Freud_Manuscrito_capa_grafica_corrigido.pdf 1 01/12/2017 09:52:28
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Escrito entre o verão de 1930 e o outono de 1931, o manuscrito de Sigmund Freud descoberto em meio aos arquivos do embaixador norte-americano William C. Bullitt contém a versão integral daquilo que viria a ser o primeiro capítulo do livro que escreveram juntos, Thomas Woodrow Wilson: um estudo psicológico. Recuperado aqui das numerosas passagens suprimidas no livro e traduzido pela primeira vez para o português, o texto original de Freud oferece uma introdução acessível a algumas ideias fundamentais da psicanálise, em uma síntese que privilegia a apreensão do complexo de Édipo e de temas correlatos. Alexandre Socha Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)
SIGMUND
FREUD Manuscrito inédito de 1931
Sigmund Freud Manuscrito inédito de 1931, p. 47
e di ção bi lí ng ue PSICANÁLISE
tradução de Elsa Vera Kunze Post Susemihl
FREUD
C
“Na vida psíquica atuam dois instintos principais: o Eros, a sexualidade no sentido mais amplo, cuja energia acabamos de denominar libido, e um outro, que chamamos, de acordo com sua tendência final, de instinto de morte e que se dá a conhecer como impulso à agressão e à destruição. O instinto de morte é o adversário de Eros, cujo anseio é estabelecer unidades cada vez maiores, que se mantêm unidas pela libido. Ambos os instintos estão simultaneamente presentes desde o início na vida psíquica, mas raramente, ou nunca, se apresentam a nós em sua forma pura; ao contrário, geralmente estão soldados um ao outro em quantidades proporcionais variáveis.”
O manuscrito que constitui a parte central deste livro – em excelente tradução de Elsa Vera Kunze Post Susemihl – é, creio, a exposição mais concisa e mais clara feita por Freud dos conceitos fundamentais da psicanálise. Pensada como introdução a um estudo da personalidade de Woodrow Wilson e dirigida ao leitor leigo, ela contempla ao mesmo tempo os aspectos universais e a grande variabilidade individual da vida psíquica do ser humano. Enriquecido por uma esclarecedora notícia histórica de Alexandre Socha e pelos comentários psicanalíticos de Luís Carlos Menezes, que também nos oferece uma boa visão do que W. Bullitt expurgou do texto original na versão publicada em 1966, o volume representa uma importante contribuição para os estudos psicanalíticos no Brasil.
Renato Mezan