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Fátima Flórido Cesar
Do povo do nevoeiro Psicanálise dos casos difíceis
Este livro é uma coletânea de casos clínicos (patologias não neuróticas)
Povo do nevoeiro? Fátima se pergunta: “Mas o que seriam casos difíceis?”. Impõe-se a nós outra pergunta: “Como responder a isso?”. Ao longo deste belo livro, Fátima, com seu estilo tão pessoal, nos sugere uma saída terapêutica: a poesia. Uma
acompanhados de uma discussão das modalidades de adoecimento
poesia espontânea que emana da
psíquico e dos impasses encontrados na prática psicoterapêutica. A autora
imensidão inconsciente de seu
envolveu-se, ao longo de mais de duas décadas, na busca pelo entendimento do que inicialmente denominou “moradores em móvel mar” e que atualmente nomeia “povo do nevoeiro”. Prossegue, desde então, buscando saídas, modos de responder ao chamado ora de inaudíveis pedidos de ajuda, ora de gritos de dores lancinantes e agônicas e, ainda, de paradoxais comunicações em que a recusa à mudança se apresenta na forma de reação terapêutica negativa. Propõe, além disso, uma atenção ao silêncio e ao vazio dos anestesiados que pedem socorro por nada sentirem. O livro se enriquece na medida em que sua escrita se dá na companhia de poetas, compositores e literatos para garantir forma a palavras para além do discurso árido dos duros conceitos teórico-técnicos. Desse modo, o
Do povo do nevoeiro
C
É psicóloga e psicanalista. Tem pós-doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e é autora dos livros Dos que moram em móvel-mar: elasticidade da técnica psicanalítica (Casa do Psicólogo, 2003) e Asas presas no sótão: psicanálise dos casos intratáveis (Ideias & Letras, 2009). Carioca, vive em São José dos Campos há 34 anos, onde trabalha em consultório particular e ministra grupos de estudos sobre Winnicott, Ferenczi e autores contemporâneos. Seus livros são frutos de sua trajetória clínica, sempre acompanhada por poetas e literatos.
Flórido
Fátima Flórido Cesar
PSICANÁLISE
Capa_Florido_Do povo do nevoeiro_P6.pdf 1 21/10/2019 20:34:54
próprio corpo-mente. A escrita de Fátima é um devaneio poético que nos envolve nas experiências emocionais que ela vive com seus analisandos, parceiros, tantas vezes relutantes, no jogo do inconsciente. Escrita que nos remete ao timbre, à entonação e à poesia de
leitor pode entrar com maior facilidade, pela via do sensível, no clima
sua voz. Podemos imaginar o efeito
desses encontros tão cheios de paixões, desde as ruidosas até aquelas que
curativo, no sentido mais
se ocultam em retraimentos, reclusões e refúgios.
psicanalítico do termo, que a série
PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA PSICANÁLISE
Coord. Flávio Ferraz
modulação de sua voz propicia a quem pode escutá-la. A poesia é essencialmente curativa.
Ignácio Gerber