Revista Encontro - Ed 112

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10 de outubro de 2010 | Ano VIII Nº 112 | R$,

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Alice Martinelli Silva, de 11 anos, aluna do Colégio Bernoulli, que adora fazer sudokus e só tira 10 em matemática: “Minhas notas só foram aumentando”

COMO SER BOM

ALUNO

Todos os pais desejam que seus filhos sejam bem sucedidos na escola. Especialistas e estudantes dão suas receitas de como chegar lá SAÚDE: BH TERÁ 1a CULTURA: MINEIROS FÁBRICA DE VACINA PRESERVAM A ARTE CONTRA MENINGITE C DE CONTAR HISTÓRIA


o melhor lugar Do munDo.

por luiz ruffato Despertava ouvinDo os primeiros barulhos Da cozinha. então, revirava na cama, fechava os olhos e abraçava-me aos sonhos mais um pouco. logo começaria a função. Ô De casa!, e era a vizinha, portanDo na travessa uma ‘coisinha De naDa pra mais tarDe’. Depois, o tio viúvo, as amigas Da minha irmã, um parente Distante, os amigos Do meu irmão. iam cheganDo e se arranchanDo: um puxava uma caDeira pra prosear Discreto com meu pai; outra catava o avental pra cuiDar Das vasilhas... a criançaDa se esparramava... politicava-se... e o tempo fluía, como as águas calmas Do rio que passava pelo quintal... minas: a alegria De uma tarDe compartilhaDa no aconchego Da cozinha...

a cozinha está no coração Do mineiro. e é na cozinha que a gente se encontra.




the

v i s i o n a r y ’ s w at c h

Nenhum outro relógio é desenvolvido exatamente como um Rolex. O Milgauss, lançado em 1956, foi projetado para atender às necessidades da comunidade científica e é capaz de suportar campos magnéticos de até 1.000 gauss. Após ser

nesta edição

Cláudio Cunha

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Entrevista José Joaquim Gomes Canotilho fala sobre o sistema judiciário brasileiro

38

Dinheiro Novas cédulas de real devem dificultar falsificações

40

Produto iPhone esquenta mercado dos smartphones

72 Geraldo Goulart

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Obesidade Sedentarismo e má alimentação provocam epidemia

50

Bem-estar Melancia é aliada da saúde e fonte de vitaminas

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submetido a testes rigorosos pelos engenheiros do CERN, ele conquistou a reputação de escudo magnético perfeito. O Milgauss atual possui a espiral Parachrom

Paisagismo

que oferece proteção adicional contra os efeitos magnéticos. O Milgauss apresentado

Jardins dão personalidade e estilo à sua casa

66

aqui, em aço 904L com vidro verde de safira, é um modelo exclusivo para a celebração do seu 40º aniversário.

t he mil g auss

Literatura Contadores de histórias: profissão revisitada

72

Artes cênicas Centro Cultural C.A.S.A.: espaço para dois grupos

74

Artes plásticas Andreza Nazareth conquista espaço com obras instigantes

78

Em cartaz Confira a programação cultural que agita a cidade

Prevenção BH sai na frente contra a meningite C

Geraldo Goulart

66

60

8 |Encontro

BH SHOPPING 31 3286 2492 PÁTIO SAVASSI 31 3284 2552 DIAMOND MALL 31 3292 9055 SAC 31 4501 3604


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Encontro nesta edição

82 Geraldo Goulart

120 Dez perguntas para... Rosângela Gonzaga e o mercado de trabalho

124 Capa Como fazer do estudo fonte de aprendizado e prazer

132 Idiomas Escolas de línguas e os preparativos para a Copa 2014

136 Pós-graduação Cresce número de cursos à distância no país

150 Eventos Lançamento de livro no Palácio das Artes

20

Colunas retratos da cidade Café com história

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gente fina

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enfoque

36

paulo navarro

Quem veste a rainha

142 Carnes exóticas Sabor muito além do tradicional

146 Verrines

Beleza e delícia andam juntos

Candidatos a bicampeões

Elza do Brasil

148 bares, botequins e afins Martes em Vinho Artigos

16

Aristóteles Drummond

80

Nas telas

A política e o futuro

Grife espírita

178 Cris Guerra Carrinhos CAPA Geraldo Goulart

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Encontro

carta do editor

www.revistaencontro.com.br Diretor Geral/Editor André Lamounier Editora-Chefe Neide Magalhães Editoras-Adjuntas Blima Bracher Kátia Massimo Redação Ana Cláudia Esteves Daniela Costa Rafael Campos Simone Dutra João Paulo Martins Repórteres Especiais Carolina Godoi Daniele Hostalácio Editor de Arte Edmundo Serra Equipe de Arte Antônio de Pádua Bruno Schmitz Luciano Garbazza Reinaldo Soares Editor de Fotografia Cláudio Cunha Fotógrafos Eugênio Gurgel Geraldo Goulart Barbara Dutra Operações Nicole Fischer Manuella Drumond Revisão P. S. Lozar Departamento Agata Utsch Comercial Andreza Braga Beatriz Anastasia Cecília Dias Guilherme Lamounier Jamile Lage Laila Soares Marcelo Lamounier Myrta Lobato Norma Catão Circulação Luiza Guerra Nayara Fagundes Projeto Gráfico BravaDesign Para anunciar () - comercial@revistaencontro.com.br Atendimento ao leitor () - leitor@revistaencontro.com.br Assinaturas () - Impressão Ibep Distribuição VIP

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.

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conforme relatório em nosso poder. Encontro é uma publicação mensal da Encontro Importante Editora Ltda. Belo Horizonte Rua Haiti, , º andar, Sion -, Belo Horizonte - MG Fone () - Empresa filiada a

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André Lamounier - Diretor/Editor redacao@revistaencontro.com.br

Agora é a

educação

Passadas as eleições, está na hora de pensar no futuro – e não existe futuro sem educação. O assunto é antigo, mas, infelizmente, continua atual. Não é segredo para ninguém que o ensino no Brasil, de maneira geral, é de péssima qualidade e está ajudando a formar alunos despreparados para o mundo de hoje, competitivo e em constante evolução. Culpar governantes não vai ajudar a acabar com o problema. Eles podem – e devem – fazer mais. Mas de nada adianta esperar que as autoridades acordem para essa dura realidade, porque a reversão começa dentro de casa. A matéria de capa desta edição não apenas trata do tema, como pretende ser um estímulo aos pais, que – a despeito dos governos – desejam fazer sua parte nesta história. Uma frase do educador português José Pacheco resume de forma emblemática esse papel: “Subsiste uma velha crença que diz que a família deve ser parceira da escola. Nada mais errado! A família deve ser o centro no processo educacional”. Existe um quase consenso entre os especialistas de que o gosto pelos estudos precisa ser alimentado desde cedo – e não é tarefa para ser entregue ao ambiente escolar. Não há pai ou mãe que não sonhe com a ideia de o filho ter um desempenho brilhante na escola e que isso o ajude a encontrar uma vocação e, posteriormente, a colher sucesso. O desejo de pais de participar da vida escolar de seus filhos, portanto, existe. O problema está na forma de participação. Uns alegam falta de tempo. Outros, o desconhecimento do conteúdo ensinado. Motivos nunca faltarão – hoje e amanhã – para justificar as falhas. De modo geral, com as exceções que se conhecem, os pais brasileiros de todas as classes não se envolvem como deveriam na vida escolar dos filhos. É fato também que a maioria desses pais presta demasiada atenção às notas e se preocupa menos em, por exemplo, estimular a leitura. Traduzindo: há mais cobrança que incentivo. Alguns pais consideram que suas tarefas residem em garantir o acesso às melhores escolas – o resto seria responsabilidade dos professores. Nada mais equivocado. Na matéria que se inicia na página 124, de autoria da repórter especial Daniele Hostalácio, mãe de dois filhos pequenos, Encontro procura mostrar através de exemplos que, em primeiro lugar, é possível ser bom aluno, sem ser um nerd – um sujeito isolado socialmente e de hábitos solitários. Pelo contrário, a maior sabedoria reside em saber conciliar escola-família-amigos-lazer. Em comum, em quase todos os casos, está o hábito de ler. Para que fique bem claro: ler livros e não páginas e mais páginas da internet. “Conto histórias porque quero ser uma pessoa que incentiva as crianças a ler”, diz, com maturidade de arrepiar, a jovem Maria Júllia Rios, 12 anos, personagem de outra matéria de destaque nesta edição, sobre Contadores de Histórias. É evidente que a qualidade da escola, a relação com professores, a influência dos colegas e, claro, o próprio talento também são importantes no processo de aprendizado. Mas são todos fatores externos. A discussão que se propõe aqui é compreender o papel de cada um de nós na educação de nossos filhos. Notadamente porque não existem fábricas de bons alunos. O que existem, como atestam as experiências narradas na reportagem de capa, são dicas que podem ajudar a encontrar esse caminho. Ou, em outras palavras, o que existe – e isso está dentro de casa – são fábricas de bons exemplos.


Fale com a Encontro

(31) 2126-8000 Dois estilos em jogo I

cartas@revistaencontro.com.br

Gostei muito do enfoque dado à matéria de capa da última edição, que mostrou os dois principais candidatos ao governo do estado, num enfoque pessoal, diferentemente do que é abordado em outras mídias. Aproveito para dizer que a revista tem primado pela qualidade e perfil diferenciado. José Rodrigues Belo Horizonte/MG

Dois estilos em jogo II Ótima a matéria publicada sobre os candidatos ao governo de Minas. Além de equilíbrio, demonstra a isenção com que a revista trata assuntos dessa natureza. Com certeza a reportagem vai nos ajudar a escolher melhor nosso representante no Palácio da Liberdade. Telma Lins de Souza Belo Horizonte/MG

Pet: terapias alternativas Loucos por bikes Só quem tem um bichinho de estimação para saber como são companheiros e importantes pra nós. É sempre bom saber de novos tratamentos para tornar melhor a qualidade de vida de nossos animais. Juliana Birolli Belo Horizonte/MG

Encontro Gastrô Gostaria de parabenizar todos vocês pela Encontro Gastrô – O Melhor da Cidade. Pelos anos de mercado, achei que já tinha visto quase tudo, mas vocês conseguiram me surpreender. Tirei o chapéu e bati palmas. A revista ficou maravilhosa. Parabéns a toda equipe pelo belíssimo trabalho. Danilo Lopes Belo Horizonte/MG

Retratos da Cidade Parabéns à revista pela lembrança do aniversário de 113 anos do Parque Municipal Américo René Giannetti. O Parque faz parte das vidas dos belo-horizontinos. Fui frequentadora na minha infância, assim como meus filhos e minhas netas, que guardam lembranças maravilhosas deste espaço lindo,verde, alegre e bem cuidado pelos seu colaboradores que fazem dele o melhor parque da cidade. O Parque continua fazendo com que seus frequentadores se sintam igualados na classe social e solidários na convivência. Parabéns também à Dona Maria Augusta. Marli Picorelli Belo Horizonte/MG

Como fã de esportes que sou gostaria de dar os parabéns pela reportagem sobre os amantes de bikes em BH. Nossa cidade é propícia à pratica de esportes e, na minha opinião, os veículos de comunicação devem dar cada vez mais espaço à atividade esportiva. É uma forma de incentivar a juventude a se ligar em qualidade de vida e abrir horizontes de muita adrenalina e diversão. Caio Quirino Belo Horizonte/MG

❚ Na matéria sobre colecionadores de revistas, edição 111, as fotos de Arlênio Passos do Carmo e José Maria de Oliveira estão trocadas. A identificação correta é: o dono da banca é Arlênio (Nelinho, foto 1) e o colecionador e ilustrador é o José Maria (Zema foto 2). Geraldo Goulart

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EDIÇÕES ANTERIORES

Perfil: Murillo Mendes Na vida todos nós precisamos de bons exemplos, de referências positivas. Trabalhei em empresas do Grupo Mendes Junior durante 14 anos – 1982 a 1995. O Dr Murillo sempre nos passou muitos exemplos positivos: arrojo em termos empresariais, busca pela excelência, pela melhor tecnologia e, acima de tudo, sempre se expressando de forma simples, discreta e serena, ao falar, ao caminhar, ao se vestir. Tudo isso me marcou muito. Hoje, aos 84 anos, continua ativo, trabalhando, lendo muito, nadando diariamente. É muito importante reverenciarmos pessoas como ele. Murilo Galizzi Belo Horizonte/MG

ERRAMOS ❚ As fotos de Antonio Anastasia, na capa da edição 111, e as dele e Hélio Costa na matéria “Agora, é com eleitor”, página 99, são de autoria da fotógrafa Júnia Garrido.

Eugênio Gurgel

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❚ Na matéria "Dois estilos em jogo" os depoimentos de Márcia Guimarães e de Fernando Pacheco foram trocados. ❚ No editorial de moda primavera-verão da última edição, o nome da modelo é Juliana Armond, da V Brasil. ❚ O artista plástico Oliver tem 70 anos e não 76, como saiu publicado na matéria "O pintor das mulheres".

Fale com a Revista Encontro: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: Rua Haiti, , º andar – Sion – CEP .- Belo Horizonte, MG – E-mail: cartas@revistaencontro.com.br – siga a Encontro: www.twitter.com/revistaencontro Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: Rua Haiti, , º andar – Sion – CEP .- – Belo Horizonte, MG – Tel: () - - Fax () - Releases: redacao@revistaencontro.com.br – Fax: () -781 Assinaturas: Tel: () -770

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1º LUGAR PRêmio iBGm de desiGn de JoiAs 2010 eAR CoUtURe . A Face do Brasil desiGn . Carla Abras institUto BRAsiLeiRo de GemAs e metAis PReCiosos

BH SHOPPING 31 3286 2492 . DIAMOND MALL 31 3292 9055 PÁTIO SAVASSI 31 3284 2552 . SHOPPING DEL REY 31 3415 6009 www.manoelbernardes.com.br


artigo Minas, que sempre soube fazer política, agora sabe também gerir a coisa pública na modernidade, na qualidade e na adoção do mérito sobre o apadrinhamento pessoal ou político aarticulista@revistaencontro.com.br Aristoteles Drummond

A política e o futuro É mais do que natural que o resultado das urnas vá se refletir na vida econômica dos estados e municípios, e, em Minas, não será diferente. O tipo de orientação de cada eleito vai determinar como enfrentar a crise mundial e como conciliar investimentos no social, com a infraestrutura que visivelmente estrangula a economia nacional. Mesmo não sendo um estado litorâneo, a questão portuária influi na produção mineira; afinal os embarques em Santos e no Rio, com portos congestionados e mal equipados, tiram a competitividade da indústria automobilística, da siderurgia e da agricultura, em especial o café, cujo preço tem sido compensador para o produtor. A questão do relacionamento estado-União parece assunto resolvido. Dilma, quando candidata, disse e repetiu que seria eleita por uns, mas que governaria com todos. Corrigiu, com velocidade e determinação, a gafe de seu amigo José Dirceu, que insinuou um governo partidário e, mais uma vez, voltado para os interesses paulistas. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, foi o primeiro a explicitar isso, apoiando a candidata do PT em nível nacional e o da continuidade no estadual. Ele mesmo protagonizou na eleição e na administração o entendimento cordial que marcou a relação política e administrativa do presidente Lula, os governadores Aécio Neves e depois Antonio Anastasia e o antecessor de Lacerda, Fernando Pimentel, do PT. Logo, este assunto está superado pelos acontecimentos. A economia mineira é fundamental para sustentar as taxas de crescimento do país. Mineração e siderurgia, agronegócio, serviços, somam mais de 20 bilhões de reais em investimentos privados nos próximos anos. E o gás na região do São Francisco se configura cada vez mais próximo de nova e promissora realidade. E, para tal, é importante a participação do BNDES, da Petrobras, assim como da Caixa Econômica Federal, que têm em Minas um dos melhores mercados. No campo político, que pode apresentar tensões com o novo Congresso, com o quadro instável em alguns de nossos vizinhos e parceiros, a presença mineira, pela qualidade e repercussão de seus políticos, pode ser outro fator positivo nos próximos quatro anos. Afinal,

nem no mais aceso da campanha houve radicalização, e as maiores figuras – o presidente Lula, sua candidata e o ex-governador Aécio Neves em nenhum momento baixaram o nível do debate e da disputa. Minas, que sempre soube fazer política, agora sabe também gerir a coisa pública na modernidade, na qualidade e na adoção do mérito sobre o apadrinhamento pessoal ou político. Este fato, que influiu no voto popular, turbina o prestígio do estado em termos nacionais. A mais, as maiores empresas mineiras hoje são nacionais, quando não, multinacionais, atrativas, portanto, para o investimento necessário ao seu crescimento. Por isso é que se dá muito valor à política econômica a ser seguida, ao controle das contas públicas e em especial à inadiável adequação da legislação trabalhista à realidade do mercado. Neste ponto os analistas internacionais nos têm situado muito mal, nos comparando a Portugal, Grécia e França, que lideram a vanguarda do atraso na questão das leis trabalhistas. Nos serviços, Minas vem ganhando um lugar de destaque nacional na medicina, na tecnologia da informação, na gestão energética e no controle das contas públicas. Tudo isso conta. Este é o mês das avaliações, dos primeiros sinais. Dilma se referiu à prioridade no saneamento básico como condição para deixarmos de ser emergentes, mesmo que com grande crescimento econômico, e Minas tem um instrumento eficiente na Copasa. A Cemig é referencia nacional no setor de energia e já é uma empresa presente em todo o país. Pode ajudar a apressar projetos federais que encontram dificuldades em passar à fase executiva. E o relacionamento com a Eletrobras foi o melhor possível nos últimos anos. Os pessimistas, os que avaliam negativamente a capacidade mineira de gerar riquezas numa economia diversificada, não conhecem a vocação empreendedora dos empresários mineiros, que viveram todas as crises nacionais dos últimos 25 anos e souberam superá-las, com desempenho justamente acima da média nacional. O clima só pode ser de otimismo, de retomada de decisões imediatas em função da continuidade decidida pela vontade popular. * Aristoteles Drummond é jornalista

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retratos da cidade Raios vibrantes Todos os dias ele se põe, para voltar brilhante e quente no dia seguinte. Em algumas ocasiões do ano ele fica tão radiante, que colore o azul do céu com as nuanças de vermelho e laranja. Parece coisa de cinema. O pôr do sol é realmente algo impressionante. Este fenômeno acontece, segundo o meteorologista do Centro de Climatologia Tempo Clima/PUC Minas, Afonso Souza, devido a algumas características da estação: “O tempo seco, céu sem nuvens e a poeira que sobe para a atmosfera”, afirma Souza. Em alguns pontos da cidade, ele se impõe exuberante. O mirante das Mangabeiras, localizado na praça Efigênio Salles, no bairro da região sul de BH, é um desses lugares e recebe dezenas de pessoas nos finais de semana só para apreciar o pôr do sol e visualizar o belo horizonte. Os namorados Victor Henrique Gomes de Amorim Vaz e Fernanda Alves Sinhoroto são desses frequentadores. Eles revelam que o mirante tem um dos visuais mais bonitos que já viram, com a cidade vista do alto e o Parque das Mangabeiras bem atrás. “Acho o pôr do sol daqui realmente maravilhoso”, deslumbra-se Fernanda. E tem como não achar?

Simone Dutra Eugênio Gurgel

sdutra@revistaencontro.com.br

Café com história Na região central da capital mineira existem muitas cafeterias, mas uma delas, localizada na praça Sete, além de servir o tradicional café de coador conta também um pouco da história da cidade. Trata-se do Café Nice, que há mais de sete décadas é comandado pela família de Afonso Geraldo Caldeira, falecido em 2009. Fotografias antigas da cidade, do início do século XX, fazem parte da decoração do local, que é ponto de encontro de amigos para um descontraído bate-papo, clientes assíduos que não ficam um dia sem tomar o café com o tradicional pão de queijo, e de muito políticos. Até os principais candidatos à presidência fizeram campanha lá neste ano. “Não sei se o político promove o Café Nice ou se é o Café Nice que promove os políticos”, brinca um dos filhos de Afonso, Renato Caldeira. Esta prática política acontece há tantos anos que essa proximidade pode ser vista nos quadros pregados nas paredes de azulejos antigos, em fotos de Afonso com personalidades mineiras. Um deles, o presidente Juscelino Kubistchek, gostava de tomar ali um cafezinho no balcão. E, claro, com muita conversa ao pé do ouvido.

Cláudio Cunha Geraldo Goulart

QUEM CONHECE DÁ VALOR E VOTA POR MINAS GERAIS

Fotos: Cláudio Cunha

Livros aos montes Nada de ficar parado ou de braços cruzados. A ideia é dançar, encontrar os amigos e se divertir muito como nos velhos tempos. O programa Baila Comigo, idealizado pela Universo Produção, traz de volta os shows em praça pública, gratuitos, que são autênticos bailes ao ar livre. Casais de crianças, jovens e idosos são convidados pela banda Super Som C&A a se esbaldarem ao som de sucessos nacionais e internacionais dos anos 40 aos 80. “É uma mistura de gerações”, afirma a diretora da instituição e coordenadora do programa, Raquel Hallak. Em sua segunda edição, o evento começou em agosto e vai até dezembro deste ano, em um circuito itinerante nas principais praças de Belo

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Horizonte. “Ano que vem pretendemos fazê-lo de abril a dezembro, quinzenalmente, às quintas-feiras”, revela Raquel. O casal de namorados Maria José Lage Ottoni, de 68 anos, e Edésio Cancio da Cruz, de 69 anos, participa desde a primeira edição e afirmam que para eles é muito bom dançar e reviver as músicas de sua juventude. “Não existiam bailes ao ar livre. Isso é maravilhoso. Os jovens de hoje não sabem o que é dançar juntos, não têm o romantismo de antigamente. É uma boa oportunidade de aprenderem com os mais experientes”, diverte-se Maria José. O próximo será no dia 8 de outubro, no Parque JK, no bairro Sion. Programe-se!

Senador Aécio - 456

Governador Anastasia - 45

JAYRO LESSA

25121

Valor: R$ 5800,00

Baila comigo?

Numa pequena loja na rua dos Tamoios, no Centro de BH, é possível encontrar raridades que só mesmo um “sebo” pode reunir. É nesse lugar que há mais de seis décadas o livreiro Amadeu Rossi tornou realidade o sonho de muita gente. “Seu” Amadeu, falecido em 2009, aos 92 anos, fundou a livraria Amadeu em 1962 e hoje ela é a mais antiga da capital mineira. Nos corredores apertados, mais de 40 mil exemplares estão à disposição: lá é possível encontrar de tudo, de cartilhas de instruções à alta filosofia. O filho do livreiro, Lourenço Carrato Côco, é quem a dirige agora. Lourenço trocou a carreira de engenheiro para seguir a profissão que seu pai lhe ensinou: ser livreiro. “Isso significa muito mais do que comprar e vender livros”, afirma. Não é à toa que o sebo e “seu” fundador ganharam homenagens com um livro, Livraria Amadeu, do professor da UFMG, João Antonio de Paula. A história continua.

Deputado Estadual - DEM

PSDB/DEM/PP e “Somos Minas Gerais” DEM/PDT/PMN/PP/PPS/PSB/PSC/PSDB/PSDC/PSL/PR/PRB | Contratante: 12.198.304/0001-94 | Contratada: 04.889.743/0001-15

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gente fina Era só um aprendiz Ser assistente da fundadora da Patachou, Nem Campos, aos 18 anos, foi um bom começo de carreira no mundo da moda para Fernando Silva, jovem estilista hoje com 28, nascido em Contagem. Depois disso, ele passou pela Patogê e ganhou visibilidade ao ser o braço direito de Victor Dzenk. Apesar do sucesso da parceria, que durou três anos, Fernando ousou criar sua própria marca, a Fleche d’Or, em 2009. Ele comemora conquistas bastante palpáveis em muito pouco tempo: já está vendendo a coleção verão inspirada na natureza em mais de 200 multimarcas em todo o Brasil e no bairro Les Marris, na capital francesa. É de lá que o designer acaba de voltar depois de fazer pesquisa de fornecedores (os tecidos e aviamentos para as próximas coleções) e tendências. Passou também por Londres e Veneza, onde se inspirou para a próxima coleção outono-inverno 2011. O tema será a Commedia dell’Arte, explorando o universo do carnaval de Veneza. Enquanto o próximo ano não vem, ele dá dicas certeiras para o verão: “Usar cinturas altas marcadas em saias e shorts curtos adornadas por cintos, além de muita estamparia digital de flores e animais”.

Carolina Godoi cgodoi@revistaencontro.com.br

Quem veste a rainha Arrumar as malas é rotina na vida desta aquariana de 37 anos. Apesar de a família estar prosperando no setor de restaurantes (o pai, Francisco Tomás, é o uruguaio responsável pelo sucesso do Parrilla del Mercado e do La Victoria), Fernanda Tomás tomou outro rumo. Aos 17 voou para a Ásia, para desenvolver peças para uma marca mineira em Bali, e em seguida para Barcelona, onde se formou em estilismo. De lá foi um pulo para a França, onde iniciou um movimento na época inédito: cria e seleciona de 70 a 80 peças, de cada estação, de marcas mineiras – entre elas Graça Otoni, Bárbara Bela e Printing –, e leva para o famoso show room Mosaïque em Paris, único inteiramente voltado para a moda festa. Do endereço famoso os vestidos seguem para toda a Europa, Oriente Médio, além da Rússia e do Japão. “Somos tão bem aceitos no exterior que passamos a criar também várias peças ao gosto deste cliente”, conta. Ela acaba de embarcar novamente para a França, onde além do trabalho usual de toda estação, confere os detalhes do convite para participar da conceituada feira francesa Who’s Next, em Dubai. Além de levar várias marcas da terrinha para serem vendidas na Sack’s americana e no Oriente Médio, ela vai tentar agradar novamente a rainha Rania, da Jordânia, uma das que se apaixonaram pelo acabamento das roupas de festa feitas em Minas Gerais. Fábio Cançado

Luz de Fernanda Takai Eugênio Gurgel

Massa pelas crianças Marcela Malzone é muito jovem – tem só 23 anos – e já tem a responsabilidade de dirigir o setor de marketing de todos os negócios da família, que não são poucos, diga-se de passagem. Entre o trabalho na 68 Pizzeria, Fabbrica Spaghetteria, Pizzaria Vinícius, The Art from Mars, Tavola Pizza e Vino e La Milonga, ela ainda consegue tempo para fazer um trabalho especial. Marcela está ajudando a Fundação Sara de apoio à criança com câncer e já fez desfile e jantar com renda destinada à reforma do setor pediátrico de oncologia da Santa Casa e à manutenção da casa sede da fundação. A adesão do público foi tão grande que ela pretende repetir as ações de dois em dois meses e vai destinar permanentemente às crianças a renda do Prato da Boa Esperança, vendido em todas as casas da família. “Desde pequena tenho exemplo de solidariedade”, diz. Outra novidade são os novos negócios. Até o final do ano ela inaugura na Savassi uma loja só de brigadeiros gourmet, além do primeiro negócio próprio em sociedade com o namorado, Filipe Geraldes, o bistrô de hambúrguer B Bistrô, com assinatura da chef paulista Ana Soares, previsto para outubro. Ela pensou nos detalhes: adquiriu bicicletas vintage e customizadas pela Urban Outfiters, em Nova Iorque, que serão usadas na decoração e nas entregas. Tem tudo para ser charmoso e ecologicamente correto.

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Eugênio Gurgel

Eduardo Zunza e Daniel Veloso têm muito em comum: são apaixonados por cinema e por música, ambos nasceram em Belo Horizonte, têm 31 anos, trabalham juntos e são formados em publiciEugênio Gurgel dade pela PUC Minas, mas nem passam perto de agências de propaganda. A escolha pelo audiovisual recebeu o primeiro reconhecimento: a dupla ganhou o prêmio de melhor DVD no 21º Prêmio da Música Brasileira (antigo prêmio Sharp, hoje patrocinado pela Vale) pelo trabalho de direção em Luz Negra, de Fernanda Takai, do Pato Fu, pela G5 Filmes. Quem estava na disputa? Ninguém menos que o diretor Andrucha Waddington pelo DVD Banda Dois, de Gilberto Gil, e Joana Mazzuchelli, pelo Multishow ao Vivo, de Vanessa da Mata. “Tivemos cuidado com os detalhes, carinho com a essência da artista e tentamos captar momentos de delicadeza da Fernanda no palco do Teatro Municipal de Nova Lima”, diz Daniel. Os próximos passos da dupla são a produção do DVD de Beto Guedes – Outros Clássicos – que vai ser lançado pela Biscoito Fino até o final do ano, e a pré-produção de um documentário sobre o Clube da Esquina. A cultura de Minas agradece. Encontro | 23


entrevista

José Joaquim Gomes Canotilho

Marcelo Fiuza Fotos: Paulo Márcio

Um dos mais respeitados constitucionalistas do mundo diz que os juízes brasileiros não estão preparados para decidir sobre grandes conflitos da sociedade

"Não se pode interferir nas políticas públicas"

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E

le foi um dos autores da Constituição de Portugal, consultor do governo daquele país. Assina livros que se tornaram verdadeiros best sellers da área, inclusive no Brasil, como Direito Constitucional e Teoria da Constituição, da editora Almedina. Aos 69 anos, o jurista, professor e escritor José Joaquim Gomes Canotilho é catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e considerado um papa do direito constitucional da atualidade. Para quem não é da área, os portugueses costumam usar uma analogia para dimensionar a importância desse professor: Canotilho está para o direito constitucional, assim como Cristiano Ronaldo está para o futebol mundial. Não é a toa que ele foi a estrela principal do congresso realizado pelo Instituto de Hermenêutica Jurídica, em setembro, na Faculdade de Direito da UFMG. Canotilho falou sobre a politização do Judiciário e não poupou críticas aos juízes. Na visão dele, em nome da defesa da Constituição, cada vez mais os juízes interferem nas políticas públicas e determinam indevidamente os rumos da sociedade em pontos fundamentais, assumindo atribuição que seria do legislativo. “Quando o tribunal diz o que é célula-tronco e que o embrião pode ser destinado à pesquisa, ele está decidindo os grandes conflitos culturais da sociedade, e penso que não está preparado para isso”, sustentou o jurista, que concedeu a seguinte entrevista exclusiva a Encontro. ENCONTRO – O sr. veio ao Brasil falar sobre a politização do Judiciário. Por que há essa relação entre os juízes e a política? CANOTILHO – Porque hoje se colocam questões políticas, de internacionalização e de globalização que condicionam a aplicação do direito. O Judiciário tem de se mover para enfrentar esses problemas novos e muitos deles são de compreensão do mundo em que estamos. Em primeiro lugar, diria que há uma jusfundamentalização, ou seja, muitos dos problemas hoje passaram a ser tratados como se fossem problemas de direitos fundamentais. Isso marca decididamente o Judiciário, sobretudo os órgãos que têm como dever

fazer o controle da constitucionalidade, das leis. Depois, há o controle da constitucionalidade das políticas públicas, que de certo modo conduz também a um problema de aplicação de direitos fundamentais. E essa lógica de o Judiciário pautar-se hoje pela expansão dos direitos fundamentais e humanos obriga os juízes a outra aproximação, a do direito em si. Os direitos humanos, fundamentais, acabam por irradiar para todos os setores da sociedade, do direito civil, penal e processual, e afetam as ordens jurídicas a que estamos acostumados. Daí que, quando se discutem problemas con-

concretização desse direito. ENCONTRO – Como a Constituição de um país pode contribuir para a politização do Judiciário? CANOTILHO – Por exemplo, uma Constituição diz que o direito à saúde passa pela criação de um Serviço Nacional de Saúde (SNS). A partir daí deve-se saber se alguma lei contraria a concretização e a administração desse serviço, e se não é melhor termos serviços privados para propostas alternativas. Quando a Constituição diz que haverá um SNS, ela não se refere apenas a um direito à saúde, mas a um serviço estruturado. É muito diferente de a

Quando o tribunal diz o que é célula-tronco e que o embrião pode ser destinado à pesquisa, ele está decidindo os grandes conflitos culturais da sociedade, e penso que não está preparado para isso. E o Judiciário está sempre sujeito à acusação de que faz política." cretos do direito em termos civis e penais, muitas vezes estamos discutindo problemas constitucionais. ENCONTRO – E como o Judiciário interfere nas políticas públicas? CANOTILHO – Costumamos dizer que são direitos fundamentais como transportadores de dimensões objetivas. Não é apenas garantir o meu direito à liberdade, de formar partidos políticos ou à informação, mas transformar todas essas dimensões que são subjetivas – o meu direito – em dimensões que influenciam o comportamento jurídico. Ao passarmos dessa subjetivação dos direitos para dimensões objetivas, vemos que toda a ordem jurídica acaba por ter como padrões e valores estruturantes os próprios direitos fundamentais. E, em termos metódicos, vamos ver que a política se pratica muitas vezes nos tribunais como a

Constituição não ter nada sobre isso, e aí também podemos discutir como o Obama está fazendo nos Estados Unidos, se deve ser obrigatório ou não ter esse serviço. O mesmo com o ensino, em que poderá haver uma rede pública ou não. Para muitos o Estado não tem que assumir a centralidade do ensino, pode haver uma rede privada junto com as escolas públicas. Portanto, a politização do Judiciário depende do tipo de Constituição que temos. ENCONTRO – Quando o Judiciário tem a palavra final sobre questões morais e de bioética, como pesquisa com células-tronco, ele também não está interferindo nos rumos da sociedade, ou seja, fazendo política? CANOTILHO – O caso da pesquisa com células-tronco, da interrupção da gravidez e do uso de embriões são problemas morais, científicos e culturais que estão se dirigindo para o Judiciá Encontro | 25


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entrevista rio, onde poucos juízes vão resolver os problemas da sociedade. Eles devem decidir sobre dimensões tecnológicas relacionadas à compreensão da vida. O que digo é que essas situações deixaram de ser casos concretos, ou seja, não é propriamente uma pessoa ter direito ou não a estudar células-tronco, interromper a gravidez ou fazer um transplante. O problema é que tudo isso acaba se tornando uma questão cultural de fratura no seio da sociedade. Ou seja, quando o tribunal diz o que é célula-tronco e que o embrião pode ser destinado à pesquisa, ele está decidindo os grandes conflitos culturais da sociedade, e penso que não está preparado para isso. E o Judiciário está sempre sujeito à acusação de que faz política.

os tribunais têm de se convencer que quando decidem questões dessas, não estão decidindo o caso A, B ou C, mas resolvendo problemas culturais de fratura no seio da sociedade. Isso é crítico. ENCONTRO – O que falta ao Judiciário para que ele esteja preparado para decidir sobre as grandes questões culturais da sociedade? CANOTILHO – Não tenho uma resposta, porque muitas dessas questões devem ser resolvidas no nível do legislativo, pois quem faz as opções e a ponderação de bens de uma sociedade são os representantes do povo, eleitos, ou através de referendos sobre essas questões fractais. Isso depende da existência ou não de políticas públicas sobre determinados assuntos,

Quem está mais adiantado é quem detém maior riqueza e a distribui melhor. Portanto, não é pelo fato de uma Constituição não falar de direitos sociais e econômicos que ela não estará melhor, por exemplo, que as de Portugal ou do Brasil" ENCONTRO – Como na discussão sobre o direito a uma morte digna? CANOTILHO – Grande questão. As constituições todas dizem que a vida humana é inviolável e depois em um parágrafo há: “Todos têm direito a uma morte digna nos termos da lei”. Mas, quando se vê isso de maneira mais ampla, estamos dizendo que podemos matar as pessoas porque damos a pílula, porque proporcionamos o veneno. Isso é uma ruptura social, afinal não defendemos a vida até o fim? Por outro lado, há pessoas que consideram que o morrer já não é o último dia da vida, é um dos momentos da morte que está aí há muito tempo. São problemas culturais profundos com dimensões religiosas e morais. E

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como interrupção da gravidez, serviços de saúde, segurança, a proteção à família, por exemplo. Mas o problema não está em o tribunal decidir ou não, mas em que isso realmente convoque políticas públicas. ENCONTRO – Então, que atores sociais estariam mais aptos a decidir sobre essas grandes questões? CANOTILHO – Não sei quem está mais preparado hoje, se as comissões de ética, por exemplo, em casos de aborto, embriões e células-tronco, porque elas próprias são políticas. Elas transportam cosmovisões religiosas que sufragaram e não sei se estariam em melhores condições do que os tribunais para decidir isso. Nos tribunais,

um grupo de juízes pode dizer que tem esse direito porque é legitimado para isso, mas eu tenho cá minhas dúvidas, sejam eles foros regionais ou internacionais. Não vejo como 13 ou 15 ministros de um Supremo Tribunal podem ser os diminutos e últimos a resolver problemas que dividem a própria sociedade e quebram valores culturais. ENCONTRO – E quando a lei não acompanha as mudanças de comportamento da sociedade, como o casamento homossexual, a palavra final não é dos tribunais superiores? CANOTILHO – A questão é essa. Como não cabe a um juiz, um diretor ou a uma comissão de ética decidir quem está apto a dizer sobre determinada questão, tudo isso vai acabar nos tribunais. O problema é compreender a evolução de determinadas instituições. No caso, a família e o casamento. Meu professor de direito civil me ensinou, há 40 anos, que o casamento é o contrato de duas pessoas de sexos diferentes para constituir uma família. Hoje, o casamento é um contrato que podemos manter ou não. Antes, dizia que precisavam ser pessoas de sexo diferente, hoje há casamentos homossexuais. Antes, era para constituir legitimamente a família e hoje o casamento não tem de se destinar a ter filhos. Todas essas desconstruções são de agora. Há 40 anos a família era um esquema dogmático em contrato. Hoje, por aquela definição, está tudo errado, pois continua o contrato, mas pessoas de sexo diferente não precisam ser parceiras para constituir a família. Na minha opinião, quem vai decidir nesse caso se pode ou não haver casamento entre pessoas do mesmo sexo são os legisladores, em termos das opções políticas e de acordo com a consciência jurídica da comunidade. ENCONTRO – Temas polêmicos como esse ou a adoção por pais homoafetivos, o testamento vital e ciberbullying, em geral, não estão previstos em lei. É tarefa dos juízes se anteciparem ao legislador para resolvê-los? CANOTILHO – Tenho uma posição restritiva quanto a isso. Esses não são problemas típicos, são novos. Um exemplo é a proposta de compra de um indivíduo pela internet para ser

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Há 40 anos, o casamento era contrato de duas pessoas de sexos diferentes para constituir família. Hoje, é contrato que podemos manter ou não e que pode ser entre homossexuais. Essas mudanças são de agora e quem pode decidir sobre elas são os legisladores e não o judiciário" sas dificuldades de se saber qual era o crime e qual a pena. Aplicaram uma pena de seis anos, mas foi preciso o tribunal constitucional alemão dizer que aquilo era um crime contra a vida. Veja o desajuste, o próprio sistema esqueceu-se que havia o crime de canibalismo. Via internet, mas canibalismo. ENCONTRO – E no caso do bullying? CANOTILHO – Penso que é preciso muito cuidado, pois há crianças que são cruéis e outra coisa são grupos que se

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ENCONTRO – A Carta Magna brasileira de 1988 foi tida como progressista, mas muitas de suas garantias, como o direito universal à saúde, educação e à infância não chegam a todos os brasileiros. O que fazer e qual o papel do Judiciário para torná-la mais efetiva? CANOTILHO – Minha posição é bastante diversa. Penso que o Judiciário pode pouco, entendo que muitos desses problemas terão de ser objeto de leis. Ou seja, os cidadãos, quando escolhem seus presidentes, governadores e deputados, devem lutar por propostas que concretizem melhor os direitos econômicos, sociais e culturais. O Judiciário, pela sua própria natureza intrínseca, não é o órgão adequado para fazer políticas públicas. Até porque, quando o Judiciário é mais ativo dizendo que reconhece o direito do cidadão a determinado medicamento

ou à vaga em uma escola, ele vai decidindo caso a caso que lhe é apresentado, mas não resolve politicamente o problema. ENCONTRO – Mas não é isso que acontece no Brasil, com o Supremo Tribunal Federal decidindo sobre as grandes questões nacionais? CANOTILHO – Aqui, no Brasil, o judiciário diz: “Como nós também somos destinatários da constituição, também devemos aplicar a constituição. No fundo, nós devemos ser cúmplices pelo cumprimento e aplicação da constituição quando o legislador não faz”. Se não o fizer é omissão. ENCONTRO – Em que situação os três poderes devem dividir essa responsabilidade? CANOTILHO – Quando a constituição estabelece políticas no próprio texto. De qualquer modo a tendência é a evolução de os poderes se entenderem em muitos desses temas. O que não quer dizer que não haja interdependência entre eles e não se discuta a competência de um e de outros. O grande problema é que não podemos, nessas questões, expulsar o agente mais importante, o povo, que muitas vezes pode não escolher da melhor maneira, mas sabe o que quer. ENCONTRO – Podemos comparar as constituições dos Estados Unidos, Europa e Brasil e as respectivas realidades sociais desses lugares? CANOTILHO – Não há grandes filosofias ou grandes fantasias. Quem está mais adiantado é quem detém maior riqueza e a distribui melhor. Portanto, não é pelo fato de uma Constituição não falar de direitos sociais e econômicos que ela não estará melhor, por exemplo, que as de Portugal ou do Brasil, que abordam esses temas. Não é pelo fato de as constituições dizerem que eu tenho direitos que estes aparecem. Eles estão interdependentes daquilo que chamamos de pressupostos fáticos: riqueza, distribuição da renda, políticas públicas e políticas orçamentais. O que é incontornável é que pretendemos ter esses direitos e que é preciso criar os meios para isso. Para distribuí-los é preciso pagar impostos. Muitas dessas questões não são jurídicas e acabam nos tribunais, mas têm muito a ver com país, com sua capacidade. ❚

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juntam para agredir crianças menores. Devemos tomar muito cuidado em transmutar isso em crime e é preciso muito estudo do temperamento social, da família. Isso é muito complicado, por isso acho que não deve ser o juiz quem decide sobre isso, mas os pais, que estão mais próximos. A questão é que se nos mantivermos fiéis aos princípios do estado de direito, não há crime sem lei e não há pena sem crime. É importante dizer onde está definido que é crime, violação, quem são os sujeitos. Deve-se criar leis específicas para o bullying, definindo que tipo de comportamento é esse e, se é praticado em grupo, a quem é imputado o crime. Isso nos leva a outras questões, como a da imputabilidade penal baixa. E penso que decidir isso não pode ser responsabilidade apenas do juiz. É o legislador quem tem de estar em sintonia com a consciência jurídica da comunidade e adotar as medidas corretas e temporalmente adequadas para resolver problemas desses. Se estamos vendo o desenvolvimento dessas práticas nas escolas, se as crianças estão aterrorizadas, intranquilas, têm medo de ir à escola e há suicídios, há um problema que temos de resolver. De qualquer maneira, o último recurso é o direito penal. Não podemos transformar o direito penal para solucionar os problemas sociológicos que estão surgindo nas escolas.

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comido (no sentido literal) por outro, que houve recentemente. Alguém se ofereceu, e outro comeu, portanto um negócio de compra pela internet. Isso foi na Alemanha e houve imen-

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O pleito deste ano deve consagrar de vez dois jovens políticos mineiros, campeões de votos nas últimas eleições e candidatos a repetir o feito agora, em 2010. Trata-se do deputado federal Rodrigo de Castro (esq.), 39 anos, e do deputado estadual Dinis Pinheiro, 43 anos, ambos do PSDB. Rodrigo recebeu 294 mil votos para a Câmara dos Deputados, em 2006. Já Dinis Pinheiro foi o mais votado para a Assembleia Legislativa estadual, com 132 mil votos. Com a eleição deste ano, os dois parlamentares se firmam como duas das mais destacadas lideranças do partido e já figuram de listas para voos mais altos. Rodrigo de Castro, atual secretário-geral do PSDB, é tido como possível representante do partido na disputa para a prefeitura de Belo Horizonte. Já Dinis Pinheiro sai das eleições como o principal nome para presidir a Assembleia Legislativa mineira a partir de 2011. Natural de Ibirité, Dinis Pinheiro vai para o seu 4º mandato. Articulado, transita muito bem entre todos os partidos e seu nome é bem visto pela ampla maioria da casa.

Café de origem

Jogada de craque

Para ampliar as vendas do café solúvel em Minas, onde a demanda pelo produto é a menor do Pipo Gialluisi país, a multinacional suíça Nestlé decidiu pesquisar o gosto do consumidor local. A idéia é lançar produtos diferenciados por aqui. “O mineiro possui o melhor café do Brasil e por isso conserva o hábito de usar o grão torrado e moído, preparado na hora de servir”, diz o presidente da Nestlé, Ivan Zurita. Do 1,5 milhão de sacas de café adquiridas por ano pela Nestlé, a maioria vem das cooperativas de Varginha e Guaxupé, graças à qualidade dos grãos.

Os investimentos do Banco BMG no futebol já começam a dar resultados. Recente pesquisa Cláudio Cunha feita pela TNS Sport – Branding Traking em todo o país aponta o banco como a 9ª marca mais bem colocada na cabeça dos torcedores, na frente de nomes como LG, Petrobras, Caixa, Vivo e Adidas. Estima-se que o banco invista perto de R$ 60 milhões somente nos times que patrocina na primeira e segunda divisões: Atlético, Cruzeiro, América, São Paulo, Atlético Goianiense (GO) e Coritiba (PR). O presidente do BMG, Ricardo Guimarães, comemora o acerto da estratégia.

Lingerie e chocolate A Valisère apostou em Belo Horizonte para a abertura da segunda loja franqueada da marca (a Milu Yoshida Schneider primeira funciona em Florianópolis), das 300 que pretende abrir no país até 2015. Instalada no quarto piso do BH Shopping, a unidade mineira recebeu investimentos de 1 milhão de reais, e além das cobiçadas lingeries, inclui no mix outros produtos exclusivos pouco associados à grife, como chocolates, artigos eróticos e até papelaria. “Vamos reforçar o conceito de monomarca, uma tendência já consolidada no exterior”, diz a empresária Juliana Moraes, que está no comando da nova loja.

Negócio bilionário Será anunciada nos próximos dias uma das maiores operações de compra e venda ocorridas em Minas Gerais. A rede de supermercados Bretas – a maior do estado e a sétima do país, com 62 lojas e vendas brutas anuais de R$ 2,1 bilhões – está sendo adquirida por um grupo espanhol, por R$ 2 bilhões. O negócio já está praticamente sacramentado e o valor será pago em duas parcelas, sendo a primeira delas assim que terminarem as diligências dos compradores no Bretas, pre

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Eugênio Gurgel

vista para as próximas semanas. Antes de levar a rede mineira, presidida pelo empresário Estevan Duarte de Assis, o grupo espanhol teve de concorrer com os americanos do Wallmart, que chegaram a oferecer R$ 1,5 bilhão pela companhia. Além da força do Bretas no interior de Minas Gerais, terceira maior economia do Brasil, contribuiu para o negócio o fato de a rede praticamente não possuir passivos. O escritório do advogado mineiro Vinício Kalid foi o responsável pela operação.



Paulo Navarro PNC

Elza do Brasil

pnavarro@revistaencontro.com.br

A sociedade subiu no telhado...

Em setembro, chez Luiz Tito e sua impagável Virgínia Pastor, no Luxemburgo, tivemos o raro prazer de conhecer a lenda viva, o mito, a cantora Elza Soares, que veio lançar o projeto e captar recursos para o documentário A Voz do Brasil, sobre ela. Elza, descendente de mineiros, lembrou a infância: “Jurei que, em vez de comer numa lata de goiabada e beber café em lata de leite condensado, um dia eu teria prato e copo. Em vez de panos velhos, um dia eu dormiria em lençóis. O importante é acreditar, lutar para vencer e principalmente ter alguém que nos ajude no início e quando precisamos”. Barbara Dutra

Rita Lee estava certa há anos, ao gritar pela boca de Elis Regina: “Alô, alô, marciano, aqui quem fala é da Terra, pra variar estamos em guerra, você não imagina a loucura. O ser humano tá na maior fissura, porque tá cada vez mais down no high society”. Rimando, o ícone do high society, Carmen Mayrink Veiga confessou, sem tortura, que “não existe mais sociedade brasileira”. O famoso livro Sociedade Brasileira, editado por Lourdes Catão, mostra, entre os 2.300 verbetes, 120 estreantes do bloco dos emergentes, gente da televisão e até promotoras de festas.

Pendurou as chuteiras Aqui em Minas, a “lei” é pisar em ovos e não polemizar alguns assuntos, certo? Mas a verdade é que nossa sociedade tradicional não só envelheceu como saiu de campo. Poucos expoentes sobreviveram “na ativa”. Restam algumas figuras caricatas e decadentes, que ainda insistem em aparecer, apesar de suas máscaras terem caído. Os bacanas de hoje são avessos a muita exposição: só vão a festas de chegados, estão low profile. A aparição/figuração na noite é quase restrita à moçada, agora mais despojada, sem tanta purpurina e glamour. Os guias/livros atuais servem mais é para mailing. Porém, quem atende convite de mailing é só a mesma “caravana holiday”.

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O bilionário Eike Batista já se aventurou no ramo de cosméticos, com a Clarity (através da FLX Consultoria e Franchising), fundada em 1994, em BH; utilizando o nome de sua então esposa, Luma de Oliveira. Mas o negócio foi vendido em 2002 sem dar o retorno esperado. Incansável e insistente, agora Eike investiu R$ 15 milhões e inaugura, em outubro, clínica de estética na Barra da Tijuca, Rio, de olho no mercado de alto luxo. São 1.500 metros quadrados dentro do MDX, braço médico do grupo EBX, que administra as empresas de Eike. À frente da clínica, sua namorada, a advogada Flávia Sampaio. O “salão de beleza” terá três lojas recheadas de marcas internacionais. Nome: Beaux (bonitos, em francês), com o “x”, sua marca do Zorro (ou de Midas).

Esperança à vista

Subiu no banquinho No Rio, os emergentes são quase todos moradores da horrorosa Barra da Tijuca, aquela Miami de plástico. Gentes que adoram “assar uma carninha” em varandas (lajes de luxo) e fazem compras em dinheiro. Até Paulo Coelho entrou. E em Belo Horizonte, que também já teve seus anos dourados e hoje pulula de emergentes? Pedimos um comentário da estonteante Daniela Portella, editora do guia Serviços de Primeira Classe e ela: “Prefiro não comentar, mas tem a ver sim” (o que se vê no Rio). Isso foi um comentário.

Beleza sul-americana

Sanduíche de gente: “A voz do Brasil”, Elza Soares, “embalada” pela assistente de direção, Tatiana Tonucci, e pela diretora Bete Martins Campos

Elzas do Brasil Ao lado do jovem e atual marido, Bruno Lucide, Elza revelou seu segredo de juventude: “Estou amando e sendo amada (...) digo sempre que não existe derrota para quem nasceu pra vencer. A vida é uma luta eterna. Você tem que ser verdadeiramente humilde, mas com sabedoria. Nasci em Padre Miguel e, através do Grande Otelo, estudei direito. Não desistam nunca. As portas estão abertas para outras Elzas, é só bater. E ter coragem de abrir, absorver bem as críticas. A gente não vive só de beijinhos e abraços. Eu choro e sorrio nos momentos certos”.

Lucidez do Programa de Ações Estratégicas do Setor Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Nova Lima e adjacências), do Instituto Horizontes, coordenado pelo primo Hudson Navarro e parceiros da iniciativa privada. Os problemas são vários: topografia, muitos prédios, poucas entradas e saídas, trânsito pesado etc. todos nefastos para a economia da cidade e do estado. Soluções: desconcentração e desenvolvimento do lazer, esporte, geoturismo, ecoturismo e turismo em parques naturais. Criação e manutenção do saneamento básico e drenagem urbana; contenção da verticalização e estradas paralelas e alternativas à BR-040. Drika Vianna

Em Nova York, Vivian Barreto, Simone Demolinari, o promoter David Brazil, José Flávio Almeida e o titular da coluna, gravando o Programa Paulo Navarro, que está no ar pela Band e NET TV

Saída pelo S Quando era “maratonista social” – foi até indicado pelo Guinness como um dos mais festeiros –, o decorador Ildeu Kosky chegava na noite, fazia “pano rápido” com o “uisquinho on the rocks” e indagava: “Tem fotógrafo? Tem colunista? Não? Então, tchau!”. Parodiando Ildeu, o vice-presidente da Cemig, Arlindo Porto, brincava com as “saídas pela tangente”, nas agendas sobrecarregadas do dia a dia do mundo sócio-empresarial: “A onda é fazer o tipo ‘3 S’ – surgiu, sorriu e sumiu”.

As melhores prévias O Minas Trend Preview continua o principal evento de pré-lançamentos do calendário brasileiro. Depois de Ricardo Almeida, a expectativa aumentou com a próxima estrela. Para a abertura dos desfiles, no Alphaville, da edição Outono-Inverno, de 3 a 6 de novembro, brilhará Alexandre Herchcovitch, um dos mestres da moda, que não pensou duas vezes em procurar a organização do MTP para se juntar a outros grandes.

Raquetada campeã

Barbara Dutra

As belas Adriana Costa, franqueada em BH da grife My Shoes, recebendo Cláudia Pimenta, no coquetel de inauguração da loja, no DiamondMall

Vem aí, de 7 a 12 de outubro, o 1º Brazil Open de Squash, na Academia Winner, no Estoril, em Belo Horizonte, capital que tem se destacado no esporte. Serão 150 competidores de 13 países, entre profissionais, juvenis e amadores. A iniciativa é da Federação Mineira de Squash (FMS), presidida por Daniel Penna: “Os brasileiros são os grandes favoritos. Pretendemos ter o Brazil Open todo ano e inserir BH, definitivamente, no calendário mundial do squash”. Ah! A entrada é franca. Paulo Navarro, com Walter Navarro e Sabrina Santos

Márcia Prudente, da ONG O Proação, entre Cris Vallias, e Cris Gontijo, em noite de moda solidária

Fórmula Academia Lourdes

Diamondmall Pátio Savassi


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dinheiro

de cara A república João Paulo Martins

Começa em novembro a circulação das novas cédulas de real, que trazem dispositivos contra falsificação e tamanhos diferenciados Quem estava acostumado com a efígie da república estampada nas cédulas de real do mesmo tamanho e com traço simples, terá uma novidade ainda este ano. Aprovada pelo Conselho Monetário Nacional em fevereiro, a nova família de notas do real já está sendo impressa e será substituída até 2012. Logo de cara é possível ver que o desenho da efígie está mais aprimorado, bem como outros itens ilustrativos. Até os famosos animais que ficam no verso estão mais detalhados, como a onça na nota de 50 reais, que mudou para a posição horizontal e adquiriu algumas cores. Segundo o Departamento de Meio Circulante do Banco Central (Mecir), a nova família vai manter a diferenciação por cores predominantes, aspecto que “facilita a rápida identificação dos valores nas transações cotidianas, inclusive por pessoas com visão subnormal”. Além do lado estético, a questão de segurança não passou em branco. De acordo com o Banco Central (BC), foram criados recursos gráficos de última geração, como certos padrões de marcas d’água, para dificultar a falsificação. Como explica o Mecir, “as autoridades emissoras têm buscado atualizar o design de suas cédulas com maior freqüência, a fim de agregar elementos de segurança tecnologicamente mais sofisticados, capazes de resistir às investidas dos falsários". Isso obrigou a Casa da Moeda, responsável pela impressão, a adquirir, em 2009, máquinas de impressão mais modernas, fabricadas na Suíça. A mudança mais drástica foi a diferenciação dos valores por tamanho, ou seja, a nota de 2 reais é a menor e a de 100, a maior. Segundo o Departamento de Meio Circulante, isso foi resultado de demanda dos deficientes visuais: “Com tamanhos diferenciados e marcas táteis, em relevo, aprimoradas em relação às atuais, a nova família de cédulas facilitará a vida dessa importante parcela da população”. As notas praticamente não sofreram alteração desde 1994, ano em que foi adotado o Plano Real no país. Apenas as de 10 e 20 reais fugiram à regra, ao receberem uma série especial, impressa em plástico. O processo de mudança teve início em 2002, quando foram feitos estudos para criação da nova família de cédulas, mas apenas em 2004 foram aprovadas as características básicas. Quatro anos depois o Banco Central solicitou uma equipe de consultores internacionais para finalizar o design, seguindo as tendências modernas. Em novembro de 2010 o BC começará a trocar as notas circulantes de 100 e 50. No primeiro semestre de 2011 será a vez dos valores intermediários, de 10 e 20, e o restante deverá estar em circulação até 2012.

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nova

Novas notas que circularão até 2012: comprimentos e cores diferentes


tecnologia

produto

João Paulo Martins

Objeto de

desejo

Lançado em grande estilo no Brasil, iPhone 4 traz tecnologias inovadoras e ajuda a esquentar o mercado de smartphones Tal como é visto nos principais mercados consumidores de tecnologia do mundo, o lançamento do iPhone 4 foi feito em grande estilo em Belo Horizonte, durante a madrugada do dia 17 de setembro, com direito a filas de clientes nas portas das operadoras de telefonia celular na praça da Savassi, região sul da cidade. “Este é o lançamento de produto mais bem sucedido da história da Apple”, diz Steve Jobs, CEO da empresa, durante o lançamento nos Estados Unidos. Em apenas três dias após o evento, foram vendidos 1,7 milhão de iPhones 4, que vêm nas versões 16 e 32 GB de memória interna. Por aqui, a procura tem sido intensa. A TIM informou que nas primeiras horas do lançamento, foram vendidos mais de mil aparelhos. Já a Vivo, Claro e Oi não divulgam esse tipo de informação. Para Daniel dos Santos, editor-executivo do site MacWorld, especializado nos produtos Apple, o iPhone 4 é o smartphone a ser batido. “Poucos apa-

relhos oferecem uma interface tão boa. Isso sem falar em mais de 250 mil softwares disponíveis para eles”, completa. Daniel lembra, no entanto, que o aparelho não é infalível, e tem como principal defeito o problema com recepção de sinal. Nos Estados Unidos a empresa forneceu gratuitamente aos clientes uma capa para melhorar o desempenho da antena. No Brasil, em mensagem oficial, a Apple diz que os consumidores que perceberem esse defeito devem procurar suas operadoras de telefonia celular. O iPhone 4, smartphone mais fino do mundo, com 9,4 milímetros de espessura, possui o sistema operacional iOS 4, o mais moderno entre os sistemas móveis, com a função multitasking, que permite o uso de vários aplicativos simultaneamente. Além disso, ele traz a inovadora tela retina, com quatro vezes mais resolução que os outros iPhones, 960 x 640 pixels. A proporção de 326 pixels por polegada

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faz com que o olho humano não consiga distinguir os pixels individualmente, dando mais nitidez às imagens e textos. A tela, reforçada quimicamente, foi criada com a mesma tecnologia usada nos para-brisas de helicópteros, sendo 20 vezes mais rígida e 30 vezes mais dura que o plástico, o que a torna resistente a riscos. Agora o aparelho da Apple traz duas câmeras, sendo a principal de 5 megapixels com foco automático e flash de LED. E para quem gosta de filmar, é possível também criar vídeos em HD (alta definição). A câmera frontal permite acessar o aplicativo FaceTime, para realização de chamadas de vídeo, com apenas um toque de botão, desde que haja uma rede disponível de internet sem fio. E isso, para Daniel dos Santos, é um diferencial: “Ele traz um recurso pouco explorado até então, que é a videochamada. É possível fazer ligações com imagens, ou seja, ver a pessoa que está do outro lado da linha”.

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Pesquisa do IBGE mostra que metade dos brasileiros adultos está acima do peso ideal. O problema também afeta crianças e adolescentes mineiros

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obe

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Antigamente era comum ouvir os pais dizerem que seus filhos, quando estavam acima do peso, eram considerados saudáveis. Essa imagem errônea que se fazia do estado físico de crianças, adolescentes e adultos mudou. Hoje, excesso de peso e obesidade são considerados problemas de saúde e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em agosto deste ano, metade dos adultos, um terço das crianças de 5 a 9 anos e metade dos adolescentes de 15 anos do país estão com peso acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. A pesquisa do IBGE foi realizada em parceria com o Ministério da Saúde. Além das entrevistas, foram realizadas medições de peso e altura em mais de 188 mil pessoas, de todas as idades e regiões do país. E os piores resultados, ou seja, os que apresentam sobrepeso e obesidade, em especial nos homens, concentram-se nas regiões Sul e Sudeste e nas áreas urbanas. Na população de 10 a 19 anos do sexo masculino o sobrepeso e obesidade correspondem a 27,6%, e do sexo feminino a 23,4%. Em comparação com a pesquisa anterior, de 2002/2003, houve aumento de 6,8% entre os meninos e de 5,3% entre as meninas. Com relação aos adultos, a questão é mais séria. O excesso de peso atinge 51,2% dos homens e 44,8% das mulheres. Em Minas Gerais os dados antropométricos do IBGE mostram que o excesso de peso está presente nas crianças e adolescentes de 10 e 15 anos, além de ser um problema entre os adultos na faixa de 35 a 64 anos. “As pessoas dessas faixas etárias passam por um momento histórico em que os hábitos alimentares estão, na maioria dos lares, errados, com alimentos mais ricos em gorduras”, diz Rosalvo Reis, coordenador do centro de pesquisa da clínica de endocrinologia da Santa Casa de Belo Horizonte. Neste caso, ele aponta a disseminação dos fast foods e de comidas processadas como principais vilões. Além da questão alimentar o sedentarismo é outro ponto que merece destaque: “A prática de atividade física está muito reduzida ou ausente, tornando a vida sedentária, sendo gastos muitas horas ao dia com televisão, videogames, computadores, quase sempre acompanhadas de biscoitos ou sanduíches, regados a refrigerantes”. São inúmeros os problemas gerados

pelo peso excedente, mas de acordo com o endocrinologista Rosalvo Reis, num primeiro momento a obesidade na infância e na adolescência está associada a questões psicossociais, provocando baixa autoestima e isolamento social, com diminuição do rendimento escolar e pouca prática de esportes. “A obesidade infantil é um prenúncio do problema no adulto e, neste, ela está relacionada ao surgimento de alterações clínicas como diabetes mellitus tipo 2, apneia do sono, transtornos no fígado, hipertensão arterial, alterações lipídicas (colesterol e triglicérides), alterações cardiocirculatórias, cálculos na vesícula e pés planos, levando a problemas ortopédicos”, esclarece. Quem vivencia essa questão é o estudante Arthur Barros Santos, 7 anos, que reconhece estar acima do peso há algum tempo e não gosta de tomar água. “Eu sou gordinho porque gosto muito de refrigerante. O problema é que não tomo diet ou light, pois acho muito doce”, explica. A mãe de Arthur, Cláudia Barros Dutra, conta que os outros dois filhos também passaram por aumento de peso nessa idade. Para ela, hoje é mais complicado trabalhar esse problema: “Não tenho empregada e o Arthur fica todo o tempo na escola. Reconheço que acabo cedendo às suas vontades”. Mas isso não significa falta de comprometimento com a saúde do filho. Ela faz questão de preparar o lanGeraldo Goulart

O médico Rosalvo Reis aponta a má alimentação e o sedentarismo como principais causas do ganho de peso


saúde

pesquisa Eugênio Gurgel

che que ele leva para a aula, além de impor limites com relação a televisão e computador. Neste caso, fez questão de comprar o Nintendo Wii, porque oferece diversão junto a exercício físico. Apesar de Arthur gostar de ver televisão, não leva uma vida sedentária. “Ele pratica judô e natação, não para quieto um minuto”, diz Cláudia. E não é apenas o aspecto físico que deve ser observado com relação ao excesso de peso ou obesidade. Um tratamento que está sendo utilizado com bons resultados é a terapia cognitiva. De acordo com a psicóloga Renata Borja, que costuma tratar adolescentes com essa técnica, o alvo dos problemas com alimentos está no pensamento. “A pessoa gorda pensa de uma forma, enquanto a magra, de outra. Tenho uma paciente que percebeu que tinha pensamentos que a levavam a comer. Ela pensava ‘hoje eu mereço comer isso’. É um pensamento sabotador ou permissivo”, explica. Para ela, os jovens de hoje ficam muito tempo em casa, no sedentarismo, e acabam vítimas das propagandas de TV, em especial aquelas que associam brinquedos à comida. “A pessoa fica ansiosa devido à visão que tem de seu corpo. Neste caso, a gente tem que ajudar a trocar o objeto de prazer e substituir o tipo de alimentação. Quem disse que alimento saudável não é gostoso?”, diz Renata Borja. A terapia cognitiva para mudança de pensamento é feita de forma multidisciplinar, ou seja, com acompanhamento de nutricionista, endocrinolo-

A psicóloga Renata Borja usa a técnica da terapia cognitiva para tratar adolescentes que precisam emagrecer

gista, personal trainer. E no caso dos adolescentes, é essencial a participação dos pais: “Eles não são responsáveis pelos problemas de peso, principalmente os que passam boa parte do tempo fora de casa, trabalhando, mas algumas ações dependem deles, como colocar atividades físicas na rotina dos filhos”. Além disso, segundo a psicóloga, não basta que os pais proíbam a criança de comer. Eles têm que participar, valorizar a mudança, e incentivá-los, quando os resultados são positivos. “Aí o filho passa a ter uma nova ideia de prazer. Para ele, sozinho, é mais difícil tomar essa decisão”. A terapia cognitiva vem dando resultado para a estudante Laura Sardinha, 17

anos. Ela sempre esteve acima do peso, mas aos 13 anos percebeu que tinha tendência à obesidade. “A iniciativa de procurar ajuda foi minha. A partir dos 15 anos comecei a fazer acompanhamento com endocrinologista e a tomar remédio”, esclarece. Mas quando parou com a medicação, voltou a engordar. E aos 17 anos fez exames que apontaram pré-diabetes. A partir daí passou a se tratar com psicóloga e a emagrecer. Ela reconhece que os pensamentos são essenciais para a mudança e que é preciso força de vontade: “No cursinho pré-vestibular minhas amigas me chamam para comer salgado na lanchonete, mas sempre levo minha barra de cereais e

DICAS PARA PREVENIR OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Controlar número de horas gastas em frente à TV, computador ou videogames

Ter o exemplo de toda a família, principalmente dos pais, para uma alimentação saudável, evitando a compra de alimentos ricos em gorduras, frituras, açucarados e supérfluos.

Sempre tomar um copo de água antes das refeições

Evitar substituir o jantar por lanches e refrigerantes

No almoço, fazer entrada à base de sopa com pouca gordura ou salada

Evitar alimentos de alto índice glicêmico no desjejum

Praticar ginástica e outras atividades físicas cinco vezes por semana

Comer devagar e mastigar bem os alimentos

Aprender a dizer “já comi o suficiente” Fonte: Endocrinologista Rosalvo Reis

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VALORES DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM MINAS GERAIS Os dados abaixo se referem ao cálculo de IMC (peso dividido pela altura ao quadrado) baseado em medianas, ou seja, indicam que 50% da população da respectiva faixa etária está acima do valor ideal segundo a Organização Mundial de Saúde

IDADE (ANOS)

ÍNDICE IMC POF 2008/2009

ÍNDICE IMC IDEAL

MASCULINO

FEMININO

MASCULINO

FEMININO

6

15,75

15,39

14,5

14,3

10

17,07

17

16,7

17

15

20,1

20,89

19,9

19,6

20 a 24

23,08

21,87

18,5 a 24,99

18,5 a 24,99

35 a 44

25,32

25,08

18,5 a 24,99

18,5 a 24,99

45 a 54

25,53

25,79

18,5 a 24,99

18,5 a 24,99

55 a 64

25,45

26,01

18,5 a 24,99

18,5 a 24,99

Fonte: Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008/2009 do IBGE

deixo a carteira na sala de aula. Claro que dá vontade de comprar um salgadinho, mas me controlo, distraindo o pensamento”. Além da psicologia, Laura também tem orientação de nutricionista e começou a fazer atividades físicas. “A terapia cognitiva me ajudou a parar com as tentações. É interessante como pensamento faz diferença”, completa. Para quem quer reduzir o peso, o endocrinologista Rosalvo Reis recomenda avaliação médica, já que em alguns casos a obesidade pode ser apenas um reflexo de um problema maior, seja endocrinológico/metabólico ou psicológico. “É necessária a reeducação alimentar de toda a família, com auxílio de nutricionista ou de endocrinologista, procurando não deixar a criança ou adolescente passar fome, mas incentivando o consumo de alimentos menos gordurosos e mais saudáveis”, diz. E para entender mais sobre dieta e terapia cognitiva, leia o livro Pense Magro, de Judith S. Beck, professora da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Segundo Renata Borja, o livro traz informações sobre como é importante dar atenção aos pensamentos e evitar aqueles que são sabotadores e fazem parte de uma programação mental negativa: “Os magros são mais flexíveis e não cedem às tentações. O gordo, ao contrário, pensa como se não fosse ter amanhã”.

A estudante Laura Sardinha: "Passei a emagrecer depois que a terapia cognitiva me ajudou a controlar as tentações" Paulo Márcio

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bem-estar Cláudio Cunha

Simone Dutra

Cláudio Cunha

Para a estudante Mara Cristina Amaral Santos melancia é ótima opção para perder a vontade de comer doces

Na casa do empresário Guerra Filho, a hora de comer a melancia é uma festa, junto com os filhos Luiza, Pedro e Beatriz: a fruta é a preferida da família e não pode faltar à mesa

Até o último pedaço Refrescante e muito saborosa, a melancia ganha mais adeptos e é ótima fonte de vitaminas, ajudando na prevenção de doenças Não é de hoje que a alimentação saudável é tema de muitas discussões. Comer adequadamente, verificar as calorias, vitaminas e nutrientes fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, principalmente aquelas empenhadas em perder alguns quilos ou simplesmente manter uma dieta saudável. Frutas, legumes, verduras e sementes são elementos fundamentais para uma boa alimentação e alguns deles ganham até destaque pela quantidade de benefícios que proporcionam ao corpo. Como a melancia. Saborosa, refrescante e muito nutritiva, além de saciar a fome ajuda a prevenir o câncer de próstata e doenças ligadas à visão. É o que afirma a oftalmologista do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, Elki Passo. Segundo a médica, a fruta

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é rica em licopeno, antioxidante que previne doenças ligadas ao envelhecimento, como a catarata e a degeneração macular, que ao longo dos anos pode até causar a cegueira. “Assim como a melancia, todas as frutas que têm carotenóides em sua composição ajudam a combater doenças provocadas da ação dos radicais livres. Por isso é importante comê-las diariamente”, ressalta a especialista. Livre de gorduras, a melancia contém apenas 30 calorias em cada 100 gramas, ou seja, muito baixa em relação a outras frutas. Excelente diurético, sua polpa é composta por 90% de água, enquanto a mesma quantidade de banana prata tem 97 calorias e de tangerina, 50. Além disso, a melancia possui outras substâncias que beneficiam o organismo humano

como o betacaroteno, vitaminas A e C, cálcio, glutationa e fósforo. Estudo elaborado pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, constatou na fruta a presença de citrulina, substância convertida pelo organismo em arginina, aminoácido diretamente ligado à vida sexual. “Ela age como vasodilatador e favorece a circulação sanguínea, funções que estão diretamente ligadas à libido e à ereção”, explica a professora de nutrição da Faculdade Estácio de Sá, Meire Braga. O gerente administrativo financeiro Marco Antônio de Moura Mesquita, de 55 anos, revela que a melancia é a fruta de sua preferência, principalmente depois que descobriu seus benefícios. Ele até reservou em sua geladeira um cantinho especial para ela. “Há seis anos consumo

uma porção todos os dias, de manhã e à tarde”, afirma. E quais são os benefícios? “Ela me dá muita disposição”, diz, explicando que fez estudos sobre a fruta e se surpreendeu com os resultados. “Descobri que ela é um Viagra natural, pois dilata os vasos sanguíneos, fazendo com que o sangue circule mais facilmente pelas veias. Depois disso, passei a comer ainda mais melancia”, brinca. A estudante de engenharia de alimentos, Mara Cristina Amaral Santos, de 22 anos, sentiu os benefícios de outra maneira. Ela assegura que a vontade de comer doce diminuiu bastante depois que começou a ingerir a fruta frequentemente. “Costumo comer uma fatia grande três vezes por semana e às vezes como até duas”, afirma. Para a nutricionista Meire Braga, mais importante do que determinar a quantidade ideal é saber se a pessoa tem restrições ao açúcar: “Se for diabético, por exemplo, o paciente deve consultar um médico para saber se pode comer a fruta e qual a porção adequada”. Na casa do empresário Guerra Filho, de 44 anos, a fruta também não pode faltar à mesa, pois é a preferida dele e dos três filhos. Além de apreciá-la ao natural, ele gosta de inventar receitas e

Eugênio Gurgel

fazer suco junto com várias frutas da época. “O que tenho na geladeira misturo com a melancia e sempre fica gostoso, porque como ela é doce e tem bastante água. A combinação com outros sabores sempre dá certo”, revela. O ideal, segundo Meire Braga, é que a fruta seja degustada entre as refeições. “Com exceção do verão, quando pode ser consumida mais vezes ao dia, pois fornece fibras e minerais”. Outra ideia é fazer suco, batendo a polpa com o caroço no liquidificador e depois coar, afirma a nutricionista. Para a estudante Mara, a melhor hora de comer a melancia é depois do almoço e no lanche da tarde. “Inclusive já fiz até doce com a casca da fruta e ficou delicioso. Outro jeito diferente que provei foi melancia desidratada, que é bem doce e também muito gostosa”, conta. Assim como muitas frutas, a melancia também é rodeada de mitos, como o de ser indigesta. “Pelo contrário, ela é um excelente agente na digestão. E não tem problema se a pessoa quiser comê-la à noite”, afirma a nutricionista. Outra questão é que dizem que ela provoca dores na barriga. “Isso não é verdade. Só daria se ela tivesse muita fibra, mas não tem”. Para evitar que a fruta seja mal armazenada, a nutricionista dá a dica: “O melhor é guardar na geladeira envolvida em plástico-filme ou em vasilha bem tampada. Assim se evita que ela pegue cheiro de outros alimentos”. ❚

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saúde

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O gerente administrativo financeiro Marco Antônio de Moura Mesquita não parou mais de comê-la: “Descobri que ela é um Viagra natural”

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saúde

prevenção

Rafael Campos

Geraldo Goulart

Na dose

certa

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Primeira fábrica do país a produzir vacinas contra meningite C será inaugurada em Belo Horizonte, em dezembro

M

inas Gerais está saindo na frente na luta contra a meningite C. Em dezembro deste ano deve ficar pronta no bairro da Gameleira, região oeste de Belo Horizonte, a primeira fábrica do país direcionada à produção da vacina contra a doença que atingiu quase 20 mil pessoas ano passado, no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. A produção do imunibiológico, destinado às crianças de até 2 anos de idade, será possível graças a uma parceria entre a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a empresa suíça Novartis. A previsão é que, em quatro anos, a Funed domine totalmente a técnica de fabricação, diminuindo os custos de aquisição da vacina e garantindo sua permanência no sistema público de saúde. A tecnologia envolvida na produção do medicamento está sendo transferida à Funed, e na etapa atual os mineiros estão se dedicando ao controle de qualidade da vacina. Enquanto isso, a Novartis enviou mais de 9 milhões de doses prontas à Funed, que estão sendo distribuídas para a secretaria estadual e Ministério da Saúde. O acordo prevê, ainda, a entrega de 50 milhões de unidades no período de cinco anos, até que a transferência da técnica para cá seja concluída. As crianças mineiras foram as primeiras a serem imunizadas com a dose da vacina, em novembro do ano passado. A partir deste ano, ela foi disponibilizada também para o estado de São Paulo e no ano que vem todo o país deve ser beneficiado pela parceria. “Já reduzimos em mais de 70% a ocorrência de meningite C nas crianças de até 2 anos no estado”, revela Carlos Alberto Pereira Gomes, presidente da Funed. “Optamos por produzir a vacina contra a meningite C por ser uma doença grave e pelo fato de que só a importávamos, pois o processo de fabricação é complexo e caro. Não se consegue produzir um lote de vacina em menos de seis meses”, explica Carlos Alberto. Antes do convênio, a vacina só era disponibilizada gratuitamente em casos restritos, como em surtos da doença ou devido à necessidade de imunizar grupos de risco. De acordo com o Ministério da Saúde, ela será incorporada ao calendário nacional de vacinação no próximo ano. Além da vacina contra meningite C, a

Fotos: Geraldo Goulart

Presidente da Funed, Carlos Alberto Pereira Gomes: “Já reduzimos mais de 70% a ocorrência de meningite C nas crianças de até 2 anos no estado”

nova fábrica pode ser usada para a produção de outros medicamentos, segundo o presidente da instituição. O empreendimento vai abrigar a produção de biofármacos, que são elaborados a partir de organismos vivos, como células ou bactérias, que têm seu DNA modificado para produzir proteínas específicas, e também de oito tipos de soros antipeçonhentos e antitóxicos, que a Funed já fabrica. Dois medicamentos já foram confirmados para serem produzidos no galpão da Gameleira, a partir de outra parceria, desta vez com um grupo italiano: o interferon alfa, para hepatite C, e a eritropoetina humana, para o tratamento de doentes renais crônicos. “Estamos transformando nosso saber cientifico em benefícios para a população. Estamos cumprindo nossa missão de ofertar produtos para a saúde”, destaca Carlos Alberto.

A Funed, que em agosto completou 103 anos de história, está trabalhando já em estágio avançado na descoberta de diagnósticos para dengue e leishmaniose. A fundação é uma das referências no estado em matéria de pesquisas com venenos de animais peçonhentos para produção de soro. Além da vacina contra meningite C, outra será incluída no calendário nacional de vacinação no próximo ano, a pneumocócica 10–valente, que protege contra doenças como meningite, pneumonia, bacteremia, otite média aguda e sinusite. Com isso, o número de vacinas oferecidas na rede pública passa de 26 a 28 imunobiológicos. “Essas iniciativas são excelentes para uma população que não tem condições de pagar por vacinas tão importantes”, avalia Paulo Pogialli, presidente da Sociedade Mineira de Pediatria. A saúde pública não disponibiliza todas as vacinas. Por isso, a necessidade dos laboratórios suprirem essa falta. O Hermes Pardini, por exemplo, disponibiliza vacinas que não estão no calendário nacional como contra a hepatite A, varicela, conhecida como catapora e o HPV, ligado ao colo do útero. “O setor privado acaba atuando de maneira complementar ao público”, afirma José Geraldo Ribeiro, responsável técnico pelo setor de vacina do laboratório. De acordo com ele, não é apenas o preço o motivo de algumas vacinas estarem ausentes na saúde pública, pois em muitos casos é o mercado mundial que ainda não está preparado para uma produção em larga escala, como a do Brasil. “Não adianta colocar a vacina no calendário nacional e depois faltar, por isso a necessidade de alguns estados optarem pela transferência de tecnologia”, diz o pediatra e infectologista.

Vacina contra meningite C: em cinco anos, a Funed deve dominar totalmente o processo de produção

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saúde

prevenção PRINCIPAIS AVANÇOS DA IMUNIZAÇÃO NO PAÍS

Vacina contra hepatite B

Hepatite B

Vacina oral contra pólio

Poliomielite (paralisia infantil)

Vacina Oral de Rotavírus Humano

Diarréia por Rotavírus

4 meses

Vacina Tetravalente

Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b

9 meses

Vacina contra febre amarela

Febre amarela

12 meses

Tríplice viral

Sarampo, rubéola e caxumba

Hepatite B

Hepatite B

Dupla tipo adulto

Difteria e tétano

A partir de 20 anos

Ao nascer

Formas graves de tuberculose

Tríplice viral

Sarampo, caxumba e rubéola

Influenza

Influenza ou gripe

2 meses

BCG – ID

60 anos ou mais

2010

Incorporação das vacinas pneumocócica 10-valente e da meningocócica C, para menores de 1 ano

PRINCIPAIS VACINAS DO CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO

Introdução em alguns estados da estratégia de multivacinação por meio dos Dias Nacionais de Vacinação contra a poliomielite

1984

Extinção da obrigatoriedade da vacinação contra a varíola

1980

Certificação pela OMS da erradicação global da varíola

1979

Implantação do Plano Nacional de Controle da Poliomielite

1971

Início da Campanha de Erradicação da Varíola

De 11 a 19 anos (na primeira visita ao serviço de saúde)

1992

Implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, com campanha nacional em menores de 15 anos; implantação da vacina contra Hepatite B em todo país; implantação da segunda dose da vacina contra sarampo aos 15 meses, em todo país

2002

Implanta-se vacina combinada DTP+Hib (difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus influenzae tipo B para os menores de cinco anos de idade

2006

O Brasil é o primeiro país do mundo a incluir a contra Rotavírus na rede pública de saúde

1966 NOVAS VACINAS A PARTIR DE 2011 (No primeiro ano de implantação da vacina, crianças entre 12 meses e 24 meses de vida também a recebem em dose única.) Menores de 1 ano

1904

Obrigatoriedade da vacinação contra varíola

1961

Início da produção no Brasil de vacina contra varíola e realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra poliomielite

Meningite C

Meningocócica causada pelo sorogrupo C

Pneumocócica 10 – valente

Meningite, pneumonia, bacteremia, otite média aguda e sinusite

Divulgação

Fonte: Ministério da Saúde

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Minas ganha mais uma vez O Sindiextra, a Fiemg e a Equipo Mining 2010 - maior Feira de Equipamentos

m ineral, sem esquecer da proteção ao meio ambiente e da sustentabilidade.

da A m é r i c a L a t in a , d e m o s t ra ra m a v er d a d e ira v o c a ç ã o d e M in a s qu a n d o

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Mais do que beleza Ana Beatriz e Walter Mesquita

Focado em proporcionar mais do que beleza, o WM Cabelo e Estética chega aos 18 anos com nova unidade no Ponteio Lar Shopping, contemplando a zona sul da cidade com seus profissionais altamente qualificados, produtos de primeira linha e alternativas saudáveis para o cabelo e corpo. O reconhecimento de mercado e sucesso entre os clientes vêm do trabalho de Walter Mesquita, cabeleireiro desde os 15 anos. A paixão está no sangue: o pai de Walter foi um tradicional cabeleireiro da cidade na década de 1980. “Eu tinha que subir em um apoio pra dar altura e conseguir cortar os cabelos. Era uma criança, não tinha muita credibilidade, apesar de minhas clientes me elogiarem. Com isso, deixei a profissão de lado. Mas, aos 21 anos retornei para minha grande paixão, que são as tesouras e cabelos, e de lá pra cá não parei mais”, relembra Walter. Especializando-se cada vez mais

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no segmento, Walter viu que era hora de abrir o salão que levaria seu nome. A primeira unidade era simples e durou pouco mais de um ano, quando percebeu a necessidade de ampliar os negócios em ascensão, e a clientela cada vez mais fiel às suas mãos habilidosas. Em 1998, o salão passou para uma bela casa também no bairro Caiçara, zona oeste da capital. Lá, além de maior conforto para os clientes, os serviços também foram ampliados, fazendo com que um simples salão alcançasse o status de um centro de estética agregado. Com talento e sucesso reconhecidos, Walter Mesquita e sua equipe foram procurados pelo Ponteio Lar Shopping, este ano, para criarem uma nova unidade do WM Cabelo e Estética, em prol dos clientes da zona sul da cidade, que agora têm centro estético muito bem localizada e de fácil acesso. A parceria foi firmada e o salão opera em um luxuoso espaço

de 230 m2, divididos em dois andares, com projeto de criação e decoração assinados pela arquiteta Andrea Ker Bacha. “A mudança para o Ponteio reafirmou nosso bom desempenho, talento, credibilidade e conceito junto aos nossos clientes. Além disso, agregamos um belo espaço físico, com mais conforto, segurança e praticidade”, conta Walter. Funcionando a todo vapor, a unidade Ponteio conta com uma equipe de 20 profissionais de beleza, entre eles Ana Beatriz, expert em coloração, com formação profissional pela L'Oréal Professionnel, onde se preparou durante oito anos, e pela AlfaParf (empresa de cosméticos que tem seus produtos utilizados em 87 países), durante sete anos. Hoje, Ana Beatriz está à frente do WM Cabelo e Estética e é responsável por tratamentos para cabelos, coloração e balaiagens, além de ser a responsável em Minas Gerais e no Espírito Santo

pela conceituada marca alemã Schwarzkopf. Também no departamento de cuidados com os cabelos, Fábio Bragança é o profissional à frente da capacitação técnica, em nível nacional, da empresa de Cosméticos Matrix, sendo especializado em coloração, balaiagens e tratamentos para cabelo. Fábio também conta com larga experiência no mercado de beleza internacional. Na maquiagem, Sílvio Almeida, responsável pelas mais belas noivas de BH, é graduado em conceito de beleza na área de moda a nível nacional, tem especialização em atelier de maquiagem com profissionais de Paris, e conta no currículo com participações nos maiores eventos de moda do país, como a São Paulo Fashion Week e o Minas Trend Preview. “O objetivo é reunir a melhor equipe para proporcionarmos aos clientes da zona sul um atendimento em que prezamos um trabalho diferenciado e exigente” ressalta Walter. Dentre todos os serviços de cuidado e beleza que o WM oferece, o salão traz ainda uma novidade: a escova Selagem Técnica (escova inteligente), sem formol. Este novo processo tem como princípio ativo o ácido acético, com PH 2,5, ou seja, de acidez elevada. Isso proporciona o imediato fechamento das cutículas do fio, de modo que possa recuperar

Fotos: Paulo Márcio

Petrônio Amaral

ANTES

DEPOIS

o brilho e a disciplina, adquirindo também uma maior resistência e segurança. Ou seja, tudo pela saúde do cliente e do seu cabelo. Além da vantagem estética deste método, a durabilidade também é considerada boa, de três a quatro meses, e o custo é equiparado ao da escova comum, que contém formol. A Selagem Técnica pode alisar o cabelo ou simplesmente diminuir o volume, dependendo da textura e espessura do fio. O uso do produto não tem nenhuma contraindicação. O WM Estética e Cabelo oferece mais alternativas saudáveis para domar os cabelos rebeldes. Uma delas é a Escova de Rubi, que tem como componente a cana de açúcar, indicada

DEPOIS

ANTES

para um cabelo mais danificado, mas com duração um pouco menor. O salão dispõe também da Selagem Térmica, também conhecida como Plástica dos Fios, que tem como princípio ativo o açaí, que funciona muito bem para quem tem o cabelo menos danificado, colorido e que busca uma redução de volume. O atendimento primoroso da WM Cabelo e Estética conta ainda com indicação e avaliação dos profissionais de beleza, antes da prestação de serviço. Além disso, no salão é possível encontrar grande variedade de produtos das marcas mais bem conceituadas no mundo dos cabelos, como a Kérastase, L'Oréal Professionnel Série Expert, a norte-americana Senscience, a inglesa Tigi, com o Bed Head, e também a linha Bonacure da Schwarzkopf. “Hoje, é um privilégio oferecer um espaço diferenciado e contribuir com a beleza das mulheres, que na época que vivemos não medem esforços para atingir seus objetivos.” Um conselho? “Tenha tempo para ser bela antes de qualquer coisa, e permita-se”, destaca Walter Mesquita. Ponteio Lar Shopping BR 356, 2.500 – Santa Lúcia Telefone: (31) 3411-1586 wmcabeloestetica.com.br

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decoração

paisagismo

C

Norma Santos

Um jardim

do seu jeito

Projetos personalizados são cada vez mais valorizados e transformam os espaços em alguns dos preferidos pelos donos da casa

Na cobertura de Rosseline Paiva, as cores do minijardim se misturam com a paisagem de montanhas: espaço perfeito para meditar e recarregar as energias

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Geraldo Goulart

om as cidades cada vez mais verticalizadas, rodeadas por concretos, vidros e aço os jardins chegam como um verdadeiro bálsamo. Aliviam o estresse, acalmam o coração, além de mudar todo o cenário. Alguns, em pequenos espaços, projetados em canteiros floridos e vasos ornamentais. Outros, executados em áreas tão extensas que chegam a ser contemplados como verdadeiros espetáculos. Além de alamedas de palmeiras, árvores frutíferas e cascatas, eles integram harmonicamente o exótico à simplicidade de uma grama viçosa e bem cortada. Mas nenhum desses jardins teria sentido se não expressasse o dono, ou seja, se não fosse personalizado. Em cada metro plantado está uma história de vida, um passado. A proposta de desenvolver projetos tão ao gosto do cliente é uma das marcas da paisagista Júnia Lobo. Segundo ela, cada vez mais as pessoas querem se aproximar da natureza ou fazem questão de espaços verdes “que condizem com seus estilos e hábitos”. Por isso, iniciar um trabalho é ir além de ideias elaboradas. O jardim dos sonhos se torna ainda mais bonito quando projetado por um profissional capaz de harmonizar cores, formas e simetria, e principalmente se for desenvolvido em fina sintonia com os arquitetos e decoradores contratados. Antes de iniciar a parte prática, é necessário que o paisagista valorize a fala do cliente, conheça seus propósitos, necessidades e o leve a atender ao resultado do que vai ser executado. “Mais importante ainda é ouvir toda a família. Embora morem juntos, pais e filhos têm suas preferências e individualidades”, explica. Quem é extrovertido, por exemplo, e tem estilo sofisticado gosta de exagerar na diversificação das plantas. Já os de temperamento mais sereno optam por projetos leves e mais simétricos. Contudo, o mais importante, segundo Júnia, é a satisfação em que todos ficam com o resultado final. Ela garante que onde há espaço, por menor que seja, “é possível ambientação com um aspecto bem natural”. A paisagista, que também faz projetos para sítios, fazendas e condomínios fechados, não se arrisca a sugerir materiais. Para ela, tudo depende da extensão da área e das plantas escolhidas, ou seja, do tamanho do sonho de cada cliente. A dona de casa Rosseline Paiva mora

Eugênio Gurgel

Um espaço diferenciado foi criado para a designer de joias Maria Tereza Carvalho

em uma cobertura. Há seis anos perdeu um filho e hoje o lugar onde um minijardim foi projetado transformou-se “no espaço perfeito para orar, meditar e recarregar as energias”. Como o apartamento está num andar bem alto, a paisagista usou muitas azaleias por serem mais resistentes à altitude e ao clima mais ameno. Rossilene sempre acorda bem cedinho e da varanda contempla o nascimento do sol que, por sua vez, se reflete sobre as montanhas e ilumina o verde da natureza. Um impacto visual privilegiado Geraldo Goulart

A bioquímica Poliana Quintão em seu jardim: cenário verde com plantas ornamentais dedicado à família, que ela cuida com especial atenção

pelos donos da casa. Já o administrador de empresas André Paio não precisou de muito tempo para identificar um lugar idêntico àquele em que viveu no passado. A começar pela vegetação, as árvores frutíferas, o cheiro de terra e de esterco. O terreno ainda estava sendo negociado, mas ele já sabia que ali projetaria um jardim. Durante dois anos André morou na Inglaterra e voltou com a ideia de que queria esquecer as grandes cidades. “Precisava entrar por uma estrada que desse muitas voltas e terminasse com a sensação de que estaria retornando para casa”, diz. Foi então que contratou a paisagista e resgatou a memória de quando era criança. As plantas usadas deram continuação à mata Atlântica em que já existiam e mantiveram a paisagem original. Há dois anos ele compartilha com a mulher desse cenário que encanta os olhos da família e dos amigos. Poliana Quintão é bioquímica e lembra que quando criança sempre morou em casa. Casou-se, teve filhos e queria que eles experimentassem a mesma sensação vivida por ela na infância. Poder tocar na terra, brincar com água e ficar descalço. Sonhava com jardins, flores para regar, mangueira de água, tudo que proporcionasse às crianças “uma forma de se divertir e se soltar”. Foi então que a família quis um imóvel com área privativa. No espaço foi possível projetar um cenário verde, adaptando vasos com plantas ornamentais e complementando o aconchego que já existia na casa. A paisagista Vera Simone Guedes tra Encontro | 61


paisagismo Arquivo pessoal

Espécies que remetem à mata atlântica e árvores frutíferas foram usadas no espaço criado na casa do administrador de empresas André Paio: um lugar para esquecer as cidades grandes

balha há mais de 20 anos no segmento. Ela explica que dificilmente um projeto se assemelha ao outro, pois cada cliente tem expectativas diferentes. “Alguns querem um espaço verde apenas como um hobby, uma forma de relaxar e se distrair quando estão em casa. Outros buscam resgatar o passado, relembrar a infância e não abrem mão de um jardim com muitas árvores, lagos e espelhos d’água”, diz. Por causa disto, a empresa executa jardins tropicais, europeus, tanto em apartamentos, casas, praças como também em escritórios e prédios residenciais. Atualmente a grande demanda são os jardins verticais. Montados em placas de fibra de coco eles podem ser plantados com bromélias, orquídeas, avencas e samambaias. A paisagista chama atenção para a hora de escolher as plantas. Vera diz que o mais importante é observar o local onde elas vão ficar. Perceber, por exemplo, sombra, iluminação e ventilação. Nunca pensar em modismo, considerando que plantas menos usadas podem dar excelentes resultados, e lembrar que a irrigação correta é indispensável. O segundo andar de um imóvel seria apenas mais um pavimento se abaixo

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dele não houvesse um projeto tão diferenciado e com todas as características da dona da casa. E é assim que a economista Maria Inês Gontijo d’ Ambrosio fala sobre um jardim elaborado de acordo com seus desejos e escolhas e que se tornou o oásis de seus fins de tarde. Para ela, “bastam algumas horas tocando nas plantas, apalpando suas terras e derramando sobre elas um pouco de água para que suas energias sejam renovadas”. Principalmente nos dias em que está estressada ou que chega cansada do trabalho. Mesmo assim, faz questão de manter este cuidado. Maria Inês até reconhece a importância de um jardineiro, mas acredita que as plantas agradecem muito quando a dedicação vem por parte dela. Para a designer de joias Maria Tereza Carvalho, estar em meio às plantas, árvores e jardins nunca foi novidade. Afinal, desde criança ela convive com o verde e com a terra molhada. Para ela, a sensação mais prazerosa é poder ver de perto o crescimento do que foi plantado. Mas é na casa onde mora hoje que nasceu o desejo de ter um jardim diferenciado. Um espaço “que expressasse sua sensibilidade, criatividade, ultrapassasse canteiros floridos e se tornasse um

lugar de muita intimidade”. Tanto que mesmo na agitação do dia a dia não abre mão de molhar, cuidar e replantar um jardim que não é lá tão pequeno, mas que retribui este carinho renovando suas energias e proporcionando a ela uma sensação de muita serenidade. Segundo a paisagista Penha Tomasi, as mesmas dúvidas que surgem na hora de escolher uma roupa ou uma joia acontecem também com quem vai decidir o que plantar num jardim ou numa área verde. Por isto, ao elaborar um projeto amplo ou pequeno procura sempre conhecer o gosto e os anseios do cliente. Outra sugestão dada pela paisagista são os jardins verticais, considerados as vedetes do momento e encontrados no mercado até com sistema de rega automática. Para os espaços em que cabem apenas vasos, ela sugere a utilização de patas-de-elefante, eugênia, clúseas e viburnos. Também as orquídeas, bromélias, chifres-de-veado e samambaias são ótimas para composições na parede. No caso dos supersticiosos vale a pena colocar a espada-de-são-jorge. Além de ficarem muito bem em jardineiras são de fácil manutenção e ainda estão na moda. ❚


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cultura

literatura

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Contadores

de histórias

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Geraldo Goulart

Atividade que nasceu nos tempos antigos, contação é arte que não tem idade. Conheça alguns artistas mineiros que fazem da vida uma história a contar

Belo Horizonte e região metropolitana são berços de pessoas que dedicam inteiramente o seu tempo à tarefa de contar histórias para outros -- ou que têm na atividade uma espécie de desafogo, uma válvula de escape num mundo cada vez mais frio, competitivo e sistêmico. É bem verdade que o ato de contar histórias não é recente; muito pelo contrário, ele surgiu ainda nos primórdios da humanidade. Podemos dizer que a Bíblia é, por que não, a principal fonte da história que move a sociedade através dos séculos. “É possível dizer que o ser humano interpreta e constrói o mundo por meio da palavra”, explica Luiz Henrique Silva de Oliveira, técnico de literatura da Diretoria de Leitura e Informação da Fundação Municipal de Cultura de BH. Os pais contam histórias para os filhos não apenas com a ideia superficial de fazê-los dormir, e sim com o objetivo de que naquele momento estariam tentando acostumá-los ao universo da literatura, transformando-os em grandes leitores. Porém, atualmente, com outras ferramentas comunicativas tecnológicas cada vez mais onipresentes, seria possível manter este hábito? “Os

suportes tecnológicos se modificaram. E, sem dúvida, para muitos podem até ser mais atrativos. No entanto, creio que não podemos falar em substituição da prática de narração de histórias. Arriscaria afirmar que narração de história e tecnologias se retroalimentam”, avalia Luiz Henrique. O técnico de literatura tem razão. O mundo da contação de histórias está cada vez mais forte e disseminado. Na capital, por exemplo, são muitas as iniciativas. Há 12 anos, acontece o concurso A Arte de Ler e Contar Histórias; da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (BPIJ-BH). Ao longo dos anos, a seletiva ajudou a revelar bons talentos da cena. Um deles foi Roberto Carlos Ramos, vencedor em 1992, cuja trajetória virou até filme, O Contador de Histórias. No cinema, o mundo pôde conhecer a história do menino pobre que teve infância complicada na antiga Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), mas que soube dar a volta por cima através do dom de transmitir histórias e alegria a adultos e crianças. O vencedor deste ano será conhecido no fim de outubro. Em setembro também foi re-

Era uma vez uma garota desinibida, de fala doce e objetiva, que sonhava ser advogada, talvez até juíza. Mas, durante toda a vida, outra profissão escolhida, logo depois de completar uma década; a transformaria em notável contadora de histórias. Este bem poderia ser o início da trajetória de Maria Júllia Rios, 12 anos. “Conto histórias porque quero ser uma pessoa que incentiva as crianças a ler”. Júllia faz crescer um universo que não se cansa de se reinventar, o da contação de histórias. Não foi da noite para o dia que ela se tornou contadora de histórias. Incentivada pela família, sempre esteve na companhia de bons livros, alguns até surpreendentes devido à sua idade. “Aos 7 anos, gostava de ler o autor José de Alencar; isso não é muito comum”, conta. Foi-se descobrindo apaixonada também pelo teatro, entrou no projeto Jovens Leitores na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, em Contagem, e pronto! Foi o encontro imediato e definitivo com a arte de contar histórias. “Quando subia no palco me sentia em casa. Foi aí que tive certeza da minha escolha para o resto da vida”. Do primeiro palco, a menina já colocou na mala outros projetos. Quase entrou para o elenco do filme O Meu Pé de Laranja Lima, que ainda será produzido. Criou um blog – www.julliarios.blogspot.com – para mostrar seus trabalhos e estabelecer uma relação com os primeiro fãs. Um dos personagens que gosta de representar é a vovó Dona Antônia do livro Guilherme Augusto de Araújo Fernandes. Quando se veste da personagem, Maria Júllia não tenta apenas imitar o que as páginas do livro dizem, ela tenta dar um toque seu, neste caso, constrói a dona Antônia pensando em sua própria avó. “Procuro fazer uma senhora bem calma, bem com cara de vovó mesmo, carinhosa e atenciosa. Mas ela tem seus momentos de braveza”. Por que conta histórias? “Desde pequena fui acostumada a ouvir histórias e incentivada a ler. Mas sei que não são todos assim, alguns pais não incentivam os filhos. Então, conto histórias para que as crianças tomem gosto pela leitura”. Sonha em ser advogada, mas a primeira profissão já escolheu: “Vou contar histórias para os meus netos!”

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cultura

Cláudio Cunha

Otniel Souza

Ela já foi atriz, mas foi como contadora de histórias que Rita de Cássia da Silva, de 33 anos, descobriu seu dom. Hoje é uma das referências na capital mineira. Atualmente, ministra cursos gratuitos sobre a arte no Sesc-MG, dentro do projeto Trem de Histórias, uai. Conheceu sua motivação em narrar histórias durante as aulas. “Cada contador de histórias tem o poder de curar almas”. Terapia é a palavra-chave para a contadora em relação à atividade. “Alivia a dor. Aprendi a enfrentar dificuldades, a encarar o meu lado sombra”. Outro grande objetivo do trabalho é o incentivo à leitura, segundo Rita de Cássia. Ela possui cinco malas, todas pintadas com desenhos que simbolizam algo de especial para a atriz. Um dos seus personagens que mais fazem sucesso com alunos e outros espectadores é a Maria Patrocínia, uma senhora que mora em Ribeirão das Neves, para Rita, sua segunda terra natal. Ela lembra que são vários os tipos de histórias, desde os contos de fadas dos irmãos Grimm até os causos, que podem ser contados em forma de leitura de texto ou oralmente.

Conhecida do público mineiro, Rúbia Mesquita, de 29 anos, apresentadora do programa infantil TV X, na TV Horizonte, também cresceu ouvindo histórias. Aos poucos foi despertando a vontade de deixar de ser espectadora para narradora de histórias. “Acredito que as crianças que as ouvem são mais felizes. Por isso, quero contar muitas e muitas histórias para crianças de todas as idades”. Depois de tantos anos exercendo a atividade, a mineira de Lagoa da Prata, região oeste de Minas, lançou um livro 1,2,3 Contos de Uma Vez, direcionado a educadores e pais. O fato de muitas pessoas abdicarem de suas profissões de origem para se tornarem narradoras de histórias não a surpreende, pois Rúbia crê no poder de transformação da atividade. “Acredito no poder educativo e afetivo das histórias. Elas nos transformam e nos fazem entrar em contato com nosso ‘eu’ mais íntimo, com nossas alegrias, tristezas... Conto história para despertar alegria, fantasia, o amor e o gosto pela leitura. E, como disse Lewis Carrol: ‘Contar histórias é dar um presente de amor’”.

alizado em BH, o 6º Encontro de Arte de Ler e Contar Histórias, onde foram promovidas palestras, mesas-redondas, oficinas e espetáculos em vários pontos da cidade. “Já é uma tradição em BH. A Biblioteca quer incentivar a leitura. Trabalhamos no sentido de que a palavra usada com a emoção conquista, faz com que o ouvinte pare para ouvir e viajar naquele momento”, afirma a diretora Reni Tiago, acrescentando que há contadores de histórias em hospitais, creches, centros para a terceira idade, presídios, no galpão dos catadores de papel, em parques.

literatura

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E para atender a toda esta demanda, diversos cursos sobre o tema estão sendo ministrados. Um exemplo é o do Sesc-MG. Elaborado em 2007, o projeto Trem de Histórias, uai já formou pelo menos 35 turmas de contadores de histórias. De maneira gratuita, em 32 horas de curso, jovens, adultos e idosos podem aprender a narrar histórias e se identificar com os tipos de narração. Paulo Azulay, chefe da Biblioteca Central do Sesc-MG, se mostra empolgado com a iniciativa. “O projeto surgiu de uma demanda que tivemos, e hoje percebe-

mos que ele gera possibilidades que nem imaginávamos no início”, revela. O Sesc-MG já realizou cursos em escolas, centros culturais e em diversas cidades da região metropolitana. Luciana Priscila, que é turismóloga, é uma das alunas do curso. Ela conta que as aulas ministradas todas as quartas-feiras já estão rendendo bons frutos. “Utilizo a contação de história para sensibilizar crianças, jovens, adultos e idosos para a preservação do nosso meio ambiente e patrimônio. Ela consegue transmitir a mensagem de maneira alegre e encantadora”, avalia Lu-


cultura mãos de Rosana Mont’Alverne. “Contar histórias é preservar a memória de uma comunidade; é promover valores preciosos que nos auxiliem em momentos de dúvida e incerteza. Sem memória estamos condenados a vagar por um futuro vazio de sentidos, sem identidade e sem forças”. Recentemente, o Simpósio Internacional de Contadores de História atraiu os amantes das palavras à histórica cidade de Ouro Preto. E qual seria o símbolo desses contadores? A mala. Geralmente, o narrador de histórias carrega consigo uma delas

literatura recheada de roupas, livros e outros apetrechos, além de sonhos, alegria, criatividade, histórias e mais histórias. “A mala representa as histórias que o contador conta. Levando para o lado da simbologia, ela é a caixa de pandora, é o ventre materno que guarda algo dentro. Ela retém e causa impacto onde aparece”, explica a narradora de histórias Rita de Cássia da Silva. A professora da arte traz cinco malas, mas a preferida é a que possui em um dos lados o desenho de uma criança e no outro o de uma casa, que seria a sua, de onde partiu a inspiração para a atividade.

ciana, antes de fazer uma revelação: “Descobri um dom de escrever que nunca havia explorado antes”. Outro projeto do Sesc-MG, Jovens Leitores, ajudou a revelar talentos da contação de história. Mary Angela, bibliotecária da Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, no bairro Jardim Riacho, em Contagem, ajuda a coorde-

Conto Sete em Ponto é o mais antigo de narração de histórias da capital. É realizado sempre na última quinta-feira de cada mês, na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na praça da Liberdade, região centro-sul de BH. O projeto, produzido pelo Instituto Cultural Aletria, surgiu em 1998 no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sob as

Cláudio Cunha

Fábio Cançado

Geraldo Goulart

“Queria ter uma carteira profissional de contadora de histórias. Seria a pessoa mais feliz do mundo”. A frase é de Sandra Bittencourt, de 45 anos, para quem a atividade tem um apelo muito maior do que a simples leitura ou narração de história. “Promovemos um encantamento, acontece quase uma catarse coletiva, é um momento de puro afeto”, diz Sandra. Elogiada até por Ziraldo, o criador do Menino Maluquinho, conta que nasceu numa família que contava histórias. Aí, explica, foi fácil seguir o mesmo caminho. Como ela própria diz, está em sua essência: “Quando me tornei mãe, vi que esta essência era muito forte. É um grande diferencial na vida de uma criança e das pessoas”. Com a proposta de resgatar velhas cantigas, conta com o apoio de Babu Xavier, professor de percussão. Sua função, como a de outros contadores, é preservar a memória. “Contação de história é memória, pulsação, cheiro, som e vida. Saber que alguém para com o objetivo de nos ouvir é muito especial”, diz Sandra.

O gosto pela narração de histórias começou a ser desenhado ainda em criança e sua mãe tem grande papel nisso. “Minha mãe era excelente contadora, cresci ouvindo aqueles contos deliciosos”. Além dos livros, Josino Lopes, de 44 anos, gostava de ouvir aqueles pequenos vinis com narrações de contos de fadas, entre outras histórias infantis. “Acabei decorando as principais histórias”. Ele enveredou para o tema de musicalização infantil, e foi aí que descobriu um nicho para trabalhar. O violão passou a ser companheiro indispensável de Josino, o acompanhando em apresentações em vários lugares da capital. Escreveu livros, como Rato e a Ratoeira e Macaco Preguiçoso. Atualmente, está desenvolvendo trabalhos ligados a musicalização infantil no município de Poços de Caldas, sul de Minas. “É muito agradável saber que a gente consegue perceber a alegria das pessoas, por isso opto nas minhas apresentações por transmitir bons valores, principalmente para as crianças”, revela. Contar histórias é com ele mesmo.

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nar o grupo de jovens formados a partir do projeto. Foi nessa ocasião que Mary Angela se tornou também contadora. “Hoje existe uma gama de histórias a ser contada. Já fizemos trabalhos na escola sobre contos africanos, mas os contos de fadas ainda atraem muitos espectadores”, conta. E os projetos não param por aí. O

Idealizadora do Conto Sete em Ponto, projeto mais antigo de narração de histórias de Belo Horizonte, Rosana Mont’Alverne, de 50 anos, começou a contar histórias para a família e amigos. Depois a atividade se tornou séria, com apresentações em associações, espaços culturais, escolas e empresas. Funcionária concursada do Tribunal de Justiça, foi no ambiente de trabalho que Rosana sugeriu o projeto de contação de história. “Durante 10 anos em que o projeto foi realizado no TJ, realizamos dois concursos, que revelaram interessantes talentos da arte narrativa”. Dois livros foram editados pelo projeto: Uma História para Contar (2002) e Histórias que Ouvi, Histórias que Vivi: O Lado Inusitado e Pitoresco da Justiça Mineira (2004). A vontade de compartilhar a magia de uma história com outras pessoas foi a que despertou a chama da arte em Rosana. “O tempo do era uma vez é mágico; é um tempo verbal que só existe no faz de conta, terreno onde temos a possibilidade de resolver nossas angústias por meio das aventuras e desventuras dos heróis. Descobri que não estava sozinha, que mais alguém viveu os mesmos medos e inseguranças que eu”.

Geraldo Goulart

“Como foi que comecei a contar histórias? Foi no susto”. Em 1997, Pierre André, de 42 anos, se deparou com uma nota de jornal que falava do concurso da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte, para contadores de histórias. Sem pensar muito, resolveu participar com o conto Que loucura, de Wood Allen. Para sua surpresa, foi classificado para a grande final. “Três contadores foram selecionados para a final e conquistei o primeiro lugar”, conta. Três anos depois, ele foi convidado por uma editora, quando começou a publicar livros como Emengarda, a Barata. “Sempre contei história para ver o sorriso da criança. Divirto-me muito também. O melhor retorno que podemos ter é o do público”. O também ator coleciona trabalhos e é um dos narradores mais requisitados da capital. Pierre André aumenta o coro daqueles que defendem a arte como forma terapêutica. “Às vezes, quando estou mal, coloco minha roupa, meu chapéu e colete e pronto, me transformo”. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho do artista pode acessar o endereço www.pierreandre.com.br.

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cultura

artes cênicas Eugênio Sávio

Daniela Costa

Da esquerda para a direita, Patrícia Manata, Roberta Manata, Cristiano Araújo, Paula Manata e Tana Guimarães (sentados), e Laurenço Marques e Eduardo Machado (em pé): integrantes da Companhia Suspensa e do Grupo de Teatro Armatrux, idealizadores do projeto C.A.S.A.

Fotos: Cláudio Cunha

Lar, doce lar

Os grupos de teatro e dança Armatrux e Companhia Suspensa comemoram a construção do novo centro cultural C.A.S.A.

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O sonho de boa parte dos brasileiros – ter casa própria – também é compartilhado pelos artistas da Companhia Suspensa, que mescla técnicas de dança, teatro e movimentos aéreos circenses, e do Grupo de Teatro Armatrux que trabalha com diferentes linguagens teatrais, como bonecos, teatro de rua e palhaços. Afinal, “nada melhor do que ter um lugar específico para compartilhar ideias e fazer experimentações artísticas, realizar pesquisas e, principalmente, divulgar a cultura disseminando a alegria”, diz Paula Manata, fundadora e uma das diretoras do

grupo Armatrux. A boa notícia é que o sonho está se tornando realidade e uma megaestrutura já está sendo construída com o objetivo de servir de sede para os dois grupos e de se tornar um centro cultural aberto à comunidade. O projeto é ousado e tem um nome bem sugestivo: Centro de Artes Suspensas Armatrux, ou simplesmente, C.A.S.A. “Ter um espaço nosso é um sonho que alimentamos há 20 anos e que enfim estamos realizando. A ideia de unir as duas companhias surgiu da necessidade de termos uma sede própria e do desejo de criarmos um centro cultural

em conjunto”, conta o também diretor do grupo Armatrux, Cristiano Oliveira. Localizado no bairro Vale do Sol, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, o espaço vai abrigar atividades como apresentações de espetáculos, filmes, exposições, oficinas, cursos, grupos de estudo e seminários, e também servirá como ponto de encontro para os artistas. Aos poucos, o centro cultural vai tomando forma, e entre tijolos, madeira e muitas vigas de aço estão sendo construídos dois pavimentos bem distribuídos e propositalmente divididos, um projeto do arquiteto Roberto Manata, pai de Paula, Patrícia e Roberta Manata, as duas últimas diretoras da Companhia Suspensa. “Eu acho que uma das funções do C.A.S.A. é ter nossa casa, e a outra é ter o teatro não só como um espaço compartilhado pelos dois grupos, mas sim como um lugar que tem um milhão de caminhos independentes. Nossa vontade, é que ele tenha vida própria e seja utilizado pela comunidade em geral”, destaca Patrícia. No primeiro andar, o palco do teatro será localizado ao centro, e nas laterais cada grupo terá sua sala de ensaio e camarins específicos. A arquibancada fica no nível superior, assim como várias salas que serão utilizadas como escritórios e onde serão ministradas as oficinas. Além disso, a estrutura física do prédio é toda metálica e dá um toque diferenciado à arquitetura do local. “Este projeto só está sendo realizado graças a Lei de Incentivo Fiscal, pois através dela conseguimos apoio de empresas como a Usiminas, que patrocinam nossas atividades artísticas”, destaca Eduardo Machado, outro diretor do Armatrux, lembrando que os grupos também contam com doações e investem recursos próprios no empreendimento. Segundo ele, apesar do adiantado da obra sua conclusão depende de mais aporte financeiro. “Acreditamos que em 2011, após a liberação do alvará de funcionamento pela prefeitura, já poderemos ter atividades culturais no primeiro andar. Mas o funcionamento do teatro levará um pouco mais de tempo, pois, ocorrerá de acordo com os recursos que angariarmos”, ressalta Eduardo. E enquanto a obra não termina os

grupos já pensam em outros projetos. Um deles é criar um circuito batizado como Calendário das Quatro Estações, como explica Paula Manata: “Desde que viemos para o Vale do Sol descobrimos que a região tem um enorme potencial. Percebemos que aqui já moram alguns artistas e bem ao lado, no bairro Jardim Canadá e no distrito de Macacos (ambos também pertencentes a Nova Lima), já estão instaladas várias companhias de arte e galerias”. Paula diz ainda que, por conta disso, está sendo criada a Associação Caminho das Artes, rede de compartilhamento que visa criar um calendário cultural permanente na região. Além disso, os grupos mantêm seus projetos individuais. A Companhia Suspensa participará do Fórum Internacional de Dança (FID) com o espetáculo Alpendre, que será lançado nos dias 30 e 31 de outubro, no Teatro Marília. A peça traz um platô – chão suspenso que se move – onde os atores trabalham as relações de estabilidade entre o corpo e seu entorno, buscando novos padrões de movimentos e gestos. Em novembro, será lançado na UFMG o vídeo-documentário Objeto de Voo, que propõe um diálogo entre as artes cênicas e a física, para refletir a relação do corpo com a educação. Finalmente, em dezembro, a expectativa gira em torno do espetáculo Penélope, que representa o drama de sua espera por Ulisses. Já o Armatrux apresenta dois espetáculos com direção de Eid Ribeiro: No Pirex, que traz a história de cinco personagens em uma comédia regada a muita piração, e o lúdico De Banda pra Lua, espetáculo infantil que conta a história de dois garotos do interior de Minas, Tonico e Bié, e da mula Madrugada, em suas aventuras provindas de sua paixão pela lua. O primeiro será exibido em BH, em novembro, ainda sem data e local definidos. Já o espetáculo infantil é atração em São Paulo, no Sesc Pinheiros, nos dias 12 e 13 de outubro. O grupo também continua com o projeto artístico-educativo Ecotrux, que chama a atenção da criançada para os cuidados com a natureza e a importância da leitura, por meio de atrações pedagógicas, lúdicas e criativas. Com tantas opções de diversão, a expectativa é que no C.A.S.A. a casa fique sempre cheia. ❚


cultura

artes plásticas

Daniela Costa

Andreza Nazareth na Maison: “Procuro produzir algo que tenha a mesma cara ou uma identidade própria que me identifique”

Fotos: Geraldo Goulart

Na obra Mulher de Vestido Estampado, a artista brinca com as formas e as cores com traços revisitados de artistas famosos, como Frida Kahlo e Gustav Klint

Vocação para a arte A jovem Andreza Nazareth chama atenção no meio artístico mineiro com desenhos e pinturas de cores e traços fortes Um nome ainda pouco conhecido nas artes plásticas mineiras tem tudo para em breve figurar entre grandes talentos: a artista plástica Andreza Ferreira Nazareth, de 26 anos, que desponta como uma das promessas do mercado de artes em Belo Horizonte. De seus desenhos de bruxas, sereias, gatos no telhado, fadas – todos referências de sua infância – surgem obras marcantes que retratam a beleza feminina em quadros elaborados com cores fortes, evidenciadas ainda mais com o toque final do nanquim – tinta preta chinesa que ela utiliza para realçar as formas de suas musas em corpos bem definidos com vastas cabeleiras. “Crio mulheres porque inconscientemente tento refletir coisas do meu dia a dia em meus trabalhos”.

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O resultado são pinturas onde se pode apreciar uma explosão de cores, sensualidade, em um emaranhado de figuras geométricas cuidadosamente pensadas e unidas em um perfeito quebra-cabeça. E de onde vem o gosto por tons tão vibrantes? Andreza afirma ser fã da consagrada Frida Kahlo (1907-1954), considerada por muitos a pintora do século. “Gosto muito da arte mexicana que é marcada pelo excesso e a Frida é minha grande fonte de inspiração”. Outras influências são do pintor austríaco Gustav Klint (1862-1918), conhecido como o pintor da alma feminina, e a artista plástica carioca Adriana Varejão em sua investida no barroco brasileiro. Por causa disso, as obras de Andreza fazem referência ao interior de Minas, o

que ela também explica por ser natural de Juiz de Fora e ter morado dos 3 aos 18 anos na cidade de Ouro Branco, a 102 quilômetros da capital, lugar onde a religiosidade e a arte barroca são predominantes. “Meu trabalho é impregnado pela questão do interior e pelo barroco, de onde tiro ideias para criar telas como a Quermesse no Interior de Minas, em que três mulheres se preparam para ir à igreja”. A obra foi exposta no Ministério do Trabalho no mês de agosto. Atualmente trabalhando em outra fase, Andreza atua com nova técnica e tema diferenciado, que pode ser visto no quadro Mulher do Vestido Estampado. “Apesar de iniciar uma fase diferente, procuro produzir algo que tenha a mesma cara ou uma identidade própria

que me identifique”, ressalta. Mas o processo para a concretização desta identidade é constante e se dá por meio de muita dedicação à profissão e ao estudo. Graduada na Fumec, ex-aluna da Escola de Artes Visuais da Casa dos Quadrinhos e especializada em arte contemporânea pela Escola Guignard, Andreza também é a mais jovem professora da Maison Escola de Arte, onde há dois anos e meio ministra pintura, desenho e aquarela, e conta que sua vocação artística despontou cedo. “Eu comecei a fazer desenhos aos 6 anos de idade, a pintar telas aos 9 e aos 13 realizei minha primeira exposição individual”, conta. Segundo ela, ao longo de sua carreira grande conquista foi ter um de seus trabalhos publicado no livro Cem Mona Lisas com Mona Lisa, elaborado pelo escritor Eugênio Ferraz, pelo curador Glauco Moraes e pela escritora e ensaísta Ivanise Junqueira. Lançada em 2009, a publicação traz releituras contemporâneas da pintura do renascentista italiano Leonardo da Vinci feitas por 100 artistas mineiros. No ano passado também expôs no Museu Casa dos Contos de Ouro Preto a mostra Corpos, composta por 17 telas em tinta acrílica com figuras reveladoras de mulheres, que incitam o observador a tentar desvendar seus mistérios e emoções. Filha de pai engenheiro, mãe professora e avós militares, a artista afirma que a paixão por sua profissão surgiu naturalmente e que só parou de produzir quadros aos 14 anos, para iniciar seus estudos. Mesmo assim chegou a acreditar que não voltaria a colorir as telas, mas o

tempo lhe mostrou que seu talento não se restringiria às ilustrações e que os quadros voltariam a fazer parte de sua vida. “Voltei a pintar não faz muito tempo. Enquanto estive afastada trabalhei bastante com ilustração, sempre desenhando e criando personagens. Cheguei a pensar que não pintaria mais e que ficaria só na parte de criação e desenho”, relembra. Dos personagens que Andreza criou o preferido é a boneca Mandi, homenagem feita à irmã Amanda, que vivia debruçada sobre os livros. “Como ela estudava o dia inteiro, ficava sempre com sono e era muito magrinha”, lembra. Andreza conta que uma de suas características é levar o trabalho muito a sério. Para se aperfeiçoar não se prende apenas à pintura, mas também busca inspiração na moda, na música, no design e em tudo que agregue conhecimento. “Busco ideias a todo o instante, assistindo a programas de TV, observando as pessoas, e assim vou criando e trabalhando uma série de desenhos que em um segundo momento podem ser transferidos para um suporte maior”. A quem quer se aventurar nas aquarelas, Andreza diz que não basta acreditar só na intuição, mas sim em muito esforço. Em sua opinião, o mercado mineiro é um pouco restrito, mas garante que Belo Horizonte está cada vez mais abrindo espaço para a arte, que já não está tão elitizada, o que permite a pessoas de vários segmentos apreciá-la. “Acho isso fantástico”. Seus planos para o futuro? “Meu objetivo é seguir vida acadêmica e me especializar sempre”. Nesse ritmo, a artista plástica promete ir cada vez mais longe. ❚ Encontro | 2



em cartaz Neide Magalhães

ECHO& THE BUNNYMEN Local: Chevrolet Hall (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Data: 12 de outubro Horário: 20h Ingressos: 1° lote – R$ 90 e R$ 45 (meia); 2° lote – R$ 100 e R$ 50 (meia); 3° lote – R$ 120 e R$ 60 (meia) Classificação: 16 anos Informações: (31) 3209-8989

nmagalhaes@revistaencontro.com.br

Outubro

divertido

Das atrações internacionais Echo & The Bunnymen, AIR e Limp Bizkit à temporada da ópera Andrea Chénier, outubro tem tudo para ser efervescente e divertido na cultura e no lazer em Belo Horizonte. A música, mais uma vez, tem mais variedade e opções para todos os gostos. O grupo inglês Echo & The Bunnymen, liderado por Ian McCulloch e Will Sargeant, volta à cidade, onde já esteve em 1987, desta vez para o show de lançamento do disco The Fountain (2008). O duo francês AIR (sigla formada pelas inciais de Amour, Imagination, Rêve) é expoente da música eletrônica, viaja pela América do Sul e passa pelo Brasil com repertório de sucessos. EM BH, a abertura fica por conta da cantora Céu. A dupla norte-americana Limp Bizkit – leia-se Fred Durst e Wes Borland – também aporta na cidade com o lançamento do CD Gold Cobra. Já a ópera que narra a vida do poeta francês Andrea Chénier, e leva seu nome, é a mais nova produção da Fundação Clóvis Salgado. A obra de Umberto Giordano é longa e dramá-

artes cênicas TE QUERO COMO QUERES, ME QUERES COMO PODES Drama assinado por Aristides Vargas, com direção de Orlando Oribe; elenco: Renata Duarte Dutra e Maria Alice Rodrigues Local: Teatro Alterosa (av. Assis Chateaubriand, 499, Floresta) Datas: 22 a 24 de outubro Horários: sexta e sábado, 21h, e domingo, 19h Ingressos: R$ 24 e R$ 12 (meia) Informações: (31) 3237-6611 COMI UMA GALINHA E TÔ PAGANDO O PATO Comédia com Carlos Nunes Local: Teatro Dom Silvério (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Datas: 15 a 17 de outubro Horários: sexta e sábado, 21h, e domingo, 19h

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Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia); R$ 12 (posto Sinparc da av. Afonso Pena, 1.055, Centro) Classificação: 14 anos Informações: (31) 3209-8989 INTIMIDADES.COM Monólogo cômico com Renato Piaba Local: Teatro Dom Silvério (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Datas: 21 a 23 de outubro Horário: quinta a sábado, 21h Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) Classificação: 16 anos Informações: (31) 3209-8989 ANDREA CHÉNIER Ópera de Umberto Giordano, com libreto de Luigi Illica, sobre a vida do poeta francês Local: Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, Centro) Datas: 22 a 27 de outubro Horário: 20h (menos no dia 24, às 18h) Ingressos: dias 22, 23 e 24 – plateia I: R$ 70 e R$ 35 (meia); plateia II: R$ 60

Divulgação

A Trupe Maria Cutia se apresenta no Parque Municipal em homenagem às crianças

Danielle Pereira

tica, mas um programa que vale a pena, especialmente para quem gosta do gênero. São quatro atos, com cenografia de Renato Theobaldo e direção musical e regência de Luiz Fernando Malheiro. E no mês das crianças a programação cultural de Belo Horizonte também tem atrações especialmente dedicadas a elas, como o projeto que o Galpão Cine Horto criou para incentivá-las a frequentar o teatro, e que vai levar ao Parque Municipal a magia de Na Roda – Um Espetáculo Brincante, com a Trupe Maria Cutia.

e R$ 30 (meia); plateia superior: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Dia 26: R$ 30 e R$ 15 (meia). Dia 27: plateia I: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia); plateia II: R$ 50 e R$ 25 (meia); plateia superior: R$ 40 e R$ 20 (meia) Classificação: 12 anos Informações: (31) 3236-7400 A ESTRELA SOBE Texto de Marques Rebelo, com direção de Joselma Luchini. Elenco: Jordana Luchini, Pierre Menezes, Flávio Manzi, Roza Maria, Frederico Piccoli, Douglas Gonzales, Sibele Morais e Ulisses Magnus Local: Espaço Cultural Pitágoras (rua Santa Madalena Sofia, 25, Cidade Jardim) Datas: 29 a 31 de outubro Horário: 20h Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) COMÉDIA AO VIVO Stand up com o grupo dos atores Marcelo Adnet, Dani Calabresa, Fábio Rabin e Luís França no projeto

Mercado do Riso Local: Teatro Topázio do Minascentro (av. Augusto de Lima, 785, Centro) Data: 31 de outubro Horários 18h Ingressos: setor I – R$ 80 e R$ 40 (meia); setor II – R$ 70 e R$ 35 (meia) Classificação: 14 anos Informações: (31) 3889-2003

shows PAULINHO PEDRA AZUL Local: Café e Arte (rua Pernambuco, 1.150, Savassi) Datas: 6, 13, 20 e 27 de outubro Horário: 21h Informações: (31) 3261-6045 PEREIRA DA VIOLA E WILSON DIAS Local: Teatro Sesiminas (rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia) Data: 14 de outubro Horário: 21h Informações: (31) 3417-9670

Echo & The Bunnymen

AIR E CÉU Local: Chevrolet Hall (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Data: 15 de outubro Horário: 21h Ingressos: cadeira – setor 1: 1º lote: R$ 120 e R$ 60 (meia); cadeiras – setor 2: 1º lote: R$ 100 e R$ 50 (meia); arquibancada – 1º lote: R$ 80 e R$ 40 (meia) Classificação: 16 anos Informações: (31) 3209-8989 PAULA FERNANDES Local: Chevrolet Hall (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Data: 16 de outubro Horário: 22h30 Ingressos: mesas: 1º lote – R$ 320; 2º lote – R$ 360. Pista/arquibancada: 1º lote – R$ 50 e R$ 25 (meia); 2º lote – R$ 60 e R$ 30 (meia) Classificação: 16 anos Informações: (31) 3209-8989 Guto Costa

Paula Fernandes

SAMBA ROCK FESTIVAL COM NANDO REIS E MART’NÁLIA Local: Chevrolet Hall (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Data: 22 de outubro Horário: 22h Ingressos: Pista/arquibancada: 1º lote: R$ 60 e R$ 30 (meia); 2º lote: R$ 70 e R$ 35 (meia-entrada). Pista Premium: 1º lote: R$ 80; 2º lote: R$ 90 Classificação: 16 anos w(pista/arquibancada) e 18 anos (pista premium) Informações: (31) 3209-8989 EMERSON NOGUEIRA Local: Chevrolet Hall (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Data: 23 de outubro Horários: 22h30 Ingressos: Mesas: R$ 320. Pista/ arquibancada: 1º lote: R$ 40 e R$ 20 (meia); 2º lote: R$ 50 e R$ 25 (meia); 3º lote: R$ 60 e R$ 30 (meia) Cllassificação: 16 anos Informações: (31) 3209-8989 LIMP BIZKIT Local: Chevrolet Hall (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Data: 24 de outubro Horário: 22h Ingressos: Pista/Arquibancada: 1º lote: R$ 140 e R$ 70 (meia); 2º lote: R$ 160 e R$ 80 (meia) Classificação: 16 anos Informações: (31) 3209-8989

festasshows CALOURADA FUMEC 2010 Shows com Monobloco, Mc Buchecha, Toca na Janela, DJs V. Sobrinho e Xereu Local: Mix Garden (rua Projetada, 65, Jardim Canadá) Data: 8 de outubro Horário: 23h Ingressos: Epaço Fumec: R$ 60 (feminino, 1º lote), R$ 90 (masculino, 1º lote). Camarote VIP Revista Viva: R$ 110 (feminino, 1º lote), R$ 150 (masculino,1º lote) Classificação: 16 anos Informações: (31) 3209-0505

PHENOMENAL WHITE Show com o DJ Erick Morillo Local: Mix Garden (rua Projetada, 65, Jardim Canadá, Nova Lima) Data: 23 de outubro Horário: 22h Ingressos: preços não divulgados Informações: (31) 3281-1822

artes plásticas MODA.FOTOGRAFIA.ARTE Exposição de quadros criados por Rogério Fernandes sobre fotos de Fernando Martins, feitas sobre produções de moda de e com Cris Guerra Local: Rogério Fernandes Galeria/ Atelier (Rua Orenoco, 137, Sion) Data: até 14 de outubro Horários: de segunda a sexta, das 14h às 19h; sábado, das 10h às 16h Entrada franca Informações: (31) 8775-7773

Élcio Paraíso

Exposição Moda. Fotografia.Arte

ELOIZA TRINDADE Exposição de 10 esculturas em mármore, inspiradas na cultura egípcia Local: 68 La Pizzeria (Rua Felipe dos Santos, 68, Lourdes) Data: permanente Horário: de segunda a domingo, a partir das 18h Entrada franca Informações: (31) 3292-0208 CAUSAS NATURAS Exposição coletiva dos artistas Mariana Abasolo, Tiago Denardi, PJota, Bruna Capanema, Znort, Ana Helena Tokunake (Iamana) e Paulo Mendel, sob curadoria de Mariana Abasolo Local: Minigaleria (av. Cristóvão Colombo, 550/27, Savassi) Data: até 20 de outubro

Horários: de segunda a sexta, das 18h às 12h e das 14h às 19h; sábado, das 10h às 14h Entrada franca

para crianças NA RODA – UM ESPETÁCULO BRINCANTE Espetáculo teatral com a Trupe Maria Cutia, no projeto Semana da Criança no Teatro, do Galpão Cine Horto Local: Parque Municipal – Praça do Trenzinho (av. Afonso Pena, s/n, Centro) Dia: 9 de outubro Horário: 10h Entrada gratuita ESPETACLIN Espetáculo teatral criado por Paulinho Polika, reunindo cenas curtas Local: Teatro Dom Silvério (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Data: 16 de outubro Horário :16h Entrada gratuita Classificação: livre Informações: (31) 3209-8989 A TOALHA MÁGICA Espetáculo teatral do grupo Atrás do Pano Local: Teatro Dom Silvério (av. N. Sra. do Carmo, 230, Savassi) Datas: 23 e 24 de outubro Horário: sábado e domingo, 16h Entrada gratuita Classificação: livre Informações: (31) 3209-8989

outros FILOSOFIA E AUTOCONHECIMENTO Diálogos com Márcia Tiburi Local: Casa Fiat de Cultura (Rua Jornalista Djalma Andrade, 1.250, Belvedere) Data: segundas-feiras (dias 4, 18 e 25 de outubro, e 8 e 22 de novembro) Horário: 20h Entrada franca Informações: (31) 3289-8900

Encontro | 79


nas telas Com cenários ambiciosos, enormes, que lembram muito Brasília, em apenas cinco dias Nosso Lar alcançou a marca de um milhão de pagantes, um recorde absoluto desde a comédia Se Eu Fosse Você 2 José João Ribeiro Divulgação

Grife espírita Desde a retomada, ainda no governo do presidente Itamar Franco, o cinema nacional permeia períodos bastante claros, com a possibilidade rápida de apontar qual é a melhor tendência a ser explorada (frise-se: até a última gota!) por nossos mais práticos e espertos realizadores. Há exatos dois anos um filme horroroso, talvez indigente, que conseguiu pouquíssimas salas para sua exibição e um óbvio nariz torcido da crítica especializada, foi um retumbante e inexplicável (?) sucesso. Era um recado bem claro e objetivo: Bezerra de Menezes, que contava a história de vida de um dos precursores da doutrina espírita no Brasil, abria a porta para um novíssimo e promissor gênero, ou seja, o cinema com temática espírita. Em abril, mês sempre fraco para nossas bilheterias, em plena Semana Santa, estreou a cinebiografia de Francisco Cândido Xavier, o médium mais reverenciado e famoso até hoje por aqui, e com isso, a esperada e habitual queda na venda de ingressos não aconteceu. Para provar a importância e seriedade desse projeto, basta mencionar que Chico Xavier – O Filme, visto por quase 4 milhões de espectadores, leva assinatura do midas Daniel Filho, a maior referência em arrecadação hoje para o cinema nacional (Leia-se: Globo – “império” – Filmes). Para os espíritas, Chico Xavier tinha uma relevância a mais: medir o tamanho da população que se interessava pelo assunto, ou melhor, a simpatia despertada em um povo que se declara pre

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Nosso Lar, com elenco de famosos, como Ana Rosa: a mais cara produção do cinema nacional

dominantemente católico ou evangélico. Sua qualidade técnica e seu tratamento primoroso são inquestionáveis. Mas faltou abusar um pouco mais da emoção, do sentimentalismo desgarrado. A produção exigia isso. Como resultado, um visual caprichado, por vezes deslumbrante, mas um roteiro que flertava com o fraco. A cereja dessa receita toda é a sensação Nosso Lar, dirigido por Wagner Assis, possuidor de um currículo no mínimo irregular. Batizado por alguns de “O Avatar do Brasil”, a produção é talvez a mais cara até hoje do cinema nacional, custando impressionantes 20 milhões de reais. Talvez esse robusto número justifique a escalação luxuosa do diretor de fotografia suíço Ueli Steiger (O Dia Depois do Amanhã). Baseado no best-seller espírita homônimo, psicografado por Chico Xavier, o filme retrata a história do médico André Luís, uma das possíveis reencarnações do sanitarista Carlos Chagas, que depois de morrer sente o peso e todo sofrimento do purgatório, até ser resgatado para uma cidade espiritual, onde compreende noções elementares e a doutrina pautada no amor ao próximo, além do exercício incessante das

boas ações. Com cenários ambiciosos, enormes, que lembram muito Brasília, em apenas cinco dias Nosso Lar alcançou a marca de um milhão de pagantes, um recorde absoluto desde a comédia Se Eu Fosse Você 2. Em matéria de unidade, o novo longa-metragem continua escorregando. No elenco formado por atores fortemente comprometidos com os preceitos de Kardec, a única revelação que merece elogios é Renato Prieto, o protagonista, sempre muito focado e objetivo, um grande ator. De resto, muita canastrice e overdose de posturas pomposas. Uma dúvida persiste por dias depois de assistir a Nosso Lar: o filme de fato torrou a fortuna que foi declarada? Dá para perceber um enorme investimento, daí custar 20 milhões de reais... A realidade é que este “gênero espiritual” ainda tem muito fôlego e sua validade pode perfeitamente ser estendida; para isso, basta que os envolvidos nos futuros projetos deixem de lado o caráter místico e fervorosas paixões, e passem a enquadrar essa repentina vertente como simplesmente um desdobramento do consagrado cinema de ficção científica. Nada mais que isso. ❚

OI FM. agora EM 94,1. livre, plural, interativa. Eclética, descontraída e sem preconceitos. A rádio que conquistou você com liberdade, interatividade e programas que são a sua cara. Boa música sempre rende ótimos papos, principalmente quando Fabio Massari recebe seus convidados especiais no programa ETC, aos domingos, de 22h à meia-noite. Paulo Bonfá leva a paixão nacional a sério, mas com um toque de bom humor em Futebol, todos os dias na hora do almoço. Oi FM Belo Horizonte. Agora em 94,1.



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Comportamento Vaidade infantil: saudável, desde que dentro dos limites

90 nesta edição

Saúde Cuidados para evitar problemas com a exposição solar

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Tendências Opções de roupinhas para deixar os pequenos ainda mais fofos

Geraldo Goulart

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Moda Peças descoladas para as crianças nesta primavera-verão

104 Presentes Hora de brincar: sugestões divertidas para meninos e meninas

108 Decoração Objetos e mobiliário de vários estilos para os pequenos

110 Gastronomia Brincando de mestre cuca: sugestões de menus por quatro chefs

115 Segurança Agora é lei: cadeirinhas são dispositivo obrigatório

Fábio Cançado

Geraldo Goulart

115

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comportamento Blima Bracher

Paulo Márcio

Q

Isabela Simões: “Vou entregar minha chupeta ao Papai Noel em troca de um rímel e um blush”

Num mundo em que se valoriza o culto ao corpo e à aparência, é natural que crianças se preocupem cada vez mais cedo com a estética. Especialistas dizem que a vaidade é saudável e aumenta a autoestima, mas também alertam: os pais devem impor limites

ESPELHO, ESPELHO

MEU

uando começava o ritual de se arrumar toda manhã a arquiteta Fernanda Heloisa Mangueira notou que a filha Aline observava tudo nos mínimos detalhes, copiava os gestos, pedia maquiagem, perfumes e até calçava seus sapatos de salto. Tudo soaria normal, não fosse pela idade da menina: Aline tinha apenas 2 anos. “Notei nela um interesse muito grande por tudo ligado à estética, além disso, minha filha começou cedo a escolher suas roupas. Desde os 2 anos só vestia o que queria”, lembra Fernanda. Hoje, a menina já tem 4 anos, e o interesse por tudo ligado à beleza só aumentou. Ela diz queprefere presentes como maquiagens e roupas, ao invés de brinquedos: "Gosto de ser diferente”, diz a pequena Aline. Talvez este desejo de ‘ser diferente’ seja, ao contrário, uma tendência na sociedade atual: “Podemos observar que a criança está submetida a um imperativo social de valorizar a moda e de se encaixar nos padrões de beleza impostos pela mídia, por isso os pais devem impor limites”, diz a psicóloga e coordenadora do centro universitário Newton Paiva, Junia Lara. A mãe de Aline, diz que fica atenta a estes limites: “Não dou sapatos de salto, pois sei que fazem mal. Também não deixo que tire a cutícula da unha, apenas pinte. Rímel e lápis são proibidos, libero apenas o batom ou gloss, a sombra e o blush.” Assim como Aline, Isabela Simões Barreira, de 3 anos, é fã de maquiagens e esmaltes. A paixão é tanta que a menina só concordou em largar a chupeta se o Papai Noel este ano trouxer um rímel e um blush em troca. Vaidosa, quando a manicure chega para fazer as unhas da mãe, a administradora Letícia Simões Barreira, exige que suas unhas sejam pintadas primeiramente. Para Isabela, o ideal de beleza também é sua mãe: “Noto que ela fica vidrada se estou me maquiando ou se me arrumo um pouco mais”, diz Letícia. A irmã mais velha, Gabi Barreira, que tem 25 anos, é outro referencial para a pequena. “Ela baba nas maquiagens da Gabi e pede que a irmã passe tudo nela”, diz Letícia. Esta identificação com os pais ou irmãos mais velhos é comum em crianças mais novas e faz parte do desenvol-

Eugênio Gurgel

Enzo Barão: fã de cabelos ao estilo Elvis Presley e de marcas como Armani, Gap e Puma

vimento psicológico dos pequenos. O primeiro referencial são os próprios pais: “Este espelhamento acontece a partir do segundo ano de vida até o quarto”, diz a psicóloga Junia Lara. “Entre os 4 e 6 anos o espelho das crianças são heróis e princesas de contos de fadas. Mais tarde, entre os 6 e 12 anos, a criança passa a se mirar em artistas e ídolos de massa”. É justamente na fase de se mirar em heróis que está o pequeno Edward Munson Manson III, o Teddy, de 5 anos. “Ele é vidrado em super-heróis e anda fantasiado o dia inteiro”, diz a mãe Rebeca Suplicy Manson. Teddy desde muito cedo passou a escolher suas roupas. “Se não gosta não veste. Também repara muito no estilo das pessoas e as elogia se estão bem vestidas", diz Rebeca. A identificação do filho com os heróis é tamanha que ele passou a ser chamado de Super Teddy. "Prefiro ser chamado assim", diz ele que também adora o perfume do pai e curte seus cabelos compridos. De fato, a preocupação com a estética é cada vez mais precoce atualmente. “As crianças vivem a adolescência muito cedo. Elas repetem um ideário cultural contemporâneo de culto ao corpo e à aparência”, diz Junia Lara. Outro exemplo é Sofia Antunes Pedrosa, de 7 anos. Desde os 2, a menina já se interessava


comportamento Fotos: Geraldo Goulart

VAIDADE SIM, MAS NA MEDIDA CERTA ❚ Quando pintarem as unhas, meninas não devem tirar cutículas para evitar traumas e contaminação ❚ Dê preferência a produtos hipoalergênicos ou específicos para crianças ❚ Evite produtos com álcool na composição ❚ Crianças não devem usar rímel, lápis ou delineador. Prefira sombra, blush, batom ou gloss ❚ Fuja das cores fortes nos cosméticos, cujos pigmentos podem causar alergia ❚ Fique atento à data de validade dos produtos, às condições de armazenamento e à higiene. Lave pincéis e esponjas para evitar proliferação de fungos e bactérias ❚ Oriente às crianças a não compartilharem maquiagem, para evitar transmissão de vírus e bactérias ❚ Fique atento a mudanças de cheiro, cor e textura dos produtos ❚ Percebendo alergias ou irritações, procure um dermatologista ❚ Quanto aos cabelos, as meninas não devem fazer qualquer tratamento químico para alisamento ou mudança da cor, pois não existem produtos seguros para o uso nessa faixa etária. Estimule o uso de presilhas e penteados que sejam reversíveis ❚ Evite escovas ou chapinha nos cabelos das crianças, pois os fios são mais frágeis e quebradiços ❚ Não estimule as idas ao salão para que as crianças não caiam na tentação de fazer tratamentos inadequados ❚ Não estimule a cópia de ídolos ou padrões muito distantes de seu biótipo. Mostre alternativas e padrões de beleza mais reais e condizentes com sua realidade, para que a criança não se frustre ou desenvolva baixa autoestima Teddy Manson: cabelos compridos, roupas de super-herói e perfumes do pai. "Ele é vidrado em super-heróis e anda fantasiado o dia inteiro", diz a mãe, Rebeca

por moda. Talvez por influência da mãe, a designer de moda Daniela Pedrosa, que sempre colecionou revistas e livros ligados ao assunto. O interesse começou por bolsas. Depois passou para maquiagens e esmaltes. “Procuro policiar sempre esta vaidade e evito comprar cores fortes”, diz Daniela. Sofia também faz acompanhamento nutricional: “Primeiro por saúde, depois por estética”, afirma a mãe. Fã de Justin Bieber, Jonas Brothers e Hannah Montana, como a maioria das meninas de sua idade, Sofia diz que tem consciência de seus interesses por estética: “Me acho bonita, mas gosto de estudar e valorizo a inteligência”, afirma. Mesmo assim, confessa a mãe, uma vez a menina perguntou se algum dia poderia ser loura como Hannah Montana. A resposta, claro, foi que não. Criar referenciais distantes de sua realidade pode ser a maior armadilha da vaidade infantil. “O ideal de querer ser aceito e pertencer a uma tribo pode gerar frustração quando a criança não se encaixa neste ou naquele padrão. Tentativas de copiar ídolos de fora podem gerar perda de identidade cultural”, diz Ju

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Aline Mangueira com a mãe Fernanda Heloísa: “Desde os 2 anos ela copia meus gestos, pede maquiagem, perfumes e calça meus sapatos de salto”, diz a arquiteta

nia Lara. É aí que entra o papel dos pais e educadores. Eles devem mostrar outros referenciais de beleza e identidade cultural. "Valorizar sua própria cultura, suas características pessoais e físicas são maneiras de eliminar conflitos para as crianças. O excesso de vaidade pode mostrar uma dificuldade de aceitar a si mesmo”. Este limite tênue deve ser objeto de atenção dos pais e dos profissionais que cuidam da beleza dos pequenos. Por mais que as crianças peçam, não devem usar química: “A pele e o couro cabeludo da criança estão mais sujeitos a agressões provocadas pelo uso inadequado de cosméticos e podem apresentar reações como irritações, alergias e até acne”, diz a dermatologista Ana Cláudia de Brito Soares. Mesmo os produtos voltados para as crianças, elaborados com substâncias hipoalergênicas, não são garantia absoluta de que não possam trazer problemas. “O ideal é não estimular o uso, principalmente da maquiagem pelas meninas. Como muitas vezes isso é uma tarefa difícil para as mães, é importante orientar o uso, a necessidade de

limpar a pele adequadamente para remover a maquiagem e estar atenta ao surgimento de qualquer irritação”, alerta a dermatologista (ver quadro). Os profissionais de beleza devem orientar sobre o uso de produtos. “Quando uma criança pede para fazer química, digo que não pode. Se pede um corte de cabelo muito diferente do seu natural, procuro mostrar alternativas com criatividade dentro da realidade daquela pessoa”, diz o consultor de imagem Ramiro Cerqueira. Um de seus clientes é Enzo Barão Esteves, de 9 anos. O garoto sempre teve personalidade forte e, ao contrário de muitas crianças de sua idade, é fissurado em ídolos de seu pai, como os cantores Fred Mercury e Elvis Presley. “Ele sempre pede o corte e o estilo destes ídolos e adora modelar com gel”, diz Ramiro. “O Enzo nunca aceitou barganha na hora de escolher suas roupas”, diz a mãe Simone Barão. Fã de rock, o menino é ligado em moda e gosta de jaquetas de couro e jeans. Também bate o pé quando o assunto são marcas: “Gosto de Armani, Gap e Puma”, diz. Dá pra contrariar? ❚

❚ Lembre-se: criança é criança e cuidado excessivo com a vaidade pode esconder dificuldade de aceitação de si mesma. Sofia Pedrosa: coleção de esmaltes e batons e acompanhamento nutricional

Fonte:DoutoraAnaCláudiaSoares


saúde Daniele Hostalácio

a d i d e m a n

FESTA NO E C A L P R A T S E É TUDO !D BOM! !

a t r e c

l S

om ele c e í a m e v o O verã ras. u t a r e p m e t ição as altas s o p x e a r a s o Saiba como d radiação solar à das crianças Claudio Cunha

O planeta gira, as estações vão se sucedendo, e eis que finalmente damos adeus aos meses mais frios do ano, aos agasalhos, aos dias nublados. Os termômetros passam a registrar temperaturas mais elevadas, a cidade ganha uma luz especial, com dias marcados por sol e céus azuis, cenário que se torna um tentador convite para que as crianças, com sua típica algazarra, ocupem as praças, os parques e os clubes da cidade. Andar de bicicleta, jogar bola e improvisar piqueniques fazem o prazer de muitos meninos e meninas nesta época do ano. Mas, essas inocentes brincadeiras ao ar livre, sob o sol dos trópicos, devem ser cercadas de alguns cuidados básicos – com a pele, a alimentação, o vestuário e a hidratação das crianças. Tudo para garantir saúde para a meninada nesta primavera, e nas que ainda virão... “Não podemos nos esquecer de que o sol é fundamental nessa fase da vida, a infância, pois é ele quem faz a síntese da vitamina D”, diz a dermatologista Eveline Bartels. Mas, quando o Verlândia Mendes com as filhas Nicole e Luma assunto são os cuidados com o sol, : “Chapéu e boné elas querem tir ar logo, então o prote

tor é fundamental”

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A dermatologist a Eveline Bartels com na pracinha, alé m do filtro solar n o filho Cau: “Para ir brincar ão abro mão do boné”

um dos grandes focos de preocupação é com a pele. Para protegê-la, uma importante ferramenta à disposição é o protetor solar. “Nós, dermatologistas, estamos tentando desenvolver nas pessoas o hábito de se usar o protetor solar, para que no futuro possamos reduzir os índices de cânceres de pele e os danos relacionados ao foto-envelhecimento. O maior presente que os pais podem dar aos filhos é a cultura de se protegerem do sol usando os filtros solares”, observa Eveline. Esse hábito deve começar a partir dos seis meses de vida. “Antes dessa idade não é recomendável passar protetor na criança, pois a pele do bebê ainda é imatura”, explica. Na hora de escolher o filtro solar, a preferência deve ser dada às linhas infantis, que minimizam os riscos de alergias, e aos produtos que oferecem resistência à água. “O fator mínimo de proteção deve ser 50, e é importante se observar o rótulo, pois o produto deve proteger tanto contra os raios ultravioleta B, responsáveis pelos cânceres de pele, como também contra os raios ultravioleta A, os grandes vilões do envelhecimento precoce”, esclarece. Outro cuidado necessário está numa nova aplicação do produto na pele, a cada duas horas de uso, em toda a área exposta ao sol. “A quantidade também é importante: é preciso proteger a pele com uma camada espessa do produto”. O ritual, destaca Eveline, pode ser também um momento privilegiado de contato entre a mãe e a criança. Mãe de

Vanessa Kohler

Cau, de 1 ano e meio, Eveline já se empenha em deixar para o filho o legado de cuidar da pele, o que inclui o que ela chama de “educação solar”. “Desde que o Cau completou seis meses, sempre passo protetor solar em todo o corpo dele, antes de ele ir para a pracinha. A pele é um órgão sensorial, por isso esse momento de toque, de contato com a pele da criança é muito importante.”, avalia. “Para ir brincar na pracinha, ele também usa boné”, diz a dermatologista. Nicole e Luma, duas irmãs de respectivamente 6 e 4 anos, também estão crescendo com essa cultura de cuidados. Elas não saem para brincar ao ar livre sem levarem na bolsa um filtro solar, um hábito que a mãe delas vem se enforçando em criar nas filhas. “Todos os dias as meninas têm alguma atividade pela manhã, como balé e natação, e aos sábados sempre passeiam numa pracinha perto da nossa casa. Passar protetor solar faz parte dessa rotina”, conta a mãe, Verlândia Mendes Nogueira. Preocupar-se em hidratar as crianças deve ser outra preocupação nessa época do ano. “Líquidos devem ser oferecidos a elas a toda hora; de preferência água e os sucos naturais de frutas, que têm a vantagem de possuir vitaminas e sais minerais”, observa a nutricionista Ana Paula Campos. Picolés e sorvetes, por sua vez, devem ser evitados, por conterem excesso de açúcar e de gordura. “E a alimentação deve ser composta de muitas frutas, evitando-se frituras e salgadi-

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OS FAZEAMS DE T S FE ANOS 15

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saúde BRINCANDO AO SOL O sol é fundamental para a saúde das crianças, pois ele é responsável pela síntese da vitamina D. O protetor solar só pode ser usado em crianças com mais de 6 meses de vida. O uso de protetor solar deve ser um hábito. Uma camada espessa de filtro deve ser passada sempre que a criança vai se expor ao sol. Toda a área exposta ao sol deve receber o filtro solar – rosto, braços, pernas, etc. O protetor deve ser renovado a cada uma hora e meia ou duas horas de uso. Para crianças, deve-se dar preferência aos produtos à prova d’água e às linhas infantis, que minimizam riscos de alergias. O fator de proteção deve ser 50 e o rótulo deve indicar proteção contra raios ultravioleta A e B. Qualquer anteparo físico é bem-vindo para ampliar a proteção: bonés, chapéus, blusas por cima das roupas de banho. Não se pode esquecer da hidratação: a todo momento devem ser oferecidos líquidos à criança – preferencialmente água e sucos naturais. A alimentação deve ser leve, com predomínio de frutas, e evitando-se alimentos gordurosos e os salgadinhos, que ajudam a desidratar.

nhos – que ajudam a desidratar”, acrescenta Ana Paula. O vestuário é outro aspecto que não deve ficar fora da vigilância dos pais. Dias quentes pedem roupas confeccionadas com tecidos leves, que permitem à pele respirar. A vestimenta serve também como um anteparo físico auxiliar na proteção contra o sol. “Uma camisa de manga comprida, de cor branca, por exemplo, pode ser uma opção interessante. Existem também, hoje, linhas de roupas feitas com tecidos que possuem filtro solar”, indica Eveline. Bonés e chapéus também são adereços importantes. “Qualquer proteção extra é sempre bem-vinda”, completa. Por exemplo, a sombra generosa de uma árvore, item básico de qualquer infância feliz. ❚

Cláudio Cunha

A nutricionista Ana Paula Campos: “L íquidos devem ser oferecidos às crianças a toda hor a, de preferência água e os sucos naturais de frutas”

QUE VENHA O VERÃO! Além das roupas e dos acessórios pensados sob medida para dar conforto, segurança e estilo aos pequenos, durante os dias mais quentes do ano, outro grande aliado dos pais é o protetor solar, principalmente nessas nossas terras, banhadas pelo generoso sol dos trópicos. Tenha sempre na mala de férias ou na bolsa de praia ou do clube um bom bloqueador ou protetor solar da linha infantil, resistentes à água e oferecidos pelas melhores marcas. Todo cuidado é pouco nos dias de muito calor. Veja algumas das marcas mais consumidas do mercado.

Protetor Cenoura e Bronze Kids FPS 50, da Hypermarcas 110 ml R$ 15,19*

Natura Fotoequilibrio Criança Emulsão Protetora Hidratante FPS 30, da Natura 125 ml R$38,00*

Bloqueador Solar L’Oreal Kids FPS 50, de L’Oreal - 120ml R$ 54,55*

Nivea Sun Kids Loção Solar Protetora FPS 35, da Nivea - 125ml R$ 25,95*

Protetor Solar Episol Infantil FPS 40, da Mantec Cop - 120ml R$ 75,90*

Deve ser dada preferência às roupas com tecidos leves, que deixam a pele respirar. Encontram-se disponíveis no mercado roupas confeccionadas com tecidos que possuem filtro solar.

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Protetor Solar Sundown Kids FPS 30, da Johnson & Johnson 120ml UVA R$ 25,60*

Golden Plus Bloqueador Solar Infantil FPS 40, de O Boticário - 120g R$ 30,30*

* Preços médios pesquisados em sites de fabricantes e de vendas de cosméticos, em farmácias e lojas especializadas Fotos: Divulgação


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tendências

Ana Cláudia Esteves aesteves@revistaencontro.com.br

Minimoda

Short de flores R$ 129,80 Cupcake (31) 3281-8040

Macacão Born to Rock R$ 149,90 Le Petit (31) 3291-8205

Cheios de vontades e opiniões, pequenos e pequenas também querem andar sempre na moda. As marcas infantis vêm se atualizando e deixam as crianças cada vez mais antenadas e modernas e elas adoram. Do clássico ao rock’n’roll, em cores e estampas inusitadas e diferentes modelos para todos os gostos, Encontro selecionou algumas peças kids para as crianças comemorarem o 12 de outubro em clima de primavera-verão.

Conjunto de bata com broche de strass R$ 178 Bué Baby Kids (31) 3461-8007

Biquíni cortininha R$ 62 Cila (31) 2555-7566

Sapatênis para filhotes R$ 151 Ronaldo Fraga para filhotes (31) 3282-5379

Vestido com jabô R$ 178 Bué Baby Kids (31) 3461-8007

Vestido preguinhas e strass R$ 159 Dolci Bambini (31) 3504-3403

Camisa de malha estampa de caveirinhas R$ 88 Ronaldo Fraga para filhotes (31) 3282-5379

Tênis de cano alto para meninas R$ 204 Ronaldo Fraga para filhotes (31) 3282-5379

Body Rock in roll R$ 59,90 Le Petit (31) 3291-8205

Vestido de poá R$ 259,90 Buá (31) 3292-5036 Mini Melissa Aranha Baby R$ 80 Melissa by u (31) 3261-2090

Fotos: Cláudio Cunha, Geraldo Goulart e Divulgação

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estilo Ana Cláudia Esteves Arco com laço xadrez Joli et Jolie

Cobertorzinho para viagem Le Petit

Brinco de joaninha Très Jolei Petit

Flor de paête Le Petit

fashionistas

Pequenos

Crianças também gostam de se enfeitar e mostram personalidade na hora de escolher o melhor acessório

A moda infantil se aperfeiçoa a cada dia, seguindo os passos da indústria voltada para jovens e adultos. Bebês, meninos e meninas passam a ter coleções mais detalhadas e acompanham, à sua maneira, as tendências de cada estação. Os acessórios também não ficam de fora desta nova fase e ganham destaque nas produções, ajudando a enfeitar a garotada da cabeça aos pés. Bolsas, bonés, laços, arcos, joias e flores têm função de compor looks com todo estilo e modernidade. Malas personalizadas com desenhos infantins e cobertores para "viagem" trazem praticidade e beleza aos passeios dos pequenos. Com tantas opções para se embelezarem, no caso delas, e para deixarem o visual mais despojado, no caso deles, as crianças passam não só a ter opinião própria para quase tudo, como a escolher o que usar e quando usar. Foi-se o tempo em que as mães tinham total autoridade na hora de vestir seus filhotes. Nos dias atuais, eles escolhem as roupas que vão comprar, as cores preferidas e o melhor modelo. Com os acessórios não é diferente. Por isso, papai e mamãe, aproveitem enquanto é tempo e vistam seus bonecos como vocês sempre quiseram. Abusem dos acessórios que o mercado infantil disponibiliza, nas Bolsa de mão mais diferentes opções. E, depois, quando a personaliRonaldo Fraga para filhotes dade começar a transparecer, deixe o estilo de seus filhos falar mais alto. Aos poucos, vão conhecer mais o gosto daquele bebê que, de um dia para o outro, passou a ter suas próprias escolhas e vontades.

Bolsa de corrente Joli et Jolie

Mala com trocador Le Petit

Bolsa Bag Baby Buá

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Cláudio Cunha, Geraldo Goulart e divulgação

LR005710-anr_encontro205x135vilabibi.indd 1

24/09/10 10:38


moda Ana Cláudia Esteves

Valentina Laucas Macacão: Gude Store Joias: Manoel Bernardes

Lucas Rennó Camisa xadrez e bermuda e urso: Le Petit Sapatênis: VR Kids

Dia encantado E

las se divertem a qualquer hora, em qualquer lugar. Tudo é motivo para um sorriso ou uma brincadeira. Entre laços e cores, ursos e regadores, as crianças celebram, sem perder o charme, seu dia especial. A moda primavera-verão deixa os looks infantis mais ousados e coloridos. Estampas de flores, bolas e bichos, listras, lindos desenhos e o xadrez, super em alta, decoram o estilo da meninada para os dias mais divertidos. Encontro Kids comemora a data mostrando um pouquinho de toda a fantasia de 12 de outubro. Seja bem-vindo ao mundo multicolorido e encantado do dia das crianças!

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João Lucas Aguiar Polo: Le Petit Calça jeans e sapatênis: VR Kids Regador: acervo pessoal

Beatriz Pimenta Vestido: Gude Store Sapato: acervo pessoal Brincos: Manoel Bernardes

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moda João Lucas Bermuda: Ronaldo Fraga para filhotes Blusa e tênis: Le Petit

Beatriz Vestido e sapato: Joli et Jolie Urso: Bué Baby Kids Brincos: Renata Gardini semijoias

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Valentina Vestido: Bué Baby Kids Brincos e cordão com pingente de coração: Renata Gardini semijoias Pulseira: Manoel Bernardes Encontro | 101


moda moda

Lucas Camisa polo: Joli et Jolie Calça e sapatênis: VR Kids

Lucas Bermuda e sapatênis: Joli et Jolie Blusa: Ronaldo Fraga para filhotes Beatriz Saia, blusa, sandália e bolsa: Gude Store Brincos e cordões: Renata Gardini semijoias

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Ficha técnica Produção de moda: Ana Cláudia Esteves e Camila Godoi Beauty: Cássia Perocco Crianças: Beatriz Roque Pimenta, João Lucas Matos Aguiar, Lucas Wanderley Rennó e Valentina Pissolati Laucas Fotos: Geraldo Goulart Locação: Rabalum Festa Parque

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galeria

presentes

Ana Cláudia Esteves aesteves@revistaencontro.com.br

Quer brincar? Espada c om luz Buzz R$ 

Já que brincar é a atividade preferida das crianças e brinquedo nunca é demais para elas, escolhemos algumas das novidades mais queridas do público infantil. Prepare-se para as dicas do que provavelmente você terá de encontrar para presentear os pequeninos no dia das crianças. Com uma destas opções, não tem como errar!

Caminhão elét rico Magic Toys R$ ,

Barbie Fashion Mall Collection R$ ,

Kit Bela Adormecida R$ 

Biscuit Cão R$ ,

y Princesas Disne ta la com R$  Coelho S pe para iPo aker d R$ 

Biscuit Cão R$,

Mickey que dança R$ 

Moto elétrica da Barbie R$ ,

R$ Boneco articulado Buzz R$ 

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Tabuleiro de jogos Princesas R$ 

Pista elétrica Perseguição de Skate R$ 

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Encontro | 105


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decoração

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Tudo assinado Mesa Jolly e cadeiras Lou Lou Ghost “Barbie Style”, em policarbonato da marca italiana Kartell Design assinado pelo francês Philippe Starck Tom Sobre Tom Mesa: R$ 678 Cadeira: R$ 687 (unidade) (31) 3291-6343

ncatao@revistaencontro.com.br

Estilo não

tem

idade

Como outubro é o mês das crianças, nossa proposta foi correr atrás de objetos e mobiliário de diferentes estilos, mas sempre com cara e jeito bem próprio, para diferentes maneiras de ser e de viver. Como, por exemplo, mesa e cadeiras da italiana Kartell, passando pelo casal de bonecos Pedrita e Bam-Bam, que hoje além de ser objeto de adorno, já são peças de antiquários. A vaquinha-bolsa da Cow Parade, a estante laqueada com mil funções, incluindo aí o famoso gatinho de Romero Brito, até as banheiras vitorianas.

Hora certa Relógio, para marcar as horas de um tempo feliz Villa Maria R$ 198 (31) 3335-5552

Dó, Ré, Mi Desenvolvida pelo designer Ronaldo Mafra, a luminária é música para os olhos Concept Store Iluminar Dó: R$ 1.193,61 Ré: R$ 1.231,69 Mi: R$ 1.224,96 (31) 3284-0000

Contemporâneo Estante com várias funções, da designer e arquiteta Angélica Araújo, em laca e nicho com microtextura colorida Oficina de Design Preço sob consulta (31) 3223-2970

Liberdade A primeira moto a gente nunca esquece Villa Maria R$ 198 (31) 3335-5552

Banho de princesa Banheira em estilo vitoriano, para a mamãe e o bebê Bath & Co R$ 1.480 (Bebê) R$ 8.632 (Slipper) (31) 3286-4069 Guarda-costas Um leãozinho, para não deixar sua porta bater ODD Objetos de Design R$ 210 (31) 3281-8040

Descolada Almofada silkada 38x45cm, para dar aquele up na sua cama Villa Maria R$ 89 (31) 3335-5552

Para descansar Cadeira de balanço, para dar um tempo nas brincadeiras GiGi Antiques R$ 750 (31) 3293-8991

Repaginada A cômoda Bombê de madeira de reflorestamento, em laca de várias cores Líder Interiores A partir de R$ 4.200 (31) 3286-4577

Vintage Casal de namorados Pedrita e Bam-Bam, da época em que jornal era impresso em pedra GiGi Antiques R$ 450 (o casal) (31) 3293-8991

Antenada Vaquinha, que finge ser uma bolsinha – réplica da Cow Parade, um dos maiores eventos de arte contemporânea de rua do mundo Hoggar R$ 339 (31) 3286-4090 Fotos: Cláudio Cunha, Eugênio Gurgel, Geraldo Gourlart, Jomar Bragança e Divulgação.

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gastronomia

Fotos: Geraldo Goulart

Blima Bracher

Eric Marty, do restaurante A Favorita, vencedor como Chef Revelação de Encontro Gastrô – O Melhor da Cidade em 2010, preparou fingers de linguado, tiramissu de morango e batida de cenoura e laranja

Pequenos gourmets Encontro Kids propôs um desafio a quatro chefs: criar menus fáceis de preparar, saborosos e, principalmente, muito nutritivos para as crianças Pergunte a uma criança: qual o seu prato preferido? A resposta muito provavelmente será: arroz, bife e batata frita. Com algumas variantes que passam por massas, pizzas e sanduíches, os pequenos costumam escolher este prato, que é inclusive o que mais servido como menu infantil nos restaurantes. Com raras exceções, as crianças geralmente são avessas a legumes e verduras. Então como fazer para driblar a resistência dos pequenos e tornar a alimentação mais rica e nutritiva? Encontro Gastrô convidou quatro chefs para prepararem um menu especial para eles. A chef Gabriella Scarioli, do Três Bistrô dá a dica: “Criança come com os olhos, por isso é importante oferecer ingredientes que elas normalmente não aceitariam de uma forma nova e bonita.” Surgiu assim a sugestão de uma nutritiva receita de lasanha de berinjela, harmonizada com chá mate gelado. Também pensando nesta resistência aos legumes, o chef Luiz Thiago Guerra, do Merlin, ensina uma receita de catchup de legumes, para servir com hambúrgueres e batata baby. Para acompanhar, suco tricolor, delícia refrescante no verão. Já o chef Eric Marty, do A Favorita, apostou num prato principal, servido com batida de iogurte e sobremesa: “Não

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SOBREMESA: TIRAMISSU DE MORANGO INGREDIENTES: ❚ 250 g de queijo mascarpone ❚ 4 ovos (gemas e claras separadas) ❚ 50 g de açúcar ❚ 20 a 30 biscoitos champanhe ❚ 600 g de morangos ❚ Cacau em pó para decorar

Chef Eric Marty PRATO: FINGERS DE LINGUADO EMPANADOS COM PURÊS DE CENOURA E BATATA

adianta oferecer um menu completo com entrada, primeiro prato, prato principal e sobremesa, pois criança não é de comer muito.” O chef francês já se acostumou ao jeitinho mineiro e apostou num purê de batata e cenoura para acompanhar os fingers de linguado empanados. Para beber, batida de cenoura e laranja e, como sobremesa, tiramissu de morango. “É um cardápio bem sortido que inclui frutas, legumes e peixe”, diz. Paulo Henrique Vasconcellos, chef do Benvindo, buscou na própria infância a inspiração para seu menu: “A sobremesa trilogia de canudinhos foi uma recordação de quando passava as férias na casa

Geraldo Goulart

dos meus avós em Viçosa, onde é produzido o melhor doce de leite do Brasil.” A entrada é uma brincadeira para descontrair e entreter as crianças antes da refeição. Já o prato principal, cabelinho de anjo na manteiga com escalopinho, Paulo preparou pensando nas afilhadas, Júlia e Alice, que adoram a receita. Confira o resultado deste delicioso desafio e convide os pequenos para se aventurarem na cozinha, afinal colocar a mão na massa pode ser tão divertido quanto provar as sugestões dos chefs.

INGREDIENTES: ❚ 4 postas de linguado ❚ Farinha de rosca para empanar ❚ 2 ovos ❚ Meio litro de azeite vegetal ❚ 400 g de batata ❚ 200 g de cenoura ❚ 50 g de manteiga ❚ 200 ml de leite ❚ Sal a gosto ❚ Folhas de salsa crespa MODO DE FAZER: Cozinhar as batatas e a cenoura em água salgada e amassar com um garfo. Acrescentar a manteiga e o leite aos poucos com uma colher de pau. Cortar em tiras o linguado e amassar com as palmas das mãos para fazer os tubinhos. Salgar levemente. Passar os rolinhos de linguado no ovo e na farinha de rosca. Deixar esfriar na geladeira. Numa panela ferva o azeite e frite o peixe. Retire o excesso com papel absorvente. Monte o prato colocando o purê no centro e mergulhando nele os linguados. Decore com salsa crespa.

MODO DE FAZER: Lavar, secar e cortar os morangos em fatias. Reservar. Bater as gemas com o açúcar até a mistura ficar branca. Juntar o queijo mascarpone e misturar bem com colher de pau. Bater as claras em ponto de neve firme e incorporá-las delicadamente ao preparado anterior. Reservar o creme. Triturar 100 g de morangos no liquidificador juntamente com um pouco de suco de laranja. Para a montagem mergulhe os biscoitos rapidamente no molho de morango. Coloque uma camada de biscoitos no fundo. Cubra com 1/3 do creme e sobreponha metade dos morangos. Cubra com 1/3 de creme, uma camada de biscoitos e os morangos restantes. Terminar com o creme restante e polvilhar com cacau em pó a gosto. Deixar no refrigerador por pelo menos 2 horas. Servir bem fresco.

BEBIDA: BATIDA DE CENOURA E LARANJA INGREDIENTES ❚ 4 iogurtes naturais sem açúcar ❚ 400 ml de suco de cenoura ❚ 400 ml de suco de laranja ❚ Suco de 1 limão ❚ Mel a gosto Bater tudo no liquidificador.

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gastronomia

Claúdio Cunha

Fotos: Geraldo Goulart

A chef Gabriella Scarioli, do Três Bistrô, apostou numa divertida lasanha de berinjela: "Criança come com os olhos"

Paulo Henrique Vasconcellos, chef do restaurante Benvindo, apostou em pirulito de gergelim e pistache como entrada, escalopinho com cabelinho de anjo como prato principal e trilogia de canudinhos como sobremesa

PRATO: LASANHA DE BERINJELA INGREDIENTES: ❚ 6 fatias de mais ou menos 1,5cm de berinjela (rodelas) ❚ 5 fatias de mussarela ❚ 150g de molho de tomates frescos ❚ Parmesão ralado a gosto ❚ Pesto de manjericão a gosto

Chef Paulo Henrique Vascon

cellos

ENTRADA: PIRULITO DE GERGELIM E PISTACHE INGREDIENTES: ❚ 100g de farinha de trigo ❚ 100g de manteiga pomada ❚ 100 g de clara de ovo ❚ 25g de gergelim branco e preto ❚ 20 g de pistache sem casca quebrado na faca ❚ Palitos

Chef Gabriella Scarioli

MODO DE FAZER: Misture a farinha, a manteiga e a clara, fazendo uma massa homogênea. Em um tapete de silicone, com a ponta dos dedos, faça pequenos discos com a massa. Coloque sobre os discos o palito e salpique o gergelim e o pistache. Asse em forno a 160º até que os pirulitos descolem do tapete de silicone.

PRATO: ESCALOPINHO COM CABELINHO DE ANJO NA MANTEIGA INGREDIENTES: ❚ 250g de filé mignon ❚ 4 ninhos de cabelinho de anjo ❚ 20g de manteiga ❚ 1 cenoura grande ❚ 1 abobrinha MODO DE FAZER: Corte o filé em 4 escalopinhos e tempere com sal. Grelhe os filés e reserve. Cozinhe o cabelinho e salteie na manteiga. Tempere com pouco sal. Corte a cenoura e a abobrinha em pequenas tiras, em tamanhos iguais. Cozinhe na água até que fiquem macios. Interrompa o cozimento no gelo. Monte os legumes como um bloco e amarre com uma ceboulette. Sugestão de harmonização: suco de laranja.

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SOBREMESA: TRILOGIA DE CANUDINHOS INGREDIENTES: ❚ 6 canudinhos ❚ Doce de leite ❚ Brigadeiro ❚ Nutella ❚ Açúcar ❚ Canela MODO DE FAZER: Misture a açúcar e a canela e passe nos canudinhos Recheie cada um com um sabor e sirva!

MODO DE FAZER: Tempere as fatias de berinjela com sal e pimenta do reino a gosto. Grelhe as fatias em frigideira antiaderente com azeite. Leve ao forno com uma fatia de mussarela em cima de cada uma. Aqueça o molho e monte a lasanha, dispondo fatia de berinjela e mussarela e molho de tomate. Finalize com parmesão ralado e pesto de manjericão a gosto. Sirva quente acompanhado de torradas ou salada. Para acompanhar: mate gelado


gastronomia

segurança Fábio Cançado

Fotos: Leo Araújo

Daniela Costa

Uso do dispositivo de segurança agora é obrigatório, mas pais acumulam dúvidas e têm dificuldades para encontrar o produto nas lojas

Luiz Thiago Guerra, chef do restaurante Merlin, eleito Chef Revelação por Encontro Gastrô - O Melhor da Cidade, no ano passado, optou por uma combinação de hambúrgueres com batatas e suco de frutas

A arquiteta Mariana Duarte, mãe de João: “Instalamos um retrovisor no carro para ter mais segurança

Chef Luiz Thiago Guerra PRATO: MINI HAMBÚRGUERES COM CATCHUP DE LEGUMES E BATATAS BABY INGREDIENTES: MINI HAMBÚRGUERES ❚ 200 g de filé mignon batido em pequenos pedaços ❚ 20 g de catchup ❚ 30 g de farinha de rosca ❚ 10 g de mostarda amarela ❚ 20 g de mostarda escura ❚ Sal a gosto CATCHUP DE LEGUMES ❚ 1 cenoura ❚ 1 batata ❚ 1 tomate sem casca e sem semente ❚ 100g de abóbora ❚ Meia manga ❚ Mel a gosto BATATA BABY ❚ 150 g de batatas baby MODO DE FAZER: Envolva o filé mignon batido, o catchup e a mostarda. Tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto. Molde pequenos minihambúrgueres e passe na farinha de rosca. Grelhe em uma frigideira antiaderente com azeite. Para o catchup de legumes, cozinhe separadamente a cenoura, a batata e a abóbora até que fiquem bem macias. Em uma frigideira grelhe o tomate com um pouco de azeite. Bata no liquidificador os legumes cozidos, a manga e o tomate. Coloque mel a gosto. Cozinhe a batata baby na água até que fique macia. Em uma frigideira, esquente um pouco o azeite. Acrescente a batata e deixe-a dourar. Em um prato, disponha os minihambúrgueres, uma porção de arroz branco e a batata baby. Sirva com o catchup de legumes.

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BEBIDA: SUCO TRICOLOR INGREDIENTES: ❚ Meia manga ❚ 2 kiwis ❚ 1 maracujá doce ❚ 100 ml de suco de laranja ❚ 40 ml de calda de caramelo ❚ 2 colheres de sopa de açúcar MODO DE FAZER: Bata no liquidificador a polpa do maracujá, a manga, o suco de laranja e 1 colher de açúcar. Bata os kiwis com 1 colher de açúcar e 30ml de água. Em um copo coloque o caramelo na base e acrescente o suco de kiwi. Coloque uma rodela de laranja fazendo uma divisória. Acrescente o suco de manga, laranja e maracujá. Enfeite com cereja ou alguma fruta a sua escolha.

Falta orientação, e também cadeirinha A gora é lei: a prioridade é a segurança dos baixinhos e quem não utilizar as cadeirinhas ao transportá-los no carro será multado por infração gravíssima em 191,54 reais, além de perder 7 pontos na carteira de habilitação e ter o veículo retido. O problema é que, com o aumento da demanda, os fabricantes não estão conseguindo atender aos pedidos. “Atualmente os assentos de elevação são os mais procurados. Por conta disso, o produto está em falta no mercado”, explica Claus Malamud, da rede de lojas Baby. Para não ficar sem o equipamento ele antecipou sua programação de compras. “Em agosto fizemos o pedido de 4 mil cadeiras com entrega prevista até o final do ano. Agora, novas compras serão feitas somente no início de 2011, já que os principais fornecedores não estão conseguindo aumentar sua produção, e os novos têm que passar pelo processo de certificação do Inmetro”. Na loja Chicco do DiamondMall, a vendedora Andreia Leite confirma o aumento da procura. “Nem sempre conseguimos ter todos os

modelos disponíveis por conta do aumento das vendas.” Além da dificuldade na hora da compra das cadeirinhas, outro problema é a ânsia de andar na lei, pois muitas vezes os pais não fazem a melhor opção. “Alguns se preocupam apenas em não ser multados e compram qualquer produto sem avaliar os riscos a que estão expondo seus filhos. Outros não atentam para detalhes importantes”, diz o ortopedista infantil Gilberto Francisco Brandão, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional de Minas Gerais (Sbot-MG). A empresária Cynthia de Lima Abi Habib conta que já teve problemas ao adquirir o equipamento. Na época, ainda não havia a exigência do selo do Inmetro. “Depois, a lei determinou que todas as cadeiras utilizadas tinham de ter o certificado, por isso precisei trocá-la por outra com selo.” De acordo com o perito em trânsito Paulo Ademar, os pais devem ficar atentos à nova deliberação publicada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em 6 de setembro deste ano, pois houve

mudanças. O uso de cadeiras sem a certificação do Inmetro, por exemplo, não será mais passível de multa. No entanto, ele alerta para os riscos que esta utilização acarreta. "O selo garante que o produto já foi testado e aprovado". O médico Gilberto Brandão concorda e afirma que a utilização do produto sem o certificado livra os pais de multa, mas não soluciona o problema. E explica por que o Contran voltou atrás: “Na primeira resolução o órgão determinou a obrigatoriedade do selo do Inmetro, o que resultou no aumento expressivo no preço das cadeiras e, com isso, a exigência foi retirada”. E diz que somente orienta a compra de produtos certificados, pois é o que comprova a segurança do equipamento. O ortopedista também destaca por que as cadeirinhas são tão necessárias. Segundo ele, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) atestam que o uso destes utensílios de segurança evitam 70% das mortes de crianças no trânsito. “Alguns pais preferem levar seus filhos sem o equipamento, até mesmo no colo. Mas como os pequenos não têm es-

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segurança

Paulo Márcio

“Comprei outra cadeirinha porque a primeira não tinha o certificado do Inmetro”, explica a empresária Cynthia de Lima Prata Abi Habib

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REGRAS DO CONTRAN ❚ Bebê-conforto: deve ser utilizado em crianças de até 1 ano e ser instalado voltado para o vidro traseiro do carro. ❚ Cadeirinha: para crianças com idade superior a 1 ano e inferior ou igual a 4 anos. ❚ Assento de elevação: exigido para crianças com idade superior a 4 anos e inferior ou igual a 7 anos e meio. ❚ Cinto de segurança: para crianças com idade superior a 7 anos e meio e inferior ou igual a 10 anos. ❚ De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, crianças até 10 anos devem ser transportadas no banco traseiro do veículo. ❚ Exceção: nos veículos dotados apenas de cinto abdominal no banco de trás, o transporte de criança com idade inferior a 10 anos poderá ser realizado no banco dianteiro, com o devido equipamento de segurança. ❚ Exceção: Nos veículos dotados apenas de cinto abdominal, as crianças de 4 a 7 anos e meio deverão ser transportadas no banco de trás utilizando o dispositivo sem a necessidade do assento de elevação. ❚ Famílias que possuem mais de 4 filhos com idade de até 10 anos podem levar o de maior estatura no banco da frente. ❚ Nos carros que possuem dispositivo suplementar de retenção, airbag, os equipamentos devem ser instalados no sentido da marcha do veículo, com o banco recuado, ou o airbag desativado. ❚ O Contran não exigirá o selo do Inmetro nos equipamentos de segurança. ❚ A multa de 191, 54 reais, perda de 7 pontos na carteira de habilitação e a retenção do veículo, se estende a todos os condutores que transportarem criança sem os devidos dispositivos de segurança.

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necessário observar sua correta fixação”. No caso do bebê-conforto o produto deve ser instalado de frente para o vidro traseiro do carro, o que gera preocupação para alguns pais. A arquiteta e urbanista Mariana Falcão Duarte passa pela experiência e instalou um retrovisor no carro de frente para o bebê. “Assim podemos visualizar o João, meu filho de 1 ano, sem ter que inclinar o corpo para trás”. Os especialistas também alertam para outro ponto polêmico da legislação: a alteração feita pelo Contran permitindo que, em veículos dotados apenas de cinto abdominal (de dois pontos) no banco traseiro, o transporte de criança com idade inferior a 10 anos possa ser feito no banco dianteiro com o uso do dispositivo de retenção adequado. Para Paulo Ademar a desvantagem do uso do

BEBÊ CONFORTO

CHICCO

trutura corporal resistente para suportar o impacto de um acidente, as sequelas provocadas são graves”. As mais comuns são traumatismo de crânio, fraturas da coluna cervical, contusões torácicas e abdominais e fraturas dos ossos. Para evitar que seu filho corra tantos riscos, basta seguir as regras do Contran, que determina que o bebê-conforto deve ser utilizado até 1 ano de idade. Entre 1 e 4 anos a exigência é a utilização das cadeirinhas. De 4 a 7 anos e meio, deve-se fazer uso dos assentos de elevação. E até os 10 anos de idade, a norma é usar apenas o cinto de segurança. Responsável pelo controle de qualidade do Inmetro, Raimundo Mendes Costa diz: “Não adianta ter o melhor dispositivo se ele não for bem instalado. Por isso, é

Ortopedista Gilberto Brandão: “O uso dos equipamentos de segurança é fundamental”

Fotos: Cláudio Cunha e Paulo Márcio

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❚ Em todos os casos é importante observar a estatura da criança, para que ela fique bem acomodada e segura nos equipamentos. ❚ Utilizar sempre cadeiras que tenham o certificado do Inmetro. ❚ Verificar a correta instalação do acessório, para que ele não se solte em caso de acidentes. ❚ A criança jamais deverá ser transportada no colo da mãe, mas sempre nos equipamentos de segurança. ❚ Ao utilizar táxi, levar sempre a cadeirinha. ❚ Em caso de transporte escolar privado, exigir a instalação dos dispositivos de segurança. ❚ Ao transportar crianças no assento da frente do veículo, recuar o banco ao máximo para deixar a criança o mais distante possível do painel e utilizar o dispositivo de segurança necessário. ❚ Jamais reutilizar cadeiras que já sofreram impacto.

cinto de dois pontos é que, em caso de acidente, a criança será arremessada para frente, e o pescoço dela vai sofrer o efeito chicote, gerando lesões. “A meu ver, por uma questão de lógica, como se faz nos carros de apenas dois lugares, nestes casos o ideal é usar a cadeirinha instalada no banco da frente ajustada ao cinto de segurança de três pontos”, explica. O ortopedista Gilberto Francisco discorda: “Estatisticamente o lugar mais inseguro do veículo é o banco dianteiro do carona, onde ocorrem mais lesões e maior índice de mortes”. Apesar das divergências, de uma coisa ninguém duvida: Para evitar problemas com a lei e garantir a segurança do seu filho, o melhor mesmo é pesquisar na hora da compra, e, é claro, seguir sempre as regras. ❚

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Fotos: Cláudio Cunha; Paulo Márcio



especial educação dez perguntas para Rosângela Gonzaga João Paulo Martins Fotos: Eugênio Gurgel

“Faltam talentos no mercado aquecido” Professora da Fundação Dom Cabral explica quais atitudes devem ser tomadas para se ter uma carreira de sucesso A grande dificuldade enfrentada pelos jovens, hoje, é a escolha da formação acadêmica que melhor represente seu ideal de carreira. Segundo o ProFuturo, Programa de Estudos do Futuro da Fundação Instituto de Administração, de São Paulo, as profissões mais promissoras para as próximas décadas estão ligadas ao meio ambiente e ecologia. E isso demanda uma formação diferenciada e mudança de conceito. Para Rosângela Gonzaga, psicóloga e professora do Programa de Especialização em Gestão com Ênfase em Pessoas da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, especialista em desenvolvimento individual e coaching, a formação técnica deve ser aliada ao uso do conhecimento adquirido, gerando valorização da carreira. Além disso, ela deixa claro que as empresas devem saber construir talentos e capacitar os líderes para trabalhar no desenvolvimento de seus subordinados, contando com apoio do setor de recursos humanos. “A empresa precisa ter esse olhar, essa sensibilidade e possuir líderes com esse ideal”. ENCONTRO – Quais as profissões do futuro no Brasil? ROSÂNGELA GONZAGA – A gente percebe os fortes indícios de desenvolvimento do Brasil e os estudiosos afirmam, e nós concordamos com isso, que engenharia é inerente a esse processo. O Brasil, assim como China e Índia, que estão em franco desenvolvimento, certamente precisará de mais engenheiros. Há estudo, inclusive, que mostra que a demanda por engenhei

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Escola ros deve aumentar em 11%, no período de 2006 a 2016. ENCONTRO – Podemos dizer que as funções mais promissoras na área da engenharia são as ligadas ao meio ambiente, como engenharia de energia e a industrial madeireira? ROSÂNGELA GONZAGA – Essas são engenharias novas e certamente muitas delas ainda vão surgir. O engenheiro ambientalista, por exemplo, será muito requisitado, além de que devem aparecer especializações na área. Mas, quando falamos em processo de desenvolvimento de um país, o engenheiro civil é fundamental, principalmente para as áreas aeroviária,

são os reais agregadores de valores ao negócio. Durante muito tempo, as empresas se prepararam através de desenvolvimento técnico, e hoje, já estão capacitadas. Só que o lado humano ficou para trás. A questão é saber o quanto estão competitivas, quanto investiram em pessoas. A gente tem uma demanda muito grande aqui na Fundação Dom Cabral com relação à formação de líderes, que deixam a função mais técnica para gerir pessoas. A empresa tem que estar atenta para identificar o talento no mercado. Existem empresas que já estão recrutando sem levar em conta apenas o lado técnico, já que isso

: Ê U Q O B L BI

OS H Á 1 8 A NE C TA N D O s e u fi lh o N CO E N T O. C O N H E C IM

do ao mundo

18 anos de alegria

“O engenheiro ambientalista, por exemplo, será muito requisitado, além de que devem surgir especializações nessa área. Em alguns países já é muito significativa a presença de engenheiros com foco em meio ambiente. E essa não é uma profissão do futuro, e sim, do presente. Nós é que estamos atrasados em relação a isso.” rodoviária e portuária. Em alguns países já é muito significativa a presença de engenheiros com foco em meio ambiente. E essa não é uma profissão do futuro, e sim, do presente. Nós é que estamos atrasados em relação a isso. Mas como Ram Charan (professor e consultor de empresas) fala, mais do que as profissões, talentos estão faltando no mercado aquecido. ENCONTRO – Como as empresas devem buscar esses talentos no mercado, quais os critérios? ROSÂNGELA GONZAGA – As empresas que mais se destacam hoje no mercado são as que se voltam mais para as pessoas. Que já percebem como diferenciar o competitivo verdadeiro no desenvolvimento das pessoas, que

é passível de desenvolvimento. O difícil é encontrar pessoas com valores compatíveis com os da empresa. Por exemplo, a Natura, hoje, fez processo de seleção para trainee em que não citou seu nome, apenas seus valores. Só com essa etapa, ela conseguiu eliminar muita gente. A empresa diz que ‘se nós temos muito claramente nossos valores em relação à sustentabilidade, ao meio ambiente, precisamos de pessoas para trabalhar isso com a gente’. Então a pessoa deve ter compatibilidade com esses valores. ENCONTRO – Vale a pena então a empresa investir em talentos que ainda estejam na faculdade, em estudantes promissores? ROSÂNGELA GONZAGA – Estava lendo um

18 anos de descobertas

Buritis R. Des. Amilcar de Castro, 663

31. 3378 7433

Gutierrez R. André Cavalcanti, 625

31. 3372 6544


especial educação dez perguntas texto de Ram Charan em que ele fala que não vamos encontrar talentos prontos, por isso, é preciso que achemos o diamante, a pedra preciosa para lapidar. São tendência do mercado os cursos de formação de tecnólogos, que formam mão de obra mais rápida para sustentar o desenvolvimento do país. Mas insisto que não basta apenas a formação técnica, é preciso saber aplicar esse conhecimento. O mercado necessita muito de competências atitudinais. A pessoa precisa estar implicada no processo da empresa, por isso é importante o autoconhecimento e o sentido do que se faz. Os jovens têm muitas possibilidades de carreiras, mas não têm visão real do mercado. ENCONTRO – Quais seriam então as principais competências procuradas pelas empresas no mercado brasileiro? ROSÂNGELA GONZAGA – Nós precisamos avançar muito, não apenas na área de recursos humanos (RH). E, neste caso, as empresas hoje já trabalham com job rotation, por exemplo, em que um profissional da área de marketing passa um tempo na área de recursos humanos. É importante que os profissionais tenham uma visão mais sistêmica dos negócios, que saiam da visão estritamente operacional e percebam que podem dar mais sentido às funções. Claro que para um profissional fazer seleção de pessoal é melhor que tenha formação em psicologia. Hoje há uma tendência de trabalho com projetos. As empresas têm trabalhado muito projetos, principalmente porque nesse processo há envolvimento de pessoas de várias áreas. O importante é realizar o link estratégico, que não tenha olhar exclusivo para um setor, e sim, para o todo. E cada área pode dar sua contribuição. Por exemplo, aqui no programa de especialização, temos a ênfase em projetos, que é muito procurada, assim como a de negócios. Em termos de competências, a área de recursos humanos tem de avançar para dar condições para que as empresas tenham líderes mais eficientes. Há muita demanda de formação de líderes, principalmente para se tornar coaching. Um líder coaching é aquele que desenvolve seu profissional no dia a dia, dando feedback e orientações. O mercado exige posturas diferenciadas.

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ENCONTRO – Não basta que o líder tenha apenas o conhecimento padrão do funcionamento da organização? ROSÂNGELA GONZAGA – É importante que ele seja um líder que desenvolva as pessoas, com apoio do RH. Um profissional que tem esse tipo de atuação vai gerar um ambiente de confiança, que permita que a equipe tenha liberdade e condições para inovar, buscar outras soluções, que é exigência do atual mercado globalizado. Hoje não é mais suportada uma solução ultrapassada. Não dá mais para fazer do mesmo jeito. Você é desafiado todo o tempo para buscar inovações e ser criativo. ENCONTRO – Qual seria, então, a qualificação ideal para um profissional após a graduação?

ENCONTRO – E como se dá o trabalho voltado para essas percepções do mercado? ROSÂNGELA GONZAGA – Isso é reflexo de nossa proximidade com o mundo corporativo. Nós temos núcleos de desenvolvimento na Fundação, por exemplo, o CDCG, Centro de Desenvolvimento do Conhecimento em Gestão, em que as empresas, que são nossos clientes, são patrocinadoras. Então, são núcleos de empreendedorismo, de sustentabilidade, de responsabilidade social, de liderança. Isso tudo fornece direcionamento sobre o que devemos fazer para cumprir nossa missão, que é desenvolver uma sociedade sustentável através do desenvolvimento das empresas e executivos.

“Eu acredito que o saber é muito importante. Todos nós que trabalhamos com educação sabemos a importância de você fundamentar suas ações. Mas, além do conhecimento, a questão é o que se faz com ele, ou seja, como você o utiliza de forma inteligente, diferenciada.” ROSÂNGELA GONZAGA – Eu acredito que o saber é muito importante. Todos nós que trabalhamos com educação sabemos a importância de você fundamentar suas ações. Mas, além do conhecimento, a questão é o que se faz com ele, ou seja, como você o utiliza de forma inteligente, diferenciada. Por isso insisto muito no autoconhecimento. Venho de uma época em que o RH era responsável pelas carreiras das pessoas, e estas não se posicionavam. Era relação que criava uma zona de conforto que não era boa para ninguém. Então, a pessoa tem que saber o que busca na empresa, tem de ter clareza sobre a contrapartida da relação para que possa ter condições de aplicar o conhecimento.

ENCONTRO – Os jovens de hoje têm mais acesso à informação, que é imediatista. Podemos dizer que estão mais preparados para enfrentar as necessidades do mercado? ROSÂNGELA GONZAGA – O mundo em que vivemos é muito rico, em que as quatro gerações estão juntas, os veteranos, baby boomers, geração X e a Y, e outras que estão batendo à porta. Muitos dizem que a geração Y, atual, não se compromete, mas na verdade nós é que precisamos entender como esses jovens são mais acelerados, em função do ritmo de vida que levam. E aí, temos de aproveitar seus talentos, as empresas têm de se adaptar para tirar o melhor deles. É preciso desenvolvê-los, e não achar apenas que serão os salvadores do mundo. ❚


especial educação capa Daniele Hostalácio

Cláudio Cunha

O que os pais – e as escolas – podem fazer para despertar e manter nas crianças a vontade de aprender. Sete alunos dão suas dicas de como estudar com alegria

U

ma criança vem ao mundo, e não demora muito ela já quer desvendá-lo. Começa levando tudo à boca, depois tenta alcançar os objetos com as duas mãozinhas inquietas; passam-se alguns meses e as pernas ágeis já as levam para todo lado, onde vasculham tudo, com olhar cheio de admiração. Começa então a fase dos porquês, e as perguntas que os pequenos nos fazem, à medida que vão crescendo, são questionamentos que remetem às mais diferentes ciências, e também à história, à geografia, à matemática. Querem saber como as plantas crescem, como de um ovo nasce um passarinho, o que querem dizer todas aquelas letras misturadas nos outdoors, se as nuvens nos seguem ou se somos nós que as perseguimos... Eis que chega a fase escolar, e nem sempre aquela curiosidade natural e o desejo de saber permanecem acesos. O porquê de os pais e as escolas muitas vezes não serem bem-sucedidos na empreitada de manter essa fome de conhecimento, estimulando a busca de respostas para as perguntas e o desenvolvimento das infinitas potencialidades de uma criança, exige grande reflexão sobre o atual modelo de educação infantil. Mas, o que pode ser feito para contribuir com que meninas e meninos mantenham o gosto pelos estu-

dos, dentro do quadro de educação que hoje se oferece? Entre os especialistas, há uma quase unanimidade quando o tema está em debate: o gosto pelos estudos precisa ser alimentado desde cedo – e não pode ser uma tarefa delegada apenas ou em primeiro lugar ao ambiente escolar. José Pacheco, educador português, crítico do modelo tradicional de educação, avisa: “Subsiste uma velha crença que diz que a família deve ser parceira da escola. Nada mais errado! A família deve ser o centro no processo educacional, acolhendo parcerias das escolas, dos centros de cultura, de múltiplas agências onde a educação acontece”. Aí está uma primeira pista dada pelo educador: a escola é apenas um desses espaços para a educação dos filhos, e os pais devem ser os protagonistas nesse processo, estando atentos em buscar esse conhecimento em outros territórios, além do escolar. Mas, se há um lugar privilegiado para que o prazer pelos estudos se inicie, ele é o ambiente familiar. E aí entra a questão da leitura. Gostar de ler é a aquisição-chave, até porque a atividade de pesquisa e o estudo requerem tempo de dedicação às mais distintas leituras. Em todas as disciplinas, o hábito de ler é importante, também, por ampliar a visão de mundo, ajudar na interpretação dos

MARTA BHERING DE SOUZA Há algo que move com determinação a menina Marta Bhering Pereira de Souza em direção às aulas no Colégio Santo Antônio, todos os dias: sua intensa curiosidade intelectual. Recentemente, a família dela viu alguns trechos da série de televisão The Tudors, sobre Henrique VIII da Inglaterra. A menina quis conhecer a fundo a história. A mãe se informou, comprou quatro livros sobre o tema e Marta leu todos, com grande interesse. “Acho muito importante estudar história, não em função do passado, mas em função do presente”, completa, do alto dos seus 11 anos. O corpo humano é outro tema que a encanta e sobre o qual ela adora dedicar tempo de estudos. “Quero um dia ser médica”, avisa. Marta é comunicativa, não passa um final de semana sem um convite para casa de amigas e para festinhas, mas concilia os hábitos típicos de uma pré-adolescente com seu prazer de ler e aprender. Extraclasse, tem aulas de inglês e faz planos de entrar no futebol feminino. “Eu presto muita atenção nas aulas, sempre tiro todas as minhas dúvidas, gosto de aprender. Meus pais me incentivam, tenho muitos livros em casa, e bons professores; isso me ajuda a ter prazer em ir para a escola e em estudar”, avalia. “Além disso, gosto muito de ser culta; a cultura é algo que irei levar para a minha vida inteira”.

Encontro | 125


especial educação capa Geraldo Goulart

ARTHUR PITANGUY COHEN Uma noite de autógrafos no mês passado marcou a estreia de Arthur Pitanguy Cohen como autor de ficção. Aos 12 anos, o escritor precoce lançou o livro A Galáxia em Perigo, onde expressou toda a sua carga imaginativa, alimentada pelos inúmeros livros que já leu. Aluno da escola judaica Theodor Herzl, Arthur é um leitor voraz, hábito que começou a cultivar quando ainda não distinguia as letras do alfabeto, mas já escutava histórias contadas pela mãe. A família sempre o presenteou com livros, a professora de língua portuguesa apresentou a ele algumas pérolas da literatura, e isso, somado à personalidade dele, forjou no menino um vivo interesse pela leitura. Quando viaja de férias, sempre leva livros consigo; toma o café da manhã lendo jornais e revistas, pois é curioso e gosta de se informar. Arthur se diverte também jogando videogame e vendo TV, mas a base cultural que tem acumulado com as leituras o ajudaram a se tornar um aluno brilhante. A experiência com a escrita também tem sido estimulante. “Sempre gostei de imaginar, e escrever é bom porque você pode colocar suas ideias no papel”, conta. Sua rotina inclui, ainda, aulas de inglês e tênis. Para as crianças, Arthur dá uma dica: ler e ler. “Isso aumenta nosso vocabulário, nosso entendimento de textos, nosso conhecimento sobre o mundo”. mais diferentes textos, enriquecer o vocabulário e desenvolver a imaginação e a capacidade de expressão oral e escrita. “Os pais podem colaborar muito para a criação desse hábito. Desde quando os filhos são bem pequenininhos, eles podem incentivar esse interesse contando histórias. E, depois, tendo livros em casa e sendo leitores também”, indica Terezinha Maria Smith Dias Cruz, professora de língua portuguesa, história e geografia da escola judaica Theodor Herzl. Com 35 anos de magistério, Terezinha Smith acredita que, ao lado dos pais, a escola também pode influenciar em muito para que as crianças adquiram prazer de ler. “As escolas precisam de boas bibliotecas e os professores devem sempre incentivar os alunos a pegar livros, apresentando a eles os títulos que atendam a cada faixa etária. Não se pode oferecer uma obra que está aquém ou além da criança”. Mas, observa, esse não pode ser um trabalho maçante. “A criança precisa ter liberdade de pegar o livro, levá-lo para casa e trocá-lo, se não gostar. E ela deve ser incentivada a aprender a opinar sobre o texto”.

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Um desafio que precisa ser enfrentado pelos educadores é o de mostrar às crianças as relações entre o que se aprende dentro dos limites da sala de aula e a vida que pulsa do lado de fora dos muros das escolas. “A criança precisa ser protagonista no processo de aprendizagem; é ela quem irá construir o conhecimento, articulá-lo com a vida. Mas as escolas devem mostrar aos meninos e às meninas, por exemplo, que a matemática está atrelada às artes, à música, à história”, diz Daniela Mendes, diretora didática da parte brasileira da Fundação Torino. Nesse sentido, explica Daniela, é importante apresentar aos alunos os espaços culturais da cidade: museus, feiras de livros, bibliotecas, teatros e livrarias. “Quando os filhos têm pais curiosos, que discutem com eles questões do mundo, que mostram que o estudo pode fazer parte da vida, que a busca de conhecimento é algo que não acaba nunca, pois permanece mesmo depois de finalizada a vida escolar, e que tem importância no dia a dia, a criança certamente verá mais sentido em estudar”,

sugere a educadora. Isso porque o exemplo dos genitores é fundamental nesse processo, já que as crianças aprendem mais por imitação do que por discursos. O exemplo do professor, que é o adulto que está em contado direto com a criança na sala de aula, como o intermediador privilegiado do processo educativo, também se torna crucial. “A criança que está se alfabetizando precisa ver o professor gostando de ler. Isso a incentiva e a instiga”, avalia Maria das Graças Viana de Lima, coordenadora de ensino fundamental do Colégio Santo Antônio. E, ao lado dos pais, os educadores também precisam aprender, acrescenta Maria das Graças, a escutar a criança, não só para que ela aprenda a ser também um bom ouvinte, mas também para aprender a expressar seus sentimentos. “Todo mudo gosta de aprender, tem curiosidade imensa, mas precisa ter condições para isso, ser estimulado em casa e na escola e ser ouvido nos seus problemas, acolhido nas suas dificuldades, recebendo sempre assistência”, completa.


especial educação capa DEZ DICAS DAS CRIANÇAS PARA UM ALUNO SE DAR BEM NOS ESTUDOS Prestar bastante atenção nas aulas Sempre esclarecer todas as dúvidas com pais e professores Conciliar os estudos com momentos de lazer Criar o hábito da leitura de livros, jornais e revistas Fazer todas as tarefas escolares Encontrar uma escola onde haja bons professores, que incentivem as crianças Tocar um instrumento ou encontrar outra atividade que relaxe e dê prazer Não ficar apenas nos estudos, ampliando a rotina e a visão de mundo com outras atividades, como esporte, arte, música, jogos de raciocínio Gostar de aprender coisas novas Ser curioso

Assim como a criança que não consegue acompanhar o ritmo de uma classe sofre danos na autoestima e pode ser excluída pelos colegas, não raro, em muitas escolas, o aluno que gosta de estudar pode acabar sendo estigmatizado também, como lembra Marcos Raggazzi, coordenador pedagógico-geral do Colégio Bernoulli. Esse contexto pode desestimular o gosto pelos estudos, principalmente entre os pré-adolescentes, que sofrem muita pressão do grupo. “É comum, em muitas escolas, os alunos que tiram boas notas sofrerem discriminação, serem chamados de CDF. Ir para uma escola onde todos querem estudar, onde o ambiente é de estudos, faz com que o aluno se sinta motivado”, afirma. Raggazzi lembra que o fato de que vivemos, hoje, um mundo cheio de atrativos para as crianças, e que se oferece muito mais sedutor que as salas de aula. “A televisão oferece uma programação disponível 24 horas por dia para todas as faixas etárias. E há a internet, o videogame. São veículos que estimulam o aluno a não querer estudar”, reconhece. Para se contrapor a isso, os professores devem assumir um papel-chave. “Eles

ALICE SÁ FORTES ÁLVARES Ciências é uma das disciplinas preferidas por ela. “Adoro fazer experiências”, conta Alice Álvares, de 10 anos. Sua inventividade de alquimista não se revela só nos laboratórios. “Meu pai gosta de cozinhar, às vezes eu ia para a cozinha com ele, então resolvi fazer o curso de culinária do Instituto Gastronômico (IGA) para crianças”. Testar os limites do corpo é outra possibilidade que lhe interessa, e sua desenvoltura com a dança rendeu-lhe um prêmio na academia, ao apresentar uma coreografia solo que ela mesma criou. A criatividade também marca sua experiência com a música. Quando resolveu aprender piano, em poucos meses já estava compondo. Sobra ainda tempo para o inglês. “Gosto de aprender coisas novas; mas gosto de aprender a fundo”, afirma a aluna do Colégio Santo Agostinho. Assim é também na escola, onde se destaca. “Não estudo demais, mas gosto de ler, presto atenção nas aulas, tenho incentivo dos meus pais e muito interesse pelas coisas”, diz. Expressar-se por meio da música e da dança é uma ferramenta que ela usa para sentir o mundo; os estudos, um mecanismo para decifrá-lo. No mais, seus prazeres incluem cinema, passear com primos, ir à casa de amigas e e a restaurantes. Um dia, irá exercer uma profissão que ainda está longe de saber qual é. “É que gosto de tanta coisa!”, reconhece.

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precisam ser criativos, disciplinados, organizados, carismáticos; gostar do que fazem; e conquistar os alunos a partir do respeito e da orientação. Quantos estudantes já escolheram uma profissão por causa dos professores que tiveram, e quantos professores já fizeram uma criança detestar uma disciplina?”. Se a criança encontra nos professores, nos pais e na escola motivação e apoio, o gosto pelos estudos acaba surgindo naturalmente, pois vai ao encontro da própria natureza curiosa e interessada da criança. É este o caminho que vem sendo trilhado por meninos e meninas como Lucca, Alice Álvares, Marta, Alice Saar, Kevin, Frederico e Arthur, apresentados nestas páginas. São crianças que mostram não haver incompatibilidade entre uma infância feliz e muito interesse e dedicação aos estudos. Fazem esporte e curtem as mesmas coisas que as crianças da idade deles, mas conseguem equilibrar tempo de ócio e de brincadeiras com leituras e estudos. O resultado é acabam se dando muito bem na escola, pois gostam de estudar, e isso os instiga a seguir na eterna busca pelo conhecimento. Cláudio Cunha

Geraldo Goulart

FREDERICO LACERDA MARINHO Se Frederico Marinho se encontrasse um dia com Galileu, teria muito sobre que conversar. O espaço exerce no menino, aluno do Colégio Bernoulli, o mesmo encantamento que seduziu o antigo astrônomo. Pesquisar notícias sobre planetas e galáxias, comprar livros sobre o tema e consumir revistas que tratam da Via Láctea é uma das atividades que mais o atraem. O resultado é que, aos 11 anos, Frederico já tem mais informação sobre astronomia do que muito aluno de 2º grau. Responsável, ele se preocupa em ter um bom rendimento escolar em todas as disciplinas. Dedica tempo aos estudos, mas sem excessos, e esses momentos são facilitados pelo seu gosto de ler e por sua inclinação para a pesquisa. Mas não é só de estudos de que são feitos os seus dias. Gosta de futebol, basquete e jogos eletrônicos e pratica krav magá (técnica de autodefesa de origem israelense). Os pais incentivam o pesquisador-mirim a se aprofundar no estudo do tema, tanto que ele ganhou de presente, no último aniversário, um telescópio. Com ele, o menino observa o céu, pelo menos três vezes por semana. “Do quarto da minha irmã, vejo Júpiter; da varanda, Vênus e a Lua”, conta. E com isso vai, desde já, ensaiando com afinco no ofício que pretende exercer um dia: o de astrônomo.

KEVIN EMMANUEL ALVES BERNARDES Razão e sensibilidade se misturam na personalidade de Kevin Bernardes, um menino de 10 anos que adora ler, ir para a escola e estudar, principalmente história, com destaque para civilizações antigas, e ciências. Quando tinha apenas 5 anos, Kevin quis mudar para uma escola onde pudesse aprender idiomas. Assim, foi parar na Fundação Torino e se tornou fluente em italiano. Mas a linguagem que mais o seduz é a música. “É o meu fascínio”, revela. O menino toca bateria, violão, teclado e guitarra. Além de um grande prazer, a música tem ampliado o seu desenvolvimento espacial, contribuído para sua aprendizagem de matemática e lapidado seus sentidos. “A música treina a nossa percepção auditiva e a nossa observação”, conta. Apresentando um ótimo rendimento escolar, Kevin acredita que a música pode ajudar no despertar para os estudos. “Toda criança deveria aprender um instrumento: não só pelo prazer de fazer música, mas também porque isso ajuda a aliviar o nosso estresse e nos faz observar tudo com mais clareza e delicadeza”. E, com maturidade incomum para a idade, completa: “A criança precisa aproveitar a oportunidade que está tendo de aprender com professores qualificados e de estudar numa boa escola”. Uma chance que ele resolveu agarrar com as duas mãos, mas sem soltar a guitarra dos dedos.

Júnia Garrido


Geraldo Goulart

LUCCA DE PAIVA AZEVEDO Sabe aquelas crianças que gostam de montar e desmontar coisas, trabalham sempre com muita curiosidade e têm gosto para aprender? Lucca de Paiva Azevedo cresceu assim. Hoje já é um adolescente de 14 anos, aluno do Colégio Loyola, responsável com os estudos e daqueles que se saem muito bem nas provas. Adora ler e escrever, mas a matemática é a praia dele. “Eu estava na 3ª série quando, numa prova de matemática, fui o único a acertar uma questão de lógica. A professora, então, disse que eu tinha jeito para a matéria. A partir desse incentivo, comecei a estudar mais a disciplina”. Quando viu, já era um craque e um fã da matéria. Em relação aos outros temas, a receita dele é simples: “Prestar atenção nas aulas, fazer o dever de casa, esclarecer as dúvidas”. E cuidar de si mesmo de maneira completa. “Treino tênis todos os dias, pois os estudos exigem muito esforço físico, e esse esporte nos dá muita resistência”. A música também entrou na sua rotina. “Quando tocamos, continuamos exercitando o cérebro, ao mesmo tempo em que descansamos”. Por isso, ele criou um ritual. “Quando estou estudando, faço intervalos de dez minutos para tocar um pouco de violão ou guitarra, depois volto para os livros”, diz. “Se a gente foca só em uma coisa, os estudos ficam muito ordinários, desinteressantes. Temos que ampliar”.

Geraldo Goulart

ALICE MARTINELLI SAAR SILVA Sudokus, os quebra-cabeças japoneses baseados na disposição lógica de números, foram apresentados despretensiosamente, durante uma aula de matemática, a Alice Martinelli de Lucena Saar Silva. Houve uma identificação imediata entre a menina de 11 anos, aluna do Colégio Bernoulli, e os joguinhos, que despertaram o gosto dela por números e fizeram com que ela desenvolvesse muito o raciocínio lógico. O resultado é que a brincadeira japonesa a transformou em uma ferinha em matemática e, desde então, estimulada pelas notas e pelos desafios, Alice está sempre com um caderninho de sudoku a mão. “Minhas notas só foram aumentando, nas duas últimas provas tirei 10”, orgulha-se. História é outro tema sobre o qual ela adora ler e estudar. “Eu gosto muito do meu professor de história; acho que quando a gente gosta do professor, passa a gostar também da disciplina”, acredita. Brincar com o cachorro, ir a restaurantes e fazer sudokus são algumas das formas como ela gosta de se distrair. Para estimular uma criança a ter gosto pelos estudos, a pequena Alice tem uma dica: “É preciso uma boa escola, bons professores e descobrir algum tema que goste de estudar”. É que, avalia a menina, quando o aluno descobre um estímulo para ir à escola, tudo fica mais fácil.

130 |Encontro


especial educação idiomas Eliza Peixoto

A gerente de marketing Nicole Rocha Garracio, que já fala inglês, agora investe na língua francesa: diferencial para atender estrangeiros que vierem para BH

À espera da Copa

Cláudio Cunha

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Empresas e cursos de idiomas fazem parceria e preparam pessoal da área de serviço para atender os futuros turistas em 2014 Faltam três anos e seis meses para a Copa de 2014. Parece longe, mas se pensarmos no tanto que precisa ser feito para tudo estar no lugar certo quando a bola rolar, o tempo se torna curto. No caso da preparação das pessoas que irão atender os turistas, Belo Horizonte sai à frente no quesito idioma estrangeiro. Foi a primeira cidade-sede a aplicar o Toitec Test, avaliação internacional sobre a habilidade de comunicação em língua inglesa. Cerca de 26 mil candidatos ao trabalho voluntário na capital mineira, durante o evento, se inscreveram para a avaliação. Sete mil foram selecionados, considerando-se idade, profissão e região de residência. O Toitec Test, aplicado aos candidatos selecionados, mostrou que 46% estão no nível avançado, 39% no intermediário e 15% no básico. As informações são da empresária Luziana Lanna, proprietária da escola de idiomas que leva o seu nome. Ela explicou que a avaliação, uma parceria entre a prefeitura de Belo Horizonte e a Fundação de Educação Geni Nunes, entidade mantida pela Escola Luziana Lanna Idiomas, provou que os belo-horizontinos estão em nível bom em inglês, com habilidade para receber e facilitar a vida do turista estrangeiro. Agora, o mesmo teste será aplicado em candidatos ao voluntariado em cidades do interior. Os voluntários, segundo ela, durante a Copa estarão atendendo nos pontos turísticos, centros de compras, hospitais, enfim em locais onde poderão auxiliar e orientar em suas dúvidas e dificuldades os turistas estrangeiros. Independentemente dos voluntários, que estarão em locais estratégicos, o turista precisará de profissionais capacitados para atendê-lo nos restaurantes, hotéis, aeroportos, transportes e comércio. Para isso as escolas de línguas estrangeiras da cidade estão se movimentando e preparando cursos especiais para os pro-

fissionais do segmento de prestação de serviço. Algumas empresas também já estão buscando capacitar seus funcionários para facilitar a estada dos visitantes na capital. Assim, se depender das empresas e das escolas, BH estará falando muito mais que welcome, bienvenido, benvenuto, bienvenue na ponta da língua. Um exemplo disso é a empresa promotora de eventos Top 10, que facilitou para seus funcionários e para os terceirizados o aprendizado da língua inglesa, pagando parte da mensalidade do curso. A coordenadora de eventos da empresa, Luciana Helena Barbosa Ortman, sempre quis estudar inglês para se capacitar melhor, mas nunca teve oportunidade, tanto por falta de tempo, quanto de condições financeiras para pagar um curso. Agora, ela diz, está estudando, pois o preço ficou viável com a parceria que a empresa fez com um curso de idiomas. “Assim como eu, outros funcionários e prestadores de serviço, como manobristas, motoristas e recepcionistas estão também se qualificando. Estamos nos preparando para o atendimento aos visitantes nos eventos que deverão ocorrer durante a Copa.” Luziana Lanna ressalta que os cursos específicos de capacitação para o mundial

Cláudio Cunha

Alunos na sala de aula do Number One: cursos especiais para profissionais de hotel, da área de turismo, taxistas, recepcionistas e manobristas

de futebol em sua escola levam em consideração a profissão do aluno e a sua necessidade de comunicação. Um taxista, por exemplo, segundo ela, vai precisar de 20 horas de aula, pois ele precisa saber frases básicas necessárias ao transporte do passageiro. “Já um jornalista, que vai fazer entrevistas, precisará de umas 120 horas, pois o seu vocabulário precisa ser mais extenso. Portanto, os cursos devem ser diferenciados”, explica a empresária.

A escola Number One também preparou cursos especiais para profissionais de hotel, da área de turismo, taxistas, recepcionistas e manobristas. A gerente de pesquisa e desenvolvimento da escola, Christiane Tosi, conta que desenvolveram o Projeto Essential especialmente para a qualificação e profissionais de atendimento que têm interface com estrangeiros. “São criadas situações cotidianas, em que o aluno usará vocabulário e funções


especial educação idiomas Cláudio Cunha

gramaticais comuns à sua atividade”, diz. A Cultura Inglesa implantou o curso Professional English focado na comunicação e atendimento para pessoas que trabalham nas áreas de serviços e comércio, que terão contato direto com o público estrangeiro. “A ênfase será na comunicação oral, que inclui conversação e compreensão do inglês falado, além de informações culturais, comportamento e linguagem corporal”, explica a coordenadora do curso, Litany Pires. Ela assegura que com aulas semanais de duas horas, ao final de seis módulos o aluno estará apto a entender e a se comunicar em situações cotidianas de atendimento ao público e receberá um certificado da Cultura Inglesa. No Greensystem Escola de Idiomas a procura pelo aprendizado de línguas estrangeiras aumentou recentemente e, segundo sua proprietária, a professora de inglês Ana Maria Fulgêncio, “apesar de oferecermos, além do inglês, espanhol, italiano e francês, 90% da demanda tem sido pelo primeiro”. A escola já está com turmas, principalmente para profissionais de cursos superiores, com o ensino de idiomas voltado para a Copa. Segundo ela, são profissionais, como engenheiros, por exemplo, que vão trabalhar nas obras necessárias ao evento. Até o final de 2010 será também criado um portal na internet, em parceria com a University of Oxford, da Inglaterra, em que o interessado poderá fazer o curso de inglês a distância, em módulos, de acordo com a sua necessidade. A língua espanhola também tem seu destaque quando o assunto é Copa do Mundo. O Yázigi Internexus está qualificando profissionais não só em inglês, mas também em espanhol. Os cursos visam a ensinar de maneira fácil as estruturas linguísticas que serão utilizadas no contato intensivo com os turistas como, por exemplo, situações de aeroporto, locomoção, hotel, restaurantes e entretenimento. Durante as aulas, segundo Denise Garcia Diniz, supervisora de vendas da escola, são considerados aspectos da cultura global e local, enaltecendo o caráter internacional da competição e as qualidades de Belo Horizonte e do Brasil. O Instituto Cervantes lançou o programa para profissionais Aprenda Espanhol e, segundo o coordenador acadêmico e professor da escola, Pedro Navarro Serrano, já está ministrando cursos para

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Franchisi

ng

M E T S Y S

Maria Helena Ferreira, guia de turismo: dedicação ao francês e ao espanhol para fazer todo mundo se sentir em casa

L S C H O O

redes de hotéis, empresas de negócios, taxistas e a Associação de Guias de Turismo do Brasil-MG (Agturb-MG). Para os profissionais que não residem em Belo Horizonte, o instituto implantou o programa AVE – Aula Virtual de Espanhol – por meio de ensino a distância. Segundo Pedro Navarro, o Brasil espera receber em torno de 500 mil turistas durante a Copa, o que vai causar impacto direto na atividade turística, gerando milhares de empregos. A guia de turismo Maria Helena Alves Ferreira, preocupada em atender os turistas com segurança e fazê-los sentir-se em casa, está estudando espanhol e francês. “Acho importante falarmos outros idiomas, principalmente neste momento de preparação para a Copa de 2014. Atualmente faço francês na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e espanhol no Instituto Cervantes”. Babi Vasconcelos, diretora do Greenwich Schools, conta que desde o ano passado a escola vem se preparando para a Copa do Mundo e Olimpíadas, identificando as deficiências na comunicação dos profissionais de atendimento em língua estrangeira (espanhol, francês e inglês) e a melhor forma de supri-las. Segundo ela, foram firmadas parcerias com hotéis, sho-

ppings e estabelecimentos comerciais com metodologia adaptada às necessidades dos profissionais de cada área. Em outubro será lançado o curso especial para taxistas. Nicole Rocha Garracio e seu marido, Dimar Petrelli Rocha, optaram pelo francês. Gerente de marketing da Fórmula Academia, ela aproveitou a parceira entre a empresa e a Greenwich Schools, que facilita os valores pagos pelo curso. “Esta parceria já existe há algum tempo, e no caso da Copa saímos na frente, pois quase todos os professores e atendentes da empresa já falam o inglês”, conta Nicole. Ela diz que, apesar de saber inglês e espanhol, decidiu aprender francês para ter um diferencial a mais e de quebra se capacitar melhor para 2014. O italiano também está na pauta. A Fundação Torino está formatando cursos específicos, para que os profissionais de Belo Horizonte estejam preparados para atender os vários turistas, principalmente os de origem italiana. Os programas serão direcionados aos taxistas, motoristas, profissionais de hotéis, bares e restaurantes, além da realização de um curso de bebidas e culinária italiana, voltado para chefs e baristas. Aí, é só deixar a bola rolar.

O I B M A C R E T IN


s/a

especial educação pós-graduação Claudio Cunha

Eliza Peixoto

Sem sair

O diretor-adjunto da PUCMinas Virtual, Marcos André Silveira Kutova: “Nos cursos a distância podem-se conciliar horários de estudo com as atividades de trabalho”

de casa

NINGUÉM ALCANÇA O TOPO POR ACASO. Autokorea. Escolhida para representar o Brasil no “Worldwide Hyundai Meeting” em outubro no Havaí.

Cursos online se tornam boa ferramenta para quem quer se especializar e precisa ganhar tempo A inclusão digital, a facilidade para aquisição de computadores pela população, o surgimento da banda larga e o crescimento da rede social interligou o mundo e transformou profundamente as relações entre as pessoas em diversos campos, principalmente no econômico e na educação. Hoje, virtualmente compra-se de tudo, trocam-se informações, negócios são fechados e ensina-se e aprende-se. No caso da educação, por exemplo, alguém morando em Belo Horizonte pode cursar uma pós-graduação em Alfenas, no sul de Minas Gerais, via internet.

É o caso da psicóloga e professora universitária Anísia Valéria Chaves e Silva, uma entusiasta da EaD (Educação à Distância), que está cursando sua segunda pós-graduação online. A primeira ela terminou em 2007, na PUCMinas Virtual. “Sempre trabalhei com políticas públicas e sociais e quis aprofundar meus conhecimentos em desenvolvimento humano dentro dos parâmetros da ONU”, diz. Ela, então, pesquisou na internet e a instituição mineira oferecia o que ela precisava. Anísia comenta que no início foi difícil se adaptar ao novo sistema, pois estava

acostumada com aulas presenciais. “Mas logo me adaptei. A vantagem do curso virtual é a liberdade para organizarmos da melhor forma a hora e como estudar”. Atualmente, a psicóloga faz pós-graduação em Designer Institucional na Universidade de Alfenas. “A educação à distância veio para ficar, é caminho sem volta”, completa. Os números mostram que Anísia está certa. A tendência é cada vez mais as pessoas procurarem os cursos virtuais. Os programas de MBA e pós-graduação online no Brasil correspondiam, em 2008, a 40% de todos os cursos fei-

Venha descobrir por quê.

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Respeite a sinalização de trânsito


o seu curso virtual será bom. “Os critérios de qualidade são os mesmos. A pessoa deve também pedir uma demonstração da plataforma pedagógica.” Para garantir um bom aproveitamento do curso ele aconselha que o aluno vá além das exigências do curso. “Suar um pouco mais. Quem faz o esforço mínimo, aproveita o mínimo. Terá sucesso quem tiver maturidade, motivação, disciplina para fazer as leituras, participar das discussões e entregar os trabalhos nas datas previstas sem o professor fazer cobranças, comuns nos cursos presenciais”. Sobre a aceitação pelo mercado de trabalho do profissional formado em cursos desse tipo, Marcos André salienta que “a discriminação do ensino a distância é ilegal e tem sido assim tratada pelo próprio MEC”. Além disso, segundo ele, é raro encontrar uma instituição de ensino superior conceituada que não tenha algum tipo curso ou disciplina nesses moldes. “Um eventual desentendimento de parte do mercado de trabalho sobre a educação à distância em pouco tempo deixará de existir. O mercado de trabalho deve estar mais preocupado em selecionar profissionais egressos de boas instituições e de bons programas do que selecioná-los a partir da modalidade de oferta do curso”, diz o diretor da PUC Virtual.

UNIVERSIDADES EM MINAS QUE OFERECEM PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA

Revista Encontro / Setembro - 2010

tos pela internet. Dos 568 novos cursos, 127 são de pós-graduação (22% do total). No fim de 2009, 490 mil pessoas se matricularam em aulas online, segundo dados do último censo EaD, trabalho conjunto entre Fundação Getúlio Vargas Online, Associação Brasileira de Ensino à Distância (Abed) e Secretaria de Educação a Distância (Seed) do Ministério da Educação e Cultura. O diretor-adjunto da PUCMinas Virtual, Marcos André Silveira Kutova, argumenta que uma das vantagens do aprendizado online é o não-compromisso formal de estar periodicamente em uma determinada sala, em uma determinada hora, o que para muitos profissionais é inviável . “Nos cursos à distância pode-se conciliar horários de estudo com as atividades de trabalho e o tempo necessário de dedicação à família e amigos. Mesmo quem viaja com frequência pode acompanhar as aulas a partir de qualquer computador conectado à internet. Além disso, pode-se fazer um curso de pós-graduação ofertado em qualquer outro lugar do pais”. O professor Fredric Litto orienta que o interessado deve analisar se a instituição tem boa reputação e respeito pela comunidade nos cursos presenciais, antes de se matricular em um curso à distância, pois provavelmente

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais (www.ufmg.br) UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto (www.ufop.br)

UFV – Universidade Federal de Viçosa (www.ufv.br) UFU – Universidade Federal de Uberlândia (www.ufu.br) Ufla – Universidade Federal de Lavras (www.ufla.br) Unifei – Universidade Federal de Itajubá (www.unifei.edu.br)

PUC Minas Virtual (www.pucminas.br)

Fumec – Fundação Mineira de Educação e Cultura (www.fumec.br)

Unifenas – Universidade de Alfenas (www.unifenas.br)

Unicor – Universidade Vale do Rio Verde (www.unincor.br)

UNISMG – Centro Universitário do Sul de Minas (www.unis.edu.br)

Uniube – Sociedade Educacional Uberabense (www.uniube.br)

FIQUE ATENTO Observe as orientações do MEC Os cursos de especialização em nível de pósgraduação a distância só poderão ser oferecidos por instituições credenciadas pela União, conforme o disposto no § 1º do art. 80 da Lei 9.394, de 1996; A instituição credenciada deve ser diretamente responsável pelo curso (projeto pedagógico, corpo docente, metodologia etc.). Não existe “terceirização” da sua responsabilidade e competência acadêmica; Os cursos de especialização em nível de pós-graduação independem de autorização, reconhecimento e renovação do reconhecimento, desde que oferecidos por instituições credenciadas;

Universidade Estácio de Sá

Farinha de Linhaça Dourada - 250g

(www.estacio.br)

Rico em proteínas e fibras - Contém Ômegas 3 e 6*

Os cursos a distância deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de monografia de conclusão de curso;

“. A vantagem do curso virtual é a liberdade para organizarmos da melhor forma a hora e como estudar”

Os certificados de conclusão de cursos de especialização em nível de pós-graduação devem ter registro próprio na instituição credenciada que o ofereceu.

*Como todo produto similar.

Óleo de Linhaça - 30 e 60 cápsulas

Os interessados em curso de especialização em nível de pós-graduação devem pesquisar as instituições de ensino superior credenciadas da sua região. Consulte o portal http://emec.mec.gov.br. Para saber mais: http://portal.mec.gov.br http://www2.abed.org.br

Ômega 3 e Ômega 6

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Produto dispensado da obrigatoriedade de registro conforme RDC 27/10.

É obtido por prensagem a frio das sementes do Linum usitatissimum, tendo como constituintes principais os ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 e ômega 6. O Ministério da Saúde adverte: não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna, trate ou cure doenças.

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ESTES PRODUTOS NÃO CONTÊM GLÚTEN. Eugênio Gurgel

A Farinha de Linhaça Dourada Herbarium é um produto integral elaborado a partir de sementes selecionadas de origem canadense. As sementes de Linhaça Dourada passam por um processo especial de trituração que preserva todos os seus nutrientes intactos, como ômega 3 e ômega 6, além de apresentar alto teor de fibras e proteínas.

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A inovação como diferencial competitivo das empresas. Especialistas nacionais e internacionais apresentam os caminhos para a inovação e demonstram que ela está ao alcance da sua empresa. 5 e 6 de outubro de 2010 - 8h30 às 18h30 Durante a 6ª Feira de Inovação Tecnológica - INOVATEC

Expominas - Av. Amazonas, 6030 - Belo Horizonte

Experimente o sabor refinado das carnes exóticas: você pode se surpreender

Carne de coelho grelhada com batatas alemãs e salada, por Afonso Jorge, do Köbes

Max Gehringer (Brasil) Palestra: Liderança e comportamento para inovação

Flaviano Celaschi (Itália) Palestra: Inovação nas pequenas e médias empresas - Ferramentas de design para inovar em produtos e negócios

Naeem Zafar (EUA) Programação oficial da Inovatec Palestra: Da inovação à produção Transformando uma ideia em negócio

Luis Nassif (Brasil) Moderador dos painéis: A inovação ao alcance das empresas / Inovação em modelos de negócios e processos

Alessandro Deserti (Itália)

Inscreva-se:

Participante do painel: A inovação ao alcance das empresas

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INUSITADO

Eugênio Gurgel


Encontro Gastrô

carnes Cláudio Cunha

Simone Dutra

Sabor

exótico Mais leves e suculentas, carnes diferentes são boa opção para quem quer fugir do tradicional

A

experiência de comer carnes diferentes sempre foi sinônimo de requinte. Os nobres europeus foram os responsáveis por difundir para o mundo a prática da caça aliada à alta gastronomia. Um passatempo comum entre os senhores endinheirados era caçar javalis, pavões, perdizes, codornas, pombos e patos selvagens, depois prepará-los e servi-los em banquetes monumentais, hábito que acabou ficando restrito a uma minoria que ainda o mantém nos dias de hoje, muito mais como um hobby. Esta antiga tradição de degustar um tipo diferente de carne vem conquistando mais adeptos agora, gerando novos negócios e movimentando a economia com o comércio de animais selvagens, mas criados em cativeiro e mediante autorização do Ibama. Só no Brasil, o zootecnista Fábio Hosken é responsável por 50 criatórios em oito estados, que comercializam ou se preparam para vender os animais para os abatedouros. "Entre eles: paca, cateto, queixada, cutia, ema e perdiz", afirma. Peças inteiras ou cortes nobres podem ser encontrados em supermercados ou em lojas especializadas na capital mineira. Mas quem não quer se dar ao trabalho de prepará-las tem um bom motivo para sair de casa: pode apreciar alguns sabores exóticos em restaurantes mineiros. Os frequentadores do Quintal Pampulha são adeptos dessa ideia. No cardápio da casa: receitas que levam carne de rã, de javali, de codorna, de queixada. O carro-chefe é o prato de filé de jacaré com angu e taioba. “O público não está muito preparado para receber estes tipos de carne. Mas servimos algumas que têm bastante saída entre nossos clientes”,

afirma o dono do estabelecimento, Nivaldo Miranda Pio. Muitas pessoas que nunca provaram jacaré e outras carnes raras se espantam quando olham o cardápio, “mas quando comem, sentem o sabor da carne e acabam repetindo o pedido”, afirma. O jacaré que chega à mesa do cliente, vem do Mato Grosso, de criadouro que tem autorização do Ibama para comercializar a carne, segundo Nivaldo. “Fico muito mais tranquilo, porque sei que estou preparando um alimento de qualidade e sei a procedência de criação”, revela. No Rima dos Sabores, 70% do cardápio são carnes exóticas. Juliano Caldeira, apreciador da iguaria e dono do restaurante, há um ano decidiu largar o trabalho na indústria farmacêutica e inaugurar o espaço especializado em carnes menos convencionais. “A carne de caça é muito mais saudável, porque tem menos calorias. O paladar é parecido com as tradicionais, de porco, boi, frango e peixe. A carne de búfalo, por exemplo, é muito semelhante à de boi, o jacaré se parece com o frango”, acrescenta Juliano. Sobre a preparação, não tem segredo: “Temos um forno combinado com tecnologia alemã. Ele cozinha no seco e depois no vapor para hidratar, e a carne fica pronta em sete minutos. Se a pessoa for cozinhar a carne em casa tem mariná-la, primeiramente colocando azeite. É um preparo mais cuidadoso, mas é fácil”, revela. O prato que tem mais saída, segundo Juliano, é o Se comer avestruz... não dirija!, porque ele leva cachaça em seu preparo. Na churrascaria Porcão, o avestruz também faz sucesso. Ele é servido com molho de ervas e limão. Segundo o proprietário, Fernando Júnior, a carne é serCláudio Cunha

CARNES DE CAÇA BÚFALO Sabor mais acentuado que o da carne bovina, mas menos gordurosa. Textura: semelhante à carne bovina.

JAVALI A carne de javali apresenta 85% menos calorias, 31% mais proteínas, 15% mais minerais e 5 vezes menos gordura que a carne de boi. E seu índice de colesterol é próximo a zero. Lembra o pernil suíno, só que mais suave. Textura: semelhante ao porco.

CATETO/QUEIXADA Próxima ao do javali, porém mais suave. Textura: semelhante ao porco.

JACARÉ Há hoje no Brasil 31 criadouros de jacaré para fins comerciais. Com o incentivo à prática de criadouros aumenta a possibilidade de conservação da espécie. Entre o peixe e o frango. Textura: mais firme que a do frango.

PACA/CUTIA Entre o porco e o frango, mas muito leve. Textura: semelhante ao porco. Considerada das mais saborosas carnes exóticas.

CAPIVARA Remete ao porco, mas muito acentuado. Textura: muito firme.

AVESTRUZ/EMA Remete à picanha, mas levemente adocicada. Textura: lembra filé mignon. Eugênio Gurgel

O toque especial do prato preparado com o javali uruguaio no Café Viena é o molho de goiaba que equilibra o sabor No Quintal da Pampulha, o filé de jacaré com angu e taioba faz a cabeça dos frequentadores

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O restaurante Köbes oferece carne de coelho grelhado com batatas alemãs e salada

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Encontro Gastrô vida numa chapa na própria mesa dos clientes. “Isso dá ainda mais charme e elegância ao prato”, afirma. No bar Köbes, os cortes de javali, cordeiro e coelho são um chamativo. “Fomos pesquisando os temperos, erramos e acertamos, e hoje, servimos carnes que são verdadeiras delícias”, afirma o dono do estabelecimento, Afonso Jorge. Quem prepara os petiscos exóticos é a mulher dele, Nair Gehrke Alves: “Cada espécie de carne tem uma receita diferente. E todas têm boa saída, mas o carro-chefe é o coelho grelhado com batata alemã e salada”. Com uma das maiores cartas de cerveja do Brasil, reunindo 535 tipos especiais, o Café Viena também se destaca pelas carnes. “Fazemos javali uruguaio que é mais leve que o brasileiro, porque é de raça pura. Ele é servido com molho de goiaba e fica divino”, revela Wellerson Fiúza Paulinelli, dono da casa. Segundo ele, o sabor difere porque os suínos uruguaios se alimentam mais de frutas do que de ração. “O gosto é mais parecido com a carne de porco, inclusive pela cor rosada”. A receita, que ele guarda a sete chaves tem alguns detalhes: o javali é assado no vapor, demora dois dias para assar e não fica esfarinhando como outras carnes. Então é só saborear a sua carne preferida. Eugênio Gurgel

Se comer avestruz..., não dirija! O prato que leva cachaça em sua composição faz o maior sucesso no Rima dos Sabores

carnes Eugênio Gurgel

No Porcão, a carne de avestruz é preparada à vista do cliente e leva um molho especial

Para acentuar ainda mais o gosto dos pratos com carnes exóticas, a especialista em cerveja Paula Lebbos sugere tipos da bebida que combinam perfeitamente com o sabor das iguarias CARNE DE JACARÉ E CERVEJA TIPO ABADIA Receita tradicional tipo abadia, de alta fermentação, cor dourada e brilhante, frutada e levemente condimentada. Por ser encorpada e muito cremosa apresenta um perfeito balanço de força. Possui um delicado aroma de malte e sutil doçura ao final, sendo perfeita para acompanhar refeições leves como o filé de jacaré e suas guarnições. A delicadeza e a doçura da carne, combinadas ás especiarias do caldo, a sutileza da folha da taioba e o frescor do queijo minas em sintonia com as características únicas de uma blond ale, ficaram perfeitas.

CARNE DE AVESTRUZ OU EMA E CERVEJA TIPO PILSEN Carne de avestruz, cachaça e cerveja. Por isso não pude deixar de indicar uma cerveja Pilsen. Para a construção deste prato, o chef usa como ingrediente nossa mineiríssima cachaça, tanto no preparo, como no molho que o acompanha, então não me atrevi a utilizar uma cerveja muito alcoólica e sim uma refrescante, clara de espuma densa e persistente, delicioso aroma cítrico e floral do lúpulo. Cerveja de excelente paladar para acompanhar um prato com estas características, ou seja, uma carne que possui aromas e textura complexas como a do avestruz e um molho alcoólico e defumado.

COELHO GRELHADO E CERVEJA DE ALTA FERMENTAÇÃO Nesta combinação de sabores utilizei a harmonização por semelhança: pratos leves com cervejas leves. Indico uma cerveja de alta fermentação, equilibrada em relação ao amargor, a doçura e o teor alcoólico. Com aroma de especiarias, interage perfeitamente com o delicado perfume das folhas de alecrim utilizados na feitura do prato e é claro, com a maciez e doçura da carne de coelho.

JAVALI, QUEIXADA OU CATETO E CERVEJA TIPO ALE Pratos de sabor forte e mais pesados devem ser harmonizados com cervejas encorpadas e de sabor intenso. Indico uma cerveja ale. Apresenta aromas frutados, especialmente cítricos e uma espuma maravilhosa. A Falke Tripel Monasterium, além de complexa, é uma cerveja alcoólica, ideal para acompanhar carnes de texturas consistentes e sabor marcante como a carne de javali; o álcool corta a gordura da carne e a carbonatação traz frescor ao paladar. Quanto ao molho de goiaba que acompanha o prato, fica perfeito com o aroma e a acidez de damasco da cerveja e intensifica a doçura dos maltes.

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Encontro Gastrô verrines Geraldo Goulart

Simone Dutra

POT-POURRI DE SALADAS VERRINES ❚ Onde encontrar: Santafé R. Pernambuco, , Savassi, Fone: () -

Pequenas

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esculturas

Verrines: conceito da culinária francesa invade restaurantes e bufês da capital mineira

A

gastronomia moderna vem mostrando-se cada vez mais criativa e prática. Uma invenção dos franceses que está fazendo o maior sucesso no Brasil são os verrines: sobremesas, saladas ou canapés servidos em pequenos copos ou taças, de vidro ou cristal. A palavra vem do francês verre, que significa copo. Boa opção para ser servida em eventos, festas e confraternizações, pode ser montada de várias formas, pois o diferencial é que os ingredientes estejam dispostos em camadas, para ficarem bem coloridos. O melhor dos verrines é que os convidados sabem exatamente o que estão degustando, pois como as taças são transparentes mostram os alimentos e sua textura. Além disso, os apreciadores podem comer sem culpa, pois como são pequenos, o valor calórico é proporcional ao seu tamanho. A combinação dos ingredientes vai depender da criatividade e gosto de cada um. Mas não há regras, tudo pode ser colocado nos charmosos copinhos. Segundo o professor de culinária francesa da Faculdade Estácio de Sá, Laurent Prouss, a minimização dos objetos para servir os preparos é muito comum nos dias de hoje, pois possibilita detalhar cores e o cuidado com os alimentos. “Os chefs incrementaram as refeições dando um charme a mais nas apresentações gastronômicas. Ou seja, saímos do padrão de servir em pratos para a verticalização do alimento, tornando a comida mais atrativa não só ao paladar, mas também aos olhos”, afirma. De acordo com o professor, as iguarias podem ser montadas em qualquer tipo de copo, porém, os que dão mais ar de sofisticação são os de cachaça, vodca, champanhe, martíni e vinho. “Se colocar o verrine contra luz o efeito é diferenciado, fica lindo. Dá para ver os ingredientes com muita clareza. Não há como esconder nada. Para pratos frios é perfeito”, destaca. Difícil é resistir a tantas texturas e sabores, e comer apenas um. ❚

SALADINHA DE FOLHAS, RICOTA, FRANGO, TÂMARA, AZEITONA PRETA, MAÇÃ E MOLHO DE IOGURTE ❚ Onde encontrar: Buffet Rullus Rua Turim, , Santa Lúcia ❚ Telefone: () -

ATUM COM ALGAS E GUACAMOLE ❚ Onde encontrar: Atlântico Rua São Paulo, , Lourdes ❚ Telefone: () -

SALADA DE VERÃO ❚ Onde encontrar: Buffet Célia Soutto Mayor Rua Marabá, , Santo Antônio ❚ Telefone: () -

Encontro | 147


ENCONTRO GASTRÔ

bares, botequins e afins

Encontro Gastrô indica:

Divulgação

Sem perder o bonde da história

As casquinhas gratinadas de salmão e bacalhau (R$ 14, foto), elaboradas pelo chef Wellington Maia, da Choperia Exclusivo. Os sócios Luciano Braga e Renata Vale comemoram o primeiro aniversário da casa brindando os clientes com novidades no cardápio e na decoração.

Blima Bracher

Martes em Vinho

bbracher@revistaencontro.com.br

Pedro Motta

Maratona gastronômica Se você curte boa comida e um passeio incrível preparese para o 1º Circuito Gastronômico da Pampulha. Até o dia 30 de novembro, nove restaurantes da região se juntaram no projeto: Anella, Bistrô Verde Essencial Burgueria, Café Paddock, Des Amis Bistrô, Paladino, Parrillero, Quintal e Xapuri. O cliente tem 100% de desconto no prato do acompanhante e ganha um guia com vouchers para todo o circuito. Ao completálo ganha um brinde exclusivo e concorre a uma viagem para Fortaleza com acompanhante. A promoção é válida para almoço e/ou jantar e visa a divulgar a região como polo de gastronomia, cultura, lazer e turismo.

148 |Encontro

Eugênio Gurgel

Alberto Wu

Martes, que em italiano significa terça-feira, é um dia especial para os clientes do L’Osteria Casa Matiazzi, restaurante do chef Massimo Battaglini (foto). Pelo valor de R$ 63 por pessoa, o cliente pode escolher em um cardápio especial quatro opções de entradas, cinco de pratos principais e sobremesas do cardápio fixo da casa. Na terça-feira, o vinho da casa tem consumação liberada, daí o nome das noites: Martes em Vinho.

A casa é bem tradicional: são 17 anos no centro de BH. Mas o Café Kahlúa está de olho no futuro: “Não queremos perder o bonde da história”, brinca o proprietário Ruimar de Oliveira (foto). Entre as novidades está o coffee card, cartão com o qual o cliente tem créditos debitados na hora da compra, evitando filas. Outra novidade são os copos importados da Holanda, que não interferem no gosto e no cheiro dos cafés. Os recipientes são retornáveis e dão direito a desconto em outra compra.

Vero cuoco toscano

Divulgação

Divulgação

Se você gosta de gastronomia já deve ter pensado em fazer um curso de culinária. Mas já imaginou realizar este sonho na Toscana? A Master Exchange firmou parceria com a famosa escola de gastronomia Toscana Saporita, que funciona numa bela casa do século XV. Com saídas regulares em outubro, o curso inclui aulas práticas e passeios culturais gastronômicos na região da Toscana, como o antigo mercado de Viareggio. Ao final do curso os alunos recebem o certificado de Vero Cuoco Toscano ou autêntico cozinheiro toscano, após aprenderem sobre o preparo de massas, risotos, carnes, sorvetes e doces.

Império do sol nascente Para quem gosta da culinária nipônica, mas fica em dúvida na hora de optar entre tantas delícias, o restaurante Yukusue, recém-inaugurado em Lourdes traz rodízios pra lá de bem servidos. Por R$ 35 no almoço e R$ 45 no jantar é possível saborear shimeji na manteiga, ceviche de tilápia ou salmão, guioza, rolinho primavera, salmão grelhado, yakisoba, missoshiro, chicken katsu, tempurá de legumes, temakis e combinado variado de sushis e sashimis. A casa faz parte de uma rede com cinco unidades em São Paulo, comandada pelo sushiman baiano Ita Maia.

Geraldo Goulart

Encontro | 149


eventos

Casamento com estilo A capela do condomínio Retiro das Pedras foi o local escolhido para a celebração do casamento de Renata, filha de Tânia e Renato Salvador, e Daniel, filho de Luciana de Moura Grande e Paschoal Grande Neto. A comemoração foi realizada em grande estilo no Far East. Fotos: Barbara Dutra.

Daniel Grande e Renata Salvador

Maria de Lourdes Tomback, Edgar Tomback Jr, Deborah Tomback e Maria Isabel Sampaio

Maria Tereza de Fátima, Tânia Bichuette, Gladina Procópio, Maria Coeli e Isabel Santos

Norma Salvador e José Salvador

Felipe Salvador Ligório, Maria Norma Salvador Ligório e Afonso Ligório

Renato Salvador e Tânia Salvador

Bob Oliveira e Tânia Campos

APROVEI

Luciana de Moura Grande e Paschoal Grande Neto

T

D I A 1 5E ! ÉO Ú LT I M O DIA!

VIRILHA COMPLETA POR Patrícia Maia, Jacqueline Bcheche e Marina Pardini

José Henrique Salvador, Júlia Dias Salvador e Fernando Soares

Márcia Zanetti, Tânia Salvador, Lídia Freixo e Heloísa Veiga

Renata Veiga e Grazielle Lima

6 X 149,90*

Adolfo Géo Filho e Lílian Géo

10 SESSÕES. A PARTIR DA PRIMEIRA, VOCÊ JÁ VÊ A DIFERENÇA. Dr. Laser. Redução definitiva dos pelos é aqui. Beatriz Menin e Rubens Menin

Célia Pinto Coelho e Alberto Pinto Coelho

Lívia Salvador Géo, Flávio Géo, Márcia Salvador Géo e Laura Salvador Géo Marcelo Patrus e Marisa Patrus

150 |Encontro

Paula Vicintin, Bruno Vicintin, Adriana Vasconcelos, Ricardo Vicintin e Mariza Vicintin

Preço virilha feminina completa.

Ana Cláudia Wanderley e Henrique Salvador

BELO HORIZONTE .: LOURDES 2535-9988 .: VILA DA SERRA 3262-2223 .: BARREIRO 2531-5454 .: PAMPULHA 3498-3242 .: CENTRO 3273-1377 BETIM 2571-6688 :: BRASÍLIA 61 3345-0606 IPATINGA 3822- 3307

www.drlaser.com.br


eventos

Lançamento na Savassi

A Vivo promoveu, em sua loja na Savassi, na noite de 16 de setembro, o coquetel de lançamento do iPhone 4, novo modelo da Apple que começou a ser vendido no primeiro minuto do dia 17 de setembro em todo o Brasil. No evento, que contou com a presença de diretores regionais da operadora, o aparelho foi mostrado em primeira mão e dois deles sorteados entre os convidados. Fotos: Barbara Dutra.

Eurico Rodrigues, Wagner Espanha, Carlos Cipriano e Fernando Campos

André Nascimento e Henrique Zech Coelho

Eurico Rodrigues, Felipe Barreto, Christiano Carneiro e Carlos Cipriano

Rodrigo Carneiro, Carlos Cipriano, Wagner Espanha e Carlos Rubens Doné

Marcelo Gosende, Viviane Seabra e Luís Carlos Peixoto

63503

74504

Luíz Fernando Rocha e Elaine Resende

Cristiane Marques, Adriano Silva, Cristiane Carvalho e Fernanda Xavier

SAVASSI • BH SHOPPING • PÁTIO SAVASSI • DIAMOND MALL SHOPPING CIDADE • SHOPPING DEL REY • MINAS SHOPPING BOULEVARD SHOPPING e mais 42 lojas no Brasil. Carolina Bernardes e Andréia Alves

152 |Encontro

Paula Fernandes e Márcio Bianchi

www.sergios.com.br


Deucicléia Horta, Patrícia Satler e Liliane Cruz

Cristiane Monteiro, Adriana Diniz e Fernanda Monteiro

154 |Encontro

Ana Lúcia Cabral e Carla Fontoura

4/dezembro

Informações: inhotim.org.br

Angelo Coelho e Cristina Morethson

Em CENA

Cássia Hornes, Maíra Martins, Vânia Braga, Norah Turchetti e Priscila Figueiredo

INHOTIM

Regina Scheinkman, Márcia Gaioti e Luiz Antônio Nascimento

Quinteto de Metais da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais 15h, no Teatro

Jordano Bessa, César Menotti e Theonília Menotti

2 /outubro

Mariana Haddad, Evaldo Rios e Marcela Haddad

Mais de 15 mil pessoas já assistiram

Afonso Pereira, Gustavo Afonso Monteiro, Cristiane Monteiro, Sandra Monteiro, Fernanda Monteiro e Afonso Júnior

Para onde quer que você olhe, sempre um novo espetáculo

A antiga Afonso Móveis reuniu cerca de 300 convidados, entre eles decoradores e arquitetos, no coquetel de inauguração da nova loja Afonso Interiores, localizada no bairro Funcionários. Fotos: Barbara Dutra.

Quinteto de Cordas com PianoPatrocínio: da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais 15h, no Teatro

Realização:

Coquetel de Inauguração

Patrocínio:

eventos


eventos

eventos

Inauguração de novo centro de estética

Médico recebe título de cidadão honorário

Entre convidados e clientes, Sheila Santos e Juliana Silva, diretoras do salão Depilly comemoraram a inauguração do espaço, que traz para a clientela atividades como pilates, plataforma vibratória, cavitação e depilação a laser. No evento, as anfitriãs foram prestigiadas pelas parceiras Delma Viana e Miria Lage. Fotos: Eugênio Gurgel.

O diretor da Oncomed-BH e do Instituto da Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), Roberto Fonseca, recebeu o título de Cidadão Honorário em solenidade realizada na Câmara Municipal de Belo Horizonte, uma homenagem dos vereadores Luzia Ferreira e Alexandre Gomes. Fotos: Barbara Dutra.

Sheila Santos, Selma Santos, Valquiria Santos e Juliana Silva

Ana Paula Duarte, Aline Verteiro, Victor Augusto Lage, Ana Luiza Oliveira e Karina Araújo

Roberto Porto, Luzia Ferreira e Alexandre Gomes

Sheila Santos, Miria Lage, Delma Viana e Juliana Silva

Mais estilo em cada xícara de café Objeto de desejo, as máquinas de café espresso valorizam os ambientes com seu desing moderno e sua funcionalidade. Em casa ou no escritório, são o novo hit entre os decoradores e os apreciadores de uma perfeita xícara de café.

Juliana Solha e Moisés Souza

Sheila Santos, Adriana Panarello e Juliana Silva

Paulo Pimenta, Marylurdes Reis e Carlos Henrique Diniz

Amélio Maia, Itamar Cesarine, Helton Freitas e Orestes Miraglia

Roseana Ferreira, João Henrique Penna Reis e Fernanda Ferreira

(31) 2555 7969 | www.casanicolau.com.br Assistência Técnica em MG

Maria Celeste Guimarães e José Viana


eventos

Nova concessionária japonesa na capital O grupo empresarial Águia Branca, do Espírito Santo, comemorou a inauguração da concessionária Osaka, revendedora da Toyota em Belo Horizonte. A marca substitui a antiga Kawai, adquirida pela empresa em maio deste ano. Fotos: Barbara Dutra.

José Geraldo da Cunha, Riguel Chieppe, Luis Wagner Chieppe e Julio Salazar

Claudio Kroeff Chieppe, Fernando Nogueira,Nanci Marchese e Marcio Santos

Camila Veloso, Eliane Cedrolla, Luiz Wagner Chieppe e Simone Cid

Alexandre Alves Pinto, Anna Carolina Corrêa e Danielle Corrêa

CRC/MG 6342

Adriano Sampaio, Mírian Dayrell e Fábia Quaresma


eventos

Festival gastronômico encanta os mineiros

Cláudia Deluca e Vandré Ribeiro

Bruno Barbosa, Gabriela Barbosa, Belisa Guedes e Bruno Braga

O XIII Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes atraiu visitantes de diversos lugares e muita gente bonita em vários espetáculos e atrações. O tema escolhido para este ano foi inédito: "as mulheres", e reuniu as mais conceituadas chefs do Brasil e do mundo. Fotos: Cláudio Cunha. A atriz Beth Goulart, Vanilce Barbosa, a chef Bel Coelho e Gabriela Barbosa Fernanda Mangueira, Aline Mangueira e Tércio Pascoal

Márcio Alves, Valéria Saliba e Michel Saliba Pedro Geraldes e Laurence Rezende

Paulo Pagliaroni e Ana Carolina

Alessandra Alkimim e Daniele Novaes

Beto Ribeiro, Flávia Novaes, Eliana Salge e Antônio Salge

Daiane Stefany e Luís Gustavo

Bruna Signoretti e Adriano Jardim

Lea Geraldes e Westermann Geraldes

Nuno Antunes, Marcela Antunes, Adélia Tambasco e Danilo Tambasco

Christiane Malard, Daniel Malard, Letícia Cardoso e Eduardo de Camargos

Beatrice Padovese, Marion Fasquel e Ricardo Padovese Luciana Chiari Poni e Alexandre Poni

160 |Encontro

Felipe Geraldes e Marcela Malzone


eventos

Encontro com elas Com o intuito de homenagear as mulheres de destaque no cenário mineiro, a Encontro realizou a terceira edição do Encontro com Elas, em sua sede no bairro Sion. Mais uma vez foram recebidas convidadas dos diversos setores da sociedade mineira. Fotos: Barbara Dutra.

Pollyanne Lessa, Maria Tereza de Fátima e Adriana Vasconcelos

Juliana Couto Martins, Érika Wadge e Laila Soares

Lílian Mesquita, Flávia Nunes e Hélida Mendonça

Thilde Rocha e Eliane Cedrolla

Michella Marchi e Eliane Carvalho

Rosália Nazareth e Edna Thibau

Fernanda Nogueira e Raquel Azevedo


eventos Ana Cláudia Esteves

Solenidade de posse Em cerimônia realizada no Ouro Minas Palace Hotel, o sistema Fecomércio Minas, Sesc e Senac empossou sua diretoria liderada pelo empresário Lázaro Luiz Gonzaga. A solenidade contou com a presença dos presidentes de federações do comércio de diversos estados, ministros, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, além de convidados de entidades de classe. Fotos: Barbara Dutra.

O ESPAÇO IDEAL TAMBÉM PARA EVENTOS CORPORATIVOS

margaret marinho | mondodesign | andré shirm. inês rabelo

Lázaro Luíz Gonzaga e Emerson Belotti

a: cad ara s u Pat gar p lu uer um em q em, qu er b te com ambien l e num adáve agr em o. b tad n e qu fre

Nadim Donato e Lincoln Pereira Nascimento

Leonardo Hamilton, Maria Luiza Maia Oliveira, Rogério Oliveira e Daniela Salvo

Eduardo Azeredo, Tilden Santiago e Jairo Isaac

Thelma Lauar, Antônio Eustáquio Barbosa, Paloma Diniz e Ana Luiza Lauar

Sérgio Rocha, Bruno Falci e Júlio Ferreira

Av. Bernardo Monteiro, 1548 Funcionários BH Reservas 31-32139296 | Serviço de manobrista www.patuscada.com.br

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Locação de mobiliário para profissionais de eventos. Decoração: Verde que te quero Verde • Fotógrafa: Márcia Charnizon


eventos

Festa na paróquia A festa da paróquia de Santo Inácio de Loyola foi realizada este ano em três dias consecutivos, com diversas atividades, como a Gincana Pastoral feita em prol da Fazenda Renascer, e as pastorais da juventude, crisma, encontro de noivos, dentre outras. Fotos: Barbara Dutra. Bete Pinheiro, Jairo Tanure e Flávia Pinheiro

Padre Fernando Lopes, Sophia Ullman, Olga Ulman e Rafael Guimarães

Nelson Santos e Mateus Moura

Luciana Diniz, Rosana Diniz, Padre Fernando Lopes e Laís Diniz

Gustavo Drummond e Ana Luíza Diniz Fausto Galvani, Cecília Galvani e Luciano Pereira

André Castro e Janaína Castro

ArrAiAl Eco rEsort

Arraial D´Ajuda (BA) Apto standard | café da manhã + jantar A partir de R$ 3.005, à vista

1km PRAIA

ou R$ 755, + 9x R$

Arthur Santos, Gilmar Dias e Eliane Pimentel Camila Tocafundo, Sarah Fonseca e Jade Silva

ibErostAr PrAiA do FortE

Carolina Lacerda e Lílian Mendonça

Praia do Forte (BA) Apto superior | all Inclusive A partir de R$ 3.815, à vista ou R$ 953, + 9x R$ RESORTS ::7 noites ::Passagem aérea ida e volta ::Hospedagem + Alimentação ::Translado de chegada e saída ::Seguro + Bolsa de Viagem

Frederico Guimarães, Simone Lima, Paulo Guimarães e Andréia Lima

Babi Vasconcelos e Fernando Vasconcelos Alice Santiago e Júlia Santiago

168 |Encontro

250,

318,

PAllAdiUm imbAssAí

Imbassai (BA) Apartamento Superior | All Inclusive A partir de R$ 3.409,00 ou R$ 853,00 + 9x R$

284,

ibErostAr bAhiA

Praia do Forte (BA) Apto superior | all inclusive A partir de R$ 3.245, à vista ou R$ 815, + 9x R$

270,

bEAch PArK sUítEs

Aquiraz ( CE ) Suíte Junior | all Inclusive A partir de R$ 3.375, à vista ou R$ 846, + 9x R$

281,

VilA GAlé cUmbUco

VilA GAlé mArés

ou R$ 959, + 9x R$ 319,

ou R$ 1.002, + 9x R$

Cumbuco ( CE ) Apto standard | all inclusive A partir de R$ 3.830, à vista

tiVoli PrAiA do FortE

Praia do Forte (BA) Apto standard | café da manhã + jantar A partir de R$ 4.348, à vista ou R$ 1.090, + 9x R$

362,

Cecília Gonzalez e Marcelo Gonzalez PRAIA 1km

compre com seu agente de viagens e consulte também outros destinos. Prezados clientes, os preços são por pessoa em apto duplo e estão sujeitos a reajuste sem prévio aviso. Incluem passagens aéreas Confins/ destino / Confins, tipo de apto e regime de alimentação informados. Não incluem taxas de embarque e serviços. Financiamos com cartões de crédito e cheques. Confirmação de reservas sujeita à disponibilidade de lugares em voos e hotéis. Consulte datas de saídas. Material liberado para publicação em 21/09/2010.

Guarajuba (BA) Apto standard | all Inclusive A partir de R$ 3.981, à vista

331,


eventos

w w w. b a n co b m g. co m . b r

Novo endereço

Existe banco de última geração e existe banco de muitas gerações.

Em um coquetel comandado pela chef Paula Cardoso foi inaugurado no bairro de Lourdes o Restaurante Sementes. Com cozinha contemporânea, a casa, que antes era no Funcionários, oferece aos seus clientes pratos da alta gastronomia. Fotos: Leo Araujo.

Bom mesmo é quando as duas coisas estão juntas em um só banco.

Paula Cardoso

Barbara Rohlfs e Henrique Gilberto

Paulo Renato Andrade Silva e Laudicea Cardoso Andrade Silva

Leticia Cardoso e Fernanda Cardoso

Ana Violeta Guimarães e Eduardo Campos

Rian Valle e Luciana Matoso

O BMG está fazendo 80 anos. Nesse tempo, adquiriu experiência naquilo que precisa ser mais experiente: entender o que as pessoas querem e precisam de um banco. Não é à toa que o Banco BMG foi pioneiro e hoje é líder em empréstimo consignado no País. Porque soube unir tecnologia e transparência. Porque juntou inovação com atenção, para ser o seu banco e o de muita gente. Não é ótimo quando um banco consegue fazer isso por tanto tempo?

Orgulho de ser o seu banco.


eventos

Lançamento de livro

A Ovelha Negra mais famosa do mundo.

O escritor Luiz Felipe Bruzzi Curi lançou sua segunda obra denominada Onze, na Livraria Usina das Letras no Palácio das Artes. O livro traz uma coletânea de contos escritos pelo autor nos últimos cinco anos. Fotos: Barbara Dutra. Maria Aparecida Bruzzi, Luíz Felipe Bruzzi Curi, Thereza Christina Bruzzi Curi e Ney Bruzzi

Isabela Bruzzi Berquó, Glauco Berquó e Paula Berquó

Virgínia Nicolau, Bruno Santos e Thiago Carvalho

S ÉMILION T

Thiago Curi, Marcelo Mourão, Daniella Bruzzi Curi e Matheus Curi

Thaís Valle, Cristina Valle e Letícia Valle

Daniel Rennó, Izabela Santos e Beatriz Judice

Terroir´s explorados por Jean Luc Thunevin Belo Horizonte - Av. Senhora do Carmo, 1.650 Sion Tel.: 31 3286 7077 São Paulo - Alameda Franca, 1.225 Jardim Paulista Tel.: 11 3061 3003 Vitória - Aleixo Neto, 1.204 Praia do Canto Tel.: 27 3225 3260

www.casadoportovinhos.com.br


eventos

Novidade no interior No último dia 10 de setembro foi inaugurado na cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo o Centro de Formação Profissional JosÊ Fernando Coura, uma homenagem do prefeito Raimundo Nonato Barcelos ao presidente do Sindiextra e vice-presidente da Fiemg. Fotos: Sebastião Jacinto Júnior.

Carlos Henrique Frauches, Cristiano Parreiras, Fernando Coura, Fernando Frauches e Nicolau Pittella

JĂşlio Yamacita, Nozinho e Marcelo Fenelon

Rafael Coura, Fernanda Coura, Fernando Coura, Lucy Coura e Luciana Coura

JosĂŠ Luiz Aguiar, Olavo Machado Jr. e Luciano AraĂşjo

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JosĂŠ Maria RepolĂŞs e Ana Maria

JWFSTĹĽSJP O B P F S P $PNFN BOFJSB N B N V F P E IB ;PP JO E EF TFV Ć?MI O F [ B ' FM -FWF B ĹąW D F V R T F JO JBOĹŤBEB S D B S B S H QBSB BMF

SJ[BEP QFMP UP V B JP S Uš $SJB *#"."

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174 |Encontro

nis Clube com do no Minas Te Evento realiza

Zoo a Fazendinha

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eventos

Noite de literatura Entre amigos e familiares a escritora Carminha Ximenes, esposa do empresário Silvio Ximenes, lançou no Palácio das Artes o seu primeiro livro de poesias intitulado Poemas de Carmen, pela editora Vega. São 38 poemas que falam de amor, amizade, alegria e beleza, temperados por sensibilidade e humor. Na ocasião o casal brindou também suas Bodas de Diamante. Fotos Leo Araújo. Silvio Ximenes e Carmem Ximenes

Heloiza Faria, José Eustáquio Oliveira e Ana Luiza Faria

Marcella D'alessandro, Marcos Paulo Ximenes e Mariângela Ximenes

Silvio Ximenes Neto, Marcos Ximenes e Victória Ximenes

Isabela Ximenes, Alfeu Queiroga, Cássia Ximenes e Barbara Ximenes

Augusto Guerra, Maria do Carmo Guerra, Jarbas Teixeira e Hilda Resende Teixeira

Marco Gontijo, Regina Porto Gontijo, Terezinha Gontijo Boaventura e Antônio Boaventura

Paula Reis, Claudia Novais, Regina Reis e Sandra Pires

176 |Encontro

Mônica Ximenes, Marco Antônio Rezende Teixeira, Luana Ximenes e Flavio Gomes


artigo Se ainda não inventaram carros dobráveis para guardar na bolsa, é preciso achar um jeito de fazer os carros pequenos serem os mais desejados. A cada dia modelos enormes e ameaçadores, que deveriam andar nas pistas de ônibus, ganham as ruas, ocupando espaço que já não existe aarticulista@revistaencontro.com.br Cris Guerra

Carrinhos É urgente: alguém precisa inventar o carro dobrável. Para aqueles momentos em que você não acha lugar pra estacionar. Ou seja: todos. Ter um carro é ótimo, mas uma ou várias vezes por dia ele deixa de ser um carro para ser uma batata quente. Fazemos tanto esforço para comprar um, até que, lá pelas duas da tarde, nosso maior sonho é não tê-lo. Pelo menos para poder finalmente caminhar em direção àquela reunião, depois de vinte minutos rodando em volta do quarteirão na esperança de encontrar uma vaga. Se ainda não inventaram carros dobráveis para guardar na bolsa, é preciso achar um jeito de fazer os carros pequenos serem os mais desejados. A cada dia modelos enormes e ameaçadores, que deveriam ser obrigados a andar nas pistas de ônibus, ganham as ruas, ocupando em dobro um espaço que já não existe. Como os donos dos lotes enormes nos condomínios conseguem a proeza de não precisar dar bom dia ao vizinho, no trânsito os donos de grandes carros conseguem ficar um patamar acima dos seus companheiros de fila. Literalmente. Já no supermercado isso não é possível. Estão todos na mesma pista, com o mesmo modelo de carrinho – e é muito provável que o seu precise urgentemente de alinhamento e balanceamento. Supermercado é outro assunto que ainda não evoluiu a ponto de fazer jus ao nosso século. Ninguém até hoje conseguiu alterar o aspecto absolutamente imbecil dessa tarefa. Mesmo com carrinhos amplos. Mesmo com a fila para dez itens. Mesmo com estacionamento grátis. Mesmo com o revolucionário código de barras, que já completa 40 anos de existência. Para o carro no estacionamento. Pega o carrinho e entra no supermercado. Pega o produto e coloca dentro do carrinho, pega o produto e coloca dentro do carrinho, pega o produto e coloca dentro do carrinho, pega o produto e coloca dentro do carrinho, pega o produto e coloca dentro do carrinho. Espera na fila do caixa, pega o produto de novo e passa pela esteira. Pega o produto na esteira e coloca na sacolinha, sente culpa porque mais uma vez esqueceu

em casa a sacola ecológica, enfia a sacolinha no carrinho, desce com o carrinho para o estacionamento, abre o porta-malas. Pausa para um dilema: se você fez todo o esforço para colocar as coisas mais pesadas na parte de baixo do carrinho, como é que você vai transferir essa mesma lógica para o porta-malas agora? Muitos palavrões depois, você finalmente conseguiu. Mas ainda precisa ir pra casa: para o carro na garagem, tira cada sacola do porta-malas, coloca no elevador em várias viagens (porque na vida você tem que ter uma das duas coisas: marido ou elevador). Para o elevador, tira cada sacola e coloca dentro de casa, tira da sacola e coloca cada coisa em seu lugar, guarda os saquinhos (ou a sacola ecológica, se você for mais evoluído que eu), sente culpa de novo no caso de ainda usar os saquinhos. Ufa. Sucesso. Mas não fique muito animado, porque dentro de 15 ou 30 dias tem mais. Já ouvi falar de uma senhora que “roubava” carrinhos no supermercado. Sofria de tamanha preguiça de enfrentar a primeira etapa da tarefa, que ia sorrateira dar uma volta pelos corredores e, ao ver um carrinho farto, esperava seu dono se distrair e corria com ele para o caixa, acreditando haver ali o sortimento de que precisava. Só não sei como ela fazia para se livrar das outras etapas. Um dia, incomodada com essa tarefa inglória, tentei o supermercado delivery. Procurei na internet, acessei, vi a lista, fiz a encomenda por telefone e, orgulhosa e certa de ter encontrado a paz, me sentei para esperar. Mas, antes que a campainha tocasse, recebi o telefonema da operadora de telemarketing: “Senhora Cristiana, eu tô ligando pra fazer a confirma.” “O quê?”, indaguei. “Pra fazer a confirma do pedido.” E continuou: “O arroz Prato Fino embalagem dois quilos nós não temos, temos apenas a embalagem de um quilo.” “Então manda duas de um quilo”, respondi, entediada. “E os ovos brancos resinados, estamos em falta, só temos ovos brancos simples.”“Mas eu não pedi isso. O que são ovos resinados?” E ela me respondeu, muito educada: “Isso eu não sei informar não, senhora.” * Cris Guerra é publicitária e escritora

178 |Encontro

O Mercantil do Brasil acaba de abrir em várias cidades agências novinhas, exclusivas para beneficiários do INSS.

Presidente Prudente | Bauru | Diadema | Taubaté São Bernardo do Campo | Perto e próximo. A gente tem o Mercantil do Brasil que você precisa.


www.spicybh.com.br

A

culinária mineira acaba de ganhar mais um tempero irresistível: a Spicy.

A S p i c y c h e g a a B e l o H o r i z o n t e t r a z e n d o ó t i m a s n ova s p a r a vo c ê , s u a c a s a e s u a c o z i n h a . Te n d ê n c i a s, d e s i g n , c o r e s e s e n s a ç õ e s. O s m e l h o r e s p r o d u t o s e o s m e l h o r e s

s e r v i ç o s e s t ã o a q u i . S p i c y. E s s a é a r e c e i t a p a r a d e i x a r s u a c a s a c o m a s u a c a r a . 180 |Encontro

Spicy - BH Shopping • BR-356, 3.049 • Loja LUC 47/48 • Piso Mariana • Tel. da loja: (31) 3228 4093.


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