A Linguagem de Bion

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A linguagem de Bion

artística). Indisciplina quanto à Disciplina Artística e Cientifica confunde liberdade com libertinagem. Tudo isto se baseia nos graus de subserviência ao Principio do Desprazer/Desprazer e no grau de tolerância de frustração, ou seja, de tolerância à introdução do Principio de Realidade no aparato mental, e da possibilidade de apreensão do que ocorre “após” o Principio do Prazer/Desprazer, descritos por Freud em 1911 e 1920.

P rincípios

gerais do conteúdo deste dicionário

Nossos princípios gerais da reorganização dos conceitos de Bion na forma de um dicionário são: i. Fidelidade ao texto original; ii. Generalizações; iii. Historicidade. (i) Fidelidade ao texto original: as definições incluídas neste dicionário foram compiladas dos escritos de Bion. A maior parte do trabalho envolveu reunir ideias espalhadas em diferentes obras de Bion, escritas em diferentes períodos. Um leitor hostil não estará enganado ao se sentir tentado a desmerecer esta tentativa como mera compilação que reorganiza a obra escrita de Bion. Um leitor não-hostil poderá se beneficiar desta tentativa – que inclui comentários sobre os excertos de Bion. Dez anos após a publicação desta obra na língua inglesa, sentimo-nos autorizados a expressar nosso alívio frente ao fato de que a proporção de leitores não-hostis, mundialmente, excedeu a proporção de leitores hostis, baseado no fato do dicionário ter ocupado a lista dos livros mais vendidos pela Karnac Books por muitos anos, e de ter sido adquirido por pelo menos 800 universidades na América do Norte e pelo menos 600 na Europa e Ásia, para suas bibliotecas circulantes; sem contar inúmeras citações que o tornaram obra de referencia, sendo reeditado pelo menos seis vezes. O livro parece ter cumprido sua função primordial, de compartilhar informação. (ii) Generalizações: generalizações que incluem particularidades fazem parte do etos científico, pelo menos desde o advento de Francis Bacon. Podem ser expressas por meio de sistemas classificatórios originalmente criados por Carl Linneus, que deram sequência a formulações clássicas e atemporais: sua taxonomia Botânica, de 1735, que resultou no tratado botânico de Goethe (1790); e a tabela periódica de elementos químicos de Mendeleev (1869). Esses sistemas classificatórios são agrupamentos científicos que tentam detectar conexões de sentido subjacentes ou ressaltar aquelas explícitas. A classificação 23

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