

DogHero O “heróis” a que se refere o nome da start up são as pessoas que recebem temporariamente em suas casas animais de estimação de quem não tem com quem deixá-los enquanto viaja. A professora aposentada paulistana Rosemary Roperto tornou-se uma anfitriã em 2014, decisão que a ajudou a superar a dor da perda. “Resolvi me inscrever na plataforma quando minha cachorrinha morreu. Eu era muito apegada a ela. Sofri bastante e não queria mais cães em casa. Então me coloquei esse desafio, que hoje me traz muita alegria. Cuido deles com muito amor, como se fossem meus”, diz. Um dos proprietários da empresa, o administrador Eduardo Baer, afirma que o sucesso do empreendimento superou todas as expectativas: 3,5 mil usuários já estão cadastrados para tomar conta de pets Brasil afora. DOGHERO.COM.BR

Rosemary Roperto (dir.), uma das primeiras usuárias cadastradas no DogHero, e Tatiana Pinho (esq.), que se inscreveu no aplicativo recentemente

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FOTO: DIVULGAÇÃO

E M FOCO | S O C I E D A D E

Encontre um Nerd Quando o computador para de funcionar é que se nota a necessidade de algum especialista no assunto pronto para resolver o problema. Aproveitando-se da constatação dos amigos de que é difícil achar assistência técnica rápida e confiável, o curitibano Bruno Ramos fundou em 2014 o Encontre um Nerd, plataforma em que qualquer um pode entrar em contato com técnicos especializados. “Ele é japonês, meio nerd e os amigos sempre pediam ajuda com eletrônicos. Ele começou a indicar especialistas para os colegas e percebeu que existia um mercado”, explica Kelly de Castro, sócia e diretora de operações da empresa. O objetivo é agilizar o atendimento, por isso há estímulo para que os nerds respondam às solicitações em até uma hora. A iniciativa está presente em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre e conta com 2 mil especialistas cadastrados à espera de um contratempo tecnológico a ser resolvido. ENCONTREUMNERD.COM.BR

Bliive

Fleety

É uma rede de troca de tempo. O usuário oferece uma experiência, como uma aula de dança, e, pela hora investida, recebe uma moeda chamada TimeMoney, que pode ser trocada por outra experiência – um curso de fotografia, por exemplo. O nome da empresa reflete o que a fundadora, a baiana Lorrana Scarpioni, busca com a plataforma: contar com a confiança dos usuários (Bliive é um trocadilho de believe, que significa acreditar, em inglês). “Acreditamos em uma economia independente de dinheiro e mais dependente de pessoas. Nesse momento de crise e escassez monetária por que passa o País ainda temos abundância de recursos como talento e conhecimento”, diz. Criada em 2013, a rede já ofereceu 120 mil horas de experiências.

A iniciativa, que começou em Curitiba e se expandiu para Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro, conecta quem precisa de um carro àqueles que têm um parado na garagem. O aluguel pode ser por hora, por dia ou por semana e começa em R$5. O produtor cultural e morador de Curitiba Danilo Pinoti é um dos usuários frequentes da plataforma, tanto para fins pessoais quanto de trabalho. “O Fleety não tem tanta burocracia como uma locadora de carros e dá uma flexibilidade maior ao colocar o cliente em contato direto com o proprietário”, defende. Segundo André Marim, um dos sócios da empresa, para garantir segurança ao serviço os cadastrados têm de passar por uma checagem nas bases de dados dos departamentos de trânsito e da Polícia Federal.

BLIIVE.COM

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FLEETY.COM.BR


My Open Closet Para evitar que um vestido seja usado apenas em uma ocasião e depois nunca mais saia do armário, o site oferece roupas e acessórios para empréstimo. Marcas como Dolce&Gabbana, Patricia Bonaldi e Valentino estão entre as opções. O aluguel pode ser feito no próprio site e a entrega abrange todo o Brasil. A proprietária da plataforma, Lorena Oliveira, explica que, em média, o custo de um vestido para aluguel fica em 10% do valor da peça nova. Assim, em dez empréstimos – número limite para não “esgotar” o tecido – a fornecedora recupera o dinheiro investido e ainda mantém a roupa em seu armário. “Esse é um cenário favorável porque as pessoas estão procurando monetizar o que elas já têm. E os consumidores estão buscando alternativas para a compra”, diz ela, que está ampliando o estoque da empresa com vestidos de noiva. MYOPENCLOSET.COM.BR

DICAS DE LEITURA A economia colaborativa vem sendo estudada por economistas e empresários. Conheça títulos que apresentam o conceito e mostram como esse tipo de consumo tem mudado os negócios:

Sociedade com Custo Marginal Zero JEREMY RIFKIN (EDITORA M. BOOKS) FOTO: DIVULGAÇÃO

O que É Meu É Seu – Como o Consumo Colaborativo Vai Mudar o Nosso Mundo

Dinneer O fundador, Flavio Estevam, baseou-se num fenômeno identificado nas redes sociais para criar sua empresa: o das postagens de imagens de comida. “As pessoas comentam que querem experimentar, pedem receita dos pratos que curtem. Decidi juntar esses dois atores: quem quer provar e quem quer cozinhar”, ressalta. O Dinneer é uma rede em que qualquer um pode mostrar suas habilidades no fogão e oferecer suas criações, de modo a proporcionar uma vivência diferente da de um restaurante. É como se um marroquino chegasse ao Rio de Janeiro e quisesse almoçar na casa de um carioca em vez de ir atrás de um endereço de gastronomia típica. “É uma experiência cultural mais profunda. Nos próximos meses queremos estar em 30 países. Vai ter brasileiro na Espanha fazendo feijoada para gringo”, promete Estevam. Com base no Mato Grosso do Sul, o negócio estava, no mês passado, presente em 12 países.

RACHEL BOTSMAN E ROO ROGERS (EDITORA BOOKMAN)

Economia Compartilhada ROBIN CHASE (EDITORA HSM)

Você É o que Você Compartilha GIL GIARDELLI (EDITORA GENTE)

Mesh – Por que o Futuro dos Negócios É Compartilhar LISA GANSKY (EDITORA ALTA BOOKS)

DINNEER.COM

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EM FOCO | M A D E I N B R A Z I L

Joia

vegetal 126 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

A EMPRESA CEARENSE A TAL DA CASTANHA ACREDITOU NO POTENCIAL DA CASTANHA-DE-CAJU, INSUMO TÍPICO DO NORDESTE, E LANÇOU O PRIMEIRO LEITE À BASE DO INGREDIENTE. UMA BEBIDA SABOROSA, RICA EM PROTEÍNAS E 100% NATURAL Por BRUNA TIUSSU

Retrato GUI GOMES


FOTOS: DIVULGAÇÃO

Na página anterior, Felipe Carvalho, criador d’A Tal da Castanha. Nesta página, alguns produtos da marca

Foi necessário um ano e meio de estudos na área de inovação na Universidade Stanford, na Califórnia, para que o publicitário cearense Felipe Carvalho, 30 anos, se convencesse a tirar do papel sua ideia revolucionária. Revolucionária, porém tão simples quanto a água e a castanha-de-caju. Bastou investir alguns meses em testes para ele encontrar o equilíbrio perfeito da mistura desses dois ingredientes, a fórmula que deu origem ao primeiro leite vegetal à base de castanha-de-caju do mundo. Lançado em janeiro de 2015, o produto marcou o início d’A Tal da Castanha, empresa que nasceu como uma start up dentro de uma grande indústria – Felipe é filho de Antônio José Carvalho, fundador da Amêndoas do Brasil, localizada em Fortaleza e com mais de 20 anos de trajetória voltada à exportação de castanhas. Assim que chegou às prateleiras de empórios sofisticados de São Paulo e do Rio de Janeiro, o leite vegetal mostrou a que veio: “Ele foi superbem aceito no mercado. Hoje é grande o número de pessoas que se preocupam com o que consomem, que leem os rótulos e buscam opções práticas e naturais”, explica Felipe. Livre de conservantes, estabilizantes ou aditivos, a bebida tem zero colesterol e baixo índice glicêmico. E, por conta da matéria-prima rica em nutrientes, é grande fonte de proteínas de alta qualidade e de ômega 9, ácido graxo que reduz os níveis de colesterol ruim no organismo.

R$

4,5milhões

foi o faturamento d’A Tal da Castanha em 2015

R$

12milhões

é o quanto pretende faturar em 2016, depois de iniciar as exportações

R$

15,90

é o preço do leite de castanha-decaju (1 litro), o carro-chefe da marca

Com a aprovação do consumidor, vieram os lojistas. “Nós nem precisamos montar equipe de vendas, as pessoas batiam à nossa porta querendo comercializar o leite”, lembra o empreendedor, que já fechou contrato com redes como Pão de Açúcar e Carrefour. Atualmente a marca está presente em todos os estados do País e também conta com um e-commerce, criado principalmente para atender clientes de cidades interioranas. Graças à estrutura industrial da empresa do pai, onde o leite é produzido, e ao marketing feito exclusivamente nas redes sociais, Felipe pôde poupar dinheiro e investir rapidamente na expansão do portfolio d’A Tal da Castanha. A bebida já ganhou três variações, todas na linha 100% natural e disponíveis em embalagens de 1 litro ou de 200ml: castanha-decaju com coco, com castanha-do-pará e

com cacau. Enquanto as duas primeiras não levam açúcar, a última, batizada de Choconuts, possui açúcar demerara orgânico, numa proporção 50% menor que a dos achocolatados tradicionais do mercado. Na sequência, a marca lançou duas opções de castanhas-de-caju como snacks, uma crua e outra assada, também enquadradas na proposta saudável. “A indústria não havia se reinventado, ficou presa no formato da castanha torrada, que é frita. Ela assada fica tão crocante quanto a outra”, aponta o empreendedor. Ainda neste mês três novos produtos vão sair da fábrica com potencial de agitar o mercado. A Tal da Castanha terá pasta de castanha-de-caju crua, uma espécie de peanut butter adaptado; pasta de castanha assada, com pedacinhos; e pasta de choconuts, uma prima mais natural da Nutella. E há mais novidades em vista: no segundo semestre a empresa pretende lançar outros três leites resultantes da mistura com frutos brasileiros – o açaí foi o primeiro eleito. Ao mesmo tempo que coordena essa parte “laboratorial” da marca, Felipe aproveita o bom momento do setor, em crescimento mesmo em ano de crise, e volta os olhos também para o exterior. “Lá em Stanford aprendi que não há fronteiras no mundo. O pensamento tem de ser globalizado”, diz ele, que já se reuniu com grupos dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e do Japão.

ataldacastanha.com.br 127



130 Novidades Companhia já vende passagens para seu novo destino: Lisboa

133 Curtas Azul dá início a uma parceria com a Norwegian Cruise Line

138 Experiência Azul

FOTO: CHEMA LL ANOS

azuis

Confira dicas e sugestões para tornar sua viagem mais agradável

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AZUIS | N O V I D A D E S

Azul já vende passagens para Lisboa A PARTIR DE 22 DE JUNHO, A COMPANHIA SERÁ A ÚNICA EMPRESA NACIONAL A OPERAR VOOS SEM ESCALAS ENTRE BRASIL E PORTUGAL, COM ORIGEM EM SÃO PAULO/CAMPINAS

O tradiconal bonde elétrico 28, que passa pelas ruas estreitas do bairro Alfama

A Azul iniciou no mês passado a venda de passagens e pacotes para Lisboa, a mais nova rota da companhia e sua primeira operação em solo europeu. Com estreia marcada para o dia 22 de junho, os voos sem escalas entre São Paulo/Campinas e a capital portuguesa serão a única ligação direta entre Brasil e Portugal operada por uma empresa nacional – inicialmente haverá três voos semanais, número que pode ser ampliado para seis na alta temporada. A conectividade será um diferencial da rota. Clientes que partem do Brasil poderão fazer conexão para mais de

80 cidades em 35 países servidos pela TAP Portugal a partir de Lisboa. A Azul, por sua vez, garantirá aos viajantes que chegam da Europa ligações para aproximadamente 60 destinos domésticos, além de Montevidéu (Uruguai), Caiena (Guiana Francesa) e Fort Lauderdale/ Miami e Orlando (Estados Unidos), em mais de 170 operações diárias. “Este importante passo é fruto de nosso planejamento estratégico e de malha, de modo a garantir a nossos Clientes as melhores opções para o exterior. A estreia do voo reforçará São Paulo e Lisboa como portas de entrada

continentais para quem viaja entre a América do Sul e a Europa, com sinergias entre a Azul e a TAP e seus maiores centros de conexões no Brasil e em Portugal”, afirma Antonoaldo Neves, presidente da Azul. A bordo dos jatos A330, os Clientes terão uma experiência exclusiva em três classes de serviço: Azul Xtra Business Class, EconomyXtra e Economy. Apresentados em outubro, os aviões remodelados estabelecem um padrão único em termos de tecnologia e conforto, com inovações nos sistemas de entretenimento e iluminação.

Campinas > Lisboa De 3 de julho a 30 de setembro

De 2 a 14 de outubro

A partir de 16 de outubro

Chegada

Frequência

Saída

Chegada

Frequência

Saída

Chegada

Frequência

Saída

Chegada

Frequência

17h

7h

Quarta, sexta e domingo

17h

7h

Segunda, quarta, sexta e sábado

17h

7h

Segunda, quarta, sexta e domingo

18h

7h

Segunda, quarta, sexta e domingo

Lisboa > Campinas De 23 de junho a 2 de julho Saída

Chegada

Frequência

11h

17h35

Segunda, quinta e sábado

130 A Z U L M A G A Z I N E | 0 5 . 2 0 1 6

De 4 de julho a 30 de agosto Saída

Chegada

11h15 17h50

De 1º de setembro a 15 de outubro

A partir de 17 de outubro

Frequência

Saída

Chegada

Frequência

Saída

Chegada

Frequência

Segunda, quinta, sábado e domingo

11h

17h35

Segunda, terça, quinta, sábado e domingo

11h

18h35

Segunda, terça, quinta e sábado

FOTO: CHEMA LL ANOS

De 22 de junho a 1º de julho Saída


Qualidade e excelência reconhecidas SEMPRE BUSCANDO PRESTAR O MELHOR ATENDIMENTO AO CLIENTE, A COMPANHIA FOI CONDECORADA NOS ÚLTIMOS MESES POR DIVERSAS INSTITUIÇÕES EM QUESITOS COMO SEGURANÇA, EFICIÊNCIA E QUALIDADE

FOTOS: DIVULGAÇÃO A ZUL

Ao lado, premiação recebida na feira Aviesp; e, abaixo, certificação concedida pela IATA

Nos últimos meses a Azul recebeu uma série de certificações e prêmios que atestam o esforço da companhia em prestar o melhor serviço aos seus Clientes. Respeito ao consumidor, qualidade das operações e agilidade no check-in são algumas das áreas que foram condecoradas. A láurea mais recente foi obtida durante a Aviesp, feira de turismo do interior de São Paulo, realizada no mês passado. A companhia foi eleita a melhor aérea nacional em uma votação que reuniu a opinião de mais de cinco mil agentes de viagens de todo o País. Além dos profissionais do setor, os Clientes também se mostram satisfeitos. Após pesquisa feita pela Shopper Experience, a Azul foi eleita pela revista Consumidor Moderno a companhia aérea que mais respeita o consumidor no Brasil. Foram ouvidos 1,5 mil pessoas de várias cidades do País. No quesito segurança, a empresa recebeu uma importante certificação em reconhecimento à qualidade de suas operações. Concedido pela European Aviation

Safety Agency (EASA), uma das instituições mais importantes da comunidade europeia, este processo é obrigatório a todas as aéreas que voam em territórios europeus – as operações em Portugal começam no dia 22 de junho. Da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a Azul recebeu o FastTravel Certificate, que incentiva que as companhias tornem seus serviços em aeroporto mais simples, poupando tempo dos Clientes. A certificação se deve ao investimento da Azul em autoatendimento, como os aplicativos para dispositivos móveis, os totens com balança e outros fatores que tornam a empresa mais eficiente em custo e tecnologia. E não foi só a IATA que reconheceu a eficiência da Azul no atendimento ao Cliente. A companhia foi condecorada pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) na categoria Check-in + Rápido, do prêmio Aeroportos + Brasil, resultado de uma pesquisa que ouviu 50 mil viajantes de voos domésticos e internacionais no País ao longo de 2015.

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AZU I S | C U R T A S

Universo Azul DESCUBRA AQUI NOVIDADES E PROMOÇÕES DA EMPRESA PARA FACILITAR SUA VIAGEM

Acordo com a United amplia vantagens para Clientes Maior presença no mercado de cruzeiros

FOTOS: DANNY LEHMAN/DIV. (NORWEGIAN CRUISE LINE); DIVULGAÇÃO A ZUL

A Azul Viagens e a Norwegian Cruise Line fecharam recentemente uma parceria para a venda de cruzeiros marítimos para o Caribe. Juntas, as companhias comercializam três opções saindo de Miami, na Flórida –Norwegian Escape (foto), Norwegian Sky e Norwegian Getaway –, e a operadora oferece pacotes com origem em São Paulo/Campinas. O diferencial da Norwegian é o conceito freestyle cruising, no qual não há turnos de refeições predeterminados. “A combinação entre operação aérea e oferta marítima levará mais Clientes a alguns dos destinos superprocurados por brasileiros”, destaca Marcelo Bento, diretor da Azul Viagens. As primeiras viagens promovidas por conta da parceria serão realizadas em agosto – e os pacotes podem ser adquiridos em até dez vezes sem juros ou com pontos do TudoAzul.

Agora Clientes TudoAzul que voarem com a United Airlines e Clientes MileagePlus viajando com a Azul podem acumular pontos ou milhas qualificáveis necessárias para a progressão de categorias dentro dos dois programas. A novidade é mais um benefício oferecido graças à parceria entre as duas companhias aéreas. “Essa é uma grande vantagem, uma vez que, quanto maior a categoria, maior o benefício oferecido aos membros”, diz Alex Malfitani, diretor do TudoAzul. Aileen Furlong, diretor do MileagePlus, acrescenta que, “ao permitir que os voos da Azul contem para o programa MileagePlus, nossos clientes poderão ter uma experiência ainda melhor em frequências da United e também de nossos parceiros”. Entre os benefícios para os Clientes com status estão prioridade no check-in e maior franquia de bagagem.

Novo terminal de Viracopos concentra operações Desde o mês passado, todos os voos da Azul em Campinas são operados no novo terminal do Aeroporto Internacional de Viracopos. A empresa transferiu suas operações domésticas, que antes eram realizadas no T0, para o novo local, que já recebia os voos internacionais. A companhia conta inicialmente com dez posições equipadas com fingers, além de outras com embarque remoto. A expectativa é de que até novembro sejam entregues mais posições com fingers e um pátio para as aeronaves ATR integrado ao novo terminal, ampliando ainda mais o conforto para os Clientes. Todas as linhas de ônibus da companhia, com chegadas e partidas em Viracopos, também já funcionam no T1. 133




A ZUIS | L I N H A S D E Ô N I B U S

Transporte exclusivo CLIENTES AZUL CONTAM COM VÁRIOS ÔNIBUS EM SÃO PAULO QUE FACILITAM O ACESSO AOS AEROPORTOS. CONFIRA AS ROTAS E OS HORÁRIOS

FOTO: DIVULGAÇÃO AZUL

A Azul oferece ônibus executivos gratuitos, com Wi-Fi e ar-condicionado, em lugares estratégicos no Estado de São Paulo. Entre a capital paulista e o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, a companhia opera linhas de 30 em 30 minutos. Para utilizar o serviço apresente seu cartão de embarque ou seu itinerário 15 minutos antes da partida do ônibus.

SÃO PAULO Campinas (Viracopos) Terminal Barra Funda (São Paulo-SP)

Shopping Tamboré (Alphaville) Shopping Eldorado (São Paulo-SP)

Sorocaba

Aeroporto de Congonhas (São Paulo-SP)

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Congonhas > Viracopos

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Congonhas > Viracopos

Viracopos > Congonhas

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Experiência Bagagem

Azul

NESTA SEÇÃO, REUNIMOS ALGUMAS DICAS IMPORTANTES PARA TORNAR SUA VIAGEM SEGURA, TRANQUILA E CONFORTÁVEL

Na hora de preparar sua mala, lembre-se: o limite total para bagagem despachada é de 23kg. A de mão deve pesar até 5kg e não pode conter objetos cortantes e inflamáveis.

TudoAzul Para garantir pontos no programa de vantagens informe sempre seu CPF em suas reservas ou na hora do check-in. Se você ainda não é Cliente TudoAzul, cadastre-se e ganhe 1.000 pontos de boas-vindas. VOEAZUL.COM.BR/TUDOAZUL/AZUL-MAGAZINE

Aeroporto A Azul recomenda que você chegue ao aeroporto pelo menos uma hora antes de seu embarque, no caso de voos nacionais. E duas horas antes, em viagens aos EUA.

Bem-Estar

Ônibus Azul

- Faça uma alimentação leve e hidrate-se bem antes de embarcar - Prefira viajar com roupas confortáveis - Caso se sinta mal durante o voo, se necessário, utilize o saquinho disponível no bolsão à sua frente - Se sentir um desconforto nos ouvidos devido à mudança de altitude, tampe o nariz e engula saliva algumas vezes.

Serviços de ônibus para o aeroporto estão disponíveis em São Paulo e Santa Catarina. Não é necessário fazer reserva. Apenas apresente seu cartão de embarque. Confira a tabela de horários em nossos canais de atendimento e no site.

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Documentos Sempre que viajar com a Azul, tenha em mãos um documento de identificação em bom estado e com foto. Apresente-o no balcão de check-in e no portão de embarque.


Dicas para o

check-in A AZUL OFERECE CINCO MANEIRAS DIFERENTES PARA REALIZAR O SEU CHECK-IN*. ESCOLHA A QUE MELHOR SE ADAPTA ÀS SUAS NECESSIDADES

Totem check-in Para os Clientes que preferem o método tradicional de check-in, a Azul disponibiliza totens de autoatendimento nos aeroportos.

SMS check-in

Web check-in

Basta enviar um SMS para o número 26990 com o localizador do voo ou o CPF do passageiro. Ao final do processo, o Cliente recebe um SMS com o link para o acesso ao cartão de embarque.

No site da Azul é possível fazer o check-in de forma rápida e simples a partir de 48 horas antes de seu embarque. Perfeito para quem tem fácil acesso a computadores e quer economizar tempo.

App check-in Com o aplicativo da Azul, disponível gratuitamente para os sistemas iOS e Android, o bilhete fica guardado no passbook do smartphone e é possível embarcar mostrando apenas a tela do aparelho.

Fast check-in Para utilizar esta opção é preciso apenas digitar o endereço FC.VOEAZUL.COM.BR no navegador do celular e inserir uma das quatro alternativas de informação: número do localizador, RG, CPF ou número do Tudo Azul.

Clientes com conexão para voos da United Airlines em Guarulhos devem dirigir-se diretamente ao Terminal 3. Não há necessidade de refazer o check-in e nem despachar novamente as bagagens

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PA N O R Â M I C A Fábio Erdos

Rotina severina Agricultores que sobrevivem em plena seca nordestina foram o mote do projeto autoral do gaúcho Fábio Erdos, que rodou vários estados brasileiros registrando personagens e conhecendo suas trajetórias. Em novembro de 2015, de passagem por Remanso, na Bahia, encontrou Seu Pedro, de 89 anos. Nativo da região, ele vive com seus muitos filhos e netos numa casa cuja fonte de água mais próxima está a 20 minutos de caminhada. “No momento da foto ele contava histórias de quando trabalhava diariamente na roça. E dizia: ‘A vida aqui é dura!’”, lembra o fotógrafo, que ficou surpreso com a força do sertanejo. “São pessoas admiráveis. Têm pouco acesso à água e ainda conseguem plantar, criar animais e sustentar suas famílias”, completa.



MKT / Freeway

Leve a vida

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