diploides. Este fato favorece a aplicação de várias técnicas de genética clássica, através do estudo de mutantes, que trazem grande avanço na análise funcional dos genes. A identificação dos genes mutados permite inferir seu papel no fenótipo apresentado, levando à identificação de sistemas ou vias completas. O crescimento bacteriano em laboratório permite a separação de organismos geneticamente idênticos, através do crescimento em placas contendo meio de cultura sólido. As bactérias se multiplicam, formando colônias a partir de um único indivíduo após muitas divisões sucessivas, e podem ser facilmente isoladas para estudo. Milhares de colônias podem ser avaliadas simultaneamente na busca por algum fenótipo específico, simplificando o trabalho. A possibilidade de seleção de um fenótipo específico é de extrema importância, pois permite identificar um indivíduo entre a população de bilhões de células. Isto é valioso para o isolamento de mutações muito raras. O genoma bacteriano também é passível de modificações induzidas por manipulação genética, e as ferramentas disponíveis atualmente permitem realizar virtualmente qualquer alteração de interesse. Os processos de transferência genética horizontal, como transformação, transdução e conjugação, permitem a introdução de material genético exógeno nas bactérias. Estes processos serão abordados em detalhes mais adiante neste livro.
O genoma bacteriano O genoma bacteriano compreende um ou mais cromossomos, que podem conter outros DNAs integrados, como bacteriófagos, ilhas genômicas e elementos transponíveis, e pode também compreender um ou mais DNAs de replicação independente, os plasmídeos (Figura 1.1). O conjunto de todos estes elementos constitui o genoma daquela linhagem bacteriana, e deve-se ter em mente que é um conjunto dinâmico, sujeito a inúmeras alterações. O genoma da E. coli K12 é diferente do da E. coli O157:H7, mesmo sendo linhagens da mesma espécie: 1915 genes estão
Figura 1.1. Elementos do genoma bacteriano. Estão indicados alguns dos diferentes elementos que compõem o genoma bacteriano. Os plasmídeos e o(s) cromossomo(s) são unidades replicativas autônomas. Integrados em qualquer uma destas unidades podem ser encontrados elementos de inserção, bacteriófagos (profagos), ilhas genômicas, entre outros.
Estrutura do Genoma Bacteriano
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