Muros de Arrimo

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Muros de Arrimo

IX

conteúdo 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 1

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6

Estado de equilíbrio plástico em solos................................................................ 1 Empuxos de terra em muros de contenção ­— Rankine...................................... 4 Empuxos de terra em muros de contenção — Coulomb.................................... 8 Empuxos de terra em repouso em muros de contenção.................................. 17 Efeito da compactação sobre muros de contenção — Terry S. Ingold............. 20 Empuxos devidos a cargas especiais................................................................. 25

2 muros de arrimo..................................................................................... 41

2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6

Muros de arrimo por gravidade........................................................................ 41 Muros de arrimo de flexão................................................................................ 43 Muro de arrimo com contrafortes..................................................................... 44 Cortinas de arrimo............................................................................................. 45 Muros de arrimo atirantados............................................................................. 46 Outros tipos de muros....................................................................................... 47

3 estabilidade dos muros........................................................................ 49

3.1 Deslizamento (escorregamento)........................................................................ 49 3.2 Tombamento...................................................................................................... 50 3.3 Tensões no solo na base do muro de arrimo.................................................... 50

4 projeto de muros de arrimo.............................................................. 53

4.1 Projeto de muro de arrimo de gravidade.......................................................... 53 4.2 Projeto de muro de arrimo de flexão................................................................ 68 4.3 Projeto de muro de arrimo com contraforte..................................................... 88

5 ANEXOS....................................................................................................... 105

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5.1 5.2 5.3 5.4 5.5

Tabelas de armadura mínima de retração....................................................... 105 Cisalhamento em lajes..................................................................................... 111 Lajes-dimensionamento................................................................................... 111 Dimensionamento de vigas à flexão................................................................ 116 Dimensionamento de vigas ao cisalhamento.................................................. 134

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1

1 — Introdução

1 — Introdução 1.1 – Estado de equilíbrio plástico em solos O equilíbrio plástico que age em um elemento do solo é mostrado na Figura 1.

a

a

a

b e

d1

z

b

b

sh

sh sv

Figura 1

Na Figura 1, AB representa a superfície horizontal de uma massa semi-infinita de areia sem coesão e de peso específico g e E representa um elemetno de areia de altura z e com área unitária. A tensão normal na base na altura z vale sv = gz e é uma tensão principal. As tensões sh perpendiculares a sv são também principais e existe uma relação entre sv e sh dada por K=

σh σv

O valor K, de acordo com os ensaios de compressão triaxial, pode assumir qualquer valor entre os limites Ka e Kp, sendo:

⎛ φ⎞ Ka = tg 2 ⎜ 45° − ⎟ 2⎠ ⎝

e

⎛ φ⎞ Kp = tg 2 ⎜ 45° + ⎟ 2⎠ ⎝

onde f = ângulo de atrito interno da areia. Quando uma massa de solo é depositada por um processo natural ou artificial, o valor K tem um valor Ko intermediário entre Ka e Kp, onde Ko é uma constante empírica denominada de coeficiente de empuxo de terras em repouso. Seu valor depende do grau de compacidade da areia e do processo, pelo qual o depósito foi feito.

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4

Muros de Arrimo

1.2 – empuxos de terra em muros de contenção — Rankine Quando construímos um muro de arrimo e depois vamos depositar o aterro, enquanto o aterro está sendo colocado, o muro sofre algum deslocamento sob o empuxo. Se a posição do muro é fixa, o empuxo de terras conservará um valor próximo ao do empuxo das terras em repouso. Porém, logo que o muro começa a transladar, o solo se deforma com a massa de solo adjacente, do estado de repouso para o estado ativo de equilíbrio plástico. Deste modo, se um muro de arrimo pode suportar o empuxo ativo das terras, ele não rompe. Embora a face interna dos muros de arrimo seja áspera, Rankine supôs que fossem lisas na elaboração de sua hipótese.

b b

e H

b

F

f = (ângulo de atrito do solo) g = (peso específico do solo) e = (empuxo do solo) a

Figura 5

Ka = cos β ⋅

Kp = cos β ⋅

cos β − cos2 β − cos2 φ cos β + cos2 β − cos2 φ cos β + cos2 β − cos2 φ cos β − cos2 β − cos2 φ

p A = Ka ⋅ γ ⋅ H − 2 ⋅C ⋅ KA pp = Kp ⋅ γ ⋅ H + 2 ⋅C ⋅ KP zc =

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(ativo) (passivo)

2C

γ KA

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2 — Muros de Arrimo

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2 — muros de arrimo 2.1 – Muros de arrimo por gravidade a) Construção de alvenaria de pedra ou concreto ciclópico •

Pré-dimensionamento

(30 cm ou 8% a 15% H)

(1:10 a 1:15) H

(0,5 d a d) (12% a 15%) H

D (40% a 70%) H

(O.K.)

Figura 38

Tipos em alvenaria e concreto ciclópico

Figura 39

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2 — Muros de Arrimo

2.6 – outros tipos de muros a) Muro de arrimo fogueira

Pré-moldados de concreto armado e terra (crib-wall)

H

30

Mín. 5 > – 80

(0,5

a1

)H

Figura 46

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3 — Estabilidade dos Muros

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3 — estabilidade dos muros 3.1 – Deslizamento (escorregamento)

b

d

a es ev

1 ea = — γ H92 · Ka 2

Ps

b

ev

H

eh

ec

b

Hp ep

H9

1

c 0 b

2

b/2

b/2

Figura 48

solo: ! ,c, " C # = 0,5c a 0,67c f = 0,67tg a tg! 1 $ " $ Hp2 $ Kp 2 1 Ea = $ " $ H 2 $ Ka 2

Ep =

(empuxo passivo) (empuxo ativo)

Ev = Ea · sen b Eh = Ea · cos b Pc = peso do muro de concreto Ps = peso do solo em (abcd)

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3 — Estabilidade dos Muros

es

Ps

ev Pc

ec

ev eh h9/3

1

0

b/2

b/2

2

b

s1

s2

Figura 49

!=

!1 =

V Mo ± S w

V Mo Pc + Ps + Ev Mo + = + 2 S w b "1 b 6

!1 =

Pc + Ps + Ev 6 Mo + 2 b b

onde: Mo = ! Ps "(es ! 0,5 "b) + Pc "(0,5 " b ! ec) + Ev(0,5 · b ! ev) + Eh "

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H# 3

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4 — Projeto de Muros de Arrimo

4 — projeto de muros de arrimo 4.1 – Projeto de muro de arrimo de gravidade

10º 45

170 30

12

4

252

670

700 Ev 12

120

Eh

Ea 10º

3

233,33

4248 45 5 155 15

90

305

Figura 51

a) Pré-dimensionamento Base: ⎧⎪40% = 0,4 × 670 = 268 cm (40% a 70%H ) = ⎨70% = 0,7 × 670 = 469 cm ⎩⎪adotaremos = 305 cm

Topo: ⎧⎪30 cm (30 cm ou 8%H ) = ⎨8%H = 0,08 × 670 = 53,6 cm ⎪⎩adotaremos = 45 cm

Lado da base: ⎧⎪12%H = 0,12 × 670 = 80,4 cm (12% a 15%H ) = ⎨14%H = 0,15 × 670 = 100,5 cm ⎪⎩adotaremos = 90 cm

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4 — Projeto de Muros de Arrimo

q=

p=

Ka g

gH

H

20

Laje de fundação cortina

H

0% %)

(3

a9

H (6% (40

%

20

(6%

a

60

%

)H

20

contraforte

a9

%)

a7

H

0%

)H

Figura 79

Seja o muro de arrimo com contraforte abaixo para H = 7 m, calcular as dimensões do muro e sua armação. a) Pré-dimensionamento 8 × 600 = 48 cm → adotaremos 40 cm 100 70 70%H = × 700 = 490 cm 100 50 × 600 = 300 cm 50%H = 100 8%H =

b) Solo

φ = 30° → Ka = 0,333 γ = 1,8 kN/m 3

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σ s = 2 kgf/cm 2 = 2 × 10−2 kN/m 2

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5 — Anexos

105

5 — anexos 5.1 – tabelas de armadura mínima de retração Para a correta utilização das Tabelas a seguir, observe os exemplos mostrados para cada uma das tabelas: fck = 15 MPa; fck = 20 MPa; fck = 25 MPa e fck = 30 MPa.

fck = 15 MPa bef = 100 cm para s ≤ 15f bef =

100 espaçamento pri =

fck = 15 MPa

hef = 3 + 8f p/s > 15f

wk1 (abertura de fissura em mm)

As bef · hef

wk1 (abertura de fissura em mm)

fctm = 1,8246 MPa ss =

fctm pri

fck = 20 MPa bef = 100 cm para s ≤ 15f bef =

100 espaçamento pri =

fck = 20 MPa

p/s > 15f

As bef · hef fctm = 2,2104 MPa

ss =

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hef = 3 + 8f

fctm

wk1 (abertura de fissura em mm) wk1 (abertura de fissura em mm)

pri

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5 — Anexos

• Cálculo da armadura de suspensão da viga apoiada sobre viga

Viga 1

Viga 2

As cargas da viga 2 chegam à região inferior de V1, sendo necessário suspender a carga.

Região para alojamento da armadura de suspensão: h1/2

h1/2

Viga 1

Viga 1

h1

Viga 2

h2 b1

b1

Viga 2 Planta

Seção transversal

Na planta, no caso da viga em balanço, temos: Viga 1

h1/2

Viga 2

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